PAGINA DE INTRODUÇÃO
vermelhos). Segundo as normas do padrão
LEBISTE
(Poecilia reticulata)
Um peixe de água doce presente em
quase todos os aquários do mundo: Lebiste ou
Guppy, como é conhecido internacionalmente.
Ele pode ser encontrado desde o norte da
América do Sul, seu local de origem, até
Singapura, USA e Europa (Inglaterra e
Alemanha se destacam), onde há exposições
especializadas e padrões oficiais que definem
as características de cada variedade. No Brasil,
apesar do grande número de criadores e da
grande procura de exemplares, não há
exposições e muito menos padrões oficiais
ou associações. E os especialistas são raros.
O fascínio do hobby está na beleza que se
pode atingir com cruzamentos selecionados,
obtendo-se uma enorme variedade de caudas e
cores nos machos e pela relativa simplicidade
na criação, pois ele se adapta bem a meios
diversos, tolera alimentação irregular e se
reproduz facilmente. Os animais selecionados
são mais sensíveis.
Macho Fêmea
Espada Inferior Nadadeira
Longa
1. Lebistes Selvagens
No seu habitat natural (lagos e rios) o
Lebiste macho apresenta uma cauda pequena,
que pouco lembra aquela obtida através dos
processos de seleção. Mesmo com relação às
cores conseguiu-se um grande número de
variações. Pode-se encontrar Lebistes
vermelhos, azuis, pretos, amarelos, arlequins,
verdes, dourados, fantasia, cobra e albinos
(ausência de pigmentação melânica, olhos
inglês, os Lebistes são julgados de acôrdo com
o corpo, as barbatanas caudal e dorsal, o
estado, o comportamento e a cor.
SELEÇÃO
2. Cobra Metálico
uando se cruza um Lebiste cinzento com um
Lebiste albino, não se obtém uma “mistura”
pura e simples dos dois (cinzento claro), mas
sim um exemplar semelhante ao cinzento. O
mesmo acontece quando se cruza um dourado
com um cinzento: o resultado é cinzento. Isto
se explica geneticamente. Quando duas
características diferentes são combinadas para
dar origem a uma nova geração, aparece uma
das características originais e não uma mistura
delas. As características que prevalecem são
chamadas de dominantes, as outras são
recessivas. Estas, no entanto, estão na
configuração genética da nova geração.
Significa dizer que, para uma geração seguinte,
existe a possibilidade delas se manifestarem.
No cruzamento de dois heterozigotos (com
características dominantes) obteremos 25% de
albinos, 50% de heterozigoto e 25% de
cinzentos.
Uma maneira de aprimorar o Lebiste e
cruzar o melhor macho com as melhores
fêmeas. Deve-se comprar um bom casal, o que
no Brasil se torna um pouco difícil, dada a
dificuldade também de se saber com precisão
se o peixe apresenta realmente as
características genéticas que nos interessam.
Cruzamentos consangüíneos (aparentados)
realizados de forma controlada, tendem a
aprimorar a raça, possibilitando concentração
de determinadas características desejáveis.
Exemplares obtidos a partir de cruzamentos
controlados, preferencialmente consangüíneos,
teriam o chamado sangue puro, quer dizer de
criação pura.
3. Mesclado, macho
A tendência nos cruzamentos sem controle,
como acontece entre os aquaristas
amadores, é a degeneração dos exemplares
depois de algumas gerações: ocorrem
descolorações, aumenta a sensibilidade às
doenças, a coluna vertebral fica “ondulada”,
dando uma péssima movimentação ao peixe.
Isto por que cada exemplar possui um certo
número de genes chamados deletérios , ou seja,
que apresentariam tendências a certos tipos de
problemas. Quando há uma consangüinidade
muito grande, a possibilidade dos progenitores
portarem características semelhantes é maior,
havendo, portanto, condições para que estes
problemas transpareçam. Deve-se, caso se
queira uma criação de boa qualidade, cruzar
sempre com critérios, evitando
promiscuidade, utilizando somente Lebistes
que possuam características que se quer manter
ou desenvolver.
Em razão dos Lebistes serem atualmente
uma enorme mistura de caracteres de todas as
variedades, são necessárias várias gerações
para se fixar um certo número de caracteres
raciais. Os cruzamentos consangüíneos são
importantes para se evitar caracteres confusos.
A CRIAÇÃO
O Lebiste é ovovíparo: os embriões
desenvolvem-se dentro de ovos no útero
materno, sendo expulsos pela mãe quando
já estão aptos para nadar e com alguma
capacidade para se defender. A mãe, mesmo
alimentada, quererá come-los; recomenda-se o
uso de criadeira, encontradas nas lojas
especializadas, para o isolamento da fêmea, ou
plantas como Cabomba, Elódea, etc... onde os
filhotes possam se refugiar.
Os espermatozóides masculinos mantém-se
em estado latente no corpo da fêmea, podendo
dar origem a novas crias, mas, se ela for
fecundada logo após o nascimento de uma
ninhada, o esperma novo irá se sobrepor ao
anterior.
Espada Inferior Cauda Véu
Cauda Delta Dupla Espada
Cauda Lira Espada Superior
a
Cauda Leque Selvagem
4. Tipos de Caudas
A primeira atitude para uma boa criação é a
separação dos exemplares, antes de estarem
amadurecidos sexualmente (o que ocorre entre
os 30 e 60 dias. O macho possui o corpo
menor e a cauda maior e colorida, as fêmeas
possuem o corpo maior e apresentam um ponto
escuro no ventre e não são coloridas. Se houver
algum erro na separação corre-se o risco de se
ter todas as fêmeas grávidas de apenas um
macho. No caso de dúvida na separação,
considere como sendo macho o indivíduo
duvidoso.
Alguns criadores acham que juntar todos
os machos em aquários onde não haja fêmeas
tem também a vantagem deles se
desenvolverem com maior rapidez.
É desaconselhável esperar que o macho se
desenvolva completamente para introduzi-lo
junto à fêmea. A cauda e a nadadeira dorsal,
muito desenvolvida, seriam um empecílio para
a fertilização
O macho fica muito lento e não consegue
perseguir a fêmea para o acasalamento. Por isso
a compra de um exemplar plenamente
desenvolvido, para ser um reprodutor, não é
aconselhável. Se o macho for colocado junto a
fêmeas bem desenvolvidas, ficando com elas
uma semana, todas estarão fertilizadas. O ideal
é separa-las em recipientes individuais; o ciclo
ovulatório do Lebiste é de 26 a 28 dias ,
portanto, poderão criar uma vez ao mês.
CUIDADO NA CRIAÇÃO
Alimentação; Uma boa dieta para o Lebiste
consiste em alimentos vivos como a artemia
salina, Dáfnias, larvas de mosquitos, tubifex,
etc... Outras opções como alimentos secos,
flocados, granulados também são bem aceitos
pelos peixes. Devem ser ministradas de 2 a 3
refeições diárias.
Temperatura e pH; A temperatura devera
variar entre 25 a 30 graus e o pH deve se
manter entre 7 e 7,2.
Doenças comuns: São aquelas produzidas por
fungos. A Saprolegnia (mancha branca na
pele), fungos da boca (pequenas manchas
brancas na boca que impede o peixe de se
alimentar e fechar a boca), fungos nas
nadadeiras. Quando um peixe apresentar
sintomas de doenças, deverá ser mudado de
ambiente.
Temperamento: Não é tímido nem agressivo,
mas a presença de peixes maiores deve ser
evitada. É um peixe alegre e bem humorado;
não para de nadar em perseguição à fêmea. Não
é territorial.
CRIAÇÃO E SELEÇÃO
Quem já viu um Lebiste em seu habitat natural
dificilmente acredita que aqueles pequenos
peixes de cauda pequena deram origem aos
exemplares de caudas grandes e coloridas,
encontrados nas loja do mundo inteiro. Na
verdade, qualquer aquarista paciente e
perseverante poderá desenvolver estes belos
exemplares a partir dos Lebistes encontrados
em vários lagos e rios da América do Sul. Em
São Paulo, por exemplo, eles são facilmente
encontrados na represa Billings e no lago do
Parque Ibirapuera e, no Rio de Janeiro, no lago
do Jardim Botânico, isso sem falar de outros
lagos e rios do Brasil inteiro.
As variedades mais difundidas são os
portadores de cauda grandes com cores vivas.
No entanto existem outras variedades que
apresentam caudas das mais diferentes formas
PONTO ESCURO DIFERE O SEXO
A separação entre machos e fêmeas da prole de
Lebistes deverá ser precoce. Já nas primeiras
semanas de vida será possível a distinção do
sexo pela observação do ponto escuro
existente na região anal das fêmeas. Se você
tiver dúvidas quanto ao sexo de um
determinado peixe, considere-o como sendo um
macho. Isto deve ser feito porque, caso seu
peixe seja na verdade uma fêmea, você terá
somente uma fêmea fecundada dentro do
aquário de machos. O contrário, isto é, se você
colocar um macho dentro do aquário de
fêmeas, todas elas serão fecundadas. No caso
deste macho não possuir qualidades, sua
criação estará perdida.
Nos cruzamentos, utilize sempre os melhores
exemplares, para conseguir melhores filhotes a
cada ninhada. Há criadores que se utilizam do
retrocruzamento, ou seja, cruzam pai com filha,
irmã com irmão, pais e netos. Esse sistema
propicia a fixação dos caracteres bons e ruins,
devendo-se, portanto, ser cauteloso ao se usar
esse método.
OS AQUÁRIOS PODEM SER PEQUENOS
Os aquários de Lebistes poderão ser pequenos,
de 20 a 40 litros e bem iluminados, com
lâmpadas de 40 ou 60 watts, acesas durante 12
a 14 horas diárias. A temperatura da água deve
ser mantida entre 22 e 28 graus, com o uso de
aquecedores, lembrando que quanto mais alta a
temperatura, mais rápido será o crescimento ou
o período de prenhez, embora haja uma
diminuição na longevidade (tempo de vida) do
peixe.
5. Lebiste Fantasia, macho
O Lebiste é um peixe gregário (que vive em
cardumes) mas, para seu bom desenvolvimento
não deverá haver mais de 10 adultos em cada
50 litros de água. Os alevinos viverão melhor
em aquários de 100 a 200 litros, onde o risco de
concentração tóxica de algumas substâncias é
menor. A água poderá ser ácida, alcalina ou
neutra, porem mudanças bruscas não serão
toleradas, levando com freqüência o peixe à
morte. A água acidificada (com matéria vegetal
em decomposição) possui ácido tânico,
produzido durante o processo de
decomposição. Este ácido é bacteriostático, ou
seja, previne uma doença freqüente em
Lebistes de cauda longa que é a infecção
bacteriana, principalmente das extremidades
das nadadeiras. Cabe ressaltar, no entanto, que
vários criadores dão preferência à água alcalina
que, em regra, é preferida pelos Poecilideos
(família a qual pertencem os Lebistes e também
os espadas, platis, molinésias, etc...
O NITRATO PODE SER LETAL
Uma peculiaridade dos Lebistes é a de
possuírem sua sensibilidade aumentada quando
em concentração de nitrato superiores a 0,3
p.p.m., que podem ser letais. Para evitar isso,
três cuidados devem ser tomados:
a)-A água dos aquários (sem o uso de filtro
biológico) deverá ser trocada parcialmente (3/4
do volume) semanalmente, quando se proceder
à sifonagens, ou em limpezas diárias, até que
ao final de uma semana tenha se somado o
volume necessário (3/4).
b)-Não deverá haver restos de alimentos ou
excrementos no fundo (serão removidos por
sifonagem quando necessário).
c)-As plantas são muito úteis na absorção do
nitrato. Podem ser do tipo flutuante (aguapé,
santa luzia, repolho d'água), do tipo que não
necessita fixação no solo ( Elódea, Cabomba,
nitela) ou do tipo que necessita fixação
(Valisnéria, Sagitária, higrófila). Nesse último
caso devem ser utilizados potes de barro ou
plástico para planta-las já que no aquário de
Lebistes não devem existir areia, cascalho ou
pedras no fundo.
SAL PREVINE DOENÇAS
Uma boa forma de prevenção de doenças no
aquário de Lebistes é o uso de 2 gramas de sal
grosso por litro de água. Nesse caso porém, não
se fará uso de plantas pois estas não
sobreviverão à salinidade.
Com a seleção os Lebistes tornaram-se
peixes muito belos porém sua resistência às
doenças foi sendo perdida. Sendo assim, os
Lebistes “de raça” são muito susceptíveis à
doenças, em especial às causadas por bactérias
e fungos. As bactérias se multiplicam mais
sempre que encontram um substrato para se
fixarem, tais como pedras, cascalho, dejetos,
resíduos de comida, etc...Por esse motivo é que
o aquário deve ser isento desses substratos e as
plantas caso existam devem ser plantadas em
potes.
Numa pesquisa realizada por Lear Johns
Robins, comparando dezoito tipos de dietas
com relação ao número de alevinos na prole,
verificou-se que os melhores alimentos são:
minhocas, coração de boi e espinafre. É curioso
ressaltar que, com o uso concomitante desses 3
alimentos, obteve-se uma reprodução de
alevinos 3 vezes maior que com a fórmula
famosa de Miron Gordon. Deve-se lembrar
ainda que os alevinos deverão ser alimentados
o maior número de vezes possível durante o
dia, com pequenas quantidades de alimento.
Outros alimentos recomendados para os
Lebistes são Dáfnias, Artêmias, larvas de
mosquito, Tubifex (em pequenos pedaços,
microvermes, fígado de galinha, aveia, fubá,
alimentos em pó da linha infantil, batata cozida
e amassada, além dos alimentos encontrados
em lojas especializadas. É útil que se varie a
alimentação durante as refeições.
5A.Cobra Vermelho
6. Lutino (olhos vermelhos, albino)
O Lebiste é um dos peixes mais lindos.
Chama a atenção pela sua beleza, facilidade de
reprodução e manutenção. Em popularidade,
eqüivale ao peixinho dourado. É difícil um
aquarista que não tenha tido algum contato ou
mesmo tenha reproduzido esta jóia do aquário.
O Lebiste é considerado um peixe muito
resistente e ideal para o iniciante.
Esse peixinho dificilmente ultrapassa os 5
cm de comprimento. Os machos são
normalmente menores que as fêmeas, que
possuem o corpo maior e são mais roliças pelo
número de óvulos ou alevinos que carregam em
sua barriga (eles são ovovivíparos).
Nos meus 20 anos em contato com a
aquariofilia, lembro de ter visto em criações
profissionais fêmeas enormes, de até 8cm, fato
muito raro hoje em dia. Os machos, apesar de
possuírem o corpo menor, tem a cauda muito
maior, coloridas em várias cores.
Os Lebistes também são famosos por
serem muito prolíferos, sendo que uma fêmea
pode parir entre 15 e 150 alevinos, a cada 30
dias, tempo necessário para completar o ciclo
ovulatório.
020. Lebiste Cobra vermelho - Russo
Adoram aquários bem plantados onde seus
filhotes podem se refugiar dos adultos
esfomeados. Quando o ambiente está
equilibrado, dentro dos parametros mínimos
necessários, os Lebistes são muito alegres,
proporcionando verdadeiras algazarras em suas
correrias pelo aquário. Sua obsessão é
perseguir a fêmea. Exceto quando está se
alimentando ou dormindo, não perde um
segundo sequer, todo o seu tempo é destinado a
perseguir as fêmeas. Aconselhamos manter
sempre um número maior de fêmeas, para que
estas não se estressem em demasia, sendo a
proporção ideal de 1 macho para cada 3
fêmeas.
Com os cruzamentos efetuados, as cores
dos Lebistes se tornaram incontáveis, ainda
mais se combinadas com os tipos de caudas
existentes.
Ha algum tempo atrás, a grande sensação foi o
Lebiste na variedade Neon Blue, ou azul
metálico, para nós, sul americanos. Esse
Lebiste apresentava metade do corpo na cor
negra e a cauda de um azul metálico forte,
raiadas em tom de azul mais claro.
Atualmente, os Lebistes que estão mais
na moda, no mundo todo, são os de nadadeiras
em véu, chamado de Guppy Berlim na Europa
e EE.UU.. Esse Lebiste possui todas as
nadadeiras desenvolvidas, inclusive
gonopódio, tornando-o estéril.
O cruzamento de Lebistes albinos com essa
variedade de nadadeiras compridas tem
produzidos verdadeiras preciosidades,
vencedoras de importantes campeonatos
internacionais, nos quatro cantos do mundo.
Infelizmente tanto a variedade Berlim, como a
Albina, foram e são um fracasso de vendas aqui
no Brasil. O Lebiste é considerado um peixe
para iniciantes, portanto as cores mais escuras e
definidas são mais populares
consequentemente, comercialmente mais
viáveis. As nadadeira compridas, no Berlim,
são consideradas pelos neófitos como um
“defeito de fabricação” e não são vistos como
uma obra de arte da natureza. Infelizmente.
021.Lebiste Pastel 3/4 Negro
Essa procura por Lebistes comuns,
considerados pelos profissionais como “feijão
com arroz" desistimula os profissionais a
procurarem novas variedades, pois não podem
prever se o resultado será satisfatório e terá
aceitação, pois para o profissional, o retorno
precisa ser satisfatório, porque toda nova
variedade que surge depende de investimento e
dedicação. Assim o aquariófilo mais adiantado
que procura novas variedades fica sem poder
possui-las, pois no Brasil é só “feijão com
arroz”.
022 .Lebiste variedade Fantasia.
O Lebiste não requer aquários enormes, mas
quanto maior puder ser, melhor para os
o peixinhos. Gosta de nadar perto da lâmina
d'água, à procura de alimento e pequenos
farelos. A lâmina d'água não precisa ser muito
profunda e ao contrário, a superfície deve ser
grande.
Em Singapura, o maior produtor de Lebistes do
mundo, costuma-se cria-los em enormes
tanques, com uma lâmina d'água de apenas 30
cm.
e,
023. Cruzamento de Arlequim x Fantasia
Para se reproduzir o Lebiste é necessário
aquários individuais, destinados
exclusivamente à reprodução, se você quiser
tirar exemplares puros, caso contrário poderá
ser efetuado o acasalamento em aquários
comunitários.
Caso queira fazer alguns acasalamentos para
tirar Lebistes de raça, é necessário um espaço
razoável e alguns aquários, porque a criação é
como uma bola de neve. Você começa com um
casal e logo tem 300 peixinhos dentro de casa.
Com o nascimento da prole, ao separar os
peixes, nunca deixe peixes de idade diferente,
peixes grandes com pequenos, pois a tendência
é os grandes crescerem e os pequenos ficarem
raquíticos. Isso porque os grandes consomem
todo o alimento oferecido, não deixando nada
aos pequenos.
A alimentação pode ser ração flocada,
granulada, alimentos vivos, coração de boi,
coração de peru, de galinha, espinafre, ovo
cozido, artemia salina, etc... O Lebiste é
onívoro, come de tudo.

