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Introdução

Aquicultura
A palavra aquicultura provém do latim
Aqua,-ae, água + cultura
Criação de organismos aquáticos

É o ramo da Zootecnia que estuda a produção racional de organismos


aquáticos, como peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis e plantas
aquáticas para uso do homem.

Segundo a FAO (1997) a aquicultura é uma atividade multidisciplinar que


se refere ao cultivo de organismos aquáticos, incluindo peixes, moluscos
(mexilhão, sururu, bacucu, ostra), crustáceos (camarão, caranguejo, siri, pitu),
plantas aquáticas (algas), entre outras espécies.

A pesca extrativa é a captura/retirada de organismos aquáticos utilizados


como recursos pesqueiros da natureza sem o seu prévio cultivo, esta atividade
pode ocorrer em escala industrial ou artesanal. E classificada como de
subsistência, artesanal, industrial, amadora.

A aquicultura pode ter um caráter familiar ou industrial, mas é


classificada considerando o ambiente de cultivo (continental ou marinha) e
sistema de produção aplicado segundo a intensidade (extensiva, semi-intensiva,
intensiva, super intensiva).
A resolução CONAMA N° 413, do 26 de junho de 2009 indica que os
empreendimentos aquícolas em piscicultura podem ser classificados segundo o
tamanho do empreendimento em:
Pequeno porte < a 5 há
Médio porte de 5 a 50 há
Grande porte > a 50 há
Aquicultura sustentável
Segundo Valenti 2002 e definida como "produção de organismos com
hábitat predominantemente aquático, em cativeiro, em qualquer um de seus
estágios de desenvolvimento". A atividade se caracteriza por três componentes:
o organismo produzido deve ser aquático, deve existir um manejo para a
produção, a criação deve ter um proprietário, ou seja, não é um bem coletivo
como são as populações exploradas pela pesca (Rana, 1997). Por outro lado,
entende-se por sustentabilidade, o gerenciamento e conservação da base de
recursos naturais e a orientação tecnológica e institucional, de modo que
assegure a contínua satisfação das necessidades humanas para as gerações
presentes e futuras.
Piscicultura
A palavra piscicultura provém do latim:
Pisce ( Peixe) + cultura
E o cultivo ou criação de peixes em ambiente natural ou artificial com
finalidade econômica, social ou cientifica.
Piscicultura sustentável
Piscicultura sustentável é definida como “produção rentável de
organismos aquáticos, que mantém uma interação harmônica e contínua com os
ecossistemas e as comunidades locais” (VALENTI, 2002)
Tipos de aquicultura
Piscicultura: criação de peixes, em água doce, água salobra ou água marinha;
Carcinicultura: criação de camarões e lagostas;
Maricultura: aquacultura em água salgada;
Malacocultura: criação de moluscos (caramujos, chocos, lulas e polvos);
Mitilicultura: criação de mexilhão;
Ostreicultura: criação de ostras;
Pectinicultura : criação de vieiras;
Algicultura: cultivo de algas;
Ranicultura: criação de rãs;
Jacaricultura: Criação de Jacaré.

História da aquicultura mundial

O cultivo de organismos aquáticos é uma prática antiga. Manuscritos


datados do século V a.C. já indicavam a presença da aquicultura na China.
Todavia, existem indícios que no Egito, antes do século V, eram
cultivados, de forma intensiva, peixes marinhos. Os romanos também
desenvolveram práticas de aquicultura, eles cultivavam ostras, iguarias muito
apreciadas na época.
Segundo BILLARD (2003) a aqüicultura é uma atividade antiga, mas o seu
desenvolvimento é relativamente recente. Documentos originários da China,
Egito e Roma atestam que eram praticadas criações de peixes e moluscos
nessas regiões entre 3.000 e 4.000 anos. Os indícios de que no Egito se
praticava a criação de tilápias nesse período, se devem ao desenho dessa
espécie sendo capturada em um tanque na tumba de Aktihetep.
A obra mais antiga que trata da criação de peixes é conhecida como
“Tratado de Fan Li”, escrita na China há 2500 anos. Esse autor trabalhou por
mais de 20 anos como alto funcionário do Reino de Yue. Depois de se retirar da
vida política, foi comerciante. Hábil politicamente, esse autor aconselhou o Rei
de Yue a investir na piscicultura como forma de gerar riqueza no país. O seu
projeto foi realizado com a construção de viveiros e trouxe grandes benefícios
para a região. Convencido de que piscicultura era uma atividade capaz de gerar
riquezas e melhorar a vida da população, Fan Li mais uma vez a recomendou,
dessa vez ao Rei de Qi, quando questionado sobre a melhor forma de ganhar
dinheiro. O Tratado de Fan Li foi perdido, mas exerceu grande influência sobre
sucessivas gerações. As informações sobre o seu conteúdo foram reunidas no
livro “As Importantes Técnicas Adquiridas pelo Povo do Reinado de Qi”, escrito
por Jia Si-Xie da Dinastia dos Wei. Consta que Fan Li recomendava a carpa
comum por ser a espécie ideal para ser criada, pois ela não praticava
canibalismo, crescia facilmente e o preço de comercialização era alto. O autor
também redigiu informações sobre a reprodução dessa espécie, construção de
viveiros, controle de predadores e desbaste populacional (BILLARD, 2003).

