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SUMÁRIO
CLASSIFICAÇÃO DO DM .................................................................................................... 56
<http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/11/sistema-
venoso.jpg>.
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<http://biofis.hd1.com.br/arquivos/circulacao.jpg>.
AS CIRCULAÇÕES
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oxigenado o sangue retorna para o átrio esquerdo através das veias pulmonares,
seguindo para o ventrículo esquerdo e a grande circulação.
A terceira circulação ou circulação coronariana é o movimento do sangue a
partir dos seios coronarianos localizados na raiz da aorta. Estes seios dão origem à
artéria coronária direita e tronco da coronária esquerda. Assim que o miocárdio é
irrigado, o sistema venoso coronariano traz de volta o sangue para o átrio direito.
LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO
http://www.classe.es/salud/img/d_mediastino.jpg>.
FORMA DO CORAÇÃO
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http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-
cardiovascular/imagens/anatomia-do-coracao.jpg>.
ÁTRIOS
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VENTRÍCULOS
http://3.bp.blogspot.com/_nA9lxvp6dXI/THvrwpdrN5I/AAAAAAAAABs/R
M- XtH2K65o/s1600/coracao1.jpg>.
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CORAÇÃO DIREITO
CORAÇÃO ESQUERDO
http://4.bp.blogspot.com/-
HQBUAc3OU_E/TjxB0ODlzeI/AAAAAAAAAOA/QmNHacy51ik/s1600/Cardiova
scular.jpg>.
O átrio esquerdo apresenta uma espessura maior que o direito, assim como o
ventrículo esquerdo é mais desenvolvido que o direito. O átrio esquerdo recebe as
quatro veias pulmonares que trazem o sangue arterial vindo dos pulmões. O ventrículo
esquerdo bombeia o sangue arterial para a artéria aorta e desta o sangue é encaminhado
para todas as partes do corpo.
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http://fotos.sapo.pt/EOMFVGfNCbnPQETTV9M0/>
VÁLVULAS
TRICÚSPIDE e MITRAL.
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Válvulas Semilunares
http://4.bp.blogspot.com/_XcHiZ9Ui6Lk/SYNK49vrGBI/AAAAAAAAADk
/yFpOD0E2AAE/s400/Valvulas 1.jpg>.
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miocárdicas altamente resistentes que se originam do interior do VD.
Válvula Pulmonar: é a válvula posicionada na saída do fluxo sanguíneo do VD
para o tronco da artéria pulmonar. Seus folhetos se fecham no final da contração
ventricular, evitando que o sangue que atingiu a AP retorne para o VD. O diâmetro
dessa válvula é menor do que a válvula tricúspide.
A sustentação dos folhetos se dá graças às cordoalhas tendinosas que se
originam no interior do VE.
Válvula Aórtica: é a válvula posicionada na saída do VE para a aorta. O
fechamento dos folhetos desta válvula ocorre no final da contração ventricular com a
função de evitar que o sangue que foi para a aorta retorne para o VE.
http://www.umm.edu/graphics/images/es/18093.jpg
PAREDES DO CORAÇÃO
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Pericárdio - É um saco seroso de parede dupla, está localizado no mediastino
médio, envolvendo o coração. Externamente é constituído por uma espessa lâmina de
tecido fibroso denso – pericárdio fibroso. Internamente por uma membrana transparente
chamada pericárdio seroso; fluido pericárdico no interior diminui a fricção entre as
camadas.
AS ARTÉRIAS CORONÁRIAS
O seu tronco de origem mede aproximadamente 1 cm. Dirige-se para frente, para
baixo e para a esquerda. O tronco de origem divide-se depois em dois ramos terminais:
a Artéria Interventricular Anterior ou Artéria Descendente Anterior e a Artéria
Auriculoventricular Esquerda ou Ramo Circunflexo.
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Auriculoventricular Esquerda dá: a) Ramos Ascendentes ou Auriculares e b) Ramos
Descendentes ou Ventriculares (que irrigam as respectivas regiões do coração
esquerdo).
Coronária Direita
Ramos Colaterais
Ramo Terminal
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numerosas variações na terminação da Artéria Coronária Direita, podendo dizer- se que
está tanto mais desenvolvida quanto menos estiver a terminação da Coronária Esquerda.
A Artéria Interventricular Posterior tem Ramos Direitos para a parede posterior
do Ventrículo direito, Ramos Esquerdos para a parede posterior do Ventrículo esquerdo
e por fim as Artérias Septais Posteriores. As Artérias Septais Posteriores são menos
desenvolvidas que as Anteriores e o seu território resume-se ao 1/3 posterior do Septo
Interventricular. É de realçar que o grupo inferior das septais posteriores tem
frequentemente origem na terminação da Artéria Interventricular Anterior.
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http://2.bp.blogspot.com/_74WATF33sFg/S8uuGWWT07I/AAAAAAAAAI
o/GvHyZL8lpFE/s1600/coron arias.jpg>.
Tecido fibroso não condutor separa células musculares dos átrios das células
musculares dos ventrículos.
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atrioventricular ou FEIXE DE HISS, que atravessa o esqueleto fibroso e se divide em
dois ramos, direito e esquerdo. O ramo esquerdo, por sua vez se subdivide em outros
dois feixes, um anterior e um posterior. Os feixes principais, direito e esquerdo, vão se
ramificando, como uma árvore, no interior da massa miocárdica, constituindo um
emaranhado de células condutoras, chamado REDE DE PURKINJE.
As células do nódulo sinusal, por mecanismos químicos, geram o próprio
impulso elétrico, a intervalos regulares, o que garante a automaticidade e a ritmicidade
da estimulação cardíaca. O estímulo gerado no nódulo sinusal se propaga pelos átrios e
alcança o nódulo A-V e o feixe de Hiss, onde sofre um pequeno retardo. Do feixe de
Hiss, o estímulo rapidamente alcança os feixes direito e esquerdo e as fibras terminais
de Purkinje, que por sua vez estimulam o miocárdio ventricular. No adulto, o nódulo
sinusal produz aproximadamente 80 impulsos elétricos por minuto, constituindo-se no
marca-passo do próprio coração.
O nódulo sinusal, o nódulo atrioventricular e o feixe de Purkinje recebem
terminações nervosas simpáticas e parassimpáticas. Quando há estimulação simpática,
liberam-se as catecolaminas adrenalina e noradrenalina, que produzem aumento da
frequência dos impulsos elétricos do nódulo sinusal. A estimulação parassimpática ou
vagal se faz pela acetilcolina e tem o efeito oposto, reduzindo a frequência dos
impulsos. Na eventualidade de secção das fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas
cessa a influência nervosa sobre o coração, que, contudo, mantém a automaticidade e
ritmicidade pelo nódulo sinusal.
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<
http://2.bp.blogspot.com/_DghxTsJuAG0/S2MWU49pWrI/AAAAAAAAAB8/11D
Dcyt2ynw/s320/sistema_conducao_cardiaco.jpg>. Atividade Elétrica das Células
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membrana permaneça no estado de repouso, é necessário manter o potencial elétrico por
meio da diferença de concentração de íons entre o meio intracelular e o meio
extracelular. No corpo humano, tal gradiente de concentração ocorre por transporte
ativo, com gasto de energia na forma de ATP (adenosina trifosfato), proveniente do
metabolismo celular. Esse processo ativo denomina-se “bomba de sódio-potássio”.
A atividade elétrica do coração é o resultado do movimento de íons (partículas
ativadas, como sódio, potássio e cálcio) através da membrana celular. As alterações
elétricas registradas no interior de uma única célula resultam no que se conhece como
potencial de ação cardíaco. No músculo cardíaco existem três tipos de canais iônicos
importantes na produção da variação de voltagem da membrana; o potencial de ação
nessas fibras se dá como no esquema abaixo:
O potencial de repouso de membrana da fibra muscular cardíaca é de
aproximadamente -90 mV. Quando um impulso despolarizante chega a ela, ocorrem os
seguintes eventos:
0 - Abertura dos canais rápidos de Na+ (o Na+ entra rapidamente na célula,
elevando o potencial de membrana);
1 - Abertura dos canais de K+ (o K+ sai da célula, repolarizando-a);
2 - Os canais lentos de Ca+2, que começaram a se abrir lentamente em -60 a -
50 mV abrem-se por completo, permitindo a saída do íon cálcio e interrompendo a
queda do potencial causada pela saída de íons K+;
3 - Os canais lentos de Ca+2 se fecham e a saída de K+ leva o potencial de
volta ao valor normal de repouso;
4 - Os canais de K+ se fecham e a membrana permanece no seu potencial de
repouso.
Nos nós sinoatrial e atrioventricular encontramos outro tipo de curva de
potencial de ação:
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Fibras do nó Sinoatrial
FONTE: http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-
bio/trab2000/cardiovasc/sinusal1.jpg>.
Fibras do nó Atrioventricular
FONTE: http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-
bio/trab2000/cardiovasc/sinusal1.jpg>.
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Como podemos observar, a frequência de despolarização e deflagração de
potenciais de ação no nó sinoatrial é maior que nos demais tecidos especializados. Por
isso, o nó sinoatrial é o marca-passo normal do coração. Como o nó sinoatrial
despolariza mais rapidamente seu impulso é gerado e conduzido através do átrio até
alcançar o nó A-V, que ainda não se despolarizou o suficiente para deflagrar seu
potencial de ação independentemente; com o impulso despolarizante vindo do nó
sinoatrial o nó A-V atinge seu limiar e transmite o impulso elétrico aos ventrículos.
Temos então que o coração possui uma ritmicidade sinusal, porém, em situações
onde o nó sinoatrial está danificado, o nó A-V assume o controle da ritmicidade e
passamos a ter o chamado ritmo infrassinusal, mais lento (bradicardia nodal) devido ao
nó A-V ter uma frequência de impulsos menor. Em casos em que ocorre a falência
desses dois tecidos, o próximo a assumir o controle da ritmicidade seriam as fibras de
Purkinge, porém a frequência de impulsos dessas é muito baixa e não é suficiente para
manter os níveis normais de pressão arterial necessário. Nesse caso são implantados os
chamados marca-passos artificiais.
O nó A-V possui uma importante função no que diz respeito ao retardo da
transmissão do impulso elétrico do átrio ao ventrículo, sincronizando assim a contração
dos miocárdios atrial e ventricular de forma que os átrios se contraiam um pouco antes
da contração ventricular. A parte do sistema nervoso que regula a frequência cardíaca
automaticamente é o sistema nervoso autônomo, constituído pelos sistemas nervoso
simpático e parassimpático. O sistema nervoso simpático aumenta a frequência
cardíaca, enquanto o sistema nervoso parassimpático a diminui. O sistema simpático
supre o coração com uma rede de nervos, o plexo simpático. O sistema parassimpático
preenche o coração por um único nervo, o nervo vago. A frequência cardíaca também é
influenciada pelos hormônios circulantes do sistema simpático – a epinefrina
(adrenalina) e a norepinefrina (noradrenalina) –, os quais são responsáveis por sua
aceleração.
O hormônio tireoidiano também influencia a frequência cardíaca: quando em
excesso, essa se torna muito elevada; quando há deficiência do mesmo, o coração bate
muito lentamente. Geralmente a frequência cardíaca normal em repouso é de 60 a 100
batimentos por minuto. Entretanto, frequências muito baixas podem ser normais em
adultos jovens, particularmente entre aqueles que apresentam um bom condicionamento
físico. Variações da frequência cardíaca são normais.
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A frequência cardíaca responde não só ao exercício e à inatividade, mas também
a estímulos como, por exemplo, a dor e a raiva. Apenas quando a frequência cardíaca é
inadequadamente elevada (taquicardia) ou baixa (bradicardia) ou quando os impulsos
elétricos são transmitidos por vias anormais é que se considera que o coração apresenta
um ritmo anormal (arritmia). Os ritmos anormais podem ser regulares ou irregulares.
O CICLO CARDÍACO
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válvulas aórtica e pulmonar. A continuação do relaxamento ou diástole ventricular, logo
a seguir, permite a abertura das válvulas atrioventriculares e se inicia um novo período
de enchimento ventricular.
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diastólico final é de 60 ml, o volume sistólico final é de 25 ml e a frequência cardíaca é
de 100 batimentos por minuto, o seu débito cardíaco será:
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exemplo, dor torácica, dispneia, edema dos pés e tornozelos e palpitações, os quais
sugerem a possibilidade de uma cardiopatia. Em seguida, deve-se perguntar se a pessoa
tem outros sintomas como febre, debilidade, fadiga, falta de apetite e mal- estar
generalizado, que também são indícios de cardiopatia. A seguir, o paciente é
questionado sobre infecções passadas, exposição prévia a agentes químicos, uso de
medicações, álcool e tabaco, ambientes doméstico e profissional e atividades de lazer.
Também questionamos a pessoa acerca de membros da família que tiveram cardiopatias
e moléstias afins e sobre o paciente manifestar alguma outra doença que afete o sistema
cardiovascular.
Durante o exame físico, anotamos o peso, o estado físico e o aspecto geral da
pessoa, verificando a presença de palidez, sudorese ou sonolência – as quais podem ser
indicadores sutis de uma cardiopatia. Também são observados o humor do indivíduo e
sua disposição, os quais costumam ser afetados pelas cardiopatias. A avaliação da cor
da pele é importante, porque a palidez anormal ou a cianose (coloração azulada) podem
indicar anemia ou deficiência do fluxo sanguíneo. Esses achados podem indicar que a
pele está recebendo oxigênio de forma inadequada devido a uma doença pulmonar, à
insuficiência cardíaca ou a problemas circulatórios.
Verificamos o pulso de artérias do pescoço, sob os braços, nos cotovelos e
pulsos, no abdômen, na região inguinal, nos joelhos e nos tornozelos e pés, para avaliar
melhor se o fluxo sanguíneo é adequado e igual em ambos os lados do corpo. A pressão
arterial e a temperatura corpórea também são verificadas. Qualquer anormalidade pode
sugerir uma cardiopatia. As veias no pescoço são então analisadas porque elas estão
conectadas diretamente ao átrio direito do coração e fornecem uma indicação sobre o
volume e a pressão do sangue que está entrando no lado direito do coração.
Nessa etapa do exame a pessoa coloca-se em decúbito dorsal com a parte
superior do corpo elevada em um ângulo de 45°. Às vezes, o indivíduo pode sentar- se,
permanecer em pé ou deitar em decúbito dorsal totalmente horizontal. A pele sobre os
tornozelos e a perna (e, em alguns casos, sobre a região dorsal inferior) é pressionada,
para verificar a presença de acúmulo de líquido (edema) nos tecidos subcutâneos. É
utilizado um oftalmoscópio (instrumento que permite examinar o interior do olho) para
a observação dos vasos sanguíneos e tecidos nervosos da retina (a membrana sensível à
luz existente na superfície interna da parte posterior do olho). São comuns as
anormalidades visíveis na retina em pessoas com hipertensão, diabetes, arteriosclerose e
infecções bacterianas das válvulas cardíacas.
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Observamos a região torácica para determinar se a frequência e os movimentos
respiratórios são normais e, em seguida, percute o tórax com os dedos para determinar
se os pulmões estão cheios de ar, o que seria normal, ou se eles contêm líquido,
condição anormal. A percussão também ajuda a determinar se a membrana que envolve
o coração (pericárdio) ou a dupla camada membranosa que reveste os pulmões (pleura)
contém líquido. Usando um estetoscópio, também auscultamos os sons respiratórios
para determinar se o fluxo de ar encontra-se normal ou obstruído e se os pulmões
contêm líquido em decorrência da insuficiência cardíaca.
Uma das mãos é colocada sobre o tórax para determinar o tamanho do coração,
o tipo e a força das contrações durante cada batimento cardíaco. Às vezes, um fluxo
sanguíneo turbulento e anormal no interior dos vasos ou entre as câmaras cardíacas
causa uma vibração que pode ser sentida com a ponta dos dedos ou a palma da mão.
Com um estetoscópio, escutamos o coração (procedimento denominado auscultação),
observando os diferentes sons produzidos pela abertura e pelo fechamento das válvulas.
http://www.endocardio.med.br/wp-
content/uploads/2011/07/examcardio03.jpg>.
http://www.endocardio.med.br/wp-
content/uploads/2011/07/examcardio03.jpg>.
EXAME FÍSICO/CARDIOLOGIA
Inspeção do Tórax
ABAULAMENTOS
Causas Extracardíacas Causas Cardíacas
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RETRAÇÕES
Cicatrizes de toracotomia
PULSAÇÕES ANORMAIS
Precordiais Epigástricas
ICTUS CORDIS
Palpação do Tórax
CHOQUE VALVAR;
3. ATRITO PERICÁRDICO;
4. RITMO DE GALOPE;
5. PULSAÇÕES ANORMAIS.
Percussão do Tórax
Ausculta Cardíaca
a) FOCOS DE AUSCULTA
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Foco Aórtico: 2º espaço intercostal direito, linha paraesternal; Foco Pulmonar:
2º espaço intercostal esquerdo, linha paraesternal; Foco Tricúspide: base apêndice
xifoide;
Foco Mitral ou Apical: 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular à esquerda
do esterno (sede do ictus).
b) RITMO: Regular;
c) FREQUÊNCIA
Recém-nascidos: 130 a 160 bpm;
Lactentes: 110 a 130 bpm;
Crianças: 80 a 120 bpm; Adultos: 60 a100 bpm.
BULHAS CARDÍACAS
Avaliação
• INTENSIDADE:
+ sopro suave
++ sopro moderado
+++ sopro forte
++++ sopro intenso
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• DURAÇÃO:
Proto - início do ciclo;
Meso - parte média do ciclo; Tele - segunda parte do ciclo; Holo - todo o ciclo.
• IRRADIAÇÃO Classificação
- Sistólico: Ocupam total ou parcialmente a sístole (ejeção e/ou
regurgitação);
- Diastólico: Ocupam total ou parcialmente a diástole (regurgitação e/ou
enchimento ventricular);
- Contínuos: Regurgitação e obstrução.
- Inocentes: Sopros suaves e sem frêmitos
Exames de Sangue
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Creatino Kinase (CK)
CK-MB
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podem sugerir lesão de musculoesquelético;
CK-MB acima de 25% do valor do CPK total pode indicar presença de
isoenzima, nesse caso o indicado é dosar o CK-MB por meio de metodologias
alternativas, como no caso do CK-MB por quimioluminescência. A interpretação deste
exame é a seguinte: o CK-MB encontra-se predominantemente no músculo cardíaco,
sendo responsável por aproximadamente 10 a 40% das miocardites. Os danos no
miocárdio originam a liberação transitória de CKMB para a circulação. Esse aumento
de CKMB atinge o auge entre 12 e 24 horas, depois regressa ao normal dentro de 48 a
72 horas.
