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TEORIA DA PAISAGEM E DO PAISAGISMO

CADERNO
JARDINS

ANA PAULA RODRIGUES


UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO
2020.1

TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA DE


TEORIA DA PAISAGEM E DO PAISAGISMO
PROFº. JORGE BAPTISTA DE AZEVEDO

ANA PAULA DE AGUIAR S. RODRIGUES


JARDIM
RENASCENTISTA

JARDIM FRANCÊS

JARDIM ORIENTAL

JARDIM INGLÊS

JARDINS
DO RENASCIMENTO AOS JARDIM ROMÂNTICO
NOSSOS DIAS

JARDIM MODERNO

JARDIM
CONTEMPORÂNEO
JARDINS &
SUAS FILOSOFIAS

JARDIM METAFÍSICO
Onde o seu "ser no mundo" encontra ums dimensão para além deste
mundo, metafísico; busca estabelecer uma ligação com uma
divindade. Os jardins egípcios, persas e babilônicos são exemplos de
jardins metafísicos.

JARDIM TRANSCENDENTAL
Experiência única de autoconhecimento e vivência espitirual; cada
momento é um momento novo neste jardim. São jardins que buscam
a transcendência os orientais e os ingleses.

JARDIM DA IMANÊNCIA
"O estar no aqui e agora", priorizam o momento atual.
JARDIM
RENASCENTISTA
ITALIANO
Os jardins italianos dessa época eram
inspirados nos jardins da Roma Antiga,
contendo muitas estátuas e fontes. A paisagem
desses jardins era criada pela simetria de
linhas geométricas, por serem desenhadas com
régua e compasso, recebendo a classificação
de “Jardins dos Arquitetos” também, criados por
arquitetos da época. Também era característico
ser um jardim em perspectiva, com escadarias
e terraços para aproveitar as irregularidades do
terreno.

Ficavam juntos às casas, por meio de galerias


ou outros elementos arquitetônicos. As plantas
mais utilizadas eram o louro, o cipreste, o
azinheiro, o buxo, o pinheiro entre outros
vegetais característicos da época.

No jardim renascentista havia outras partes


também, como os canteiros com vegetação
rasteira, o giardino secreto, sala de jantar,
bosques entre outros. São jardins
renascentistas famosos o Jardim do Belvedere,
o Jardim da Villa d’ Este e o Jardim de Médici.
italiano
JARDIM
FRANCÊS
Criado no século XVII, o Jardim Francês é
característico pela sua formalidade, formas
geométricas e a perfeita simetria. Círculos,
retângulos, quadrados e triângulos são criados
a partir da arte da topiaria, arte no paisagismo
já vista no jardim romano.

Grandiosos, os jardins barrocos franceses são


projetados e construídos para serem
verdadeiras extensões verdes e vivas dos
edifícios. O principal representante do jardim
francês são os jardins do Palácio de Versailles,
além do jardim do Vaux Le Vicomte, ambos
projetos de André Le Notrê e o Jardin des
Tuileries.

Flores típicas como roseira, tulipa e azaléia,


além de outras plantas como viburno, o
buxinho, a murta, cipreste, entre outras.
francês
JARDIM
ORIENTAL
Os jardins orientais são jardins da transcendência, onde há o trabalho da
própria espiritualidade. O jardim japonês tem o ideal de captar a essência
da natureza através da simbologia e disposição dos seus elementos,
como pedras, lanternas e a água; a ordenação destes tem sempre um
significado espiritual por trás. Todo jardim japonês é assimétrico, tem
simplicidade, macia ternura e austeridade, e seus elementos também
devem responder a essas características.

Dividido em fases, os jardins japoneses da 1ª fase (Azuka, Nara, Heian)


eram de enormes rochas em rochosos prados, onde haviam verdadeiros
espaços de veneração onde se chegavam em barcos, uma ilha em meio a
um lago, que representa o paraíso. A 2ª fase (Kamakura e Muromachi),
os jardins receberam influência da China, eram jardins mais zen budistas.

O jardim zen ou Karensansui são aqueles jardins de areia e pedras, onde


praticamente a vegetação é inexistente. É um jardim de muita
introspecção, que carrega um significado bem particular de disposição
de suas pedras, repleta de simbolismos. A pedra mais ereta representa o
poder fálico da família; a pedra grande e mais horizontalizada é a mãe;
as pedras menores ao redor ou perto desta, são os filhos e, por fim, a
pedra mais distante e rugosa representa os avós. Essa configuração
representa tanto o clã, quanto as ilhas japonesas. Essa estética do
Karesansui, mais minimalista, induz aquele que está ali a um estado de
calma e reflexão.