Na China, durante a Dinastia Tang, 618 – 907 d.C., a criação da carpa comum
foi proibida, pois seu nome “Li” parecia com o nome do Imperador, “Lee”, que
era considerado sagrado e era inadmissível que “Lee” fosse criado e,
posteriormente, comido. Assim, os piscicultores passaram a coletar nos rios
alevinos de outras espécies de carpas e não os separavam para o povoamento
em viveiros. Essas espécies tinham hábitos alimentares diferentes, filtravam fito
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e zooplâncton. O sistema de policultivo praticado atualmente, provavelmente
começou nessa época, sendo aperfeiçoado ao longo do tempo (AVAULT JR,
1996; BILLARD, 2003). Entretanto, originalmente, o fator indutor da mudança,
ou seja, da adoção do policultivo, não foi a busca dos criadores por espécies
com hábitos alimentares diversos para aumentar a produtividade dos viveiros,
mas o comportamento do Imperador.

Entre os chineses, as técnicas de piscicultura, incluindo a utilização de matéria


orgânica para fertilização de viveiros, foram passadas de uma geração a outra.
Esses conhecimentos foram difundidos, ainda, pelos chineses que imigraram
para países como Tailândia, Indonésia e outras regiões da Ásia. Houve a
motivação de agricultores desses locais para praticarem a piscicultura e
começarem a utilizar novas espécies e métodos de criação de peixes, como,
posteriormente, no Camboja, o uso de gaiolas de bambu imersa em água
corrente, técnica que seria percursora dos atuais tanques-rede (AVAULT JR.,
1996).

A criação da carpa comum na Europa foi o grande destaque dessa época. HUET
(1970) afirma que essa espécie tem origem na Ásia e Europa oriental, nas bacias
do Mar Negro, Mar de Azov e Mar Cáspio. Para GODOY (1964), a sua origem é
a China e para MAKINOUCHI (1980) é a Ásia central, tendo sido introduzida na
Europa nos tempos da hegemonia greco-romana e, especificamente, na região
germânica em 125

d.C. BILLARD (1995) afirma que a origem dessa espécie é o Oeste da Ásia, se
dispersando naturalmente pela China e Sibéria. Ela teria chegado também à
Bacia do Danúbio onde os romanos teriam praticado a sua criação e feito a sua
transferência para o Oeste da Europa. Posteriormente, ela foi amplamente
difundida entre os séculos XIII e XV.

O centro do nascimento da piscicultura na Idade Média foi a Europa Central. O


desenvolvimento da atividade está estreitamente relacionado com a edificação
dos mosteiros, visto que a produção era destinada ao consumo dos religiosos
(HUET, 1970). O peixe era um alimento permitido durante os períodos de jejum,
que chegavam a 200 dias por ano. Portanto, a prática religiosa induziu o
consumo de peixes e, conseqüentemente, a piscicultura, que foi a forma
encontrada para atender a demanda dos religiosos.

GISSUBELOVA (2003) afirma que inicialmente a carpa comum não era


considerada um alimento popular, sendo exportada de algumas regiões
atualmente integrantes da República Tcheca para a Áustria e para Roma, onde
se concentrava o poder da Igreja. A popularização do consumo dessa espécie
foi ampliada até se ter, praticamente, em cada vila um pequeno viveiro que era
utilizado tanto para a criação da espécie como reservatório d’água para casos
de incêndio. Charles IV, imperador germânico, teve participação marcante no
desenvolvimento da piscicultura na região leste da Europa. A partir de uma
ordem sua, foram construídos viveiros nas vilas e comunidades. O objetivo era
a produção de peixes e, secundariamente, os efeitos positivos que a evaporação
da água traria sobre o clima, pois assim acreditava o monarca. Os viveiros eram
feitos com pequenos barramentos.
As informações sobre as técnicas de criação eram trocadas e difundidas entre
aqueles que produziam e também por meio de publicações. Analisando a
quantidade de material publicado nas duas épocas, Antiguidade e Idade Média,
BILLARD (2003) afirma que na Europa se publicou mais sobre as técnicas da
piscicultura do que na China. Cita, inclusive, a publicação do tratado de
DUBRAVIUS (1547) e que, nas obras sobre agricultura, sempre havia um
capítulo sobre a piscicultura, como nos tratados de SERRESEM (1600) e de
DUHAMEL DU MONCEAU (1769).

