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MATEMÁTICA

Funções

Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a qualquer função f de IR em


IR dada por uma lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e a 0.
Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é
chamado termo constante.
Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:
f(x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3
f(x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7
f(x) = 11x, onde a = 11 e b = 0

Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = ax + b, com a 0, é uma reta
oblíqua aos eixos Ox e Oy.
Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1:
Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus pontos e ligá-los com o auxílio de
uma régua:
a) Para x = 0, temos y = 3 · 0 - 1 = -1; portanto, um ponto é (0, -1).
b) Para y = 0, temos 0 = 3x - 1; portanto, e outro ponto é .

Marcamos os pontos (0, -1) e no plano cartesiano e ligamos os dois com uma

reta.

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x y
0 -1

Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é uma reta.


O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente angular da reta e, como veremos adiante,
a está ligado à inclinação da reta em relação ao eixo Ox.
O termo constante, b, é chamado coeficiente linear da reta. Para x = 0, temos y = a · 0 +
b = b. Assim, o coeficiente linear é a ordenada do ponto em que a reta corta o eixo Oy.

Zero e Equação do 1º Grau


Chama-se zero ou raiz da função polinomial do 1º grau f(x) = ax + b, a 0, o número
real x tal que f(x) = 0.
Temos:

Vejamos alguns exemplos:

Crescimento e decrescimento
Consideremos a função do 1º grau y = 3x - 1. Vamos atribuir valores cada vez maiores a
x e observar o que ocorre com y:

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Notemos que, quando aumentos o valor de x, os correspondentes


valores de y também aumentam. Dizemos, então que a
função y = 3x - 1 é crescente.
Observamos novamente seu gráfico:

Regra geral:
a função do 1º grau f(x) = ax + b é crescente quando o coeficiente de x é positivo (a > 0);
a função do 1º grau f(x) = ax + b é decrescente quando o coeficiente de x é negativo (a <
0);
Justificativa:
•para a > 0: se x1 < x2, então ax1 < ax2. Daí, ax1 + b < ax2 + b, de onde vem f(x1) <
f(x2).
•para a < 0: se x1 < x2, então ax1 > ax2. Daí, ax1 + b > ax2 + b, de onde vem f(x1) >
f(x2).

Sinal
Estudar o sinal de uma qualquer y = f(x) é determinar os valor de x para os quais y é

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positivo, os valores de x para os quais y é zero e os valores de x para os quais y é negativo.


Consideremos uma função afim y = f(x) = ax + b vamos estudar seu sinal. Já vimos que
essa função se anula pra raiz . Há dois casos possíveis:

Conclusão: y é positivo para valores de x maiores que a raiz; y é negativo para valores
de x menores que a raiz

Conclusão: y é positivo para valores de x menores que a raiz; y é negativo para valores de
x maiores que a raiz.

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Função do 2º grau
Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em
IR dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 0.
Vejamos alguns exemplos de função quadráticas:

1.f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1


2.f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1
3.f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5
4.f(x) = - x2 + 8x, onde a = -1, b = 8 e c = 0
5.f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0

Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 0, é uma
curva chamada parábola.
Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y
e, em seguida, ligamos os pontos assim obtidos.

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x y
-3 6
-2 2
-1 0

0 0
1 2
2 6

Observação:
Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre
que:
•se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;
•se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo;

Zero e Equação do 2º Grau


Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c , a 0, os
números reais x tais que f(x) = 0.
Então as raízes da função f(x) = ax2 + bx + c são as soluções da equação do 2º
grau ax2 + bx + c = 0, as quais são dadas pela chamada fórmula de Bhaskara:

Temos:

Observação

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A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o
radicando , chamado discriminante, a saber:
•quando é positivo, há duas raízes reais e distintas;
•quando é zero, há só uma raiz real (para ser mais preciso, há duas raízes iguais);
•quando é negativo, não há raiz real.