024.Lebiste Cobra, macho
Vale a pena criar o Lebiste,
comercialmente, profissionalmente? O retorno
é garantido?
Estas são perguntas que você ouve quase que
diariamente. Para poder responde-las, temos
que analisar vários aspectos.
O primeiro a ser analisado, é o tempo
disponível. Se você tem o tempo, tudo bem,
ótimo. Tempo disponível para piscicultura é 24
h por dia, porque criação de peixe você não
pode deixar na mão de empregado ou amigo. É
você que deve ficar pajeando os peixinhos.
O segundo é o espaço. Nem comece se o
seu espaço disponível for de 3 x 4. Já falei
anteriormente, que criação de peixe é como
bola de neve, cresce sem cessar.
025.Variedade Fantasia Mozaico
Além desses dois aspectos, que são
primordiais, existem outros, tais como,
disponibilidade financeira, experiência com
piscicultura, disponibilidade de água,
localização próxima dos centros consumidores,
etc....
Se todas as respostas forem satisfatórias,
posso afirmar, com certeza, que a criação de
Lebistes é um excelente negócio, pois a
demanda por peixes de boa qualidade aumenta
a cada dia e os bons criadores são poucos.
026.Neon Blue Tuxedo
Para os que estão pensando em se iniciar no
ramo, preparem-se: a maior dificuldade na
criação do Lebiste é a Genética do peixe.
O fato dele ser prolífero, não é vantagem, pois
para manter uma linhagem pura, às vezes, de
100 alevinos, apenas 10 são aproveitados.
O Lebiste possui um alto grau de
degeneração e a cada 3 ou 4 geração necessita
de sangue novo, para promover o inter-
cruzamento a fim de renovar e fortalecer os
padrões originais.
027.Variedade de Lebiste Berlin Cobra. No
Berlim o gonopódio é alongado.
Qualquer literatura que você consulte, o
Lebiste é citado como peixe fácil de ser criado,
indicado, inclusive para iniciantes. Podemos
constatar, através deste artigo, que este peixe
não é precisamente a espécie fácil que qualquer
um pode criar. Pelo contrário, é um ser
delicado que, se quisermos reproduzi-los,
mantendo a herança genética, deveremos
trabalhar muito com ele; e trabalhar bem.
Há que seleciona-los e alimenta-los
adequadamente, manter a temperatura e pH
dentro das exigências, etc.

028.Delta verde, criado por J.Magnifico
Você percebe, em artigos de revistas
americanas, regularmente se referirem à IGFA
(Federação Internacional do Guppy Fantasia) e
suas exposições. No Brasil este hobby
encontra-se totalmente à deriva. Devido a esse
fato, de não haver uma regulamentação, cada
criador faz suas próprias regras e procura criar
“sua” variedade. É difíc il se criar Lebiste; não
existe uma “raça pura”, como existe para cães,
gatos, aves. Cruzar um Lebiste, não é como
cruzar dois dálmatas ou fila. Se você cruzar
dois dálmatas, você obterá um dálmata; se
cruzar um dálmata com um fila, você terá,
simplesmente, um cachorrinho. Esse
cachorrinho não obterá pedigree, porque existe
um parâmetro, uma raça pura, para poder se
comparar. O caso do Lebiste é o mesmo.
Começamos pelo princípio: a escolha de uma
variedade colorida com a qual vamos trabalhar.
As duas alternativas básicas são a variedade
escolhida ou criar a tua própria cor. A última
possibilidade está fora do âmbito deste artigo,
assim como está fora do alcance da maioria dos
criadores. Onde obter as referências para
observar as variedade já estabelecidas? As
escolhas, geralmente, recaem sobre uma
variedade vermelha, azul, três quarto ou cores
fortes. Compare-se isto com as mais de oitenta
classes de cores que se exibem numa exposição
típica da IGFA. É certo que muitas destas
classes se diferenciam pela cauda, mas ir a uma
exposição dessas é a melhor fonte de
conhecimento. No Brasil, quem já foi? Um ou
dois criadores? E olhe lá.
Bem, vamos supor que tenhas ido a uma
exposição da IGFA e tenhas decidido sobre a
cor com que vais trabalhar. Em busca da
simplicidade, digamos que queremos manter
essa cor, mais do que tentar melhora-la ou
mostrar os teus peixes em competições. Aqui é
onde chegamos ao problema do dálmata e do
fila. Os Lebistes não criam bem. Não importa a
sua origem ou quem seja o criador. Os Lebistes
são, geneticamente, demasiado variáveis.
Segundo algumas estimativas, existe uma taxa
normal de mutação em cada colorido, que pode
chegar a 10%, assim, nas variedades mais
velhas (vermelhos e azuis, por exemplo) e de
melhor qualidade, não se pode esperar mais de
90% de puro-sangue. Nas variedades mais
novas (mistura de amarelo e negro ou branco
com pontos negros) esta percentagem seria
muito mais baixa. Para formar o núcleo da tua
criação, você deseja adquirir as matrizes de um
criador renomado e honesto. Onde encontrar
esse criador? No Brasil você não acha. O IGFA
tem um cadastro de criadores, por variedades e
cores, à disposição dos seus membros; você
localiza e recebe, com aval do IGFA, a
variedade e cor que desejar criar.
Suponhamos que os peixes foram adquiridos.
Como cria-los? em pares, em trios, em
quartetos?
Particularmente aconselho se criar em trios
(um macho e duas fêmeas). Contrariamente às
crenças populares, a razão de se usar um trio de
criação, ao invés de um par, não é para
produzir mais crias. A razão real de por uma
segunda fêmea é o de permitir investigar os
genes portados pelas fêmeas. O que acontece é
que a maioria das fêmeas não tem indicações
dos genes da cor de que são portadoras. O
fenótipo pode não ser uma boa cópia do
genótipo. Uma coisa importante: as fêmeas
devem ser virgens. Uma fêmea já acasalada
pode atrapalhar teus planos. Parece existir
evidências, do fato de que uma inseminação
imediatamente posterior ao parto, implica que o
esperma do último macho, não o original,
fertilizará a geração seguinte. Como quer que
seja, eu não apostaria o meu programa de
criação baseado nesta afirmação. Se o macho
demorar um pouco para fecundar a fêmea, será
que ela não seria fecundada com os
espermatozóides latentes e desconhecidos?