Esse século foi marcado por transformações na piscicultura. A


abundância de alimentos em algumas regiões da Europa fez com que a
população tivesse uma maior diversificação alimentar, provocando redução na
criação de ciprinídeos. Porém, em outras regiões, notadamente na Europa
Central, ocorreram mudanças significativas na piscicultura, havendo uma
evolução, sobretudo na alimentação dos peixes, com a adoção de alimentos
artificiais, ocorrendo uma renovação das técnicas de criação (HUET, 1970).
Na área da reprodução, também ocorreram progressos técnicos,
principalmente em salmonídeos. Apesar da existência de indícios de que o
primeiro sucesso com a reprodução artificial da truta fario, Salmo trutta, tenha
sido com Don Pichon, em 1420, na abadia de Réome, na França, somente em
1841 houve a redescoberta da reprodução artificial dessa espécie por Gehin e
Remy. A partir desse momento, a Academia de Ciências e diversas
administrações francesas passaram a divulgar esse método para repovoar rios
desse país. Significativos avanços na reprodução dos salmonídeos foram
também conquistados na Alemanha e Escócia, principalmente com o objetivo de
repovoar ambientes naturais onde espécies eram ameaçadas pela exploração
acentuada e por alterações ambientais provocadas pela poluição (BILLARD,
2003).

Nesse século, os avanços técnicos na piscicultura foram significativos em


diversas regiões do mundo. HUET (1970) afirma que os progressos obtidos
estão relacionados ao desenvolvimento da reprodução e incubação artificial,
intensificação do uso de alimentos concentrados que inicialmente foram
utilizados na salmonicultura e ao desenvolvimento de técnicas e dos meios de
transportes de ovos, larvas, alevinos e peixes adultos, notadamente o avião.
Um importante evento desse período foi a introdução do policultivo no
continente europeu. Essa prática, utilizando-se a carpa comum e as carpas
chinesas, que começou a ser utilizada na Antiguidade na China e foi amplamente
desenvolvida ao longo do tempo em outros países asiáticos como Tailândia,
Malásia, Vietnam, Indonésia e Japão, chegou à Europa na segunda metade do
século. A reprodução artificial dessas espécies foi desenvolvida na URSS, em
1959, e, em 1960, foram introduzidas na Hungria, Romênia e em outros países
do Leste Europeu (HUET, 1970). As relações existentes entre a China e esses
países, que tinham o mesmo sistema político, facilitou o intercâmbio técnico.
Esse evento foi de fundamental importância para a adoção do policultivo em
outros países, pois do Leste Europeu se intensificou a difusão dessas espécies
e do policultivo para a Ásia e, também, para o Brasil.
Houve outros importantes avanços no campo técnico, como: os alimentos
artificiais foram aperfeiçoados principalmente quanto à sua estabilidade na água
e composição nutricional, a aeração artificial passou a ser adotada em diferentes
regiões, o uso do tanque-rede foi difundido permitindo a utilização de águas
públicas e de grandes represas rurais, a popularização da reversão sexual da
tilápia do Nilo favoreceu o crescimento da criação dessa espécie a partir da
massificação da produção de alevinos machos, minimizando os efeitos da sua
alta prolificidade. Houve, ainda, o aperfeiçoamento das técnicas de integração
da piscicultura a outras culturas, principalmente animais, obtendo-se melhores
resultados com a utilização de fatores de produção disponíveis nas propriedades
rurais. Além disso, a salmonicultura experimentou grande desenvolvimento não
só na Europa como na América do Sul.

Devido ao hábito alimentar planctônico de algumas espécies de peixes


utilizadas em piscicultura, essa atividade foi escolhida por diferentes governos e
mesmo pela FAO para ser fomentada e a produção de peixes minimizar a
desnutrição em várias regiões do mundo. Porém, na África, onde significativa
parcela da população vive em condições de pobreza, a piscicultura não se
desenvolveu de forma satisfatória.
Depois da Segunda Guerra Mundial, no continente africano, houve um
significativo crescimento da piscicultura a partir de um conjunto de ações
governamentais, mas os problemas políticos enfrentados na região provocaram
a sua retração. Essas ações estavam associadas a objetivos como o
melhoramento nutricional da população rural, geração de renda complementar,
diversificação de atividades e criação de empregos nas comunidades rurais onde
as oportunidades de trabalho eram pequenas. Porém, na década de 60, a
piscicultura chegou mesmo a regredir acentuadamente no continente africano
devido a problemas de segurança na ocupação das terras, pequena
disponibilidade de mão-de-obra e insumos, seca e políticas públicas
inadequadas (FAO 1998).
Porém, desde o início dos anos 70, a piscicultura iniciou uma outra fase
de crescimento no continente africano com base na assistência técnica aos
produtores financiada por órgãos internacionais em parceria com governos
locais. Como conseqüência desse trabalho, entre 1985 e 1995, a produção de
pescado de água doce cultivado dobrou. Ainda assim, a produção é baixa.
Segundo a FAO (2003), a produção de pescado de água doce na África foi de
399.390 toneladas em 2001, representando 0,9% da produção mundial. As
espécies mais criadas são tilápias, catfish e carpa. Subprodutos da exploração
animal e vegetal são amplamente usados na piscicultura. Se por um lado a
criação de tilápias nos países onde têm origem não se tornou importante do
ponto de vista econômico, mesmo havendo grande necessidade de consumo de
alimentos protéicos pelos povos africanos, desde o fim da década de 30 a
criação de tilápias foi difundida na América Central, América do Sul, Ásia e
América do Norte, tendo resultados positivos em alguns países.
O exemplo africano revela que diferentes fatores influenciam os
resultados obtidos pela piscicultura. Somente as ações governamentais não são
suficientes para promover o seu desenvolvimento, assim como a evidente
necessidade da população por alimentos de alto valor protéico que podem ser
produzidos a baixo custo, não é condição determinante para a adoção da
piscicultura.
Principais eventos da trajetória da piscicultura no mundo