Além das pedras, o jardim japonês tem outros elementos, como a


lanterna, a Toro, que contém uma vela dentro, representando a chama
dos antepassados, qeu servira para clarear os pensamentos e iluminar os
caminhos; as pontes, que representam evolução e autoconhecimento, os
lagos e as carpas, simbolizando a vida, paz e a pureza, enquanto as
carpas a fertilidade e prosperidade; bambus; arbustos e árvores perenes,
e, apesar das flores não serem muito presentes, espécies como a
Magnólia podem estar para afastar os maus espíritos, além de outras
plantas como a cerejeira-japonesa-rosa e o bonsai.
oriental
JARDIM
INGLÊS
Os jardins ingleses valorizavam a paisagem natural,
geralmente com um lago e formas curvas e arredondadas,
tanto no relevo, como nos caminhos e em bosques.
Renegando as formas geométricas e rígidas, contrasta
com os jardins franceses, super arrumadinhos e
perfeitamente podados; os ingleses não admitiam podas e
os padrões rígidos e simétricos de outros estilos.

Aqui, a sensação buscada é a de andar por um bosque


antigo e natural, com poucas intervenções humanas, uma
paisagem pastoral, com elementos pitorescos também.
Muitas vezes, esses jardins extensos e com muitos
elementos eram fruto da necessidade de seus donos de
mostrar que possuíam terras, de certa forma.

As árvores e arbustos diversos, de diferentes portes e


colorações eram misturados ou usados de forma isolada,
plantas floríferas e perfumadas de pequeno porte e outros
elementos são bem vindos neste jardim, como árvores
mortas, rochedos e pequenas colinas, construção de
ruínas, clareiras, lagos, riachos, quiosques, entre outros.
Um jardim inglês famoso foi o Cottage Garden, e um outro
jardim inspirado nesse memso estilo inglês é o Campo de
São Bento, em Niterói (RJ).
inglês
JARDIM
ROMÂNTICO
O crescimento não controlado das cidades e a
revolução industrial fez o Romantismo ascender,
reflexo do sofrimento vivido e sentido pelos poetas,
artistas e pessoas no geral daquela época. Temos
aqui a exacerbação do individualismo, melancolia,
fuga para o sonho, o misterioso, exotico, pitoresco e
passado. Há a busca de uma sociedade livre da
exploração do homem pelo homem, outro reflexo da
vida horrível que se obtinha das minas e outros males
do séculos 20. Por isso, há a questão da natureza
como representação de um tempo melhor, de um
passado melhor. Os Parques Públicos foram resposta
às medida de saúde pública determinado pelos
médicos da época, como forma de respirar ao ar livre,
tomar sol, etc.

O jardim romântico é fantasioso, acaba a geometria e rigidez do neoclássico e


quer dramaticidade, ornamentos em seus espaços. Aqui no Brasil, há plantas
exóticas comuns na composição desses jardins, como as camélias, rosas,
bougainvilles e aves que foram importadas, como o pardal. Traçado sinuoso e
orgânico, pontes, coretos e similares são típicos de jardins românticos. Coreto,
gazebo e quiosque têm suas diferenças, entretanto, o quiosque é comercial, o
coreto geralmente é público e gazebo é particular.

Jardins românticos que podem ser destacados são o Buttes Chaumont e Bois
de Bologne, ambos franceses; aqui no Rio de Janeiro o Campo de Santana, o
Jardim da Quinta da Boa Vista, o jardim da Casa de Rui Barbosa, que conta
com um gazebo e uma ponte com um guarda corpo de cimento, imitando uma
madeira, imitações essas que são características do romantismo; além do
paisagista Auguste Glaziou, paisagista do Brasil Império
romântico
JARDIM
MODERNO
No pós-romantismo, vemos o surgimento da Bauhaus, a primeira escola
de design do mundo e uma das maiores e mais importantes expressões
do modernismo, influenciada pelas vanguardas artísticas da virada do
século XIX para o XX, como o futurismo, cubismo, entre outras. A
Bauhaus influenciou diversos arquitetos modernistas ao redor do mundo,
dentre eles Oscar Niemeyer, no projeto de Brasília. No Brasil, em 1945
surge o Palácio Capanema, primeiro prédio modernista do país, com
jardins com curvas e o terraço jardim.

