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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

LICENCIATURA EM PLANEAMENTO E ORDENAMENTO


TERRITORIAL

2º ANO

ABOOBACAR DANILO FARIA

GUIMARÃES SANGAROTE

LEVANTAMENTO DE SOLO

QUELIMANE

2022
ABOOBACAR DANILO FARIA

GUIMARÃES SANGAROTE

LEVANTAMENTO DE SOLO

Trabalho de carácter avaliativo a ser

Entregue ao docente da cadeira de


Detenção remota

Docente: Santo Camacho

QUELIMANE

2022
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Índice
Introdução........................................................................................................................................2

Objectivos........................................................................................................................................2

Metodologia....................................................................................................................................2

Levantamento de solo......................................................................................................................3

Tipos de Mapas de Solos.................................................................................................................3

Tipos de levantamento de solo........................................................................................................4

Mapa esquemático...........................................................................................................................5

Levantamento de solo exploratório.................................................................................................6

Levantamento de solo reconhecimento...........................................................................................8

Levantamento de solo semidetalhado..............................................................................................9

Levantamento de solo detalhado...................................................................................................10

Interpretação do Levantamento de Solo........................................................................................11

Sugestão para a Classificação Interpretativa do Levantamento de Solo.......................................13

Justificativa para os Níveis Categóricos Propostos.......................................................................14

Topografia......................................................................................................................................15

Conclusão......................................................................................................................................17

Referências bibliográficas.............................................................................................................18
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1. Introdução

O presente O trabalho é da disciplina de Detenção remota, e enquadra-se no âmbito dos trabalhos


de campo orientados pela docente com propósitos avaliativos. De referir que tem como tema:
Levantamento de solo. Ao adentrar em um curso de graduação, o novo aluno é desafiado a
elaborar novas formas de construção do conhecimento e a pensar e a produzir cientificamente.
Agora, é-lhe exigido também trabalhar metodologicamente. O objectivo principal do
levantamento de solo é o conhecimento da natureza e distribuição das unidades pedológicas,
procurando identificar e cartografar os solos ocorrentes em dada área, através da caracterização
morfológica e analítica das unidades de solo da maneira mais completa possível, utilizando-se de
um sistema natural de classificação de solos.

1.1. 1.1 Objectivos

1.1.1. Geral

 Conhecer como o funciona levantamento de solo

1.1.2 Específicos

 Falar sobre os tipos de levantamento de solo;


 Detalhar em relação a sua importância de levantamento de solo

1.2. 1.2 Metodologia

De acordo com fragata (1980, p. 19), metodologia constitui a “elaboração, desenvolvimento e


orgânica, tanto interna como externa a do trabalho enquanto científico”. Ou por outra, pode-se
dizer que a metodologia é a explicação, minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de toda a
acção desenvolvida no método do trabalho de pesquisa.
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2. Levantamento de solo

 O levantamento de solos é a ferramenta mais tradicional e mais utilizada para se obter


informações a respeito de uma área. Através dele é possível fazer a estratificação de ambientes
em nível local.

Através dele é possível fazer a estratificação de ambientes em nível local. Visando caracterizar o
solo em relação a sua posição na paisagem frente aos seus diferentes potenciais de uso.

O levantamento de solo tem sido extensivamente utilizado na classificação de sítio quanto à


produtividade, só ou em combinação com outros factores ecológicos, em diversas partes do
mundo (SCHONAU, 1987).

O objectivo principal do levantamento de solo é o conhecimento da natureza e distribuição das


unidades pedológicas, procurando identificar e cartografar os solos ocorrentes em dada área,
através da caracterização morfológica e analítica das unidades de solo da maneira mais completa
possível, utilizando-se de um sistema natural de classificação de solos. O levantamento de solo
pode fornecer subsídios, entre outros, para a selecção de espécies, extrapolação de resultados
experimentais, predição do crescimento e da qualidade da madeira, resposta a fertilizações
minerais e definições de técnicas silviculturais.

