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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC

SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PIAUI-


SEDUC

Centro Estadual de Educação Profissional Rural Frei José


Apicella - CEEPRU
Curso - Técnico em Agropecuária (3° Ano)

Caracterização das principais pragas e doenças da


cultura da melancia (Citrullus lanatus) no município
de Guadalupe-PI

Orientadores: Prof.: Edilson Coelho Duarte


Prof.:Kleber Diego Moreira
Orientados:
Ângela Maria Freitas Miranda

Guadalupe-PI, Dezembro de 2023.


Caracterização das principais pragas
e doenças da cultura da melancia
(Citrullus lanatus) no município de
Guadalupe-PI
INTRODUÇÃO

Dentre as cucurbitáceas, a melancia (Citrullus lanatus) se destaca por sua


excelente expressão econômica e social, e ainda, suas propriedades nutricionais e
terapêuticas aumentam o interesse dos consumidores por seu fruto (DIAS et al.,
2006). De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), China, Irã, Turquia e Brasil são os maiores produtores de
melancia do mundo, com pouco mais de 118 milhões de toneladas produzidas.
A melancia é uma planta rasteira, com ramificações que podem chegar a 3
metros, sendo que o sistema radicular está associado ao tipo de solo e dependendo
da falta de umidade nas camadas superficiais do solo, este pode alcançar 1,20 m. O
ciclo de vida varia de 80 a 110 dias.
INTRODUÇÃO

Na melancia, as flores abrem-se logo após o aparecimento dos raios


solares, e o desabrochar das flores masculinas e femininas ocorrem no mesmo
dia, a polinização que geralmente acontece na parte da manhã, sendo que
produção de frutos está associada à polinização (CARVALHO, 2005).

O espaçamento pode variar, se a cultura será ou não irrigada; plantios bem


adensados geralmente são irrigados por aspersão ou pivô central. Plantios
adensados estão bem mais propícios a sofrer ataques de pragas e doenças
fúngicas, já os espaçamentos maiores são menos suscetíveis ao ataque de
pragas e moléstias, devido a maior aeração, maior penetração de raios solares,
como mostra a figura abaixo, alguns exemplos de espaçamentos: 2,00 X
1,50m; 2,00 X 2,00m; 3,00 X 0,80m; 3,00 X 1,00m; 3,50 X 0,80m; 3,00 X 2,00m
e 3,00 X 3,00m.
INTRODUÇÃO
A produção mundial de melancia continua crescendo e o Brasil é considerado o
quarto maior produtor. A produção brasileira equivale a uma área de 105.064 hectares
e 2,3 milhões de toneladas colhidas. As principais regiões produtoras de melancia no
país são: Nordeste (35%), Sul (18%) e Sudeste (14%). Dados do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) mostram que as exportações em 2020
somaram US$ 44,3 milhões, sendo 107,8 mil toneladas de frutas, que representou
4,5% das exportações de frutas do Brasil (AGROSTAT BRASIL, 2021).

As preferências do mercado consumidor de melancia mudaram ao longo dos


anos, e atualmente, o tamanho e a forma dos frutos, a coloração da polpa, o teor de
sólidos solúveis, presença ou ausência de sementes e o preço são levados em
consideração para a sua aquisição. (EMBRAPA, 2010).
INTRODUÇÃO

As variedades “Crimson Sweet” e “Fairfax” são de grande


importância econômica, sendo a primeira uma planta vigorosa com
frutos redondos, de cor verde-claro com listras verde-escuras, polpa
vermelha, crocante, com excelente sabor e alto teor de açúcar, pesando
aproximadamente 11 a 14 kg. Já os frutos do cultivar “Fairfax”
destacam-se por terem formato cilíndrico-alongado, de cor verde-claro
com listras verde-escuras, polpa vermelha e adocicada, pesando
aproximadamente 12 a 15 kg. (ISLA SEMENTES, 2022)
JUSTIFICATIVA

A ocorrência de pragas e doenças pode limitar a produção da


cultura, para implementar a adoção de manejo integrado de pragas e
doenças é necessário, primeiramente, identificar corretamente o agente
causal. A partir disso, faz-se a escolha da estratégia de manejo mais
adequada. Também e pode ser uma alternativa para o conhecimento
regional, minimizando perdas, aumentando o conhecimento sobre as
injurias causadas por esses artrópodes e vírus na cultura da melancia
que uma boa alternativa de renda ao produtor.
OBJETIVOS