CK-MB massa
Troponina T
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do miocárdio. Esta enzima é liberada no sangue a partir de 2 a 8 horas após a lesão do
miocárdio. Os valores se elevam por um período de 2 horas a 14 dias após o infarto. O
resultado positivo significa que a concentração de Troponina T contida na amostra
supera o valor de sensibilidade do teste, que é 0,1 ng/ml. Entretanto, o resultado
negativo não permite excluir com segurança um infarto do miocárdio nas primeiras 8
horas após a aparição dos primeiros sintomas. Se a suspeita persistir, o exame deve ser
repetido em intervalos apropriados.
Pode-se utilizar uma ampla gama de exames e procedimentos para a realização
de diagnósticos rápidos e precisos. A tecnologia inclui as mensurações elétricas, os
estudos radiográficos, a ecocardiografia, a ressonância magnética (RM), a tomografia
por emissão de pósitrons (TEP) e o cateterismo cardíaco. A maioria dos procedimentos
diagnósticos cardíacos apresenta apenas um risco mínimo, mas esse aumenta de acordo
com a complexidade do procedimento e a gravidade da cardiopatia subjacente.
Nos casos do cateterismo e da angiografia cardíacos, a probabilidade de uma
complicação grave – como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio ou morte – é
de 1:1.000. Os testes de esforço apresentam risco de infarto do miocárdio ou de morte
de 1:5.000. Virtualmente, o único risco dos estudos com radionuclídeos é originário da
diminuta dose de radiação recebida pelo paciente, que é inferior à radiação recebida
pelos indivíduos na maioria das radiografias.
Colesterol Total
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LDL Colesterol < 130 mg/dl 130-159 mg/dl >160 mg/dl
Nos pacientes com infarto do miocárdio seus níveis de elevação sérica são leves
ou ausentes. Entretanto, na insuficiência cardíaca ou no choque com necrose hepática
presente pode-se ter níveis elevados. A aplicação principal da determinação desta
enzima sérica está no diagnóstico da destruição hepatocelular.
EXAMES DIAGNÓSTICOS
Teste de Esforço
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O ritmo é gradualmente aumentado. O ECG é monitorizado de forma contínua e
a pressão arterial é medida em intervalos regulares. Em geral, é solicitado ao indivíduo
que está sendo testado que ele continue o teste até a sua frequência cardíaca atingir
entre 80 e 90% do máximo para sua idade e seu sexo.
Se sintomas, como a dificuldade respiratória ou a dor torácica, tornarem-se
muito desconfortáveis ou se forem detectadas anormalidades significativas no registro
eletrocardiográfico ou da pressão arterial, a prova deve ser interrompida.
Os indivíduos que, por alguma razão, não podem realizar exercícios, são
submetidas ao eletrocardiograma de estresse, o qual fornece informações semelhantes às
do teste de esforço, mas não envolve a prática de exercícios. Em vez disso, uma
substância que aumenta o suprimento sanguíneo ao tecido cardíaco normal, mas diminui
o suprimento ao tecido anormal, como o dipiridamol ou a adenosina, é injetada no
indivíduo para simular os efeitos do esforço.
O teste de esforço sugere a presença de uma doença arterial coronariana quando
surgem determinadas anormalidades eletrocardiográficas, o indivíduo apresenta angina
ou a sua pressão arterial diminui. Nenhum teste é perfeito. Às vezes eles revelam
anormalidades em pessoas que não apresentam doença arterial coronariana (resultado
falso-positivo) e, às vezes, eles não revelam anormalidades em pessoas que realmente
apresentam angina (resultado falso-negativo).
Para os indivíduos assintomáticos (sem sintomas), especialmente os mais jovens,
a probabilidade de doença arterial coronariana é baixa, apesar de um resultado anormal
do teste. Apesar disso, é frequente o teste de esforço ser utilizado com finalidade de
controle de indivíduos aparentemente saudáveis como, por exemplo, antes do início de
um programa de exercícios ou na avaliação para a realização de um seguro de vida. Os
muitos falso-positivos resultantes causam uma preocupação considerável e despesas
médicas desnecessárias. Por isso, a maioria dos especialistas não incentiva a utilização
do teste de esforço em pessoas assintomáticas.
Eletrocardiografia
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frequência e o ritmo cardíaco. Para obter um ECG, o examinador instala pequenos
contatos metálicos (eletrodos) sobre a pele dos braços, das pernas e do tórax do
indivíduo.
Esses eletrodos mensuram o fluxo e a direção das correntes elétricas no coração
durante cada batimento cardíaco. Os eletrodos são conectados por meio de fios
metálicos a um aparelho que gera um traçado para cada eletrodo. Cada traçado
representa uma “imagem” particular dos padrões elétricos do coração; essas imagens
são denominadas derivações. Quase todas as pessoas com suspeita de serem portadoras
de uma cardiopatia devem ser submetidas à realização de um ECG.
Esse exame pode ajudar a identificar diversos problemas cardíacos, como ritmos
cardíacos anormais, suprimento inadequado de sangue e de oxigênio ao coração e um
espessamento (hipertrofia) exagerado do miocárdio, o qual pode ser decorrente da
hipertensão arterial. O ECG também pode revelar o adelgaçamento do miocárdio ou sua
ausência (em razão de sua substituição por tecido não muscular), condição essa que
pode ser decorrente de um infarto do miocárdio.
O eletrocardiograma (ECG) é uma representação da atividade elétrica do
coração, refletida pelas alterações do potencial elétrico na superfície da pele. O ECG é
registrado como um traçado sobre uma fita de papel milimetrado, onde os espaços entre
as linhas verticais representam a amplitude e distâncias entre si 1 milímetro. Cada 10
milímetros corresponde a 1 milivolt (mV). A distância entre as linhas horizontais
medem o tempo, e cada 1 milímetro corresponde a 0,04 segundos ou 400 milissegundos.
O ECG é particularmente útil na avaliação das condições que interferem com as
funções cardíacas normais, como distúrbios da frequência ou ritmo, anormalidades da
condução, crescimento das câmaras cardíacas, presença de um infarto do miocárdio e
desequilíbrios eletrolíticos. A informação registrada no ECG representa impulsos
elétricos do coração. Os impulsos elétricos representam várias etapas da estimulação
cardíaca. Quando se estimula o músculo cardíaco eletricamente, ele se contrai.
No estado de repouso as células do coração estão POLARIZADAS, o interior
das células se acha NEGATIVAMENTE carregado. Quando se estimula as células a
contraírem-se, se tornam POSITIVAMENTE carregadas, denominando-se
DESPOLARIZAÇÃO. Assim uma onda progressiva de estimulação (despolarização)
atravessa o coração, produzindo contração do miocárdio. O estímulo elétrico de
despolarização causa contração progressiva das células miocárdicas, quando então a
onda de cargas positivas progride para o interior das células. A onda de despolarização
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(o interior das células se torna positivo) e a repolarização (as células voltam a ser
negativas). O impulso elétrico ao se difundir nos átrios forma a primeira onda positiva-
onda P.
Depois da onda P, registra-se um segmento sem ondas, porque a atividade
elétrica é de pequena magnitude - segmento PR, que representa a despolarização do
tecido específico (região do nódulo AV e feixe de His). Em seguida, vemos uma onda
negativa - onda Q; uma onda positiva alta - onda R e outra negativa - onda S. Forma-se
o complexo QRS que representa a estimulação elétrica dos ventrículos e não a contração
mecânica das câmaras ventriculares.
Em seguida há repouso elétrico do coração quando se inscreve outro segmento
sem ondas - segmento ST. Finalmente, inicia-se o fenômeno espontâneo e mais lento da
repolarização ventricular, representado por uma deflexão positiva, onda T. Muitas
vezes, observa-se outra onda positiva (onda U), que aparece principalmente quando a
frequência cardíaca é baixa. Para se registrar o traçado eletrocardiográfico algumas
precauções devem ser observadas.
➢ O paciente deve estar preferencialmente deitado e em absoluto repouso
- relaxado;
➢ Os eletrodos dos membros deverão ser conectados aos punhos e ao
terço inferior das pernas. Todavia, porém podem ser colocados desde a raiz da coxa até
o dorso do pé, ou desde o ombro até o dorso da mão, pois que na prática se pode
considerar que um eletrodo explorador colocado além de 12 cm do coração capta
sempre o mesmo potencial;
➢ Entre a pele e o eletrodo explorador deve ser colocado um bom
condutor de eletricidade: certas pastas (gel condutor), álcool ou mesmo água;
➢ As crianças, pela sua natural inquietação, podem ou devem ser sedadas.
O ECG consiste em 12 derivações. A informação sobre a atividade elétrica do
coração é obtida colocando-se eletrodos sobre a superfície da pele, em posições
anatômicas convencionadas. As diversas posições dos eletrodos que podem ser
monitorizadas são denominadas derivações. Para um ECG completo com 12 derivações,
o coração é analisado em cada uma das 12 posições anatômicas diferentes. O sistema é
composto de 4 eletrodos periféricos, um em cada braço e cada perna e 6 precordiais,
constituindo as derivações standarts (D1, D2, D3) e 3 variáveis (aVR , aVL e aVF).
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COR POSIÇÃO
VERMELHO Braço direito
AMARELO Braço esquerdo
PRETO Perna direita
VERDE Perna esquerda
AZUL Precordiais
Derivação POSIÇÕES
V1 4º espaço intercostal na borda direita do esterno
V2 4º espaço intercostal na borda esquerda do esterno
V3 Espaço intermediário entre V2 e V4
V4 5º espaço intercostal esquerdo na linha médio clavicular
V5 5º espaço intercostal esquerdo na linha axilar anterior
V6 5º espaço intercostal esquerdo na linha axilar média
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determinação de sua causa.
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http://3.bp.blogspot.com/_DQE2Tfrqq3I/SoSTA4_ZgiI/AAAAAAAAAIU/1l
wAx4ulnWU/s320/holter.jpg>.
A pessoa utiliza um pequeno monitor, que é sustentado por um dos ombros por
uma correia. Com os eletrodos fixados no tórax, o monitor registra continuamente a
atividade elétrica do coração.
Testagem Eletrofisiológica
Exames Radiológicos
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Qualquer pessoa com suspeita de cardiopatia deve ser submetida a radiografias
nas incidências, frontal e de perfil. As radiografias revelam a forma e o tamanho do
coração e delineiam os vasos sanguíneos nos pulmões e no tórax. A anormalidade da
forma ou do tamanho do coração e alterações, como depósitos de cálcio no interior do
coração, são imediatamente observadas.
As radiografias torácicas também podem revelar o estado dos pulmões,
particularmente dos vasos sanguíneos pulmonares, e a presença de qualquer líquido no
interior ou em torno dos pulmões. Frequentemente, a insuficiência cardíaca ou uma
alteração de uma válvula cardíaca acarreta um aumento do volume do coração. No
entanto, o tamanho do coração pode ser normal mesmo em pessoas com cardiopatia
grave. Nos casos de pericardite constritiva, a qual cria um envelope de tecido cicatricial
envolvendo o coração, esse não aumenta de volume, mesmo na vigência de uma
insuficiência cardíaca.
O aspecto dos vasos sanguíneos nos pulmões é muitas vezes mais importante na
confirmação diagnóstica do que o aspecto do coração em si. Por exemplo, a dilatação
das artérias pulmonares localizadas próximas ao coração e a sua estenose no interior do
tecido pulmonar sugerem o aumento do ventrículo direito.
Tomografia Computadorizada
Fluoroscopia (Radioscopia)
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mostra em um monitor o coração batendo e os pulmões insuflando e desinsuflando.
Contudo, a fluoroscopia, a qual envolve uma dose relativamente alta de radiação, vem
sendo amplamente substituída pela ecocardiografia e por outros exames. A fluoroscopia
também é utilizada como um componente do cateterismo cardíaco e da testagem
eletrofisiológica. Ela pode ser útil em alguns diagnósticos difíceis que envolvem
doenças valvulares e defeitos congênitos do coração.
Ecocardiografia
42
velocidade do fluxo sanguíneo nas câmaras cardíacas e nos vasos sanguíneos. As
imagens permitem ao médico observar se as válvulas cardíacas abrem e fecham
adequadamente, se há escape de sangue durante fechamento e, em caso afirmativo, a
quantidade de sangue que escapa, e ainda se o sangue flui normalmente. Podem ser
detectadas conexões anormais entre os vasos sanguíneos ou entre as câmaras cardíacas e
a estrutura e o funcionamento de vasos e câmaras cardíacas podem ser determinados.
Ressonância Magnética
43
imagem isolada ou gerar uma série de imagens de cortes transversais, as quais são
refinadas pelo computador – técnica conhecida como tomografia computadorizada por
emissão de fótons isolados.
O computador também pode gerar uma imagem tridimensional. Os estudos com
radionuclídeos são particularmente úteis no diagnóstico de indivíduos com dor torácica
de causa desconhecida. Nos indivíduos que apresentam estreitamento (estenose) de uma
artéria coronária, a técnica é utilizada para a determinação da magnitude do efeito da
estenose sobre o aporte sanguíneo e o funcionamento do coração.
Os estudos com radionuclídeos também são utilizadas na comprovação da
melhoria do fluxo sanguíneo ao miocárdio após uma cirurgia de bypass
(revascularização miocárdica) ou um procedimento similar. Além disso, eles também
são úteis na determinação do prognóstico de um indivíduo após um infarto do
miocárdio. Geralmente, o fluxo sanguíneo miocárdico é examinado com o uso de uma
injeção intravenosa de tálio-201 e por meio da obtenção de imagens enquanto a pessoa
realiza um teste de esforço.
A quantidade de tálio-201 absorvida pelas células do músculo cardíaco depende
do fluxo sanguíneo. No pico do exercício, uma determinada área do miocárdio com
irrigação sanguínea deficiente (isquemia) apresenta menor radioatividade (gera uma
imagem menos nítida) que o músculo vizinho com uma circulação normal. Nos
indivíduos incapazes de realizar o exercício, pode ser aplicada uma injeção intravenosa
de dipiridamol ou de adenosina para simular os efeitos do exercício sobre o fluxo
sanguíneo. Essas drogas desviam a irrigação sanguínea dos vasos anormais para os
vasos normais. Após o indivíduo repousar algumas horas, é realizada uma segunda
exploração. O médico pode então observar quais são as áreas do coração que
apresentam uma ausência de fluxo reversível, a qual é comumente decorrente de uma
estenose coronariana, e quais áreas apresentam cicatrizes irreversíveis do miocárdio –
geralmente decorrentes de um infarto do miocárdio prévio.
Se houver suspeita de um infarto agudo do miocárdio, são utilizados marcadores
que contêm tecnécio 99 m como alternativa ao tálio-201. Ao contrário do tálio, o qual se
acumula principalmente no tecido normal, o tecnécio se aglomera, sobretudo, no tecido
anormal. No entanto, como o tecnécio também se acumula nos ossos, as costelas
dificultam um pouco a avaliação da imagem cardíaca. Daí a cintilografia com tecnécio é
utilizada no diagnóstico. A área lesada do coração absorve o tecnécio e o exame pode
detectar um infarto do miocárdio durante aproximadamente uma semana, a partir de 12
44
a 24 horas após sua ocorrência.
Cateterismo Cardíaco
45
Este procedimento é chamado cateterismo da artéria pulmonar. O cateter é
utilizado para mensurar a pressão arterial dos vasos de maior calibre e nas câmaras
cardíacas. O débito cardíaco aos pulmões também pode ser mensurado. Amostras de
sangue podem ser coletadas pelo cateter para análise do conteúdo de oxigênio e de
dióxido de carbono. Como a inserção de um cateter na artéria pulmonar pode
desencadear ritmos cardíacos anormais, o coração é controlado por meio do
eletrocardiograma.
Podem-se corrigir ritmos anormais mobilizando o cateter para outra posição. Se
isso não resolver, o cateter é removido. O médico também pode utilizar o cateter para
obter amostras de sangue para estudos metabólicos. Usando o cateter, o médico também
pode instilar contrastes, os quais são observados na fluoroscopia (
Anormalidades anatômicas e do fluxo sanguíneo podem ser observadas e
filmadas enquanto as radiografias são realizadas. Por intermédio da utilização de
instrumentos introduzidos por meio do cateter, o médico pode obter amostras de tecido
da superfície interna das câmaras cardíacas para exame microscópico (biópsia). Em
cada local também podem ser mensuradas isoladamente as pressões arteriais nas
câmaras cardíacas e nos vasos sanguíneos importantes e os conteúdos de oxigênio e de
dióxido de carbono no sangue podem ser determinados em diferentes partes do coração.
Pode-se também avaliar a capacidade de bombeamento do coração pela análise
dos movimentos da parede do ventrículo esquerdo e calculando a eficácia com que o
sangue é bombeado para fora do coração (fração de ejeção). Essa análise fornece uma
medida do grau de intensidade da lesão cardíaca em decorrência de uma doença arterial
coronariana isquêmica ou de outra patologia.
Angiografia Coronariana
46
cardíacas e das artérias coronárias.
A doença arterial coronariana manifesta-se sob a forma de irregularidades ou
estenoses das paredes internas dessas artérias. Se um indivíduo apresenta doença arterial
coronariana, um cateter poderá ser utilizado no tratamento para eliminar a obstrução.
Esse procedimento é denominado angioplastia coronariana transluminal percutânea.
Efeitos colaterais menores da angiografia coronariana ocorrem imediatamente após a
injeção. Em geral, o paciente apresenta uma sensação temporária de calor,
especialmente na cabeça e no rosto, enquanto o contraste se espalha pela corrente
sanguínea.
A frequência cardíaca aumenta, e a pressão arterial cai discretamente. A
ocorrência de reações leves, como a náusea, o vômito e a tosse, são raros. Reações
graves, as quais são ainda mais raras, incluem o choque, convulsões, problemas renais e
cessação dos batimentos cardíacos (parada cardíaca). As reações alérgicas variam desde
erupções cutâneas até uma condição rara, a anafilaxia, a qual é potencialmente letal.
Caso o cateter toque a parede do coração, podem ocorrer ritmos cardíacos anormais. A
equipe que está realizando o procedimento deve estar equipada e treinada para tratar
imediatamente qualquer um dos efeitos colaterais.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
A OMS define como hipertenso: “todo indivíduo adulto, maior de 18 anos, com
valores de pressão arterial sistólica (PAS) igual ou maior a 140 mmHg ou com pressão
arterial diastólica (PAD) igual ou maior que 90 mmHg. Os valores intermediários aos
acima mencionados serão considerados limítrofes” (Min.Saúde, 2002).
Medida da PA em pelo menos 2 ou + visitas, no mínimo 2 medidas de cada vez,
na posição sentada e/ou deitada e na primeira avaliação nos dois braços.
47
CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL (+18 ANOS)
48
Classificação quanto à Etiologia:
➢ PRIMÁRIA OU ESSENCIAL: origem desconhecida,
evolução lenta, pressão arterial instável até a estabilização em um nível
fixo. 90% dos casos de hipertensão.
➢ SECUNDÁRIA: quando estiver relacionada a um
processo patológico (renal, endócrino, vascular, gravidez, iatrogenias).
5% a 10% dos casos de hipertensão.
O Hipertenso apresenta:
49
constritas. Considerar aterosclerose e arteriosclerose e influência hormonal.
