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Introdução ao Cálculo

UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Explicar o conceito


de função linear e
função quadrática,
identificando os
elementos que as
compõem.

> Interpretar o gráfico


da função linear e da
função quadrática.

> Calcular problemas


modelados por
funções afim e
funções quadráticas.

44 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

2 FUNÇÃO AFIM E FUNÇÃO


QUADRÁTICA
Nesta unidade abordaremos as funções afim e as quadráticas. Essas funções tam-
bém são denominadas funções polinomiais do 1º e do 2º grau, respectivamente. Elas
são muito utilizadas para modelar problemas que envolvem grandezas que se apre-
sentam diretamente proporcionais. Encontramos utilização dessas funções em áreas
como Economia, Engenharia, Física, Administração, etc. Na Física, por exemplo, são
empregadas quando precisamos calcular distâncias, trajetória de um objeto em que-
da livre, o trabalho realizado por uma força, etc. Nas áreas econômicas e de gestão,
elas estão presentes ao modelar cenários para tomadas de decisões.

Para exemplificar como utilizamos as funções no emprego de situações diversas, va-


mos considerar a seguinte situação: em uma empresa, o preço de determinado pro-
duto pode ser expresso por p= 3200 – x, em que x representa as unidades vendidas
desse produto. O total arrecadado, em reais, pelas vendas de x unidades desse produ-
to é denominado receita. A receita pode ser dada, portanto, por R=p.x, ou seja, o preço
vezes a quantidade de produtos vendidos. Assim temos:

R(x) = (3200-x).x

R(x) = 3200x-x²

Caso seja necessário calcular a receita para a venda de 30 produtos, basta substituir
x = 30 diretamente na função encontrada.

R(30) = 3200.(30)-(30)²

R(30) = 95100

Logo, na venda de 30 produtos a receita será de R$ 95100.

Observe que o preço é expresso por uma função afim e a receita por uma função
quadrática.

SUMÁRIO 45
Introdução ao Cálculo

2.1 FUNÇÃO AFIM

Ao relacionarmos duas grandezas e observarmos que elas são diretamente propor-


cionais, observamos que podemos expressá-la através de uma função afim ou função
polinomial do 1º grau.

Duas grandezas são diretamente proporcionais quando se observa que a va-


riação ocorrida em uma provoca a mesma variação na outra. Assim, se uma
duplica, a outra também duplicará; se uma é dividida em três partes iguais,
a outra também será dividida por esse mesmo valor.

A função afim é um tipo específico de função descrita por um polinômio e, por este
motivo, também é denominada função polinomial de grau 1.

Um comerciante vende um determinado produto a R$ 2,50 cada unidade.


a) Quantos produtos podemos comprar com R$ 15?
b) Qual é o valor pago por 32 unidades?

Observe que as grandezas envolvidas são Valor a ser pago (P) e Quantidade
de unidades (Q), sendo que a primeira depende diretamente da segunda.
Então, podemos escrever a relação entre elas como:

P = 2,50. Q

46 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

Assim, reconhecemos a função afim quando a função se apresenta pela lei:

f(x)=ax+b ou y=ax+b

Temos que:

a. É um número real, denominado coeficiente angular e a ≠ 0.

b. É um número real, denominado coeficiente linear, também chamado


de termo independente, ou termo constante da função.

x- variável independente.

f(x) ou y- variável dependente.

• f(x) = 3x – 4, em que a = 3 e b = - 4

• f(x) = - 2x + 6, em que a = - 2 e b = 6

• g(x) = - x – 6, em que a = -1 e b = - 6
2 1 2 1
• y = x + , em que a = eb=
5 3 5 3
• y = 6x, em que a = 6 e b = 0 função linear

• y = x em que a =1, b = 0 função identidade

Na função y = ax + b, quando a ≠ 1 e b = 0 na função afim, ela é, também, denominada


função linear. No caso em que a = 1 e b = 0, ela é chamada de função identidade.

Quando temos o caso da função f: ℝ → ℝ (função f definida de ℝ em ℝ) dada pela lei


f(x) = b, para todo x é denominada função constante. Essa função é definida como
função constante, pois, para qualquer valor real de x escolhido, o resultado de f(x)
ou de y será sempre o mesmo, ou seja, sempre f(x) será igual ao valor b, pois y = b.
As funções a seguir são exemplos de funções constantes.

f(x) = 2, a = 0 e b = 2

f(x) = 3, a = 0 e b = 3

SUMÁRIO 47
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2.1.1 VALOR DE UMA FUNÇÃO AFIM

Encontramos o valor da função dada por f(x) = ax + b, a ≠ 0 quando substituímos o


valor de x e encontramos o valor da função, ou seja, f(x) ou y.

Dada a função f(x)= 3x+2, encontre:


a) f(2)
O exercício pede o valor da função quando o valor de x é 2. Assim temos:
f(x)= 3x+2
f(2)=3.(2)+2
f(2)=8, logo, o valor da função quando x é igual a 2 é 8.

b) f(–3)
f(x) = 3x+2
f(-3) = 3.(–3)+2
f(–3) = –9+2
f(–3) = 7

c) f(x)=2
Neste caso, deseja-se saber o valor de x quando o valor da função for 2.
f(x)= 3x+2
2=3x+2
3x+2=2
3x=2-2
3x = 0
0
X= = 0, logo, o valor de x tem que ser 0 para que f(x) = 2.
2

48 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

O domínio da função polinomial do 1º grau será expresso pelos os valores de x que


podem ser atribuídos na função f(x) = ax + b. Como não temos nenhuma restrição
para essa igualdade, teremos D(f) = ℝ.

A imagem da função do 1º grau será dada pelos valores de y ou de f(x) encontrados


na lei da função como resposta a cada x real do domínio.

Dada a função f(x) = - 3x + 2, determine as imagens correspondentes a x = -1,


x = 0 e x = 4. Teremos então:

f( -1) = - 2. (-1) + 3 = 2 + 3 = 5

f(0) = - 2. 0 + 3 = 0 + 3 = 3

f(4) = - 2. 4 + 3 = = 8 + 3 = - 5

Logo, as imagens serão 5, 3 e – 5.

Assim a imagem de funções do 1º grau, cujo domínio é real, será também real, e es-
crevemos Im(f) = ℝ.