2.1. Tipos de Mapas de Solos

Os mapas de solos podem ser classificados como mapas compilados e autênticos ou originais
(LARACH, 1983) Os mapas compilados são feitos no escritório, com base em dados
preexistentes de solos, geologia, geomorfologia, vegetação, clima e relevo. Os mapas autênticos
são feitos no campo e baseiam-se em observações directas dos solos. r. O tipo de mapa de solo a
ser feito irá depender dos objectivos em questão. Quanto maior a escala, maior a riqueza de
detalhes e mais bem definidos são os limites entre as classes de solos. Outrossim, as
disponibilidades de recursos económicos e de técnicos especializados devem seguir esta mesma
ordem.

Assim, para a visualização e estudo geral de grandes áreas, de forma a ressaltar a distribuição e
os contrastes entre largas classes de solos, como na região amazónica, foi empregado pelo
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projecto RAOAM um levantamento de solo do tipo exploratório. Num outro extremo, para um
programa de conservação de solos em áreas de uso florestal intensivo seria recomendado um
levantamento de solo a nível detalhado ou semidetalhado.

A princípio, para a finalidade de reflorestamento com espécies de rápido crescimento, a


existência do levantamento de solos a nível detalhado ou semidetalhado parece ser o mais
recomendado. As classificações regionais e locais devem ser baseadas em diferentes princípios.
As unidades podem ser caracterizadas por fatores significativos para grandes áreas, tais como o
clima e a geomorfologia regional, e ser mapeados na escala 1:1000000 a 1:10000000. Cada
unidade regional engloba um padrão com diferentes unidades de sítio, os quais podem ser
mapeados em escalas maiores, 1:5000 a 1:20000. Nesse caso, áreas com 0,5 ha ou menos são
individualmente mapeadas (KILIAN, 1984).

3. Tipos de levantamento de solo

Os levantamentos pedológicos são executados para atender a diversos objectivos, por isso,
variam quanto a escalas cartográficas, densidade de observações, composição das unidades de
mapeamento e precisão das informações apresentadas. A escolha do nível de levantamento vai
depender directamente do objectivo do trabalho, que deve ser definido antes desta escolha.

O objectivo determina o tipo de levantamento e, em consequência, as decisões a respeito de


composição de unidades de mapeamento, métodos de prospecção, qualidade e escala do material
cartográfico e sensores remotos básicos, frequência de amostragem e características
taxionómicas a serem utilizadas.

Na melhor compatibilização possível dos elementos acima mencionados é que reside a


qualidade e a utilidade das informações contidas em mapas e relatórios, para atingimento das
metas estabelecidas para o levantamento.

Os levantamentos pedológicos diferenciam-se, principalmente quanto aos objectivos a que se


destinam e quanto aos objectivos a que se destinam e quanto à extensão das áreas abrangidas por
eles. São reconhecidos cinco tipos principais:

 Esquemático;
 Exploratório;
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 Reconhecimento;
 Semidetalhado;
 Detalhado;
 Ultradetalhado

Os levantamentos de reconhecimentos são subdivididos em três níveis de execução,


compreendendo baixa, média e alta intensidade, em função, tão-somente, da pormenorização
cartográfica deseja dentro deste tipo de levantamento.

A cada tipo de levantamento corresponde a um tipo de mapa pedológico.

Os mapas de solos são designados pelo mesmo nome do levantamento correspondente e são
executados no campo, através de levantamentos exploratórios; reconhecimento de baixa, média e
alta intensidade; semidetalhados; detalhados; e ultradetalhados. Mapas assim elaborados são
designados mapas pedológicos autênticos.

Outros tipos de mapas são denominados esquemáticos ou genéricos e confeccionados por


compilação de dados.

Os mapas esquemáticos são confeccionados a partir da interpretação e compilação de dados


preexistentes de solos e de correlações com aspectos do meio físico.