Aumento da Pressão Arterial: se houver aumento do débito cardíaco ou do fluxo
sanguíneo total e a resistência vascular periférica não se alterar.
50
pressão em longo prazo.
• A RENINA catalisa a conversão do angiotensinogênio (uma proteína
plasmática) em ANGIOTENSINA I. Esta é convertida em ANGIOTENSINA II.
• ANGIOTENSINA II: potente vasoconstritor das arteríolas aumenta
resistência vascular periférica e eleva a pressão arterial. Estimula o sistema
simpaticoadrenal a liberar noradrenalina e adrenalina (elevam a PA). Atua no córtex
cerebral liberando aldosterona no sangue.
• ALDOSTERONA: faz com que os túbulos renais reabsorvam e
retenham sódio e líquido aumentando a volemia e a pressão arterial.
Algumas drogas anti-hipertensivas alteram o mecanismo renina- angiotensina-
aldosterona.
Fatores de Risco
✓ CONSTITUCIONAIS: Idade, Sexo, raça, história
familiar, obesidade.
✓ AMBIENTAIS: Ingestão de sal e de gorduras saturadas,
tabagismo, alcoolismo, fármacos (contraceptivos orais, anti-
inflamatórios, descongestionantes nasais e outros), estresse,
sedentarismo.
Tratamento
1 - MEDICAMENTOSO: drogas anti-hipertensivas:
✓ Diuréticos: Tiazídicos - Hidroclorotiazida; diurético de
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alça - Furosemida; poupadores de potássio - Espironolactona.
✓ Inibidores adrenérgicos: Ação central: Alfa-metildopa
(gestantes), Clonidina; Betabloqueador: Propanolol; Alfabloqueador:
Prazosina
✓ Antagonista dos canais de cálcio: Nifedipina
✓ Inibidor da ECA: Captopril, Enalapril.
✓ Antagonista do receptor da angiotensina II: Valsartan,
Losartan.
✓ Vasodilatadores diretos: efeito vasodilatador direto no
músculo liso vascular: Minoxidil
Adesão ao Tratamento
Fatores que interferem:
Idade, sexo, escolaridade, cultura, socioeconômico, religião, crenças e hábitos de
vida, ocupação, ausência de sintomas, efeitos indesejáveis da medicação, custo da
medicação, contexto familiar, desconhecimento, percepção de gravidade da doença pelo
paciente e família, autoestima, adesão da equipe de saúde, relacionamento da equipe
com o paciente, organização do serviço de saúde.
Sugestão de algumas Ações
✓ Identificação de grupos de risco.
✓ Educação; autocuidado; medir pressão arterial em casa.
52
✓ Drogas com menos efeitos, baixo custo (favorecida),
comodidade posológica.
✓ Prescrições e informações por escrito e de fácil
compreensão. Orientar efeitos da medicação.
✓ Convocação de faltosos e abandonos.
✓ Visita domiciliar.
✓ Reuniões de grupo.
✓ Estabelecer objetivos junto com o paciente.
✓ Estabelecer contrato de direitos e deveres do paciente e
equipe.
✓ Flexibilidade na adoção de estratégias.
✓ Fixar equipe de atendimento.
✓ Obedecer aos horários de consultas.
✓ Estabelecer vínculos com o paciente.
✓ Considerar hábitos, crenças e cultura. Atendimento no
local de trabalho.
✓ Estabelecer formas de contato telefônico.
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• Pulsos carotídeos (inclusive ausculta) e dos 04 membros, verificar
PA em ambos os membros superiores, deitado e sentado se possível; peso, altura e IMC;
Fascies (lembrar renal, tireoide, uso de corticoide); sopro em carótidas, turgor das
jugulares e aumento da tireoide ; precórdio (ictus - pode sugerir aumento do ventrículo
esquerdo; arritmias - 3ª e 4ª bulhas, sopro em foco mitral e aórtico; abdome (palpação e
ausculta); estado de consciência; acuidade visual; edemas; avaliar exames de urina,
creatinina, potássio, glicemia, colesterol e ECG.
• Realizar controle de Sinais Vitais (a frequência de acordo com
avaliação individualizada).
• Atentar para sinais de urgência e emergência hipertensiva -
administrar medicamentos prescritos.
• Realizar controle de diurese.
• Realizar balanço hídrico.
• Estimular aceitação da dieta hipossódica e hiperpotássica.
• Observar necessidade de restrição hídrica.
• Proporcionar condições para sono e repouso.
• Administrar diuréticos pela manhã.
• Observar efeitos colaterais e reações adversas das medicações.
• Fazer controle de peso diariamente
• Realizar educação em saúde (tabagismo, alcoolismo, automedicação,
exercícios físicos, recreação, dieta, manutenção de controle e tratamento).
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EdQVDvKss/s200/dextro.jpg
O DM é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou
incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza- se por
54
hiperglicemia crônica com distúrbio do metabolismo dos carboidratos, lipídeos e
proteínas.
As consequências do DM, em longo prazo, incluem disfunção e falência de
vários órgãos, especialmente dos rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002)
O DM se dá quando há:
✓ Sintomas clássicos e valores de glicemia de jejum = ou >
126 mg/dl.
✓ Sintomas clássicos e valores de glicemia realizada em
qualquer momento do dia = ou > 200 mg/.
✓ Sem sintomas, mas com glicemia = ou > 126 mg/dl em
mais de uma ocasião.
✓ (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002) Valor normal da
glicemia: 70 a 110 mg/dl
SINAIS E SINTOMAS:
✓ Poliúria, nictúria;
✓ Polidipsia (boca seca);
✓ Emagrecimento rápido;
✓ Fraqueza, astenia, letargia;
✓ Prurido vulvar;
✓ Acuidade visual;
✓ Hiperglicemia/glicosúria;
✓ Proteinúria, neuropatia periférica, retinopatia, úlceras pés,
infecções, impotência sexual.
CONDIÇÕES DE RISCO:
✓ Idade >ou = 40 anos;
✓ História familiar;
✓ Obesidade (androide);
✓ Doenças vasculares, HA, dislipidemia;
✓ Mães RN c/ + 4 Kg;
✓ História hiperglicemia/glicosúria;
55
✓ Uso medicamentos diabetogênicos;
✓ Antecedentes de aborto, parto prematuro.
✓ Iniciar teste pela manhã;
INGERIR:
Adultos: 75 g de glicose em 250-300 ml H2O em 05 minutos. Crianças até 12
anos: 1,75g/Kg glicose (até máximo de 75 g). COLETA: antes da ingestão glicose e 2 h
após.
DM: glicemia jejum > 126mg/dl; valor de 2h > ou = 200mg/dl Diminuição da
tolerância à glicose: valor de 2h entre 140 a 199mg/dl
CLASSIFICAÇÃO DO DM
✓ TIPO I OU INSULINODEPENDENTE: 5% a 10% dos
casos, maioria inicia na infância e juventude. Fatores genéticos e
ambientais.
✓ TIPO II OU NÃO INSULINODEPENDENTE: 90% dos
casos, característico da idade adulta, incidência maior com o
envelhecimento. Fatores hereditários; obesidade é frequente (60% a
90%). Pode precisar de insulina para controle glicêmico.
✓ DIABETES GESTACIONAL: 7,6% das gestantes. Risco
de morbidade perinatal. Retorna a normalidade na maioria das vezes
após o parto.
56
tempo. Precisam insulina p/ preservar a vida.
✓ Propenso a cetose na ausência de insulina.
✓ Complicação aguda: cetoacidose diabética.
REFEIÇÃO
57
penetração da glicose sanguínea nos músculos, fígado e células gordurosas.
✓ Armazenamento de glicose no fígado e músculos sob a forma de
glicogênio.
✓ Aceleração do transporte de aminoácidos (derivados das
proteínas).
✓ Aumento da reserva de gordura dietética no tecido adiposo
(lipogênese), entrada de ácidos graxos no adipócito para formar triglicerídeos.
JEJUM
Diminui a liberação de insulina e secreção de glucagon (hormônio pancreático -
células alfa).
Insulina + glucagon mantém nível de glicose no sangue, estimulando
liberação de glicose pelo fígado.
Inicialmente GLICOGENÓLISE: fígado produz glicose pela degradação de
glicogênio.
Após 8 - 12h de jejum: GLICONEOGÊNESE: fígado produz glicose pela
degradação de substâncias não carboidratos, incluindo os aminoácidos.
FISIOPATOLOGIA
Diminui a secreção de insulina pelo pâncreas (DM Tipo II)
Quando a glicemia for maior que 180 mg/dl, os túbulos renais não conseguem
reabsorver toda a glicose filtrada, determinando a presença de glicose na urina:
GLICOSÚRIA
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Esta situação pode evoluir para grave desidratação hipertônica.
FISIOPATOLOGIA
CETOACIDOSE DIABÉTICA
DIAGNÓSTICO
(Considerar história familiar; patologias crônico-vasculares)
✓ Baseia-se na presença de sinais clínicos de diabetes
(poliúria/nictúria/polifagia/polidipsia/emagrecimento rápido) juntamente
com elevações significativas da glicemia de jejum: 126mg/dl no sangue
total ou 140mg/dl no plasma/soro.
✓ Níveis glicêmicos aumentam em mais de uma
determinação, com ausência parcial ou total dos sintomas.
✓ Glicemia aleatória > 120 mg/dl em mais de uma ocasião.
✓ Glicemia de jejum normal ou quase normal e TOTG de 2h
≥ 200mg/dl
59
CRÔNICAS) COMPLICAÇÕES AGUDAS DO DM(Situações de Emergência)
✓ Hipoglicemia;
✓ Cetacidose diabética ou cetose (dm tipo i);
✓ Coma hiperosmolar não cetótico ou estado hiperosmolar
(dm tipo ii);
✓ Acidose lática.
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO DM
MACROANGIOPATIAS
MICROANGIOPATIAS
• Retinopatia diabética
• Nefropatia diabética
• Uso de insulina;
• Idosos e baixa idade;
• Insuficiência Renal;
• Omissão alimentar / exercício físico não usual;
• Falta de conhecimento sobre educação em saúde;
• Insulinoterapia recentemente iniciada;
• Troca de insulina;
• Glicemia baixa à noite;
• Neuropatia autonômica.
60
SINAIS E SINTOMAS:
• Descarga adrenérgica: tremores, sudorese intensa, palidez,
palpitações, fome intensa.
• Neuroglicopenia: visão borrada, diplopia, tonturas,
cefaleia, distúrbios de comportamento, convulsão, inconsciência, coma.
• Confirmação: GLICEMIA < 60mg/dl
CONDUTAS:
PREVENÇÃO DA HIPOGLICEMIA
CONDUTAS:
CONDIÇÕES DE RISCO:
SINAIS E SINTOMAS:
62
• Desidratação intensa;
• Hipertermia;
• Sonolência;
• Obnubilação mental;
• Ausência de hálito cetônico;
• Coma.
• Glicosúria intensa
• Hiperglicemia (geral/ > 700 mg/dl)
• Azotemia (Aumento de Compostos hidrogenados).
CONDUTA:
COMPLICAÇÃO AGUDA DO DM
A ACIDOSE LÁTICA:
Ocorre em diabéticos tipo I e II. Considerada muito grave, quadro clínico
semelhante aos anteriores, porém sem cetose. Tem início rápido (1 a 2 dias) e o
tratamento consiste em hidratação e bicarbonato de sódio EV. É mais preocupante em
pacientes idosos com funções cardíacas e renais precárias em função da sobrecarga
circulatória.
63
de idade. 50% a 60% das mortes em diabéticos
• Doença coronária de pequenos vasos: Insuficiência
cardíaca e arritmias
• Doença cerebrovascular:
Em 4,8% nos pacientes entre 45 e 64 anos e em 12,7% entre 65 e 74 anos de
idade
2 - MICROANGIOPATIAS
• Retinopatia:
Ocorre mais ou menos após 05 anos de DM, ou por ocasião do diagnóstico DM
II; Cerca 50% em 10 anos e 60% a 90% com mais de 15 anos de DM;
Só há sintomas em estágios avançados: edema macular ou hemorragia devido à
neovascularização. O controle glicêmico previne.
• Nefropatia:
DM Tipo I- 30% a 40% dos pacientes em 10 a 30anos; DM Tipo II - 40% dos
pacientes após 20 anos;
Agravantes: HAS descontrole glicêmico. Infecção urinária crônica,
agentes nefrotóxicos.
64
MICROANGIOPATIAS - Exame físico dirigido de enfermagem
Retinopatia:
Nefropatia:
NEUROPATIA DIABÉTICA:
Grupo de doenças que afetam todos os tipos de nervos; os distúrbios dependem
da localização.
Mononeuropatia:
Acomete troncos nervosos, sendo mais comuns nos nervos cranianos: paralisia
facial, oftalmoplegia e alterações vestibulares.
Neuropatia periférica:
Perda da sensibilidade vibratória, tátil, dolorosa: parestesias (formigamentos,
fisgadas, sensibilidade aumentada, sensação de queimadura).
Neuropatia autonômica:
65
• sistemacardiovascular: hipotensão postural, taquicardia, IAM indolor
ou silencioso;
• sistema digestivo: gastroparesias, enteropatias.
• sudomotoras/vasomotoras: diminuição ou falta
de suor (anidrose) nas extremidades e aumento de suor na parte superior do
corpo;
• sistema simpático: desconhecido/hipoglicêmico.
PÉ DIABÉTICO
66
• Lesões, calosidades, micoses, bolhas, fissuras;
• Coloração da pele (acrocianose), ressecamento;
• Alteração de temperatura (análise tátil comparativa);
• Pulsos tibiais e pediosos;
• Dificuldade de cicatrização.
FÁRMACO:
Clorpropamida;
• Gliburida ou Glibenclamida;
• Glipizida;
67
• Glicazida;
• Glimepirida.
NOME COMERCIAL:
• Diabinese;
• Daonil, Euglucon, Lisaglucon;
• Minidiab;
• Diamicron;
• Amaryl.
BIGUANIDAS
FÁRMACO: METFORMINA
Efeito Colateral: acidose lática - evitar uso em muitos obesos ou com patologias
graves associadas;
Podem surgir anorexia, náuseas, vômitos e diarreia.
NOME COMERCIAL:
• Glucoformin;
• Glifage;
• Dimefor.
INSULINOTERAPIA
68
estimula conversão destes em compostos de armazenamento: glicogênio, triglicerídeos e
proteínas.
Classificadas de acordo com:
COMPLICAÇÕES:
69
(leve/acentuada depressão da gordura subcutânea) e lipoipertrofia (massa
fibrogordurosa).
INDIVIDUALIZADA E SISTEMATIZADA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
QUANTO À TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
70
• Orientar uso de hipoglicemiantes orais: tipo, ação,
dosagem, frequência.
QUANTO À HIPOGLICEMIA:
QUANTO À HIPERGLICEMIA:
71
bicarbonato);
• Monitorizar e avaliar nível de consciência;
• Controlar diurese (se inconsciente cateterismo vesical);
• Observar sinais de hipoglicemia durante tratamento;
72
episódio(s) de enfarte.
A PLACA ATEROSCLERÓTICA
Lesões Iniciais
Tipo I: Lesão microscópica, invisível a olho nu, que se caracteriza por um
aumento no número de macrófago e pelo surgimento das “foam cells”, que são
macrófagos cheios de gordura, em nível da íntima vascular. Estas lesões são detectáveis
antes mesmo do 1º ano de vida.
Tipo II: Conhecida como “estria gordurosa”, é a primeira fase visível a olho nu.
São compostas por macrófagos células musculares lisas e pequenos grãos de gordura
extracelular. Existem dois subtipos distintos “a” e “b’ da lesão tipo II. As lesões do tipo
IIa são as menos frequentes, mas com maior potencial mórbido. São derivadas de lesões
tipo I com um maior número de macrófagos, possuem maior celularidade e maior
quantidade de matriz extracelular. Possuem preferência por sítios hemodinâmicos
específicos e por fim tendem a progredir mais rápido e para formas mais complicadas de
lesão aterosclerótica. Assim, notamos que precocemente já existem caminhos distintos
que resultarão em lesões mais ou menos graves. Lesões tipo II são encontradas antes da
3º década de vida.
Esta célula que é característica das lesões iniciais é formada por macrófagos que
são ricos em lipídios. A lesão inicial depende do acúmulo de LDL no espaço
subendotelial. O transporte do LDL para essa região é um fenômeno passivo e
diretamente proporcional à sua concentração sanguínea. Teoricamente uma disfunção
endotelial, em um endotélio ainda morfologicamente normal, decorrente, por exemplo,
de stress hemodinâmico, aumentaria o aprisionamento da LDL. O LDL seria oxidado
73
por ação de produtos oxidativos de células da parede arterial (endotélio, células
musculares lisas e macrófagos). A oxidação da LDL é uma fase obrigatória para a
formação da “foam cell”. A LDL oxidada seria então reconhecida pelo macrófago por
meio de receptores scavenger e CD-36, englobando as moléculas de lipoproteínas,
tornando-se ricos em conteúdo lipídico, formando assim a célula espumosa.
Lesões intermediárias
Tipo III: Chamada de pré-ateroma, origina-se principalmente das lesões tipo IIa
e diferem destas por possuir maior quantidade de lipídeo extracelular ocupando parte da
matriz de proteoglicanos, formando pequenos núcleos lipídicos visíveis a olho nu. É
uma fase de transição para a formação da lesão tipo IV.
Lesões avançadas
Tipo IV: Ateroma. Possui um núcleo lipídico individualizado, formado pela
fusão das ilhotas de gordura das lesões tipo III. Este núcleo é também chamado de
centro necrótico por possuir além de macrófagos e gordura livre, grande quantidade de
debris celulares.
Tipo V: Caracteriza-se pela presença de tecido fibroso envolvendo o núcleo
lipídico. Subdivide-se em três subtipos “a”, “b” e “c".
Lesão Va - Fibroateroma - capa fibrótica envolvendo o núcleo lipídico;
Lesão Vb - placa calcificada - presença de cálcio no componente fibrótico ou
mesmo no núcleo lipídico;
Lesão Vc - placa fibrótica - tecido fibrótico com ausência de núcleo lipídico.
74
FATORES DE RISCO PARA ATEROSCLEROSE
http://anacristinabioifes.files.wordpress.com/2011/05/aterosclerose21.jpg >.
São fatores imutáveis aqueles que não podemos mudar e por isso não podemos
tratá-los. São eles:
Hereditários: os filhos de pessoas com doenças cardiovasculares têm uma
maior propensão para desenvolverem doenças desse grupo. Descendentes de raça negra
são mais propensos à hipertensão arterial e neles ela costuma ter um curso mais severo.
Fatores REVERSSÍVEIS
75
morrer subitamente do que um não fumante. Os fumantes passivos também têm o risco
de um ataque cardíaco aumentado.