2.1.2 RAIZ DE UMA FUNÇÃO AFIM

Chamamos de raiz ou zero de uma função polinomial do 1º grau, dada por f(x) = ax
+ b, a ≠ 0, o número real x, tal que f(x) = 0, ou seja, o valor de x que atribuído à função
encontra o valor de y = 0.

SUMÁRIO 49
Introdução ao Cálculo

Exemplo 1: Dada a função f(x) = 3x – 6, para encontrar sua raiz, devemos fazer

f(x) = 0.

3x – 6 = 0.

3x = 6.
6
x= .
3
Logo x = 2.

Exemplo 2: Cálculo da abscissa do ponto em que a função h(x) = - x – 4 será


igual a zero, teremos:

h(x) = 0

-x-4=0

-x=4

x=-4

Logo, a raiz de h(x) é x = -4.

−b
A raiz da função linear é dada por x = , pois fazendo ax + b = 0, temos que ax = –b.
a
Logo:

−b
X=
a

Observação: algumas bibliografias trazem a denominação de zero da função ao invés


de raiz.

50 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

2.1.3 GRÁFICO DA FUNÇÃO AFIM

Vimos que, para determinar o gráfico de uma função, assinalamos uma série de pon-
tos fazendo uma tabela que nos dá as coordenadas. Esses pontos são calculados por
meio da lei y = f(x). Representamos cada par ordenado (x, y) da tabela por um ponto
no plano cartesiano. O conjunto dos pontos obtidos constitui o gráfico da função.

O gráfico de uma função afim é uma reta não paralela aos eixos coordenados. Assim
sendo, necessitamos somente de dois pontos quaisquer para que o gráfico possa ser
construído, mas utilizamos os pontos onde a reta irá cortar os eixos x e y, assim temos
os pontos (x, 0) e (0, y).

Note que o ponto (x, 0) é a raiz da função e, como na interseção com o eixo y o valor
de x é zero, y vai ser igual ao valor do coeficiente linear, ou seja, b.

Veja o gráfico a seguir:

FIGURA 19 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FUNÇÃO F(X) = –2X + 6 DESTACANDO


SEUS PONTOS DE INTERCEPÇÃO COM OS EIXOS

y
7

6
F F(0,6) – ponto onde a reta corta o eixo y.
Obtemos as coordenadas do ponto da forma
(o,b), sendo b o valor do coeficiente linear.
5

3
G(3,0) – ponto onde a reta corta o eixo x.
Podemos obter as coordenadas do ponto da
1
forma G(( -b ,0).
a

G x Eixo das abscissas


-1 0 1 2 3 4 5 6

Fonte: elaborado pela autora.

SUMÁRIO 51
Introdução ao Cálculo

Assim, utilizando essas informações, podemos fazer o gráfico de qualquer função po-
linomial do 1º grau.

Exemplo 1: Dada a função de ℝ em ℝ, definida por f(x) = 3x + 6, construa o


gráfico.

Vamos encontrar as coordenadas dos pontos de interseção com:

a) o eixo das abscissas (x,o)


−b −6
x= = = −2
a 3

Portanto, as coordenadas do ponto de interseção com o eixo das abscissas


é (–2,0).

b) com o eixo das ordenadas (0,y)

Neste caso, o valor de x=0 assim,

f(x) = 3x + 6

f(0) = 3.(0) + 6

f(0) = 6

Observe que na função f(x) = 3x + 6 o valor do coeficiente angular é a = 3 e o


coeficiente linear é b = 6.

52 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

Portanto, as coordenadas do ponto de interseção com o eixo das ordenadas é (0, 6),
ou seja, o valor do coeficiente linear.

Vamos esboçar o gráfico com os pontos encontrados, ou seja, A(-2, 0) e B(0, 6), locali-
zando-os no plano cartesiano:

FIGURA 20 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FUNÇÃO F(X)=3X+6

a) b)

8 y 8 y
Após localizar os pontos
7 no plano cartesiano, 7
ligamos os dois
6 B formando uma reta. 6 B
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
A x A x
-4 -2 0 2 4 -4 -2 0 2 4
-1
Fonte: elaborado pela autora.
-1

Legenda:
a) Localização dos pontos A e B no plano cartesiano.
b) Reta formada ao ligar o ponto A e B.

Exemplo 2: Faça o gráfico da função de R em R, definida por f(x) = –2x + 2.

Vamos encontrar as coordenadas dos pontos de interseção com:

a) com o eixo das abscissas (x,o)

−b −2
x= = =1
a −2

Portanto, as coordenadas do ponto de interseção com o eixo das abscissas é (1, 0).

SUMÁRIO 53
Introdução ao Cálculo

b) com o eixo das ordenadas (0,y)

Conforme vimos no exemplo 1, o valor de y neste ponto é igual ao valor b na função,


lembrando que ela é definida por f(x) = ax + b.

Portanto, as coordenadas do ponto de interseção com o eixo das ordenadas é (0, 2),
ou seja, o valor do coeficiente linear.

Vamos esboçar o gráfico com os pontos encontrados, ou seja, A(1, 0) e B(0, 2), locali-
zando-os no plano cartesiano.

FIGURA 21 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FUNÇÃO F(X) = –2X + 2

Após localizar os pontos


y no plano cartesiano, y
ligamos os dois
4 formando uma reta. 4

3 3

2 B 2 B

1 1

A x A x
-1 0 1 2 3 4 -1 0 1 2 3 4

-1 -1

Fonte: elaborado pela autora.

Legenda:
a) Localização dos pontos A e B no plano cartesiano.
b) Reta formada ao ligar o ponto A e B.

Construir o gráfico da função f(x) = 3.

Perceba que nessa função o valor a = 0 e b = 2. Essa função é um tipo especial, deno-
minada função constante, que é descrita com f(x)=b. Nesse caso, para qualquer valor
de x escolhido, o valor de y sempre será igual a 3.

54 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

QUADRO 4 - VALORES DAS COORDENADAS DOS PONTOS PERTENCENTES À FUNÇÃO F(X) = 3

x Y=3 (x, y)
0 3 A(0, 3)
1 3 B(1, 3)
Fonte: elaborada pela autora.