29.Pele de Cobra Listrada, criado J.Magnifico
Outra consideração que temos de fazer: o
lapso de tempo relativamente grande, até que as
fêmeas fiquem aptas a procriarem (6 meses).
Em qualquer literatura você encontra
referência, citando o fato de que, apesar de
atingirem a maturidade sexual precocemente,
nunca acasalar fêmeas com menos de 6 meses.
Eu acasalo as fêmeas com 60 dias. Aos 60 dias
já estão formadas e aptas a acasalarem-se.
Porque eu faço isso? baseado em que? Isso não
resultaria em problemas futuros? Observei, por
acidente, e relacionando o resultado de uma
cria com a anterior, de uma fêmea que se
acasalou, por acidente, aos 60 dias, que a
primeira cria não apresentava traços
indesejáveis e a segunda sim. Realizei mais
dois cruzamentos com jovens e o resultado se
repetiu. Deduzi, então, que os traços
indesejáveis não se manifestariam até a fêmea
completar 5 ou 6 meses de idade.
Outro problema em esperar que fêmeas
completem 6 meses é o fato dos machos
crescerem em demasia (a cauda) e não
acompanharem as fêmeas no momento da
cópula. Com os machos pode se utilizar o
artifício de aparar as caudas, com uma
tesourinha bem afiada, mas já ocorreu de
fêmeas com 6 ou 8 meses de idade perder o
interesse em acasalar.
Um cruzamento precoce pode, também, criar
outros problemas; o Lebiste desenvolve-se
completamente, por fases e sendo assim, pode
esconder problemas que só futuramente,
completamente desenvolvido seriam evidentes.
Então, um belo exemplar jovem, pode ser
portador de defeitos não visíveis, quando
juvenil. E, ao contrário, um “patinho feio” pode
se tornar um cisne.
Para continuar a perpetuação da variedade,
utilizamos dois métodos de cruzamento: a
endogamia e exogamia.
A endogamia é o cruzamento de filhos com
pais, irmão com irmão, netos com avós, etc. É
o cruzamento de indivíduos que tem laços
parentescos. A endogamia é utilizada,
principalmente, para fixar um caractere
desejável, rapidamente; é utilizada para criar
uma nova variedade. Entretanto, as
características indesejáveis fixam-se, também,
facilmente, pelo que a escolha dos criadores é
bastante crítica.
A exogamia é o processo de seleção e
cruzamento entre indivíduos sem nenhum
parentesco, de linhagens diferentes. É utilizada,
principalmente, para introduzir uma
característica desejada numa linhagem já
existente e eliminar traços indesejáveis numa
linhagem estabelecida.
A potencialidade para criar uma variedade
aleatória de cores, formas e características, é
grande com a exogamia e, desse modo, é
melhor ser utilizada por criadores mais
experientes Não gostaria de deixar ao leitor,
com essa afirmação, a impressão equivocada de
que criar bonitos Lebistes está fora do alcance
dos novatos.
30.Albino Vermelho, criado por F.Chang
Muita gente abandona o hobby, em
conseqüência de uma má seleção no princípio,
que ao avaliar o resultado, chegam à conclusão
de que não era bem aquilo que estavam
almejando. Outro fato desanimador é a espera
de seis meses para se efetuar novos
acasalamentos. A criação seletiva de Lebistes é
um jogo de paciência e não espere resultados
positivos antes de 2 anos. Para se chegar a uma
variedade nova a espera é de 3 a 5 anos.
 É uma idéia generalizada considerar o
Lebiste uma espécie adequada para
principiantes. A verdade é que o Lebiste que
hoje encontramos nas lojas não é precisamente
um peixe resistente a condições adversas. A
origem dessa falta de resistência está na
manipulação genética sofrida pelo Lebiste, ao
longo desses anos de “experiências”. A
excessiva consangüinidade existente na
espécie, em busca de caracteres interessantes,
trouxe efeitos colaterais que resultaram nessa
fragilidade que hoje é o Lebiste.
quando crescerem. Pode ser a artemia salina
viva ou congelada. A artemia congelada
(biomassa) custa menos do que qualquer outro
alimento e é muito mais saudável; atualmente
pago R$4,00 (quatro reais) o quilo. Um quilo
contém cerca de 200 mil artemias, o que é
suficiente para alimentar 10 mil peixes durante
um mês. Qualquer que seja a dieta adotada em
sua criação, não deixe de fornecer artemia, pelo
menos duas vezes na semana. Você poderá
verificar a diferença a olhos vistos.
Finalmente quero dizer, que vale a pena o
esforço despendido, o tempo gasto e a
dedicação na condução de um projeto de
criação bem elaborado. Pense, analise e decida-
se pelo caminho mais difícil que é o de criar
Lebistes de alto padrão, caso contrário, dentro
de alguns meses e gerações de peixes você terá
uma bela
criação de Lebistes selvagens.
===============================

031.Delta Púrpura, criado por J.Alderson

Podemos dizer que esta espécie paga um alto

preço pela sua beleza e que as variedades que
atualmente se comercializam, todas elas, estão
sujeitas a todas as doenças dos peixes de
aquário. Não é objetivo nosso, neste artigo,
entrar em detalhes das patologias que afetam os
Lebistes, mas podemos citar algumas, mais
comuns: o íctio, tuberculose, septicemias
(hidropsia), intoxicações diversas e
deformações anatômicas, que são originárias de
diversos fatores.

032.Deltas vermelhos, criados por S.Shubel

Com relação à alimentação do Lebiste, muito

já se falou a respeito e, para não passar em
branco, aconselho todos os criadores a
alimentarem seus Lebistes com artemia salina;
náuplios enquanto são alevinos e adultas
 O CRIADOR
PROFISSIONAL DE
LEBISTE
Importante fonte de divisas em muitos países
do mundo, a criação profissional de Lebistes,
no Brasil, ainda é incipiente e começa a dar
seus primeiros passos. Não se pode compara-la,
por exemplo, com Singapura, o maior produtor
mundial dessa espécie de peixe, ou com a
Alemanha, Japão e China que, juntos, reúnem
um número de criadores muito grande.
Os raros especialista em Lebistes no
Brasil concentram-se, principalmente, nos
estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que não
contam com mais de 30 criadores profissionais.
Mas, a criação brasileira pode atingir margens
respeitáveis de lucro, que variam em função da
escala em que se cria e da qualidade que se
consegue imprimir à produção.
Se a criação a nível profissional é uma
atividade rendosa, isto se deve, basicamente, a
dois fatores: à grande procura pelos aquaristas -
que compõem um mercado altamente receptivo
à essa espécie de peixe - e à facilidade com
que o Lebiste se reproduz. Basta que se
conheça o ciclo reprodutivo desse peixe
tropical, para que se entenda por que a criação
pode ser um bom negócio: quando atinge 3
meses de idade, a criação já está apta a procriar
a cada mês. A primeira cria costuma ter, em
média, de 25 a 80 filhotes e a segunda
geralmente supera a primeira em quantidade.
Cerca de 90% dos alevinos sobrevivem. Com
uma expectativa de vida em torno de 2 anos e
podendo procriar praticamente até morrer (há
criadores que utilizam a matriz até o oitavo mês
de vida, por acreditarem ser esta a idade limite
para garantir filhotes sadios) e com preços que
variam de R$ 1,00 a R$ 2,50 o casal,
dependendo da variedade, o Lebiste torna-se,
portanto, um bom negócio.
TIPOS DE CRIAÇÃO PROFISSIONAL
Há duas formas de criação profissional de
Lebistes: em cativeiro e em tanques. O que
diferencia uma da outra é a escala em que se
desenvolvem. A primeira costuma ser menor,
restringindo-se a aquários e com uma clientela
formada por aquaristas, basicamente. A
segunda utiliza grandes tanques para a
manutenção e reprodução dos peixes com uma
produção destinada sobretudo a lojas de
aquários.
7. Lebiste 3/4 Negro e Azul
Jose da Silva, criador profissional há
cerca de 2 anos, enquadra-se na categoria dos
pequenos criadores. Ele mantém 19 variedades
de Lebistes em 286 aquários, atendendo a cerca
de 400 clientes fichados. Sua meta é ampliar a
criação. Enquanto isso não acontece, ele vai
faturando, por mês, 2 mil dólares. A criação de
Lebistes possibilitou-lhe, também, a compra de
uma casa com 600 metros quadrados. E ele está
apenas começando.
Kazu Hirama dedica-se desde 1977, a
uma também lucrativa criação de Lebistes -
esta em larga escala - em um sítio localizado no
município de Atibaia-SP. “Não fossem as
alterações climáticas, com geadas e trombas
d'água, tão prejudiciais à criação, na certa eu
não faria outra coisa a não ser contar dinheiro” -
diz, bem-humorado. De fato, em um único dia
Hira chega a vender cerca de mil exemplares.
Não se pense, porém, que se pode
conseguir uma boa renda mensal com a
comercialização dessa espécie de peixe antes
de um período de tempo em que será necessário
investir muito dinheiro - empregado sobretudo
na compra de equipamentos e construção de
estufas em que os peixes devem ser mantidos -
e grandes doses de dedicação - fatores
diretamente proporcionais ao tamanho que se
pretende dar à criação.
8. Lebiste Pingu Platina
A criação de Hira - composta de 7
variedades - concentra-se em 10 tanques
retangulares, medindo 6 metros de largura por
30 de comprimento. Metade de cada tanque é
coberto com lona plástica, funcionando como
uma espécie de estufa, onde os peixes
encontram abrigo contra o frio e o vento. Eles
permanecem nos tanques cerca de uma ano.
Após passarem por um processo de seleção,
que leva em conta a qualidade do exemplar,
eles são transferidos para uma grande estufa,
que lhes proporciona um ambiente com as
condições ideais para sua sobrevivência, e onde
eles ficam durante 4 meses. Passado esse
período, os Lebistes já podem ir diretamente
para as lojas que, segundo Hira, os aguardam
em aquários previamente preparados para
recebe-los.
Embora criem Lebistes de maneiras
diferentes, Silva e Hira tem dois aspectos em
comum: nenhum deles possui qualquer
formação biológica - Silva é engenheiro
eletrônico e Hira é lavrador - o que não impede,
contudo, que saibam muito a respeito de
Lebistes. Tanto um como o outro, começaram
suas criações de forma casual. Ambos, no
entanto, viram-se envolvidos na criação
profissional de forma quase compulsiva:
“Quando a criação começou a crescer, me vi
obrigado a vender os peixes para fazer frente às
despesas com alimento e instalações
adequadas”, explica Silva. Hira concorda: “A
criação de Lebistes é uma bola de neve.
Quando começam os lucros, não se consegue
mais frear a criação”. Hira passou do
aquarismo, como mero passatempo, para a
criação em larga escala quase sem sentir. Ele
nem imaginava que, pouco após ter ganho de
um amigo um aquário com um casal de
Lebistes, ele se tornaria um especialista no
assunto. Ele assistiu, entusiasmado, ao
nascimento da primeira cria e não parou mais.
Importou alguns casais dos Estados Unidos e
deu continuidade à criação.
9. Lebiste variedade Cobra, macho
Silva, 28 anos, chinês de Formosa,
radicado no Brasil há 12 anos, também não
pensava na criação de Lebistes senão como
hobby. Seu primeiro casal de Lebistes morreu
antes que a fêmea desse cria. Procurando
entender o que estava errado, começou a buscar
orientação junto a aquaristas, criadores e
lojistas. E constatou, desapontado, que alguns
negavam-se a fornecer informações, enquanto
que outros orientavam de maneira errada,
propositadamente. De fato, os esforços de
alguns criadores em prejudicar os iniciantes
não se limitam a esse tipo de atitude: é comum,
por exemplo, enviarem para as lojas casais
trocados de Lebistes, isto é, a fêmea de uma
linhagem e o macho de outra, o que impede a
perpetuação de uma raça considerada pura. Há,
inclusive, casos de criadores que, ao conseguir
selecionar uma nova linhagem de Lebiste, não
se desfazem do casal ainda que lhes sejam
oferecidas grandes somas em dinheiro. E isto
não apenas para impedir o desenvolvimento
dos concorrentes, mas também por uma
questão de vaidade. . Geralmente, só se
consegue uma nova variedade após inúmeras
tentativas fracassadas e o seu criador
dificilmente abre mão do privilégio de só ele
possuir aquela linhagem. Alguns até preferem
sacrificar as fêmeas excedente de uma cria do
que cede-las a um concorrente.
 CRIAR UMA NOVA VARIEDADE:
DESEJO DE MUITOS

Desde que iniciou a criação, Silva, como

muitos outros criadores, teve, como objetivo
principal, a realização de um grande sonho:
selecionar uma variedade exclusiva de Lebiste.
E conseguiu, há cerca de 5 meses, criar uma
variedade que, embora se assemelhe a outras já 11. Belo exemplar de Lebiste da variedade
existentes, possui características únicas. Como Mosaico
costuma acontecer sempre que se consegue
selecionar uma variedade, a nova linhagem Para evitar a degeneração, ou a perda das
recebeu o nome do seu criador: Silva, um tipo qualidades ou característica primitivas, Silva
de Lebiste de corpo roxo, cauda esmeralda e desaconselha cruzamentos consangüíneos, isto
dorso amarelo-ouro. é, entre exemplares aparentados, embora uma
outra corrente de criadores defenda a
necessidade de se realizar cruzamentos
consangüíneos, de forma controlada, para
aprimorar a raça e fixar as características
consideradas desejáveis.
Na opinião de ambos os criadores, o grande
empecilho para o maior desenvolvimento da
criação de Lebistes, no Brasil, é a inexistência
10. Lebiste variedade Arlequim (Negro de uma entidade que congregue os criadores,
c/cauda vermelha) orientando quanto a técnicas de seleção,
elaborando padrões oficiais e organizando
Para chegar ao Lebiste Silva, foram exposições, a exemplo do que acontece em
necessários seis cruzamentos entre exemplares muitos países.
diversos, num trabalho de seleção que levou ===============================
pouco mais de um ano. A todos que lhe
perguntam qual o segredo para se chegar a uma
nova linhagem, Silva responde,
invariavelmente, que não há mistério algum. “É
preciso, apenas, conhecer um pouco de
genética e aprender com a prática da criação” -
explica. Perseverança parece ser a palavra-
chave que leva à criação de uma nova linhagem
de Lebistes.
Nos cruzamentos entre variedades
diferentes, escolher sempre exemplares com
boa pigmentação, boa abertura de cauda e
coloração uniforme. Mas avisa: às vezes, em
uma cria com 80 filhotes, consegue-se apenas
um casal bom ou mesmo nenhum. Além disso,
só a experiência ditará formas corretas de se
fazer cruzamentos. Isto porque os alevinos
nascem incolores. O aquarista iniciante
portanto, não conseguirá identificar nos filhotes
as qualidades necessárias nos exemplares
machos e fêmeas.
 INSEMINAÇÃO COLETA DE ESPERMATOZÓIDES

ARTIFICIAL EM Coloca-se o macho escolhido sobre um

POECILIDEOS
Os peixes da família Poecilidae, à qual
pertencem o Lebiste, Espadas, Mollys e Platys,
se reproduzem mediante um processo de
fecundação interna e posterior
desenvolvimento dos embriões no interior do
oviduto materno.
Nos machos, a partir da puberdade, a
aleta anal se modifica em um tubo denominado
Gonopódio, que utiliza durante o acasalamento
para penetrar no poro urogenital e depositar o
material espermático dentro do oviduto da
fêmea.
A utilização da inseminação artificial é
importante para realizar o cruzamento entre
indivíduos inférteis, pois são difíceis de se
reproduzirem entre si, por exemplo entre Platys
e Espadas.
Outros casos muito importantes são os
cruzamentos de Espadas Lyra e Mollys
Velífera, em cujos machos o gonopódio se
hipertrofia e deixa de funcionar.
porta objetos e se estende o gonopódio do
peixe; fricciona-se o corpo no sentido
anteroposterior, com uma pipeta de vidro curva
(foto 2). O material obtido forma um círculo de
pequenos pontinhos brancos (foto 3), que é
constituído por numerosas plaquetas de
espermatófaros que contém os espermatozóides
imóveis (foto 4)
13 - Lebiste sendo friccionado para a coleta .
Coloca-se uma gota de água no material
colhido e aplica-se uma leve pressão com uma
espátula ou faca lisa, para que os
espermatófaros se rompam e liberem os
espermatozóides, que se ativam e começam a
vibrar pelos movimentos da sua cauda flagelar
(foto 5).

