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Cálculo II

Cálculo II
Sumário

1 Diferencial.............................................................................1
2 Integral Indefinida...............................................................10
3 Integral Definida..................................................................40
4 Aplicações da Integral Definida............................................74
5 Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas.............103
6 Integração por Partes.........................................................127
7 Integrais de Potências de Funções Trigonométricas.............144
8 Funções Trigonométricas Inversas.......................................157
9 Integrais por Substituição...................................................187
10 Integração de Funções Racionais........................................199
Arno Bayer1

Capítulo 1

Diferencial

Introdução

Continuando o estudo das derivadas, das tangentes às curvas


e o estudo dos infinitésimos, Isaac Newton e Gottfried Wilhelm
Leibniz, criaram o Cálculo Diferencial e Integral. Euler, Lapla-
ce, Cauchy e outros, a partir desses estudos, deram ao cálculo
a sua forma atual.

Neste capítulo, estudaremos a diferencial de uma função,


sua definição, interpretação e aplicações.

1
  Doutor em Ciência da Educação. Docente pesquisador do PPGECIM.
2   Cálculo II

Acréscimos de uma função

Consideremos a função y = f(x), onde x é a variável indepen-


dente e y a variável dependente. Na função y = f(x), quando a
variável independente sofre variações, a variável dependente
também estará sujeita à comportamento semelhante.

Se, por exemplo, a variável x variar de x1 para x2, isto é,


um , a variável y passará de y1 para y2, sofrerá uma
variação ∆y = y2 − y1 ou ∆y = f ( x2 ) − f ( x1 ) .

Y )
f(x
y2 y=
∆y ∆ y = y1 – y2
y
1
∆ x = x 2 – x1
0 x x x
1 2

∆x

Figura 1.1  Acréscimos de uma função.

Diferencial de uma função ∆

Dada a função y = f(x) derivável, denominamos diferencial da


função e indicamos por dy, ao produto de sua derivada f´(x)
pelo acréscimo arbitrário ∆x da sua variável independente.
Capítulo 1   Diferencial   3

Calculando a diferencial da função identidade y = x, te-


mos:

Então:

Considerando a expressão e dividindo os dois


membros por dx, teremos:

Isso nos mostra que a derivada da função, f´(x), pode ser


também expressa como o quociente entre as diferenciais dy e dx.

Interpretação geométrica da diferencial

Y
e
ent
y2 B Tang
)
f(x D
∆y y=
dy
A α
y C
1
α
0 x x X
1 dx 2
∆x

Figura 1.2  Interpretação Geométrica.


4   Cálculo II

Mas, , então:

Da interpretação geométrica e das considerações, pode-


mos ver que a diferencial determina o acréscimo aproximado
da função quando a variável independente recebe um acrésci-
mo. No gráfico, fica claro que, enquanto ∆x = dx, ∆y ≠ dy, mas
quando x → 0, dy tende a se aproximar de ∆y.

O erro cometido na substituição de ∆y por dy pode ser des-


prezado por ser muito pequeno, tornando-se cada vez menor
na medida em que dx for diminuindo.

Aplicação da diferencial

Exemplo:
Usando o diferencial de uma função, determinar aproximada-
mente a raiz quadrada de 83.

Podemos formar a função: y =


Capítulo 1   Diferencial   5

A diferencial:

    dy = acréscimo aproximado

Então:

  Considerando:

Temos:

Exercícios exemplos:

1) Calcular a diferencial das funções:

Solução:

Solução:
6   Cálculo II

2) Dada a função para e :

a) Calcular o valor de ∆y.

Solução:

b) Calcular o valor de dy.

Solução:

c) Calcular a diferença entre dy e ∆y em módulo.

Solução:

A diferença é pequena e será sempre menor na medida em


que dx for diminuindo.
Capítulo 1   Diferencial   7

3) Calcular a , usando diferencial.

Podemos associar a função .

Solução:

,  acréscimo aproximado de y.

Sendo: x = 25 e ,

Logo:

Valor real:

4) Calcular a variação que deve sofrer o lado de um qua-


drado, que mede 4 cm, para que sua área não sofra uma
variação maior do que 1 cm2.

Temos: l = 4 cm, dA = 1 cm2


2
A= l

l l l
l

l
8   Cálculo II

5) Calcular quanto deve ser o aumento da aresta de um cubo


para que o seu volume aumente 12%.

do volume =0,12V

, mas V = a3

  ou 4% de a.

Exercícios:
1) Calcular a diferencial das funções:

    

       

2) Dada a função para e .

a) Calcular ∆y.

b) Calcular dy.

c) Calcular a diferença .

3) Calcular a , usando diferencial.

4) Calcular a variação que deve sofrer o raio de um círculo,


que mede 10 cm, para que sua área não sofra uma varia-
ção maior do que 2 cm2.
Capítulo 1   Diferencial   9

5) Calcular quanto deve ser aumentado o raio de uma esfera


para que seu volume aumente 15%.

ou 5% do raio

Referências Bibliografias

CUNHA, Felix da e outros. Matemática Aplicada.

Editora Atlas. São Paulo.

IEZZI, Gelson. Elementos de Matemática Elementar.

Editora Atlas. São Paulo.

LEYTHOLD, Louis. Cálculo com Geometria Analítica.

Editora Harbra. São Paulo.

SWOKOWSKI, Earl W. Cálculo com Geometria Analítica.

Editora Mc Graw-Hill. São Paulo.

TAYLOR, Howard E. e outro. Cálculo Diferencial e I n t e g r a l .


Editorial Limusa.
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 2

Integral Indefinida

Introdução

Na disciplina de Cálculo I, o estudo se concentrou no limite e


na derivada de funções. A partir da derivada verificou-se como
se determina a taxa de variação de uma função, o coeficiente
angular da reta tangente a uma curva em um ponto dado e
a definição de velocidade. Essa é apenas uma das partes do
Cálculo, chamada de Cálculo Diferencial. A outra parte, cha-
mada de Cálculo Integral, basicamente consiste no problema
inverso da derivada, isto é, encontrar uma função cuja deri-
vada conhecemos. Por meio do Cálculo Integral, veremos, no
Capítulo III, como se calcula a área de uma região do plano

1
  Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.
Capítulo 2   Integral Indefinida   11

xy e, em consequência, a resolução de inúmeros problemas.


Depois, a partir do Teorema Fundamental do Cálculo, veremos
qual a relação que existe entre o Cálculo Diferencial e o Cál-
culo Integral.

Neste capítulo, iniciaremos o estudo do Cálculo Integral


por meio da definição da antiderivada e suas propriedades
operatórias e regras para o seu cálculo.

2.1 Definição de antiderivada

Uma função F(x) é uma antiderivada ou primitiva de uma


função f(x) se

F'(x) = f(x)

para qualquer x pertencente ao domínio de f.

Por exemplo:

ÂÂA função é uma antiderivada ou primitiva


da função , pois .

ÂÂA função é uma antiderivada ou pri-


mitiva da função , pois .

ÂÂA função é uma antiderivada ou pri-


mitiva da função , pois .
12   Cálculo II

ÂÂA função é uma antiderivada ou pri-


mitiva da função , pois .

ÂÂA função é uma antiderivada ou pri-


mitiva da função , pois .

Assim, podemos escrever infinitas funções F(x) que são an-


tiderivadas ou primitivas da mesma função , cada
uma diferente da outra por uma constante, que simbolizamos
por C. Então, podemos dizer que a função
representa todas as antiderivadas ou primitivas da função
, pois:

O conjunto de todas as antiderivadas ou primitivas de f(x) é


chamado de integral indefinida de f(x) em relação à variável
x e é escrita por:

O símbolo ∫ é o símbolo da integral. A função f(x) é o


integrando da integral e dx indica que se está integrando em
relação à variável x.

Assim, simbolizamos a integral de uma função f(x) em rela-


ção à variável x da seguinte maneira:

, onde C é chamada de constante de


integração.
Capítulo 2   Integral Indefinida   13

No caso do exemplo dado no início do capítulo, escre-


vemos:

integrando antiderivada constante de


  ou primitiva   integração

A integração e a diferenciação são operações inversas uma


da outra. Verificamos esse fato substituindo-se F'(x) no integra-
do, obtendo-se:

(a integração é o inverso da dife-


renciação)

Ainda, se , então podemos dizer que:

(a diferenciação é o inverso da inte-


gração)

Assim, podemos obter fórmulas de integração diretamente


das fórmulas de diferenciação, fazendo a operação inversa. O
Quadro 2.1 a seguir enumera várias integrais simples ao lado
das fórmulas das derivadas que as originaram.
14   Cálculo II

Quadro 2.1  Fórmulas de integrais e derivadas.


Capítulo 2   Integral Indefinida   15

Propriedades da integral indefinida:

(a) Quando tivermos a integral do produto de uma cons-


tante por uma função, a constante pode ser deslocada
para fora da integral, multiplicando-a:

(b) A integral de uma soma é igual à soma das integrais:

(c) A integral de uma diferença é igual à diferença das


integrais:

2.2 Exemplos

1. Calcular as seguintes integrais:


16   Cálculo II

(fórmula 3, com n = -1/2)

(propriedades (b) e (c)

e fórmula 3)
Capítulo 2   Integral Indefinida   17

2. Em cada caso a seguir, encontre a função f (x) conforme


as condições iniciais:

a) f ' ( x) = 4 x − 2 , com f (2) = 8 .

Veja que temos a derivada da função f (x) e queremos a


função. Para obter essa função, basta integrarmos a função
f ' ( x) :

Como f (2) = 8 :

2.2 2 − 2.2 + C = 8
8−4+C =8
C = 8−8+ 4
C=4
2
Logo: f ( x) = 2 x − 2 x + 4+4

b) f ' ' ( x) = x 2 − 6 x + 2 , com f ' (1) = 2 e f (0) = 3 .

Agora, conhecemos a derivada segunda. Integrando a


derivada segunda f ' ' ( x) encontramos a derivada pri-
meira f ' ( x) . Após, integramos f ' ( x) e encontramos
f (x). Em cada passo, devemos usar as condições ini-
ciais dadas para calcular as constantes de integração.
Então:
18   Cálculo II

Como f ' (1) = 2 :

13
− 3.12 + 2.1 + C = 2
3
1
−3+ 2+C = 2
3
1
C = 2− 2+3−
3
8
C=
3
x3 8
Logo: f ' ( x) =− 3x 2 + 2 x +
3 3
Calculando f (x) :

Como f (0) = 3 :

c) f ' ' (θ ) = sen θ , com f ' (π ) = 2 e f (π ) = 5 .


Conhecemos a derivada segunda. Integrando a deri-
vada segunda f ' ' ( x) encontramos a derivada primeira
Capítulo 2   Integral Indefinida   19

f ' ( x) . Após, integramos f ' ( x) e encontramos Em


cada passo devemos usar as condições iniciais dadas
para calcular as constantes de integração. Então:

f ' (θ ) = ∫ sen θ dθ → f ' (θ ) = − cos θ + C

Como f ' (π ) = 2 :
− cos (π ) + C = 2
− (−1) + C = 2
1+ C = 2
C =1

Logo: f ' (θ ) = − cos θ + 1


Calculando f (θ ) :

f (θ ) = ∫ (− cos θ + 1)dθ
f (θ ) = − senθ + θ + C1

Como f (π ) = 5 :
− sen (π ) + π + C1 = 5
− 0 + π + C1 = 5
C1 = 5 − π

Logo: f (θ ) = − sen θ + θ + 5 − π
20   Cálculo II

2.3 Exercícios propostos I

1. Calcule as integrais:
Capítulo 2   Integral Indefinida   21

2. Em cada caso a seguir encontre a função f(x) conforme as


condições iniciais:

a) f ' ' ( x) = x , com f ' (0) = 1 e f (0) = 0 .

b) f ' ' ( x) = x 3 − 2 x + 1 , com f ' (0) = 1 e f (0) = 0 .

c) f ' ' ( x) = x 3 − 2 x + 1 , com f ' (1) = 0 e f (1) = 4 .


π  π 
d) f ' ' (θ ) = cos θ , com f '   = 1 e f   = 6 .
2 2
3. Uma partícula começa a se mover em linha reta com ace-
1
leração a (t ) = 4 − t 2 (m/s2). Sabendo que inicialmente a
2
partícula estava em repouso e que s(0) = 20 m, determine
as funções velocidade e posição.