Coordenadas do vértice da parábola


Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto de mínimo V;
quando a < 0, a parábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V.
Em qualquer caso, as coordenadas de V são

Veja os gráficos:

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Imagem

O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx + c, a 0, é o conjunto dos valores que


y pode assumir. Há duas possibilidades:
1ª - quando a > 0,

2ª quando a < 0,

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Construção da Parábola
É possível construir o gráfico de uma função do 2º grau sem montar a tabela de pares (x,
y), mas seguindo apenas o roteiro de observação seguinte:
1.O valor do coeficiente a define a concavidade da parábola;
2.Os zeros definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo dos x;
3.O vértice V indica o ponto de mínimo (se a > 0), ou máximo (se a<

0);
4.A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria da parábola;
5.Para x = 0 , temos y = a · 02 + b · 0 + c = c; então (0, c) é o ponto em que a
parábola corta o eixo dos y.
Sinal
Consideramos uma função quadrática y = f(x) = ax2 + bx + c e determinemos os valores
de x para os quais y é negativo e os valores de x para os quais y é positivo.
Conforme o sinal do discriminante = b2 - 4ac, podemos ocorrer os seguintes casos:
1º - >0
Nesse caso a função quadrática admite dois zeros reais distintos (x1 x2). a parábola
intercepta o eixo Ox em dois pontos e o sinal da função é o indicado nos gráficos abaixo:

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2º - =0

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3º - <0

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Função exponencial
Função exponencial é toda função

Neste tipo de função como podemos observar em , a variável


independente x está no expoente, daí a razão da sua denominação. É importante também
observar que a base a é um valor real constante, isto é, um número real.

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Note que temos algumas restrições, visto que temos

Se teríamos uma função constante e não exponencial, pois 1 elevado a

qualquer x real sempre resultaria em1. Neste caso

que é uma função constante.

E para , por que tal restrição?

Ao estudarmos a potenciação sabemos que é indeterminado, então seria


indeterminado quando .

No caso de não devemos nos esquecer de que não existe a raiz real de um
radicando negativo e índice par, portanto se tivermos, por exemplo, e o
valor de não será um número real, pois teremos:

Para representarmos graficamente uma função exponencial, podemos fazê-lo da mesma


forma que fizemos com a função quadrática, ou seja, arbitrarmos alguns valores para x,
montarmos uma tabela com os respectivos valores de f(x), localizarmos os pontos
no plano cartesiano e traçarmos a curva do gráfico.
Para a representação gráfica da função arbitraremos os seguintes valores
para x:
-6, -3, -1, 0, 1 e 2.
Montando a tabela temos:

x y = 1,8x
y = 1,8-6 = 0.0
-6
3
-3 y = 1,8-3 = 0.17

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-1 y = 1,8-1 = 0.56
0 y = 1,80 = 1
1 y = 1,81 = 1.8
2 y = 1,82 = 3.24

Abaixo temos o gráfico desta função exponencial, onde localizamos cada um dos pontos
obtidos da tabela e os interligamos através da curva da função:

Função Crescente e Decrescente


Assim como no caso das funções afim, as funções exponenciais também podem ser
classificadas como função crescente ou função decrescente.
Isto se dará em função da base a ser maior ou menor que 1. Lembre-se que segundo a
definição da função exponencial

Função Exponencial Crescente


Se temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida que x aumenta, também
aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos que a curva da função é crescente.

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Função Exponencial Decrescente


Se temos uma função exponencial decrescente em todo o domínio da
função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x aumenta, y diminui.
Graficamente observamos que a curva da função é decrescente.

Note também que independentemente de a função ser crescente ou decrescente, o gráfico


da função sempre cruza o eixo das ordenadas no ponto (0, 1), além de nunca cruzar
o eixo das abscissas.

Logarítmicas

Toda função definida pela lei de formação f(x) = logax, com a ≠ 1 e a > 0 é denominada

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função logarítmica de base a. Nesse tipo de função o domínio é representado pelo conjunto
dos números reais maiores que zero e o contradomínio, o conjunto dos reais.