ANESTESIA

Os peixes devem ser anestesiados, para a qual

se prepara uma solução de 1g de Benzocaína
em l00 cm3 de álcool; em seguida se retira 1 14 - Material obtido com a fricção.
cm3 desta solução e se dilui em 100 cm3 e 150
cm3 de água, dando-nos uma solução de: 1 em
10.000 e 1 em 15.000, que utilizaremos em
seguida.
Os peixes introduzidos nessa solução
devem ficar imóveis e perder o equilíbrio, em 15 - Plaquetas de espermatófaros
aproximadamente 1 a 2 minutos.

16 - Espermatozóides liberados se
movimentando.
Foto 12 - Peixes anestesiados.
 As técnicas utilizadas por esses dois
INSEMINAÇÃO Doutores em zoologia, nada mais é do que a
utilização de técnicas já existentes, que eles
Tenha à mãos, previamente, uma pipeta de adaptaram aos pequenos Lebistes e estão
vidro muito fina, com 0,1 a 0,3 mm de conseguindo criar peixes de qualidade em
diâmetro. Na ponta superior se coloca um conta quantidade. Aos piscicultores ornamentais
gotas, adaptado que servirá para coletar o basta adaptar tecnologia que são aplicadas à
material a ser introduzido na fêmea. grandes animais, e utiliza-las em peixes
Coloca-se a fêmea sobre um chumaço de ornamentais.
algodão umedecido (a fêmea também deverá Hipofização, hormônios, inseminação artificial,
estar anestesiada). Com a pipeta preparada se reversão sexual, etc.... são tecnologia
toma uma parte dos espermatozóides e se disponíveis; porque não utiliza-las em peixes
introduz a ponta da pipeta no poro urogenital ornamentais
da fêmea. O poro urogenital se encontra ===============================
ligeiramente anterior ao orifício anal da fêmea.
Se penetra a pipeta, sem causar danos aos
tecidos da fêmea, por uns 2 a 4 mm e com uma
leve pressão no conta gotas, na ponta da pipeta,
se deposita o material dentro do oviduto da
fêmea (foto 6 ).
Posteriormente se coloca a fêmea em
água limpa com uma aeração suave até que ela
se reanime e possa ser transferida para seu
aquário definitivo, restando, apenas, observar
os resultados obtidos com a inseminação
artificial.

17 - Fêmea sendo inseminada.

Artigo escrito pelos Doutores Daniel Tejedor e

Dr. Alfio Ramina, da piscicultura “Criadero
Naturalia”, localizado na Argentina.

NOTA DO AUTOR

A ciência tem evoluído, ultimamente, a passos

gigantescos, perdendo , em ritmo de evolução,
apenas para a informática. Temos visto
ultimamente , na TV e Jornais, notícias que
arrepiariam os cabelos de nossos avós:
clonagem, hibridação, alimentos manipulados,
produtos transgênicos, etc....
 O LEBISTE DOURADO
Os estudiosos de piscicultura e
aquariofilia sabem que a genética do Lebiste é
totalmente diferente da dos outros peixes de
aquário, e a genética do Lebiste dourado é um
pouco diferente da dos demais Lebistes.
Nos Lebistes dourados há uma redução de
50% de características melanóforas (pigmento
celular contendo melanina) da variedade cinza.
A perda dos melanóforos, isto é, do pigmento
preto, resulta em Lebistes dourados. São
recessivos do estado primitivo (cinzas). Na
verdade, são mutante recessivos do gene
normal
Dourados, amarelos, creme e também
albinos são o que os cientistas chamam
mutações autossomaticamente ligadas. Um
autossoma é qualquer cromossomo que não
seja um cromossomo sexual.
A hereditariedade transmitida por estes fatores
não é ligada ao sexo e as mutações afetam a cor
do corpo de ambos, macho e fêmeas,
igualmente.
A taxa de cinzas para dourados, é de 3
para 1 (25% de dourados) , na geração F2,
porque o gene dourado é sub-letal, ocorrendo
mortalidade dos filhotes em gestação.
Cruzando um macho verde esmeralda
puro e uma fêmea dourada, virgem (sem
conhecer seus antecedentes), de acordo com a
primeira lei de Mendel, foram obtidos os
seguintes resultados:
-nasceram 50 alevinos, dos quais 30 eram de
qualidade inferior aos pais, 10 eram idênticos e
10 um pouco maiores no tamanho do corpo e
nadadeiras.
-foram separados os últimos 20 exemplares e
alojados em um aquário de 200 litros, plantado
com samambaia d'água. Antes que atingissem a
idade de 2 meses, foi feita a sexagem e
separados em aquários de 80 litros, alimentados
com artemia salina e ração industrializada.
Tempos depois foi feita a classificação
dos referidos peixes e o resultado foi o
seguinte: os machos dourados tinham o dobro
do tamanho dos originais e suas cores muito
mais vivas; os demais tinham o mesmo tipo de
cauda (delta) e as cores variadas, a cauda era
verde claro fosforescente.
As fêmeas douradas apresentavam duas
variedades: inteiramente douradas e douradas
com a cauda e dorsal da cor dos machos.
Algumas tinham a cauda em delta, pigmentada
de preto, com raios azul-esverdeado; outras
apresentavam a cauda redonda e manchas
pretas e verde escuro. Algumas tinham na
nadadeira dorsal a mesma pigmentação da
cauda, outras não.
Após efetuar qualquer tipo de
experiência, o aquariofilista deve aguardar o
tempo correto para o completo
desenvolvimento dos peixes, caso contrário o
resultado poderá não ser confiável.
18.Belo exemplar de Lebiste dourado.
O Lebiste macho se desenvolve em três etapas
que duram em média 9 meses.
Na primeira etapa de desenvolvimento o
crescimento ocorre no corpo todo,
eqüitativamente, dando ao peixe um aspecto de
equilíbrio.
Na segunda etapa ocorre o crescimento da
nadadeira caudal e na terceira etapa ocorre o
desenvolvimento da nadadeira dorsal.
Findada essas etapas o peixe está
completamente desenvolvido, mostrando todo
o seu potencial de beleza, tamanho e cores.
Quanto às fêmeas, o período de maior
crescimento do corpo é até o quarto mês de
vida, todavia a fêmea cresce, em ritmo lento,
até o nono mês de vida. Não se aconselha o
acasalamento de fêmeas antes de completarem
o quarto mês de vida, caso contrário poderão
perder ou diminuir a habilidade de procriar.
Àqueles que pensam em fazer
experiências, cruzamentos, etc..., aconselhamos
que façam anotações de todo trabalho
realizado, pois poderão estar diante de uma
descoberta e sem as devidas anotações o
trabalho não terá validade.

18 A - Dourado perfeito

18B - Belo exemplar de Dourado

==============================
 GENÉTICA DO
LEBISTE DE CAUDA
EM DELTA
Uma das formas de cauda mais populares na
Europa e Estados Unidos, é a cauda em Delta.
Para melhor entender a origem desse tipo de
Lebiste, transcrevemos, abaixo, estudo
realizado, recentemente, na Alemanha.
Para que possamos entender melhor o
trabalho, faz-se necessário que expliquemos
alguns genes e suas características:
019 - Cauda Delta
Gene “Co” - Tipo Coccineus - Este gene está
geralmente ligado ao sexo (cromossomo X).
Fêmeas com este gene possuem caudas
transparentes (não pigmentadas). Os machos
tem somente a extremidade da cauda
transparente, com a base amarelada e salpicada
de pontos pretos.
Gene “Cp” - Este é um gene sem nome,
referente ao pigmento caudal. Na fêmea produz
cauda pigmentada e às vezes, até a nadadeira
dorsal é colorida. Para os Delta só nos
interessam as de barbatanas caudais de
tonalidade acinzentadas e pretas. No macho
produz cauda de coloração azul escuro ou
preta. Geralmente está ligado ao cromossomo
X.
Gene “Ch” - Gene recessivo que não se
manifesta diretamente, mas que influencia
outros genes para o colorido da cauda do
macho. As fêmeas que tem este gene
apresentam o corpo acinzentado e a cauda
descolorida.
Gene “Ds” - O gene da dupla espada. Está
ligado ao cromossomo Y e apresenta-se como
um prolongamento dos lobos superiores e
inferiores da barbatana caudal do macho.
Como veremos adiante, não existe um
gene determinante da cauda em Delta. Esse
fator é determinado pela combinação do
exemplar macho que traz a carga genética da
dupla espada, mais especificamente, o gene
Cp. O macho Delta, apresenta o seguinte
genótipo: X Cp - Y Ds
Na primeira experiência foram utilizados
um macho X Cp - Y Ds e uma fêmea X Ch - X
Ch. Como sabemos o gene Cp, nos machos, é
deslocado pelo gene Ch. É de se esperar que,
nestes cruzamentos, todos os machos sejam do
tipo de cauda dupla espada. A figura nr. 01
mostra o cruzamento feito e os resultados
obtidos estão na tabela I.
Um inesperado 8,4% de machos era de cauda
em Delta, gerados, como foi verificado
posteriormente, pela permuta do gene Cp do
macho para o cromossomo Y, formando
machos de caráter genético X Ch X CpDs, mas
verificou-se, ainda, a influência efetiva do
gene Cp sobre o gene Ds.
Foram realizadas, posteriormente, mais duas
experiências adicionais; uma envolvendo a
geração F da primeira experiência e, outra, com
um macho Delta obtido nas experiências
iniciais, acasalado com uma fêmea igual à mãe.
O primeiro cruzamento foi uma fêmea de
caráter genético Xch Xcp, com um macho
sobre-cruzado de genótipo Xxh YCpDs. Não
foram obtidos duplas espadas neste
cruzamento, provando que o gene Cp era
eficiente no cromossomo Y como quanto no
cromossomo X.
No segundo cruzamento usou-se uma
fêmea Xch Xch e um macho sobre-cruzado
Xch YCpDs; deste cruzamento obteve-se
como resultado uma maioria de machos dupla
espada. Explica-se esse resultado pela hipótese
do gene Cp ligar-se cromossomo X, quando a
fêmea não puder fornecer genes Cp que
evitem aquela migração. Caso contrário isto
não ocorrerá e o gene Cp ligar-se-a ao
cromossomo Y, nos machos, e ao cromossomo
X nas fêmeas, do qual já fazia parte.
 O modelo genotípico do Lebiste de cauda Entretanto, as espadas dos Dupla espadas eram
em Delta é mostrado na figura 2. A tabela II muito mais curtas que o normal. Conclui-se,
traduz, em números totais, as duas experiências com isso, que o gene Co inibe o gene Ds, não
feitas. sendo bom, portanto, para a forma da cauda,
sem contar que inibe a cor. Infelizmente esse
TABELA II gene está presente em todos os Lebistes
Outro fato observado, foi que a qualidade
Experiência nr. 02 da cauda dos Delta começou a declinar,
tornando-se cada vez mais desiguais. Para
X Ch X Cp + X Ch YCpDs corrigir essa anomalia foi selecionada uma
fêmea de genótipo X Ch X Cp, da
29 Machos Cauda Delta experiência nr.01 e acasalada com um macho
00 Macho Dupla Espada Delta da geração F2, resultando, daí, os
37 Fêmeas exemplares esperados (25% de cauda dupla
espada e vinte e cinco por cento de cauda em
Experiência nr.03 Delta).