2.4 Respostas dos exercícios propostos I

1.
22   Cálculo II

2.5 Integração por substituição ou


mudança de variável

O método da substituição ou mudança de variável é utilizado


quando no integrando temos uma função composta f o g . Para
isso, vamos examinar a regra da cadeia usada para calcular
a derivada de funções compostas no ponto de vista da antide-
rivação.
Capítulo 2   Integral Indefinida   23

Seja, então, a função F uma antiderivada de f e que g


seja uma função diferenciável. A derivada de F ( g ( x) pode,
pela regra da cadeia, ser expressa como

e, em forma integral, pode ser escrita como

sabendo que F é uma entiderivada de f , podemos escrever


ainda na forma

Para facilitar nossos cálculos, será útil fazer u = g (x) e es-


crever ou . Assim, a última integral
pode ser escrita na forma

O processo de escrever a integral na forma acima com a


substituição de u = g (x) e é denominado méto-
do da substituição ou mudança de variável u.
24   Cálculo II

2.6 Exemplos

Exemplo 1: Calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Voltando à variável x,5substituímos u por 5 x + 3 . Daí o resulta-


(5 x + 3)
do final fica: +C .
5
Veja que escolhemos u = 5 x + 3 conveniente para substituir
na integral e obtermos o integrando apenas em termos de u
e du. Após integramos como se fosse uma integral simples,
usando as fórmulas de integrais já vistas. Por fim substituímos
u pela função de x para voltarmos à variável original da in-
tegral.

Para verificarmos se a integral está correta, basta derivar o


resultado e comparar com o integrando (que devem ser iguais):
Capítulo 2   Integral Indefinida   25

Exemplo 2: Calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Voltando à variável x, substituímos u por 7 x 2 − 1 . Daí o


resultado final fica:

Veja que escolhemos u = 7 x 2 − 1 conveniente para substi-


tuir na integral e obtermos o integrando apenas em termos de
u e du. Após integramos como se fosse uma integral simples,
usando as fórmulas de integrais já vistas. Por fim substituímos
u pela função de x para voltarmos à variável original da in-
tegral.

Verificando se o resultado está correto:


26   Cálculo II

Exemplo 3: Calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Veja que escolhemos u = 2 x conveniente para substituir na


integral e obtermos o integrando apenas em termos de u e du.
Após integramos como se fosse uma integral simples, usando
as fórmulas de integrais já vistas. Por fim substituímos u pela
função de x para voltarmos à variável original da integral.

Verifique você o resultado, derivando.

Exemplo 4: Calcule
Solução:

Fazendo
Capítulo 2   Integral Indefinida   27

Substituindo na integral dada:

2
Voltando à variável x fica: ( x 3 − 2) 3 + C
9

Exemplo 5: Calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:


28   Cálculo II

Exemplo 6: Calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Exemplo 7: Calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:


Capítulo 2   Integral Indefinida   29

Exemplo 8: Calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Exemplo 9: Calcule
Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada:


30   Cálculo II

Exemplo 10: Calcule


Solução: neste caso vamos usar a relação: Então
temos:

Fazendo

Substituindo na integral dada:

Logo:

1
Sabendo que secx = , temos:
cos x

Então a integral da tangente também pode ser escrita


como:
Capítulo 2   Integral Indefinida   31

Exemplo 11: Calcule


Nesse caso, não temos uma substituição mais evidente. Mas
podemos fazer:

Substituindo na integral dada:

2.7 Exercícios propostos II

1. Calcule as integrais:
32   Cálculo II

2. Sabendo que f ´( x) = 2 x + 7 e que f(2) = 0, calcule f(x).

3. Sabendo que f ´´(x) = 2 − 6 x e que e f(0) = 1,


calcule f(x).

4. A equação da velocidade de um corpo é v(t) = 5 + 9,8t,


em unidades SI. Sabendo que s(0) = 10 m, determine a
equação da posição s em função do tempo.

5. Sabendo que f ´( t ) = sen(πt ) , com f (2) = 2 , determine

6. No instante t = 0, um carro andando a uma velocidade


de 96 pés/s começa a diminuir sua velocidade com desa-
celeração constante a = -12 pés/s2. Determine a função
velocidade v(t) e a distância percorrida até parar.

2.8 Respostas dos exercícios propostos II


Capítulo 2   Integral Indefinida   33

2.9 Tabela – derivadas, integrais e


identidades trigonométricas

ÂÂDerivadas: sejam u e v funções deriváveis de x e n


constante.

1. y = u n n u n −1u ' .
⇒ y' =

2. y = u v ⇒ y ' = u'v + v 'u .

u u'v − v 'u
3. y = ⇒ y' = 2 .
v v
4. y = a u
= ⇒ y ' a u (ln a ) u ', ( a > 0, a ≠ 1) .
5. y = eu eu u ' .
⇒ y' =

u'
6. y = log a u ⇒ y ' =log a e .
u
34   Cálculo II

1
7. y = ln u ⇒ y ' =u ' .
u
8. y = u v y ' v u v −1 u '+ u v (ln u ) v ' .
⇒=

9. y = sen u ⇒ y' =
u ' cos u .

10. y = cos u ⇒ y' =


−u 'sen u .

11. y = tg u u 'sec 2 u .
⇒ y' =

12. y = cotg u −u 'cosec 2u .


⇒ y' =

13. y = sec u ⇒ y' =


u 'sec u tg u .

14. y = cosec u ⇒ y' =


−u ' cosec u cotg u .

u'
15. y = arc sen u ⇒ y' = .
1 − u2

−u '
16. y = arc cos u ⇒ y' = .
1 − u2
u'
17. y = arc tg u ⇒ y' = 2 .
1+ u

−u '
18. y = arc cot g u ⇒ .
1 + u2

u'
19. y arc sec u, u ≥ 1 =
= ⇒ y' , u > 1.
u u2 − 1
Capítulo 2   Integral Indefinida   35

−u '
= 20. y arc cosec u, u =
≥1 ⇒ y' , u > 1.
u u2 − 1

ÂÂIntegrais

u n +1
1. ∫ du= u + c . 2. 
∫ u=
n
du + c , n ≠ −1 .
n +1

du au
3. ∫= ln u + c . 4. ∫ a u du = + c, a > 0, a ≠ 1 .
u ln a

5. ∫ eu du= eu + c . 6. ∫ sen u du =


− cos u + c .

7. ∫ cos u=
du sen u + c .

8. ∫ =
tg u du ln sec u + c .

9. ∫ cotg
= u du ln sen u + c .

10. ∫ sec u du
= ln sec u + tg u + c .

= ln cosec u − cotg u + c .
11. ∫ cosec u du

du sec u + c .
12. ∫ sec u tg u=

13. ∫ cosec u cotg u du =


−cosec u + c .

14. ∫ sec 2 u =
du tg u + c .
36   Cálculo II

15. ∫ cosec 2u du =
−cotg u + c .

du 1 u
∫ u 2 + a 2 a arc tg a + c .
16. =

du 1 u−a
17. ∫u 2
−a
=2
ln
2a u + a
+ c, u 2 > a 2 .

du
18. ∫ u +a2 2
= ln u + u 2 + a 2 + c .

du 1 u
19. ∫= arc sec + c .
u u2 − a2 a a

du
20. ∫ u −a2 2
= ln u + u 2 − a 2 + c .

du u
21. ∫ a −u2
= arc sen
2 a
+ c, u 2 < a 2 .

ÂÂFórmulas de Recorrências

sen n −1au cos au  n − 1 


1. ∫ sen n au du =
− +  ∫ sen au du .
n −2

an  n 

sen au cosn −1 au  n − 1 
∫ cos au du  ∫ cos au du .
n n −2
=
2. +
an  n 

tg n −1au
3. ∫ tg=
a ( n − 1) ∫
n
au du − tg n −2au du .
Capítulo 2   Integral Indefinida   37

cotg n −1au
4. ∫ cotg au du =
n
− − ∫ cotg n −2au du .
a ( n − 1)

sec n −2 au tg au  n − 2 
∫ sec au du  ∫ sec au du .
n n −2
=
5. +
a ( n − 1)  n − 1 
n −2
6. ∫ cosecn au du = cosec au cotg au  n − 2 
 ∫ cosec au du .
n −2
− +
a ( n − 1)  n −1 

ÂÂIdentidades Trigonométricas

1. sen 2 x + cos2 x = 1 + tg 2 x =
1 . 2.  sec 2 x .

1 − cos 2 x
3. 1 + cotg 2 x =
cosec 2 x . sen 2 x =
4.  .
2

1 + cos 2 x
5. cos2 x = sen 2 x = 2 sen x cos x .
. 6. 
2
y sen ( x − y ) + sen ( x + y ) .
7. 2 sen x cos =

y cos ( x − y ) − cos ( x + y ) .
8. 2 sen x sen =

y cos ( x − y ) + cos ( x + y ) .
9. 2 cos x cos =
38   Cálculo II

Referências

Referências básicas
STEWART, James. Cálculo. Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thom-
son Learning, 2006.

ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Vol. 1. Porto


Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. Vol. 1.


Rio de Janeiro: Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos,
2002.

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. Vol. 1. 3ª


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. Vol. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. Vol. I.


São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. Vol.


1. São Paulo:
Capítulo 2   Integral Indefinida   39

Leituras e sites recomendados


THOMAS, George B. – Cálculo. Vol. I. São Paulo. Addison
Wesley, 2005.

GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo. ed. Rio de Janeiro:


LTC,2003. v. 1 à 3.

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas apli-


cações. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br
Aureo Martins1

Capítulo 3

Integral Definida

ÂÂ
N
este capítulo, iniciaremos com um problema para
chegarmos ao cálculo de áreas de figuras planas.
Veremos a Soma de Riemann, a definição de Integral De-
finida, a interpretação geométrica e suas propriedades.
Estudaremos o Teorema Fundamental do Cálculo, que
estabelece a ligação entre as operações de derivação e
integração.

1
  Mestre em Ensino de Ciências e Matemática.
Capítulo 3   Integral Definida   41

3.1 Problema

Consideremos a função: f ( x) = x 2 + 1 , contínua, cujo gráfico


é dado abaixo.

Como calcular a área A da região entre o gráfico da fun-


ção f(x)= x² + 1 e o eixo x, no intervalo de x=0 a x=22.

Figura 3.1  Área de uma região.

Observe que não é fácil encontrar a área de uma região


com lados curvos!

O cálculo dessa área pode ser feito por aproximação da


figura dada por meio de outras figuras cujas áreas são conhe-
cidas até a exaustão, isto é, teremos que utilizar o conceito de
42   Cálculo II

limite. Utilizaremos, nesse caso, o retângulo para facilitar os


cálculos.

Primeiramente, vamos construir retângulos com a base no


eixo x igual à largura da faixa de domínio e dividir o intervalo
[0, 2] em 2 subintervalos, usando como altura a imagem do
extremo direito de cada um desses subintervalos. Poderíamos
usar como altura a imagem do extremo esquerdo ou até do
centro de cada um desses subintervalos, mas vamos optar por
usar a imagem do extremo direito.

Os subintervalos serão [0,1] e [1,2] e as alturas são os


valores de f ( x) = x 2 + 1 no extremo direito de cada um, isto é:
f (1) = 12 + 1 = 2 e f (2) = 2 2 + 1 = 5.

Figura 3.2  Decomposição da região em dois retângulos.


Capítulo 3   Integral Definida   43

Calculando a área pela soma das áreas dos retângulos,


obtemos 7 u.a.

Agora, vamos construir retângulos com a base no eixo x e


dividir o intervalo [0,2] em 4 subintervalos.

Figura 3.3  Decomposição da região em quatro retângulos.

Calculando a área pela soma das áreas dos retângulos,


obtemos 5,75 u.a.

Vamos construir retângulos com a base no eixo x e dividir o


intervalo [0,2] em 8 subintervalos.
44   Cálculo II

Figura 3.4  Decomposição da região em oito retângulos.

Calculando a área pela soma das áreas dos retângulos,


obtemos 5,19 u.a.

Podemos aproximar ainda mais, construindo retângulos


com a base no eixo x e dividindo o intervalo [0,2] em 16 su-
bintervalos.
Capítulo 3   Integral Definida   45

Figura 3.5  Decomposição da região em 16 retângulos.

Calculando a área pela soma das áreas dos retângulos,


obtemos 4,90 u.a.