Vida sedentária: a falta de atividade física é outro fator de risco para doença
das coronárias. Exercícios físicos regulares, moderados a vigorosos tem um importante
papel em evitar doenças cardiovasculares. Mesmo os exercícios moderados, desde que
feitos com regularidade são benéficos, contudo os mais intensos são mais indicados. A
atividade física também previne a obesidade, a hipertensão, o diabetes e abaixa o
colesterol.
76
SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS (SCA)
77
relacionada de modo direto à morbimortalidade dos pacientes portadores de SCA.
Estudos mostram que quanto mais precoce for o diagnóstico e instituído tratamento,
melhor será o prognóstico desses pacientes, por isso, é importante que o atendimento e
diagnóstico sejam rápidos e precisos. Com o objetivo de atacar diretamente estes fatores
(redução do tempo de início de tratamento das SCA, impedir a alta de pacientes
portadores de SCA dos serviços de emergência, evitar a internação indevida de
pacientes sem indicação e gerar otimização dos custos médico-hospitalares) foram
idealizadas as unidades de atendimento à dor torácica. Estas unidades seguem
protocolos próprios, com o intuito de agilizar e otimizar o diagnóstico diferencial da dor
torácica, aumentando a eficiência do serviço hospitalar no tratamento das síndromes
isquêmicas miocárdicas instáveis.
78
Irradiação típica Irradiações menos comuns
A dor torácica pode ser classificada em quatro categorias a partir das suas
79
características clínicas, independente dos exames complementares.
1) Dor definitivamente anginosa: Características de angina típica
evidentes, levando ao diagnóstico de síndrome coronariana aguda, mesmo sem o
resultado de qualquer exame complementar.
2) Dor provavelmente anginosa: A dor não possui todas as características
de uma angina típica, mas a doença coronariana é o principal diagnóstico.
3) Dor provavelmente não anginosa: Dor atípica, onde não é possível
excluir totalmente o diagnóstico de doença coronariana instável sem exames
complementares.
4) Dor definitivamente não anginosa: Dor com todas as características de
dor não coronariana, em que outro diagnóstico se sobrepõe claramente à hipótese de
doença coronariana.
Pesquisar obrigatoriamente:
Sexo/Idade; Tabagismo; Hipertensão Arterial; Dislipidemia; Obesidade;
Diabetes; Passado de Doença coronariana ou de doença cerebrovascular; História
familiar para doença coronariana ou cerebrovascular.
Eletrocardiograma
Deve ser executado logo após a chegada do paciente com queixa de dor torácica,
tão logo a queixa se evidencie. O tempo ideal para a realização do eletrocardiograma é
de no máximo 10 minutos desde a chegada do paciente ao serviço de emergência.
Apesar de fundamental para o exame cardiológico e para a decisão terapêutica inicial,
devemos lembrar que a sensibilidade do 1º ECG para o diagnóstico de IAM é inferior a
50%.
80
Estratificação dos pacientes quanto à probabilidade de Síndrome
Coronariana Aguda
81
c) Presença de apenas 1 (exceto DM) ou nenhum fator de risco;
d) ECG normal ou com ondas T planas ou com inversão menor que 1 mm.
A angina pectoris pode ser definida como um desconforto no peito e/ou áreas
adjacentes, associada à isquemia miocárdica sem necrose. Frequentemente é descrita
como “aperto”, “queimação”, “ardência”, “pressão”, “peso” e outras sensações. Muitas
vezes, passam-se meses até que o paciente procure ajuda para a dor que começa a
aparecer somente ao final de grandes esforços, mas que passa com poucos instantes de
repouso. O esforço necessário para desencadeá-la pode variar diariamente e, não
raramente, o desconforto pode sumir após alguns momentos de exercício.
Sua localização é geralmente no centro do peito e pode ter irradiação ou, até
mesmo, localizarem-se somente em membros superiores, costas, garganta, mandíbulas e
dentes. Em diversas ocasiões a dor pode se localizar em região epigástrica e cessar com
eructações sendo erroneamente interpretada e tratada como dispepsia. Também podem
ser acompanhadas de dispneia, sudorese, náuseas e tonturas. Em alguns casos esses
sintomas podem aparecer sem a existência da dor e são chamados de equivalentes
isquêmicos. A angina que só acontece desencadeada por esforços é classificada como
estável. Ela passa a ser chamada de instável quando o indivíduo começa a senti-la
mesmo em repouso. O fato de o paciente apresentar lesões ateroscleróticas comprovadas
em outras áreas como claudicação intermitente ou AVC prévio, reforça a possibilidade
de isquemia miocárdica.
Uma dor mais intensa e com duração acima de 20 minutos, acompanhada de
cansaço, sudorese profusa, palidez cutânea e náuseas frequentemente representa a
instalação do infarto agudo do miocárdio. A dor causada por hipertensão pulmonar
pode ser muito parecida com a angina típica, causada por isquemia do ventrículo direito
ou por dilatação das artérias pulmonares.
82
para frente.
Dissecção aguda da aorta – Deve ser sempre lembrada quando o paciente
hipertenso apresenta início súbito de dor lancinante, irradiada para as costas ou
abdômen. A presença de um aneurisma de aorta ascendente também pode causar dor
crônica de caráter mais errático.
83
venoso e coletar sangue para a avaliação laboratorial. Raio-X deve ser tirado sem
prejudicar o andamento do tratamento, em tempo inferior a 30 minutos da chegada.
Rotas de tratamento
ANGINA
84
desencadear um processo inflamatório. Já o tabaco libera radicais livres de oxigênio que
quando inalados produzem peroxidação lipídica e lesão endotelial. Os radicais livres e a
hiperglicemia agem diretamente sobre o endotélio ou por meio da modificação do
desidrogenase láctica (LDH) pode representar mecanismos patogênicos dos diferentes
fatores de risco da aterosclerose.
Classificação da angina
A avaliação do paciente com angina deve ser criteriosa e exige a atenção dos
profissionais envolvidos, devendo conter raciocínio duplo para o diagnóstico.
Primeiramente necessita o reconhecimento ou confirmação de Insuficiência Coronariana
(ICO) para obter um diagnóstico qualitativo, e concomitantemente, levantar uma
estimativa da gravidade da situação para a obtenção de um diagnóstico quantitativo, não
se esquecendo da história do paciente.
Para isso, o primeiro passo na avaliação dos pacientes com dor torácica é
caracterizar a dor em local, intensidade, irradiação, fatores desencadeantes e de alívio.
Após é necessário verificar a presença de fatores de risco. E por fim analisar o conjunto
85
idade, sexo, classificação da dor e a presença de fatores de risco. Com essa análise é
possível identificar a gravidade em que o paciente se encontra.
No exame físico devemos atentar principalmente aos sinais vitais (SSVV)
quanto à verificação da pressão arterial (hipotensão e hipertensão) e frequência cardíaca
(bradicardia e taquicardia), pulsos irregulares, temperatura elevada, ritmo respiratório
alterado (dispneia), verificar traqueia, linha mediana, estase jugular, ausculta pulmonar
(sons respiratórios), ausculta cardíaca (sons cardíacos distantes,
Diagnóstico diferencial
86
Para um diagnóstico preciso devem ser solicitados exames complementares:
eletrocardiograma (ECG); marcadores enzimáticos.
Tratamento
O tratamento médico da angina tem como objetivo aumentar as demandas de
oxigênio do miocárdio e oferecer o melhor suporte. Esses objetivos são alcançados por
meio de terapia farmacológica e do controle dos fatores de risco. As drogas que fazem
parte da terapia farmacológica agrupam-se entre os antiplaquetários e antitrombóticos,
nitratos, betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio e trombolíticos. Os
tratamentos invasivos incluem angioplastia (ATC) e cirurgia de revascularização do
miocárdio.
87
http://www.sistemacardiovascular.com/wp-
content/uploads/2010/10/h9991270_001.jpg>.
88
distintas podendo ser agressiva (aperto) ou contínua (rasgando); a duração também varia
de 20 minutos a vários dias (PIRES & STARLING, 2002).
Esta dor não é aliviada por repouso e dura mais que 30 minutos. Além desse
sintoma primordial, devemos atentar para dispneia, pele fria, pálida, pegajosa,
hipoxêmia, sudorese intensa, náuseas, vômitos, ansiedade, redução da pressão
sanguínea, elevação da temperatura. O cliente pode estar ansioso e necessitando de
cuidados urgentes (HUDDLESTON & FERGUSON, 2006).
Além desses sintomas os pacientes coronariopatas podem apresentar agitação,
taquicardia e hipertensão ou bradicardia. O precórdio em geral está silencioso e o
impulso apical difícil de palpar; presença de terceira e quarta bulhas cardíacas, sopros
sistólicos, veias jugulares distendidas e pulso carotídeo reduzido (ISSELBACHER et al,
1995).
Diagnóstico diferencial
89
elevação de ST ou também pode ser chamado de supradesnivelamento do segmento ST,
ou a presença de bloqueio de ramo novo ou supostamente novo deve ser identificado
um supradesnível de ST igual ou maior que 0,1 mV em duas ou mais derivações
anatomicamente contínuas. O supradesnivelamento de segmento ST deve ser
corretamente mensurado:
➢ Medir 0,04 segundos (1mm) após o ponto J;
➢ O ponto J fica na junção (variação do ângulo) entre o complexo QRS e o
segmento ST;
➢ A linha de base para essa medida tem sido tradicionalmente o segmento
PR, mas a linha de base desenhada do início da onda P até o final da onda T é
considerada mais precisa atualmente, principalmente para aqueles pacientes com
segmentos ST côncavos ou convexos e ondas T pontiagudas.
90
que é encontrada na contração de 2 a 30% no músculo cardíaco.
Nas últimas décadas a CK-MB tem sido o marcador padrão para o diagnóstico
do IAM. Seu intervalo de referência depende do método utilizado para sua medida e seu
valor superior de normalidade varia entre 10 Ul/l e 25 Ul/l. Para ser mais preciso o
diagnóstico da CK-MB, é utilizado o índice relativo da CK-MB dado pela equação: 100
x CK-MB/CK e se o resultado for inferior a 4% sugere presença de lesão muscular
periférica; se for entre 4% a 25% sugere IAM; e se for acima de 25%, deve ser
considerada a presença de macroenzimas.
A concentração da massa da CK-MB ou CK-MB massa eleva-se entre três e seis
horas após o início dos sintomas, com pico entre 16 e 24 horas, normalizando- se entre
48 e 72 horas após o episódio. Estudos mostram que a dosagem da CK-MB para o
diagnóstico do IAM entre 12 e 48 horas após o início dos sintomas, demonstrou
sensibilidade de 96,8% e especificidade de 89,6%. Por causa disso alguns serviços vêm
substituindo a medida da CK-MB pela dosagem CK-MB massa.
Existe outro marcador importante na resposta da fase inflamatória aguda: a
proteína C-reativa. É uma ferramenta útil na avaliação de algumas doenças agudas,
ganhando destaque na área cardíaca com hipótese inflamatória para as doenças
ateroscleróticas. A proteína C-reativa vem sendo sugerida na avaliação do risco
cardiovascular global. Em pacientes com SCA a dosagem desse marcador mostrou- se
útil na identificação dos indivíduos de maior risco de novos eventos. Os pacientes com
esse marcador na admissão em nível elevado têm um risco muito grande de
complicações na internação e após alta hospitalar.
A LDH pertence à classe de enzimas que catalisam as reações de oxirredução,
sendo distribuída em vários tecidos, e sua concentração mais elevada é encontrada no
fígado, nos rins, no musculoesquelético, no coração e nos eritrócitos. No IAM a LDH se
eleva entre 12 a 18 horas após o início dos sintomas, atingindo o pico entre 48 e 72
horas, normalizando-se em 10 dias. Porém, não é específica do coração em decorrência
da especificidade das troponinas que cobrem a mesma janela diagnóstica da LDH, não
existindo mais indicação para seu uso.
As troponinas estão presentes nos filamentos finos dos músculos estriados, que
formam um complexo com três poliptídeos: troponina I (TnI), troponina T (TnT) e
troponina C (TnC), que estão envolvidas com o mecanismo de regulação do cálcio
celular. As formas TnI e TnT, possuem três formas de isoenzimas: duas nos músculos
periféricos com contração lenta e contração rápida e uma no músculo cardíaco, sendo
91
que as formas cardíacas de troponinas I e T são cTnI e cTnT que são diferentes dos
músculos periféricos, tornando-as específicas do coração.
As troponinas atingem a circulação sanguínea em tempo semelhante ao CK-
MB, não permitindo o diagnóstico precoce de IAM. Elevam-se entre 3 a 8 horas após o
início dos sintomas, possui pico entre 36 e 72 horas e normalização entre 5 e 14 dias.
Sua sensibilidade diagnóstica é igual a da CK-MB em até 48 horas após o IAM. As
troponinas I e T, no seu papel de estratificação de risco em pacientes com SCA, estão
bem estabelecidas, independente da troponina utilizada, na presença ou não de SCA de
supradesnível de ST.
O cateterismo cardíaco (CAT) é um procedimento invasivo realizado para
diagnosticar ou corrigir problemas cardiovasculares, como por exemplo, a visualização
de um estreitamento das artérias coronárias, geralmente formado por uma placa de
gordura. O ECO também é utilizado e, quase sempre há anormalidades da cinética
mural. É um exame seguro que torna sua utilização atraente como método de triagem.
No setor de emergência, a realização imediata do ECO ajuda nas decisões terapêuticas.
A arteriografia coronária visualiza seletivamente as principais artérias coronárias
epicárdicas com auxílio de contraste radiográfico. É o meio mais preciso atualmente
disponível para se documentar a presença e a extensão da doença obstrutiva das artérias
coronárias.
Tratamento do IAM
92
fluxo na região do subendocárdio. Os betabloqueadores, com efeito predominante na
redução do consumo de oxigênio pelo miocárdio, diminuindo a frequência cardíaca e a
contratilidade do músculo cardíaco. Outros efeitos são a inibição da agregação
plaquetária, a diminuição do efeito das catecolaminas e a redistribuição do fluxo
sanguíneo através do subendocárdico.
Bloqueadores dos canais de cálcio reduzem a demanda miocárdica de oxigênio,
bem como aumentando o fluxo sanguíneo coronário, limitam a capacitação do cálcio
pela musculatura lisa vascular e musculatura cardíaca necessária para acoplar a
excitação-contração e, assim provocando dilatação arteriolar sistêmica, vasodilatação
sistêmica, mecanismos que reduzem a demanda de oxigênio. Os antiplaquetários inibem
a agregação plaquetária, têm se mostrado benéfico no tratamento. Os trombolíticos
promovem a estabilização clínica quanto aos sintomas, porém não descartam a
possibilidade de uma possível revascularização miocárdica.
A angioplastia também é um tipo de tratamento que consiste em uma técnica de
revascularização, resulta em uma maior taxa de reperfusão e perviabilidade coronariana,
possui um menor risco de reoclusão. O tratamento cirúrgico para o IAM, após a
estabilização do paciente e realização da angioplastia, será avaliado se existe
possibilidade, e se é realmente necessária à cirurgia. Além de todos os tratamentos
existentes, o paciente coronariopata terá na maioria das vezes que mudar os hábitos
prejudiciais que o levaram e possam levar novamente a uma recidiva. Por isso, o cliente
terá que seguir normas preventivas: abstenção do fumo, afastamento de situações de
estresse, controle da PA, dietas com efeitos favoráveis, uso das medicações prescritas e
exercícios físicos regulares.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
93
apresentar alguma doença que a desencadeie. Apesar de o quadro apresentar um
agravamento no decorrer do tempo, os indivíduos com insuficiência cardíaca podem
viver muitos anos. Nos Estados Unidos, cerca de 400 mil casos novos de insuficiência
cardíaca são diagnosticados anualmente e 70% das pessoas com insuficiência cardíaca
morrem devido à mesma em um período de dez anos.
Causas
94
enrijecimento do pericárdio (membrana delgada e transparente que reveste o coração).
Esse enrijecimento impede que o coração expanda completamente entre os
batimentos e encha de sangue de forma adequada. Embora com frequência muito
menor, doenças que afetam outras partes do corpo aumentam exageradamente a
demanda de oxigênio e nutrientes, de modo que o coração, apesar de ser normal, torna-
se incapaz de suprir esse aumento da demanda. O resultado é a insuficiência cardíaca.
As causas da insuficiência cardíaca variam nas diversas regiões do mundo,
segundo as diferentes doenças que ocorrem em cada país. Por exemplo, nos países
tropicais certos parasitas podem alojar-se no miocárdio, geralmente causando
insuficiência cardíaca em pessoas muito mais jovens do que nos países desenvolvidos,
por exemplo, a Doença de Chagas.
Mecanismos de Compensação
95
princípio, melhora o desempenho cardíaco. Uma das principais consequências da
retenção de líquido é que o maior volume sanguíneo promove a distensão do miocárdio.
Esse músculo distendido contrai com mais força, da mesma maneira que o
fazem os músculos distendidos do atleta antes do exercício. Esse é um dos principais
mecanismos utilizados pelo coração para melhorar seu desempenho em casos de
insuficiência cardíaca. Contudo, à medida que a insuficiência cardíaca evolui, o líquido
em excesso escapa da circulação e acumula-se em diversos locais do corpo, produzindo
inchaço (edema).
O local em que ocorre acúmulo de líquido depende da quantidade de líquido em
excesso retido no corpo e dos efeitos da força da gravidade. Na posição ortostática (em
pé), o líquido desce para as pernas e para os pés. Na posição deitada, o líquido
geralmente acumula-se nas costas ou no abdômen. É comum o ganho de peso causado
pela retenção de sódio e água no corpo. O outro mecanismo de compensação importante
do coração é o aumento da espessura do miocárdio (hipertrofia). O miocárdio
hipertrofiado pode contrair com mais força, mas acaba funcionando mal e agrava a
insuficiência cardíaca.
Sintomas
96
melhora o desempenho cardíaco. Uma das principais consequências da retenção de
líquido é que o maior volume sanguíneo promove a distensão do miocárdio. Esse
músculo distendido contrai com mais força, da mesma maneira que o fazem os
músculos distendidos do atleta antes do exercício. Esse é um dos principais mecanismos
utilizados pelo coração para melhorar seu desempenho em casos de realizar atividades
físicas, pois os seus músculos não recebem um aporte adequado de sangue.
O edema também provoca muitos sintomas. Além da influência exercida pela
força da gravidade, a localização e os efeitos do edema são influenciados pelo lado do
coração que apresenta maior comprometimento. Apesar da doença de um dos lados do
coração sempre causar insuficiência do coração como um todo, frequentemente existe
um predomínio dos sintomas da doença de um dos lados.
A insuficiência cardíaca direita tende a produzir acúmulo de sangue que flui para
o lado direito do coração. Esse acúmulo acarreta edema dos pés, tornozelos, pernas,
fígado e abdômen. A insuficiência cardíaca esquerda acarreta um acúmulo de líquido
nos pulmões (edema pulmonar), causando uma dificuldade respiratória intensa.
Inicialmente, a falta de ar ocorre durante a realização de um esforço, mas, com a
evolução da doença, ela também ocorre em repouso.