Os mapas genéricos são compilados a partir de mapas de solos mais detalhados. Generalizações
de informações sobre solos são frequentemente necessárias, principalmente quando da confecção
de mapas esquemáticos e das necessidades de mapas em escala menor para planeamento global
de estudos e sintetização de informações para fins didácticos e de divulgação pública.

A seguir, são definidos os diversos tipos de levantamentos e mapas pedológicos, e analisados os


elementos que compõem e determinam a distinção entre eles. Por definição, os mapas
esquemáticos não são considerados levantamentos autênticos.

4. Mapa esquemático

Os mapas esquemáticos são planejados para fornecerem informações generalizadas sobre a


distribuição geográfica e a natureza dos solos de grandes extensões territoriais.
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Os mapas esquemáticos têm em comum o fato de serem elaborados a partir de informações


pedológicas preexistentes, em combinação com interpretações e correlações de geologia,
geomorfologia, clima e vegetação, visando a previsão do modo de ocorrência e da natureza dos
solos.

Uma ampla faixa de material cartográfico e sensores remotos básicos podem ser utilizados na
confecção destes mapas, incluindo mapas geológicos, climáticos, geomorfológicos,
hipsométricos, fitogeográficos, imagens de radar e satélites, fotoíndices e mapas
planialtimétricos. Por serem publicados em escalas muito pequenas s (<1:1.00.000),não têm
utilidade no panejamento local de uso da terra, servindo, no entanto, para fins didácticos e
avaliação global de recursos nacionais e regionais.

Os mapas esquemáticos são elaborados por compilação de levantamentos preexistentes,


extrapolação de dados e deduções, por correlações, entre os diversos factores de formação do
solo. Compreendem, em resumo, as interpretações das inter-relações de clima, vegetação,
geologia e relevo na definição de classes de solo numa determinada área. As unidades de
mapeamento são compostas de amplas associações de solos e paisagens, constituindo, segundo
Camargo & Bennema (1966), verdadeiras províncias pedológicas.

5. Levantamento de solo exploratório

Os levantamentos do tipo exploratório são executados, usualmente, onde há necessidade de


informações de natureza qualitativa do recurso solo, com a finalidade de identificar áreas de
maior ou menor potencial, prioritárias para o desenvolvimento regional.

São apropriados às áreas de grande extensão regional, no entanto, justifica-se a execução destes
levantamentos em áreas menores, em função da premência de obtenção de dados pedológicos,
em antecipação a levantamentos em escalas maiores.

Uma ampla faixa de material cartográfico básico pode ser utilizada, compreendendo, mapas
planialtimétricos, em escalas variáveis, imagens de satélites em escalas 1:250.000, 1:500.000 ou
menores, imagens de radar e fotoíndices.
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Por se tratar de levantamentos de natureza genérica, são aceitáveis escalas de publicação, que
variam entre 1:750.000 e 1:2.500.000. A área mínima mapeável é de 22,5 a 250 Km2. A
densidade de observações e a frequência de amostragem não são rigidamente estabelecidas, mas
deve ser mantido um mínimo básico de 0,04 observações por quilómetro quadrado e um perfil
complementar por componente principal de associações e amostras extras de horizontes A e B
ou, se necessário, C.

As classes de solos são identificadas no campo, mediante observação e amostragem em pontos


determinados, ao longo de percursos traçados previamente, de acordo com feições da paisagem e
aspectos fisiográficos. A extrapolação é largamente utilizada neste tipo de levantamento,
portanto, as observações e colectas de amostras para identificação e caracterização das classes de
solos são feitas a grandes intervalos.

Os limites entre unidades de mapeamento são largamente compilados de outras fontes e,


principalmente, derivados de aspectos pedológicos, geológicos, fitogeográficos, climáticos e
efectivamente traçados sobre imagens de radar ou satélites, fotoíndices ou mapas
planialtimétricos. Considerando que as observações de campo e a colecta de amostras são
efetuadas os grandes intervalos, as unidades de mapeamento são normalmente constituídas por
amplas associações (até cinco componentes) e, portanto, muito heterogéneas.