X Ch X Ch + X Ch YCpDs CONCLUSÃO

02 Machos Cauda Delta Após essas experiências, podemos afirmar

21 Macho Cauda Espada que:
19 Fêmeas -Não existe gene específico para a cauda em
delta no Lebiste. Ela é produzida pela
combinação do gene dupla espada (Ds)
Assim sendo, a geração F2 deveria ter 50% de associado a outros genes, especialmente o Cp.
fêmeas, 25% de machos dupla espada e 25% de -O gene Co é ruim, pois além de inibir o gene
machos delta. Ds, enfraquece as cores.
Para verificar essa afirmativa foi realizada a -O cruzamento do gene Cp do cromossomo X
experiência nr.04, mostrada na figura 2. Os com o cromossomo Y acontece raramente e
resultados estiveram muito perto do previsto e neste caso produzirá pequeno número de deltas
as diferenças ocorridas foram insignificantes. A , quando nenhum era esperado.
tabela III nos mostra o resultado numérico
dessa experiência. -Apenas no caso pouco comum de um
sobrecruzamento, pode-se ignorar a fêmea na
X Cp X Ch + X Cr Y Ds produção dos caudas em delta. Em qualquer
cruzamento (exceto no sobrecruzamento), a
25% de X Cp X Ch fêmea é a única portadora do gene Cp;
25% de X Ch X Ch importantíssimo juntamente com o gene Ds
25% de X Cp Y Ds (que é trazido apenas com o macho), na
25% de X Ch Y Ds formação das caudas em delta.