Objetivo Geral:
Avaliar o ataque de pragas e doenças na cultura da melancia bem
como a forma de ataque para a tomada de decisão correta no controle
pelos produtores rurais e elevar os conhecimentos técnicos referentes
as injurias causadas a cultura.
OBJETIVOS
Objetivos Específicos:
 Estudar as pragas que atacam a cultura da melancia;

 Realizar análises visuais e identificá-las;

 Identificar as pragas para facilitar as medidas integradas de controle;

 Estudar os métodos de controle de pragas da melancia;

 Analisar os fatores técnicos referente a forma de ataque e comportamentos


desses insetos

 Agregar conhecimentos através deste trabalho a fim de ampliar a rede


informativa sobre a cultura.
METODOLOGIA
 Área Estudada

Guadalupe
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido na área experimental do CEEPRU Frei Jose
Apicella, localizada no município de Guadalupe – PI Localiza-se à latitude 06º47'13"
sul e à longitude 43º34'09" oeste, estando à altitude de 177 metros e possuindo área
territorial de 1019.645 km². A precipitação pluviométrica média anual é definida no
Regime Equatorial Continental, com isoietas anuais em torno de 800 a 1.200 mm e
período chuvoso estendendo-se de novembro – dezembro a abril – maio. Os meses
de janeiro, fevereiro e março correspondem ao trimestre mais úmido. Estas
informações foram obtidas a partir do Perfil dos Municípios (IBGE–CEPRO, 1998) e
Levantamento Exploratório - Reconhecimento de solos do Estado do Piauí (1986).
METODOLOGIA

• Protocolo Experimental:(Caracterização da metodologia de ação)

Realizou-se o monitoramento das unidades de cultivo, através de duas visitas


semanais nas áreas de produção de melancia orgânica. O monitoramento foi por
amostragem da seguinte maneira:

Quanto à medição de proliferação dos insetos-pragas e na planta foi utilizada a


observação da área foliar sendo classificada em pouco, quando a área ocupada por
insetos era de 25%; médio, quando ocupada em 50% e muito, quando 75% ou mais
da área foliar era ocupada.
METODOLOGIA
Para identificar o nível de dano foi realizada diagnose visual. O

monitoramento foi realizado através de visualizações em diferentes

pontos da área, em cada eram avaliadas 10 plantas e diagnosticadas

as espécies presentes e a incidência ou não de doenças.


METODOLOGIA
• O protocolo experimental foi divido em 6 etapas:

 Pesquisa bibliográfica

 Visita a produtores

 Visita a comerciantes

 Análise e diagnose visual

 Coleta de dados e fotos

 Organização de planilhas
RESULTADOS E DISCUSSÕES:

Tabela 01: Detalhamento de pragas e doenças na cultura da melancia.

CULTURA PRAGAS DOENÇAS METODOS DE CONTROLE

Melancia (Citrullus Formigas, Pulgão, Tombamento ou damping-off, O emprego de sementes


lanatus Tripes ;Controle: sadias, tratamento das
Inspecionar os brotos e a sementes, desinfecção de
10 dias após a
face inferior de folhas novas ferramentas.
semeadura
(a partir do ponteiro do
ramo)
Melancia (Citrullus Formigas, pulgão, Mosca- Míldio, damping-off, Envolvem práticas culturais,
lanatus minadora, Tripes, tais como, evitar o plantio
em baixadas úmidas, mal
20 dias após a Controle: Armadilha adesiva ventiladas e sujeitas ao
semeadura para monitoramento de acúmulo de neblinas.
tripes.
RESULTADOS E DISCUSSÕES:

Tabela 01: Detalhamento de pragas e doenças na cultura da melancia (continuação).