As classes de solos reconhecidas neste tipo de levantamento são definidas em função de


características diagnósticas, que determinam a classificação dos solos em níveis taxionómicos
elevados, correspondentes a subdivisões de “ordem”, em sistemas hierárquicos de classificação
de solos. Entre estas características, as mais comummente utilizadas são:

 Horizonte diagnóstico sub-superficial;


 Horizonte diagnóstico superficial;
 Cor (vermelho-amarelo, vermelho-escuro, roxo, Bruno...);
 Saturação por bases (alta versus baixa).

As classes de solos definidas neste tipo de levantamento são subdividas para fins cartográficos, e
acordo com:

 Agrupamentos texturais em notação simples ou binária;


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 Fases de vegetação e relevo.

Descrições de campo e dados analíticos de perfis completos ou complementares são necessários


para identificação destas características. As legendas neste tipo de levantamento pedológico
contêm informações generalizadas de solos e do meio ambiente.

6. Levantamento de solo reconhecimento

Os levantamentos do tipo reconhecimento são executados para fins de avaliação qualitativa e


semiquantitativa do recurso solo, visando a estimativa de potencial de uso agrícola e não
agrícola. A selecção de mapas e sensores remotos básicos, métodos de prospecção de campo,
composição de unidade de mapeamento e grau de refinamento cartográfico, são estabelecidos
previamente, em função da escala de publicação, dos objectos e da precisão desejada. As classes
de solos definidas nos levantamentos de reconhecimento acumulam características diferenciais
utilizadas nos levantamentos exploratórios e mais características que expressão diferenciação de
horizontes diagnósticos, transformação dos constituintes do solo e constituição pedogenética
expressas por propriedades decorrentes da natureza das argilas e saturação do complexo sortivo,
tais como:

 CTC (alta versus baixa);


 Horizonte B nátrico versus horizonte B textural;
 Horizonte Bh versus Bhir;
 Cálcicos, carbonáticos, salinos, com alta salinidade, tiomórficos;
 Saturação por Al;
 e Saturação por Na (sódico, solódico).

Além disso, características decorrentes da natureza intermediária ou extraordinária dos solos,


conforme abaixo relacionadas (Carvalho et al., 1988):

 Carácter abrúptico;
 Carácter litólico;
 Carácter gleico;
 Carácter planossólico;
 Carácter vértico;
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 Carácter plínitico;
 Carácter latossólico;
 Carácter podzólico;
 Carácter câmbico;
 Carácter de espessura do solo (profundo, muito profundo, raso).

As classes de solos definidas neste tipo de levantamento são subdivididas, para fins cartográficos
e de interpretações diversas, de acordo com o grupamento textural (em notação simples ou
binárias) e em fases de relevo, vegetação, rochosidade e pedregosidade.

Dados morfológicos e analíticos (químicos, físicos e mineralógicos) de perfis completos e/ou


complementares e amostras extras, são necessários para caracterização dos solos e definição das
unidades de mapeamento, compostas por Grandes Grupos e Subgrupos de Solos, conforme
definidos em Estados Unidos (1975a).

Desde que os levantamentos do tipo reconhecimento tendem a uma ampla faixa de objetivos e
necessidades, é oportuno subdividi-los em três níveis de execução, compreendendo alta, média e
baixa intensidades (Reunião...1979).

Os níveis de reconhecimento diferenciam-se quanto aos objectivos, métodos de prospecção,


tipos de unidades de mapeamento, área mínima mapeável, material cartográfico e sensores
remotos básicos, e escala de publicação. A densidade de observações por área é variável, entre
0,04 a 2,0 observações por quilómetro quadrado.