-Finalmente , o gene Cp é importante para a

Para se verificar o efeito que o gene Co tinha
sobre o gene Ds, cruzou-se uma fêmea de
caráter genético X Cp X Co com um macho
Delta. Esperava-se que 50% dos machos
fossem delta e os outros 50% seriam Xco
Yds. Os resultados da experiência nr.05 não
diferem muito do esperado.
manutenção da cauda em delta, que poderá
deteriorar-se em seu aspecto, caso não sejam
feitos novos cruzamentos que preservem outros
genes Ds, influentes na boa descendência dos
cauda em DELTA.
===============================
 O LEBISTE
PARTE II
1.HISTÓRICO
A primeira notícia que se tem sobre o Lebiste
data de 1859, por intermédio de Jose Anthonio
de Alzate y Ramirez, que efetuou a primeira
coleta e a remeteu para a Europa. Foi então que
o mundo científico tomou conhecimento desse
pequeno peixe, habitante do rio Guaira, em
Caracas, na Venezuela. Essa remessa foi
efetuada para a Academia de Ciências de
Berlin e chegou às mãos do ictiólogo Wilhelm
C.H. Peters, que o classificou como Poecilia
reticulata.
A partir de então o peixinho foi sendo
enviado a várias academias de ciências da
Europa, recebendo diversas classificações e
nomes científicos.
O nome pelo qual o Lebiste é
conhecido mundialmente, foi dado em
homenagem ao reverendo Robert John L.
Guppy, que coletou e remeteu, para
classificação, um lote originário da ilha de
Trinidad.
O Lebiste começou a se popularizar no
início do século, por volta de 1910, época em
que era conhecido como Girardinus guppyi ,
daí sua popularidade mundial por Guppy,
inclusive em diversas regiões do Brasil. Nessa
época o Lebiste já havia sido classificado por
muitos ictiólogos e passaria, ainda, por outras
tantas classificações futuras que, por
curiosidade, citamos abaixo:
a-Poecilia reticulata (Peters) - 1859
b-Lebistes poeciloides (Filippi) - 1861
c-Girardinus guppyi (Guenther) - 1866
d-Girardinus reticulatus (Guenther)
e-Acanthophacelu (Eigenmann) - 1907
f-Acanthophacelus guppii (Eigenmann)
g-Lebistes reticulatus (Regan) - 1913
h-Lebistes reticulatus (Hubb) - 1926
Devido a tantos nomes científicos
dados ao peixinho, em 1963, ictiólogos
americanos fizeram uma revisão na
nomenclatura sistemática e classificaram-no do
modo como havia sido classificado pela
primeira vez, pelo ictiólogo alemão Peters.
Essa é, portanto, a classificação que vigora até
hoje.
O Lebiste é conhecido pelo nome
popular de: Barrigudinho, Guaru, Sarapintado,
Bobô, Lebiste, Gupi, Bandeirinha, etc...
variando muito de região para região.
Atualmente o Lebiste é encontrado, na
forma selvagem, em quase todo o Brasil e
norte da América do Sul, chegando às ilhas de
Trinidad Tobago, Barbados, Suriname, etc....
No Brasil sua disseminação se deve ao extinto
Serviço Nacional de Educação Sanitária do
Ministério da Saúde, para combater os
mosquitos transmissores da Malária e Febre
Amarela.
Tive oportunidade de coletar alguns Lebistes
selvagens no açude da cidade de Condeúba, no
interior da Bahia. Com os selvagens fiz alguns
cruzamentos com fêmeas Cobras, Negras,
etc..., que resultaram, depois de vários
cruzamentos, em Cobras, etc... sempre puros.
Devido à sua adaptabilidade, podemos
encontrar o Lebiste em lugares mais diversos.
Podemos encontrá-lo nas nascentes límpidas do
rio Tietê, como nos locais mais poluídos do
mesmo rio, no extremo Leste da cidade de São
Paulo, em Itaim Paulista. Adaptou-se em toda
orla litorânea do Brasil, onde o pH chega, às
vezes, até a 8,4 e a salinidade próxima à água
do mar.
Enfim, o Lebiste, atualmente pode ser
encontrado no Brasil inteiro, em sua forma
selvagem e domesticado, passando por
cruzamentos, no mundo todo.
2.ANATOMIA/COMPORTAMENTO
O Lebiste, como vários outros peixes, sofre
transformações. A principal transformação no
Lebiste é a modificação da nadadeira anal em
órgão copulador (gonopódio), no macho, sendo
que na fêmea essa modificação não ocorre.
Externamente a anatomia do Lebiste apresenta
a boca, olhos, as nadadeiras Pélvicas, Peitorais,
Anais e Caudal, guelras e ânus.
Os órgãos internos do Lebiste são como na
maioria dos outros peixes. O cérebro é pequeno
e está ligado a um sistema nervoso central,
bastante simples. Este sistema comanda os
órgãos sensoriais, que no Lebiste são bastante
desenvolvidos, tais como os olhos e o paladar,
fato que o leva a preferir e escolher
determinados alimentos.
No sistema digestivo atuam o fígado, pâncreas,
rins, intestinos e o sistema excretor. Sua
digestão é rápida e eficiente.
A bexiga natatória se localiza no
abdômen, um pouco à frente, o que dá ao
Lebiste uma posição ligeiramente inclinada de
nado.
As brânquias são sensíveis e atuam na
respiração, filtrando a água absorvida, retendo
o oxigênio dissolvido na água. Apesar de se
adaptar a ambientes mais diversos, o Lebiste
não tolera o cloro, que destrói os pequenos
vasos capilares localizados nas guelras,
causando-lhes a morte.
As cores dos Lebistes são determinadas
pela ação da luz, que reflete nas microscópicas
células da epiderme, compostas por melaninas.
Quanto ao comportamento do Lebiste,
podemos dizer que é um peixe pacífico, são
muito ágeis, enquanto a cauda não se
desenvolve em demasia, são alegres e nos
transmitem um otimismo muito grande. Na
presença de fêmeas, passam a maioria do
tempo se exibindo, nadando ao seu redor,
mordiscando algas e perseguindo as fêmeas.
Apesar de ser um peixe de superfície na
natureza, em cativeiro perde esse hábito,
passando a habitar todos os locais do aquário.
Acredito ser conseqüência das pequenas
dimensões do aquário o que lhe proporciona
um espaço bastante limitado.
Quando criado em espaços maiores,
como pequenos tanques e lagos, se tornam
territoriais, apesar de serem gregários. Nessas
condições, quando da aproximação de outros
machos, o “dono” do pedaço nos proporciona
alegres e rápidas correrias em perseguição ao
invasor, sem conseqüências danosas a ambos.
O seu comportamento na presença de
outras espécies não se altera, desde que sejam
espécies compatíveis com o seu tamanho e
temperamento. O ideal é mante-los sem a
presença de outras espécies.
Em resumo podemos afirmar que o
Lebiste é um peixinho dócil e alegre.
3.O AMBIENTE
Todo animal que é criado em cativeiro se torna
mais frágil e suscetível a adquirir moléstias. No
caso do Lebiste mais frágil ainda ele se torna,
devido ao sucessivos cruzamentos e
degeneração do seu sistema imunológico,
como conseqüência.
Para que possamos cria-los com saúde
e em bom estado, devemos proporcionar-lhes
um ambiente saudável e o mais parecido
possível com o seu habitat natural.
O que seria o habitat natural e ideal
para o Lebiste? Seria manter a temperatura da
água em torno de 25 graus Celsius, que é a
temperatura média das águas no extremo norte,
local de sua origem. Mas com toda a certeza
que manter essa temperatura dá trabalho, você
tem que monitorar constantemente o aquecedor
o termostato, etc....Nunca será possível
proporcionar a um peixe, o ambiente de onde
foi tirado. Como resultado de todos os estudos,
experiências, etc.... surgiram as suposições e
os extremos tolerados pelos peixes. Extremos
mínimos e máximos.
Partindo desse pressuposto, podemos
afirmar que a temperatura ideal para o Lebiste
seria a mínima de 21 graus e máxima de 30
graus centígrados; o PH que pode variar entre
6,8 a 7,2; bastante aeração, pois o oxigênio é
fundamental para a boa saúde dos habitantes de
qualquer local.
Os aquários que tive, durante os 20 e
tantos anos de aquarismo, sempre foram
montados da seguinte forma: cascalho e areia
no fundo, plantas (Cabomba e Elódea),
algumas pedras grandes para decoração e, o
mais importante, um filtro biológico. Durante
todo esse tempo só utilizei o filtro biológico,
feito de canos de PVC. É o filtro antigo, feito
de cotovelos, “Tes” e furos , feito à moda
antiga, tocado por uma bombinha Beta. Este é
o ambiente ideal para o Lebiste.
Alguns amigos me chamam de arcaico
e ultrapassado, por usar, ainda, o filtro
biológico de canos. Não que eu seja contra a
evolução, o aparecimento de novos produtos,
etc... O resultado da evolução deve ser
usufruído e não simplesmente utilizado. Há
uma diferença muito grande entre esses dois
conceitos. Usar, é simplesmente se utilizar de
qualquer coisa, sem pensar se está sendo
melhor ou pior, sem um parâmetro anterior que
sirva de referência. No caso do filtro biológico,
os novos, feitos de placas, lã de vidro, bombas
internas, etc..., para mim só pioraram. Dão
muito mais trabalho de manutenção, ao passo
que o biológico de canos de PVC, cobertos de
cascalho fino e areia, nunca me deram trabalho
algum. Ocorreu, várias vezes, de montar um
aquário com esse tipo de filtro e se passarem 2
anos e tanto, sem desmonta-lo, simplesmente
completando o nível da água e raramente
sifonando resíduos do fundo.
Utilizo, até hoje, e continuarei utilizando esse
tipo de filtros, até o dia em que inventarem uma
coisa melhor que eu possa usufruir.
4.REPRODUÇÃO
O Lebiste se reproduz de maneira peculiar aos
ovovíparos ou vivíparos. Os ovos são
fecundados internamente e se desenvolvem
dentro do corpo materno, de onde são expelidos
após completarem o ciclo de desenvolvimento.
Os alevinos quando são expelidos, já
nascem em condições de se defenderem
sozinhos. Após a gestação, que demora de 22 a
28 dias, dependendo das condições ambientais,
os alevinos rompem a membrana do ovo, onde
são gerados, e são expelidos para fora do corpo
materno. Já nascem nadando e prontos para
receber alimentação.
As ninhadas, geralmente, variam de 20
a 80 filhotes, por cria. mas o normal em
criações não profissionais é de 15 a 40 alevinos
por cria. O número de alevinos por cria é muito
relativo. Ocorre que, em uma ninhada a fêmea
cria 15 filhotes e na próxima cria, essa mesma
fêmea, pode parir até 80 filhotes.
A proporção entre machos e fêmeas é
de, aproximadamente, 50%. Na natureza a taxa
de sobrevivência das fêmeas é maior do que a
de machos. Devido à sua natureza curiosa e por
ser um peixinho “elétrico”, os machos se expõe
mais, sendo dessa maneira, predados em maior
número do que as fêmeas. Em ambiente
artificial esse risco não existe e a taxa de
sobrevivência é igual. Tanto podem morrer
fêmeas como machos. Dificilmente os alevinos
morrem e quando isso ocorre é sinal de que
alguma coisa em seu ambiente não está bem.
Noventa por cento da ninhada, geralmente,
sobrevivi.
O cuidado que se deve tomar é de
evitar o canibalismo. A mãe que está criando,
pode devorar uma ninhada inteira. À medida
que a fêmea vai expelindo os alevinos, ela se
vira para trás e já engole e filhote. Para evitar
esse canibalismo, podem ser usados vários
métodos, tais como criadeira, fundo do aquário
com pedregulhos maiores, para que haja
cavidades e com isso os alevinos possam se
refugiar; pode ser usado ainda, o saturamento
do aquário com plantas, principalmente a
Elódea, que flutuam e não necessitam se
enraizar. Com a lâmina d'água parcialmente
tomada pelas Elódeas, os alevinos encontram
refúgio seguro entre elas.
A maneira de se evitar o canibalismo, depende
da imaginação de cada criador. Qualquer
método, ou maneira de se evitar isso, é válido.
Existem, à venda em lojas, criadeiras próprias
para Lebistes, mas eu já presenciei improvisos
como uma garrafa de refrigerante pet, de 2
litros, toda perfurada por esses furadores de
papel, que se transformou numa excelente
criadeira. São várias as maneira de defender as
ninhadas.
Tanto o macho como a fêmea, atingem
a maturidade sexual aos 4 meses de idade e
podemos reconhecer um exemplar como sendo
um bom reprodutor, aquele que apresentar
corpo grande e forte com a nadadeira caudal
não muito grande. A fêmea deve apresentar
nadadeira dorsal grande, corpo avolumado
(grande) e nadadeira caudal em forma de “V”.
O macho não deve ter nadadeira caudal muito
grande, porque isso dificulta o cruzamento,
pois o macho não conseguirá perseguir a fêmea
para efetuar a fecundação.
Deve-se tomar o cuidado para que não
haja cruzamentos indiscriminados, pois o
Lebiste é uma espécie que se degenera com
facilidade, voltando às suas origens
rapidamente.
Outro fato curioso com relação ao
Lebiste, é que a fêmea tem a capacidade de
armazenar os espermatozóides do macho, por
longo tempo, podendo criar várias vezes sem a
presença do macho. O número de crias pode
chegar até a oito crias, sem que ocorra o
acasalamento. Quando isso ocorre o número de
alevinos vai decrescendo à medida que as crias
vão aumentando. Pode ocorrer que na primeira
cria o número de alevinos seja 60 e a oitava
cria o número caia para 10.
COMPORTAMENTO SEXUAL
Quando o casal é posto para cruzar,
começa o ritual de acasalamento. O macho
inicia a perseguição à fêmea. Todo macho de
Lebiste, exceto quando está em repouso ou se
alimentando, passa todo o tempo cortejando a
fêmea. Esse comportamento é hereditário,
portanto é imutável, transmitido de pai para
filho. Essa dança tem um esquema definido e
se desenrola da seguinte maneira: o macho
persegue constantemente a fêmea e esta por sua
vez, foge, tentando se esconder. Quando o
macho alcança a fêmea, passa a nadar ao seu
lado, distendendo suas nadadeiras e exibindo
suas cores. Se a fêmea não lhe der atenção esse
ritual é repetido até à exaustão, até mudar o
comportamento da fêmea. Se a fêmea dá
atenção ao macho, esse passa a nadar à sua
frente, movendo ritmicamente suas nadadeiras,
de um lado para outro.
A cópula ocorre depois de todo esse processo e
se não acontecer, por qualquer motivo, o
macho reinicia tudo de novo, até acontecer a
fecundação.
A fêmea que concorda com a cópula, inclina
ligeiramente o corpo de lado, com a cabeça
mais baixa que o corpo e o macho, por sua vez,
introduz o gonopódio no orifício urogenital da
fêmea e aí deposita o seu esperma. No oviduto
ocorre a fecundação e a gestação leva de 22 a
28 dias. Decorrido esse tempo, a fêmea expele
os filhotes para fora, e logo após o parto (1 ou
2 dias) já estará apta a cruzar novamente. O
parto pode durar até 4 horas, dependendo do
número de alevinos para serem expelidos.
Para distinguir a fêmea grávida, basta
observar a mancha escura em seu ventre.
Quanto mais escura estiver a mancha, mais
próxima do parto ela estará. No segundo ou
terceiro dia que antecede o parto, podemos
observar até os pequenos olhos dos alevinos
através da pele do ventre da fêmea. Quando o
observador conseguir visualizar esse detalhe
poderá determinar o dia do parto. Com um
pouco de prática esse detalhe poderá ser
observado com bastante facilidade.
OS ALEVINOS
Os alevinos já se tornam auto-suficientes no
ato do nascimento. Já são espertos o bastante
para fugir da voracidade da mãe, que costuma
devorá-los assim que nascem.
Assim que nascem, dirigem-se à tona
para tomar a primeira golfada de ar, enchendo,
assim, a bexiga natatória, órgão responsável
pelo peso específico dos peixes na água.
Imediatamente após esse ato, escondem-se por
poucos minutos, até integrarem-se ao ambiente
e já saem em busca de alimentos.
Os alevinos nascem todos iguais,
machos e fêmeas. Depois de algum tempo é
que as primeiras pintas coloridas, nos machos,
começam a aparecer. Aos 30 dias de vida já é
possível diferenciar as fêmeas, que apresentam
uma mancha escura no ventre. Nos machos, o
terceiro raio da nadadeira anal engrossa e se
alonga, início da formação do gonopódio, que
aos 60 dias estará completo.
Para evitar acasalamentos indesejáveis
pode ser feita uma separação entre machos e
fêmeas, assim que for possível distingui-los.
Aos 90 dias de vida as fêmeas já estão
aptas a criar, mas não é recomendável que se
acasalem antes dos 4 meses de vida. É bom
deixar com que as fêmeas atinjam a
maturidade plena, para então criar. Na primeira
e segunda cria o número de alevinos é
reduzido, de 5 a 20 filhotes, mas à medida que
elas vão procriando o número de alevinos
aumenta.
Por terem uma vida sexual muito ativa,
o número de machos deve ser sempre inferior
ao de fêmeas. Recomenda-se a proporção de 1
macho para 3 fêmeas.
5.ALIMENTAÇÃO
Para falar sobre a alimentação dos Lebistes
seria necessário escrever um livro somente
sobre esse assunto. São tantas as dietas, patês,
rações, etc... que se fôssemos relacionar todas
daria um livro de “Receitas da Ofélia”.
Por se tratar de um peixe onívoro, que
se alimenta de tudo que lhe é oferecido, não é
difícil mante-lo vivo e em boas condições.
Quando comecei na lida com o Lebiste,
isso no início da década de 70, lia muita
literatura sobre aquarismo, na tentativa de
transferir para a prática o que aprendia na
teoria, através dessas leituras.
Me lembro muito bem que estava em moda
utilizar na alimentação do Lebiste, uma tal de
pasta de Gordon (ou patê de Gordon) ; era um
tal de moer fígado, coração e outros
ingredientes que nem me lembro mais. Aquilo
turvava a água, causava mal cheiro, era difícil
de se lidar com aquilo.
Atualmente existem no mercado infinidade de
alimentos industrializados, importados, de
ótima qualidade, que tornam a alimentação do
Lebiste muito mais fácil.
A alimentação dos peixes adultos deve
ser ministrada 3 vezes ao dia, em quantidades
que sejam consumidas rapidamente. Se a opção
for por alimentos industrializados, não deixar
de oferecer , pelo menos 2 vezes por semana,
artemia salina ou qualquer outro tipo de
alimento vivo. Se o aquário for pobre em algas,
bata no liqüidificador, em meio litro de água, 4
ou 5 folhas de espinafre. Não triture em
demasia, pois o objetivo é deixar pequenas
partículas de espinafre. Após o processamento
no liqüidificador, passe por um coador de
malha fina, que reterá todas as pequenas
partículas de espinafre. Ofereça aos peixes, em
pequenas quantidades, no intervalo das
refeições.
Os alevinos, recém nascidos, devem ser
tratados, de preferência, com náuplios de
artemia salina desde o nascimento até os 15 ou
20 dias. Na impossibilidade de se tratar com
náuplios, existem no mercado, produtos
importados (não conheço nacional) que
substituem os náuplios.
Após esse período a dieta deve ser mudada,
substituindo-se os náuplios por rações secas, se
esta tiver sido a opção, de forma gradativa e
não muito rápida, de modo que aos 30 dias os
peixes estejam se alimentando da mesma forma
que os adultos.
Essa dieta e forma de alimentar os
peixes, não passa de sugestão. A opção por este
ou aquele alimento, bem como a freqüência de
refeições, deve ser decidida pelo criador e é
uma decisão que deve levar em conta vários
aspectos pessoais.
Mas, qualquer que seja a decisão, podem ter
certeza que o empreendimento terá sucesso,
pois o Lebiste se adaptará a qualquer condição.
6.DOENÇAS
Apesar de terem sofrido tantas modificações,
através de cruzamentos, diminuindo, com isso a
sua resistência, o Lebiste não é muito suscetível
a doenças. Se ele estiver alojado em um
ambiente saudável e o manejo for correto,
dificilmente ele adoecerá.
033-Deformação na coluna vertebral do
macho, devido ao peso da cauda
 albino, arlequim, o ¾ negro, etc.... São infinitas
as combinações daí oriundas.
Quanto aos tipos de caudas que os
Lebistes possuem já é tarefa possível, pois o
número existente chega a uma dezena. São
034-Deformação na coluna vertebral da fêmea, elas: a selvagem, leque, delta, véu, bandeira,
devido aos sucessivos partos. espada alta, espada baixa, lira, espátula e
espada dupla.
As mais comuns, encontradas no mercado
brasileiro, são a leque, delta e bandeira. As
espadas, lira e espátula são mais raras e surgem
nas cores ¾ negro e vermelhos. As comumente
035-Deformações de seqüelas causadas pela
encontradas são características,
tuberculose
principalmente, dos cobras, leopardos e
vermelhos.
Na maioria dos casos em que Lebistes
As cores combinadas com os tipos de
são atacados, é o criador o responsável. Estará
cauda, tornam impossível determinar o número
acontecendo alguma anomalia ou
de variedades de Lebistes existentes, motivo de
irregularidade, tais como: variação brusca na
indecisão de muitos criadores, na hora de
temperatura, excesso de alimentos no aquário,
escolher qual a linhagem a ser escolhida.
escassez de filtragem e oxigenação, etc... e
essas anomalias é que causam as doenças.
RESUMO
As doenças mais comuns são: o íctio,
nadadeiras roídas, fungos. Essas doenças
Para aqueles que querem manter um aquário
podem ser detectadas através da observação do
apenas como peça de decoração basta seguir as
criador, que deverá monitorar os aquários com
orientações deste resumo.
freqüência e minuciosamente. Tais doenças se
constatadas logo no início, podem ser
1.AMBIENTE - Montar o aquário com água
controladas e exterminadas, mas caso haja
desclorificada, bastando para isso, utilizar-se de
desleixo do criador e não procurar resolver o
produtos anti-cloro que existem no mercado.
problema, essas enfermidades podem ser fatais
Plantar o aquário com Cabomba e Elódeas.
a toda criação.
Utilizar o filtro biológico, luminárias,
Qualquer ser vivo bem alimentado,
termostatos e aquecedor. Decorar o interior do
habitando o ambiente que lhe é favorável,
aquário com pedras a gosto.
dificilmente contrairá enfermidades e doenças,
Se a opção tiver sido a utilização do filtro
e assim também é com o Lebiste.
biológico, o aquário não necessitará de
limpezas e sifonagem, desde que a quantidade
de alimentos oferecida aos peixes seja na
7.VARIEDADES (FENÓTIPO)
quantidade certa, sem exageros.
O compressor de ar do filtro biológico poderá
As variedades de Lebistes espalhadas pelo
ser desligado durante a noite, caso o barulho
mundo são infinitas. As combinações de cores
incomode, devendo ser religado ao amanhecer.
e caudas são incontáveis. Podemos afirmar
Esse procedimento não causará danos ao
que não existem dois exemplares iguais.
ambiente, pois o equilíbrio biológico não será
Sempre haverá um detalhe que diferenciará um
afetado. Caso o barulho não incomode, o filtro
do outro.
poderá ficar ligado sem interrupções.
No que se refere às cores existentes é
Manter o pH da água em 7 a 7,2, com
impossível relaciona-las. Podemos, apenas,
características neutras para alcalina, e a
citar as cores mais freqüentes e puras, tais
temperatura entre 23 e 28 graus Celsius.
como o vermelho, azul, o cobra, o esmeralda, o

