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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Objectivos....................................................................................................................................3

Objectivo geral.................................................................................................................................3

Objectivos específicos..................................................................................................................3

Metodologia.....................................................................................................................................3

Psicologia Racional : Natureza, Atributos e Imortalidade da Alma............................................4

Natureza da alma.............................................................................................................................4

Atributos da alma.............................................................................................................................6

Unidade........................................................................................................................................6

Simplicidade....................................................................................................................................7

Espiritualidade.............................................................................................................................7

Imortalidade da alma.......................................................................................................................7

Imortalidade da alma segundo Platão..............................................................................................8

Prova metafísica.........................................................................................................................10

Provas psicológicas....................................................................................................................10

Prova moral................................................................................................................................10

Conclusão......................................................................................................................................11

Bibliografia....................................................................................................................................12
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Introdução

Na introdução da presente abordagem que nos remete o estudo da psicologia racional , é sabido
que a palavra psicologia significa a ciência da alma. Este trabalho busca refletir por uma
perspectiva discursiva sobre a natureza, atributos e a imortalidade da alma, onde nela pretende-se
descrever o que é alma, qual é a sua natureza, quais são os seus atributos e se ela é imortal ou
não.

Objectivos

Objectivo geral
 Compreender a Psicologia Racional : Natureza, Atributos e Imortalidade da Alma.

Objectivos específicos
 Descrever a natureza da alma ;
 Descrever seus atributos ;
 Descrever acerca da sua imortalidade.

Metodologia
No que tange a metodologia recorrida para a possível elaboração dos conteúdos é de mera
inportância referir o método Analítico que permitiu analisar as fontes, o método hermenêutico
que permitiu a interpretação das fontes, o método comparativo e o método de justificação lógica
racional, que à partir do uso da razão permitiu-nos comparar as diversas fontes dos autores,
permitindo assim deduzir um pensamento mais aceitável.
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Psicologia Racional : Natureza, Atributos e Imortalidade da Alma


A palavra psicologia significa a ciência da alma, nos meados do século XIX, a ciência da alma,
ou seja, a psicologia desdobra - se como oportunidade em estudo positivo dos fenómenos
psíquicos, emergindo assim a psicologia experimental, com o objectivo de empregar os
processos específicos do método experimental a partir da observação, hipóteses e
experimentação.

Nesse todo processo a psicologia não deixou de existir como objecto de reflexão pura ou como
investigação racional, mas si a psicologia foi ampliado para o estudo das almas humanas. Em
psicologia a alma humana refere-se o princípio da vida, quer em sentido espiritual ( vida
psicológica), quer em seu sentido orgânico ( vegetativa).

Nesse aspecto, a alma humana aparece-nos estruturalmente ligada ao corpo, formando assim
composto humano,na qual este composto é formado por dois princípios ou então por duas
substâncias que se complementam, sendo a alma que é a forma do corpo e a matéria que é o
corpo vivente.

Natureza da alma
Com o despontar das religiões mistéricas e dos primeiros filósofos entre os séculos VI e V a.C.,
começam a florescer as preocupações e conseqüentes indagações concernentes à alma humana,
tais como a sua origem, substância, trajetória e razão de ser. Por conseguinte, a questão de sua
imortalidade torna-se um crescente desafio a ser desvelado pela nova racionalidade grega.

Não se sabe a origem exata da palavra “alma”, mas, conforme Wolff, seu significado hebraico
nêfesh aparece 755 vezes no Antigo Testamento, tendo sido traduzido por psykhè na septuaginta
e por anima na vulgata.

O antigo termo nêfesh teria um significado mais amplo a nível físico do que se entenderia
posteriormente, compreendendo a totalidade da figura do homem com alguns de seus órgãos
específicos e, especialmente, com a sua respiração ( Wolff, 1983,p.34).

Nêfesh não abarca a ideia de um núcleo de existência indestrutível em oposição à vida corporal,
e significa, principalmente o homem necessitado que tende para a vida e sob este aspecto é vivo
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(Wolff,1983, p.40).
A palavra psykhé, de certa forma, amplia esta conceituação ao contemplar um princípio de vida
mental ou um princípio cognoscente. Nesse sentido, a alma é entendida como aquilo que nós
permite conhecer. Assim, combinam-se, no termo, as idéias de vida, talento e consciência.

No que diz respeito o problema da natureza, ou seja, da existência da alma debatem-se duas
teorias contraditórias, uma das teorias nega puramente a existência da alma e a outra afirma a
dualidade no homem uma realidade espiritual, que tem como característica essencial o
pensamento e a outra matéria, essencialmente corpórea e extensa, o espiritualismo.