FIGURA 22 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FUNÇÃO F(X) = 3

a) b)

Após localizar os pontos


y no plano cartesiano, y
4 ligamos os dois 4
formando uma reta.
A B A B
3
3

2 2

1 1

x x
-1 0 1 2 4 -1 0 1 2 4

-1 -1

Fonte: elaborado pela autora.

Legenda:
a) Localização dos pontos A e B no plano cartesiano.
b) Reta formada ao ligar o ponto A e B.

Nos exemplos anteriores podemos definir o domínio e a imagem das funções. Tere-
mos para tais D = ℝ e Im = ℝ. Para analisar isso, basta olhar os valores de x que são uti-
lizados (eixo horizontal) na função e os valores de y que são utilizados (eixo vertical) na
função. Como a reta é uma figura geométrica infinita em ambas as direções, teremos
todos os valores dos eixos horizontal e vertical do plano cartesiano sendo utilizados.
Assim sendo, tanto o domínio quanto a imagem da função serão reais.

SUMÁRIO 55
Introdução ao Cálculo

2.1.4 FUNÇÃO AFIM CRESCENTE E DECRESCENTE

Consideremos a função polinomial do 1º grau definida por y = 2x –1. Vamos atribuir


valores cada vez maiores a x e observar o que ocorre com y:

QUADRO 5 - VALORES DAS COORDENADAS DOS PONTOS PERTENCENTES À FUNÇÃO F(X) =2X-1

x y
-3 -7
Os valores de
Se os valores -2 -5 y também
de x crescem -1 -3 crescem
+ 0 -1 +
1 1
2 3
3 5

FIGURA 23 - LOCALIZAÇÃO DAS COORDENADAS DOS PONTOS DA FUNÇÃO F(X)= 2X-1

a) b)

Os valores de y
8 y (imagem) crescem. 8 y

6 6
G G
4 4
F F
2 2
E E
x x
-4 -2 0 2 4 6 8 -4 -2 0 2 4 6 8
D D
-2 -2
C C
-4 -4
B Os valores de x B Observe nessa função
-6 (domínio) crescem. -6 que o valor de a=2,
portanto a>0 .
A A
-8 -8

Fonte: elaborado pela autora.

Legenda:
a) Localização dos pontos da função f(x) = 2x –1 no plano cartesiano.
b) Gráfico formado pelos pontos.

56 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

Perceba que, quando aumentamos o valor de x, os correspondentes valores de y tam-


bém aumentam. Dizemos, então, que a função é crescente.

Consideremos agora a função polinomial do 1º grau definida por y = –2x –1. Vamos
atribuir valores cada vez maiores a x e observar o que ocorre com y:

QUADRO 6 - VALORES DAS COORDENADAS DOS PONTOS PERTENCENTES À FUNÇÃO F(X) =-2X-1

x y
-3 5
Os valores de
Se os valores -2 3 y decrescem
de x crescem -1 1 +
+ 0 -1
1 -3
2 -5
3 -7

FIGURA 24 - LOCALIZAÇÃO DAS COORDENADAS DOS PONTOS DA FUNÇÃO F(X) = –2X –1

a) b)
y y
Os valores de Observe nessa função
y (imagem) que o valor de a = 2,
decrescem. portanto a < 0 .

A A

B B

C C
x x
-4 -2 0 2 4 6 -4 -2 0 2 4 6
D D
-2 -2
E E
Os valores de
-4 x (domínio) -4
F crescem. F
-6 -6

G G
-8 -8

Fonte: elaborado pela autora.

Legenda:
a) Localização dos pontos da função f(x) = –2x –1 no plano cartesiano.
b) Gráfico formado pelos pontos.

SUMÁRIO 57
Introdução ao Cálculo

Assim, podemos observar que, de maneira geral, para a função linear f(x)= ax + b,
temos que:
se a > 0 a função é dita crescente.
se a < 0 a função é dita decrescente.

Portanto, se o coeficiente angular a é positivo, a reta do gráfico dessa função será as-
cendente (função crescente). E se o coeficiente angular a é negativo, a reta do gráfico
dessa função será descendente (função decrescente).

2.1.5 ESTUDO DO SINAL DA FUNÇÃO AFIM

Fazer o estudo do sinal de uma função f(x) qualquer é determinar os valores de x para
os quais y a função será positiva, negativa ou nula.

Exemplo 1: Vamos observar o gráfico da função f(x) = x+1.

FIGURA 25 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO EXEMPLO 1

Essa é a raiz da função Os valores de x > -1


e, nesse ponto (-1, 0), o 3 y possuem imagem
valor de y = 0, ou seja, a positiva, ou seja, f(x) > 0
função é nula. 2 para x > -1.

1 +

x
-3 -2 -1 0 1 2

-1
-

Note que nessa


Os valores de x < -1 função o a>0 –
possuem imagem função crescente.
negativa, ou seja,
f(x) < 0 para x < -1.

Fonte: elaborado pela autora.

58 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

Observe que a função é nula no valor de x em que temos y = 0, ou seja, na raiz da fun-
ção. E a função muda de sinal nesse ponto, que é o ponto onde o gráfico intercepta
o eixo x. Por isso, dissemos anteriormente que esse é um ponto importante para ser
representado no gráfico da função, pois ele servirá como base para nossa análise.

Então, o estudo do sinal da função será:

f(x) = 0, para x = –1.

f(x) > 0, para x > –1.

f(x) < 0, para x < –1

Exemplo 2: Vamos observar o gráfico da função f(x)= –x+1.

FIGURA 26 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO EXEMPLO 2

3 y

2 Os valores de x < -1
possuem imagem

1 + positiva, ou seja,
f(x) > 0 para x < -1.

x
-3 -2 -1 0 1 2

-1 Essa é a raiz da Os valores de x > -1


função e, nesse
ponto (-1,0), o valor - possuem imagem
negativa, ou seja,
f(x) < 0 para x > -1.
-2 de y=0, ou seja, a
função é nula.

Fonte: elaborado pela autora.

Observe que o valor do coeficiente angular da função é menor que zero, a < 0, e a
função é decrescente.