7. Levantamento de solo semidetalhado

A execução de levantamento semidetalhado ter por objectivo obter informações básicas para
implantação de projectos de colonização, loteamentos rurais, estudos integrados de microbacias,
planejamento local de uso e conservação de solos em áreas de desenvolvimento de projectos
agrícolas, pastoris e florestais, além de projectos e estudos prévios para engenharia civil. As
informações geradas em levantamentos pedológicos semidetalhados se aproximam daquelas de
levantamentos detalhados, satisfazendo, em algumas áreas, as necessidades de informações
básicas para projectos de uso menos intensivo do solo.
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O material cartográfico e sensores remotos básicos mais usuais neste tipo de levantamento
compreendem o conjunto de mapas planialtimétricos (em escalas ≥1:50,000); restrições
aerofotográficas e levantamento topográficos convencionais ( em escala adequadas à finalidade
do levantamento, variando de 1:10.000 a 1:50.000, com curvas de nível a intervalos de 10 a 20m)
e fotografias aéreas na escala ≥1:60.000.

Considerando que os levantamentos semidetalhados podem ser necessários em áreas de diversas


extensões (áreas especiais, microrregiões, bacias hidrográficas, municípios e estados), a
representação cartográfica de boa qualidade é possível ser mantida em escala de publicação até
1:100.000, embora a escala preferencial deva ser ≥1:50:000.

A densidade de observações e a frequência de amostragem são calculadas em função da


heterogeneidade da área e da facilidade de correlação entre tipos de solos e superfície
geomórficas. Não obstante, é recomendada uma média de 0,02 a 0,20 observações por hectare,
um perfil completo e um perfil complementar por classe de solo componente de unidade de
mapeamento simples ou de associação.

Todas as classes de solo identificadas na área devem ser caracterizadas por um perfil
representativo completo e amostras-extras adicionais. As unidades de mapeamento são
identificadas no campo, por observação e amostragem através de percursos traçados
preliminarmente ao longo de topossequência seleccionadas. As topossequências devem ser as
mais representativas da área, abrangendo diversas formas de encostas e tipos de relevo, de modo
a permitir as correlações solos superfícies geomórficas.

As relações solos

Superfícies geomórficas são estabelecidas por caminhamento em toposseqüência com registro


das variações quanto às classes de solos, textura (superficial e subsuperficial), tipo e espessura de
horizonte A, profundidade dos e outras características relevantes para o mapeamento. Desta
forma, as variações de solos são relacionadas com classes de declive, condições de drenagem,
formas de pendentes e posições na encosta (topo, ombro, aba, sopé e superfície colúvio-aluvial).

8. Levantamento de solo detalhado


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A execução de levantamentos detalhados visa a obter informações sobre os solos de áreas


relativamente pequenas, para decisões localizadas, onde está previsto o uso realmente intensivo
do solo.

Este tipo de levantamento tem com objectivos principais atender a projectos conservacionistas na
fase executiva, promover a caracterização e delineamento precisos dos solos de estações
experimentais, viabilizar recomendações de práticas de uso e manejo de solos para fins de
exploração agrícola, pastoril e florestal intensiva, além de construir base ideal para execução de
projectos de irrigação, drenagem e interpretações para projectos de engenharia civil.

O material cartográfico básico mais adequado compreende mapas planialtimétricos,


levantamentos topográficos convencionais, restituições aerofotográficas com curvas de nível a
pequenos intervalos (5 a 10m) e fotografias aéreas em escalas ≥ 1:20.000. A escala final do mapa
de publicação está em função dos objectivos do levantamento, extensão da área e grau de
pormenorização cartográfica e taxionómica a ser atingido, recomendando-se escalas ≥
1:20.000.A área mínima mapeável é menor que 1,6 há.

A densidade de observações deve ser mantida, no mínimo, entre 0,20 e 0,40 observações por
hectare. A frequência de amostragem deve ser suficiente para detectar diferenças de solos em
pequenas áreas, sendo necessário, no mínimo, um perfil completo e dois perfis complementares
para caracterização das classes de solos identificadas no nível taxonômico mais baixo.