Assim, podemos observar que conforme aumentamos a


quantidade de retângulos, o somatório das áreas desses retân-
gulos nos levam a aproximações cada vez melhores da área A
da região entre o gráfico da função e o eixo x.

Logo, podemos definir a área A como o limite das somas


das áreas dos retângulos aproximantes, quando a base do re-
tângulo no eixo x tender a zero:
46   Cálculo II

3.2 Soma de Riemann


n
Chamamos de Soma de Riemann o somatório S = ∑ f ( xk* )∆xk ,
k =1
onde:

ÂÂ n é o número de subintervalos no intervalo [a, b] ;

ÂÂ ∆x k é o tamanho de cada subintervalo e

ÂÂ x k* é um ponto qualquer do subintervalo.

Assim, diminuindo cada vez mais o tamanho dos subinter-


valos, fazendo a base tender a zero, obtemos a área A exata.
n
Quando o limite lim ∑ f ( x k* )∆x k existe, ele é chamado de
n →∞
k =1

integral definida de a até b .

3.3 Definição de integral definida

Se f for uma função contínua definida por , dividimos


o intervalo [a,b] em n subintervalos de comprimentos iguais
a ∆x = (b − a ) / n . Seja x0 = a, x1 , x2 ,..., xn = b os extremos
desses subintervalos, vamos escolher os pontos amostrais
x1∗ , x2∗ ,..., xn∗ nesses subintervalos de tal forma que xk∗ está no
k-ésimo subintervalo [ xk −1 , xk ]. Então a Integral Definida de f de
a para b é:
Capítulo 3   Integral Definida   47

Observações:

1. Na notação

ÂÂ f (x) é chamado de integrando;

ÂÂa e b são os limites de integração, sendo a o limite infe-


rior e o b o limite superior;

ÂÂdx indica a variável de integração.

2. O processo de calcular uma integral é chamado de inte-


gração.

3. A integral definida é um número, portanto, não depende


de x. Em vez de x, pode ser usada qualquer outra letra sem
mudar o valor da integral.

4. Se f ( x) ≥ 0 , a integral definida pode ser interpretada


como a área sob a curva da função y = f (x) , acima do
eixo x e no intervalo de a até b (valor positivo).

Figura 3.6  Área positiva.


48   Cálculo II

5. Se f ( x) ≤ 0 , a integral definida pode ser interpretada


como a área acima da curva da função y = f (x) , abaixo
do eixo x e no intervalo de a até b (valor negativo).

Figura 3.7  Área negativa.

6. Se f assumir valores positivos (o gráfico da função está


acima do eixo x) e assumir valores negativos (o gráfico
da função está abaixo do eixo x), a integral definida dará
como resultado a diferença entre a área de valor positivo
(A1) e a área de valor negativo (A2).

Figura 3.8  Área positiva e negativa.


Capítulo 3   Integral Definida   49

3.4 Interpretação geométrica da integral


definida:

Interpretamos a integral definida como a área da região de-


limitada pelo gráfico de f, pelo eixo das abscissas X’X e pelas
retas paralelas ao eixo das ordenadas Y’Y que passam por a
e por b, desde que f ( x) ≥ 0 para todo x do intervalo de [a;b].

3.5 Propriedades da integral definida


50   Cálculo II

3.6 Teorema fundamental do cálculo

Estabelece uma conexão entre os dois ramos do cálculo: o


cálculo diferencial e o cálculo integral.

PARTE 1: Se f for contínua em [a, b] , então a função g de-


finida por , com a ≤ x ≤ b é contínua em [a, b]
e diferenciável em (a, b) e g ' ( x) = f ( x) , ou escrevendo de
outra maneira:

PARTE 2: Se f for contínua em [a, b] , então:

onde F é qualquer antiderivada de f , isto é, uma função tal


que F ' = f .

Essas duas partes do Teorema nos informam que a diferen-


ciação e a integração são processos inversos. O que a diferen-
ciação faz, a integração desfaz e vice-versa.

Observe que, na aplicação desse teorema, não há neces-


sidade de incluir uma constante de integração nas antideriva-
das, pois ela irá sumir. Usando o teorema teremos:
Capítulo 3   Integral Definida   51

Portanto, no cálculo da integral definida, podemos omitir a


constante de integração.

Outra observação importante é sempre lembrar que o cálcu-


lo da integral definida só é correto se a função for contínua no
intervalo de integração, pois, se desconsiderarmos essa premis-
sa, os resultados obtidos quase certamente não serão corretos.

Para calcular a Integral Definida, usaremos as Regras de In-


tegração, as propriedades e o Teorema Fundamental do Cál-
culo. Agora, retornaremos ao Problema do início do capítulo.

Problema

Como calcular a área A da região entre o gráfico da função:


f(x)= x² + 1 e o eixo x, no intervalo de x= 0 a x=2 ?
52   Cálculo II

Solução: a área pedida é calculada usando a Parte 2 do


Teorema Fundamental, cujo resultado dará a área exata abai-
xo do gráfico da função e acima do eixo das abscissas, no
intervalo de x = 0 a x = 2, em unidades de área (u.a.):

Portanto, a área A exata entre o gráfico da função e o eixo


x no intervalo de [0;2] é 4,67 unidades de área.

3.7 Exercícios resolvidos

1. Aplicar as propriedades das integrais definidas:

a) Propriedade 1 – Achar:

b) Propriedade 2 – Provar que

c) Propriedade 3: Achar
Capítulo 3   Integral Definida   53

2. Achar a área sob a parábola f ( x) = x 2 de x=0 até x=2


conforme o gráfico abaixo.
54   Cálculo II

3. Achar a área sob a reta f ( x) = x + 2 de x=0 até x=4 con-


forme o gráfico abaixo.

Solução: observe que o gráfico é uma reta e, portanto, a


área demarcada no gráfico é uma figura que pode ser calcu-
lada sem a necessidade do uso do cálculo da integral. Usando
a integral, teremos:

4. Achar a área sob a parábola f ( x) = x 2 + 1 de x=-2 até


x=2 conforme o gráfico abaixo.
Capítulo 3   Integral Definida   55

5. Achar a área do gráfico da função f ( x) = x 3 de x=-2 até


x=2 conforme o gráfico abaixo.
56   Cálculo II

Solução: Observe que o gráfico da função de x=-2 a x=0


está abaixo do eixo x (valor negativo) e de x=0 a x=2 está
acima do eixo x (valor positivo).

Logo, se calcularmos a integral definida da função de x=-2


a x=2, obteremos um resultado zero, porque a área abaixo do
eixo x é igual à área acima do eixo x. Portanto, para acharmos
a soma da área de x = -2 a x = 2, vamos calcular da seguinte
forma:

1º) Na área de x = -2 até x = 0, vamos usar a propriedade


2, que consiste em inverter os valores do intervalo de integra-
ção:

2º) Calcular a área de x = 0 até x = 2:

Logo, a área total será: A = A1 + A2 = 4 + 4 = 8 u.a.


Capítulo 3   Integral Definida   57

6. Calcular a área hachurada do gráfico abaixo.

7. Calcular a área hachurada do gráfico abaixo.


58   Cálculo II

8. Calcular a área hachurada do gráfico.

9. Calcular a área hachurada do gráfico.


Capítulo 3   Integral Definida   59

10. Determine a área da região limitada pelos gráficos das


funções: y = x 2 , y = − x 2 + 2, y = 0 conforme o gráfico
abaixo.

11. Determine a área da região limitada pelos gráficos das


funções: e x=5 conforme o gráfico
abaixo.
60   Cálculo II

12. Resolva as seguintes integrais definidas, usando a segunda


parte do Teorema Fundamental do Cálculo:
Capítulo 3   Integral Definida   61
62   Cálculo II

13. Calcular a integral se f (x) = x2, se x < 2 e f (x) =


x + 2, se x ≥ 2.

14. Calcular a integral

A função modular: f ( x) = x − 2 é igual a f ( x) = − x + 2 se


x < 2 e f ( x) = x − 2 se x ≥ 2 , logo:

15. Calcular a integral

A função modular: f ( x) = 3 x − 3 é igual a f ( x) = −3 x + 3


se e f ( x) = 3 x − 3 se x ≥ 1 , logo:
Capítulo 3   Integral Definida   63

3.8 Cálculo de integrais definidas por


substituição ou mudança de variável

Na seção 2.5 foi visto o método da substituição ou mudança de


variável quando no integrando temos uma função composta.

Para calcular uma integral definida do tipo ,


vamos verificar dois métodos:

Primeiro método:
Calcula-se a integral indefinida e, após, utiliza-se o
Teorema Fundamental para calcular a integral definida.
Esse procedimento não requer modificação no intervalo
de integração.

Exemplo 1: Calcule , usando o primeiro método.

Solução:

Fazendo
64   Cálculo II

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Segundo método:
Faz-se a substituição na integral definida e usa-se a re-
lação u = g(x) para substituir os limites de integração x =
a e x = b pelos correspondentes limites de u = g(a) e u =
g(b), produzindo uma nova integral definida: .

Exemplo 2: Calcule , usando o segundo


método.

Solução:

Fazendo

Mudando o intervalo de integração:

Se x = 1 então u = 12 +3 = 4 e x = 3 então u = 32 + 3 = 12

Exemplo 3: Calcule usando o primeiro e o se-


gundo método.
Capítulo 3   Integral Definida   65

Solução pelo primeiro método:


Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Solução pelo segundo método:


Fazendo

Mudando o intervalo de integração:

Se x = 2 então u = 2 – 2 = 0 e x = 6 então u = 6 – 2 = 4

Verifica-se que o resultado da integral definida por substi-


tuição, tanto pelo primeiro quanto pelo segundo método, é o
mesmo e, por conseguinte, a escolha do método a ser usado
passa por uma questão de gosto e facilidade.

Exemplo 4: Calcule usando o primeiro método.


66   Cálculo II

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Exemplo 5: Calcule usando o primeiro mé-


todo.

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral defi-


nida:

Exemplo 6: Calcule usando o primeiro método.


Capítulo 3   Integral Definida   67

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral defi-


nida:

Exemplo 7: Calcule usando o primeiro método.

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Exemplo 8: Calcule usando o primeiro método.

Solução:

Fazendo
68   Cálculo II

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral definida:

Exemplo 9: Calcule usando o primeiro método.

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:

Retornando para a variável x e calculando a integral defi-


nida:

Exemplo 10: Calcule usando o primeiro método.

Solução:

Fazendo

Substituindo na integral dada e calculando a integral inde-


finida, teremos:
Capítulo 3   Integral Definida   69

Retornando para a variável x e calculando a integral defi-


nida:

3.9 Exercícios propostos

1. Usar as propriedades das Integrais Definidas.


70   Cálculo II

2. Calcular o valor das Integrais Definidas.

3. Calcular as integrais:
Capítulo 3   Integral Definida   71

4. Calcular as Integrais Definidas usando a regra da substitui-


ção.

5. Determinar a área da região entre a curva da função e o


eixo x no intervalo dado.
72   Cálculo II

Respostas:

1. a) -6. b) 38.   c) 4.   d) 30.   e) 230.

2. a) 24 u.a. b) 8/3 u.a. c) 6 u.a. d) 1 u.a.


e) π u.a.

3. a)10,75 u.a. b) 37 u.a. c) 13 u.a. d) 8/5 u.a.


e) 4 u.a.

4. a) 1/8 u.a. b) 0,61 u.a. c) 0 u.a. d) 1/3 u.a.


e) 1,78 u.a.

5. a) 36 u.a. b) 5,33 u.a. c) 2,25 u.a. d) π u.a.


e) 8,91 u.a.

Referências

Referências básicas
STEWART, James. Cálculo. Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thom-
son Learning, 2006.

ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Vol. 1. Porto


Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. Vol. 1.


Rio de Janeiro: Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos,
2002.
Capítulo 3   Integral Definida   73

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. Vol. 1. 3ª


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. Vol. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. Vol. I.


São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. Vol.


1. São Paulo:

Leituras e sites recomendados


THOMAS, George B. – Cálculo. Vol. I. São Paulo. Addison
Wesley, 2005.

GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo. ed. Rio de Janeiro:


LTC,2003. v. 1 à 3.