Teorias do surgimento da aquicultura

Teoria das Lagoas Marginais (Oxbow Theory)


Rios e riachos apresentam curvas denominadas meandros. Quando um
meandro largo da haste principal de um rio é cortado, interrompido, forma uma
espécie de lago, também conhecido como lagoa marginal (pois se encontra as
margens do rio). Com o passar do tempo estes rios podem ter alterado seu curso,
deixando para trás estas lagoas contendo peixes e outros organismos aquáticos.
A população - que vivia próximo a estes locais – percebeu que a pesca nestas
lagoas era bastante produtiva; com o período de seca estes estoques diminuíam,
mas as chuvas sazonais as reabasteciam. Alguns indivíduos das comunidades
do entorno, observando esta ocorrência começaram a modificar as lagoas
marginais de forma que o reabastecimento acontecesse de maneira mais
eficiente. Iniciando assim uma forma primitiva de aquicultura. Isto continuou até
que gestão completa da aquicultura fosse atingida. Bangladesh, na Ásia, é um
bom exemplo de local onde a aquicultura pode ter se desenvolvido desta
maneira, por apresentar terrenos propícios à formação de oxbows (lagoas
marginais) e encontrarem-se expostos a monções anuais e períodos de seca.
Diagrama da formação de uma lagoa marginal.
Fonte: http://www.dorlingkindersley-uk.co.uk

Teoria da Concentração

Muitos lugares no planeta, localizados em áreas tropicais, são afetados


por monções, isto é, apresentam épocas com chuvas fortes ocasionando
inundações e depois períodos de seca. Durante o regime de chuvas, os rios
ficam mais largos e áreas com menor altitude são inundadas. Estas planícies
inundadas são locais propícios para o crescimento e a reprodução de peixes,
pois oferecem alimento e proteção. Quando a estação de chuva passa, a água
nestes alagados vai gradualmente diminuindo. À medida que a seca progride, as
águas vão recuando, drenando quase que todas as planícies. Os peixes que se
encontravam nestas áreas retornam para os rios. Pescadores das comunidades
do entorno perceberam que nestas planícies inundadas havia uma grande
concentração de peixes. Eles capturavam os peixes sem levar em conta o
tamanho e a espécie. Com o passar do tempo, os peixes de tamanho pequeno
ou eram deixados para trás, ou eram recolhidos e transferidos para áreas de
cultivo. Aqui, a aquicultura teve início com a concentração de espécies de peixes
em planícies inundadas. O continente africano possui muitas áreas com estas
características.
Teoria da armadilha e cultivo
Até agora foram apresentadas versões do surgimento da aquicultura em
águas interiores, doce. Esta teoria fala do surgimento da aquicultura em zonas
costeiras. As áreas encontradas ao longo da costa apresentam estuários,
lagoas, mangues ou até mesmo locais (depressões) que são inundados
periodicamente durante a maré cheia; e na durante a maré baixa, elas são
completa ou parcialmente. A população que vivia ao longo destas áreas
percebeu - que durante a maré cheia - elas eram regularmente abastecidas
naturalmente com peixes, moluscos, crustáceos e outros organismos aquáticos
de interesse econômico. Após esta constatação, moradores começaram a
instalar armadilhas para impedir a saída destes organismos quando a maré
baixava. Com isto pecadores podiam contar com o fornecimento regular de
recursos pesqueiros na sua mesa e também a para a venda do excedente.
Assim surgiu uma forma primitiva de maricultura. Com o passar do tempo
estas estruturas foram sendo modificadas. Houve o desenvolvimento da
atividade através da construção de diques, terraplanagem (tornar a terra plana),
para proporcionar maior espaço de armazenamento e aumentar a captura de
organismos aquáticos que vinham com a maré. Esta tecnologia provavelmente
começou na Indonésia, difundiu-se para o Brasil, Tailândia, Malásia, Índia e
outras regiões do mundo.
Todas as formas de aquicultura primitiva diferem, mesmo que pouco, das
que são praticadas atualmente. A maior diferença entre a aquicultura primitiva e
a atual é que a primitiva consistia na captura de formas jovens de peixes,
crustáceos ou moluscos da natureza, transferindo os mesmos para ambientes
artificiais que apresentassem condições favoráveis ao seu crescimento.
Podemos perceber que a única semelhança existente entre as teorias
mostradas foi a presença do manejo. A partir do momento que as comunidades
começaram a manipular o ambiente, selecionando espécies, colocando em
locais adequados para seu crescimento, fornecendo alimento, surgiu a
aquicultura.
A aquicultura da maneira como é praticada hoje, começou no ano de
1733, quando um fazendeiro alemão conseguiu com sucesso coletar gametas,
fertilizá- los e incubá-los. Ele usou exemplares femininos e masculinos de truta.
Depois os alevinos foram colocados em tanques ou viveiros para serem
cultivados. Inicialmente a aquicultura moderna ficou limitada à água doce. A
partir do século XX, novas técnicas foram desenvolvidas com sucesso para o
cultivo de espécies marinhas.
A aquicultura continua em constante evolução; cada dia são descobertas
novas tecnologias de produção. Hoje com as facilidades geradas pela
globalização, a aquicultura está conseguindo se desenvolver de forma unificada
e em alguns casos, de maneira integrada.

