CÁLCULO – FUNÇÕES DE UMA E VÁRIAS VARIÁVEIS

Pedro A. Morettin, Samuel Hazzan, Wilton de O. Bussab.

Derivadas Parciais

A derivada parcial de uma função de duas variáveis f(x,y) em um ponto de seu domínio (x0,y0)
consiste em fixar uma das variáveis, por exemplo y no valor y0, e variar x do valor x0 para x0+∆x.
Daí a derivada parcial de f(x,y) em relação à x no ponto (x0,y0), é definida da seguinte forma:

Este resultado mostra a taxa de variação de f(x,y) no ponto (x0,y0), dada uma variação
infinitesimal em x, mantendo y constante.
Da mesma forma, a derivada de f(x,y) em relação à y no ponto (x0,y0), consiste em fixar a variável
x no valor x0, e variar y do valor y0 para y0+∆y :

Por exemplo, seja a função f(x,y) = 2x + 3y. Para calcular , fazemos:

Função Derivada Parcial

Se calcularmos fx e fy num ponto genérico (x,y), obteremos duas funções de x e y.

A função é a derivada parcial de f em relação à x.
A função é a derivada parcial de f em relação à y.

Por exemplo, seja f(x,y) = ln(x2 + 2xy). Para se calcular a derivada desta função em relação à x,
mantemos a variável y constante e derivamos como se fosse uma função de uma variável.

Note que neste caso foi utilizada a regra da cadeia

Se quisermos calcular esta derivada no ponto (1,1), basta substituir no resultado acima:

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Diferencial de uma função

O diferencial de uma função f(x,y) representa a variação da função f, quando x e y sofrem

variações ∆x e ∆y a partir ponto (x0,y0), e é definido como:

Em geral, para sabermos se uma função é diferenciável utilizamos o seguinte teorema:

Teorema
Seja f uma função com duas variáveis. Se as derivadas parciais e são contínuas num
conjunto aberto A, então f é diferenciável em todos os pontos de A.

Função Composta – Regra da Cadeia

Seja f uma função de duas variáveis x e y, diferenciável num ponto (x0,y0) do domínio, e sejam as
funções dadas por x(t) e y(t) diferenciáveis em t0, de modo que x(t0) = x0 e y(t) = y0. Então a
função F composta de f com x e y é tal que:

Por exemplo, seja a função f(x,y) = 3x + 6y – 9 , onde x(t) = 3t e y(t) = t2 -1.

Aplicando a definição acima, temos:

; ; ;

E então

Este mesmo cálculo poderia ser feito diretamente derivando a função composta F(t).

F(t) = 3.(3t) +6.(t2 -1) - 9.

E daí, = 9 + 12 t

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Funções Definidas Implicitamente

Seja a equação x + y -3 = 0. Esta equação pode ser representada como y = 3 – x, isto é, é definida
implicitamente uma função h(x) = 3 – x, derivável para todo x real.
A derivada de uma função definida implicitamente é dada por:

Por exemplo, seja a equação 2x2 + y -1 = 0.

Esta equação define implicitamente a função y = - 2x2 + 1.
Daí, pela definição .
Note que é possível chegar diretamente neste resultado, simplesmente derivando em relação à x a
função definida implicitamente y = - 2x2 + 1.

O próximo teorema define em que condições uma equação pode ser definida implicitamente:
Teorema
Sejam f(x,y) e funções contínuas num domínio D e (x0,y0) D. Se f(x0,y0)= 0 e 0,
então existe um intervalo I, com centro em x0, em que a equação f(x0,y0)= 0 define implicitamente
uma única função derivável y = h(x), tal que y0 = h(x0) e f(x,h(x)) = 0, x I
Daí, a derivada de uma função definida implicitamente é dada por:

Funções Homogêneas – Teorema de Euler

Seja f uma função de duas variáveis x e y. Dizemos que f é homogênea de grau m se, para toda
constante positiva , tivermos:

Por exemplo, f(x,y) =3x2 + 10y2

Para sabermos se esta função é homogênea, e se for, qual seu grau de homogeneidade, aplicamos
a definição acima:

Portanto, trata-se de uma função homogênea de grau 2.

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Teorema de Euler
Seja f uma função de duas variáveis, homogênea de grau m. Então

Por exemplo, vimos que a função f(x,y) =3x2 + 10y2 é homogênea de grau 2. Então pelo teorema
de Euler, esta função pode ser escrita como:

Derivadas Parciais de Segunda Ordem

Seja f uma função de duas variáveis x e y, fx e fy suas derivadas parciais.Podemos repetir este
processo e calcular as derivadas parciais de fx e fy. Obteremos quatro derivadas parciais de
segunda ordem.

a)

b)

c)

d)

Por exemplo, seja

Temos que

E derivando este resultado com relação à y, temos

Integral Dupla

Seja uma função f(x,y) não negativa, definida no domínio D constituído do retângulo dado pelas
inequações A integral dupla é definida como:

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Por exemplo, seja f(x,y) = x + y, onde .Queremos resolver

Primeiramente, calculamos a integral , mantendo x constante, que é chamada integral

parcial em relação à y.

Agora, basta integrar este resultado com relação à x, mantendo y constante, que é a integral
parcial em relação à x, e então teremos a resposta do problema:

Graficamente, a integral dupla de uma função f(x,y), definida no domínio D constituído do

retângulo dado pelas inequações , tem o significado de volume.
Ao calcularmos a integral parcial em relação à y A(x), entre c e d, estaremos mantendo x
constante.Assim A(x) representará a área da secção do gráfico da função, perpendicular ao eixo

x, num ponto genérico a e b. Isto é A(x) = .

A(x)

c d
y
a
x

b
x

Agora, o produto A(x)dx representa o volume do sólido de área A(x) e espessura dx.
Assim, o volume é dado por:

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