Você está na página 1de 19

FUNÇÕES 2009

1. FUNÇÕES

1.1 CONCEITO DE FUNÇÕES

Os fenómenos que observamos estão relacionados uns com os outros. A temperatura ambiente
depende da hora do dia; o rendimento do capital depende da taxa de juros; o espaço percorrido
por um móvel depende de tempo; área de um quadrado depende da medida do seu lado; etc.

As diferentes variáveis que interferem num dado fenómeno estão intimamente relacionados aos
outros. As correspondências deste tipo estiveram na origem do conceito de função. Em
linguagem corrente usamos muitas vezes a palavra função no sentido de ‘depende’

 O juro de capital é uma função de tempo de capitalização

 A velocidade com que um objecto em queda livre atinge o solo é uma função da altura,
assim:

Uma correspondência entre duas variáveis chama-se função quando a cada valor
da variável independente corresponder um único valor da variável dependente.

Há correspondência que não são funções. Exemplo: na agenda do telefone da Neusa, o médico
tem três números de telefones, a amiga Mavis tem um e a colega Julieta não tem telefone. Se
considerarmos os conjuntos:

A={médico, Mavis, Julieta} e B={ número de telefone do médico, da Mavis, da Julieta}

A correspondência de A para B não é função. Por um lado, ao médico corresponde três números
de telefone e, por outro lado, a Julieta não tem telefone.

Assim como em qualquer outro conteúdo matemático, também nas funções usamos termos
específicos e símbolos matemáticos.

Considerando f a função de A para B, podemos definir esta função do seguinte modo:

Zeca Jose Noa 1


FUNÇÕES 2009

A B

Ou f: A B

Sendo x elemnto de A e y elemento correspondente em B; simbolicamente teremos:

x f y que se lê: y é imagem de x através da função f; ou que se lê: x aplica-se em y


através da função f; ou ainda

y=f(x), que se lê: y é função de x; sendo x a variável independente e y a variável dependente.


A letra f é a inicial da palavra função. Se pretendemos falar a cerca de várias funções usamos
normalmente, as letras alfabéticas; por exemplo: f, g, h…

1.2 DOMINIO E CONTRADOMINIO DUMA FUNÇÃO

Considere a função f: A B B

A
Manica

Chimoio Sofala

Beira Gaza

Xai-Xai Maputo C

Ao conjunto A denomina-se conjunto de partida ou dominio da função e representa-se por Df.

Df={Chimoio, Beira , Xai-Xai}

Zeca Jose Noa 2


FUNÇÕES 2009

Ao conjunto B chama-se conjunto de chegada. O conjunto de chegada de f ={Manica, Sofala,


Gaza, Maputo}

Ao conjunto C chama-se contradominio da função e representa-se por D’f.

D’f={Manica, Sofala, Gaza}

Aos elementos do dominio chamam-se objectos e aos elementos do contradonminio chamam-se


imagens.

Exemplo: Seja uma função g: A B que a cada elemento de A faz corresponder o seu dobro,
sendo: A={1, 2, 3, 4} e B={2, 4, 6, 8, 10, 12}

1 2 3 4 A

2 4 6 8 10 12

Sendo g:A B então, x y=2x

g(1)=2 lê-se g de um é igual a dois

g(2)=4 lê-se g de dois é igual a quarto

g(3)=6 le-se g de tres é igual a seis

g(4)=8 lê-se g de quarto é igual a oito

g(x)=2x lê-se g de x é igual a 2x

Dg={1, 2, 3, 4} e D’g={2, 4, 6, 8}

1.3- MODOS DE DEFINIR UMA FUNÇÃO

As formas mais comuns de definir uma função são:

Zeca Jose Noa 3


FUNÇÕES 2009

Tabelas

Quantidade de açucar (Kg) 3 4 5 12


Custo (milhares de meticais) 30 40 50 120

A tabela acima traduz a correspondência entre a quantidade de açucar e o custo no valor de


10.000.00mt o quilograma.