Algumas vezes, a dificuldade respiratória manifesta-se à noite, quando a pessoa
está deitada, em decorrência do deslocamento do líquido para o interior dos pulmões.
Frequentemente, o indivíduo acorda com dificuldade respiratória ou apresentando
sibilos (chiado de peito). Ao sentar-se, o líquido é drenado dos pulmões, o que torna a
respiração mais fácil. Os indivíduos com insuficiência cardíaca podem ser obrigados a
dormir na posição sentada para evitar que isso ocorra. Um acúmulo exagerado de
líquido (edema pulmonar agudo) é uma emergência potencialmente letal.
Esses sintomas geralmente são suficientes para diagnosticar-se uma
insuficiência cardíaca. Os eventos a seguir podem confirmar o diagnóstico inicial: pulso
fraco e acelerado, hipotensão arterial, determinadas anomalias nas bulhas cardíacas,
aumento do coração, dilatação das veias do pescoço, acúmulo de líquido nos pulmões,
aumento do fígado, ganho rápido de peso e acúmulo de líquido no abdômen ou nos
membros inferiores.
Uma radiografia torácica pode revelar um aumento do coração e o acúmulo de
líquido nos pulmões. Frequentemente, o desempenho cardíaco é avaliado por meio de
outros exames, como a ecocardiografia, que utiliza ondas sonoras para gerar uma
imagem do coração, e a eletrocardiografia, a qual examina a atividade elétrica do
97
coração. Outros exames podem ser realizados para se determinar a causa subjacente da
insuficiência cardíaca.
Tratamento
Muito pode ser feito para tornar a atividade física mais confortável, para
melhorar a qualidade de vida e para prolongar a vida do paciente. No entanto, não existe
uma cura para a maioria das pessoas com insuficiência cardíaca. Os médicos abordam a
terapia por meio de três ângulos: tratamento da causa subjacente, remoção dos fatores
que contribuem para o agravamento da insuficiência cardíaca e tratamento da
insuficiência cardíaca em si.
98
o sal nos alimentos e os alimentos salgados são limitados.
Os indivíduos com insuficiência cardíaca grave normalmente recebem
informações detalhadas sobre como limitar a ingestão de sal. Os indivíduos com
insuficiência cardíaca podem verificar o conteúdo de sal dos alimentos industrializados
lendo as embalagens cuidadosamente. Um modo simples e confiável de controlar a
retenção de líquido pelo organismo consiste no controle diário do peso corpóreo.
Variações superiores a 1 kg por dia quase que seguramente são devidas à
retenção de líquido. Um ganho de peso rápido e constante (1 kg por dia) é um indício de
que a insuficiência cardíaca está agravando. Por essa razão, os médicos com frequência
solicitam aos pacientes que eles controlem o peso diariamente com o máximo de
acurácia possível, pela manhã, após a micção e antes do café da manhã. As tendências
são mais fáceis de serem determinadas quando o indivíduo utiliza a mesma balança,
veste a mesma roupa ou uma roupa similar e mantém um registro escrito de seu peso
diário.
99
cardíaca quando essa se encontra muito elevada. Irregularidades do ritmo cardíaco
(arritmias) – nas quais o batimento cardíaco é demasiado rápido ou lento ou é errático –
podem ser tratadas com medicamentos ou com um marca-passo artificial.
Frequentemente são utilizadas drogas que relaxam (dilatam) os vasos sanguíneos
(vasodilatadores). Um vasodilatador pode dilatar artérias e/ou veias. Os vasodilatadores
arteriais dilatam as artérias e reduzem a pressão arterial, o que por sua vez, diminui o
trabalho cardíaco.
Os vasodilatadores venosos dilatam as veias e fornecem mais espaço para o
sangue acumulado que não tem possibilidade de entrar no lado direito do coração. Esse
espaço extra alivia a congestão e restringe a carga sobre o coração. Os vasodilatadores
mais comumente utilizados são os inibidores da ECA (enzima conversora da
angiotensina). Essas drogas não só melhoram os sintomas, mas também prolongam a
vida. Os inibidores da ECA dilatam artérias e veias na mesma proporção, ao passo que
muitas drogas mais antigas alargam esses vasos em graus diferentes. Por exemplo, a
nitroglicerina dilata veias e a hidralazina dilata artérias.
As câmaras cardíacas alargadas e com contração deficiente permitem a formação
de coágulos sanguíneos em seu interior. Nesse caso, o perigo é o descolamento dos
coágulos para o interior da circulação, causando lesões em outros órgãos vitais, como o
cérebro, e acarretando um acidente vascular cerebral. As drogas anticoagulantes são
importantes porque ajudam na prevenção da formação de coágulos de sangue no interior
das câmaras cardíacas. Diversas drogas novas estão sendo pesquisadas com esse
objetivo.
Assim como os inibidores da ECA, a milrinona e a amrinona dilatam tanto as
artérias quanto as veias e, como a digoxina, elas também aumentam a força contrátil do
coração. Essas novas drogas são utilizadas apenas por curtos períodos em pacientes
rigorosamente monitorizados em ambiente hospitalar, pois elas podem causar arritmias
graves.
O transplante de coração está indicado para alguns indivíduos que são saudáveis
em outros aspectos e cuja insuficiência cardíaca, no entanto, vem se agravando, não
respondendo de modo adequado aos medicamentos. Corações mecânicos temporários,
parciais ou completos ainda se encontram em fase experimental. Ainda estão sendo
intensamente estudados os problemas de eficácia, infecção e coágulos sanguíneos.
A miocardioplastia é uma cirurgia experimental na qual um grande músculo
retirado do dorso do indivíduo é utilizado para envolver o coração e, em seguida,
100
estimulado por um marca-passo artificial para contrair de modo ritmado. Uma cirurgia
experimental recente revelou ser promissora para pacientes selecionados com
insuficiência cardíaca grave: o miocárdio fraco e insuficiente é simplesmente ressecado.
Definição
101
ocorrer de modo relativamente rápido e, às vezes, imprevisível distingue o edema agudo
do pulmão de outras formas de edema pulmonar subagudo e crônico. Constitui uma
emergência médica de extrema gravidade, porque pode evoluir para o óbito se não for
tratada de modo adequado e imediato; por isso, exige do médico que a atende
conhecimento e rapidez de ação.
O fator etiológico de edema agudo do pulmão mais frequente é a insuficiência
ventricular esquerda. Entretanto, é comum que o EAP se instale em portadores de outros
distúrbios, primariamente cardíacos ou extracardíacos. Embora as condições que
produzem esses distúrbios sejam numerosas, elas operam por um número limitado de
mecanismos que devem ser identificados em cada paciente para que o tratamento seja o
mais adequado possível. Por esse motivo, a classificação etiológica do edema pulmonar
é muito útil, desde que se reconheça que mais de um mecanismo pode estar presente em
um mesmo enfermo.
Os seguintes mecanismos devem ser considerados na classificação do edema
pulmonar:
✓ Aumento de permeabilidade alveolocapilar;
✓ Aumento da pressão hidrostática capilar pulmonar;
✓ Diminuição da pressão oncótica do plasma;
✓ Diminuição da drenagem linfática;
✓ Elevação da pressão negativa intersticial; e
✓ Mecanismos múltiplos ou ignorados.
102
circulação extracorpórea, embolia por líquido amniótico, eclâmpsia e endotoxemia,
reações imunológicas observadas em doenças autoimunes; reações a medicamentos;
contusão pulmonar; hipóxia ou hiperoxia ou semiafogamento; insuficiência cardíaca
congestiva; transfusão excessiva de sangue.
103
Edema Pulmonar por Mecanismos Múltiplos ou Ignorados
Sintomas
104
queda da pressão arterial durante o edema agudo do pulmão sugere a possibilidade de
infarto agudo do miocárdio. Nos estágios mais avançados a pele pode apresentar-se
cianótica e coberta por um suor frio, como resultado de hipoxemia e vasoconstrição
intensas; o paciente torna-se comatoso; a depressão respiratória geralmente antecede a
instalação da parada cardíaca.
Diagnóstico
http://1.bp.blogspot.com/_rTE0RcQ5QLk/R1StVCRuPWI/AAAAAAAAABM/
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Método auxiliar muito útil, também fornece informações sobre a área cardíaca.
No edema pulmonar os sinais são distintos, conforme o edema seja intersticial ou
alveolar.
Eletrocardiograma
105
cardiopatias ou de arritmias e, assim, oferecer elementos para a elucidação da etiologia
ou mesmo para o tratamento do edema agudo do pulmão. Auxilia na avaliação da
gravidade do edema agudo do pulmão e orienta sobre a indicação e emprego de outras
medidas como a ventilação artificial.
Tratamento
Posição do Paciente
Sempre que possível deve ficar no leito com o tronco elevado, apoiado de
maneira que se sinta confortável.
Morfina
Oxigênio
106
Os métodos mais empregados são:
✓ Cateter nasal;
✓ Cânula nasal;
✓ Máscara facial.
Digital
Quando existe certeza de que o paciente não recebeu digital nos últimos 15 dias
e o edema agudo do pulmão é de origem cardiogênica, o emprego do digital está
indicado.
A disponibilidade de diuréticos de ação rápida e potente motivou o seu emprego
em grande escala no tratamento do edema agudo do pulmão.
Flebotomia
Diálise Peritoneal
Pode ser empregada nas formas de edema agudo do pulmão com hipervolemia,
em que a simultaneidade de insuficiência renal impede a eliminação, por essa via, do
excesso do líquido.
Aminofilina
Tem sido utilizada nas formas de edema agudo do pulmão que se acompanham
de intenso broncoespasmo.
Hipotensores
107
Se o edema agudo do pulmão complica uma crise hipertensiva, ou as cifras
tensionais se encontram muito elevadas, medicação hipotensora específica deve ser
administrada.
Cuidados de Enfermagem:
✓ Administrar broncodilatadores, conforme prescrito, observando efeitos
colaterais: taquicardia, disritmias, excitação do sistema nervoso central, náusea e
vômito;
✓ Avaliar para dificuldades respiratórias;
✓ Administrar oxigênio pelo método prescrito, explicar a importância ao
paciente;
✓ Observar sinais de hipóxia;
✓ Notificar ao médico se houver agitação, ansiedade, sonolência, cianose
ou taquicardia; e proporcionar ambiente tranquilo, mantendo sua privacidade, evitando
medo e ansiedade.
108
Uma perda excessiva de outros líquidos corpóreos pode ocorrer em casos de grandes
queimaduras, inflamação do pâncreas (pancreatite), perfuração da parede intestinal,
diarreia intensa, doença renal ou uso excessivo de drogas potentes que aumentam a
excreção de urina (diuréticos).
Apesar de o indivíduo sentir sede, ele não consegue ingerir uma quantidade
suficiente de líquido para compensar as perdas quando alguma incapacidade física (por
exemplo, uma doença articular grave) o impede de fazê-lo de modo independente. Uma
função de bombeamento inadequado do sangue do coração também pode fazer com que
volumes sanguíneos inferiores ao normal sejam bombeados para o corpo em cada
batimento cardíaco.
A função de bombeamento inadequado pode ser decorrente de um infarto do
miocárdio, de uma embolia pulmonar, de uma insuficiência valvular (particularmente de
uma válvula artificial) ou de arritmias cardíacas. A dilatação excessiva das paredes dos
vasos sanguíneos pode ser decorrente de uma lesão craniana, de uma insuficiência
hepática, de um envenenamento, de doses excessivas de certas drogas ou de uma
infecção bacteriana grave. O choque causado por uma infecção bacteriana é
denominado choque séptico.
Sintomas e Diagnóstico
109
se quente e ruborizada, particularmente no início do quadro. Nos primeiros estágios do
choque, sobretudo no caso de choque séptico, muitos sintomas podem estar ausentes ou
podem não ser detectáveis, a menos que especificamente procurados. A pressão arterial
é muito baixa, o fluxo urinário também e ocorre um acúmulo de produtos metabólicos
no sangue.
A mortalidade do choque cardiogênico não causado por lesão estrutural
reparável, ou causado por uma lesão reparável não rapidamente corrigida é de 85%.
Portanto, o choque cardiogênico deve ser rapidamente diagnosticado e tratado com
vigor. Pacientes com hipoperfusão, mas com pressão arterial (PA) adequada devem ser
tratados como estado pré-choque, também de maneira agressiva, no intuito de prevenir
a progressão para o choque e óbito. Os princípios gerais de tratamento são o rápido
reconhecimento da condição; rápido tratamento ou exclusão de causas reversíveis; e
rápida estabilização do estado clínico e hemodinâmico.
Deve-se obter um ECG, instituir monitorização cardíaca contínua, obter um
acesso venoso profundo e um cateter arterial para PAM. Cateter arterial pulmonar deve
ser usado nos estágios iniciais do choque, a não ser que o paciente responda a infusão
rápida de fluidos. Arritmias, se presentes, devem ser avaliadas quanto à contribuição
para o estado hemodinâmico e quanto à necessidade de rápida reversão ou de uso de
marca-passo. A redução relativa ou absoluta da pressão de enchimento ventricular como
causa básica da hipotensão deve ser sempre estudada.
Estima-se que de 10 a 15% dos pacientes com infarto agudo do miocárdio
(IAM) estão significativamente hipovolêmicos, devido à terapia diurética ou
redistribuição vascular. Infarto do VD, tamponamento cardíaco e tromboembolismo
pulmonar são outras causas comuns de IC aguda nesta categoria. A não ser que existam
sinais de sobrecarga volumétrica (galope, estertores pulmonares, congestão pulmonar ao
Raio-X), deve-se infundir solução salina rápida (500-ml bólus + 500 ml/h). A pressão
venosa jugular não é um indicador fiel da pressão diastólica do VE e, portanto, a
elevação da pressão venosa jugular não demonstra a necessidade da administração de
volume em várias situações clínicas, como no tamponamento pericárdico e no infarto de
VD.
Nos pacientes com IAM inferior e choque, o infarto de VD deve ser suspeitado,
resultando em insuficiência ventricular direita e enchimento ventricular esquerdo
inadequado. O padrão de injúria nas derivações precordiais direitas é visto de forma
comum, mas não uniforme no infarto de VD. O diagnóstico de infarto de VD
110
frequentemente pode ser feito com base em sinais clínicos como o aumento da pressão
jugular durante a inspiração. Quando o diagnóstico não é claro a ecocardiografia e a
instalação de um cateter arterial pulmonar é útil. Registros de pressão cardíaca direita
geralmente mostram a pressão atrial média e pressão diastólica ventricular igual ou
maiores que a pressão arterial pulmonar de cunha capilar com pressão arterial pulmonar
normal ou baixa.
Ecocardiografia pode ser usada para diagnosticar a presença do envolvimento do
VD, avaliar a função da valva tricúspide, a extensão do comprometimento do VE e sua
função e excluir tamponamento pericárdico, que pode apresentar-se de forma clínica
semelhante. A administração de volume é o principal componente da terapia do infarto
de VD, a fim de manter uma pressão, nas cavidades direitas, suficiente para manter o
débito cardíaco. A administração de fluidos inicialmente pode ser dirigida por variáveis
clínicas (PA, perfusão periférica, débito urinário, presença de galope), mas geralmente a
monitorização hemodinâmica se faz necessária para uma otimização do tratamento.
A falha da reposição volêmica na obtenção de uma estabilização hemodinâmica
nestes pacientes requer o uso de terapêutica mais agressiva (dobutamina, BIA ou
procedimentos intervencionistas). O uso de drogas diuréticas ou vasodilatadoras em
pacientes com infarto de VD pode resultar em hipotensão severa. Ocasionalmente, essas
mesmas drogas produzem hipotensão em pacientes com IAM e edema pulmonar,
devido à translocação do fluido para o pulmão e redução do volume intravascular.
Hipotensão severa (PAS <= 70 mm Hg) ou choque, que ocorram na presença de
sobrecarga de volume ou que persista após infusão salina em bólus, devem ser tratados
com dopamina em doses moderadas (4 a 5µg/kg/min) ou maiores se necessário. Se o
quadro persistir com doses máximas de dopamina (15
µg/kg/min), o uso de balão intra-aórtico (BIA) pode ser considerado em
pacientes com uma condição potencialmente reversível ou como ponte para um
transplante. Caso o BIA não seja disponível, noradrenalina pode ser acrescentada para
aumentar a PA até níveis aceitáveis (80 mmHg). Pacientes com sobrecarga de volume
(ou após reposição adequada) em pré-choque ou em grau leve de hipotensão geralmente
respondem bem a dobutamina (2 a 3 µg/kg/min) ou doses leves a moderadas de
dopamina (2 a 5µg/kg/min).
111
1) volume intravascular
2) função ventricular
112
opção, no entanto não há dados sobre melhora de mortalidade com a terapia
trombolítica nessas situações.
O exame clínico e o Ecodopplercardiograma são os métodos de diagnóstico ou
de exclusão da maioria das lesões. Os problemas reversíveis mais comuns são: o
tamponamento pericárdico; embolia pulmonar maciça; ruptura de cordoalha tendínea,
de músculo papilar ou septo interventricular; estenose valvar crítica ou regurgitação
valvar aguda; dissecção aórtica com lesões complicadas (oclusão coronariana aguda,
insuficiência aórtica aguda); disfunção aguda de prótese valvar e tumores cardíacos.
Outros exames como o Ecocardiograma transesofágico e o cateterismo cardíaco podem
ser necessários para um diagnóstico mais preciso das lesões antes do tratamento
cirúrgico definitivo.
DOENÇAS CARDÍACAS
ENDOCARDITES
113
AN02FREV001/REV 4.0
136
O que favorece o aparecimento de endocardites
Diagnóstico
114
Tratamento
Estreptococcus viridans
Estreptococcus pneumoniae
Embora esse germe seja muito encontrado no sangue dos portadores de infecções
causadas por ele, só em 1 a 3% ele atinge o coração. Ocorre em alcoolistas e costuma
estar associado à meningite e pneumonia.
115
Enterococcus
Estafilococos
Fungos
Sintomas e sinais
116
Calafrios - 40 a 70%;
Suores, principalmente noturnos - 25%;
Emagrecimento - 25 a 35%;
Falta de ar - 20 a 40%;
Tosse - 25%;
Confusão mental - 10 a 20%;
Dores diversas - 5 a 35%.
Febre - 80 a 90%;
Sopro no coração - 80 a 85%;
Mudanças dos sopros cardíacos - 10 a 40%;
Agravamento súbito de doença cardíaca preexistente - 30%;
Alterações neurológicas - 30 a 40%;
Embolias arteriais ou pulmonares - 20 a 40%;
Aumento do baço - 15 a 50%;
Manifestações periféricas - 5 a 40% (em pele, unhas, fundo do olho).
MIOCARDIOPATIAS
117
congestiva dilatada é a doença arterial coronariana disseminada. Essa doença arterial
coronariana acarreta uma irrigação sanguínea inadequada ao miocárdio, a qual pode
levar a uma lesão permanente.