Exemplos de funções logarítmicas:

f(x) = log2x
f(x) = log3x
f(x) = log1/2x
f(x) = log10x
f(x) = log1/3x
f(x) = log4x
f(x) = log2(x – 1)
f(x) = log0,5x

Determinando o domínio da função logarítmica

Dada a função f(x) = log(x – 2) (4 – x), temos as seguintes restrições:

1) 4 – x > 0 → – x > – 4 → x < 4


2) x – 2 > 0 → x > 2
3) x – 2 ≠ 1 → x ≠ 1+2 → x ≠ 3

Realizando a intersecção das restrições 1, 2 e 3, temos o seguinte resultado: 2 < x < 3 e 3 <
x < 4.

Dessa forma, D = {x ? R / 2 < x < 3 e 3 < x < 4}

Gráfico de uma função logarítmica

Para a construção do gráfico da função logarítmica devemos estar atentos a duas


situações:

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?a>1

?0<a<1

Para a > 1, temos o gráfico da seguinte forma:

Função crescente

Para 0 < a < 1, temos o gráfico da seguinte forma:


Função decrescente

Características do gráfico da função logarítmica y = log ax

O gráfico está totalmente à direita do eixo y, pois ela é definida para x > 0.

Intersecta o eixo das abscissas no ponto (1,0), então a raiz da função é x = 1.

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Note que y assume todos as soluções reais, por isso dizemos que a Im(imagem) = R.

Através dos estudos das funções logarítmicas, chegamos à conclusão de que ela é uma
função inversa da exponencial. Observe o gráfico comparativo a seguir:

Podemos notar que (x,y) está no gráfico da função logarítmica se o seu inverso (y,x) está
na função exponencial de mesma base.

Trigonométricas

Função Seno
Dado um ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chamamos de função seno à função
que associa a cada x ∈ R o número (senx) ∈ R. Indicamos essa função por:
f(x) = sen(x)
O gráfico da função seno, no plano cartesiano, será uma curva denominada senóide.
Atribuindo valores ao arco x, pode-se chegar ao gráfico.

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Propriedades:
- Domínio:
- Imagem: [-1;1]
- Período: 2πrad

Função Co-seno
Dado um ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chamamos de função co-seno à
função que associa a cada x ∈ R o número (cosx) ∈ R. Indicamos essa função por:
f(x) = cos(x)
O gráfico da funcão co-seno, no cartesiano, será uma curva denominada co- senóide.
Atribuindo valores ao arco x, pode-se chegar ao gráfico.

Propriedades:
- Domínio:
- Imagem: [-1;1]

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- Período: 2πrad

Função Tangente
Dado um ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chamamos de função tangente à
função que associa a cada x ∈ R/x ≠ π/2+kπ o número (tgx) ∈ R. Indicamos essa função por:
f(x) = tg(x)
O gráfico da função tangente, no cartesiano, será uma curva denominada tangentóite.
Atribuindo valores ao arco x, pode-se chegar ao gráfico.

Progressão Aritmética - PA

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Denomina-se progressão aritmética (PA) a sequência em que cada termo, a partir do


segundo, é obtido adicionando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constante r
chama-se razão da progressão aritmética.

A sequência (2,7,12,17) é uma progressão aritmética finita de razão 5 pois:


a1 = 2
a2 = 2+5 = 7
a3 = 7 +5 = 12
a4 = 12 + 5= 17
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo com o valor da razão r.
Se r > 0, então a PA é crescente.
Se r = 0, então a PA é constante.
Se r < 0, a PA é decrescente

Termo geral da PA
A partir da definição, podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an ) da seguinte
forma:
a1 = a1
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r

O termo an geral de uma PA é dado, portanto, pela fórmula:


an = a1+(n-1)r

Propriedades de uma PA
Em uma PA qualquer, de n termos e razão r, podemos observar as seguintes propriedades:
- Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média aritmética entre o anterior e

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o posterior.

Observe a propriedade na PA (2,5,8,11)

- A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.

