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ANÁLISE de PROJETO

CER 2
RESIDÊNCIA RECIFE
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971
DESCRITIVO

RESIDÊNCIA RECIFE
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971

Residência de esquina em poligonal irregular, o terreno deriva da união


de um leque com dois retângulos com área aproximada de 650 m2. O
edifício estava locado na orientação norte-sul na porção ortogonal junto
ao limite Oeste.

A residência tem sua estrutura resolvida em dez colunas colossais em


itaúba com 0,40m de diâmetro distantes 4,20m no sentido norte-sul
por 5,20m sustentavam a coberta em uma água com telhas Brasilit.

Na fachada Leste, um beiral de 2,50m protegia as réguas horizontais


em cedro que uniam as colunas. No volume térreo ao Oeste, o bloco de
serviços em alvenaria de tijolos cerâmicos com cobertura em uma água
e beiral de 1,20m.

O acesso ocorria via Alameda Luis Mendes pela fachada Norte após
cruzar o pilotis e o Abrigo para Carro definido pelo intercolúnio. Ao
ingressar no Hall, à esquerda, a Sala de Estar, em frente à Escada e o
Pátio Interno com Jardim. Em um bloco lateral a entrada se encontra
toda a distribuição de cozinha e área de serviço.

No pavimento superior a escada percorre o vazio do jardim dando em


uma circulação aberta que liga a área íntima aos quartos. Constam no
pavimento duas suítes com seus respectivos closets;
DESCRITIVO

RESIDÊNCIA RECIFE
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971

A compartimentação em espaços reduzidos adequados ao uso reduzia a


necessidade do ar condicionado e permitia a utilização da rede de armar.
Os ventos predominantes no quadrante nordeste permitiam a desejada
ventilação cruzada no clima equatorial. As vedações eram artesanais em
pranchas de sucupira preta, amarela e vermelha. Os pilares e vigas em
maçaranduba com seção quadrada de 0,30m com piso em tábuas de
aguano de 0,75x0,30 m. Alvenaria de tijolos cerâmicos e lajes de
concreto somente nos banheiros. Na Sala Íntima, sobre a Varanda Íntima,
as relações visuais em níveis distintos permitiam a amplitude espacial da
casa com hierarquia. A vedação era em Alvenaria de tijolos cerâmicos
com pilares e vigas em maçaranduba e o piso em tábua de aguano. No
Átrio entre as duas faixas, a integração espacial e a modernidade. A
ventilação cruzada era permanente.

Fonte.:
https://www.archdaily.com.br/br/797549/classicos-da-arquitetura-residencia-recife-
severiano-porto?ad_source=myarchdaily&ad_medium=bookmark-show&ad_content=cu
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DESCRITIVO

RESIDÊNCIA RECIFE
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971
LEITURA SETORIAL

RESIDÊNCIA RECIFE
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971

No térreo os setores de serviço ocupam prioritariamente a


porção norte do terreno, indicando que essa deve ser a menos
favorecida pelas condicionantes climáticas.

O setor de serviço (com exceção da garagem) ocupa um volume


bem definido e separado do resto do corpo da edificação
principal;

O setor social no térreo se articula, “abraça”, um jardim central


que vence os dois pavimentos da edificação;

O segundo pavimento é “dividido” pelo vazio ficando a oeste o


Estar Íntimo e a leste a área privativa dos quartos, indicando que
talvez essa seja a orientação melhor favorecida pelas
condicionantes térmicas.
ANÁLISE FUNCIONAL SETOR
SOCIAL
RESIDÊNCIA RECIFE
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971

SETOR
PRIVATIVO

PAV. SUPERIOR
SETOR DE
SERVIÇO

JARDIM

SETOR
SOCIAL

PAV. INFERIOR
LEITURA FLUXO

RESIDÊNCIA RECIFE
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971

No térreo a circulação do serviço usa sua própria área


para interligar cozinha + lavanderia + depósito +
dependência de maneira direta;

O fato da garagem não ter conexão com a área de


serviço parece dar um indicativo que qualquer
demanda de abastecimento tem que entrar pela área
social;

Toda a circulação social acontece no entorno do vazio


central, articulando e criando certa privacidade entre
eles sem necessitar de fechamento vertical, inclusive a
escada;

A circulação da casa como um todo é bem racional e


central, articulada visualmente pelo vazio e próximo a
entrada, tornando-se dessa forma bastante otimizada.
CIRCULAÇÃO SERVIÇO

CIRCULAÇÃO SOCIAL

01- PAV. INFERIOR


LEITURA FLUXO

RESIDÊNCIA RECIFE
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971

CIRCULAÇÃO SOCIAL

CIRCULAÇÃO PRIVATIVA

01 - PAV. SUPERIOR
LEITURA ESPACIAL

RESIDÊNCIA RECIFE
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971

Ao refletir sobre o diagrama de Cheios e Vazios


podemos concluir que a face norte realmente é a
menos favorecida tendo em vista do volume fechado
da área de serviço e da alvenaria da sala que dá para
essa face, apesar da varanda;

O térreo tem suas aberturas mais voltadas para a face


Sul da edificação para, provavelmente, aproveitar a
visibilidade do jardim que se estabelece no recuo.
CONE
Quase todas as faces do setor social são bem
VISUAL
permeáveis dando indicação que devem ser bem
ventiladas tendo em vista o incentivo a ventilação
cruzada. Não há alvenarias interrompendo o fluxo da
circulação do vento;

Nota-se que a cozinha também possui ventilação


cruzada proporcionada pelo volume solto do bloco de VEGETAÇÃO
serviço e o jardim que surge longitudinalmente em EXISTENTE
decorrência dessa implantação;

No segundo pavimento os quartos se voltam para o


Sul, denotando ser essa a orientação mais favorecida,
no térreo essa face também se demonstra bem
permeável a ventilação;

Nos dois pavimentos é gerado a possibilidade de todos


os ambientes não privativos, de terem visuais para o 01- PAV. INFERIOR
jardim interno, ampliando visualmente os espaços dos
ambientes.
VEGETAÇÃO
EXISTENTE

01 - PAV. SUPERIOR
LEITURA FORMAL
TALISCADO
RESIDÊNCIA RECIFE (PELE)
Arquiteto: Severiano Porto
Ano: 1971

A leitura formal aliada a setorial denota que o serviço


(Volume 3) encontra sua expressividade formal
independente do resto do corpo da edificação (quase
um anexo) quebrando a verticalidade da edificação;
VAZIO
Os demais volumes mesclam usos da seguinte
maneira:

Volume 1 Social + privativo, que compõe o volume


principal e domina a hierarquia entre os volumes, Se
alonga horizontalmente proporcionando mais área de
abertura para os ambientes que mais precisam de luz
e ventilação, no qual é fixado um tariscado de madeira
que funciona como pele sobreposta ao volume
EMPENA
Volume 2 Social + Circulação , onde ocorre uma
subtração que quebra a escala horizontal e intimista
dos ambientes e divide, sem necessidade de alvenarias
área de circulação das sociais;

Formalmente a edificação parece derivar da correta


setorização dos ambientes em relação às
condicionantes térmicas e a expressividade ressaltada
a partir de uma identidade geométrica bem definida a
cada quebra de uso.

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