CULTURA PRAGAS DOENÇAS METODOS DE CONTROLE

Melancia (Citrullus Formigas, Mosca-minadora, Micosferela ou Cancro das hastes Evitar o plantio sucessivo e o
lanatus Lagarta-rosca plantio próximo de campos mais
velhos de cucurbitáceas.
30 dias após a Controle: Controle químico
semeadura
Melancia (Citrullus Pulgões, Brocas-das- Fusariose ou Murcha de Evitar o plantio sucessivo e o
lanatus cucurbitáceas, Fusarium, Antracnose, Mancha de plantio próximo de campos mais
Alternaria, Rachadura dos frutos velhos de cucurbitáceas.
40 dias após semeadura Controle: Controle químico

50 dias após a Pulgões Antracnose, Mancha de O correto manejo nutricional e


semeadura Rachadura dos frutos Alternaria, fitossanitário concorre para
Controle alternativo: Inimigos minimizar esse problema
Podridão apical,
naturais
.
RESULTADOS E DISCUSSÕES:

Os danos decorrentes da infestação desses insetos na melancia foram causados

principalmente às folhas, que ficam minadas pelas larvas. Essas áreas minadas ressecam e

se tornam bronzeadas. Esses sintomas podem favorecer a queda das folhas. Observaram-se

também pontos necrosados nas folhas resultantes da atividade alimentar das fêmeas adultas.

As folhas mais novas murcham e secam completamente. Um ataque severo ainda no início do

desenvolvimento da planta pode causar sua morte (COSTA-LIMA et al., 2015).

É importante destacar que a presença de minadores de folhas pode favorecer a

penetração de fungos (SOARES et al., 2019) e a disseminação de vírus (ROSSETO;

MENDONÇA, 1968).
RESULTADOS E DISCUSSÕES:

Da semeadura à maturação dos frutos, a melancia é atacada por


diferentes insetos-praga devendo, portanto, os cuidados serem
constantes. Alguns deles atacam as raízes e/ou seccionam o caule das
plantas no início do seu desenvolvimento.

Foi observado que as plantas atacadas nessa idade dificilmente


sobrevivem, e se sobrevivem, são afetadas no seu desenvolvimento,
diminuindo assim a produção. Outras pragas atacam as folhas, ramos e
até mesmo os frutos, broqueando-os.
RESULTADOS E DISCURSSÕES

Inseto Plantio Fase Floração Fase Frutificação Colheita


Vegetativa reprodutiva

Pragas Ausência Pouco Médio Muito Médio Pouco

Inimigos Ausência Pouco Médio Muito Médio Pouco


naturais

Doenças Ausência Pouco Médio Médio Muito Ausência


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Alguns desses insetos causam danos diretos às plantas através da


destruição de seus órgãos ou de parte deles pela sua alimentação, ou
indiretos, pela injeção de toxinas ou de organismos causadores de
doenças como as viroses.

Neste trabalho, apresentam-se as características das principais


pragas da melancia na região, suas formas de ataque à planta, os
prejuízos que causam e os controles preventivos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Os inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e


Abastecimento (MAPA) para o controle dessas pragas na cultura da
melancia devem ser indicado sempre pelo profissional da área . É
importante ressalvar que essas informações não dispensam a consulta
de um engenheiro-agrônomo que melhor orientará o produtor no uso
correto das informações aqui contidas.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

• ALONSO, M. I. A. Fertirrigación com águas de elevada salinidad em solos enarenados.


Deputación de Almería: Instituto de Estudios Almerienses, 2000. 195p.

• ALMEIDA, D.P.F. Cultura da Melancia. Faculdade de Ciências, Universidade do Porto,


2003. 9p.

• CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: Ciência, Tecnologia e Produção. 4. ed.


Jaboticabal: FUNEP, 2005. p. 588.

• DIAS, R.C.S.; SILVA, CMJ; QUEIRÓZ, M.A.; COSTA, N.D.; SOUZA, F.F.; SANTOS, MH,;
PAIVA, L.B.; BARBOSA, G.S.; MEDEIROS, K.N. Desempenho agronômico de linhas de
melancia com resistência ao oídio. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA,
46., 2006, Goiânia. Horticultura Brasileira, v.24, suplemento, 2006, p. 1416-1418.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. 3. Ed. Viçosa: UFV, 2008. 420p.

• LIMA NETO, I. S.; GUIMARÃES, I. P.; BATISTA, P. F.; AROUCHA, E. M. M.;


QUEIROZ.; M. A. Qualidade de frutos de variedades de melancia provenientes de
Mossoró-RN. Revista Caatinga, v.23, p.14-20, 2010.

• VIANA, C. S.; MOURA, T. N.; GUIMARÃES, M. A. Descrição e classificação


botânica. In: GUIMARÃES, M. A. (Ed.). Produção de melancia. Viçosa: Ed. UFV,
2013. p. 44-51.

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