2.REPRODUÇÃO NO AQUÁRIO - Com o
aquário habitado por machos e fêmeas é natural
que aconteça o acasalamento. Quando isso
ocorrer, são duas as opções: a primeira seria
separar a fêmea grávida em outro aquário e a
segunda, seria deixa-la criar no próprio aquário
comunitário.
Caso a opção seja a segunda, acrescente plantas
soltas no aquário, para que estas sirvam de
refúgio aos alevinos. As plantas devem ser a
Elódea e/ou a Cabomba.
Os alevinos que sobreviverem aos ataques dos
adultos se refugiarão no meio das plantas e aí
passarão a maior parte do tempo. Geralmente
50% da prole consegue sobreviver.
3.ALIMENTAÇÃO - A alimentação dos peixes
é decisão pessoal de cada criador. Podem ser
ministrado aos peixes: alimentos naturais
vivos, congelados, industrializados, flocados,
granulados, etc... Qualquer que seja a opção,
seria de bom alvitre, oferecer aos peixes, pelo
menos duas vezes na semana, artemia salina
viva ou congelada.
Caso o aquário seja habitado por
alevinos também, não esquecer que os
pequeninos tem a boca minúscula e que é
necessário esmagar os grãos maiores da ração,
para que eles possam se alimentar.
Podemos afirmar, finalmente, que se todos os
cuidados recomendados forem tomados, o
empreendimento terá sucesso e o aquarista terá
belos exemplares de Lebistes para observar
por longo tempo.
CRIAÇÃO PROFISSIONAL
PARTE II
Este tópico é de interesse dos que querem se
dedicar à criação do Lebiste como uma fonte
suplementar de renda, com estruturas para
produção em larga escala.
O conteúdo deste item, nada mais é do que a
experiência que estou tendo com a criação em
larga escala; as dificuldades, os acertos e erros.
1.ESTUFA
Optamos por construir uma estufa com 30 m2.
(5m x 6m). O objetivo nosso é a produção de
peixes para comércio em lojas e, também,
matrizes selecionadas.
Instalamos dentro da estufa uma pia,
uma bancada e algumas pequenas prateleiras
para guardar medicamentos, alimentos e outros
equipamentos de uso na estufa. Adquirimos 30
aquários com capacidade de 30 litros, 20
aquários de 10 litros, 12 aquários de100 litros e
6 caixas de cimento amianto com capacidade
para 500 litros. Posteriormente adquirimos
mais 30 aquários para 150 litros. Todos os
aquários e caixas estão equipados com filtro
biológico, termostato e aquecedores.
Os aquários onde estão acomodadas as
matrizes foram plantados com Cabomba e
Elódeas. Os demais receberam plantas em
vasos, para facilitar o manejo.
Optamos por criar 5 variedades: o
esmeralda, o cobra, mosaico, furta-cor e
violeta. Futuramente é nossa intenção
aumentar o número de variedades.
Construímos prateleiras de madeira,
bem reforçadas, para acomodar todos os
aquários.
2.REPRODUTORES
Adquirimos os reprodutores de criador idôneo
de renome internacional. Como o preço das
matrizes era um pouco elevado (US$ 45,00 o
casal), adquirimos poucas matrizes, na intenção
de criarmos as nossas próprias matrizes.
Adquirimos 6 fêmeas e 3 machos de cada
variedade. Acomodamos 1 macho e 2 fêmeas
em cada aquário de 30litros. Utilizamos, dessa
maneira, 15 aquários.
Toda a infra-estrutura necessária, pode
ser montada em etapas. Nós adquirimos todo o
material necessário de uma única vez, pela
comodidade de montar tudo primeiro, antes de
iniciar a criação propriamente dita, mas todo o
material pode ser adquirido de forma
escalonada.
3. O AMBIENTE
Utilizamos água de poço, existente na
propriedade, e mantemos o pH em 7,2. Os
termostatos estão regulados para manter a
temperatura da água em 28 a 30 graus Celsius.
Plantamos Cabomba e Elódeas em
todos os aquários de matrizes; os demais
receberam plantas fixadas em fundos de
garrafas plásticas, para facilitar o manejo.
Todos os aquários estão equipados com filtros
biológicos, exceto os aquários maternidade que
são pelados, apenas recebem aeração através de
pedra porosa.
4.REPRODUÇÃO
As matrizes foram distribuídas em aquários
com 1 macho e 2 fêmeas. Optamos por essa
distribuição, para obtermos filhotes de vários
casais, pois é nosso objetivo produzirmos as
nossas próprias matrizes. Agindo dessa forma,
evitamos a consangüinidade nos cruzamentos
futuros. Sou adepto do cruzamento
consangüíneo controlado, mas como se trata de
matrizes desconhecidas essa prática não é
recomendável. A partir da segunda geração
praticamos esse tipo de cruzamento.
Para atingirmos o nosso objetivo que é
a criação de 5 mil casais/mês ( mil casais de
cada variedade) é necessário criar com um
número mínimo de 80 fêmeas e 40 machos de
cada variedade. Como a situação financeira não
permitia que adquiríssemos esse número logo
de início, optamos pela produção de nossas
próprias matrizes. Com essa decisão a
produção de peixes para o mercado se prorroga
para 1 ano, tempo necessário para se chegar a
esse número de matrizes.
5. MANEJO
Com os ternos acomodados em aquários
individuais, depois de alguns dias já era
possível observar a barriga das fêmeas se
avolumando, sinal de que estavam grávidas.
Essas fêmeas eram transferidas para aquários
maternidade (10 litros), onde permaneciam até
o fim da cria, quando eram removidas para
aquários enfermarias (5 litros), ficando aí por 2
dias, a fim de se recuperar do parto. Terminado
esse procedimento as fêmeas retornam aos
aquários de origem, para dar início a todo
processo novamente.
Os alevinos nascidos nos aquários
maternidade permanecem aí até os 15 dias de
vida, quando são transferidos para outro
aquário maior. Nesse aquário de maior
capacidade (100 litros) permanecem até o
momento da possibilidade de se efetuar a
sexagem.
Efetuada a sexagem (60dias) os
machos e as fêmeas são alojadas em aquários
distintos onde permanecem até os 100 ou 120
dias, quando estarão prontas como matrizes.
6.ALIMENTAÇÃO
Quando se quer produzir peixes de boa
qualidade, que é o nosso objetivo, a
alimentação deve ser bem dosada e balanceada
e, também, a maneira com que esse alimento é
ministrado.
Para se chegar ao objetivo é necessário
dividir os peixes em adultos, juvenis e filhotes,
sendo que cada classe deverá receber um
determinado alimento com freqüências
diferenciadas.
Consideramos peixes adultos, os que tem mais
de 60 dias (após a sexagem), jovens são os que
se encontram na faixa etária de 25 dias a 60
dias e filhotes os abaixo de 20/25 dias.
Na alimentação de nosso plantel,
optamos por fabricar nossa própria ração,
usando como matéria prima principal o
camarão e a farinha Neston.
A - ADULTOS - A alimentação é oferecida 3
vezes ao dia. Diariamente é oferecida a ração
de camarão. Duas vezes por semana, uma
refeição é substituída por artemia salina viva e
esporadicamente é ministrada folhas de
espinafre moídas no liqüidificador.
B - JOVENS - A alimentação dos peixes jovens
é idêntica à dos adultos, sendo a única
diferença o número de refeições, que ao invés
de 3, são quatro ao dia.
C - FILHOTES - Os alevinos são tratados 4
vezes ao dia somente com náuplios de artemia
salina, até os 20 dias de vida, momento em que
são removidos para outra acomodação.
Quando saem do aquário maternidade para
outro aquário maior, o número de refeições
permanece o mesmo, ou seja 4 vezes ao dia,
mas a diferença é que a ração de camarão passa
a fazer parte da dieta. Dessa forma a dieta seria
assim ministrada: artemia salina viva, como
primeira refeição, ração de camarão, artemia
salina viva e ração de camarão como última
refeição.
Qualquer que seja a dieta escolhida ou a
freqüência das refeições oferecidas, devem ser
mantidas e não muda-las bruscamente, pois
essa atitude poderá afetar o metabolismo dos
peixes, trazendo conseqüências indesejáveis.
===============================
A GENETICA DO LEBISTE
Para melhor entendermos a genética do
Lebiste faz-se necessário citarmos alguns
conceitos básicos:
-Genes: Responsáveis pela transmissão dos
caracteres hereditários, dispostos em forma
linear, contidos nos cromossomos localizados
no núcleo das células.
-Cromossomos: estruturas de forma helicoidal
que se auto duplicam e controlam a morfologia
e multiplicidade dos indivíduos. São portadores
dos genes-DNA e genes hereditários. São
divididos em autossomos e cromossomos
sexuais.
Sabe-se que o Lebiste é um peixe que
possui 22 pares de cromossomos, mais dois
ligados ao sexo. O macho possui os
cromossomos X e Y, já as fêmeas possuem
somente o cromossoma X.
Alguns fatores são transmitidos do pai
para os filhos ligados ao cromossomo Y e
outros da mãe e pai para os filhos devido ao
cromossomo X. Uma destas características
paterna é o fator Cobra do corpo que é passado
pelo cromossomo Y, ou seja, se efetuarmos o
cruzamento: Cobra amarelo macho com fêmea
de outra linhagem, obteremos macho com fator
cobra no corpo.
A primeira lei de Mendel é muito
utilizada para se criar Lebistes. Sabe-se que os
indivíduos portadores de genes recessivos e
dominantes são representados por letras
maiúsculas e minúsculas, respectivamente, para
a mesma característica. Por exemplo: corpo
cinza e corpo dourado = DD (cinza) e dd
(dourado); o cinza é dominante sobre o
dourado. O cruzamento entre um macho cinza
com uma fêmea dourada produzirão a seguinte
prole:
F1 .
X Y X X
D D d d
-XX - fêmea Dd - Cinza heterozigoto
-XX - fêmea Dd - Cinza portadora
-YX - macho Dd- Cinza heterozigoto
-YX - macho Dd- Cinza portador
100% cinzas portadores do
fator dourado, recessivo.
-A prole será constituída apenas de peixes
cinzas, portadores do fator dourado, pois o
Cinza é dominante sobre o Dourado.
Entretanto se cruzarmos os filhos entre si
teremos:
F2 .
X Y X X
D d D d
-XX - fêmeas DD - cinzas puras
-XX - fêmeas Dd - cinzas heterozigotos
-XY - machos Dd - cinzas heterozigotos
-XY - machos dd - cinzas dourados
-25% cinzas puros
-25% dourados puros
-50% cinzas heterozigotos.
O caso do Lebiste albino poderia ser
representado da mesma forma com que foi
representado o caso teórico acima.
Alguns criadores se utilizam dessas
técnicas para realizar cruzamentos entre
linhagens diferentes, alterando cores de corpo,
fator de albinismo ou mesmo cor de cauda,
podendo acrescentar o fator Berlin.
Fatores dominantes, comprovados:
-Cor de corpo cinza
-Cauda simples
-Cauda em Delta
-Cor transparente de cauda em
fêmeas.
Fatores recessivos, comprovados:
-Cores de corpo dourado, amarelo,
azul e albino.
-Cauda em espada
-Cauda pintada nas fêmeas.
Muitas vezes se faz necessário realizarmos
cruzamentos para identificar se as
características são transmitidas pelo pai aos
filhos e filhas (Cromossomo Y e X) ou se é a
mãe a responsável pela transmissão da
característica (Cromossomo X).
Por exemplo, possuo uma linhagem
denominada, originalmente de ¾ violeta. O
macho possui o fator 3/4, já a fêmea possui
corpo cinza sem o fator 3/4. Daí concluímos
que neste caso o fator ¾ provém do
cromossomo Y do pai. Em outras linhagens
quando cruzamos um ¾ com cauda de qualquer
cor com fêmea cinza, os filhotes machos e
fêmeas nascem com fator 3/4. Concluímos que
o cromossomo responsável, neste caso, para a
cor ¾ provém do cromossomo X do pai, que é
dominante para cor do corpo em relação à cor
do corpo da fêmea.
Estes cruzamentos se fazem necessário
para mapear a genética das linhagens, podendo
dessa forma realizar cruzamentos para
obtenção de novas variedades.
Muitas vezes o criador pensa que somente o
macho passa as características aos filhos, mas
isso não é verdadeiro, sendo necessário uma
boa fêmea para dar continuidade à linhagem
pura. As matrizes devem ser escolhidas de
acordo com cada linhagem. Se a linhagem é de
cor sólida, devem ser escolhidas as fêmeas com
caudas sólidas, sem pintas ou pontos
transparentes.
Por exemplo: com Lebistes de cauda vermelha,
se a escolha da fêmea recair sobre um exemplar
com falhas na cor da cauda, os rebentos
apresentarão a mesma falha na cauda. Por essa
razão é essencial a permanência de fêmeas
virgens até 3 meses, para que possam definir as
cores e poder se escolher as melhores.
Para se produzir uma linhagem
diferente com fator cobra, devemos utilizar um
macho cobra e uma fêmea da linhagem sólida.
Exemplo: cobra macho amarelo com fêmea de
linha sólida vermelha, produzirão híbridos de
cauda vermelha cobra, podendo ter mais ou
menos pintas. Para se diminuir ou acrescentar
as pintas, basta escolher as matrizes com mais
ou menos pintas.
Porém o maior desafio é fixar as
características. Em F1 os híbridos crescerão
maiores em relação aos demais, devido ao
choque de sangue, entre linhagens diferentes.
Em F1 as cores serão mais belas,
impressionando aos que não entendem de
genética. Para cada caso o criador deverá
efetuar os cruzamentos corretos para a fixação
das características, pois o ideal é ter uma
linhagem cujo cruzamento resulte em peixes
idênticos aos pais, na proporção de 90%.
Quando isso acontece, o caractere está fixado e
o surgimento de uma nova linhagem foi
alcançado. O criador deve trabalhar o tamanho
do corpo, nadadeiras, cor e forma, para obter a
mais bonita e perfeita linhagem, aceita pelos
padrões internacionais.
O primeiro passo é fixar a cor e o
tamanho das nadadeiras. Os peixes escolhidos
devem ser os que possuem nadadeiras em delta
e as fêmeas devem ser as mais parecidas entre
si, dentro dos padrões que procuro.
Quando se for realizar cruzamentos para
transferir características de uma linhagem para
outra, ou seja, nadadeiras grandes de A para B
e cauda grande de B para A, denominamos de
out crossing ou cruzamentos entre linhagens
opostas.
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 VARIEDADES DE
LEBISTES
As variedades e o nome do Lebiste não
são os mesmos no mundo todo. O Lebiste tem
classificações diferentes espalhadas pelo
mundo e devido a tantos cruzamentos e
alterações genéticas, um tipo de variedade
surge a cada dia, mas devido a essas
manipulações torna-se difícil manter o padrão
que surge.
Por exemplo, na Coréia denomina-se
Cobra, nos EUA a mesma variedade é chamada
de Snakeskin e na Ásia oriental é chamado de
Dragon. Na Coréia é Grass ou Mosaico; nos
EUA eles o chamam de AOC ou Multi.
No Brasil, as variedades são
denominadas conforme a classificação oficial
adotada pela IGFA e traduzidas para o
Português, quando possível, sem distorções que
descaracterizem a variedade. Dentro desses
parâmetros, descrevemos, abaixo, algumas
variedades.
Quanto à forma, são classificados da
mesma forma no mundo todo, exceção às
nomenclaturas adotadas com relação aos
Lebistes de Barbatanas Longas. Um bom
exemplar deve apresentar as seguintes
características:
1 - Testa - proporcional ao tamanho do corpo
e olhos bem localizados, nos lados da testa.
2 - Cabeça - Não deve ser nem longa, nem
muito curta. Nos casos de criação em massa os
Lebistes apresentam a cabeça longa, que
normalmente atrofiam quando envelhecem.
3 - Nadadeira Dorsal - Deve ser mais larga
que o comprimento. Exemplares com dorsais
longas apresentam as caudais mais curtas.
4 - Nadadeiras Caudais - Um bom exemplar é
conhecido pelo tamanho de sua cauda. Quanto
maior e mais largo o rabo, melhor será o
exemplar, mas tanto o comprimento como a
largura devem ser proporcionais, devem ter
harmonia. No caso dos exemplares com cauda
Delta, o comprimento do ponto angular da
cauda até o seu final deve ser o mesmo do
ponto angular até a cabeça. Ou seja: o
comprimento do corpo deve ser o mesmo do
comprimento da cauda. Os véus, são aqueles
que não apresentam essa proporcionalidade.
5 - Barbatanas - São os filamentos que
aparecem junto ao gonopódio. Existem dois
tipos de Lebistes que se apresentam dessa
forma: os Ribbon e os Berlin. Ribbon são os
exemplares com o gonopódio normal
(apresentam dois filamentos longos) e os Berlin
são os exemplares com o gonopódio longo,
também (apresentam os três filamentos
alongados).
Todos são estéreis. Os genes são dominantes e
quem os porta é a fêmea.
Quanto às cores, são inumeráveis.
Existem tantas variações e nuances que se torna
impossível classifica-los. Mas as cores sólidas
ainda permanecem apesar de tantos
cruzamentos:
1 - Cinza - é a cor original, mais comum. É
dominante sobre todas as demais cores.
2 - Dourado - é uma mutação que sofreu
alterações em suas Melaninas de corpo. É
chamado de Blondi nos EUA.
3 - Branco - são os Lebistes que apresentam
ausência de melaninas, porém não albinos.
4 - Albinos - são os exemplares que não
possuem qualquer presença de melaninas e
apresentam o olho vermelho.
Além dessas, o Lebiste apresenta as cores
tradicionais como o Azul, Verde, Vermelho,
Violeta, etc...
VARIEDADES / RAÇAS
I - Meio Negros e 3/4 - Meio Negro é o
espécime que apresenta o corpo Negro e a
nadadeira Caudal de outra cor. Já os 3/4 são os
Lebistes que apresentam o corpo e a nadadeira
Caudal na cor Negra. Nos EUA são chamados
de "Black". É um dos poucos casos em que a
fêmea apresenta o colorido na cauda e no
corpo.
036 - Casal de 3/4 Negros.
 036A - Negro 3/4 040 - Meio negro Leopardo Branco