Na PA (1,3,5,7,9,11,13,15,17,19,21,23), temos:
3+21 = 1+23 = 24
5+19 = 1+23 = 24
7+17 = 1+23 = 24
9+15 = 1+23 = 24
11+13 = 1+23 = 24

Se ocorrer que uma PA tenha número de termos ímpar, existirá um termo central que será
a média aritmética dos extremos desta PA.
Veja por exemplo que na PA (1,4,7,10,13,16,19) tem 7 termos e que o termo central é 10
logo:

Soma dos termos de uma PA finita


É dada pela fórmula:

Veja alguns exemplos:

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Sabendo que o 1º termo de uma PA é igual a 2 e que a razão equivale a 5, determine


o valor do 18º termo dessa sequência numérica.
a18 = 2 + (18 – 1) * 5
a18 = 2 + 17 * 5
a18 = 2 + 85
a18 = 87

UFBA - Um relógio que bate de hora em hora o número de vezes correspondente a cada
hora, baterá , de zero às 12 horas x vezes. Calcule o dobro da terça parte de x.

Teremos que:
0 hora o relógio baterá 12 vezes. (Você não acha que bateria 0 vezes, não é?).
1 hora o relógio baterá 1 vez
2 horas o relógio baterá 2 vezes
3 horas o relógio baterá 3 vezes
....................................................
....................................................
12 horas o relógio baterá 12 vezes.
Logo, teremos a seguinte sequência:
(12, 1, 2, 3, 4, 5, ... , 12)
A partir do segundo termo da sequência acima, temos uma PA de 12 termos, cujo primeiro
termo é igual a 1, a razão é 1 e o último termo é 12.
Portanto, a soma dos termos desta PA será:
S = (1 + 12).(12/2) = 13.6 = 78
A soma procurada será igual ao resultado anterior (a PA em vermelho acima) mais

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as 12 batidas da zero hora. Logo, o número x será igual a x = 78 + 12 = 90.


Logo, o dobro da terça parte de x será: 2. (90/3) = 2.30 = 60, que é a resposta do
problema proposto.

Progressão Geométrica - PG

Podemos definir progressão geométrica, ou simplesmente P.G., como uma sucessão de


números reais obtida, com exceção do primeiro, multiplicando o número anterior por uma
quantidade fixa q, chamada razão.
Podemos calcular a razão da progressão, caso ela não esteja suficientemente evidente,
dividindo entre si dois termos consecutivos.
Por exemplo, na sucessão (1, 2, 4, 8,...), q = 2.

Cálculos do termo geral


Numa progressão geométrica de razão q, os termos são obtidos, por definição, a partir do
primeiro, da seguinte maneira:

a1 a2 a3 ... a20 ... an ...


a1 a1xq a1xq2 ... a1xq19 a1xqn-1 ...

Assim, podemos deduzir a seguinte expressão do termo geral, também chamado enésimo
termo, para qualquer progressão geométrica.

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an = a1 x qn-1

Portanto, se por exemplo, a1 = 2 e q = 1/2, então:

an = 2 x (1/2)n-1

Se quisermos calcular o valor do termo para n = 5, substituindo-o na fórmula, obtemos:

a5 = 2 x (1/2)5-1 = 2 x (1/2)4 = 1/8

A semelhança entre as progressões aritméticas e as geométricas é aparentemente grande.


Porém, encontramos a primeira diferença substancial no momento de sua definição.
Enquanto as progressões aritméticas formam-se somando-se uma mesma quantidade de
forma repetida, nas progressões geométricas os termos são gerados pela multiplicação,
também repetida, por um mesmo número. As diferenças não param aí.

Observe que, quando uma progressão aritmética tem a razão positiva, isto é, r > 0, cada
termo seu é maior que o anterior. Portanto, trata-se de uma progressão crescente. Ao
contrário, se tivermos uma progressão aritmética com razão negativa, r < 0, seu
comportamento será decrescente.

Observe, também, a rapidez com que a progressão cresce ou diminui. Isto é conseqüência
direta do valor absoluto da razão, |r|. Assim, quanto maior for r, em valor absoluto, maior
será a velocidade de crescimento e vice-versa.