Para os modernistas, não se pode ficar ornamentando muito nos jardins,


o importante é que o paisagismo e espaço ali seja funcional, rompendo
com o ecletismo. Agora havia a criação dos calçadões, de piscinas,
espelhos d’água, estátuas e painéis com um propósito no espaço, como
as estátuas representando os estudantes no Palácio Capanema, e
bancos. O surgimento de parques não só contemplativos, mas funcionais,
podendo ter pista de corrida, academias, lojas, entre outras
funcionalidades, como o Parque Ibirapuera e o Aterro do Flamengo. Há
ainda as projetadas cidades jardins, dentre elas é interessante destacar
Brasília,Tel Avi e Maringá, no Paraná.

No jardim modernista, há um traçado mais orgânico e as plantas do


nosso ecossistema estarão presentes, como as bromélias, além de que,
esses jardins vão acompanhar também essa nova vida urbana
modernista, com a maior liberdade da mulher, vanguardas e movimentos
sociais. Por outro lado, a ruralidade é banida do jardim da casa
modernista, assim como árvores frutíferas horas; as plantas são usadas
para enfeitar aqui. A piscina, com águas claras, populariza-se como
símbolo de status nas casas e é colocada em local de destaque,
promovendo a socialização ali naquele espaço.

No paisagismo, temos grandes nomes como Rosa Kliass, Luis Barragan,


Lawrence Halprin, Garret Eckbo e Roberto Burle Marx. Luis Barragan era
um paisagista mexicano que vai romper com a pureza do modernismo e
usar cores vibrantes nos jardins, texturas e luzes.
moderno
Roberto Burle Marx, um dos maiores paisagistas do país, tinha diversos talentos,
adorava arte popular, era interessado por plantas desde a infância e tem
influências da pintura também, o que refletia em seus projetos. Em 1932 projetou o
primeiro jardim legitimamente modernista no brasil, o terraço de casa e depois o
jardim do Palácio Capanema, no Rio de Janeiro, além do calçadão de Copacabana.

Burle Marx usava


plantas como a agave,
trapoeraba roxa, bela
emília, camará, gieva e
guaimbé.
A Casa Edmundo
Cavanelas é projeto de
Niemeyer com jardins do
Burle Marx, uma pura
influência cubista, com
uso de cores e uso de
dois tipos de gramíneas.
Esse uso de 2 tipos de
gramíneas para formar
uma nova forma, bem
pictórico, é uma
releitura, já mostrando
ali uma tendência
contemporânea do
paisagismo.

autoral
autoral

Croqui da Keller Fountain Park, projeto de Lawrence Halprin.


O paisagista levou a esposa para dançar dentro dessa fonte,
comprovando uma de suas crenças de que “jardim é para se viver”.
JARDIM
CONTEMPORÂNEO
O estilo contemporâneo tem como característica uma
preocupação maior quanto às condições ambientais nos
grandes centros urbanos e do melhor uso dos recursos
naturais. Por isso, busca formas de maximizar o verde em
pequenos espaços, como as paredes vivas e os telhados
ecológicos. Há o uso de uma vegetação mais tropical e
integração da natureza do local com os elementos
construídos de forma natural, dialogando com a
arquitetura.

Grandes árvores, palmeiras, bambus, árvores de fruto, e


influência de outros estilos, como o oriental, porém com
coerência e de forma mais livre, são aspectos que
encontramos atualmente nas paisagens também.

Luis Barragán é um paisagista considerado


contemporâneo também pois utilizava a experiência
cromática brincando com o místico, com as cores e
formas. O contemporâneo observa que fazer paisagismo
não é só jardim, é trabalhar com a paisagem em suas
formas, luzes e cores; podendo haver ou não vegetais. E o
paisagismo determina um espaço social que une as
pessoas, um local de encontro, que busca a quebra de
preconceitos. O jardim sensorial entra em cena neste
estilo também, com plantas aromáticas, como lavanda,
alecrim, erva doce.Outros nomes são Anthony Paul,
paisagista pós moderno que usa bastante água em seus
projetos, mais minimalista e Peter Walker.

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