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2.

A mandioca
A mandioca é cultivada em todas as regiões brasileiras. Só na região amazônica o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) catalogou mais de 140
variedades de mandioca.
2.1 É uma planta perene e muito resistente, podendo ser cultivada com ou sem irrigação.
2.2 Tem grande importância na base alimentar da população, sendo componente cultural e
tradicional de muitas regiões, inclusive daqui da região nordeste. A indústria também se
beneficia dos derivados e subprodutos da mandioca, produzindo produtos como
comprimidos na indústria farmacêutica e até mesmo plástico. Essa demanda influi em um
mercado aquecido e reflete em grandes números de produtividade e exportação. Segundo a
Embrapa, aqui na região nordeste são, pelo menos, 1 milhão de empregos diretos gerados
pelo processamento da mandioca. Regiões também que tem maior área cultivada.

3. Principais pragas
Toda essa cadeia é afetada a partir do momento que a saúde das lavouras não vai bem e surgem
pragam que ultrapassam os níveis de equilíbrio e controle, trazendo assim danos econômicos.

Costumam ter maior incidência nas fases iniciais do cultivo, nos primeiros 3 meses. Nesse período as
plantas jovens, tem seus tecidos ainda muito sensíveis, compostos por tenras células vegetais que
possuem paredes celulares delgadas, e muito conteúdo líquido. Vimos essa parte de tecidos na
disciplina de anatomia dos espermatófitos e sabemos que uma parede celular não muito espessada
torna essa célula mais frágil e sujeita aos aparelhos bucais dos artrópodes praga.

Fui até a Coordenadoria de Desenvolvimento Familiar (CDFAM), localizada na Universidade Federal


do Ceará, Campus do Pici, e visitei uma área de 2000m² onde fica a plantação de mandioca do Seu
Antônio, que não quis gravar imagem, mas deu seu relato verbal. A partir do histórico prévio do
problema atual (HPPA) suspeitei que poderia ser algum tipo de ácaro, uma praga de grande
ocorrência aqui no semiárido. Visto a forte ocorrência dessa praga em nossa região e o caso do Seu
Antônio, iremos focar o manejo desse artrópode praga. Temos como sintomas do problema atual o
surgimento de folhas cloróticas e gemas atrofiadas, um ataque focado nas em partes jovens das
plantas. Esses são fortes sintomas de Mononychellos tanajoa, também conhecido como ácaro verde.

3.1. O ácaro verde é nativo da América do Sul, com nome de origem indígena (Tanajoá). São
sugadores, costumam atacar “de cima para baixo” se desenvolvendo nas gemas apicais e face
abaxial das folhas. Possuem ciclo de vida curto, o vo até a fase adulta 10 dias, fase adulta até 15
dias. Segundo Veiga (1985), pode afetar em até 52% a produção de raízes da mandioca. Condições
de temperaturas elevadas favorecem a infestação, que se inicia em reboleiras.

Alimentam-se cravando suas queliceras nas células, individualmente, da face abaxial da folha, tendo
preferência por folhas novas. Causando folhas cloróticas, deformação das folhas, encurtamento dos
entre nós e redução da produção de raiz por perda de áreas fotossintetizantes.

4.Prevenção
- Usar variedades resistentes se disponíveis.

- Monitorar regularmente após plantio.


- Preservar os inimigos naturais como tesourinhas, vespas, outros percevejos, ácaros
e entomopatógenos(...).

- Rotacionar com culturas não hospedeiras.

Nem sempre a prevenção dá conta e temos que entrar com o controle.

5. MIP – Mandioca
Alguns tipos de manejo que podem ser utilizados. Vejamos alguns deles.

CONTROLE QUÍMICO: Não encontrei produtos registrados para ácaro verde no Agrofit, e ainda que
tivesse, poderia ser inviável devido a relação do custo do controle e a rentabilidade da cultura,
oneroso para o agricultor.

CONTROLE BIOLÓGICO: Seria muito bom alternativas desse tipo de controle. Patógenos e
predadores compõem o grupo de inimigos naturais do acaro verde. O fungo Neozygites e os ácaros
da família Phytoseiidae são considerados primordiais no controle dessa praga, mas ainda faltam
pesquisas e produção massal desses agentes.

CONTROLE ALTERNATIVO: O uso da mistura de manipueira(um subproduto tóxico do processamento


da mandioca) e água na concentração de 1:1 também pode ser usado no controle dessa praga.
Pulverização de Óleo de Nim, na concentração indicada pelo fabricante, também é uma alternativa e
mostra resultados consideráveis.

CONTROLE CULTURAL: Dificultar o desenvolvimento do ácaro a partir de práticas como:

- Destruição dos restos culturais


- Eliminação de plantas hospedeiras
- Remoção de partes de plantas atacadas
- Seleção de manivas sadias

Concluímos que um dos controles mais viávis, nesse caso, seria o controle cultural, pois exige pouco
insumos, baixo custo e não exige conhecimento aprofundado para que o agricultor possa enteder e
executar o controle.

Referencias
CABI. GUIA DE MANEJO DE PRAGAS: LISTA VERDE: ácaro verde da mandioca. -: Plantwise,
2017. Disponível em: https://www.plantwise.org/FullTextPDF/2017/20177800773.pdf.
Acesso em: 09 jul. 2022.
COSTEIROS, Equipe Embrapa Tabuleiros. Conheça o ácaro verde da mandioca. Aracajú - Se:
Embrapa, 2011. Disponível em: http://www.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2011/f_03.pdf.
Acesso em: 09 jul. 2022.
SALVADOR, Murilo. Manejo das Principais Pragas na Cultura da Mandioca. Santa Catarina:
Agriconline, 2022. Disponível em: https://portal.agriconline.com.br/artigo/manejo-das-
principais-pragas-na-cultura-da-mandioca/. Acesso em: 09 jul. 2022.
SILVA, Edivania Matias da. Manual de Identificação de pragas da mandioca. Alagoas:
Universidade Federal de Alagoas, [20--]. Disponível em:
https://www.yumpu.com/pt/document/read/62915843/cartilha-edivania-okk-copia-copia-
convertido. Acesso em: 09 jul. 2022.

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