Então, o estudo do sinal da função será:

f(x) = 0, para x = –1.

f(x) > 0, para x < –1.

f(x) < 0, para x > –1

SUMÁRIO 59
Introdução ao Cálculo

Portanto, para as funções dadas pela fórmula y = f(x) = ax + b, ao estudarmos o seu


sinal, tomaremos como ponto de partida a raiz da função, ou seja, o valor de x que
torna essa função igual a zero (ou nula). Sabendo onde a função é zero, teremos de
um lado números positivos e de outro, números negativos.

Podemos resumir da seguinte maneira:

1º Quando a>0

a>0

Para a função f(x) = ax + b e


o a > o, estudo do sinal da
+ função será:
f(x) = 0, para x =
-b ;

- a

-b ;
f(x) > 0, para x > -
a
-b
a -b 1
f(x) < 0, para x <
a

Fonte: elaborado pela autora.

Para a função f(x) = ax + b e o a> o estudo do sinal da função será:


−b
f(x)=0, para x =
a
−b
f(x)>0, para x>–
a
−b
f(x)<0, para x< 1
a

2º Quando a<0

a<0

+
Para a função f(x) = ax + b e
o a<o, estudo do sinal da
função será:
-b
f(x) = 0, para x = ;
- a
-b
f(x) > 0, para x < - ;
-b a
a -b
f(x) < 0, para x >
a

Fonte: elaborado pela autora.

60 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

2.1.6 LEI DE FORMAÇÃO DA FUNÇÃO AFIM

A função polinomial do 1º grau (função afim) fica determinada se conhecermos dois


pontos distintos pertencentes à função. Assim, podemos proceder da seguinte ma-
neira para escrever a função:

Vamos determinar a função conhecendo dois pontos.

Exemplo 1: Escreva a função afim f(x) = ax + b, sabendo que f(1) = 1 e f(3) = 5.

Para f(1) = 1, temos que x = 1 e y = 1, portanto vamos substituir esses valores na lei
de formação da função, ou seja, vamos substituir o s valores de x e y na expressão
f(x) = ax + b e encontrar o valor de a e b:

f(x)= ax + b

1 = a.1 + b ou

a+b=1

Para f(3) = 5, temos que x = 3 e y = 5, portanto vamos substituir esses valores na lei
de formação da função, ou seja, vamos substituir o s valores de x e y na expressão
f(x) = ax+b e encontrar o valor de a e b:

f(x) = ax + b

5 = a.3 + b ou

3a + b = 5

Para saber mais como resolver sistemas, consulte na internet “resolução de


sistemas de equações”.

SUMÁRIO 61
Introdução ao Cálculo

Para determinarmos o valor de a e b, resolveremos o sistema formado pelas duas


equações encontradas:

 a +b = 1

3a + b = 5

Isolando o valor de a na 1ª equação, temos:

a+b=1

a = 1–b

Substituindo o valor de a na 2ª equação:

3.a+b=5

3.(1-b) +b=5

3-3b+b=5

3-2b=5

-2b=5-3
2
b= = −1
−2

Como b = –1, podemos substituir esse valor em qualquer uma das duas equações.
Utilizando a primeira equação, temos:

a+b=1

a–1=1

a=2

Após determinarmos os valores de a e b, substituiremos na expressão f(x) = ax + b,


para escrever a função:

Logo, a função polinomial f(x) = ax + b em que f(1) = 1 e f(3) = 5 é dada por f(x) = 2x-1.

62 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

Exemplo 2: Dado o gráfico da função de R em R, escreva a função f(x)=ax+b


correspondente.

FIGURA 27 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FUNÇÃO F(X)=AX+B

12 y

10

L
6

2
M x
-4 -2 0 2 4 6 8

-2

-4

Fonte: elaborado pela autora.

Para escrever a função, temos que encontrar dois pontos pertencentes ao gráfico, no
caso, L(0,6) e M(2,0).

Sabemos que no ponto L já temos o valor do coeficiente linear, ou seja, b. Assim, a


função é escrita como:

f(x) = ax + b, onde b = 6, portanto,

f(x) = ax + 6

Para encontrar o valor de a, utilizaremos o ponto M(2,0), onde x=2 e y=0, e vamos subs-
tituir na expressão anterior:

f(x) = ax + 6

0 = a.2 + 6

2a + 6 = 0

2a = –6

−6
a= = −3
2

SUMÁRIO 63
Introdução ao Cálculo

Logo, a função polinomial f(x) = ax + b, dados L(0,6) e M(2,0) pertencentes ao seu


gráfico, é dada por f(x) = –3x + 6.

2.2 FUNÇÃO QUADRÁTICA

As funções quadráticas são descritas por um polinômio do 2º grau. Essa classe de


funções é muito utilizada para modelar problemas que envolvem cálculo de áreas,
estudo de movimento de projetos, entre vários outros. Vejamos uma situação exem-
plo de função polinomial do 2º grau:

Um determinado produto tem o preço expresso pela fórmula p = 1000 – x, em que x


representa as unidades vendidas desse produto. A receita total arrecadada, em reais,
por uma empresa ao vender esse produto será dada por R(x) = p.x, ou seja, a receita
em função do número x de unidades vendidas será seu valor p multiplicado pela
quantidade de unidades vendidas. Logo:

R(x) = (100 – x) . x = 1000x – x2

Portanto, a receita pode ser expressa por R(x) = –x² + 1000

Essa expressão nos permite o cálculo da receita em função do número de peças


vendidas, logo, se quisermos calcular a receita arrecadada na venda de 60 unidades
desse produto, teremos:

R(x)= –x² + 1000.x

R(60) = – (60)2 +1000.(60)

R(60)= – 3600+60000

R(60) = R$ 56.400

Assim, chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer fun-


ção f de ℝ em ℝ, dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, em que a, b e c são
números reais e a ≠ 0. Seguem exemplos de funções quadráticas:

64 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

f(x) = 3x2 – 2x – 4, em que a = 3, b = – 2 e c = – 4

f(x) = – x2 – 2x + 7, em que a = –1, b = – 2 e c = 7

f(x) = – x2 – 8, em que a = –1, b = 0 e c = – 8


2 1 2 1
y = x 2 + x , em que a = , b = e c = 0
5 3 5 3
y = 5x2, em que a = 5 e b = 0 e c = 0

Nos dois primeiros exemplos, a função do 2º grau é dita completa, pois contém os va-
lores de a, b e c. Nos exemplos seguintes, as funções são chamadas de função incom-
pleta do 2º grau, pois possuem o valor de a e de b, ou de a e de c ou ainda, somente
o valor de a.