As unidades taxonômicas identificadas na área devem ser tipificadas por perfis completos
modais e suas amplitudes de variação estabelecidas por perfis complementares e amostras extras,
precisamente colectadas para análises de laboratório. As unidades de mapeamento e seus limites
são identificados por caminhamento no campo, em topossequência e com observações e a
pequenos intervalos.

8.1. Interpretação do Levantamento de Solo

De posse do levantamento de solo, que é puramente uma classificação taxonômica, o passo


seguinte é a classificação técnica ou interpretativa (LEPSCH et alii, 1983). Nessa fase as
unidades de solo mapeadas são interpretadas e agrupadas em função das características de
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interesse prático e específico, uma vez que o levantamento de solo não é feito para atender
finalidades específicas.

Segundo Steele (1967) citado por LEPSCH et alii (1983) a interpretação de levantamento de solo
consiste na previsão do comportamento dos mesmos, a qual é estabelecida a partir da reunião,
reorganização e apresentação de informações disponíveis sobre solos previamente mapeados e
classificados, para aplicações práticas. Essas aplicações são, em geral, do tipo solução de
problemas e, referem-se principalmente a questão de uso, manejo e conservação dos solos.
Portanto, é preciso ter de antemão uma definição clara dos propósitos visados, uma vez que o
levantamento de solo permite múltiplas interpretações.

As interpretações são precisas quando se baseiam numa síntese de dados básicos sobre as
unidades de solo mapeadas, originadas da experiência dos usuários, pesquisa no campo e no
laboratório. Em muitos casos, como na implantação de projectos inéditos, tais informações não
estão disponíveis e a interpretação é de carácter subjectivo, as vezes reflectindo uma
representação grosseira da realidade. Por outro lado, quando os dados estão disponíveis, quanto
mais precisos, detalhados e abundantes, maiores serão as alternativas de interpretação, mais
promissores e de uso a longo prazo serão os resultados.

Primorosamente, o mais desejável é que, mediante a disponibilidade de dados pedológicos e


silviculturas básicos, a realização do levantamento de solo seja orientado para objectivos
específicos; por exemplo, em função do manejo de solo a ser empregado, o que depende do nível
tecnológico previsto. Para isso é preciso, sobretudo; de um trabalho integrado entre pedólogo e
silvicultor, principalmente na escolha do tipo de levantamento de solo a ser realizado e em
possíveis adaptações aos mesmos. Já na sua concepção, os Sistemas de Classificação de Solos
foram eminentemente para fins agrícolas, por conseguinte com metodologias taxonômicas
definidas nesse sentido.

Desta forma, surgem diversos entraves na sua utilização com fins silviculturas, principalmente
devido a melhor qualidade dos solos com vocação agrícola, especialmente nas tocantes as
condições topográficas e de fertilidade. Além do mais, com o transcorrer dos anos, acumulou-se
com a pesquisa uma massa crítica de informações sobre as relações entre características dos
solos e crescimento das culturas agrícolas muito superior aquelas verificadas para as culturas
florestais. Outrossim, a qualidade de sítio e relações entre solos e planta em áreas marginais, com
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vocação florestal, têm sido de prioridade secundária no contexto geral dos programas de pesquisa
desenvolvidos no país.

Procurando solucionar o problema, BARROS et alii (1986) propõem o método do coeficiente de


utilização analítico (CUA), que é uma associação de métodos directos e indirectos de
determinação da qualidade de sítio, que inclui a avaliação da quantidade de nutrientes
mobilizados na biomassa e quantidade de nutrientes efectivamente disponíveis na profundidade
de acção das raízes, levando à estimativa do número de ciclos de corte que um povoamento pode
sofrer sem que haja queda da produtividade. Embora arrojado, seriam prematuras as críticas ao
método, tendo em vista que o mesmo aglutina diversos parâmetros desejáveis, susceptíveis
adaptação, além de que são ainda escassas as informações sobre a aplicação da metodologia.