História da aquicultura brasileira

Os primeiros registros da prática da aquicultura no Brasil datam do século


XVIII, após a invasão holandesa no nordeste do país. Os holandeses construíam
viveiros para o cultivo de peixes próximos a costa, aproveitando a maré que
abastecia estes viveiros com peixes e outros organismos aquáticos. Era um
sistema extensivo de produção. Os peixes aprisionados naqueles locais eram
coletados, assim que atingiam o tamanho desejado.
Como pudemos notar, a aquicultura é uma atividade antiga no Brasil,
praticada há mais de três séculos. No início, a aquicultura não apresentava um
caráter comercial, pois era praticada para subsistência, e durante muitos anos
ela permaneceu assim.
Os primeiros trabalhos sobre reprodução induzida mediante extratos
pituitários de peixes: Houssay na Argentina (1928) e Rodolpho von Ihering no
nordeste brasileiro (1935).
Em 1930, a piscicultura brasileira só ficou conhecida internacionalmente
quando o pesquisador brasileiro Rodolpho Von Ihering e sua equipe, membros
da Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste, conseguiram desenvolver
uma técnica para induzir a desova de peixes reofílicos em cativeiro.
Nesta mesma década, a piscicultura foi impulsionada pelo povoamento de
açudes públicos, construídos a princípio para o armazenamento de água, mas
também serviam para a exploração através da pesca. O primeiro peixamento
realizado pela Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste aconteceu em 14
de agosto de 1933, no açude “Campos da Sementeira”, município de Arcoverde
em Pernambuco.
No ano de 1935, foram trazidos do Canadá para o Brasil, os 300 primeiros
exemplares da espécie Rana Catesbeiana (rã-touro).
Nas décadas de 30 e 40, a tilápia e a truta arco-íris foram introduzidas no
Brasil. A fase comercial da aquicultura começou na década de 50 com a entrada
de espécies exóticas como carpa, tilápia e truta, que começaram a ser cultivadas
em tanques de pequenas propriedades. Na década de 60, foram importadas
carpas chinesas para o Brasil.
A partir da década de 70, em alguns estados do sul do Brasil, surgiram
experiências de consorciamento entre algumas espécies de peixes e a produção
de aves e suínos. Na mesma década, pequenos produtores começaram o cultivo
de camarões de água doce, de ostras e de mexilhões. Nos anos que se
seguiram, expandiu-se no país a pesca esportiva em tanques destinados aos
“pesque-pagues”, nas regiões metropolitanas e periferias de grandes cidades
incentivando a produção de alevinos e formas jovens, que depois eram
transferidos para os tanques de produção.
Em 1981, foram realizados os primeiros estudos em Santa Catarina com
policultivo de tainha e camarão nativo, mas como este não suportava oscilações
de temperatura, tampouco aceitava confinamento e apresentava algumas
particularidades na sua alimentação, não tinha uma produção constante.
Finalmente, em meados dos anos 90, iniciou-se a carcinocultura marinha
baseada no L. vanamei, cuja espécie já era cultivada em outros países da
América Latina. Alguns destes países apresentaram problemas durante a
criação, então capitais e pacotes tecnológicos foram transferidos ao Nordeste
Brasileiro, onde esse cultivo se expandiu, aumentando, sobretudo a produção
dirigida ao mercado externo.
Com a introdução do L. vannamei (espécie exótica) no Nordeste do Brasil,
onde apresenta uma maior produtividade, o governo de Santa Catarina
incentivou sua implantação em fazendas em Laguna.
Principais eventos e datas de introdução das espécies mais importantes
cultivadas na aquicultura brasileira

Segundo Castagnolli (2004) a aquicultura brasileira nasceu na década de


30, com Rodolpho von Ihering, que ficou maravilhado com as espécies nativas,
ao presenciar as piracemas nos rios Mogi Guaçu e Piracicaba nos anos de 1928
e 1929 (Ihering,1929). Naqueles anos, vendo a concentração dos peixes junto
ao salto do rio Piracicaba e nas cachoeira de Emas, começou a pensar na
domesticação de algumas das espécies mais nobres daqueles rios, como a
piapara (Leporinus sp.), o curimbatá, (Prochilodus lineatus) e o dourado
Salminus maxillous). Alguns anos mais tarde, em 1934, Ihering e seus
colaboradores lograram êxito na reprodução induzida, com o bagre (Rhamdia
sp.) e o cascudo (Loricaria sp.) coletados nas-aguas do rio tietê (Ihering e
Azevedo, 1936). No ano seguinte, em 1935, continuou esse belo trabalho,
realizando hipofisações de espécies nativas dos rios não perenes do estado do
ceara e também da curimatã-pacu e do piau-verdadeiro, originários do rio são
Francisco e introduzidos nos açudes do nordeste para aumentar a sua
psicosidade e proporcionar, além da água, também alimento às populações
daquela região brasileira geralmente assolada por secas prolongadas.

