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de Lavoura
O Manual definitivo para você não perder suas abelhas para
agrotóxicos
Capítulo 2: Problema dos Defensivos Agrícolas para as Abelhas Capítulo 3: Ações Legais
e Práticas para Preservação das Abelhas Capítulo4:ComoProteger as Abelhas
Imagine um jardim florescente, repleto de cores vibrantes e aromas doces. As abelhas zumbem de
flor em flor, desempenhando seu papel vital na polinização. Mas, à sombra dessas flores,
esconde-se uminimigoinvisível e mortal: os Defensivos Agrícolas.
Os Defensivos Agrícolas são como uma espada de dois gumes. Por um lado, eles
ajudam os agricultores a proteger suas colheitas contra pragas e doenças, garantindo a
produção de alimentos. Por outro lado, esses produtos químicos podem ter efeitos
devastadores na natureza se aplicados em quantidades equivocadas ou sem orientação
de um engenheiro agrônomo
em desobediência às determinações dos órgãos públicos responsáveis (como o MAPA
– Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – e o IBAMA - Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
As Abelhas e o Equilíbrio da Natureza
O mundo todo tem plena consciência da importância das abelhas não apenas para a
natereza, mas para a sobrevivência dos seres humanos na terra. Elas são como as
heroínas silenciosas da natureza, polinizando as plantas que nos fornecem alimentos.
Mas os agrotóxicos podem dizimar colônias inteiras, desequilibrando o ecossistema e
afetando a produção de alimentos.
Não restam dúvidas que o uso dos defensivos agrícolas é um mal necessário para a
humanidade.
A utopia de se viver num mundo sem defensivos agrícolas não é plausível nos dias de
hoje. Os defensivos são um dos reponsáveis pela grande produção de alimentos no
mundo, para alimentar a população no planeta que cada vez cresce ainda mais.
Não adianta fechar os olhos para essa realiade: os defensivos agrícolas são
indispensáveis para a humanidade.
Mas como conviver com esse “mal” sem prejudicar a vida natural, sem desequilibrar o
meio ambiente e sem afetar as nossas abelhas?
Aqui está a esperança: não é possível viver completamente sem os defensivos agrícolas,
mas é possível conviver com eles com segurança.
Como?
A mortandade das abelhas não é apenas umproblema brasileiro;éumacrise global. As abelhas estão
morrendo em números alarmantes, e isso afeta a produção de alimentos, a biodiversidade e o
equilíbrio dos ecossistemas. Além dos problemas relacionados ao uso incorreto dos defensivos
agrícolas, fatores como excesso de melhoramento genético para extrema mansidão, correntes
eletromagnéticas de aparelhos eletroeletrônicos, poluição industrial com o crescente processo de
industrialização, desmatamento acelerado, queimadas, enfim, uma sinergia em comum desses
fatores estão levando a uma pandemia global de redução de populações de abelhas, denominadas
pela
FAO das Nações Unidas de CCD (COLAPSO DE DESORDEM DAS ABELHAS) onde
populações inteiras de abelhas abandonam suas colônias, sem razões esclarecidas.
A ciência ainda não respondeu todas as causas desse mistério. Apenas hipóteses não
levantadas enquanto continuam se reduzindo a população de abelhas em diversas partes
do globo terrestre e, em algumas regiões, dizimando por completo populações inteiras de
insetos de todas as classes e ordens.
Entretanto o contrabando de defensivos vendidos sem nota fiscal, que entram no país
sem controle sanitário e sem rastreabilidade por parte do poder público é crescente.
Como não há rastreabilidade da produção ou da comercialização destes produtos ilegais
advindos de outros países do mundo, uma pequena parcela de agricultores vê utilizando
estes defensivos a revelia, sem o controle ou orientação de profissionais (Engenheiros
agrônomos), sem avaliação de impactos ambientais e morte de fauna e flora existentes.