Como consequência, a parte do miocárdio não lesada sofre um espessamento
para compensar a perda da função de bomba. Quando esse espessamento não compensa
adequadamente, ocorre a miocardiopatia congestiva dilatada. Uma inflamação aguda do
miocárdio (miocardite) por uma infecção viral pode enfraquecer esse músculo e causar
miocardiopatia congestiva dilatada (às vezes denominada miocardiopatia viral). Nos
Estados Unidos, a infecção pelo coxsa- ckievírus B é a causa mais comum de
miocardiopatia viral.
Alguns distúrbios hormonais crônicos, como o diabetes e os distúrbios
tireoideanos, podem produzir a miocardiopatia congestiva dilatada. O problema também
pode ser causado por drogas, como o álcool e a cocaína, e por medicamentos, como os
antidepressivos. A miocardiopatia alcoólica pode ocorrer após aproximadamente dez
anos de consumo intenso de álcool. Raramente gravidez ou doenças do tecido
conjuntivo, como a artrite reumatoide, podem causar a miocardiopatia congestiva
dilatada.
Sintomas e diagnóstico
118
função de bomba do coração. O diagnóstico é baseado nos sintomas e no exame físico.
A eletrocardiografia (procedimento que examina a atividade elétrica do coração)
pode revelar alterações características. A ecocardiografia (exame que utiliza ondas
ultrassônicas para gerar uma imagem das estruturas cardíacas) e a ressonância
magnética (RM) podem ser utilizadas para a confirmação do diagnóstico. Se o
diagnóstico permanecer duvidoso, um cateter destinado a mensurar a pressão é inserido
no coração para uma avaliação mais precisa. Durante a cateterização, uma amostra de
tecido pode ser removida para ser submetida a um exame microscópico (biópsia), para
confirmar o diagnóstico e, frequentemente, para detectar a causa.
Prognóstico e tratamento
Cerca de 70% das pessoas com miocardiopatia congestiva dilatada morre nos
cinco anos subsequentes ao início dos sintomas e o prognóstico piora logo que as
paredes cardíacas tornam-se mais delgadas e a função cardíaca diminui. As anomalias
do ritmo cardíaco também indicam um prognóstico ruim. Em geral, a sobrevida dos
homens equivale apenas à metade do tempo de sobrevida das mulheres e a sobrevida
dos indivíduos da etnia negra equivale à metade do tempo de sobrevida dos brancos.
Aproximadamente 50% das mortes são súbitas, provavelmente em razão de uma
arritmia cardíaca.
O tratamento das causas subjacentes específicas, como o consumo abusivo de
álcool ou uma infecção, pode prolongar a vida do paciente. Se o uso abusivo de bebidas
alcoólicas for a causa, o paciente deve abster-se da ingestão alcoólica. Se uma infecção
bacteriana produzir uma inflamação aguda do miocárdio, essa deve ser tratada com
antibiótico. No indivíduo com doença arterial coronariana, a irrigação sanguínea
deficiente pode provocar angina (dor torácica causada por uma cardiopatia), impondo a
necessidade de um tratamento com um nitrato, um betabloqueador ou um bloqueador
dos canais de cálcio.
Os betabloqueadores e os bloqueadores dos canais de cálcio podem reduzir a
força das contrações cardíacas. Medidas que auxiliam a reduzir a tensão sobre o coração
incluem o repouso e o sono suficientes e a redução do estresse. O acúmulo de sangue no
coração dilatado pode acarretar a formação de coágulos nas paredes das câmaras
cardíacas. Para prevenir a sua ocorrência, geralmente são utilizadas drogas
119
anticoagulantes.
Quase todas as drogas utilizadas na prevenção de arritmias cardíacas são
prescritas em doses pequenas e essas são ajustadas por pequenos aumentos, pois esses
agentes podem reduzir a força das contrações cardíacas. A insuficiência cardíaca
também é tratada com drogas como, por exemplo, um inibidor da enzima conversora da
angiotensina e, frequentemente, um diurético. No entanto, a menos que a causa da
miocardiopatia congestiva dilatada possa ser tratada, é provável que a insuficiência
cardíaca acarrete a morte do paciente. Devido a esse prognóstico sombrio, a
miocardiopatia congestiva dilatada é a indicação mais comum para a realização de um
transplante cardíaco.
Miocardiopatia Hipertrófica
120
Sintomas e diagnóstico
Prognóstico e Tratamento
Miocardiopatia Restritiva
121
produzindo uma resistência ao enchimento normal com sangue entre os batimentos
cardíacos. Sendo a forma menos comum de miocardiopatia, a miocardiopatia restritiva
apresenta muitas características da miocardiopatia hipertrófica. Comumente, a sua causa
é desconhecida. Em um de seus dois tipos básicos, o miocárdio é substituído
gradualmente por tecido cicatricial. No outro tipo, ocorre infiltração de um material
anormal no miocárdio como, por exemplo, glóbulos brancos (leucócitos).
Outras causas de infiltração são a amiloidose e a sarcoidose. Quando o
organismo possui uma quantidade excessiva de ferro, esse metal pode acumular-se no
miocárdio, como ocorre na hemocromatose (sobrecarga de ferro nos tecidos). A causa
também pode ser um tumor que invade o tecido cardíaco, porque a resistência cardíaca
ao enchimento com sangue e a quantidade de sangue bombeada para fora é adequada
quando o indivíduo encontra-se em repouso, mas não quando ele está exercitando-se.
Sintomas e diagnóstico
Prognóstico e tratamento
Cerca de 70% dos indivíduos com miocardiopatia restritiva morrem nos cinco
anos que sucedem o início dos sintomas. Para a maioria das pessoas com esse distúrbio
não existe uma terapia satisfatória. Por exemplo, os diuréticos, que normalmente são
utilizados no tratamento da insuficiência cardíaca, podem reduzir o volume sanguíneo
que chega ao coração, agravando o problema em vez de melhorá-lo.
As drogas normalmente utilizadas em casos de insuficiência cardíaca que visam
reduzir a carga de trabalho do coração, em geral, não ajudam, pois elas podem produzir
uma redução excessiva da pressão arterial. Algumas vezes, a causa da miocardiopatia
122
restritiva pode ser tratada para prevenir a piora da lesão cardíaca ou mesmo para
reverter o quadro. Por exemplo, nos casos de sobrecarga de ferro, a remoção de sangue
em intervalos regulares reduz a quantidade de ferro armazenado. Os indivíduos com
sarcoidose podem utilizar corticosteroides.
VALVULOPATIAS
123
apresentam os dois problemas na válvula mitral, embora eles também possam ocorrer
nas demais válvulas cardíacas.
http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_03/images/
cap19_fig1.gif>
Insuficiência Mitral
Sintomas
Uma insuficiência mitral leve pode não produzir qualquer sintoma. O problema,
124
às vezes, é identificado apenas quando o médico, auscultando o paciente com um
estetoscópio, ouve um sopro cardíaco característico resultante do fluxo retrógrado do
sangue que retorna ao átrio esquerdo após a contração do ventrículo esquerdo. Pelo fato
de ser obrigado a bombear mais sangue para compensar o fluxo retrógrado de sangue ao
átrio esquerdo, ocorre um aumento progressivo do ventrículo esquerdo para aumentar a
força de cada batimento cardíaco.
O ventrículo dilatado pode produzir palpitações (percepção de batimentos
cardíacos vigorosos), particularmente quando a pessoa encontra-se em decúbito lateral
esquerdo. O átrio esquerdo também tende a dilatar para acomodar o sangue adicional
que retorna do ventrículo. Geralmente, um átrio muito dilatado bate rapidamente e com
um padrão desorganizado e irregular (fibrilação atrial), o qual reduz a eficácia do
bombeamento do coração.
Na realidade, o átrio em fibrilação não bombeia, apenas tremula, e a ausência de
um fluxo sanguíneo adequado permite a formação de coágulos. Se um desses coágulos
se soltar, será bombeado para fora do coração e poderá obstruir uma artéria de menor
calibre e pode provocar um acidente vascular cerebral ou outra lesão. A insuficiência
grave reduz o fluxo sanguíneo anterógrado o suficiente para provocar uma insuficiência
cardíaca, a qual pode produzir tosse, dificuldade respiratória durante o exercício ou
esforço e edema nos membros inferiores.
Diagnóstico
Tratamento
125
que a anormalidade do ventrículo esquerdo torne-se muito importante e não possa ser
corrigida. A cirurgia pode ter como objetivo a reparação da válvula (valvuloplastia) ou a
sua substituição por uma válvula mecânica ou por uma válvula feita parcialmente com
uma válvula de porco.
A reparação valvular elimina ou diminui a insuficiência o suficiente para que os
sintomas se tornem toleráveis e não ocorra lesão cardíaca. Cada tipo de válvula
substituta apresenta vantagens e desvantagens. Apesar de normalmente serem eficazes,
as válvulas mecânicas aumentam o risco de formação de coágulos sanguíneos,
obrigando o paciente a tomar anticoagulantes por um período indeterminado para que
haja menor risco.
As válvulas de porco funcionam bem e não acarretam o risco de formação de
coágulos, mas a sua duração é menor do que a das válvulas mecânicas. Se uma válvula
substituta apresentar defeito, ela deve ser imediatamente substituída. A fibrilação atrial
também pode exigir tratamento medicamentoso. Drogas como os betabloqueadores, a
digoxina e o verapamil podem reduzir a frequência cardíaca e ajudar no controle da
fibrilação.
As superfícies das válvulas cardíacas lesadas podem ser locais de graves
infecções (endocardite infecciosa). Qualquer pessoa que apresente uma lesão valvular
ou uma válvula artificial deve tomar antibióticos antes de ser submetida a tratamento
odontológico ou procedimento cirúrgico, para evitar a ocorrência de processos
infecciosos.
No prolapso da válvula mitral ocorre uma protrusão dos folhetos da válvula para
o interior do átrio esquerdo durante a contração ventricular, a qual, algumas vezes,
permite o fluxo retrógrado de pequenas quantidades de sangue para o átrio. Cerca de 2 a
5% da população apresentam prolapso da válvula mitral. Raramente, essa anomalia
produz problemas cardíacos graves.
126
http://www.umm.edu/graphics/images/es/18148.jpg
Sintomas e Diagnóstico
Tratamento
A maioria dos indivíduos que apresenta prolapso da válvula mitral não necessita
de tratamento. Se o coração bater em uma frequência excessivamente rápida, o paciente
pode utilizar um betabloqueador para diminuir a frequência cardíaca, as palpitações e
127
outros sintomas. Caso o indivíduo apresente insuficiência, ele deve tomar antibióticos
antes de procedimentos cirúrgicos ou odontológicos devido ao pequeno risco de
infecção valvular decorrente das bactérias liberadas durante os mesmos.
Estenose Mitral
Sintomas e Diagnóstico
Se a estenose for grave, a pressão arterial aumenta no átrio esquerdo e nas veias
pulmonares, acarretando insuficiência cardíaca com acúmulo de líquido nos pulmões
(edema pulmonar). Se uma mulher com estenose mitral grave engravidar pode ocorrer
uma instalação rápida da insuficiência cardíaca. O indivíduo com insuficiência cardíaca
apresenta cansaço fácil e dificuldade respiratória. Inicialmente ele pode mostrar
dificuldade respiratória somente durante a atividade física. Posteriormente, os sintomas
podem ocorrer mesmo durante o repouso. Alguns indivíduos respiram confortavelmente
somente se ficarem recostados sobre travesseiros ou sentados eretos. Um rubor cor de
ameixa nas regiões das bochechas é sugestivo de estenose mitral.
A pressão elevada das veias pulmonares pode acarretar a ruptura venosa ou
capilar, acarretando sangramento (discreto ou abundante) no interior dos pulmões. O
128
aumento do átrio esquerdo pode levar à fibrilação atrial, um batimento cardíaco
irregular e rápido. Por meio de um estetoscópio, o médico ausculta um sopro cardíaco
característico quando o sangue proveniente do átrio esquerdo passa através da válvula
estenosada. Ao contrário de uma válvula normal, cuja abertura é silenciosa, a válvula
estenosada frequentemente produz um estalido ao se abrir para permitir a entrada do
sangue para o interior do ventrículo esquerdo.
Geralmente o diagnóstico é confirmado pelo eletrocardiograma, de uma
radiografia torácica que revela a dilatação atrial ou de um ecocardiograma (técnica de
diagnóstico por imagens que utiliza ondas ultrassônicas). Algumas vezes a realização de
um cateterismo cardíaco é necessária para se determinar a extensão e as características
da obstrução.
Prevenção e Tratamento
A estenose mitral pode ser evitada com a prevenção da moléstia reumática, uma
doença infantil que, algumas vezes, ocorre após uma infecção estreptocóccica da
garganta. Drogas, como os betabloqueadores, a digoxina e o verapamil podem reduzir a
frequência cardíaca e ajudar no controle da fibrilação atrial. No caso de insuficiência
cardíaca, a digoxina também fortalece os batimentos cardíacos.
Os diuréticos, através da redução do volume sanguíneo circulante, podem
diminuir a pressão arterial nos pulmões. Se o tratamento medicamentoso não produzir
redução dos sintomas de maneira satisfatória pode ser necessária a reparação ou a
substituição da válvula. A abertura da válvula pode simplesmente ser aumentada através
de um procedimento denominado valvuloplastia com cateter com balão. Nesse
procedimento, um cateter que possui um balão na sua extremidade é introduzido através
de uma veia e é dirigido ao coração. Quando o cateter estiver localizado na válvula, o
balão é insuflado, afastando os folhetos valvulares nos locais de fusão.
Opcionalmente o paciente é submetido a uma cirurgia de separação dos folhetos
fundidos. Se a válvula apresentar uma lesão importante, ela poderá ser substituída
cirurgicamente por uma válvula mecânica ou por uma válvula parcialmente produzida a
partir de uma válvula de porco. Os indivíduos com estenose mitral são tratados com
antibióticos antes de qualquer procedimento cirúrgico ou odontológico para reduzir o
risco de infecção da válvula cardíaca.
129
Insuficiência Aórtica
Sintomas e Diagnóstico
Uma insuficiência aórtica leve não produz sintomas além de um sopro cardíaco
característico, o qual pode ser auscultado por meio de um estetoscópio em cada
relaxamento do ventrículo esquerdo. No caso de uma insuficiência grave, o ventrículo
esquerdo recebe uma quantidade de sangue cada vez maior, o que acarreta a dilatação
do ventrículo e, finalmente, a insuficiência cardíaca.
A insuficiência cardíaca produz dificuldade respiratória ao esforço ou em
decúbito dorsal, especialmente à noite. A posição sentada permite a drenagem do
líquido da parte superior dos pulmões e restauração da respiração normal. O indivíduo
também pode apresentar palpitações (percepção dos batimentos cardíacos vigorosos), as
quais são causadas por contrações fortes do ventrículo aumentado.
Podem ocorrer dores torácicas, especialmente durante a noite. Geralmente o
diagnóstico é estabelecido após auscultar o sopro característico, além dos outros sinais
de insuficiência aórtica observados durante o exame físico (como certas anormalidades
130
do pulso) e da presença de dilatação cardíaca nas radiografias. Um eletrocardiograma
(ECG) pode revelar alterações do ritmo cardíaco e sinais de dilatação do ventrículo
esquerdo. A ecocardiografia pode gerar uma imagem da válvula defeituosa, indicando a
gravidade do problema.
Tratamento
Estenose Aórtica
131
No entanto, ela comumente não produz sintomas até os 70 ou 80 anos. A
estenose aórtica também pode ser decorrente da moléstia reumática contraída na
infância. Quando essa é a causa, a estenose aórtica geralmente é acompanhada por um
distúrbio da válvula mitral, produzindo estenose, insuficiência ou ambas.
Sintomas e Diagnóstico
Tratamento
133
Insuficiência Tricúspide
Sintomas e Diagnóstico
Tratamento
134
Geralmente a insuficiência tricúspide em si requer pouco ou nenhum tratamento.
No entanto, a doença pulmonar ou a valvulopatia pulmonar subjacente pode exigir
tratamento. Problemas como as arritmias cardíacas e a insuficiência cardíaca
comumente são tratadas sem que haja necessidade de cirurgia da válvula tricúspide.
Estenose Tricúspide
Estenose Pulmonar
135
aumenta a resistência ao fluxo sanguíneo proveniente do ventrículo direito para as
artérias pulmonares. A estenose pulmonar, a qual é rara em adultos, geralmente é um
defeito congênito.
FEBRE REUMÁTICA
Não é toda Infecção na garganta que pode causar a febre reumática, somente
aquelas causadas por uma bactéria chamada Streptococcus Beta hemolítico do grupo A
(ou Streptococcus pyogenes).
136
amigdalite bacteriana for bem tratada, a criança não terá febre reumática.
PERICARDITES
137
http://www.cfcp.com.br/a/arquivos/Fotos/pericardite.bmp
Pericardite Aguda
Pericardite Viral
138
das vias aéreas superiores. O diagnóstico geralmente é feito em bases clínicas. Em
alguns casos o derrame entre as duas camadas do pericárdio pode ser de proporções
maiores, provocando o tamponamento cardíaco. Em raros casos a doença torna-se
crônica, podendo resultar em pericardite constritiva, que pela retração cicatricial do
pericárdio provoca o encarceramento do coração. Nessa situação há necessidade de
operar, retirando-se o pericárdio em torno do coração. Os casos mais benignos são
tratados com aspirina ou outro anti-inflamatório. Em raros pacientes, que não
respondem ao tratamento, os corticosteroides podem ser usados.
Pericardite Tuberculosa
Pericardite Urêmica
Pericardite Neoplásica
139
causar um derrame pericárdico e tamponamento do coração. Em geral não há muitos
sintomas e os que existem podem ser atribuídos à doença básica com suas repercussões
hemodinâmicas. O diagnóstico pode ser particularmente difícil se o paciente foi
submetido a radioterapia em uma área que abrangeu o pericárdio. O prognóstico para
pericardite neoplásica é mau, geralmente o paciente morre antes de um ano.
Do tratamento cirúrgico faz parte a abertura de uma janela no pericárdio para
drenar o líquido ou a pericardiectomia. Também se tenta a instilação de tetraciclina no
saco pericárdico, o que em alguns casos evita a recidiva do derrame.
Pericardite Pós-radiação
A irradiação que atinge a área cardíaca pode desencadear uma reação fibrótica
que se apresenta com uma pericardite subaguda ou constritiva. Ela pode aparecer dentro
de um ano depois da irradiação, mas há casos em que surgiu anos depois. A solução
muitas vezes é cirúrgica.
140
eritematoso e artrite reumatoide.
Pericardite Constritiva
141
amostra para auxiliar na determinação do diagnóstico. Depois de a pressão ser aliviada,
o paciente comumente é mantido hospitalizado como medida de prevenção da
recorrência do tamponamento.
TUMORES CARDÍACOS
Mixomas
142
mover-se para dentro e para fora da válvula mitral próxima – a via entre o átrio
esquerdo e o ventrículo esquerdo.