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas apli-


cações. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br
Janor Araujo Bastos

Capítulo 4

Aplicações da Integral
Definida

ÂÂ
N
este capítulo, abordaremos algumas aplicações da
integral definida, tais como áreas entre curvas, vo-
lumes de sólidos e o trabalho realizado por uma força
variável.
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   75

4.1 Áreas entre curvas

Nos tempos antigos, o procedimento mais utilizado pelos ma-


temáticos para o cálculo de área era o método da exaustão,
que consiste em aproximar a figura em questão por meio de
outras, cujas áreas sejam conhecidas.

Hoje, conforme visto no Capítulo 3, sabemos que o valor


da integral definida de uma função f é numericamente igual a
área da região limitada pelo gráfico dessa função e o eixo das
abscissas em um intervalo dado, se f for contínua nesse inter-
valo. Considerando a Figura 4.1.1 abaixo, temos:

Figura 4.1.1
76   Cálculo II

Partindo dessa mesma ideia, podemos calcular a área limi-


tada pelos gráficos de duas funções. Na figura 4.1.2, temos
uma região limitada pelos gráficos das funções f(x) e g(x). Se
integrarmos a função f(x) de a até b, teremos o valor da área
da região limitada pelo gráfico de f(x), o eixo das abscissas e
as retas x = a e x=b. Se integrarmos a função g(x) de a até
b teremos o valor da área da região limitada pelo gráfico da
g(x) o eixo das abscissas e as retas x = a e x = b. Se da área
limitada na parte superior pelo gráfico de f(x) subtrairmos a
área limitada na parte superior pelo gráfico de g(x), teremos a
área sombreada que procuramos. Então:

A área da região limitada pelo gráfico de f(x) será

A área da região limitada pelo gráfico de g(x) será


.

Subtraindo A1 de A2, temos a área A, ou seja:

desde que f(x) > g(x)

em todo intervalo [a; b].

Usando as propriedades das integrais, podemos escrever:

Obs.: Devermos subtrair a função cujo gráfico está limitan-


do por cima da função cujo gráfico está limitando por baixo
naquele intervalo.
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   77

Figura 4.1.2

Exercícios resolvidos:

1. Achar a área da região delimitada pelos gráficos das fun-


ções f(x) = 2x + 1 e g(x) = x2 no intervalo [0; 1].

Solução:

Observando a figura, vemos que, no intervalo considerado, o


gráfico de f(x) = 2x+1 é a fronteira superior e gráfico de g(x)
= x2 é a fronteira inferior. Então, a área será:

Figura 4.1.3
78   Cálculo II

2. Achar a área da região delimitada pelos gráficos das fun-


ções y = x e y = x2.-1.

Solução:

Observe que não foram fornecidos os limites de integração.


Nesse caso, devemos considerar os pontos onde os dois gráfi-
cos de interceptam, que são os pontos onde as funções têm o
mesmo valor. Então, fazendo:
x + 1 = x2-1
ou
x2 – x – 2 = 0

Resolvendo essa equação, encontramos x1 = -1 e x2 = 2, que


são os valores de x dos pontos onde os gráficos se interceptam
e que representam os limites da área procurada.
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   79

Figura 4.1.4.

A região está limitada por cima pela reta e por baixo pela
parábola. Então a área será dada pela integral da equação da
reta menos a equação da parábola. Logo:
80   Cálculo II

3. Achar a área da região delimitada pelos gráficos das fun-


ções y = x + 1 e y = X2.-1 e pelas retas x = 0 e x = 3.

Solução:

Figura 4.1.5

Observando o gráfico, podemos verificar que no intervalo


(0; 2) a região está limitada na parte superior pela reta e no
intervalo (2; 3) pela parábola. Então devemos fazer a integra-
ção em cada um dos intervalos separadamente. No intervalo
(0; 2), a fronteira superior é feita pela reta, então, devemos in-
tegrar a equação da reta menos a equação da parábola e, no
intervalo (2; 3), onde a fronteira superior é feita pela parábola,
devemos integrar a equação da parábola menos a equação
da reta, ou seja:
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   81


4. Achar a área de região delimitada pelas curvas
.
Solução:

A figura mostra os gráficos e a região.

Figura 4.1.6
82   Cálculo II

Observe que a fronteira inferior consiste em porções de


dois gráficos diferentes, por isso não podemos obter a área
utilizando apenas uma integral definida. Devemos considerar
1
uma integral das funções y = x + 6 e y = - x no intervalo
2
(-4; 0), pois a região é limitada por essas duas retas nesse in-
tervalo, e a outra integral com as funções y = x + 6 e y = x3
no intervalo (0; 2), que são as fronteiras superior e inferior da
região nesse intervalo.

5. Calcule a área da região limitada pelos gráficos das fun-


ções

Solução:

A região está ilustrada na figura abaixo.


Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   83

Figura 4.1.7

Como no exemplo anterior, devemos dividir o intervalo em


duas partes e integrar y = x + 4 e y = − x + 4 no inter-
valo (– 4; – 3) e y = x + 4 e y = x + 2 no intervalo (– 3; 0).
Então temos:
84   Cálculo II

Mas, se considerarmos x em função de y, teremos menos


trabalho. Veja:

y = x + 4 ⇒ y2 = x + 4 ⇒ x = y2 − 4
y = x+2 ⇒ x = y−2

Nessas condições, a região está delimitada à direita pela


reta x = y – 2 e à esquerda pela curva x = y2 – 4. Então, deve-
mos realizar a integração dessas funções em relação à y.

Nesse caso, fazemos apenas uma integral da fronteira di-


reita menos a fronteira da esquerda, ou seja:
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   85

Exercícios propostos

1. Faça um esboço da região delimitada pelos gráficos das


funções e calcule sua área em cada caso abaixo.
86   Cálculo II

Respostas

9
a)  u. a.
2

b)  3 u. a.
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   87

c)

2+4 2 
d)   u. a.
 3 
 
88   Cálculo II

1
e) u. a.
2

f)
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   89

g) 4
3
( )
2 − 1 u. a.

4.2 Sólidos de revolução

Se fizermos girar uma região em torno de uma reta, o resul-


tado será um sólido de revolução. Por exemplo, ao girarmos
um retângulo com um dos lados fixo a uma reta, teremos um
cilindro circular reto; se girarmos triângulo retângulo com um
dos catetos fixo em uma reta, termos um cone circular reto;
se girarmos um semicírculo com extremidade do diâmetro fixo
na reta, teremos uma esfera. Dizemos que a reta é o eixo de
revolução e que o sólido foi gerado pela região.
90   Cálculo II

y
y

r=f(x)
x x

(a)
(b)

y
y

x
x

(c) (d)

Figura 4.2.1.

Se interceptarmos um sólido de revolução com um plano


perpendicular ao eixo x, obteremos uma secção transversal
circular. Se o plano cortar o eixo x no ponto x = a, o raio do
círculo é f(a), e sua área será π [ f (a )] .
2

Se um sólido está entre x=a x=b, a área da secção trans-


versal é A(x), e A(x) é uma função contínua, utilizando a soma
de Riemann, podemos escrever uma definição para o volume
dos sólidos de revolução:
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   91

Como nos sólidos de revolução a secção transversal será


sempre um circulo de área A = π [ f ( x)] , o volume do sólido
2

é dado por:

No caso do cilindro, f(x) = r é uma função constante, onde


f(x) é o raio do círculo, base do cilindro cuja área é π .r 2 . Então:

altura do cilindro.

Figura 4.2.2

Exercícios resolvidos

1. Encontre o volume do sólido de revolução gerado pela


rotação da região R delimitado pelo gráfico da função
f(x) = 3 e as retas x = 1 e x = 5 em torno do eixo x.
92   Cálculo II

Solução:

A Figura 4.2.3 mostra a região R, e o sólido por ela gerado


é um cilindro circular reto mostrado na Figura 4.2.2. Devemos
integrar a função f(x) = 3 de 1 até 5.

Figura 4.2.3

2. Encontre o volume do sólido gerado pela rotação da re-


gião sob a curva y = x em torno do eixo x entre 0 e 4.
Esboce a região e o sólido aproximado típico.

Solução:

A Figura 4.2.4 mostra a região e o sólido gerado.


Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   93

Figura 4.2.4

Devemos integrar a função y = x de 0 até 4.

3. Esboce a região delimitada pelo gráfico da função y = x2


+ 2 e o eixo x entre -1 e 2, e calcule o volume do sólido
94   Cálculo II

gerado pela rotação da região em torno do eixo x. Esboce


o sólido aproximado típico.

Solução:

A Figura 4.2.5 mostra a região e o sólido gerado

Figura 4.2.5.

4. Esboce a região delimitada pelo gráfico da função y = x2


entre y = 2 e y = 4 e calcule o volume do sólido gerado
pela rotação da região em torno do eixo y. Esboce o sólido
aproximado típico.
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   95

Solução:

A Figura 4.2.6 mostra a região e o sólido gerado.

Figura 4.2.6

Como a região está girando em torno do eixo y, devemos


fazer a integração em relação a y. Para que isso seja possível,
a equação y = x2 + 2 deve ser escrita em função de y, ou seja:

5. Esboce a região delimitada pelos gráficos das funções


1
y = x e y = x de y = 0 até y = 4 e calcule o volume
2
do sólido gerado pela rotação dessa região em torno do
eixo x. Esboce o sólido aproximado típico.

Solução:

A Figura 4.2.7 mostra a região e o sólido gerado.


96   Cálculo II

Figura 4.2.7.

6. Calcule o volume do sólido gerado pela rotação da região


delimitada pelos gráficos das funções y = 6 e y = x + 1
em torno do eixo x de 1 até 4. Faça um esboço da região
e do sólido aproximado típico.

Solução:

A Figura 4.2.8 mostra a região e o sólido gerado.


Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   97

Figura 4.2.8
98   Cálculo II

7. Repita o exemplo 5 com a região girando em torno do eixo y.

Solução:

A figura 4.2.9 mostra a região e o sólido gerado.

Figura 4.2.9
Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   99

Exercícios propostos

1. Calcular o volume do sólido gerado pela rotação da re-


gião limitada pelas curvas em torno da reta especificada.
Faça um esboço da região e do sólido.

g. Repita o exercício f fazendo a região girar em torno do


eixo y.

Respostas

Aplicações à física e à engenharia

Definição:

Se uma força constante F atua sobre um objeto, fazendo-o


mover-se por uma distância d na direção da força, é dado por:
100   Cálculo II

W = F.d

No caso da força F ser variável, temos:

Se f(x) é uma força e se f é contínua em um intervalo [a;


b], o trabalho W realizado para mover um objeto de x = a até
x = b é:

Pela lei de Hooke, a força f(x) necessária para distender


uma x unidades além do seu comprimento natural é dada por:

f(x) = kx, onde k é uma constante chamada constante da


mola.

Exemplos:

1. Calcular o trabalho para distender uma mola de seu com-


primento normal de 20 cm até 30 cm, sabendo que, para
distendê-la 5 cm, é necessária uma força de 40 N.

Solução:

Devemos primeiramente determinar a constante k da mola.


Capítulo 4   Aplicações da Integral Definida   101

2. Um cabo de 10 m de comprimento e pesando 25 pende


verticalmente do topo de um edifício. Uma barra de ferro
de 80 kg presa na extremidade inferior do cabo. Calcular
o trabalho para transportar a barra até o topo do edifício.
Solução:
O trabalho para transportar a barra de ferro até o topo é:

O trabalho para elevar o cabo:


Considerando a extremidade inferior do cabo na origem
do eixo y e a extremidade superior em y = 10. Consideremos
dy o incremento do comprimento do cabo. Como cada metro
pesa 2,5 kg o peso do incremento é 2,5 dy. Consideremos y a
distância de 0 até o ponto de incremento.
Temos:
Incremento da massa: 2,5 dy
Distância percorrida: 10 – y
Incremento do trabalho: (10-y).g.2,5dy
Então:
102   Cálculo II

Exercícios propostos

1. Um gorila de 180 kg de peso sobe uma árvore de 5 me-


tros em 10 segundos. Calcule o trabalho realizado pelo
gorila para chegar ao topo da árvore.
9000 N-M

2. Uma mola de 25 cm de comprimento natural sofre uma


distensão de 3,8 cm sob um peso de 35 N. Ache o traba-
lho realizado para distender a mola:

a) de seu comprimento para 35,5 cm R= 507 J

b) de 28 cm para 33 cm R = 253,3

Referências bibliográficas

ANTON, Howard A.; DAVIS, Stephen L.; BIVENS, Irl C. Cálcu-


lo, Vol. 2, 8ª edição. Editora Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de Uma Variável, Vol. 2,


7ª edição. Editora LTC, 2003.