2.2.1 GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO QUADRÁTICA

O gráfico de uma função polinomial do 2º grau é o conjunto de todos os pontos (x, f(x))
de um plano coordenado, onde x pertence ao domínio de f. O gráfico de uma função
polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a ≠ 0, é uma curva chamada parábola.

Exemplo 1: Vamos construir o gráfico da função de ℝ em ℝ definida por y = x2 –2 .

QUADRO 7 - VALORES DAS COORDENADAS DOS PONTOS PERTENCENTES


AO GRÁFICO DA FUNÇÃO Y = X² – 2

x Y = x²-2 (x,y)
-3 (-3) -2 = 9 -2 = 7
2
(-3, 7)
-2 (-2)2 -2 = 4 - 2 =2 (-2, 2)
-1 (-1)2 + 1 = 1 -2 = -1 (-1, -1)
0 (0) -2 = -1
2
(0,- 2)
1 (1)2 +1 = 1 -2 =2 (1, -1)
2 (2)2 – 1 = 4 -2 = 2 (2, 2)
3 (3)²-2 =7 (3,7)
Fonte: elaborada pela autora.

SUMÁRIO 65
Introdução ao Cálculo

Após encontrar os valores das coordenadas de cada ponto, vamos localizá-los no pla-
no cartesiano e ligá-los para obtermos o gráfico da função.

FIGURA 28 - LOCALIZAÇÃO DAS COORDENADAS DOS PONTOS DA FUNÇÃO F(X) = X² + 1

a) b)

y y
10 10

8 8
(3, 7) (3, 7) (3, 7) (3, 7)

6 6

4 4
(-2, 2) (2, 2) (-2, 2) (2, 2)
2 2

-3 -2(-1, -1) -1 0 1(1, -1) 2 3 -3 -2(-1, -1) -1 0 1(1, -1) 2 3


(0, -2) (0, -2)
-2 -2

Fonte: elaborado pela autora.

Legenda:

a) Localização dos pontos pertencentes à função no plano cartesiano.

b) Parábola formada ao ligar os pontos pertencentes à função.

Exemplo 1: Construir o gráfico da função de R em R dada por f(x) = - x2 +1.

Novamente atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente


a y para cada valor de x e, em seguida, ligamos os pontos obtidos.

QUADRO 8 - VALORES DAS COORDENADAS DOS PONTOS PERTENCENTES AO GRÁFICO DA FUNÇÃO Y= –X² + 1

x Y=-x²+1 (x,y)
-3 -(-3)2 + 1 = -9 + 1 =- 8 (-3,- 8)
-2 -(-2) + 1 = -4 + 1 =- 3
2
(-2, -3)
-1 -(-1)2 + 1 =- 1 + 1 = 0 (-1, 0)
0 -(0)2 +1 = 1 (0, 1)
1 -(1) +1 = -1 + 1 =0
2
(1, 0)
2 -(2)2 – 1 = -4 +1 = -3 (2, -3)
3 -(3)²+1=-8 (3,-8)
Fonte: elaborada pela autora.

66 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

Após encontrar os valores das coordenadas de cada ponto, vamos localizá-los no pla-
no cartesiano e ligá-los para obtermos o gráfico da função.

FIGURA 29 - LOCALIZAÇÃO DAS COORDENADAS DOS PONTOS DA FUNÇÃO F(X)=-X²+1

a) a)
4 y 4 y

2 2
(0, 1) (0, 1)
(-1, 0) (1, 0) (-1, 0) (1, 0)
-3 -2 -1 0 1 2 3 -3 -2 -1 0 1 2 3

-2 -2
(-2, -3) (2, 3) (-2, -3) (2, 3)

-4 -4

-6 -6

(-3, -8) (3, -8) (-3, -8) (3, -8)


-8 -8

-10 -10

Fonte: elaborado pela autora.

Legenda:

a) Localização dos pontos pertencentes à função no plano cartesiano.

b) Parábola formada ao ligar os pontos pertencentes à função.

Observe que a<0, o gráfico da função resultou em uma parábola com a concavidade
voltada para baixo.

Dessa forma, ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, nota-


mos que:

• Se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima.

• Se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo.

SUMÁRIO 67
Introdução ao Cálculo

Perceba que as raízes da função são os pontos em que a parábola corta o eixo x da
função, ou seja, temos y = 0. Quando consideramos x = 0, queremos encontrar o valor
em que a curva cortará o eixo y. Teremos então o ponto (0, c), pois como y = ax2 + bx + c,
temos y = a. 02 + b.0 + c, e assim y = c. Observe esses pontos e outros no gráfico a
seguir:

QUADRO 9 - PONTOS IMPORTANTES DA PARÁBOLA

Eixo de Simetria
Interseção com
o eixo x (zeros
da função).

x1 x2
x

Interseção da
parábola com o Vértice da parábola.
eixo y. Ponto com Ponto com coordenadas
coordenadas (0,c).
. Se a<0, esse

ponto será o ponto


máximo da função, e, se
a>0, ponto mínimo.

Fonte: elaborado pela autora.

2.2.2 RAÍZES DE UMA FUNÇÃO QUADRÁTICA

Chamamos de raiz ou zero de uma função polinomial do 2º grau, dada por f(x) = ax2
+ bx + c, a ≠ 0, os números reais x tais que f(x) = 0, ou seja, o valor de x que atribuído à
função encontra o valor de y = 0.

Então, as raízes da função f(x) = ax2 + bx + c são soluções da equação do 2º grau


ax2 + bx + c = 0, as quais são dadas pela chamada fórmula de Bhaskara:

−b ± ∆
x= com ∆ = b 2 − 4ac
2a

(∆ = lê-se delta)

68 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

Exemplo 1: Dada a função f(x) = x2 – 5x + 6, vamos encontrar suas raízes.