Essa oscilação pode obstruir e desobstruir a válvula continuamente, de modo
que o fluxo sanguíneo é interrompido e reiniciado de forma intermitente. Na posição
ortostática o indivíduo pode apresentar desmaios ou episódios de congestão pulmonar e
de dificuldade respiratória, pois a força da gravidade faz com que o tumor se mova para
baixo, até a abertura da válvula. O decúbito diminui os sintomas.
O tumor pode lesar a válvula mitral e, consequentemente, ocorre um refluxo de
sangue por essa abertura, com a produção de um sopro cardíaco que o médico ausculta
com o auxílio de um estetoscópio. Baseando-se nas características do sopro cardíaco, o
médico considera se o sopro é resultante de um refluxo causado por uma lesão
decorrente do tumor, de uma causa rara ou de uma causa mais comum como, por
exemplo, a cardiopatia reumática.
Fragmentos de um mixoma ou coágulos sanguíneos que se formam na superfície
do mixoma podem soltar-se, circularem até outros órgãos e obstruir os vasos sanguíneos
nesses locais. Os sintomas dependem do vaso obstruído: a obstrução de um vaso
sanguíneo cerebral pode causar um acidente vascular cerebral; a obstrução de um vaso
pulmonar pode acarretar dor e expectoração sanguinolenta. Outros sintomas de
mixomas incluem a febre, perda de peso, dedos das mãos e dos pés frios e doloridos ao
serem expostos à baixa temperatura
(fenômeno de Raynaud), anemia, contagem baixa de plaquetas (pois as plaquetas
estão envolvidas na coagulação sanguínea) e sintomas sugestivos de infecção grave.
Um mixoma no átrio esquerdo pode crescer a partir de um pedículo, oscilando
livremente com o fluxo sanguíneo. Ao oscilar, o mixoma pode entrar e sair da válvula
mitral próxima – a via de passagem entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo
obstruindo o fluxo sanguíneo do coração.
143
cardíacos primários, como os cancerosos primários, são extremamente raros e, para eles,
não existe um tratamento satisfatório.
As crianças que apresentam esses tumores apresentam uma expectativa de vida
inferior a um ano. Vários exames são utilizados no diagnóstico dos tumores cardíacos.
Com frequência, para o delineamento dos tumores usa-se a ecocardiografia (exame que
utiliza ondas ultrassônicas para investigar as estruturas internas do coração). As ondas
ultrassônicas podem atravessar a parede torácica ou o lado interno do esôfago
(procedimento chamado ecocardiografia transesofagiana).
Um cateter inserido por uma veia até o coração pode ser utilizado para injetar
substâncias que delineiem um tumor cardíaco nas radiografias; mas esse procedimento é
menos frequentemente necessário. A tomografia computadorizada (TC) e imagens por
ressonância magnética (RM) também são utilizadas. Se for detectado um tumor, uma
pequena amostra poderá ser removida por meio de um cateter especial; a amostra será,
então, utilizada para identificar o tipo de tumor, o que ajudará na seleção do tratamento
adequado.
Um tumor cardíaco primário não canceroso isolado pode ser removido por
cirurgia, o que, em geral, cura o paciente. Os médicos não costumam tratar tumores
primários quando existem diversos presentes, nem tratam de tumores que são tão
grandes a ponto de impossibilitar a remoção. Tumores cancerosos primários e
secundários são incuráveis; apenas seus sintomas podem ser tratados.
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
144
cardiopatia cianótica (alto risco) e cardiopatia acianótica (baixo risco).
Tetralogia de Fallot
Descrição:
145
• Essa anomalia é a combinação de quatro anormalidades: do septoventricular,
aorta cavalgada, estenose pulmonar e hipertrofia ventricular direita. O coração tem a
forma de uma bota;
• Sangue desoxigenado é desviado pela anomalia do septoventricular e mistura-
se com o sangue oxigenado do ventrículo esquerdo. O resultado disso é cianose.
• O fluxo sanguíneo pulmonar é dificultado pela estenose pulmonar, que
aumenta a pressão e leva à hipertrofia do ventrículo direito, à medida que tenta fazer o
shunt do sangue pela válvula pulmonar estenótica.
http://www.umm.edu/graphics/images/es/18088.jpg
Manifestações clínicas
Se for grave:
• Cianose com crise de hipóxia (aumenta depois do fechamento do PCA);
• Sopro associado ao fluxo sanguíneo pela válvula pulmonar;
• Estalido de ejeção aórtica com aorta mais larga;
• Dispneia ao esforço;
146
• Convulsões.
Mais tarde:
• Baqueteamento dos dedos e dos artelhos;
• Taquipneia;
• Fadiga;
• Posição de cócoras (para aliviar a angústia respiratória);
• Retardo no crescimento;
• Sopro sistólico;
• Segunda bulha cardíaca única à ausculta;
• Frêmitos palpáveis na região esquerda da borda esternal.
Tratamento cirúrgico:
Tronco Arterioso
Descrição:
• Um único vaso cavalgado sobre os ventrículos (causado pela
impossibilidade de haver separação da aorta e da artéria pulmonar) transporta sangue
para a circulação pulmonar e sistêmica. Esse vaso pode estar acima ou abaixo do
diafragma. Sua posição tem implicações prognósticas;
147
• Os dois ventrículos bombeiam sangue oxigenado e desoxigenado para a
mesma artéria, causando cianose;
• Pode haver anormalidade do septoventricular.
Manifestações clínicas:
• Cianose com aspecto acinzentado;
• Fadiga;
• Dispneia;
• Sopro sistólico da borda esternal inferior esquerda;
• Segunda bulha cardíaca única;
• Taquicardia;
• Estertores;
• Retardo no crescimento;
• Insuficiência cardíaca.
Tratamento cirúrgico:
Atresia Tricúspide
Descrição:
• A válvula tricúspide está ausente;
• O fluxo sanguíneo é desviado do átrio direito para o átrio esquerdo,
resultando na mistura dos sangues arterial e venoso no ventrículo esquerdo. A entrada
do sangue misturado na circulação causa cianose;
• Fluxo sanguíneo pulmonar pelo canal arterial patente, se houver.
148
Manifestações clínicas:
• Dispneia;
• Crise de anóxia;
• Fadiga;
• Primeira e segunda bulhas sem dois componentes;
• Ausência de sopros;
• Insuficiência cardíaca.
Tratamento cirúrgico
Descrição:
• A aorta sai do ventrículo direito e a artéria pulmonar emerge do
ventrículo esquerdo;
149
• A circulação sistêmica não passa pelos pulmões para ser oxigenada; o
fluxo sanguíneo pulmonar passa pelo coração e volta aos pulmões sem entrar na
circulação sistêmica;
• Antigamente essa anomalia era conhecida como transposição dos
grandes vasos.
Manifestações clínicas:
• Cianose, principalmente durante ou depois da amamentação ou choro;
• Taquipneia;
• Sopro sistólico ou insuficiência cardíaca com anomalia do
septoventricular;
• Acidose metabólica devido à hipóxia;
• Bulhas cardíacas anormais, dependendo do tipo de anomalia.
Tratamento cirúrgico
Descrição:
• O ventrículo esquerdo não funciona normalmente;
• O sangue pulmonar volta ao átrio esquerdo e, por uma anomalia do
septoatrial, chega ao átrio direito. O débito cardíaco, levado da direita para a esquerda
pelo canal arterial patente, é restringido pelo fechamento normal do canal arterial
150
patente depois do nascimento.
Manifestações clínicas:
• Cianose grave;
• Angústia respiratória;
• Agravamento dos sintomas à medida que o canal arterial pertinente
fecha;
• Insuficiência cardíaca;
• Morte dentro de uma semana, a menos que haja canal arterial patente e
uma anomalia do septoatrial larga.
Tratamento cirúrgico
Descrição:
• O septoventricular tem uma comunicação anormal;
151
• O sangue oxigenado proveniente do ventrículo esquerdo é desviado pela
comunicação anormal e, em seguida, mistura-se com o sangue desoxigenado no átrio
direito.
http://www.medicinapratica.com.br/wp-content/uploads/2011/06/CIV.jpg >.
Manifestações clínicas:
• Sopro;
• Taquicardia;
• Irritabilidade;
• Taquicardia;
• Dificuldade alimentar;
• Cianose branda causada por insuficiência cardíaca;
• Dispneia durante a amamentação;
• Retardo do crescimento.
Tratamento cirúrgico:
152
Anomalia do Septoatrial (Comunicação Interatrial – CIA)
Descrição:
• O septoatrial tem uma comunicação anormal (causada pelo fechamento
parcial do forame oval ou da parede do septoatrial);
• O sangue passa do átrio esquerdo para o átrio direito pela comunicação
anormal.
Manifestações clínicas:
• Pode ser assintomática;
• Dispneia ao esforço;
• Fadiga;
• Ortopneia;
• Cianose transitória;
• Sopro mesossistólico pulmonar suave;
• Retardo do crescimento.
Tratamento cirúrgico:
Descrição:
• Essa anomalia se deve à falta de fechamento do conduto vascular entre a
aorta descendente e a artéria pulmonar depois do nascimento;
153
• O sangue é desviado da aorta para a artéria pulmonar.
Manifestações clínicas:
• Sopro contínuo no segundo e terceiro espaços intercostais esquerdos;
• Ampliação da pressão arterial e pulso;
• Taquicardia;
• Dificuldade alimentar;
• Fadiga;
• Choro débil;
• Dispneia.
Tratamento cirúrgico:
Descrição:
• A aorta mostra-se estreitada;
154
• Essa anomalia pode ser pré-ductal (antes da região do canal arterial) ou
pós- ductal (depois da região do canal arterial).
http://www.medicinapratica.com.br/wp-
ontent/uploads/2011/06/Coarctac%CC%A7a%CC%83o-da-aorta.jpg >.
Manifestações clínicas:
• Aumento da pressão arterial e pulso forte na circulação proximal à
anomalia;
• Redução da pressão arterial e pulso débil na circulação distal à anomalia;
• Vertigem;
• Cefaleia;
• Desmaio;
• Epistaxe;
• Escurecimento das pernas;
• Pés frios;
• Ganho ponderal reduzido;
• Dificuldade alimentar;
• Insuficiência cardíaca;
• Pode haver sopro na borda esternal.
Tratamento cirúrgico:
155
A abordagem cirúrgica é feita por toracotomia posterolateral esquerda, sem o
emprego da circulação extracorpórea. Resseca-se a coarctação e realiza-se uma
anastomose término-terminal, com ou sem enxerto para restabelecer a continuidade.
Estenose Pulmonar
Descrição:
• A obstrução pode estar situada acima ou abaixo da válvula pulmonar, ou
a anomalia pode ocorrer em forma de estenose valvular;
• A resistência ao fluxo sanguíneo (causada pela estenose) leva à
hipertrofia do ventrículo direito.
Manifestações clínicas:
• Dispneia;
• Fadiga;
• Braços e pernas frias;
• Cianose periférica;
• Sopro de ejeção sistólica no segundo espaço intercostal esquerdo,
acompanhado de frêmito sistólico com sopro irradiando-se para o precórdio e o dorso;
• Segunda bulha cardíaca menos nítida (pode desaparecer).
Tratamento cirúrgico:
156
Estenose Aórtica
Descrição:
fetal.
Manifestações clínicas:
• Pulsos periféricos débeis;
• Taquicardia;
• Cansaço ao esforço;
• Palidez cutânea;
• Irritabilidade;
• Síncope;
• Angina do peito;
• Sudorese;
• Epistaxe.
Tratamento cirúrgico
A abordagem cirúrgica é realizada pela esternotomia mediana. A correção
cirúrgica se faz pela valvulotomia aórtica. Sob visão direta proporcionada pela
circulação extracorpórea, deslocam-se as comissuras fundidas da válvula ou essa é
ressecada e substituída por uma prótese.
157
reparados em salas de cateterismo (ou hemodinâmica) ao invés de salas de operação em
centros cirúrgicos. Atriosseptostomia com balão e valvuloplastia com balão são
procedimentos efetuados por meio da cateterização cardíaca. Tais procedimentos podem
salvar a vida de neonatos em situação crítica e em alguns casos poderão eliminar ou
retardar procedimentos cirúrgicos mais invasivos.
Espera-se que o cateterismo cardíaco continuará no futuro a substituir uma gama
cada vez maior de procedimentos cirúrgicos para correção de defeitos congênitos do
coração. O assim chamado cateter é um tubo fino que é inserido em uma artéria ou veia
da perna, da virilha ou do braço, e conduzido até a área do coração que necessita de
reparo. O paciente recebe anestesia no local do acesso e permanece acordado, mas
sedado durante o procedimento.
158
melhorando o fluxo de sangue. É o procedimento de escolha na estenose pulmonar e às
vezes é usado na estenose aórtica. Balões de polímeros plásticos são colocados na ponta
do catéter e inflados para aliviar a obstrução da válvula cardíaca. Os resultados de longo
prazo são excelentes na maioria dos casos.
159
personalizar os cuidados frente ao paciente e familiares no período intra- hospitalar.
Enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas, por meio de suas atividades,
prestam ao paciente atenção individualizada relacionada às suas necessidades. Esses
cuidados se estendem após a alta por meio de um acompanhamento para avaliar e
colaborar com o período de adaptação do paciente ao retorno de suas atividades
regulares.
É imperativa uma detalhada avaliação pré-operatória com a finalidade de
minimizar as complicações pré e pós-operatório. A coleta da história clínica e o exame
físico devem ser os mais completos possíveis. O propósito dessa rotina é orientar de
forma objetiva e dirigida a busca de dados que possam interferir nos resultados e
modificá-los antes mesmo da intervenção cirúrgica, se possível.
Revascularização Miocárdica
160
História
Como funciona
161
percorrer um caminho alternativo até atingir o tecido muscular cardíaco ali onde é
requerido. Uma vez que o volume e a pressão do sangue são restaurados pelo
procedimento cirúrgico, aliviam-se os sintomas decorrentes da má nutrição e hipóxia
(falta de oxigênio) do músculo cardíaco.
A veia safena é o mais comum material utilizado para a construção desse novo
percurso. Também se usa a artéria mamária interna esquerda, que é até mais resistente à
deposição aterosclerótica que as próprias coronárias. Ambos os enxertos cumprem a
função de fornecer ao músculo o suprimento de sangue necessário à função contrátil.
Aspectos técnicos
É difícil, embora não impossível, costurarem-se finas artérias e veias umas nas
outras com o coração batendo. A introdução de dispositivos de circulação extracorpórea
– máquina coração-pulmão – permitiu aos cirurgiões suspender temporariamente os
movimentos cardíacos enquanto essas delicadas ligações são executadas. Durante a
operação as funções de órgãos como cérebro, rins e fígado são plenamente mantidos por
esta circulação artificial. Após completar o enxerto, as contrações cardíacas são
restauradas e as tarefas da circulação são devolvidas ao coração e aos pulmões. A
bomba extracorpórea é removida do sistema vascular do paciente, a anticoagulação é
revertida e a cirurgia está terminada.
Uma típica cirurgia de revascularização do miocárdio começa com uma incisão
vertical no peito. O osso frontal do tórax (esterno) é cortado com uma serra
especialmente desenhada para tal e é separado com um artefato apropriado. Com a
abertura do esterno e o afastamento dos tecidos moles permite-se o acesso à membrana
que envolve o coração, o pericárdio, que recebe uma incisão. Em seguida o cirurgião
remove a artéria mamária interna da parede do tórax, de modo a obter uma artéria
doadora para o enxerto. Simultaneamente, um cirurgião assistente provê um vaso
doador adicional, normalmente a grande veia safena, a partir da coxa ou da panturrilha.
Como a perna contém muitas veias redundantes, a circulação de retorno não será
comprometida.
Após a coleta dos vasos doadores, o sangue do paciente recebe substâncias para
que não venha a coagular em contato com o equipamento de circulação extracorpórea.
São feitas as conexões desse equipamento com a circulação do paciente, que tem então
162
a temperatura corporal reduzida por meio da refrigeração do sangue que circula pela
máquina. Além disso, os fluxos sanguíneos do coração e do resto do corpo são
separados por meio de um grampo vascular (“clamp”) aplicado à aorta logo abaixo da
inserção da cânula de retorno arterial. As artérias coronárias são então perfundidas com
uma solução de potássio a baixa temperatura. Imediatamente o coração para, resfria e
relaxa-se. O corpo é preservado pelo fluxo de nutrientes advindo do circuito coração-
pulmão, enquanto o coração é preservado pela baixa temperatura e por outras condições
manejadas pela equipe cirúrgica.
163
suas rotinas corporais, o apetite, sono e funcionamento intestinal. Pacientes cuja
atividade profissional não exige esforços físicos podem retomá-la em 4 a 6 semanas ou
até antes, dependendo de seu nível de energia. Normalmente não serão mais necessários
medicamentos antianginosos. Mas medicamentos para controle de pressão arterial e do
diabetes continuam sendo necessários. Após a completa recuperação da cirurgia, a vasta
maioria de pacientes pode retomar suas atividades de vida diária, inclusive exercícios,
viagens e trabalho.
Substituição Valvar
Histórico
As primeiras intervenções realizadas sobre as válvulas cardíacas após o advento
da circulação extracorpórea foram procedimentos reconstrutivos. Os resultados iniciais
foram animadores, especialmente nas estenoses, possibilitando o tratamento de
inúmeros pacientes, até então condenados à evolução natural da doença. Nas
insuficiências valvulares, entretanto, os resultados não foram consistentes. Talvez
devido ao pouco conhecimento da anatomia patológica da época, certamente aliada a
pouca experiência cirúrgica, os procedimentos reconstrutivos nas insuficiências
valvulares eram realizadas com maior índice de insucesso. Além disso, não puderam ser
reproduzidos em todos os centros de cirurgia, consequentemente não se tornaram
difundidos a ponto de beneficiar número significativo de pacientes.
Com a criação das próteses valvulares artificiais, na década de 60, houve nítido
retrocesso na popularidade dos procedimentos reconstrutivos. Tornou-se muito mais
padronizado e reprodutível de maneira uniforme o tratamento das lesões valvulares pela
substituição protética, pelo menos na fase hospitalar e em curto prazo. As próteses,
entretanto, apresentam problemas e complicações próprias e, embora propiciando
excelente melhora funcional cardiovascular, estavam então, como ainda hoje, longe de
ser um tratamento ideal e definitivo.