LEYTHOLD, Louis. Cálculo com Geometria Analítica, Vol I.


Editora Harbra. São Paulo.

PISKOUNOV, N. Cálculo Diferencial e Integral, Vol I. 10ª Ed.


Em língua portuguesa. Lopes da Silva editora, Porto: 1992.

STEWART, James. Cálculo, Vol. 2, 6ª edição. Editora Cengage


Learning, 2009.

SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. São


Paulo: Makron Brooks.
Ana Brunet1

Capítulo 5

Funções Logarítmicas,
Exponenciais e
Hiperbólicas

Introdução

Neste capítulo, vamos apresentar a função logaritmo natural


a partir da necessidade de uma primitiva para a função 1/t no
cálculo integral. Sua inversa será definida e, com ela, o núme-
ro e. As funções hiperbólicas aparecem em muitas aplicações
das ciências naturais e engenharia. Veremos que tais funções
são combinações de funções exponenciais.

1
  Mestre em Matemática (UFRGS), docente da ULBRA.
104   Cálculo II

A função logaritmo natural

No Capítulo 2, Integrais Indefinidas, vimos a operação de inte-


gração como inversa da derivada. A regra de integração para
funções do tipo xr, com r racional e diferente de – 1, foi apre-
sentada como:

e para r = -1, como:

Em (*) é fácil ver que a derivada da função dada como a


primitiva é a função integrando, o que ratifica a fórmula. Po-
rém para justificar (**) precisaremos do Teorema Fundamental
do Cálculo enunciado no Capítulo 3.

Primeiro, vamos observar o gráfico da função 1/t na Figura


5.1 para valores positivos de t.

Figura 5.1  Gráfico da função 1/t.


Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    105

Podemos ver que existe uma região entre o gráfico da fun-


ção e o eixo das abscissas. Se considerarmos um intervalo de
números positivos [a, b], então terá uma região limitada pelas
curvas y = 1/t, y = 0, t = a e t = b (Figura 5.2). Vimos no
Capítulo 3 que a área dessa região, já que a função assume
valores positivos nesse intervalo, é dada pela integral definida:

Figura 5.2  Região limitada pelo gráfico de y = 1/x, y = 0, x = a e x = b.

Definimos a função logaritmo natural (Notação: y = ln x)


por:

onde
106   Cálculo II

Consequências da definição
Das propriedades da integral definida, decorre o estudo do
sinal da função ln.

Para x = 1, temos:

Para x = c > 1, temos:

Nesse caso, o valor da integral coincide com o valor da


área da região limitada pelas curvas y = 1/t, y = 0, t = 1 e t
= c. Isto é, a função ln assume valores positivos para x > 1.

Para x = c, com 0 < c <1, temos:

Para valores de c entre zero e um, a área da região limitada


pelas curvas y = 1/t, y = 0, t = c e t = 1 é dada pelo cálcu-
lo da integral definida com limite inferior igual a c e superior
igual a 1, pois c < 1. Então a função ln assume valores nega-
tivos no intervalo (0, 1).

Vamos apresentar, de maneira intuitiva, o estudo do com-


portamento da função logaritmo natural ao x tender ao infinito
e ao x tender a zero pela direita. Iniciaremos com o limite no
infinito.
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    107

A ideia geométrica desse limite é o cálculo da área da re-


gião não limitada representada na Figura 5.3.

Figura 5.3  Área sob o gráfico de y = 1/t com t >1.

A Figura 5.4 nos fornece uma visualização de uma aproxi-


mação por falta da integral procurada.

Figura 5.4  Aproximação por falta da área abaixo do gráfico de y = 1/t


com t > 1.
108   Cálculo II

O que estamos fazendo aqui é parecido com a Soma de


Riemann quando se toma para aumento o limite superior do
subintervalo de tamanho unitário, porém o intervalo não é li-
mitado superiormente. Podemos escrever, então:

mas

Ou seja, estamos somando ½ infinitas vezes, o que resulta


em uma soma infinita. Assim,

O estudo do comportamento da função logaritmo natural


ao x tender a zero pela direita pode ser realizado de forma
parecida. Nesse caso, o limite resulta em menos infinito.

A função 1/t é contínua para valores positivos de t, então a


parte I do Teorema Fundamental do Cálculo fornece:

Ou seja, a derivada da função logaritmo natural é 1/x.


Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    109

Em geral, se temos:

Assim, por exemplo, para calcularmos a derivada da fun-


ção procedemos da seguinte maneira:

Gráfico da função Logaritmo Natural

Vimos que a derivada da função ln é 1/x. Logo, ln é cres-


cente em todo seu domínio, pois 1/x é positiva nesse intervalo.
Além disso, a função não apresenta pontos críticos, pois sua
derivada é contínua e sempre diferente de zero em A
derivada de segunda ordem é -1/x , função que é sempre ne-
2

gativa quando assume valores em Portanto, a função ln


é côncava em todo seu domínio. Vimos, também que:

Desse modo, o gráfico da função Logaritmo Natural pode


ser representado como na Figura 5.5.
110   Cálculo II

Figura 5.5  Gráfico da função ln.

Diferenciação Logarítmica
Podemos utilizar a função logaritmo e suas propriedades
para calcular derivadas de funções do tipo uv, onde u e v são
funções de x. Por exemplo, para calcular a derivada da função
podemos proceder do seguinte modo:

Derivando membro a membro, lembrando que e


usando a regra da derivada do produto, vem:

isto é,
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    111

logo,

Como podemos escrever:

Um caso particular da aplicação da diferenciação loga-


rítmica é o cálculo da derivada da função exponencial y =
ax, com a > 0. Para tanto, procedemos da mesma forma do
exemplo anterior. Porém, nesse caso, a é uma constante real
positiva.

Derivando membro a membro, vem:

ou seja,

Como y = ax, podemos escrever:

Em geral, se temos:
112   Cálculo II

Então a derivada da função y = 53x+2, por exemplo, pode


ser determinada pela fórmula acima:

Para calcularmos a derivada da função logaritmo em uma


base a qualquer, com pode-
mos escrever esse logaritmo como um logaritmo natural por
mudança de base. Ou seja,

Daí, como a é constante, portanto ln a também, temos:

isto é,

em geral,
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    113

Por exemplo, a derivada da função é:

A diferenciação logarítmica também pode facilitar o cálcu-


lo da derivada de funções em que suas expressões envolvem
quocientes, produtos e potências. Por exemplo, vamos usar
diferenciação logarítmica para calcular a derivada da função

Aplica-se a função ln em ambos os lados:

Usa-se as propriedades da função ln:

Como ln e = 1, vem:
114   Cálculo II

Derivando membro a membro, obtemos:

isto é,

ou seja,

Experimente encontrar a derivada da função y dada pelas


regras de derivação anteriores, você perceberá que a diferen-
ciação logarítmica facilita os cálculos.

A função exponencial natural

A função Logaritmo Natural é contínua e bijetora, então ad-


mite inversa. Definimos a função Exponencial Natural como
a inversa da função Logaritmo Natural. (Notação: y = exp x)
Então:

onde
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    115

Para determinarmos a derivada da função Exponencial Na-


tural, vamos derivar membro a membro a segunda parte dessa
equivalência e usar o fato de que y = exp x é uma função que
depende da variável x. Daí vem:

ou seja,

isto é,

Mas y = exp x, então:

Assim, a derivada da função Exponencial Natural é ela


mesma!

Definimos o número e como aquele cujo logaritmo natural


assume o valor 1. Ou seja, ln e = 1. Pela definição, temos:

Decorre daí que exp x = ex, pois:

Mas, pela propriedade dos logaritmos, é possível escrever:


116   Cálculo II

Então podemos reescrever a derivada da função Exponen-


cial Natural como:

Em geral, se vem:

Por exemplo,

O gráfico da função Exponencial Natural (Figura 5.6) pode


ser obtido pela reflexão em relação à reta y = x.


Figura 5.6  Gráfico da função y = ex.
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    117

Funções hiperbólicas

Catenária é o nome que se deu à curva como as que fios sus-


pensos apresentam (Figura 5.7). Por muito tempo, procurou-se
uma parábola para descrever essa curva, porém a função que
a descreve envolve as funções e x e e – x.

Figura 5.7  Uma catenária.

As funções que estudaremos agora são chamadas funções


hiperbólicas. As funções e x e e – x estão envolvidas em suas
leis de formação e possuem esse nome porque têm com a
hipérbole a mesma relação que as funções trigonométricas
possuem com o círculo, como ilustram as Figura 5.8 e 5.9.
Além disso, as funções hiperbólicas se relacionam entre si de
maneira semelhante às trigonométricas. Mais especificamente,
são denominadas de seno hiperbólico, cosseno hiperbóli-
co, tangente hiperbólica, cotangente hiperbólica, secante
hiperbólica e cossecante hiperbólica e definidas por:
118   Cálculo II

O domínio das funções seno e cosseno hiperbólico são


todos os reais, bem como o domínio das funções secante e
tangente hiperbólicas, pois o cosseno hiperbólico não possui
raiz real. Já as funções cossecante e cotangente hiperbólicas
possuem domínio em isto é, em todos os reais menos no
zero, pois a função seno hiperbólico se anula em x = 0.

Uma catenária, como a representada na Figura 5.7, possui


equação da forma:

  
Figura 5.8  Ponto P sobre o círculo. Figura 5.9 
Ponto P sobre a hipérbole.

Os valores reais de t que determinam P(cos t, sen t) sobre o


círculo de raio unitário e centro na origem podem ser interpretados
como a medida, em radianos, do ângulo CÔP e representa o do-
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    119

bro da área do setor circular da região sombreada na Figura 5.8.


Já os valores reais de t que determinam P(cosh t, senh t) sobre o
ramo direito da hipérbole não representa ângulo, porém nos forne-
ce o dobro da área sombreada do setor hiperbólico da Figura 5.9.

Identidades Hiperbólicas
Algumas identidades hiperbólicas são:

Pelas duas últimas identidades apontadas, vemos que a


função seno hiperbólico é uma função ímpar e cosseno hiper-
bólico é uma função par. Essa informação é útil em muitas si-
tuações, como no cálculo de integrais definidas, por exemplo.
Essas identidades são de fácil verificação. Por exemplo, vamos
verificar que:
120   Cálculo II

Derivada de funções hiperbólicas


Outra semelhança das funções hiperbólicas com as trigono-
métricas são as fórmulas de derivação. Observe a lista das
derivadas das funções hiperbólicas:

Essas regras podem ser combinadas com a Regra da Ca-


deia. Por exemplo,

Outro exemplo,
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    121

Gráfico das funções hiperbólicas


Apresentaremos os gráficos das funções hiperbólicas, mas in-
dicaremos somente a construção da função seno hipérbólico.
Para tanto, vamos estudar o comportamento dessa função pe-
los recursos do cálculo.

Já vimos que a derivada da função seno hiperbólico é a


função cosseno hiperbólico, e que a derivada da função cos-
seno hiperbólico é o seno hiperbólico. Então, a derivada se-
gunda da função seno hiperbólico é a própria seno hiperbóli-
co. Isto é,

Para x = 0, se anula e é o único valor real de x que essa


expressão assume o valor zero. Portanto, é a única raiz real
dessa função. Para x < 0, a função assume valores negativos
e, para x > 0, assume valores positivos. Sua derivada , não
se anula, portanto não existem pontos críticos e, além disso,
é sempre positiva, o que indica função crescente em todo
seu domínio. A derivada segunda possui uma raiz em x
= 0 a qual não é ponto crítico da função, portanto é ponto de
inflexão. Temos, também, negativa para x < 0 e positiva
para x > 0, então a função é convexa para x < 0 e côncava
para x > 0. O estudo do limite no infinito dessa função nos dá
infinito negativo no menos infinito e infinito positivo no infinito.
122   Cálculo II

Figura 5.10  Gráfico da função seno hiperbólico.

As Figuras 5.11 e 5.12 apresentam os gráficos das funções


cosseno e tangente hiperbólicas, os quais podem ser construí-
dos pelos recursos do cálculo como apresentado para o seno
hiperbólico, assim como os gráficos das demais funções hiper-
bólicas. Nesse momento, você pode usar um recurso gráfico
como uma calculadora gráfica ou software matemático para
construir ou verificar sua construção.