Após realizar alguns trabalhos bem sucedidos, Ihering voltou para São
Paulo, deixando uma equipe capacitada a da continuidade ao seu trabalho nas
Estações que começaram a ser construídas inicialmente nas proximidades de
alguns açudes no Estado do Ceará, como as de Amanari, Lima Campos e
pentecoste, pertencentes ao Departamento Nacional de Obras contra as secas
(DNOCS). Ihering retornou a Pirassununga, com o objetivo de implantar a
estação de biologia e piscicultura nas proximidades da cachoeira de Emas, as
margens do rio Mogi Guaçu, mas faleceu em 1939, antes de ver inaugurada a
sua grande obra.

Essa Estação pertencentes então à divisão de caça e pesca do


ministério da agricultura, realizou importantes trabalhos relacionados à biologia
das principais espécies de peixes endêmicas da bacia do Mogi Guaçu, entre as
quais o curimbatá, a piapara e o dourado, até o final da década de 40. Durante
as décadas de 50 e 60, os trabalhos na área de piscicultura no Brasil
restringiram-se quase exclusivamente à continuidade das pesquisas que foram
realizadas pela equipe formada por Ihering nos anos 30, nas Estações do
DNOCS.

Assim, a reprodução induzida de algumas espécies de peixes nativos


do rio São Francisco, como a curimatã- pacu (prochilodus sp.) e o piau
verdadeiro (leporinus sp.), cujos alevinos eram utilizados para o povoamento dos
açudes construídos pelo DNOCS na região do semiárido do nordeste brasileiro,
pode ser considerada o marco zero da aquicultura brasileira .Durante a década
de 70, com o objetivo de se impulsionar a piscicultura nas propriedades rurais
brasileiras, os peixamentos dos açudes foram incrementados com a estocagem
de alevinos das tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus) e hornorum (O
hornorum), procedentes da costa do marfim, tendo em vista que o cruzamento
De fêmeas de tilápia do Nilo com machos de tilápia hornorum proporcionava a
produção de alevinos 100% do sexo masculino, facilitando o controle
populacional e da biomassa dos açudes. Essa tentativa também foi frustada
devido, principalmente, a falta de tecnologia e de rações adequadas que
garantissem a viabilidade econômica da atividade.

Infelizmente este grandioso trabalho não teve a continuidade que deveria e a


nossa aquicultura que se iniciou com a piscicultura de água doce, ficou
esquecida durante algumas décadas e o seu crescimento ocorreu apenas
pontualmente, mercê de esforços isolados de pesquisadores e da iniciativa
privada. Sem dúvida, o principal motivo deste lento crescimento, em um pais com
tão grande potencial, foi falta crônica de respaldo cientifico e tecnológico que
deveria ter sido proporcionado por um sério programa governamental de apoio
à atividade. Proporcionava a produção de alevinos 100% do sexo masculino,
facilitando o controle populacional e da biomassa dos açudes. Essa tentativa
também foi frustrada devido, principalmente, à falta de tecnologia e de rações
adequadas que garantissem a viabilidade econômica da atividade.

Infelizmente este grandioso trabalho não teve a continuidade que deveria


e a nossa aquicultura, que se iniciou com a piscicultura de água doce, ficou
esquecida durante algumas décadas e o seu crescimento ocorreu apenas
pontualmente, mercê de esforços isolados de ´pesquisadores e da iniciativa
privada. Sem dúvida, o principal motivo deste lento crescimento, em um pais com
tão grande potencial, foi falta crônica de respaldo cientifico e tecnológico que
deveria ter sido proporcionado por um sério programa governamental de apoio
a atividade.

A Secretaria da agricultura do Estado de São Paulo e a divisão de caça e


pesca do ministério da agricultura e pesca, foram os primeiros órgãos
governamentais a demonstrar alguma preocupação com a piscicultura de água
doce, fazendo o fomento da criação da carpa comum no vale do paraíba, em
São Paulo e, nos anos 50, as importações da tilápia pela light, em São Paulo e
de ovos embrionados de truta, cujas larvas foram soltas, com algum sucesso,
em pequenos riachos das serras da Bocaina e da Mantiqueira (Azevedo et al...
1961).

Esse esforço inicial resultou, mais tarde, na criação das Estações de


piscicultura no parque Estadual de Campos do Jordão e na fazenda do Instituto
de zootecnia de Pindamonhangaba ao mesmo tempo, na regiõa Nordeste, o
DNOCS continuava o trabalho de fomento com a produção de alevinos nas
Estações de piscicultura de Amanari, Lima Campos e pentecostes, com a
mesma técnica de hipofisações que Ihering havia iniciado na década de 30,
naquela região (Fontenele, 1981,1982; Tigre, 1982).