A atitude materialista traduz-se metodológica ente, em consederar o objecto da psicologia, isto é,


os fenómenos psíquicos, segundo a perspectiva das ciências, ou mais evoluídas, como sendo as
físicas-químicas e as fisiológicas. Vamos encontrar duas modalidades importantes do
materialismo, sendo mecanicista e fisiológicas.

O materialismo mecanicista explica a actividade psíquica baseando pelas propriedades físico -


químicas essenciais da matéria que é a estrutura.

Para os materialista dos séculos XVII-XVIII, no caso de Hobbes, La Mattrie, D'Holbch,


defendem que o que chamamos de espírito não passa, fundamentalmente de um nível superior da
organização da matéria. O que diferencia os seres entre si, é a diversidade das organizações, isto
é, o homem distingue - se dos restantes animais, apenas em que é uma máquina mais
complicada.

Para o materialismo fisiológico, a série dos fenómenos psíquicos é o produto do trabalho dos
órgãos, uma das consequências mais notórias das atitudes Psico fisiológicas, é o chamado
epinofenominismo, segundo a qual a consciência não pode ter a mesma acção sobre a mesma e
portanto sobre o nosso comportamento.

O materialismo deperam-se dificuldades de pura reflexão. Quanto ao mecanicismo reduz os


fenómenos de consciência ao movimento, o epinofenominismo depara-se dificuldades não
menor, a consciência deixa de ser um epinofenomeno no momento em que declara um
epinofenomeno, ao condensar-se, ela reconhece a sua própria existência e afirma a sua eficácia
enquanto fórmula teoria a respeito de si própria.
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Numa forma geral, a dificuldade interna ao materialismo clássico reside no seguinte, uma coisa é
o materialismo, outra é a doutrina do materialismo, uma coisa é matéria, outra coisa é ideia da
matéria, o problema pendente é será que a ideia da matéria está contida na própria matéria?

De acordo com o materialismo dialéctico, defende que a matéria é algo que pode desentranhar-se
ao longo da sua própria evolução, em formas progressivamente superiores, isto é, a qualidade
resulta dialecticamente por saltos da quantidade.

Ao contrário do materialismo dialéctico, surge outra corrente o espiritualismo que defende que
teremos de admitir a realidade e o primado através do espírito.

O espiritualismo em psicologia Racional refere-se a doutrina que sustenta que as representações,


as operações intelectuais e os actos de vontade não são inteiramente explicaveis pelos fenómenos
físicos e fisiológicos, para explicar tal fenómeno, parte de ideia de que a o homem é composto
por alma e corpo, sendo a alma superior ao corpo pelo seu destino e distinta dele pelo seu
atributos.

Atributos da alma
A alma defini-se por um conjunto de atributos fundamentais como a unidade, simplicidade,
espiritualidade e imortalidade.

Unidade
A unidade da alma manifesta - se na existência de um único "eu em nós", o eu psíquico ou
consciência pessoal, a que são referidos todos os fenómenos da mente, trata-se de uma unidade
interrogativa ou funcional pela qual a vida psíquica aparece ao próprio sujeito como totalidade e
continuidade.

É a partir desta unidade funcional que torna possível a intuição do tempo, pela articulação do
presente com o passado e o presente, e é a condição do sentimento de responsabilidade na
medida em que se possibilita o exercício da memória e por fim, a consciência da personalidade.
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Simplicidade
A simplicidade é também chamada de unidade da essência, significa que a alma não se compõe
de partes, é indivisível. A simplicidade da alma manifesta se na percepção indivisa, ou interação
dos objectos em totalidades, interacção que não seria possível, se o próprio sujeito fosse um
aglomerado de partes.

Espiritualidade
A espiritualidade é sinónimo da imaterialidade, significa que a alma é substancialmente distinta e
independente do corpo. A espiritualidade manifesta - se nas operações da inteligência, enquanto
aborda objectos imateriais e universais, isto é, ideias, também enunciam relações necessárias e
intemporais, isto é, princípios, o que exclui a sua realização por meio de um órgão corporal.

Imortalidade da alma
Imortalidade é a propriedade em virtude da qual um ser não pode morrer.

A discussão sobre a imortalidade e a separabilidade da alma intelectiva assumiu um


protagonismo e uma importância impares durante o século XVI em virtude da divulgação e da
publicação de opiniões de autores que negavam a possibilidade da demonstração filosófica da
imortalidade da alma racional individual, segundo Aristóteles, como Pomponazzi (1516) e outros
partidários de posições afins. Também as ideias reformistas de Lutero, e sobretudo as dos seus
seguidores, tendentes a desvalorizar ou mesmo a negar a existência de um estádio anímico
intermédio entre a morte e a ressurreição, inutilizar am a discussão acerca da imortalidade da
alma intelectiva separada.