Esta é uma das princiais causas da mortandade desenfreada das nossas abelhas em
várias partes do país e que devem ser denunciados e combatidos pelos órgãos públicos
(MAPA, IBAMA), pela Polícia Federal e Civil e pelos apicultures: a classe mais importante
dessa cadeia produtiva e que mais sofre os efeitos do uso indiscriminado e ilegal de
defensivos agrícolas.
Mas nem tudo está perdido. É possível criar abelhas, mesmo na região de lavouras, sem
perdê-las para os defensivos agrícolas. Usando técnicas e métodos específicos,
podemos proteger as abelhas e conviver com os defensivos de maneira segura.
Várias ações podem ser empregadas (e já estão sendo tomadas em várias regiões do
Brasil) para se evitar a mortalidade das abelhas em regiões de grandes lavouras, como
por exemplo:
Mudança na forma e horário para aplicação dos defensivos Apoximação e
estreitamento na comunicação entre as indústrias e usinas com os apicultores
Ampliação das área de aplicação de defensivos biológicos no lugar dos defensivos
químicos
Utilização da apicultura como compensação ambiental a eventuais danos
ambientais
Você pode assistir a uma reportagem sobre essa iniciativa no nosso canal do Youtube:
https://youtu.be/lsGhg3Wq2Jo.
Projeto de Lei para Proteger as Abelhas
Embora ainda não exista uma lei específica em âmbito nacional para salvar as abelhas, a
Escola de Apicultura e a Cia da Abelha redigiram um projeto de lei com essa finalidade.
Neste projeto de lei, definimos a metodologia para evitar a mortandade de abelha através
da normatização das práticas que já vêm sendo aplicados com sucesso em todo o Brasil.
Nossa intensão é LEGALIZAR um método que já foi testado e que vem trazendo bons
resultados, visando proteger as abelhas, resguardar o apicultor e responsabilizar
legalmente os agricultores que não atentarem para os cuidados nos manejos de
pulverização de suas lavouras.
Você pode apoiar esse projeto de lei assinando o abaixo-assinado no site Change.org.
Quando você fizer o mapeamento do seu apiário você também poderá identificar todas
as lavouras vizinhas que estão no raio de atuação das suas abelhas (até 1,5km em volta
do apiário).
Com essa informação você terá a exata informação sobre quais vizinhos deverão ser
comunicados para evitar a mortandade das suas abelhas por conta de defensivos
agrícolas (você terá mais informações logo adiante).
Assim, eles terão todas as condições para montar seu apiário com o menor investimento
possível, já sabendo previamente o potencial de produção da sua região e sem ter que
fazer investimentos desnecessários. Para ter acesso ao nosso E-book de MANUAL DE
MAPEAMENTO APÍCOLA,
basta clicar aqui e baixar esse passo a passo gratuitamente. Ademais, esse é um
documento importantíssimo para ser anexado junto com a COMUNICAÇÃO que você fará
no órgão de defesa agropecuária do seu Estado pois ele determina a localização correta do
seu apiário que deverá ser respeitada pelos seus visinhos agricultores, conforme veremos a
seguir.
Cada Estado possui seu órgão de Defesa Agropecuária que acolhe a informação,
referenda a existência do apiário e cria a rastreabilidade legal do futuro mel produzido
naquele apiário. A comunicação do apiário estabelece a garantia legal da existência do
apiário e o reconhecimento, por parte do
poder público a existência dele.
Esse procedimento é simples, rápido e não envolve custos para o apicultor. Em alguns
estados inclusive a comunicação pode ser feita de forma on-line.
No nosso Canal do Youtube você pode encontrar mais informações sobre como
regularizar o apiário.
O próximo passo é fazer uma notificação para todos os seus vizinhos no raio de 1,5 km
do seu apiário (agricultores, lavoureiros, usinas, pecuaristas, etc.).
Lembrando que o raio de atuação das abelhas é 1,5km do apiário (as abelhas voam em
média até mil e quinhentos metros atrás de pólen e néctar). Por isso é importante notificar
TODOS os seus vizinhos que utilizam defensivos agrícolas no raio de atulação das suas
abelhas.