Em Janeiro de 1962, com a intenção de dinamizar o setor pesqueiro no


brasil, o Governo Federal criou a SUDEPE-Superintendência do
desenvolvimento da pesca, autarquia vinculada ao ministério da agricultura pela
Lei Delegada nº 10. No entanto, a SUDEPE foi sempre um órgão muito sujeito a
injunções políticas e teve suas ações voltadas prioritariamente para a pesca,
estendida como captura, sendo a aquicultura constantemente relegada para um
segundo plano.
Em 27 de fevereiro de 1967, foi editado o primeiro código Nacional de
pesca, através do D.L. nº 221 (Martins de Proença, 2000). Até então a
aquicultura praticamente inexistia em nosso país e, uma vez mais, esse Decreto-
Lei se preocupava mais com a pesca extrativa. Nesse mesmo ano foi aprovado
o FISET-PESCA – Fundo de investimento setorial, que estabelecia incentivos
fiscais para estimular a pesca e a aquicultura. Como o segmento pesca se
encontrava mais organizado, este instrumento foi direcionado pela SUDEPE a
essa atividade, privilegiando os recursos para a aquisição de embarcações e
construção de plantas processadoras de pescado. Infelizmente, a falta de um
embasamento sobre a dinâmica populacional das espécies de interesse
econômico não possibilitou o dimensionamento mais realista dos nossos
estoques pesqueiros, e levou o insucesso a maioria desses projetos incentivados
na área pesqueira. Como à época ainda não se dispunha de tecnologia que
pudesse respaldar os investimentos na aquicultura, foram aprovados pela
SUDEPE, um único projeto de criação de peixes (tilápia na região de Campinas,
SP), e outro de camarão de água doce, nas proximidades da cidade de Aracruz,
ES. Esses projetos, também por falta de tecnologia e de planejamentos
adequado, também não lograram sucesso financeiro.

No anos 80, foram disponibilizados novos recursos que teriam como


objetivo a instalação de aproximadamente 100.000 há de viveiros de camarões
no pais todo. Foram construídos cerca de 4.000 há na costa nordestina, mas
apenas metade desses viveiros foi povoada com camarões. Os motivos de mais
essa grande frustação foram, além da falta de tecnologia de criação, suprimento
insuficiente e irregular de pós-larvas, ração de baixa qualidade aliada à falta de
uma estrutura de processamento e distribuição das safras produzidas.

No ano de 1.990 foram extintos a SUDEPE e o instituto brasileiro do


desenvolvimento Florestal(IBDF), E o instituto a partir do aproveitamento da
estrutura e dos quadros funcionais dos dois órgãos, o instituto brasileiro do meio
ambiente e recursos naturais (IBAMA), Órgão vinculado ao recém criado
ministério do meio ambiente -MMA. Esta infeliz decisão tornou o Brasil único pais
do mundo onde a aquicultura, uma atividade agropecuária, zootecnia, saiu da
pasta da produção, passando à coordenação de um órgão cuja função precípua
é ordenamento ambiental.
Insucessos, más decisões e descaso político à parte, reconhece-se que os
fatos relevantes e decisivos para o “start-up” do setor ocorreram na década de
70. Com efeito, em 1970, na secretaria de agricultura do Estado de São Paulo
foi criado o instituto de pesca e, no final daquela década, a ant5iga Estação de
biologia e piscicultura de Pirassununga era transformada no CERLA – Centro
Regional Latino- Americano de aquicultura , financiado pelo o governo brasileiro
e com o apoio tecnológico da FAO, para a capacitação em aquicultura,
financiado de técnicos do brasil e de roda a América Latina, A partir da década
de 70, começaram também a ser implantados cursos de graduação em zootecnia
e engenharia de pesca, o que deu início a capacitação de técnicos com a
formação de área de produção de organismos aquáticos.

Foi também no final da década de 70 que o domínio das técnicas de


reprodução induzida e propagação artificial do tambaqui (Da Silva et al, 1977) e
do pacu, no início da década de 80 (Castagnolli & Donaldson, 1981), ensejaram
a expansão da piscicultura de espécies nativas, movida pelo o crescimento um
tanto desordenado dos “pesqueiros “ou pesque- pague, que trouxeram a
motivação econômica que faltava à atividade. Mais tarde, no final dos anos 80,
foram criados os dois primeiros cursos de Pós – Graduação em aquicultura no
brasil: no centro de aquicultura da UNESP, em Jaboticabal, SP, com atenção
voltada prioritariamente para as águas interiores, e no departamento de
aquicultura da Universidade Federal de Santa Catarina, com foco direcionado
para a maricultura, com ênfase na carnicultura e produção de moluscos.