Soma dos n primeiros termos de uma PG


Seja a PG (a1, a2, a3, a4, ... , an , ...) . Para o cálculo da soma dos n primeiros termos Sn,
vamos considerar o que segue:

Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + ... + an-1 + an

Multiplicando ambos os membros pela razão q vem:


Sn.q = a1 . q + a2 .q + .... + an-1 . q + an .q

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Conforme a definição de PG, podemos reescrever a expressão como:


Sn . q = a2 + a3 + ... + an + an . q

Observe que a2 + a3 + ... + an é igual a Sn - a1 . Logo, substituindo, vem:


Sn . q = Sn - a1 + an . q

Daí, simplificando convenientemente, chegaremos à seguinte fórmula da soma:

Se substituirmos an = a1 . qn-1 , obteremos uma nova apresentação para a fórmula da


soma, ou seja:

Exemplo:
Calcule a soma dos 10 primeiros termos da PG (1,2,4,8,...)
Temos:

Observe que neste caso a1 = 1.

Soma dos termos de uma PG decrescente e ilimitada


Considere uma PG ILIMITADA ( infinitos termos) e decrescente. Nestas condições,
podemos considerar que no limite teremos an = 0. Substituindo na fórmula anterior,
encontraremos:

Exemplo:

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Resolva a equação: x + x/2 + x/4 + x/8 + x/16 + ... =100


O primeiro membro é uma PG de primeiro termo x e razão 1/2. Logo, substituindo na
fórmula, vem:

Dessa equação encontramos como resposta x = 50.

Juros Simples
O regime de juros será simples quando o percentual de juros incidir apenas sobre o valor
principal. Sobre os juros gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor Principal
ou simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes de somarmos os
juros. Transformando em fórmula temos:

J=P.i.n

Onde:
J = juros
P = principal
(capital)
i = taxa de juros
n = número de
períodos

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Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo
regime de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:
J = 1000 x 0.08 x 2 = 160
Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.
Montante = Principal + Juros
Montante = Principal + ( Principal x Taxa de juros x Número de períodos )

M=P.(1+(i.n))

Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a.


durante 145 dias.
SOLUÇÃO:
M = P . ( 1 + (i.n) )
M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42
Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de tempo, ou seja,
anos. Daí ter dividido 145 dias por 360, para obter o valor equivalente em anos, já que um
ano comercial possui 360 dias.

Mais Exemplos:
Determine o valor do capital que aplicado durante 14 meses, a uma taxa de 6%,
rendeu juros de R$ 2.688,00.

J=C*i*t
2688 = C * 0,06 * 14
2688 = C * 0,84
C = 2688 / 0,84
C = 3200

O valor do capital é de R$ 3.200,00.

Qual o capital que, aplicado a juros simples de 1,5% ao mês, rende R$ 3.000,00 de
juros em 45 dias?

J = 3000

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i = 1,5% = 1,5/100 = 0,015


t = 45 dias = 45/30 = 1,5

J=C*i*t
3000 = C * 0,015 * 1,5
3000 = C * 0,0225
C = 3000 / 0,0225
C = 133.333,33

O capital é de R$ 133.333,33.

Qual o valor do montante produzido por um capital de R$ 1.200,00, aplicado no


regime de juros simples a uma taxa mensal de 2%, durante 10 meses?

Capital: 1200
i = 2% = 2/100 = 0,02 ao mês (a.m.)
t = 10 meses

J=C*i*t
J = 1200 * 0,02 * 10
J = 240

M=C+j
M = 1200 + 240
M = 1440

O montante produzido será de R$ 1.440,00.

Juros Compostos

O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e portanto, o mais

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útil para cálculos de problemas do dia a dia. Os juros gerados a cada período são
incorporados ao principal para o cálculo dos juros do período seguinte.

Chamamos de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao principal.


Após três meses de capitalização, temos:
1º mês: M =P.(1 + i)
2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i)
3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i) x (1 +
i)
Simplificando, obtemos a fórmula:

M = P . (1 + i)n

Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de tempo de n, ou seja,
taxa de juros ao mês para n meses.
Para calcularmos apenas os juros basta diminuir o principal do montante ao final do
período:
J=M-P

Exemplo:
Calcule o montante de um capital de R$6.000,00, aplicado a juros compostos, durante 1
ano, à taxa de 3,5% ao mês.
(use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)
Resolução:
P = R$6.000,00
t = 1 ano = 12 meses
i = 3,5 % a.m. = 0,035
M=?

Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos:


M = 6000.(1+0,035)12 = 6000. (1,035)12
Fazendo x = 1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos:
log x = log 1,03512 => log x = 12 log 1,035 => log x = 0,1788 => x = 1,509
Então M = 6000.1,509 = 9054.

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Portanto o montante é R$9.054,00

Confira mais alguns exemplos:

Qual o montante produzido por um capital de R$ 7.000,00 aplicados a uma taxa de


juros mensais de 1,5% durante um ano?

C: R$ 7.000,00
i: 1,5% ao mês = 1,5/100 = 0,015
t: 1 ano = 12 meses

M = C * (1 + i)t
M = 7000 * (1 + 0,015)12
M = 7000 * (1,015)12
M = 7000 * 1,195618
M = 8369,33
O montante será de R$ 8.369,33.

Calcule o valor do capital que, aplicado a uma taxa de 2% ao mês, rendeu em 10


meses a quantia de R$ 15.237,43?

M: R$ 15.237,43
t: 10
i: 2% a.m. = 2/100 = 0,02

M = C * (1 + i)t
15237,43 = C * (1 + 0,02)10
15237,43 = C * (1,02)10
15237,43 = C * 1,218994
C = 15237,43 / 1,218994
C = 12500,00

O capital é de R$ 12.500,00.

166
PM PE

Análise combinatória

O estudo da análise combinatória nos permite descobrir quais são as diferentes


possibilidades de uma combinação de variáveis.

A explicação dessa matéria é muito mais fácil quando utilizamos exemplos.

Então, supondo que um restaurante "À la carte" tenha disponível 2 tipos de bifes, 2 tipos
de arroz, 2 tipos de feijão e 3 tipos de bebidas.

O dono do restaurante queira servir pratos contendo 1 elemento de cada tipo de comida.

Nomeando os tipos de comida da forma "bife 1, arroz 1, arroz 2 ... bebida 1, bebida 2, etc",
montamos o esquema:

167
PM PE

168
PM PE

Se formos seguir os caminhos descritos pelas linhas, encontraremos 24 caminhos, que são
o total de possibilidades de pratos diferentes. Perceba que quanto mais opções de comidas,
maior e mais complexo fica o esquema. Então, imagine como seria descobrir as
possibilidades das placas de carro no sistema brasileiro? (três letras, 4 algarismos).
Podemos calcular de forma diferente.
Basta multiplicar todas as opções de comida disponíveis: 2 . 2 . 2 . 3 = 24

Probabilidade

Inicialmente para falarmos sobre probabilidade devemos definir o que é um evento


aleatório.

169
PM PE

Evento aleatório é aquele que pode ser reexecutado várias vezes, sempre nas mesmas
condições, e se obtém resultados diferentes, que estão previstos dentro dos possíveis
resultados para este experimento, isto ocorre devido ao acaso, não podemos ter a certeza
do resultado de cada um destes eventos.
Exemplo:
I) Lançar uma moeda para cima e observar a face que ficará virada para cima após a
queda.
II) Escolhermos um aluno dentre os 30 alunos de uma classe.

Espaço Amostral
Ao lançarmos uma moeda não sabemos qual será a face que ficará para cima, no entanto
podemos afirmar com toda certeza que ou será cara, ou será coroa, pois uma moeda só
possui estas duas faces. Neste exemplo, ao conjunto { cara, coroa } damos o nome
de espaço amostral, pois ele é o conjunto de todos os resultados possíveis de ocorrer
neste experimento.
Representamos um espaço amostral, ou espaço amostral universal como também é
chamado, pela letra S. No caso da moeda representamos o seu espaço amostral por:
S = { cara, coroa }
Se novamente ao invés de uma moeda, o objeto a ser lançado for um dado, o espaço
amostral será:
S = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }

Evento
Quando lançamos um dado ou uma moeda, chamamos a ocorrência deste fato de evento.
Qualquer subconjunto de um espaço amostral é um evento.
Em relação ao espaço amostral do lançamento de um dado, veja o conjunto a seguir:
A = { 2, 3, 5 }

170
PM PE

Classificação de Eventos
Podemos classificar os eventos por vários tipos.
Vejamos alguns deles:

Evento Simples
Classificamos assim os eventos que são formados por um único elemento do espaço
amostral.
A = { 5 } é a representação de um evento simples do lançamento de um dado cuja face
para cima é divisível por 5. Nenhuma das outras possibilidades são divisíveis por 5.

Evento Certo
Ao lançarmos um dado é certo que a face que ficará para cima, terá um número
divisor de 720. Este é um evento certo, pois 720 = 6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1, obviamente
qualquer um dos números da face de um dado é um divisor de720, pois 720 é o produto
de todos eles.
O conjunto A = { 2, 3, 5, 6, 4, 1 } representa um evento certo pois ele possui todos os
elementos do espaço amostral S = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }.

Evento União
Seja A = { 1, 3 } o evento de ocorrência da face superior no lançamento de um dado,
ímpar e menor ou igual a 3 e B = { 3, 5 }, o evento de ocorrência da face superior, ímpar e
maior ou igual a 3, então C = { 1, 3, 5 } representa o evento de ocorrência da face superior
ímpar, que é a união dos conjuntos A e B, ou seja
Note que o evento C contém todos os elementos de A e B.

171
PM PE

Evento Intersecção
Seja A = { 2, 4 } o evento de ocorrência da face superior no lançamento de um dado, par e
menor ou igual a 4 e B = { 4, 6 }, o evento de ocorrência da face superior, par e maior ou
igual a 4, então C = { 4 } representa o evento de ocorrência da face superior par, que é a
intersecção dos conjuntos A e B, ou seja, .
Veja que o evento C contém apenas os elementos comuns a A e B.

Eventos Mutuamente exclusivos


Seja A = { 1, 2, 3, 6 } o evento de ocorrência da face superior no lançamento de um dado,
um número divisor de 6 e B = { 5 }, o evento de ocorrência da face superior, um divisor
de 5, os eventos A e B são mutuamente exclusivos, pois , isto é, os eventos
não possuem elementos em comum.

Evento Complementar
Seja A = { 1, 3, 5 } o evento de ocorrência da face superior no lançamento de um dado, um
número ímpar, o seu evento complementar é A = { 2, 4, 6 } o evento de ocorrência da
face superior no lançamento de um dado, um número par.
Os elementos de A são todos os elementos do espaço amostral S que não estão contidos
em A, então temos que A = S - A e ainda que S = A + A.

Probabilidade de Ocorrência de um Evento


Os três irmãos Pedro, João e Luís foram brincar na rua. Supondo-se que as condições de
retorno para casa são as mesmas para cada um deles, qual é a probabilidade de Luís voltar
para casa primeiro?
Como 3 é o número total de irmãos, então Luís tem 1 chance em 3 de voltar para casa
primeiro, por isto a probabilidade de Luís voltar para casa antes dos seus irmãos é igual
a 1/3.

Definição
A probabilidade de um evento ocorrer (Luís voltar para casa primeiro) considerando-se
um espaço amostral (Pedro, João e Luís) é igual a razão do número de elementos do
evento (1, apenas Luís) para o número de elementos do espaço amostral (3, o número
de irmãos que foram brincar na rua), desde que espaço o amostral seja um conjunto
equiprovável, ou seja, todos os seus elementos tenham a mesma possibilidade de ocorrer

172
PM PE

(as condições de retorno para casa são as mesmas para os três irmãos).
Sendo E um evento, n(E) o seu número de elementos, S o espaço amostral não vazio
e n(S) a quantidade de elementos do mesmo, temos que a probabilidade de E ocorrer é
igual a:
, sendo n(S)≠0.
A probabilidade é um número entre zero e um, inclusive, o que significa que no mínimo
não a nenhuma hipótese do evento acontecer e no máximo o evento sempre ocorrerá:
0 ≤ P(E) ≤ 1
Normalmente representamos probabilidades através de frações, mas também podemos
representá-las por números decimais, ou até mesmo por porcentagens.