A ideia de imortalidade da alma, na Grécia, parece ter tido sua origem no renascimento do culto
a Dioniso. Nas palavras de Charles Werner, este culto misterioso e profundo, onde a ideia da
morte se mesclava com todas as manifestações da vida, suscitou a ideia do sacrifício expiatório,
da purificação através da qual a alma se desprende dos laços do corpo e vive uma vida divina.

Em termos públicos, Jaeger (1992, p.80) nos traz uma forte indicação de que tenha sido o poeta
Píndaro, um dos primeiros a afirmar que a alma é a única coisa que permanece depois da morte
do corpo. Para Píndaro, a alma nos comunica um estranho legado de um mundo mais elevado do
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que o nosso e desce para cá como habitante de um corpo na qualidade de hóspede. A


imortalidade da alma é entendida em diferentes concepções :

Imortalidade da alma segundo Platão


Em Platão veremos que a alma é a causa da vida e por isso é imortal, já que a vida constitui a sua
própria essência. Com essas determinações, Platão fazia uma nítida distinção entre a realidade da
alma, simples, incorpórea, que se move por si, que vive e dá vida, e a realidade corpórea, que
tem os caracteres opostos. E essas determinações serviriam de base a todas as ulteriores
considerações filosóficas sobre a alma (Fédon, 2008,p. 150d).

Entretanto, como nos mostra Platão no Fédon, a simples prática da virtude comum não é garantia
de retorno da alma ao divino, pois, as almas que tiverem vivido na prática da virtude, não da
virtude filosófica, mas da comum, encarnar-se-ão em animais mansos e sociáveis ou até mesmo
em homens honestos.

Para ascender a níveis mais elevados, a alma deverá libertar-se cada vez mais dos elementos
corpóreos, e isto deverá ser feito através de um constante processo de purificação:

purificação não é justamente o que diz a tradição antiga? Separar o mais possível a alma do
corpo, habituá-la a recolher-se e a fechar-se em si mesma, alheia a qualquer elemento corpóreo, e
a permanecer, tanto quanto possível, tanto na vida presente como na futura, só, inteiramente
desligada do corpo como de suas cadeias? (Platão , Fédon, 1954, p. 31).

Dessa forma, e como já mencionado, a alma deverá ser purificada para desligar-se do apego
corpóreo e, ao mesmo tempo, o corpo também deverá ser cuidado para propiciar a purificação da
alma.

O processo de purificação da alma se realiza na medida em que a alma, ultrapassando os


sentidos, conquista o mundo do inteligível e do espiritual, mergulhando nele como em algo que
lhe é co-natural (Reale, 2004, p.153).

E é precisamente sobre esse valor de purificação atribuído à ciência e ao conhecimento que é


necessário refletir para que se compreenda a novidade do “misticismo” platônico. Esse
misticismo não consiste na contemplação estática e alógica, mas no esforço catártico de busca e
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ascensão progressiva ao conhecimento. Compreendendo o significado disto, será possível


compreender como o processo do conhecimento racional também represente, para Platão, um
processo de conversão moral. Ora, na medida em que o processo de conhecimento conduz a
consciência humana do sensível para o supra-sensível, transportando-a de um mundo para o
outro, também a conduz da falsa para a verdadeira dimensão do ser. Por conseguinte, é
conhecendo que a alma cura a si mesma, realiza a própria purificação, se converte e se eleva
(Reale, 2004, p.153, ).

De acordo com os panteista, a alma humana é uma simples emanação ou manifestação de Deus,
forma com ele uma só e mesma substância, após a morte, a alma iria reunir-se ao todo do que
emanou com a perda da consciência de se própria.

Ao contrário dos panteistas, surge uma outra concepção a chamada espiritualista, esta concepção
defende que a imortalidade implica e realiza as seguintes condições :sobrevivência ilimitada e
conservação da individualidade, isto é, trata-se de uma imortalidade pessoal, em que a alma
conserva a memória da sua existência terrena.

Um dualismo básico entre duas substâncias distintas, a alma e o corpo, mas fez algumas
alterações significativas em outras frentes. O antagonismo frontal, por exemplo, no Fédon, entre
alma e corpo, e entre desejos e prazeres psíquicos e desejos e prazeres físicos, é mitigado na
República, onde desejo e prazer têm agora um lugar em todas as três partes da alma, desde que
essas partes estejam em um estado de equilíbrio, isto é, em um estado de virtude, com a razão, a
parte mais elevada no controle do geral.