9. Sugestão para a Classificação Interpretativa do Levantamento de Solo

A sugestão para a classificação interpretativa do levantamento de solo proposta a seguir tem


como fundamentos a definição de níveis categóricos de classificação em função da intensidade
de efeito de factores ambientais sobre o crescimento vegetal, directa ou indirectamente.

Esses factores, apesar de serem de acção interactiva, podem em situações particulares, fazer com
que um determinado factor seja mais actuante do que outro. Desta forma, O nível de produção
florestal será limitado, em maior ou menor grau, segundo uma ordem de importância dos factores
limitantes do crescimento vegetal.
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No presente caso propõe-se que os factores condicionantes do crescimento florestal,


discriminados no levantamento de solo, juntamente com a caracterização climática das áreas
mapeadas, sejam reunidos, conforme sua origem e ordem de efeito na produção florestal, em
quatro grandes níveis categóricos, a saber: Clima, Relevo, Textura do Solo e Fertilidade do Solo.

Supõe-se que a ordem de factores apresentada para as delimitações das categorias é a mesma
ordem de efeito na produtividade. Assim, o clima é o responsável pelas maiores variações de
produtividade e fertilidade do solo, estreitamente relacionadas com o índice de sítio, seria um
indicativo de pequenas variações de produtividade.

Nessa mesma ordem, quanto mais detalhada a categoria, mais difíceis são as delimitações das
subdivisões, mais específicas e aperfeiçoadas devem ser as práticas de manejo do solo.

10. Justificativa para os Níveis Categóricos Propostos

1. Clima

Geralmente o efeito de variáveis climáticas sobre a qualidade de sítio somente é notado em


extensas regiões. Para pequenas regiões, onde somente diminutos efeitos microclimáticos
ocorrem, as variáveis topográficas e pedológicas explicam melhor as variações de crescimento
das árvores.
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Através da reunião e análise dos dados meteorológicos, pode-se com o balanço hídrico e outros
parâmetros climáticos avaliar a existência ou não de limitações climáticas para diferentes
espécies florestais. A ocorrência de baixas temperaturas (risco de geada), deficiências hídricas
acentuadas (seca prolongada) ou de elevados excedentes hídricos (risco de erosão e problemas
fitossanitários), são alguns exemplos de limitações climáticas para determinadas espécies e que
podem ser utilizadas para delimitar as classes interpretativas.

As características climáticas como a primeira categoria do modelo de agrupamento


interpretativo proposto, irá permitir a subdivisão do potencial produtivo daquelas áreas, distantes
entre si, quando o efeito macroclimático se sobressai, ainda que apresentem características
topográficas e pedológicas semelhantes entre si.

11. 2.Topografia

A topografia, mais especialmente as classes de declive, estão intimamente relacionadas com as


diferenças microclimáticas, profundidade efectiva do solo, regime de nutrientes do solo, risco de
erosão, necessidade de práticas especiais de conservação do solo, possibilidade de emprego de
mecanização e outras. Por conseguinte, constituem um bom indicador da qualidade de sítio.

Para os objectivos em questão, as classes de declive podem ser subdivididas da seguinte forma:
a) plano, declives menores do que 3%; b) suave ondulado, declives de 3 a 8%; c) ondulado,
declives de 8 a 20%; d) forte ondulado, declives de 20 a 45%; e) montanhoso, declives de 45% a
75%; e f) escarpado, declives maiores do que 75%.

Ilustrativamente, os latossolos apresentam classes de declive bastante variável, porém com


predomínio de suave ondulado a ondulado; os podzólicos variam de ondulado a montanhoso,
sendo mais frequente o ondulado a forte ondulado; as areias quartzosas apresentam classes de
declive plano a suave ondulado; e os solos pouco desenvolvidos, como os litossolos apresentam
declives forte ondulados.