Confira alguns exemplos:

Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20 azuis. Se sortearmos 2 bolas, 1 de


cada vez e repondo a sorteada na urna, qual será a probabilidade de a primeira ser
vermelha e a segunda ser azul?
Resolução:
Como os eventos são independentes, a probabilidade de sair vermelha na primeira
retirada e azul na segunda retirada é igual ao produto das probabilidades de cada
condição, ou seja, P(A e B) = P(A).P(B). Ora, a probabilidade de sair vermelha na primeira
retirada é 10/30 e a de sair azul na segunda retirada 20/30. Daí, usando a regra do
produto, temos: 10/30.20/30=2/9.
Observe que na segunda retirada forma consideradas todas as bolas, pois houve reposição.
Assim, P(B/A) =P(B), porque o fato de sair bola vermelha na primeira retirada não
influenciou a segunda retirada, já que ela foi reposta na urna.

Se dois dados, azul e branco, forem lançados, qual a probabilidade de sair 5 no azul
e 3 no branco?
Considerando os eventos:
A: Tirar 5 no dado azul e P(A) = 1/6
B: Tirar 3 no dado branco e P(B) = 1/6

173
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Sendo S o espaço amostral de todos os possíveis resultados, temos:


n(S) = 6.6 = 36 possibilidades. Daí, temos: P(A ou B) = 1/6 + 1/6 – 1/36 = 11/36

Se retirarmos aleatoriamente uma carta de baralho com 52 cartas, qual a


probabilidade de ser um 8 ou um Rei?
Sendo S o espaço amostral de todos os resultados possíveis, temos: n(S) = 52 cartas.
Considere os eventos:
A: sair 8 e P(A) = 4/52
B: sair um rei e P(B) = 4/52
Assim, P(A ou B) = 4/52 + 4/52 – 0 = 8/52 = 2/13. Note que P(A e B) = 0, pois uma carta
não pode ser 8 e rei ao mesmo tempo. Quando isso ocorre dizemos que os eventos A e B
são mutuamente exclusivos.

Questões de Concursos

1 - CESGRANRIO - 2014 - Petrobras


João retirou de um baralho as 7 cartas de copas numeradas de 2 a 8 e as colocou dentro de
um saco plástico opaco. Em seguida, pediu a seu amigo Augusto que retirasse de dentro
desse saco, sem olhar, duas cartas.

Qual é a probabilidade de que a soma dos números escritos nas cartas retiradas por
Augusto seja maior do que 10?
• a) 3
7
• b) 4
7
• c) 13
21
• d) 12
49

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• e) 24
49

2 - CESGRANRIO - 2014 - CEFET-RJ

O elevador de um condomínio passará por três serviços de manutenção no semestre que


vem. Apenas duas empresas prestam tais serviços: a empresa A e a empresa B. Na ocasião
da realização de cada um dos serviços, o condomínio escolherá qual das duas empresas irá
realizá-lo. Sabe-se que a probabilidade de a empresa A ser escolhida para realizar um
serviço é quatro vezes maior do que a probabilidade de a empresa B ser escolhida para
realizar o mesmo serviço.
A probabilidade de todos os três serviços de manutenção, previstos para o semestre que
vem, serem realizados por uma mesma empresa é
• a) 25%
• b) 50%
• c) 52%
• d) 66%
• e) 75%

3 - CESGRANRIO - 2013 - BNDES - Técnico Administrativo

João e Maria estão enfrentando dificuldades em algumas disciplinas do 1 o ano do Ensino


Médio. A probabilidade de João ser reprovado é de 20%, e a de Maria é de 40%.
Considerando-se que João e Maria são independentes, qual é a probabilidade de que um ou
outro seja reprovado?
• a) 0
• b) 0,2
• c) 0,4
• d) 0,52
• e) 0,6

175
PM PE

GABARITO
1-A 2-C 3-D

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