Devemos fazer x2 – 5x + 6 = 0. temos a = 1, b = - 5 e c = 6, logo:

FIGURA 30 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO EXEMPLO 1

∆ = b2 – 4ac
y
∆ = (-5)2 –4.1.6

∆ = 25 – 24 = 1 6

b± ∆
x=
2.a 4

5± 1 5±1
x= =
2.1 2 2

5+1 x
x1 = =3
2
0 1 2 3 4 5
5−1 x1 x2
x2 = =2
2
Fonte: elaborado pela autora.

Exemplo 2: Dada a função g(x) = 4x2 – 4x + 1, vamos obter seus zeros.

Temos a = 4, b = – 4 e c = 1, faremos 4x2 – 4x + 1 = 0, logo:

∆ = b2 – 4ac

∆=(–4)2 – 4.4.1=16-16=0

b± ∆
x=
2.a

4± 0 4±0
x= =
2.4 8

4 1
x=
1 x=
2 =
8 2

SUMÁRIO 69
Introdução ao Cálculo

FIGURA 31 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO EXEMPLO 2

x
-0.5 0 0.5 1 1.5
x1 = x2

Fonte: elaborado pela autora.

Exemplo 3: Seja a função h(x) = 2x2 + 3x + 4, temos a = 2, b = 3 e c = 4. Para encontrar


suas raízes, faremos 2x2 + 3x + 4 = 0, logo:

∆ = b2 – 4ac

∆=(3)2 – 4.2.4 = 9 – 32 = –23

−3 ± −23 −3 ± −23
x= =
2.2 4

FIGURA 32 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO EXEMPLO 3

6 y

5
4

1
x
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1

Fonte: elaborado pela autora.

70 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

−3 ± −23
Como ∆ = −23 ∉  , temos que x = ∉
4
Portanto, essa função não tem raízes.

Observação importante: a quantidade de raízes reais de uma função quadrática de-


pende do valor obtido para o radicando ∆ = b2 – 4ac, chamado discriminante.

• Quando ∆ > 0, ou seja, positivo, há duas raízes reais e distintas.

• Quando ∆ = 0, ou seja, nulo, há só uma raiz real (ou uma raiz dupla).

• Quando ∆ < 0, ou seja, negativo, não há raiz real.

2.2.3 VÉRTICE DA PARÁBOLA, IMAGEM E VALOR


MÁXIMO E MÍNIMO DA FUNÇÃO QUADRÁTICA

Nos gráficos anteriores, o ponto mais baixo ou mais alto das parábolas é chamado de
vértice V da parábola. Como vimos quando a > 0, a parábola tem a concavidade para
cima e o vértice será o ponto mínimo dessa parábola. Quando a < 0, a parábola tem a
concavidade para baixo e o vértice será o ponto máximo dessa parábola.

FIGURA 33 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS PARÁBOLAS

a>0 a<0

vértice

vértice
Fonte: elaborada pela autora.

As coordenadas do vértice são dadas pela fórmula:

 b ∆ 
V = − ,− 
 2a 4a 

SUMÁRIO 71
Introdução ao Cálculo

Determine o vértice da função y = x2 – 10x + 9.

Como a > 0, a função admite um ponto mínimo (ou vértice) da parábola:

b
xv = −
2a

−( −10) 10
xv = = =5
2.1 2

Temos ∆ = (-10)2 – 4.1.9 = 100 – 36 = 64, então:


yv = −
4a

−64
yv = = −16
4.1

Logo: V (5, – 16)

O vértice de uma parábola está associado à imagem de uma função quadrática.


Perceba que, quando a > 0, o menor valor que a função irá assumir será o valor de
y do vértice da função. Assim, todos os outros valores assumidos pela função serão
maiores do que yv. Quando a < 0, o maior valor que a função irá assumir será o valor de
y do vértice da função. Assim, todos os outros valores que a função irá assumir serão
menores que yv.

O conjunto imagem Im(f) da função y = ax2 + bx + c, a ≠ 0, é o conjunto dos valores que


y pode assumir. Assim, temos duas situações possíveis:

72 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

FIGURA 34 - CONJUNTO IMAGEM IM(F) DA FUNÇÃO Y = AX2 + BX + C

y a<0 y

x x

Fonte: elaborada pela autora.

Legenda:

a) Representação do conjunto imagem da parábola quando a<0.

b) Representação do conjunto imagem da parábola quando a>0.

2.2.4 CONSTRUÇÃO DO ESBOÇO DO GRÁFICO DA


FUNÇÃO POLINOMIAL DO 2º GRAU

Conseguimos esboçar o gráfico de uma função polinomial do 2º grau sem montar


a tabela de pares (x, y), como fizemos anteriormente. Para isso, devemos seguir um
roteiro com informações e pontos importantes:

1. O valor de a define a concavidade da parábola.

2. As raízes (ou zeros) definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo Ox.

 b ∆ 
3. O vértice V =  − , −  indica o ponto mínimo (se a > 0) ou máximo (se a < 0).
 2a 4a 
4. A reta que passa pelo ponto V (vértice da parábola), e é paralela ao eixo Oy (eixo
vertical), é o eixo de simetria da parábola.

5. Para x = 0, temos y = c, então (0, c) é o ponto em que a parábola corta o eixo Oy.

SUMÁRIO 73
Introdução ao Cálculo

Usando as informações enumeradas de 1 a 5 podemos fazer um esboço do gráfico de


uma função polinomial do 2º grau. Veja o exemplo:

Exemplo 1: Determine o esboço do gráfico da função f(x) = –x2 – 2x + 3.

1. Como a = -1, teremos a concavidade voltada para baixo.

2. Para encontrar as raízes, faremos –x2 – 2x + 3 = 0.

2± 4
∆ = 4 − 4. − 1.3 = 16 → x = → x 1 = −3 e x 2 = 1
−2
 b ∆ 
3. Vértice: V =  − , −  = ( −1, 4 ) .
 2a 4a 
4. Interseção com eixo y: (0, c) = (0,3).

5. Observe que o domínio dessa função será D = ℝ e a imagem será Im = {y ∈ ℝ/y ≥ 4}

FIGURA 35 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FUNÇÃO F(X) = –X² – 2X + 3

(-1, 4)
Vértice 4 y

3 Interseção com
o eixo y

Concavidade 1
x1 voltada para baixo
x2
x
-3 -2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1

Fonte: elaborado pela autora.