Este critério permite subdividir áreas sob um mesmo estrato climático, mas com características
topográficas distintas, o que permite delimitar as práticas de manejo de solo adequadas para cada
situação.

3.Textura do Solo
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As variações de crescimento das árvores em uma classe topográfica homogénea é


frequentemente associada com diferenças na disponibilidade de suprimento de água, ar e
nutrientes do solo, as quais estão intimamente relacionadas com as propriedades do solo, com
especial destaque para a textura do solo.

A textura do solo, além de apresentar estreita relação com o suprimento de água e nutrientes do
solo, tem grandes implicações na manifestação da fertilidade do solo, uma vez que as reacções
de troca entre o sistema radicular e o complexo coloidal do solo são de maior intensidade sob
boa disponibilidade de água.

Os principais grupamentos texturais utilizados são os seguintes: a) textura muito argilosa (com
teor de argila superior a 60%); b)textura argilosa (com teor de argila entre 35 e 60%); c) textura
média (com teor de argila menor que 35%, teor de areia maior que 15% e de silte menor que
50%); d) textura siltosa (com teor de silto superior a 50%, argila menor que 35% e areia menor
que 15%); e textura arenosa (com teor de argila inferior a 15% e de areia superior a 70%).

Diante das grandes amplitudes de variação dos grupamentos texturais, às vezes para um mesmo
tipo de solo, é recomendado fazer novas subdivisões sempre que forem observadas variações de
produtividade em um mesmo grupo textural.

4.Fertilidade do Solo

Apesar da grande importância da fertilidade do solo para o crescimento das árvores, este factor é
de difícil diagnóstico em solos para uso florestal, devido ao grande número de variáveis inter-
correlacionadas que podem interferir nessa propriedade.

Após grupar as unidades de solo mapeadas em função de variáveis climáticas, topográficas e


texturais, e na impossibilidade de se utilizar, numa próxima categoria, um ou mais indicativos do
solo relativo a sua fertilidade, sugere-se a utilização do índice de sítio como critério. Esse índice
por ser estreitamente relacionado com a fertilidade do solo, pode permitir a detecção de pequenas
variações locais da fertilidade e portanto definir novas classes taxonômicas, quando a variação de
crescimento entre as unidades de interpretação é muito pequena. É importante frisar que,
dependendo das condições locais, podem ocorrer outros factores limitantes, às vezes justificando
a introdução de outros níveis categóricos ou classes no modelo proposto. Exemplificando,
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poderia ser no caso da ocorrência de hidromorfismo, presença de camadas de impedimento físico


ou químico a penetração de raízes, salinidade, risco de inundação e outros.
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12. Conclusão

Chegados ao final desse trabalho concluímos que o levantamento de solo, Frente aos aspectos
que visam além do processo de aprendizagem dos educandos, as exigências do mercado que
devido à globalização dos conhecimentos. Desta forma, surgem diversos entraves na sua
utilização com fins levantamento de solo, principalmente devido a melhor qualidade dos solos
com vocação agrícola, especialmente nas tocantes as condições topográficas e de fertilidade.
Além do mais, com o transcorrer dos anos, acumulou-se com a pesquisa uma massa crítica de
informações sobre as relações entre características dos solos e crescimento das culturas agrícolas
muito superior aquelas verificadas para as culturas florestais.

Para as demais pessoas, um texto adicional explicativo, bem como a legenda do mapa, são
essenciais para a compreensão e utilização das informações contidas no levantamento de solos
(LARACH, 1983).

Apesar das limitações do levantamento de solo e sua interpretação para fins silviculturais, seu
uso pode constituir na primeira etapa da classificação da qualidade do sítio. Em etapas
posteriores, as unidades de solo mapeadas e interpretadas, em função da produtividade, deverão
ser novamente avaliadas e, se preciso, subdivididas em função da homogeneidade do índice de
sítio.
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