Estes fatos começaram a proporcionar à aquicultura nacional o


necessário respaldo cientifico e tecnológico que, somados á impulsão dada
pelas empresas que começaram a investir na produção de insumos (rações,
principalmente) e de equipamentos para o desenvolvimento sustentável e
irreversível e que deverá colocar o brasil na posição de destaque entre os
maiores produtores mundiais de pescado, a exemplo do que ocorre na
carnicultura marinha, que experimenta, no momento, crescimento a taxas
superiores a 30% ao ano.
Panorama da produção aquícola no mundo e no Brasil

A pesca possui uma indiscutível importância para segurança alimentar do


planeta, porém ela está enfrentando um sério problema: o esgotamento dos
estoques pesqueiros em nível mundial. A crise global do setor pesqueiro tem
afetado profundamente a qualidade de vida dos povos que vivem dela, mais
especificamente dos pescadores artesanais. Este fato reveste-se de gravidade
considerando-se que no mundo todo existe cerca de 10 milhões de pescadores
artesanais.
Sabemos que a aquicultura além de apresentar uma inegável capacidade
de gerar empregos diretos e indiretos para comunidades de pescadores
artesanais, ela ainda produz alimentos de alto teor proteico. Em princípio, esta
atividade pode contribuir também, e de forma bastante expressiva, para a
contenção dos processos de degradação acelerada desses ecossistemas.
Nas últimas décadas, a aquicultura tem se desenvolvido simultaneamente
através da diversificação do tipo de espécies cultivadas e do incremento da
produção das principais espécies existentes.
Por estes motivos, um número cada vez maior de países vem dedicando-
se ao cultivo de organismos aquáticos de alto valor econômico.
Segundo dados da FAO (2016), a produção mundial da aquicultura, subiu
par 110,2 toneladas, com um crescimento anual de 5,85% entre 2001 a 2016.
A piscicultura brasileira cresceu 4,9% em 2019 com 758.006 toneladas
produzidas, com a tilápia permanecendo como a principal espécie, conforme
dados do Anuário 2020 da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
Os peixes nativos fecharam o ano de 2019 representando 38% da
produção nacional e as demais espécies com 5%.
Para percebermos como este valor de crescimento é significativo vamos
comparar com outras atividades:
• Criação de gado: a taxa de crescimento não ultrapassa 3% ao ano;
• Pesca: a captura/coleta de organismos aquáticos utilizados como recursos
pesqueiros, apresenta uma taxa de crescimento de 1,5% ao ano.
Hoje, aproximadamente 16% da proteína animal consumida pela
população mundial são provenientes dos pescados, e mais de um bilhão de
pessoas têm o peixe como principal fonte de proteína animal.
A população mundial vem aumentando ano a ano, e isto explica o fato do
consumo de pescados ter aumentado. De 40 milhões de toneladas em 1970
subiu para 86 milhões de toneladas no ano de 1998 (Dados da FAO). Em termos
de recursos financeiros gerados, a produção aquícola triplicou, passando de US$
13,1 bilhões/ano em 1984 para US$ 39,8 bilhões em 1994.
Na década de 60, a aquicultura tornou-se uma significante prática
comercial na Ásia onde nos primórdios era realizada principalmente em pequena
escala pelas comunidades locais para produção de comida, por muitos séculos.
Nos últimos anos, a produção aquícola cresceu significativamente. Em
1970 girava em torno de 4% de toda a produção de pescado comparado com
27,3% em 2000 e 5,8% em 2016.
A Ásia é o maior produtor mundial de pescado proveniente da aquicultura.
O maior número de cultivos e de produção de organismos aquáticos encontra-
se neste continente. Em 2002, mais de 70% da produção mundial de aquicultura
estava concentrada na China (FAO 2002).
Os maiores produtores mundiais são: China (28 milhões ton), Chile (550
milton) e Estados Unidos (498 mil ton), respectivamente (FAO 2002).

Fonte: www.fao.org/publications/es
Grupos de espécies mais produzidas no mundo são: carpas, ostras,
salmonídeos, camarões, mexilhões, vieiras e tilápias. Com um total mundial de
aproximadamente 52 milhões de toneladas (FAO 2002).
Em 2016 a produção mundial aquícola foi de 110,2 milhões de toneladas,
a produção de peixes cultivados foi de 54,1 milhões de toneladas

Fonte: www.fao.org/publications/es
Questionário N° 1

Procurar o significado das palavras

FAO
Recursos Pesqueiros
Monções
Dique
Peixes reofílicos
Piracema
Peixamento
Carcinocultura
Malacocultura
Mitilicultura
rizipiscicultura
Atividade de Aprendizagem

a) Relacione as colunas abaixo


(1) Aquicultura
(2) Pesca
(__) É cultivo de organismos aquáticos, incluindo peixes, moluscos, crustáceos,
plantas aquáticas, entre outras espécies.
(__) Captura de organismos aquáticos utilizados como recursos pesqueiros da
natureza sem o seu prévio cultivo.
(__) Pode ser de subsistência, artesanal, industrial ou amadora.
(__) Implica em propriedade individual ou corporativa dos estoques cultivados
b) Quem introduziu a aquicultura no Brasil?
c) Que espécie de truta foi trazida para o Brasil na década de 40?
d) Qual o nome do pesquisador brasileiro que desenvolveu a técnica de indução
a desova em peixes reofílicos.
e) Quanto cresceu a produção aquícola brasileira em 2019.
f) Mencionar os grupos de peixes mais produzidas no mundo.

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