Gráficos

Zeca Jose Noa 4


FUNÇÕES 2009

Diagramas

3 30
4 40
5 50
12 120

Expresão Analítica

A expressão que traduz a situação é:

Custo = 10.000xPeso mais simplesmente C = 10.000xP

Onde:
C = Custo
P = Peso

Por convenção, vulgarmente se usa a letra x para representar a variável independente e a letra y
para a variável dependente. Assim, no exemplo citado, a função é definida por:

Ou x f 10.000x ou ainda y = 10.000x


f(x) = 10.000X

Zeca Jose Noa 5


FUNÇÕES 2009

1.4- FUNÇÃO DO TIPO y = ax + b

A função do tipo y = ax + b (a≠0) designa-se função linear ou função do 10 Grau

Exemplos:
Como se pode constatar a
Y = 3x a = 3; b=0 partir dos exemplos acima, a e
Y = -7x a = -7; b = 0 b são constantes ou
Y = 4x – 5 a = 4; b = -5 coeficientes, sendo a o
−9 −9 coeficiente de x e b o termo
Y= x + 12 a= ; b = 12
2 2 independente de x.

1.5. GRÁFICOS DA FUNÇÃO y = aX + b

 Consideremos a função x f 2x

Esta função traduz uma proporcionalidade directa entre x e y, fazendo corresponder a cada
elemento x o n0, assim,

Para x = -2 vem y = 2(-2) = - 4

Para x = -1 vem y = 2(-1) = -2

Para x=0 vem y = 2 * 0 = 0

Para x=1 vem y=2*1=2

Para x=2 vem y=2*2=4

Resultando os pares coordenados (-2; -4), (-1; -2), (0; 0), (1; 2), (2; 4), que verificam a função.

Marquemos num referencial cartesiano os pontos correspondentes a estes pares ordenados de


números para obtermos o gráfico de f.

Zeca Jose Noa 6


FUNÇÕES 2009

(caso b = 0)

Unindo os pontos, verificamos que:


Todos eles pertecem à mesma recta
e que esta passa pela origem do
sistema.

1
 Considere a função y = - x
2

1
Nesta função, cada elemento de x corresponde ao número - x, deste modo,
2

1
Para x = -2 Resulta y = - (-2) = 1
2

1 1
Para x = -1 Resulta y = - (-1) =
2 2

Zeca Jose Noa 7


FUNÇÕES 2009

1 X Y
Para x = 0 Resulta y = - (0) = 0
2
-2 1
1 1 -1 1
Para x=1 Resulta y = - (1) = -
2 2 2
0 0
1
Para x=2 Resulta y = - (2) = - 1 1 1
2 -
2
2 -1

Como se pode observar, os


pontos representados pertecem
a uma mesma recta, portanto,
para
b =0

O gráfico de toda função do tipo y = ax, sendo a uma constante, é uma recta que
passa pela origem dos eixos

Zeca Jose Noa 8


FUNÇÕES 2009

Analisando o valor de a, temos :

 Para a > 0, a função do tipo y = ax + b é crescente


 Para a < 0, a função do tipo y = ax + b é decrescente
 Ao coeficiente a chamamos coeficiente angular ou declive

 Considere a função x f 2x + 3

2 7 Porque 2 * 2 + 3 = 7 X Y
2 7
1 5 Porque 2 * 1 + 3 = 5
1 5
0 3 Porque 2 * 0 + 3 = 3 0 3
-1 1
-1 1 Porque 2 * 1 + 3 = 1
-2 -1
-2 -1 Porque 2 * (-2) + 3 = - 1

O gráfico de y = 2x + 3 sera: b≠0

Ao unirmos os pontos verificamos que estes estão situados na mesma recta que intersecta o
eixo das ordenadas no ponto (0; 3).
Assim, esta recta tem declive 2
A ordenada na origem é 3

Zeca Jose Noa 9


FUNÇÕES 2009

A Ordenada na Origem – é a ordenada do ponto de intersecção da recta com o eixo yy`.

Nota: y = ax + b, sendo b ≠ 0

 O gráfico da função y = ax + b, sendo a e b as constantes, (b ≠ 0 ) é uma recta que não


passa pela origem.
 O coeficiente b chama-se Ordenada na Origem.