QUANTAS NOTIFICAÇÕES VOCÊ DEVERÁR FAZER?
O número de notificações será o número de vizinhos que você possui dentro do raio de
1,5 km do seu apiário.
Por exemplo, se você tem 3 vizinhos que aplicam defensivos agrícolas nas suas
propriedades rurais em lavouras que estão dentro do raio de atuação das abelhas (1,5
km), então você deverá fazer 3 notificações (uma para cada vizinho).
Se você tiver 20 vizinhos que possuem lavouras dentro do raio de atuação das abelhas
(1,5 km), então você deverá fazer 20 notificações (uma para cada vizinho).
CONTEÚDO DA NOTIFICAÇÃO
DOCUMENTO EM 2 VIAS
Uma das vias (assinada por você) ficará com o Produtor Rural.
A segunda via (assinada pelo seu vizinho produtor rural) deverá ficar com você.
Assim você terá um comprovante de que seus vizinhos produtores rurais ESTÃO
CIENTES da existência e da localização do seu apiário, bem como da obrigatoriedade
deles em avisá-lo previamente da aplicação de defensivos.
COMO ABORDAR O SEU VIZINHO?
Não alimente pensamentos que ele é um inimigo das abelhas. Ele também é um produtor
rural como você e ele também busca ter sucesso na sua atividade.
Informe da importância que todos nós, seres humanos, temos para preservar a natureza.
Informe que ele também pode colaborar com a natureza e o meio ambiente quando ele
ajuda na proteção das abelhas.
Leve um mel de presente para seu vizinho (além de um amigo, você ainda pode
conquistar um cliente).
E por fim recorde-se: nós apicultores somos diretamente responsáveis pela nossa
relação com a natureza, mas também somos responsáveis pela nossa relação com os
demais seres humanos.
O seu vizinho tem todo o direito de se recusar a assinar o documento, mas isso não o
exime da sua responsabilidade pela preservação das abelhas.
Caso isso ocorra, você deverá tomar as medidas legais. Mas tudo é muito simples. Não é
necessário entrar com processos judiciais, nem contratar
advogados.
Se o vizinho produtor rural não aceitar assinar a sua notificação, você deverá seguir
esses passos:
1. Anote o endereço do seu vizinho. Pode ser o endereço da fazenda ou da sua
residência na cidade. O importante é ter um endereço onde a pessoa é localizada.
2. Anote o nome do seu vizinho. De preferência obtenha o nome e sobrenome, pois
assim a sua localização será mais fácil e segura. 3. Vá até um Cartório mais próximo
do endereço do seu vizinho e peça para fazer uma NOTIFICAÇÃO.
4. O cartório vai te cobrar uma taxa para NOTIFICAR o seu vizinho (essa taxa varia
de estado para estado).
5. Após alguns dias, o Cartório vai te entregar a 2ª via assinada do seu documento,
informando que o seu vizinho já está notificado.
Não se preocupe com a localização do produtor rural. O cartório tem os meios legais para
fazer a notificação (inclusive se a pessoa tentar se esconder).
Com o corpo cheio de veneno, as abelhas acabam levando as substâncias tóxicas para a
sua colmeia, comprometendo a vida de todo o enxame.
Tendo ciência do dia certo quando serão aplicados os defensivos agrícolas, o apicultor
deverá se preparar com antecedência para evitar que suas abelhas estejam trabalhando
no campo no momento em que ocorrer a pulverização dos agrotóxicos.
EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS
Antes de fechar as colmeias, o apicultor deverá aplicar o bife protéico por sobre os
quadros das colmeias. Essa ação irá reduzir o estresse das abelhas em decorrência do
seu confinamento.
As abelhas deverão ser soltas na mesma noite do dia da aplicação do veneno, ou, no
máximo, no início da manhã do dia seguinte quando elas retomarão as suas atividades e
darão sequência ao seu trabalho natural para produção de mel e polinização do
ambiente.