Exemplo 2: Construir o gráfico da função y = x2 – 2x + 1.

1. Como a = 1, teremos a concavidade para cima.

2. Para encontrar as raízes, faremos x2 – 2x + 1 = 0

2±0
∆ =0→x = → x 1 = x 2 = 1 ( raiz dupla ) .
2

74 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

 b ∆ 
3. Vértice: V =  − , −  = (1, 0)
 2a 4a 
4. Interseção com eixo y: (0, c) = (0, 1)

5. O domínio da função será D = ℝ e a imagem será Im = {y ∈ ℝ y ≥ 0}

FIGURA 36 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA FUNÇÃO Y = X2 – 2X + 1

5
Concavidade voltada
4 para cima

1
x
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
-1

Fonte: elaborado pela autora.

2.2.5 ESTUDO DO SINAL DA FUNÇÃO QUADRÁTICA

Estudar sinal de uma função f(x) qualquer é determinar os valores de x para os quais
y, ou seja, se a função é positiva, negativa ou nula. Observe que a função é nula (pon-
to onde o gráfico intercepta o eixo x) no valor de x em que temos y = 0, ou seja, nas
raízes da função. Lembre-se de que nas funções quadráticas podemos ter duas raízes
distintas, uma raiz dupla ou nenhuma raiz real.

Para realizar o estudo do sinal da função, é necessário que se faça um esboço do grá-
fico como abordado na seção 1.4.4.

SUMÁRIO 75
Introdução ao Cálculo

Vamos fazer o estudo do sinal da função polinomial do 2º grau y = −x2 + 3x + 10 .

É necessário fazer o esboço do gráfico para estudar o sinal da função. Para isso, temos
que seguir os passos abordados na seção 1.4.4 e assim teremos o gráfico a seguir:

FIGURA 37 - SINAIS DA FUNÇÃO .

y
12

10
Raízes da função
8 +
6

2
x
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
-2
- -
Fonte: elaborado pela autora.

Para realizar o estudo do sinal da função, tome como ponto de partida a raiz da fun-
ção. Sabendo onde a função é zero, verifique para quais intervalos de valores de x, a
função, ou seja, os valores de y, serão positivos e negativos.

Dessa forma, ao analisar o sinal da função y = −x2 + 3x + 10 , temos que:

f(x) = 0 para x = –2 ou x = 5.

f(x) > 0 no intervalo –2 < x < 5.

f(x) < 0 no intervalo x < –2 ou x > 5.

76 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

2.2.6 LEI DE FORMAÇÃO DA FUNÇÃO QUADRÁTICA

Para determinarmos a lei de formação da função quadrática, precisamos conhecer 3


pontos pertencentes à parábola ou a um ponto, e a coordenada do seu vértice. Veja
os exemplos:

Exemplo 1: Considere a função quadrática, em que f(0) = 5, f(1) = 3 e f(–1) = 1. Escreva


a lei de formação dessa função.

A lei de formação de uma função quadrática é dada por:

f(x) = a x² + bx + c

Temos de informação:

f(0) = 5 → x = 0 e y = 5, substituindo na expressão f(x) = ax² + bx + c, temos:

f(x) = ax² + bx + c

5 = a(0)² + b.0 + c

5=c (I)

f(1) = 3 → x = 1 e y = 5, substituindo na expressão f(x) = ax² + bx + c, temos:

f(x) = ax² + bx + c

3 = a(1)² + b + c

3=a+b+c (II)

f(–1) = 1→ x = –1 e y=5, substituindo na expressão f(x) = ax² + bx + c, temos:

f(x) = ax² + bx + c

1 = a(-1)² + b(-1) + c

1 = a – b + c (III)

SUMÁRIO 77
Introdução ao Cálculo

Resolvendo o sistema formado por (I), (II) e (III), temos:

 c =5

a + b + c = 3
a − b + c = 1

Substituído c = 5 nas outras equações:

 c =5  c =5
 
a + b + 5 = 3 → a + b = −2
a − b + 5 = 1 a − b = −4
 

Isolando a na 2ª equação:

a = –2 –b

Substituindo o valor de a na 3ª equação:

a – b = –4

2 – b – b = –4

–2b = –2

b=1

Assim, se a=-2-b substituindo o valor de b=1 teremos a=-3.

Logo, a função é y = –3x² + x + 5.

Exemplo 2: O gráfico a seguir descreve uma parábola, encontre a função correspon-


dente a ele.

78 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

FIGURA 38 - FUNÇÃO Y = –3X² + X + 5

x
0 1 2 3 4 5

Fonte: elaborado pela autora.

Observe que o gráfico nos dá informação das coordenadas dos pontos onde a pará-
bola intercepta o eixo x, ou seja, (2,0) e (3,0) e o ponto onde ela corta o eixo y, (0,6).

Assim para encontrar a função podemos utilizar o que chamamos de forma fatorada:

y = a.(x – x1).(x – x2)

Onde x1 e x2 são as raízes e substituindo na expressão:

y = a.(x – 2).(x – 3)

Resolvendo a multiplicação dos parênteses temos:

y = a.(x2 – 5x + 6)

Temos que encontra o valor do a, para isso utilizaremos o ponto (0,6) e substituiremos
na equação acima:

6 = a.(02 - 5.0+6)

a=1

Portanto, a função é y = x2 – 5x + 6.

SUMÁRIO 79
Introdução ao Cálculo

Exemplo 3: O gráfico a seguir descreve uma função f(x) = ax² + bx + c, encontre os va-
lores dos coeficientes a, b e c.

FIGURA 39 - FUNÇÃO F(X) = AX² + BX + C

y
3

x
-1 0 1 2 3 4 5
-1

Fonte: elaborado pela autora.

Observe que temos os valores do vértice V(2, 3) e do ponto onde a parábola intercep-
ta o eixo y (0, –1).

Podemos encontrar os coeficientes da função utilizando a forma canônica da função


quadrática:

y = a.(x – xv)2 + yv

Onde xv é a abscissa da coordenada do vértice e yv é a ordenada do vértice.