Figura 5.11  Gráfico da função cosseno hiperbólico.


Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    123

Figura 5.12  Gráfico da função tangente hiperbólica.

Recapitulando

Usamos a Parte 1 do Teorema Fundamental do Cálculo para


definir a função logaritmo natural como a primitiva da função
1/t. Seu domínio são os reais positivos e sua imagem os reais.
Por ser uma função bijetora, a função logaritmo admite inversa
que é a função exponencial natural y = ex. Seu domínio é o
conjunto dos números reais e sua imagem os reais positivos.
Com a função logaritmo e suas propriedades, podemos deri-
var funções nas quais a variável aparece na base e no expoen-
te, chamada derivação logarítmica.

As funções hiperbólicas são combinações das funções ex


e e-x. Por sua ampla aplicação nas ciências naturais e enge-
nharia, merecem atenção especial e foram apresentadas neste
capítulo.
124   Cálculo II

Referências

ANTON, Howard A.; DAVIS, Stephen L.; BIVENS, Irl C. Cálcu-


lo, Vol. 2, 8ª edição. Editora Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de Uma Variável, Vol. 2,


7ª edição. Editora LTC, 2003.

STEWART, James. Cálculo, Vol. 2, 6ª edição. Editora Cengage


Learning, 2009.

SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. São


Paulo: Makron Brooks.

Atividades

1. Use diferenciação logarítmica para encontrar a derivada


da função y dada em cada item.

2. Use as definições das funções hiperbólicas para verificar


as identidades hiperbólicas apresentadas neste capítulo.

3. Encontre y’ e y’’.
Capítulo 5    Funções Logarítmicas, Exponenciais e Hiperbólicas    125

4. Encontre o ponto da curva em que a reta tan-


gente possui inclinação 1.

5. Esboce o gráfico de cada função.


a)

b)

c)

d)

e) Verifique que as funções y1 = senh x e y2 = cosh x são


soluções da equação diferencial: y’’ – y = 0.

Gabarito
126   Cálculo II

2. Use as ideias apresentadas na identidade verificada neste


capítulo.

4. (0,0)

6. Calcule a derivada segunda de y1 e substitua na equação.


Verifique que ao substituir y1’’ e y1 na equação, obtém uma
identidade. O mesmo ocorre com y2.
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 6

Integração por Partes

Introdução

Quando não podemos ajeitar o integrando de uma integral


para utilizar uma das fórmulas de integração vistas nos ca-
pítulos anteriores, devemos buscar métodos para resolver a
integral.

O primeiro método de integração que vamos estudar é o


método de integração por partes. Essa técnica é utilizada
principalmente quando o integrando é formado pelo produto
de duas funções, geralmente uma função algébrica e uma fun-
ção não algébrica, como, por exemplo,

1  Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


128   Cálculo II

6.1 O método da integração por partes

O método da integração por partes baseia-se na derivada do


produto, vista nos Capítulos 6 e 7 do livro de Cálculo I.

Se u e v são funções de x, a regra da derivada do produto


é escrita na forma:

Ou simplesmente:

Se u e v são contínuas, podemos integrar ambos os lados


dessa equação;

Reescrevendo essa integral, isolando o termo fica-


mos com:

(1)

Que é a fórmula utilizada na integração por partes.

Veja que essa fórmula expressa uma integral (primeiro


membro da equação) em função de uma outra integral (no
Capítulo 6   Integração por Partes   129

segundo membro da equação). Dependendo das escolhas de


u e , a integral do segundo membro pode se tornar mais
fácil ou mais complicada para resolver.

6.2 Exemplos

Exemplo 1: Calcular

O primeiro passo é escolher u e apropriados, para que


possamos ter uma integral mais simples no segundo membro
da fórmula (1).

Assim, vamos fazer:

Logo:

Aplicando na fórmula (1):

A integral do segundo membro é bem mais simples, fican-


do o resultado final:
130   Cálculo II

Veja o que ocorre se escolhermos da seguinte manei-


ra, isto é, fazendo:

No segundo membro da igualdade, a integral


é mais complicada do que a integral do primeiro membro.
Nesse caso, devemos fazer novamente a integração por partes
para essa integral e conforme escolhermos os novos u e
para essa integral, pode-se ter uma nova integral por partes
mais complicada, e assim por diante, nunca chegando ao fim.

Quando vamos aplicar a fórmula (1), o primeiro passo é


escolher qual o fator do integrando será . A expressão que
escolhermos para deve vir acompanhada pelo diferencial
. O restante do integrando será u . Calculamos, então v e
. Em geral, chamamos de a parte mais complicada do
integrando que pode ser logo integrada.
Capítulo 6   Integração por Partes   131

O mais importante na integração por partes é decidir o


produto inicial de modo que se obtenha o produto
mais fácil para integrar. De modo geral:

ÂÂEscolha u de modo que seja mais simples do que a


própria u .

ÂÂEscolha de modo que possa ser facilmente


calculada.

Exemplo 2: Calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:

Exemplo 3: Calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:


132   Cálculo II

Exemplo 4: Calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:

Exemplo 5: Nesse exemplo, vamos integrar por partes mais


de uma vez.

Calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:


Capítulo 6   Integração por Partes   133

Exemplo 6: Calcular

Fazendo: então então

Substituindo na fórmula (1): temos:


134   Cálculo II

Podemos então reduzi-las a uma só:

OBS.: Resolva essa integral novamente, mas chamando ini-


cialmente u = cos x e

Exemplo 7: Calcular Veja que essa é uma inte-


gral definida.

Primeiro vamos calcular a integral como se fosse


uma integral indefinida:
Fazendo: u = x, então então

Substituindo na fórmula (1): temos:


Capítulo 6   Integração por Partes   135

Agora, utilizando os extremos de integração:

Exemplo 8: Calcular Veja que essa tam-


bém é uma integral definida.
136   Cálculo II

Primeiro vamos calcular a integral como se fosse


uma integral indefinida:
Fazendo: u = x , então então

Substituindo na fórmula (1): temos:

Agora, utilizando os extremos de integração:

Exemplo 9: Calcular a área da região limitada pelo gráfico


da função o eixo x, desde x = 1 até x = 2.
Capítulo 6   Integração por Partes   137

A seguir o gráfico da função:

A área será calculada pela integral: .

Cálculo da integral indefinida:

Fazendo: , então e , então


.

Substituindo na fórmula (1): , temos:


138   Cálculo II

Agora, utilizando os extremos de integração:

Exemplo 10: A velocidade de um móvel varia em função do

tempo de acordo com a função , no Sistema Interna-


cional. Sabendo que sua posição inicial é a origem, determine
sua posição no instante t e no instante 10 segundos.

A posição é calculada pela integral da velocidade. Cha-


mando de s(t) a posição em função do tempo, temos:
. Logo:

(que é uma integral por


partes).

Fazendo: u = t , então e , então


.

Substituindo na fórmula (1): , temos:


Capítulo 6   Integração por Partes   139

Como a posição inicial é a origem, temos s (0) = 0. Logo:

Então a posição em função do tempo t é dada por:


.

A posição no instante t = 10 segundos é:


140   Cálculo II

6.3 Exercícios propostos

1. Calcule as integrais:

a) f) k)

b) g) l)

c) h) m)

d) i) n)

e) j) o)

6.4 Respostas dos exercícios propostos


Capítulo 6   Integração por Partes   141

Referências

Referências básicas
STEWART, James. Cálculo. Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thom-
son Learning, 2006.

ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Vol. 1. Porto


Alegre: Bookman, 2007.
142   Cálculo II

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. Vol. 1.


Rio de Janeiro: Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos,
2002.

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. Vol. 1. 3ª


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. Vol. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. Vol. I.


São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. Vol.


1. São Paulo:

Leituras e sites recomendados


THOMAS, George B. – Cálculo. Vol. I. São Paulo. Addison
Wesley, 2005.

GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo. ed. Rio de Janeiro:


LTC,2003. v. 1 à 3.
Capítulo 6   Integração por Partes   143

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas apli-


cações. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br
Agostinho Iaqchan1

Capítulo 7

Integrais de Potências de
Funções Trigonométricas

ÂÂ
P
ara a resolução das integrais de potências de Funções
Trigonométricas, é necessário, na maioria das vezes, a
substituição da função trigonométrica por outra variável
de integração e o uso da regra da substituição para a
resolução da integral. Em várias situações, para que se
identifique a derivada da variável adotada, faz-se neces-
sário o emprego das identidades trigonométricas.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    145

Para as funções trigonométricas na forma


é possível resolver aplican-
do diretamente a regra da substituição de maneira. Por exem-
plo, a função possui uma função trigonométrica
na potência 3 e é resolvida utilizando a regra da substituição:
146   Cálculo II

Para a função não é possível resolver a sua integral


utilizando uma fórmula básica de integração ou diretamente
por meio da regra da substituição como no exemplo anterior,
pois não temos um du disponível. Nesse caso, é necessário o
uso de uma identidade trigonométrica então, utilizando algu-
ma fórmula de integração, resolver a integral.

Primeiro reescrevemos a função em um produto de fatores


separando um

resolvendo a integral simples de

para , temos que


Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    147

utilizando a regra de substituição

Para função reescrevemos a função de maneira que


a integral fique em um produto de fatores separando um
148   Cálculo II

Calcule:

OBS.: De modo geral, para Integrais de funções


para k um número inteiro positivo ímpar,
ou seja, reescreve-se as funções de modo que
Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    149

O mesmo método deve ser realizado para resolver

Para o caso das integrais de funções


para k um número inteiro positivo par, utiliza-se as identidades
dos ângulos-metade, de modo que

Para a função a integração será realizada reescre-


vendo a função seno e
150   Cálculo II

Calcule:

Quando for o caso de Integrais de funções

ÂÂpara m um número inteiro positivo par e deve-


-se reescrever a função trigonométrica separando um
fator e substituir os demais fatores por
e então, utilizar a regra da substituição com
ou

ÂÂpara n um número inteiro positivo ímpar e deve-


-se reescrever a função trigonométrica separando um
fator substituir por
e utilizar a regra da substituição com

Para a integração da função primeiro rees-


creve-se a função secante em potências de 2 e depois utiliza-
-se a identidade
Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    151

Para a integração da função primei-


ro reescreve-se a função trigonométrica separando um fator
para ser utilizado na regra da substituição, pois
para com
152   Cálculo II

Calcule:

Quando for o caso de Integrais de funções

ÂÂpara m um número inteiro positivo par e de-


ve-se reescrever a função trigonométrica separando
um fator e substituir os demais fatores por
e então, utilizar a regra
da substituição com ou

ÂÂpara n um número inteiro positivo impar e


deve-se reescrever a função trigonométrica separando
um fator substituir por
e utilizar a regra da substituição com

Para a integração da função primeiro


reescreve-se a função cossecante em potências de 2 e depois
utiliza-se a identidade
Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    153

Para a integração da função primei-


ro reescreve-se a função trigonométrica separando um fator
para ser utilizado na regra da substituição,
pois para

Para os demais produtos


que não atendem às condições neces-
154   Cálculo II

sárias para utilizar os métodos apresentados, deve-se reduzir o


produto a uma das funções trigonométricas.

Exemplificando a integração do produto te-


mos:
Capítulo 7    Integrais de Potências de Funções Trigonométricas    155
156   Cálculo II

Referências Bibliográficas

GEORGE F. S. Cálculo com Geometria Analítica – Volume


1. McGraw-Hill, São Paulo, 1987.

STEWART, J. Cálculo – Volume I. Cengage Learning, São


Paulo, 2011.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica – Volu-


me 1. 2ª ed, São Paulo, 1986.
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 8

Funções Trigonométricas
Inversas

Introdução

Neste capítulo, vamos estudar as funções trigonométricas in-


versas e suas derivadas e integrais. As funções trigonométricas
não são bijetoras (pois não são injetoras), portanto, não pos-
suem inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio de forma
apropriada, então a sua inversa será uma função.

1  Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


158   Cálculo II

8.1 Função inversa

Quando as variáveis x e y se relacionam de modo que a cada


valor de x está associado um e somente um valor de y, dizemos
que y é em função de x e escrevemos y = f(x).

Se também ocorre que a cada valor de y está associado um


e somente um valor de x, dizemos também que x é em função
de y. Essa função recebe o nome de função inversa de f, e é
representada por f-1 e escrevemos x = f-1(y).