Se isso acontecer e você acabar por perder algum enxame por envenenamento, você
não ficará desamparado. A legislação brasileira garante o seu direito de ser ressrcido.
A primeira ação que você deve fazer nesse caso é coletar amostras das abelhas mortas
que deverão ser enviadas a órgãos competentes para fazer a análise e detecção de
resíduos de veneno.
Os órgãos que poderão te ajudar nesse processo de análise são: ONGs (Ex: COLMÉIA
VIVA, a ONG BEE OR NOT TO BEE, a ONG A.B.E.L.H.A, etc.) Universidades Federais
(UNESP, USP, UFMG ou outra Faculdade da sua região) e órgãos públicos (Defesa
Sanitária da Secretaria de Agricultura).
Com a análise em mãos (confirmando que houve o envenenamento das abelhas) você
terá constituído prova jurídica contra o produtor rural que utilizou dos defensivos de forma
indiscriminada.
O próximo passo é constituir um advogado para ingressar com uma ação de reparação
civil.
Dependendo da sua relação com o vizinho lavoureiro, você poderá porcurá-lo para tentar
solucionar essa demanda amigavelmente.
Contudo, nossa orientação inicial é que faça todo esse procedimento (mesmo que
amigável) acompanhado de um advogado.
Caso a demanda não seja resolvida amigavelmente, o advogado saberá quais medidas
judiciais serão cabíveis e irá te orientar em todos os passos que você deverá tomar para
que você seja prontamente indenizado.
Toda a sociedade está muito atenta acerca das questões decorrentes da mortalidade das
abelhas.
Vivemos em um momento em que nossa sociedade já tem consciência da importância de
preservar a vida desse inseto e todos já sabem que a própria vida dos seres humanos
depende da preservação das nossas abelhas.
Caso você sofra com esse problema, não se esquive de procurar os meios de
comunicação para que eles divulguem este fato.
Não deixe que uma tragédia desse porte seja tratada como um caso irrelevante! Acione
rádios, redes de televisões e jornais impressos para que eles publiquem informações
sobre o ocorrido. Todos os meios de comunicação estão abertos para noticiar fatos dessa
magnitude.
Você também deverá notificar o MINISTÉRIO PÚBLICO munido de toda a documentação
de registrodo apiário e da notificação que você fez aos seus vizinhos, comprovando que
você tomou todas as medidas de segurança para evitar o extermínio das abelhas (e que
essas medidas de segurança foram simplesmente ignoradas pelo produtor infrator).
CONCLUSÃO
Por mais que as ações acima orientadas pareçam difíceis, trabalhosas ou que você ache
que não trará nenhum resultado, NÃO DESISTA DE CUMPRIR NENHUMA DESSAS
ORIENTAÇÕES!
Isso porque o maior responsável pela vida das suas abelhas é VOCÊ APICULTOR!
Se você passar por uma situação dessas, onde você perde suas abelhas em decorrência
do uso indiscriminado de agrotóxicos, AJA! Tome todas as medidas que orientamos para
que os responsáveis sejam localizados e punidos!
Somento assumindo a nossa posição como os maiores responsáveis pela vida das
abelhas é que vamos ter condições de mudar as nossas leis e melhorar a nossa
realidade no planeta.
E não se esqueça que você pode ajudar a tranformar essas medidas em lei!
Basta entrar no site Change.org (ou clique AQUI) e assinar o projeto de lei que
normatiza as ações dos agricultores para proteger os apiários e as abelhas do uso
indiscriminado de defensivos.
As abelhas são vitais para o nosso ecossistema, e protegê-las é uma missão nobre e
essencial. Com conhecimento, determinação e as técnicas e métodos corretos, é
possível criar um ambiente seguro e próspero para as abelhas, mesmo em meio aos
desafios dos defensivos agrícolas.
Fontes