Assim, vamos substituir os valores:

y = a.(x–2)2 + 3

Temos que (x–2)+ = x2 – 4x + 4, substituindo na expressão:

y = a.(x2 – 4x + 4) + 3

Vamos utilizar o ponto de intercepção com o eixo y para encontrar o valor de a, assim:

–1 = a.(02 – 4.0 + 4) + 3

–1 –3 = 4a

a = –1

80 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

Se o valor de a=-1 vamos substituí-lo em y=a.(x^2-4x+4)+3, assim temos:

y = –1.(x2 – 4x + 4) + 3

y = –x2 + 4x – 4 + 3

y = –x2 + 4x –1

Logo, o valor de a = –1, b = 4 e c = –1.

Existem outros processos utilizados para encontrar a lei de formação da fun-


ção do 2º grau. Pode-se utilizar o cálculo de um sistema, a forma canônica,
enfim, de acordo com as informações disponíveis utilizamos o processo mais
adequado. Para saber mais sobre esse processo pesquise na internet sobre
Lei de formação da função quadrática ou função polinomial do 2º grau.

SUMÁRIO 81
Introdução ao Cálculo

CONCLUSÃO
Funções afim são usadas para descrever situações nas quais o crescimento ou o de-
crescimento da variável dependente é proporcional ao crescimento da variável inde-
pendente. Assim, dizemos que uma função é afim se qualquer variação na variável
independente provoca uma variação diretamente proporcional na variável depen-
dente. Essa variação pode ser observada pelo valor do coeficiente angular ou pela
taxa de variação da função, que também nos fornece o valor da tangente do ângulo
que a reta (representação da função afim) forma com o eixo x. Observa-se que essa
taxa de variação na função afim é constante.

Assim, há vários fenômenos que são descritos por funções dessa natureza, por exem-
plo, na física podemos citar a lei de Hooke, elaborada no estudo das deformações
elásticas, em que se observou que a intensidade de uma força F aplicada a uma mola
é diretamente proporcional a sua deformação x e é expressa pela fórmula F=Kx, em
que k é a constante elástica da mola. Em um movimento retilíneo uniforme temos
a fórmula da distância, d=v.t, em que a distância será diretamente proporcional ao
tempo, já que a velocidade é considerada constante.

Já na descrição da posição de um objeto em queda ou em um lançamento, obser-


va-se uma trajetória parabólica. A função que descreve uma parábola é a quadrática,
que também pode ser denominada função polinomial do 2º grau. Essa função, ao
contrário da função afim, apresenta variações diferentes em seus diversos intervalos.

Assim, nesta unidade vimos que uma função real f(x) = ax + b é chamada função afim,
obrigatoriamente com a ≠ 0. Ela também pode ser denominada função polinomial
do 1º grau, pois sua lei matemática é representada por um polinômio do 1º grau.
Caso tenhamos a = 0, uma função do tipo f(x) = b é chamada de função constante.
O domínio e imagem de funções afim são o conjunto dos números Reais. Encon-
tramos sua raiz, igualando a lei que descreve a função a zero e, em seguida, resol-
vendo a equação teremos que sua raiz é dada por . A raiz de uma função é o valor
de x que torna essa função nula, ou seja, o valor de x tal que y = 0. Para determinar
esse valor, pegamos a lei da função e igualamos a zero. Resolvendo essa equação,
teremos que a raiz da função linear é dada por x = – b/a. O gráfico de toda função
do 1º grau será uma reta. Para construí-la, precisamos definir somente dois pontos.

82 SUMÁRIO
Introdução ao Cálculo

Definimos os pontos onde a reta toca os eixos coordenados, ou seja, quando y = 0,


temos a raiz da função e o ponto será (raiz, 0). Quando x = 0, teremos (0, b), em que b
é o coeficiente linear, ou termo independente da função. Quando o coeficiente an-
gular a da função for positivo, teremos uma função crescente. Quando o coeficiente
angular a da função for negativo, teremos uma função decrescente. Para analisarmos
o estudo do sinal da função linear, devemos primeiramente verificar se a função é
crescente ou decrescente. Após isso, encontramos o valor da sua raiz, ou seja, do valor
de x no qual a função y = 0. Assim, se f for crescente (a > 0), y é positivo para valores de
x maiores que a raiz e y é negativo para valores de x menores que a raiz. Se f for de-
crescente (a < 0), y é positivo para valores de x menores que a raiz e y é negativo para
valores de x maiores que a raiz.

Em relação à função quadrática, vimos que uma função real f(x) = ax2 + bx + c é cha-
mada de quadrática, obrigatoriamente com a ≠ 0. Ela recebe o nome de função po-
linomial do 2º grau, pois sua lei matemática é representada por um polinômio do
2º grau. Caso tenhamos b = 0 ou c = 0 ou b e c iguais a zero, a função será uma função
incompleta do 2º grau. A raiz de uma função é o valor de x que torna essa função
nula, ou seja, o valor de x tal que y = 0. Para determinar esse valor, pegamos a lei da
−b ± ∆
função e igualamos a zero, tendo x = com ∆ = b2 – 4ac. As coordenadas do
2a
 b ∆ 
vértice da parábola são dadas pela fórmula: V =  − , −  . O gráfico de toda função
 2a 4a 
do 2º grau será uma parábola. Para construir essa parábola, precisamos verificar se a >
0 (concavidade para cima) ou se a < 0 (concavidade para baixo). Definir suas raízes, seu
vértice e indicar o intercepto com eixo y que será o ponto (0, c). Após isso, devemos
marcar esses pontos no plano cartesiano e ligá-los para encontrar a parábola que de-
termina a função quadrática dada. O domínio da função quadrática é sempre real, e
a imagem da função deve ser determinada de acordo com sua concavidade. Se a > 0,
 ∆  ∆
teremos Im =  y ∈  / y ≥ −  . Se a < 0, teremos Im =  y ∈  / y ≤ −  .
 4a   4a

Para analisarmos o estudo do sinal da função quadrática, devemos primeiramen-


te verificar se a > 0 (concavidade para cima) ou se a < 0 (concavidade para baixo).
Após isso, encontramos o valor das suas raízes, ou seja, os valores de x nos quais a função
y = 0. A partir das raízes e da concavidade do gráfico, traçamos um esboço da parábo-
la e verificamos os valores de x que tornam a função positiva e/ou negativa.

SUMÁRIO 83

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