Se a função f tem inversa, dizemos que ela é inversível.

Observe que a função f deve ser bijetora, isto é, deve ser


sobrejetora e injetora.

Revisando esses conceitos:

ÂÂDizemos que uma função é sobrejetora quando todo


elemento y = f(x) for imagem de pelo menos um ele-
mento x do domínio.

ÂÂDizemos que uma função é injetora quando cada ele-


mento y = f(x) é imagem de um e somente um elemento
x do domínio.

ÂÂDizemos que uma função é bijetora quando ela for so-


brejetora e injetora ao mesmo tempo.

Então, se uma função é bijetora, para cada valor de x do


domínio tem um e somente um valor de y no contradomínio e
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   159

cada valor de y do contradomínio tem um e somente um valor


de x no domínio. Existe uma relação um a um, chamada de
biunívoca. Veja que o domínio da função f(x) será a imagem
da função f-1(x) e a imagem de f(x) será o domínio de f-1(x).
Dizemos que as variáveis trocam de papel: x passa a ser y e y
passa a ser x.

Ex.: 1) Determinar a função inversa da função f ( x) = 3 x + 2.

Como a função é do primeiro grau, o domínio é o conjunto


dos reais e a imagem também é o conjunto dos reais.

Escrevemos: y = 3 x + 2.

Trocamos o papel das variáveis: x = 3 y + 2.


x−2
Isolamos y: y = .
3
Logo, a função inversa da função f ( x) = 3 x + 2 é a função
x−2
f −1 ( x) = .
3
Seu domínio é o conjunto dos reais, e a imagem também é
o conjunto dos reais.

Veja a representação gráfica de f (x) e de f −1 ( x) , em um


mesmo sistema de eixos cartesianos:
160 Cálculo II

No gráfico, verificamos que as funções f ( x) = 3 x + 2 e


x−2
f −1 ( x) =são simétricas em relação à reta y = x. Veja
3
também que

Ex.: 2) Determinar a função inversa da função f ( x) = x 3 .

O domínio é o conjunto dos reais, e a imagem também é


o conjunto dos reais.

Escrevemos: y = x 3 .
Capítulo 8 Funções Trigonométricas Inversas 161

Trocamos o papel das variáveis: x = y 3 .

Isolamos y: y = 3 x .

Logo, a função inversa da função f ( x) = x 3 é a função


f −1 ( x) = 3 x .

Seu domínio é o conjunto dos reais, e a imagem também é


o conjunto dos reais.

Veja a representação gráfica de f (x) e de f −1 ( x) , em um


mesmo sistema de eixos cartesianos:

No gráfico, verificamos que as funções f ( x) = x 3 e


f −1 ( x) = 3 x são simétricas em relação à reta y = x.
162   Cálculo II

Ex.: 3) Determinar a função inversa da função f ( x) = x 2 .

Essa função é do segundo grau (função quadrática). O


seu domínio é o conjunto dos reais e a imagem é o intervalo
[0 ; ∞ ) .
Podemos ver facilmente que essa função não é bijetora,
pois existem valores de y = f(x) que são imagem de mais de
um valor de x do domínio (ela não é injetora).

Ex.: f(-2) = 4 e f(2) = 4.

A inversa dessa função existe se fizermos uma restrição no


domínio.

Se fizermos o subconjunto [0 ; ∞) como o domínio e [0 ; ∞)


como contradomínio, ela possui inversa nesses intervalos. En-
tão:

f : [0 ; ∞) → [0 ; ∞) , definida por f ( x) = x 2 .
f −1 : [0 ; ∞) → [0 ; ∞) , definida por f −1 ( x) = x (consideremos
apenas a raiz positiva)

Veja a representação gráfica de f (x) e de f −1 ( x) , em um


mesmo sistema de eixos cartesianos:
Capítulo 8 Funções Trigonométricas Inversas 163

No gráfico, verificamos que as funções f ( x) = x 2 e


f −1 ( x) = x são simétricas em relação à reta y = x.

8.2 Funções trigonométricas

Já estudamos as funções trigonométricas, traçando seus grá-


ficos, determinando o domínio e a imagem e calculando suas
derivadas e integrais. A seguir, um resumo sobre as seis fun-
ções trigonométricas.
164   Cálculo II

Quadro 1  funções trigonométricas, domínio e imagem

Quadro 2  funções trigonométricas, suas derivadas e integrais

Quadro 3  gráficos das funções trigonométricas


Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   165
166   Cálculo II

8.3 Funções trigonométricas inversas

Como as funções trigonométricas são periódicas, elas não


são bijetoras. Em consequência, a inversa de uma função tri-
gonométrica não é uma função. Restringindo o domínio das
funções trigonométricas de forma apropriada, ela terá uma
função inversa dentro dessa restrição.

8.3.1 A função inversa da função seno


A função f ( x) = sen x , com domínio nos reais não possui
inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no intervalo
[− π 2 ; π 2] , ela possui inversa. Sua inversa é denominada
função arco seno e é simbolizada por y = arc sen x . Isto é:

Escrevemos: y = sen x .

Trocamos o papel das variáveis: x = sen y .

Isolamos y: y = é o arco cujo seno é x que é escrito na for-


ma: y = arc sen x .

Logo, a função inversa da função f ( x) = sen x é a função


−1
f ( x) = arc sen x .

y = arc sen x é o único ângulo em [− π 2 ; π 2] tal que


sen y = x
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   167

A função inversa do seno, simbolizada por arc sen x , é


definida como

y = arc sen x se e somente se x = sen y

para − 1 ≤ x ≤ 1 e − π 2 ≤ y ≤ π 2

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = sen x com o domínio res-


tringido e o gráfico de y = arc sen x .

8.3.2 A função inversa da função cosseno


A função f ( x) = cos x , com domínio nos reais não possui in-
versa. Mas se restringirmos o seu domínio no intervalo [0 ; π ]
ela possui inversa. Sua inversa é denominada função arco
cosseno e é simbolizada por y = arc cos x . Isto é:

y = arccos x é o único ângulo em [0 ; π ] tal que cos y = x


168   Cálculo II

A função inversa do cosseno, simbolizada por arc cos x ,


é definida como

y = arc cos x se e somente se x = cos y

para − 1 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ π

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = cos x com o domínio res-


tringido e o gráfico de y = arc cos x .

8.3.3 A função inversa da função tangente


A função , com domínio {x ∈ R / x ≠ (π 2) + nπ } não
possui inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no interva-
lo (− π 2 ; π 2) , ela possui inversa. Sua inversa é denominada
função arco tangente e é simbolizada por . Isto é:

é o único ângulo em (− π 2 ; π 2) tal que


.
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   169

A função inversa da tangente, simbolizada por arc tg x , é


definida como

se e somente se

para x ∈ R e − π 2 ≤ y ≤ π 2

Veja a seguir o gráfico de com o domínio res-


tringido e o gráfico de .

8.3.4 A função inversa da função cotangente


A função f ( x) = cot g x , com domínio {x ∈ R / x ≠ nπ } não
possui inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no intervalo
(0 ; π ) , ela possui inversa. Sua inversa é denominada função
arco cotangente e é simbolizada por y = arc cot g x . Isto é:

y = arc cot g x é o único ângulo em (0 ; π ) tal que


cot g y = x .
170   Cálculo II

A função inversa da cotangente, simbolizada por arc cot g x ,


é definida como

y = arc cot g x se e somente se x = cot g y


para x ∈ R e 0 ≤ y ≤ π

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = cot g x com o domínio


restringido e o gráfico de y = arc cot g x .

8.3.5 A função inversa da função secante


A função f ( x) = sec x , com domínio {x ∈ R / x ≠ (π 2) + nπ }
não possui inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no
intervalo [0 ; π 2 ) ∪ (π 2 ; π ] , ela possui inversa. Sua inver-
sa é denominada função arco secante e é simbolizada por
y = arc sec x . Isto é:

y = arc sec x é o único ângulo em [0 ; π 2 ) ∪ (π 2 ; π ] tal que


sec y = x .
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   171

A função inversa da secante, simbolizada por arc sec x , é


definida como

y = arc sec x se e somente se x = sec y

para x ≥ 1 e y ∈ [0 ; π 2 ) ∪ (π 2 ; π ]

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = sec x com o domínio res-


tringido e o gráfico de y = arc sec x .

8.3.6 A função inversa da função cossecante


A função f ( x) = cos sec x , com domínio {x ∈ R / x ≠ nπ } não
possui inversa. Mas, se restringirmos o seu domínio no inter-
valo [− π 2 ; 0 ) ∪ (0 ; π 2] , ela possui inversa. Sua inversa é
denominada função arco cossecante e é simbolizada por
y = arc cos sec x . Isto é:
172   Cálculo II

y = arccos sec x é o único ângulo em [− π 2 ; 0 ) ∪ (0 ; π 2]


tal que cos s sec y = x

A função inversa da cossecante, simbolizada por


arc cos sec x , é definida como

y = arc cos sec x se e somente se x = cos sec y

para x ≥ 1 e y ∈ [− π 2 ; 0 ) ∪ (0 ; π 2]

Veja a seguir o gráfico de f ( x) = cos sec x com o domínio


restringido e o gráfico de y = arc cos sec x .
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   173

8.4 Derivada e integral das funções


trigonométricas inversas

8.4.1 Derivada da função inversa

Seja f uma função diferenciável e que admite uma fun-


ção inversa g = f −1 e se

f ' ( g ( x) ≠ 0 , então g = f −1 é diferenciável e


1
g ' ( x) =
f ' ( g ( x)
[ ]'
ou f −1 ( x) =
1
f ' ( f −1 ( x) )

Demonstração:

Sabemos que .

Derivando os dois membros da igualdades, temos:

Aplicando a regra da cadeia no primeiro membro, fica:

Logo:
174   Cálculo II

8.4.2 Derivada e integral das funções


trigonométricas inversas
8.4.2.1 Derivada da função y = arc sen u

Demonstração
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   175

Se u é uma função derivável de x , obtemos, pela regra


da cadeia:

Da mesma maneira que obtemos essa forma, podemos


obter as fórmulas gerais de derivadas das outras funções tri-
gonométricas inversas. A seguir, mostramos uma tabela das
derivadas das funções trigonométricas inversas e as integrais.

8.5 Exercícios resolvidos I

Calcule a derivada de cada função a seguir:


176   Cálculo II
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   177

8.6 Exercícios propostos I

1. Calcule a derivada de cada função:

2. Uma partícula se desloca ao longo de uma trajetória retilí-


nea de modo que em qualquer instante t ≥ 0 sua posição
é dada por . Calcule a velocidade da par-
tícula no instante t = 16.

8.7 Exercícios resolvidos II

Calcule as integrais:
178   Cálculo II

Na forma como essa integral foi dada, não se parece


com nenhuma das fórmulas de integração conhecidas.
Então vamos fazer a mudança de variável:
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   179

Essa forma também não tem nas fórmulas conhecidas,


pois aparece uma adição no numerador. Nesse caso,
vamos separar em duas integrais:

Na primeira integral, utilizamos a regra da potência e


a segunda integral é um arco seno:
180   Cálculo II

Essa forma também não tem nas fórmulas conhecidas.


Veja que o polinômio do numerador possui grau maior
do que o polinômio do denominador. Dividindo esses
polinômios encontramos:

Essa forma também não tem nas fórmulas conhecidas.


Veja que o denominador é um polinômio do segundo
grau. Nesse caso, utilizamos uma técnica chamada
“completar quadrados” para transformar o polinômio
do denominador em um quadrado perfeito:
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   181

Essa é semelhante à anterior. A diferença é que o coe-


ficiente do termo de maior grau é diferente de 1. Nes-
ses casos, colocamos em evidência esses coeficientes.
Veja:
2x2 – 8x + 10 = 2.(x2 – 4x + 5)

= 2.(x2 – 4x + 5 + 4 – 4)

= 2. (x2 – 4x + 4 + 5 – 4)

= 2. [(x – 2)2 + 1]

= 2. (u2 + a2)
u = x – 2, du = dx e a = 1
182   Cálculo II

Então:

Vamos completar os quadrados do polinômio do radicando:


3x – x2 = – (x2 – 3x) = – (x2 – 3x + 9/4 – 9/4) = – [(x – 3/2)2 – (3/2)2] =

= (3/2)2 – (x – 3/2)2

u = x – 3/2, du = dx e a = 3/2      a2 – u2

Então:
Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   183

8.8 Exercícios propostos II

1. Calcule as integrais:

]
184   Cálculo II

8.9 Respostas dos exercícios propostos I

8.10 Respostas dos exercícios propostos II


Capítulo 8   Funções Trigonométricas Inversas   185

Referências

Referências básicas
STEWART, James. Cálculo. Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thom-
son Learning, 2006.

ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Vol. 1. Porto


Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. Vol. 1.


Rio de Janeiro: Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos,
2002.

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. Vol. 1. 3ª


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. Vol. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. Vol. I.


São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. Vol.


1. São Paulo:
186   Cálculo II

Leituras e sites recomendados


THOMAS, George B. – Cálculo. Vol. I. São Paulo. Addison
Wesley, 2005.

GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo. ed. Rio de Janeiro:


LTC,2003. v. 1 à 3.

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas apli-


cações. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br
Agostinho Iaqchan Ryokiti Homa1

Capítulo 9

Integrais por
Substituição

ÂÂ
P
ara a integração de funções, primeiramente faz-se uso
das fórmulas de integração e, se não há uma fórmula
diretamente aplicável, manipula-se a função para ade-
quá-la às fórmulas disponíveis e/ou para que seja possível
aplicar um método de integração conhecido.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


188   Cálculo II

Não há uma regra ou maneira para identificar qual o mé-


todo mais adequado para a integração de uma função qual-
quer, mas algumas características nos sugerem ou indicam um
método que pode ser “tentado” para solucionar. Salienta-se
que algumas tentativas com métodos distintos são parte do
caminho para a solução e que, ao se esgotar o repertório co-
nhecido, faz-se necessário o emprego de manipulações algé-
bricas e substituições da variável de integração para adequar
a função a uma fórmula de integração conhecida.

Serão apresentados métodos de substituição da variável de


integração para:

ÂÂfunções racionais de seno e cosseno;

ÂÂintegrando com potências fracionárias.

Integração de funções racionais de seno e


cosseno
Para funções racionais de pode-se utilizar
para isso transforma-se as identidades trigono-
métricas
de modo que:
Capítulo 9   Integrais por Substituição   189
190   Cálculo II

Podemos utilizar as substituições para resolvermos funções


racionais de seno e cosseno da seguinte maneira.

Calcule:

14. 

15. 
Capítulo 9   Integrais por Substituição   191

Integrando com potências fracionárias


Para integrandos com potências fracionárias de emprega-se
a substituição para
dos denominadores dos expoentes, simplificando assim o inte-
grando.
192   Cálculo II
Capítulo 9   Integrais por Substituição   193

Calcule:

Substituição trigonométrica
Para integrais que envolvam um integrando na forma
é conveniente realizar uma
transformação trigonométrica mudando a variável de integra-
ção x por , utilizando identidades trigonométricas apropriadas.

Para utiliza-se e a identidade

Para utiliza-se e a identidade


194   Cálculo II

Para utiliza-se e a identidade

Para resolver a integral de não é preciso utilizar


das substituições trigonométricas, pois logo
é possível resolver a integral pela regra da substituição com
mas para um integrando é
conveniente o uso da substituição trigonométrica. Nesse caso,
utiliza-se
Capítulo 9   Integrais por Substituição   195

Ressalta-se que, para que seja possível realizar a volta para a


variável de integração original, é preciso considerar, nas subs-
196   Cálculo II

tituições trigonométricas, a restrição do intervalo de para que


a função seja injetora. Desde modo, temos que para:

Para um integrando é conveniente o uso da subs-


tituição trigonométrica. Nesse caso, utiliza-se
Capítulo 9   Integrais por Substituição   197

Calcule:
198   Cálculo II

Referências Bibliográficas

GEORGE F. S. Cálculo com Geometria Analítica – Volume


1. McGraw-Hill, São Paulo, 1987.

STEWART, J. Cálculo – Volume I. Cengage Learning, São


Paulo, 2011.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica – Volu-


me 1. 2ª ed, São Paulo, 1986.
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 10

Integração de Funções
Racionais

Introdução
f ( x)
Se uma função q = é racional, então f (x) e g (x) são
g ( x)
polinômios. Neste capítulo, vamos estudar técnicas ou regras
para o cálculo da integral das funções racionais.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


200   Cálculo II

10.1 Fração parcial

Considere, por exemplo, a seguinte adição entre duas frações


algébricas:
2 5

x−2 x+3

Resolvendo essa adição, encontramos:

Veja que a fração é uma fração racional e


é a soma das duas outras frações mais simples. Essas frações
5 2
mais simples, , são chamadas frações parciais.
x−2 e x+3

Quando escrevemos , a expressão

à direita da igualdade é chamada de decomposição em fra-


ções parciais.

Então, para achar a integral da função racional, integra-


mos cada uma das frações parciais que fazem parte da de-
composição. Nesse caso, temos:
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   201

O problema consiste, então, em encontrar as frações par-


ciais da função racional que se quer integrar e aí integrar cada
fração parcial.

As técnicas para integrar por fração parcial são aplicadas


somente se o numerador ( f (x) ) tiver grau menor do que o
grau do denominador ( g (x) ). Se o grau de f (x) for maior
que o grau de g (x) , devemos, primeiramente, dividir os po-
linômios para encontrar a fração na forma adequada. Por
exemplo:

x3 + 2x 2 + 4x −1 5x + 1
2
= x+2+ 2
x −1 x −1

5x + 1
Na fração , o grau do numerador é menor que o
x2 − 1
grau do denominador. Então essa fração será decomposta em
frações parciais.
202   Cálculo II

f ( x)
10.2 C
 omo decompor uma fração em
g ( x)
frações parciais (diretrizes)

1) Se o grau de f (x) for maior ou igual ao grau de g (x) ,


divida os polinômios para

obter a forma:
f ( x) f ( x)
= (polinômio) + 1
g ( x) g1 ( x )

onde o grau de f1 ( x) é menor que o grau de g1 ( x) . Após,


siga as etapas 2, 3 e 4.

2) Fatore o denominador, escrevendo-o como um produto


de fatores ou , com m e n inteiros
e não negativos.

3) Fatores lineares: para cada fator , com m ≥ 1 , a


decomposição em

frações parciais contém uma soma de m frações parciais


da forma:

onde cada numerador é um número real.

4) Fatores quadráticos: para cada fator ,


n ≥ 1 , a decomposição em
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   203

frações parciais contém uma soma de n frações parciais


na forma:

onde cada coeficiente A e B do numerador é um número


real.

10.3 Exercícios resolvidos

1. Calcular

Veja que o grau do numerador é maior que o grau do


denominador. Portanto devemos dividir o numerador pelo de-
nominador. A fração fica, portanto, na forma:

x3 + 2x 2 + 4x −1 5x + 1
2
= x+2+ 2
x −1 x −1

Logo, temos: (1)

A primeira integral é direta, e a segunda vamos resolver por


fração parcial.

Conforme as diretrizes em 10.2, vamos fatorar o denomi-


nador:
x 2 − 1 = ( x + 1).( x − 1)
204   Cálculo II

Temos, então, uma fração parcial para cada fator e:

5x + 1 A B
2
= + , onde temos que calcular A e B .
x −1 x +1 x −1
Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro
da igualdade:

5 x + 1 A( x − 1) + B( x + 1)
=
x 2 −1 ( x + 1).( x − 1) e multiplicando pelo denominador
comum, temos a equação
5 x + 1 = A( x − 1) + B ( x + 1)

Fazendo x = 1 : 5.1 + 1 = A(1 − 1) + B(1 + 1)


6 = 2B

B=3

Fazendo x = −1 : 5.( −1) + 1 = A(−1 − 1) + B(−1 + 1)


− 4 = −2 A

A=2
5x + 1 2 3
A decomposição em frações parciais é: 2
= +
x −1 x +1 x −1
Resolvendo, então, a integral (1) acima:
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   205

2. Calcular

Fatorando o denominador, temos: x 2 + x − 6 = ( x + 3).( x − 2) .

Temos, então, uma fração parcial para cada fator e:


x+2 A B
2
= + , onde temos que calcular A e B .
x + x−6 x+3 x−2
Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro
da igualdade:

x+2 A( x − 2) + B( x + 3)
=
2
x + x−6 ( x + 3).( x − 2) e multiplicando pelo denomi-
nador comum, temos a equação
x + 2 = A( x − 2) + B( x + 3)

Fazendo x = 2 : 2 + 2 = A(2 − 2) + B(2 + 3)


4 = 5B

4
B=
5

Fazendo x = −3 : − 3 + 2 = A(−3 − 2) + B(−3 + 3)


− 1 = −5 A
206   Cálculo II

1
A=
5

x+2 15 45
A decomposição em frações parciais é: 2
= +
x + x−6 x+3 x−2
Resolvendo a integral proposta, temos:

3. Calcular

Fatorando o denominador, temos:


x + 2 x 2 − 3 x = x( x + 3).( x − 1) .
3

Temos, então, uma fração parcial para cada fator e:

, onde temos que calcular


A, B e C .

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   207

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação

− 9 = A.3.( −1)

− 9 = −3 A

A=3

Fazendo x = 1 :
8 = 4C

C=2

Fazendo x = −3 :

A decomposição em frações parciais é:


208   Cálculo II

Resolvendo a integral proposta, temos:

4. Calcular

Fatorando o denominador, temos:


x + 2 x 2 + x = x( x 2 + 2 x + 1) = x( x + 1) 2 .
3

Temos, então, uma fração parcial para cada potência de


x e ( x + 1) :

, onde temos que calcular


A, B e C .

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação


Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   209

Fazendo x = 0 :
6= A

A=6

Fazendo x = −1 :
− 9 = −C

C =9

Como não existem mais valores para x , vamos atribuir


x = 1 e usar os valores de A = 6 e C = 9, para calcular o
valor de B.

−2
B=
2

B = −1

A decomposição em fração parcial é:


210   Cálculo II

Resolvendo a integral proposta, temos:

5. Calcular

Fatorando o denominador, temos: x 4 + 2 x 2 + 1 = ( x 2 + 1) 2 .

Temos, então, uma fração parcial para cada potência de


2
( x + 1) :

, onde temos que calcular A ,


B, C e D.

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação


Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   211

Igualando os coeficientes na última igualdade obtemos:

A = 0 , B = 1 , C = 0 e D = −1

A decomposição em fração parcial é:

Resolvendo a integral proposta, temos:

A primeira integral é calculada pela regra do arco tangente


e a segunda por substituição trigonométrica. Temos, então:

6. Calcular

Fatorando o denominador, temos:


.

Temos, então, uma fração parcial para cada fator:

, onde temos que cal-


cular A , B e C .
212   Cálculo II

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação

Igualando os coeficientes da última igualdade obtemos:

Resolvendo esse sistema, encontramos: A = 3 , B = 1 e


C = −5

A decomposição em fração parcial é:

ou

Resolvendo a integral proposta, temos:


Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   213

7. Calcular

Fatorando o denominador, temos:


.

Temos, então, uma fração parcial para cada fator:

, onde temos que calcular A ,


B e C.

Reduzindo ao mesmo denominador no segundo membro


da igualdade:

multiplicando pelo denominador comum, temos a equação

Igualando os coeficientes da última igualdade obtemos:

Resolvendo esse sistema, encontramos: A = 1 , B = −1 e


C = −1
214   Cálculo II

A decomposição em fração parcial é:

Resolvendo a integral proposta, temos:

10.4 Exercícios propostos

Calcule as integrais
Capítulo 10   Integração de Funções Racionais   215

10.5 Respostas dos exercícios propostos

Referências

Referências básicas
STEWART, James. Cálculo. Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thom-
son Learning, 2006.

ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Vol. 1. Porto


Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo – Funções de uma variável. Vol. 1.


Rio de Janeiro: Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos,
2002.
216   Cálculo II

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A. São Pau-
lo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007.

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. Vol. 1. 3ª


ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. Vol. 1. Rio de Ja-


neiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. Vol. I.


São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. Vol.


1. São Paulo:

Leituras e sites recomendados


THOMAS, George B. – Cálculo. Vol. I. São Paulo. Addison
Wesley, 2005.

GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo. ed. Rio de Janeiro:


LTC,2003. v. 1 à 3.

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas apli-


cações. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br

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