Esta doutrina de uma alma tripartida, que substitui a familiar divisão bipartida entre razão e
impulso, prevalece até ao tempo do Fedro, mas parece decair a partir desse ponto, e apenas os
seus disiecta membra se encontram nas Leis, mas não a doutrina em si.

Na questão da imaterialidade e eternidade da alma, Platão também nunca muda de ideia, ainda
que os argumentos que usa para estabelecer essa posição possam variar. No Fédon, ainda não
chegou a um ponto no qual apoie firmemente uma entre várias noções concorrentes de alma, e
seus vários argumentos para a imortalidade são confusos e pouco convincentes no geral ( Platão,
1954,p.79).
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Mas o uso da palavra intelecto, em um ponto onde está claramente falando sobre a alma, indica a
direção que ele está seguindo, e um argumento no seu livro a República, seguido por um
argumento similar e muito mais claramente formulado no Timeu, conclui de que a alma é razão,
e é isto que é imaterial e imortal, enquanto as duas partes baixas da alma são físicas e morrem
com o corpo.

Argumentos posteriores, no sua obra Fedro e nas Leis, de que a alma é a fonte de todo o
movimento e ela própria uma substância em sempiterno movimento mantêm a mesma posição,
isto é. a alma propriamente dita, é a razão ( Platão, 2003, p. 98).

Para os espiritualistas, existem três provas que fundamentam a imortalidade da alma que são :
Metafísica, Psicológica e Moral.

Prova metafísica
Esta prova surge a partir da simplicidade e da espiritualidade da alma, defende que o corpo
humano morre porque é composto de partes, e esses partes se complementam, quando o corpo é
abandonado pela alma, o corpo fica privado do seu princípio vital. A mortalidade da alma é uma
decomposição, portanto, a alma não morre, porque não pode decompor-se e sendo espiritual, não
depende do corpo para sobreviver.

Provas psicológicas
As provas psicológicas funda-se na aspiração do homem, a imortalidade aparece nessa prova
como meio de dar sentido e finalidade a existência, ou seja, surge como uma única alternativa
possível para o absurdo de uma vida irremediavelmente frustrada pela morte, e de um mundo que
sem a imortalidade como desígnio não existiria para nada, a não ser para si nascer e morrer nele.

Prova moral
Estas provas originam-se na prova moral de ordem moral,a justiça exigem que o bem seja
recompensado e o mal punido, portanto, nesse mundo o que é o nosso, secede o inverso, é o mal
que triunfa, e a virtude que é humilhada. Torna-se indispensável a existência de uma outra vida,
onde os que têm fome e sede de justiça sejam, por fim saciados.
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Conclusão
A partir deste presente abordagem que nos remete o estudo da Psicologia Racional : Natureza,
Atributos e Imortalidade da Alma, conclui-se que existe muitas teorias contraditórias que
defendem a existência assim como a imortalidade da alma , uma das teorias nega puramente a
existência da alma e a outra afirma a dualidade no homem uma realidade espiritual, que tem
como característica essencial o pensamento e a outra matéria, essencialmente corpórea e extensa,
o espiritualismo. A ideia de imortalidade da alma, na Grécia, parece ter tido sua origem no
renascimento do culto a Dionísio, e em Platão veremos que a alma é a causa da vida e por isso é
imortal, já que a vida constitui a sua própria essência, de acordo com os panteista, a alma
humana é uma simples emanação ou manifestação de Deus, forma com ele uma só e mesma
substância, após a morte, a alma iria reunir-se ao todo do que emanou com a perda da
consciência de se própria e Ao contrário dos panteistas, surge uma outra concepção a chamada
espiritualista, esta concepção defende que a imortalidade implica e realiza as seguintes condições
:sobrevivência ilimitada e conservação da individualidade, isto é, trata-se de uma imortalidade
pessoal, em que a alma conserva a memória da sua existência terrena.
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Bibliografia
Camps, Maria da Conceição (2015).A questão da imortalidade da alma. Revista filosófica de
Coimbra.

Jaerger, Werner, (1992). La Teologia de los Primeros Filósofos Griegos, editora. Fondo de
Cultura Económica, México.

Platão, (2008). Fédon. ed. Edipro, São Paulo.

Platão,( 1954). Fédon. ed. Atena, São Paulo.

Platão,(2003). Timeo. Alianza Editorial, Espanha.

Reale e Antiseri, (2004). História da Filosofia – Filosofia pagã antiga, ed. Paulus, São Paulo.
Wolff, Hans Walker (1983). Antropologia do Antigo Testamento,Edições Loyola, São Paulo.

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