041 - Meio negro, fêmea Azul

037 - Meio-negro Violeta

041A - Meio negro - Azul Delta

A
37 – Meio negro – vermelho

041B - Meio Negro – fêmea Amarela

038 - Meio negro Leopardo Dourado

041C - Fêmea Meio Negra Metálica Branca

039 - Casal Meio negro Azul

 045A - Meio Negro - AOC

042 - Meio negro - Azul

045B - Meio Negro AOC

043 - Meio Negro - Verde Esmeralda

II - Cores sólidas - são exemplares que
apresentam as cores primárias, sem
deformações.

044 - Meio Negro - Amarelo Delta

046 - Verde

045 - Meio Negro - Pastel - Platina e Meio

Negro - Pastel Platina - Berlin

047 - Vermelho
048 - Verde Metálico 053 - Azul celeste

054 - Azul celeste

049 - Púrpura

055 - Azul celeste

050 - Pastel
III - Albinos - são espécimes que não
apresentam o pigmento melânico. A principal
característica é apresentar os olhos vermelhos.

050A - Branco Pastel

056 - Albino - Galaxy Medusa

051 - Dourado
057 - Albino - Pele de Cobra

052 - Azul 058 - Lutino

 066 - Albino - Cabeça Vermelha
059 - Albino - Branco

060 - Albino - Azul 067 - Albino - Galaxy

061 - Albino - Cobra Albino vermeljo

IV - Azuis - são os Lebistes que apresentam

essa cor na cauda e parte do corpo. As
variações de tonalidades são várias.

062 - Albino - Arco-íris Dourado

068 - Azul Mosaico

063 - Albino - Cobra

068A - Azul
064 - Albino - Neon Dourado

065 - Albino - Arco-íris Vermelho 069 - Azul - Mosaico fêmea

 074A - verde
070 - Azul

074B - verde

071 - Azul - casal

074C - verde

072 - Diamante azul - casal

075 - Verde metálico

075B - Verde

073 - Azuis prontos p/comercialização

V - Verdes - é uma das cores mais difícil de se

fixar no Lebiste. Nas ninhadas, são poucos os
exemplares puros. É um dos mais belos
Lebistes.

075C - Verde

074 - Verde
VI - Vermelhos - é a primeira cor de Lebiste.

076 - Vermelho

078A - Vermelho

076A - Vermelho

078B - Pink

077 - Vermelho

078C – Pink femea

077A - Vermelho
VII - Dourados - são os exemplares que
sofreram alterações nos pigmentos melanicos.
Nos EUA é chamado de Blondi.

077A - Vermelho

079 - Dourado
078 – Vermelho flamingo
 084 - Metálico Cobra Dourado

080 - Dourado
085 - Metálico - Cobra Vermelho

IX - Cobra - Uma das variedades mais

difundida pelo mundo. Apresenta a Dorsal
branca ou amarela com o mesmo padrão da
Caudal. Geralmente apresentam as dorsais
pequenas. O corpo todo se apresenta em tons
metálicos como pele de cobra. Surgiu em 1965,
nos EUA, porém alguns acreditam que surgiu
080A - Dourado primeiro na Alemanha.

VIII - Metálicos - Apresenta a cor metálica no

corpo todo e na parte superior da cabeça. As
variações de cores podem ser causadas pela
qualidade da água ou a saúde do peixe. Alguns
exemplares apresentam a cor metálica no corpo 086 - Cobra
todo. Surgiu na União Soviética e no Ocidente
foi batizado de Metal Moscow. Como o Cobra,
é recessivo. Só aparecerá exemplar metal no
crossbred.

087 - Cobra Russos

081 - Metálico Cobra - Verde-Delta

088 - Cobra - Vermelho Americano

083 - Metálico Cobra Moscow
 089 - Cobra - Russo Vermelho
095 - Cobra Berlin

090 - Cobra - Singapura

096 - Cobra Berlin - Lace

091 - Cobra - King

097 - Cobra Vermelho

092 - Cruzamento de Mosaico Vermelho X

Cobra
098 - Cobra

093 - Cobra - fêmea

099 - Cobra - Cauda Verde

094 - Cobra - Cauda Vermelha

 X - Mosaico - O Mosaico padrão deve Ter a
Caudal Delta e é preferível que em sua
extremidade apresente várias cores ao invés do
vermelho. As Dorsais devem apresentar uma
cor branca, rosa ou rosa escuro; devem
acompanhar o mesmo padrão da Caudal
É de cor escura, do abdômen até o final
100 - Cobra da cauda, porém sua parte superior não deve ter
essa cor.
Surgiu no Japão, nos anos 60 e deve ter
surgido na tentativa de mestiçagem do Tuxedo
selvagem.

101 - Cobra Dourado

106 - Mosaico Berlin (raro)

102 - Cobra Verde

107 - Mosaico Vermelho

103 - Cobra Zebrinus

108 - Mosaico Vermelho

104 - Cobra Vermelho

105 - Cobra Lace Dourado

109 - Mosaico Azul
 XI - Leopardo - Apresenta pontos espalhados
pela cauda, maiores se comparados ao Grass.
Exemplares de Leopardo Tuxedo são muito
bonitos, mas são difíceis de se fixar em futuras
gerações.
110 - Mosaico - Fêmea Azul

113 - Leopardo

111 - Mosaico - Casal

114 - Leopardo

111A - Mosaico 115 - Leopardo

116 - Leopardo Cobra

XII - Tigre
112 - Mosaico

117 - Tigre - Fêmea Azul

112A - Mosaico
118 - Tigre Mosaico
 119 - Tigre Azul 124 - Berlin Multi

120 - Tigre Metálico

125 - Berlin Tuxedo Pastel

121 - Tigre Metálico Azul 126 - Berlin Azul Celeste

XII - Berlin - São Lebistes que apresentam o
gonopódio alongado. Devido a essa
modificação genética se tornaram estéreis.
São válidas todas as cores e formas.

127 - Berlin Cobra

122 - Berlin Cobra Metálico

128 - Berlin Fêmea

122A - Berlin Cobra 128A - Berlin Ouro - femea

XIV - Moscow - Apresentam uma mancha

escura na altura do abdômen. São peixes muito
bonitos.

123 - Berlin Galaxy Medusa

129 - Moscow Violeta Delta

 136 - Medusa

130 - Moscow Azul

137 – Medusa
130a - Moscow Azul

138 - Medusa

131 - Moscow Azul

139 - Galaxy Avermelhado

133 - Moscow Purpura

XV - Medusa / Galaxy

140 - Galaxy Azul

134 - Medusa Azul

135 - Medusa 141 - Galaxy

XVI - Grass - É uma variação do Mosaico,
contudo sua pintas e marcações, na cauda, são
minúsculas, dando a impressão de estarem
esparramadas sementes de grama.
Principalmente os azuis orientais, são
exemplares de encherem os olhos: são muito
lindos. 147 - Grass Amarelo
Não há registro correto de sua origem, mas no
final dos anos 60 começou a ser exportado de
Singapura. XVII - Micariff - São espécimes que
apresentam o corpo semelhante ao Platina,
porém em outras cores que não o platina.

142 - Grass 148 - Micariff Arco-íris

149 - Micariff Amarelo

143 - Grass

150 - Micariff

144 - Grass Azul

151 - Micariff Amarelo

XVIII - Platina - Apresentam o corpo Prata

Cintilante, ouro e platina. Como o Albino, é
possível cruzar o Platina com qualquer
variedade e se obter bons resultados.
145 - Grass Azul

146 - Grass Vermelho 152 - Platina

XIX - Glass - São peixes que apresentam o XX - Pingus
corpo quase transparente, parecendo vidro.

158 - Pingus

153 - Glass Grass

159 - Pingus

154 - Glass Vermelho

160 - Pingus
155 - Glass

161 - Pingus
A
155 - Glass Azul

162 – Pingus albino

156 - Glass

163 - Pingus
157 - Glass Grass
XXI - Selvagem - São os exemplares que se
encontram nos riachos e lagoas.

152G - Selvagem

152A – Selvagem espada dupla

152H - Selvagem Japonês

152B - Selvagem Japonês

152I - Selvagem

152C – Selvagem espada inferior

152J - Espada Alta ou Superior

152D – Selvagem espada superior

152K - Selvagem
152E – Selvagem - dupla

XXII - Multis - São os Lebistes que

apresentam 3 cores distintas na Caudal, sendo
que a menor deve se apresentar com 15% de
área.

152F - Cauda Lira

164 - Multi
 169 - Lace Metálico
A
164 - Multi

165 - Multi

170 - Lace Cobra

165A - Multi

171 - Lace Cobra

166 - Multi

172 - Lace Cobra

167 - Multi

XXIII - Lace

XXIV - Tuxedo - Tem esse nome porque

apresenta a cor negra do abdômen até o inicio
da Caudal, dando a impressão de estarem
usando um fraque. Nos EUA tem o nome de
half-black. Um dos mais populares e belos
exemplares dessa variedade são os Tuxedos
168 - Lace Cobra - Delta
Amarelo Alemão. Devido a inúmeras XXV - Pastel
mestiçagem para se fixar esses caracteres, eles
se tornaram pequenos.

177 - Pastel Branco

173 - Tuxedo Dourado

178 - Pastel Mosaico

174 - Tuxedo Vermelho

174A - Tuxedo Vermelho - Arlequim 177A - Pastel Albino

175 - Tuxedo Mosaico

===============================
176 - Tuxedo Mosaico