 Como a representação gráfica y = ax + b é uma recta, basta considerarmos dois pontos,


pois, uma recta fica definida por dois pontos. Assim, na função y = -x + 2, podemos
fazer:

X Y
0 2
1 1

Observando o gráfico de y = -x + 2, verificamos que a recta intersecta o eixo das abcissas no ponto (2;
0). Ao valor de x neste ponto dá-se o nome de Zero da Função.
 A partir do exemplo anterior, podemos concluir que para representarmos graficamente a
função y = ax + b necessitamos apenas da ordenada na origem e do zero da função.

Exemplo:

Zeca Jose Noa 10


FUNÇÕES 2009

Considere a função f(x) = 2x - 3


b = - 3, logo (0; - 3) é a ordenada na origem.
f(x) = 0 (zero da função):
então, 2x – 3 = 0
2x = 3
3
x=
2
3
O par ( ; 0 ) é o zero da função. Veja o gráfico:
2

Considere a função y = 3

Re-escrevendo-a na forma y = ax + b, teremos y = 0x + 3. Como se pode observar, a = 0. Isto


significa que para qualquer valor de x, y toma sempre o mesmo valor.

Representando-a graficamente, teremos:

Zeca Jose Noa 11


FUNÇÕES 2009

X Y
-2 3
0 3
2 3

A função y = 3 diz –se Função Constante, sendo o seu gráfico uma recta paralela ao eixo das
abcissas.

Zeca Jose Noa 12


FUNÇÕES 2009

1.6 FUNÇÃO QUADRÁTICA


1.6.1 Definição
Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR
dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 0.
Vejamos alguns exemplos de função quadráticas:
1.f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1

2.f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1


3.f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5
4.f(x) = - x2 + 8x, onde a = 1, b = 8 e c = 0
5.f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0

1.6.2 Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 0, é uma curva
chamada parábola.
Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y e, em
seguida, ligamos os pontos assim obtidos.

Zeca Jose Noa 13


FUNÇÕES 2009

X Y
-3 6
-2 2
-1 0

0 0
1 2
2 6

Observação:
Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:
 se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;
 se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo;

1.6.3 Coordenadas do vértice da parábola

Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto de mínimo V; quando a <
0, a parábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V.

Em qualquer caso, as coordenadas de V são . Veja os gráficos:

Zeca Jose Noa 14


FUNÇÕES 2009

1.6.4 Imagem

O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx + c, a 0, é o conjunto dos valores que y pode


assumir. Há duas possibilidades:
1ª - quando a > 0,

Zeca Jose Noa 15


FUNÇÕES 2009

a>0

2ª quando a < 0,

a<0

Zeca Jose Noa 16


FUNÇÕES 2009

1.6.5 Construção da Parábola

É possível construir o gráfico de uma função do 2º grau sem montar a tabela de pares (x, y), mas
seguindo apenas o roteiro de observação seguinte:
1.O valor do coeficiente a define a concavidade da parábola;
2.Os zeros definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo dos x;

3.O vértice V indica o ponto de mínimo (se a > 0), ou máximo (se a< 0);
4.A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria da parábola;
5.Para x = 0 , temos y = a · 02 + b · 0 + c = c; então (0, c) é o ponto em que a parábola corta o eixo
dos y.

1.6.6 Sinal

Consideramos uma função quadrática y = f(x) = ax2 + bx + c e determinemos os valores de x para


os quais y é negativo e os valores de x para os quais y é positivos.
Conforme o sinal do discriminante = b2 - 4ac, podemos ocorrer os seguintes casos:
1º - > 0
Nesse caso a função quadrática admite dois zeros reais distintos (x1 x2). a parábola intercepta o
eixo Ox em dois pontos e o sinal da função é o indicado nos gráficos abaixo:

Zeca Jose Noa 17


FUNÇÕES 2009

quando a > 0
y>0 (x < x1 ou x > x
y<0 x1 < x < x2

quando a < 0
y > 0 x1 < x < x
y<0 (x < x1 ou x > x2)

Zeca Jose Noa 18


FUNÇÕES 2009

Bibliografia

NHÊZE, Ismael Cassamo, Matemática 8a Classe, 1a ed., Moçambique, Diname,1998.

http:\\www.somatematica.com.br

Zeca Jose Noa 19

Você também pode gostar