Procedimento Operatório
164
extremidade é avançada até o interior do ventrículo esquerdo;
✓ A aorta é clampeada. Se estiver presente uma insuficiência aórtica, uma
dose única inicial de solução cardioplégica é infundida retrogradamente. Na presença de
estenose aórtica, a dose inicial da solução cardioplégica pode ser infundida na raiz da
aorta. Uma vez parado o coração, a aorta é aberta;
✓ A valva nativa é inspecionada e é confirmada a extensão do defeito
patológico. Se existirem depósitos de cálcio, eles devem ser debridados com tesouras ou
ruginas. A valva deve ser retirada cuidadosamente para evitar danificar o anel e as
estruturas subjacentes. Pode-se usar pequena quantidade de gaze dentro do ventrículo
esquerdo para reter fragmentos pequenos, soltos, de cálcio que poderiam
subsequentemente embolizar. Os instrumentos devem ser bem limpos e enxugados
frequentemente;
✓ Anel é medido, é escolhida a prótese adequada, e é conectado o fixador
da prótese;
✓ Se for escolhida uma prótese biológica, ela é colocada no campo e lavada
com banhos de soro fisiológico:
✓ Se for escolhido um aloenxerto, ele é colocado no campo e descongelado
com banhos de soro fisiológico de acordo com o protocolo; e
✓ Se for escolhida uma prótese mecânica, ela pode ser colocada dentro de
um banho de solução antibiótica até ser usada (soluções antibióticas não devem ser
despejadas diretamente sobre as valvas biológicas). As valvas biológicas devem ser
mantidas úmidas através de irrigação frequente com soro fisiológico;
✓ A valva nova é implantada de acordo com uma técnica semelhante
àquela descrita para a substituição da valva mitral;
✓ Se o anel aórtico for demasiadamente pequeno para aceitar uma prótese
de tamanho adequado, pode ser efetuado o procedimento de Konno para aumentar o
anel, bem como a porção inicial da aorta ascendente (Waldhausert e Pierce, 1985). Um
retalho losangular de pericárdio bovino ou de Dacrort é colocado longitudinalmente na
aorta ascendente anterior proximal onde foi cortado o anel aórtico. A prótese valvar
desejada é suturada ao anel natural e depois ao retalho. O retalho é suturado às bordas
restantes da aortotomia;
✓ A aorta é fechada com suturas não absorvíveis e é removido o
clampeamento;
✓ Ar no lado esquerdo do coração é esvaziado (por catéter de
165
esvaziamento, movimentando-se a mesa de cirurgia de um lado para o outro ou por
meio de outras manobras escolhidas pelo cirurgião). O paciente é colocado em posição
de Trendelenburg e os pulmões são inflados. Não se permite que o coração volte a bater
e ejete sangue até que o cirurgião se certifique de que não existe mais ar dentro do
ventrículo esquerdo. O coração é desfibrilado se não retomar espontaneamente os seus
batimentos;
✓ É mantido o reaquecimento do coração, os cateteres de esvaziamento são
removidos e o tórax é fechado da maneira rotineira.
Substitutos Valvulares
166
✓ Não deve propagar êmbolos;
✓ Deve ser quimicamente inerte e não danificar elementos sanguíneos;
✓ Não deve oferecer resistência aos fluxos fisiológicos;
✓ Deve fechar prontamente (menos do que 0,05 segundos);
✓ Deve permanecer fechado durante a fase apropriada do ciclo cardíaco;
✓ Deve manter suas características físicas e geométricas;
✓ Deve ser inserido em posição fisiológica, usualmente no local anatômico
normal;
✓ Deve ter fixação permanente;
✓ Não deve incomodar o paciente; e
✓ Deve ser tecnicamente prático para implante.
167
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTITUTOS VALVARES
PRESENTEMENTE UTILIZADOS PARA IMPLANTE
CIRÚRGICO
Fluxo lateral Bola
Disco
Mecânicos Fluxo central Disco basculante
Duplo folheto
Autrólogos Válvula pulmonar
Homólogos Válvula aórtica
Biológicos Heterólogos Válvula aórtica do porco
Pericárdio bovino
168
aceitáveis para utilização clínica difundida.
CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA
169
seguida, nas veias cavas inferior e superior e cateteres de sucção dentro da cavidade
torácica e dentro dos ventrículos.
Antes do início da circulação extracorpórea, o paciente necessita ser
anticoagulado para neutralizar a cascata da coagulação pelo contato sanguíneo com
tubos e circuitos não endotelizados. Isso é possível por meio da administração
intravenosa de heparina, geralmente na dose de 300 a 400 U/kg (3 a 4 ml/kg). Em
seguida, o sangue é bombeado das veias cavas, da cavidade torácica e dos ventrículos
para dentro da bomba oxigenadora. Na máquina, o trocador de calor reaquece (ou esfria
o sangue, se o cirurgião desejar hipotermia). Um oxigenador em seguida remove o
dióxido de carbono do sangue e adiciona oxigênio. Finalmente o sangue passa por meio
de um filtro que remove as bolhas de ar e outros êmbolos antes de retornar esse sangue
para o corpo através da aorta.
Procedimento para finalização da circulação extracorpórea:
✓ Depois de o procedimento intracardíaco ter sido completado, todo o ar
deve ser evacuado do ventrículo esquerdo. Uma dose aquecida de solução cardioplégica
pode ser dada, depois da qual a pinça de clampeamento é removida;
✓ Muitas vezes, a desfibrilação é espontânea com a remoção do
clampeamento aórtico e entrada de sangue quente dentro da circulação coronária. Se
não
ocorrer, torna-se necessária a desfibrilação elétrica. Cabos de marca-passo
temporário são conectados ao átrio e ao ventrículo;
✓ É reduzido o fluxo de sangue venoso à bomba. O fluxo arterial também é
reduzido para igualar o retorno venoso. Quando o funcionamento cardíaco for suficiente
e a pressão sanguínea sistêmica tiver se estabilizado, o retorno venoso é reduzido ainda
mais e o paciente é desligado da circulação extracorpórea, pinçando-se todas as vias de
acesso e parando a bomba;
✓ À medida que são removidos os cateteres de canulação, as suturas em
bolsas são apertadas e cortadas. Suturas adicionais podem ser necessárias para
hemostase;
✓ Os tubos torácicos devem ser introduzidos dentro do pericárdio (e da
cavidade pleural, caso a pleura tenha sido aberta);
✓ É administrado sulfato de protamina, um antagonista da heparina; e
✓ Usualmente o pericárdio é deixado aberto, de modo que o acúmulo de
secreções não produza tamponamento cardíaco.
170
Equipamentos Utilizados na Circulação Extracorpórea
Oxigenador
Bomba Arterial
A perfusão do paciente é assegurada por pelo menos uma bomba de sangue que
é incorporada ao sistema de circulação extracorpórea. Essa bomba tem como
características principais:
171
✓ Capacidade de bombear até seis litros de sangue por minuto,
independente da pressão na linha de saída;
✓ Não ocasionar danos aos componentes celulares e acelulares do sangue;
✓ Todas as partes em contato com o sangue devem ter superfície lisa e
contínua, sem espaços ou áreas mortas que possam produzir estagnação ou turbulência
desnecessária;
✓ Calibração do fluxo exata e reproduzível, de forma que o fluxo
sanguíneo possa ser monitorizado precisamente;
✓ Capacidade de operação manual em situações de emergência; e
✓ Partes que conduzem o sangue descartáveis, não contaminando as partes
permanentes da bomba.
As bombas podem ser classificadas como pulsáteis (de baixa ou de ampla
amplitude) ou não pulsáteis, conforme as características de deslocamento que
apresentam. Bombas de fluxo pulsátil são atraentes pelo fato de apresentarem contornos
de pulso razoavelmente fisiológicos e foram inicialmente projetadas por Hooker em
1911; diversos tipos surgiram posteriormente: diafragma, pneumática, pistão, fole e
compressão. Dispositivos especiais podem também ser colocados entre uma bomba de
fluxo não pulsátil e o paciente, visando obter-se um fluxo pulsátil.
Embora considerado essencial para perfusões prolongadas em órgãos isolados e
diversos trabalhos tenham demonstrado suas vantagens sobre o fluxo não pulsátil,
limitações práticas impedem o uso difundido do fluxo pulsátil: o reduzido diâmetro de
conectores e cânulas arteriais usados em circulação extracorpórea (com relação ao
diâmetro aórtico e à magnitude do fluxo) tende a amortecer os contornos do pulso e
torná-lo menos fisiológico o aumento do gradiente pressórico entre a linha arterial e a
aorta, e a força de aceleração aguda do jato sanguíneo durante o período do pico
pressórico resulta em turbulência, podendo induzir cavitação e formação de
microbolhas.
A bomba arterial mais empregada atualmente é a de roletes, introduzida por De
Bakey em 1934. É simples, segura e mais acessível em termos de custos. Nela, o fluxo
arterial sistêmico é modificado, com o transcorrer da circulação extracorpórea, de
acordo com a idade, a superfície corpórea e a temperatura do momento.
Condutores Sanguíneos
172
A condução do sangue entre o oxigenador e o paciente é feita por tubos,
usualmente confeccionados com cloreto de polivinila (P. V. C.). Entre as características
desejáveis destes condutores destacam-se:
✓ Transparência, não umidificação e baixa tensão superficial;
✓ Inércia química e tromborresistência;
✓ Superfície interna lisa e baixa resistência ao fluxo;
✓ Flexibilidade, de modo a retornar à forma original após remoção de
pinça ou uso em bomba rotatória;
✓ Resistência angular ou colapsar se a pressão negativa é aplicada; e
✓ Capacidade de tolerar sem dano estrutural a esterilização em altas
temperaturas.
Termopermutadores
173
permutador, na linha arterial. Este cuidado é dispensável na maioria dos oxigenadores
descartáveis com termopermutador incorporado, que é posicionado previamente ao
desborbulhador e ao filtro.
Filtros
174
de bloquear as partículas antes que estas ingressem no reservatório arterial. Contudo,
partículas pequenas (50 a 200 µ), como glóbulos de gordura e agregados de eritrócitos,
não são inteiramente bloqueadas, exceto se microfiltros são incorporados ao sistema de
circulação extracorpórea.
Atualmente a maioria dos filtros é do tipo malha e fabricada em nylon ou
poliéster, com poros entre 20 e 40 µ. Seu projeto não apenas possibilita aprisionar as
partículas de matéria como servir como cata-bolhas.
Sistema de Aspiração
Cânula Arterial
175
cloreto de polivinila. Quando a canulação é feita na aorta ascendente, cânulas de PVC
são satisfatórias, pois a espessura aumentada da parede da cânula não dificulta a
manobra de canulação.
Cânula Venosa
176
Parada Cardioplégica
COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO
177
Os pacientes apresentam riscos de complicações pós-operatórias devido às
doenças associadas ao tratamento e aos traumatismos cirúrgicos. Além disso, existe uma
série de fatores agravantes desencadeados pelo desvio cardiopulmonar (quando
presente), produzindo profundos efeitos fisiológicos.
178
dentre elas. As ulcerações são responsáveis por cerca de 60% das hemorragias
digestivas, tendo resolução espontânea em 80% dos casos, conferindo maior morbidade
ao POI.
As causas principais de hemorragias digestivas são varizes do esôfago ou do
fundo gástrico, síndrome de Mallory-Weiss, úlcera do esôfago ou esofagite, gastrite
erosiva, neoplasias de esôfago e estômago, úlceras isquêmicas e hipertensão portal. Na
vigência do sangramento, além de suporte e reposição volêmica, uma das primeiras
medidas de urgência seria o tamponamento com balão esofágico. A endoscopia
digestiva deverá ser realizada o mais rápido possível, não apenas pelo sentido de
localizar o sangramento, mas, principalmente, pela sua ação terapêutica por meio de
esclerose e/ou ligadura elástica da veia sangrante.
179
sítio cirúrgico é a segunda causa mais frequente, sendo suplantada somente pela
infecção urinária.
Existem vários fatores que podem favorecer o aparecimento de infecção no sítio
cirúrgico: fatores relacionados ao hospedeiro (obesidade, extremos de idade, duração do
tempo de hospitalização pré-operatória, presença de infecção em outros sítios, índice de
gravidade da doença) e fatores relacionados ao procedimento (má vascularização, má
aproximação das bordas, presença de tecido necrótico, corpo estranho, tempo cirúrgico,
além de outros problemas técnicos referentes ao ato cirúrgico).
O Center for Diseases Control (1999) lançou algumas recomendações para a
prevenção da infecção de sítio cirúrgico: tratar todas as infecções preexistentes antes da
cirurgia; não realizar tricotomia pré-operatória, a não ser que os pelos atrapalhem a
técnica cirúrgica; e utilizar antibioticoprofilaxia endovenosa durante todo o
procedimento e algumas horas após. Outras infecções que podem acometer os pacientes
em pós-operatório de cirurgia cardíaca são relacionadas aos procedimentos de terapia
intensiva, principalmente quando o paciente permanece por um tempo maior na
Unidade de Terapia Intensiva, em decorrência de complicações clínicas e/ou cirúrgica.
Temos, nesses casos, pneumonias relacionadas à ventilação mecânica, infecções
urinárias, infecções relacionadas a cateteres e sepse.
Tanto os rins quanto o coração fazem parte do sistema circulatório, onde este é
responsável pelo transporte de nutrientes e oxigênio aos tecidos e aquele é responsável
pela remoção de substâncias produzidas pelo metabolismo celular. Os rins participam
ativamente do controle da pressão arterial e sua função é regulada por diversos
mecanismos intrínsecos e extrínsecos, que se alteram quando o paciente é submetido à
cirurgia cardíaca, principalmente com circulação extracorpórea. É fundamental,
portanto, que se efetue controle rigoroso da função renal do paciente operado, uma vez
que causas pré, intra e pós-operatórias podem causar insuficiência renal, que se
acompanha de maior risco cirúrgico. Frente à disfunção renal, deve-se agir prontamente,
até com a instalação de diálise.
A circulação extracorpórea, muito utilizada em cirurgia cardíaca, determina uma
série de modificações fisiológicas. O contato do sangue com a superfície da membrana
180
do filtro da circulação extracorpórea leva a uma resposta inflamatória generalizada, por
meio de um sistema de cascata com a participação de uma série de enzimas
proteolíticas, que promovem modificações hemodinâmicas importantes, podendo chegar
até aos quadros graves de vasoplegia.
Durante a circulação extracorpórea o fluxo sanguíneo renal diminui
aproximadamente 25% a 75%, onde leva a uma redução da reserva funcional renal, que
chega a demorar até seis meses para retornar ao normal após a cirurgia cardíaca. A
disfunção renal em cirurgia cardíaca tem prevalência de aproximadamente 35% após
circulação extracorpórea. Insuficiência renal aguda que necessita de suporte dialítico
acontece em aproximadamente 1,5% dos pacientes submetidos a este procedimento.
A insuficiência respiratória é definida como a incapacidade do sistema
respiratório em manter as necessidades metabólicas do organismo, resultando em
hipóxia e/ou hipercarbia. A insuficiência respiratória é uma complicação frequente,
sendo a causa mais significativa de morbidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca.
Interferem em sua instalação: condições do sistema respiratório prévias à
cirurgia (pacientes portadores de pneumonia, em vigência de descompensação cardíaca,
ou com doenças que interfiram no funcionamento respiratório ou em seu estado
nutricional); fatores intraoperatórios, tendo importância particular a anestesia e a
circulação extracorpórea; e fatores pós-operatórios, representados particularmente pela
assistência ventilatória mecânica, com potencial para causar lesões pulmonares e torná-
las críticas.
Os cuidados iniciais com o paciente sob assistência ventilatória mecânica, a
programação ventilatória adequada e o manejo apropriado das complicações tanto da
disfunção ventilatória como cardiovascular são primordiais para a melhora do
prognóstico ou, no mínimo, para se evitar a geração de lesões pulmonares adicionais.
Os principais objetivos da abordagem terapêutica são, portanto, a correção do
processo fisiopatológico, a atenuação dos efeitos da incapacidade temporária do sistema
respiratório e a adequação do transporte periférico de oxigênio, além de evitar ou
minimizar as possíveis complicações, como desnutrição, infecção e cronicidade do
processo.
181
As arritmias cardíacas são achados comuns no pós-operatório de cirurgias
cardíacas, acometendo entre 20% e 40% dos pacientes. São causas de retardo na
evolução clínica em decorrência dos distúrbios hemodinâmicos que acarretam.
Taquicardias rápidas aumentam o consumo de oxigênio miocárdico e provocam baixo
débito, cuja gravidade dependerá do grau de disfunção ventricular. A fibrilação atrial e a
taquirritimia são mais comuns e suas consequências se dão por elevação da frequência
cardíaca e os fenômenos tromboembólicos A falta de estudos prospectivos impede a
instalação de uma conduta definitiva como tratamento. Ou faz-se a prevenção
medicamentosa, ou a utilização de marca-passo para a estimulação atrial contínua. O
risco de tromboembolismo deve ser considerado e a tendência atual é que os pacientes
sejam anticoagulados quando a arritmia tem a duração igual ou maior que 48 horas.
182
Alterações no Sistema Nervoso e Periférico
183
A parada cardíaca caracteriza-se pela ausência da atividade mecânica miocárdica
eficaz e, em qualquer ocasião, representa um acontecimento grave e potencialmente
fatal, com riscos de sequelas futuras, principalmente neurológicas. Durante o pós-
operatório da cirurgia cardíaca, esta se torna ainda mais grave, pois apresenta aspectos
particulares, sendo este um coração com sofrimento miocárdico previamente
estabelecido.
A melhor forma de tratamento da parada cardíaca é o reconhecimento precoce e
a correção desses fatores desencadeantes. Uma vez instalada, a parada cardíaca exige
abordagem rápida, coordenada e eficaz, fatores de fundamental importância para a
obtenção do sucesso em sua reversão e para minimizar a ocorrência de sequelas.
TRANSPLANTE CARDÍACO
Indicações do Transplante
184
A indicação principal do transplante cardíaco é a insuficiência cardíaca
irreversível, com importante dispneia e fadiga extrema, resistente a tratamentos clínicos.
O ventrículo esquerdo apresenta-se muito debilitado e a fração de ejeção (proporção de
sangue que sai do coração) é frequentemente inferior a 25%. O débito cardíaco está
igualmente diminuído, com aumento da pressão pulmonar. O método mais sensível de
avaliação da insuficiência cardíaca é a medida das trocas gasosas após esforço e em
particular a medida do volume de oxigênio (VO² max). Uma VO² max inferior a 14
ml/min/Kg é indicação obrigatória de transplante cardíaco.
Esses são alguns dos mecanismos da grave insuficiência cardíaca: o coração
pode estar dilatado (caso das cardiopatias dilatadas primárias ou secundárias a um
infarto do miocárdio); o coração pode estar hipertrofiado (paredes muito aumentadas) e
não consegue receber quantidade suficiente de sangue; ou o coração pode ainda
apresentar doenças específicas do músculo cardíaco, como as miocardites, que são
inflamações devidas a um agente infeccioso. Em certos casos, cardiopatias congênitas
também exigem transplante cardíaco.
185
- doença imunológica com possível agressão ao coração.
A contraindicação mais importante é a existência de hipertensão da circulação
pulmonar, traduzida pela elevação da resistência pulmonar. No caso de lesão pulmonar,
torna-se então necessário um transplante coração-pulmão.
A Técnica de Transplante
186
oxigenado vindo dos pulmões. Esta técnica permite ao cirurgião não ter de reimplantar
as grandes veias, o que evita numerosas complicações.
suturado à parte correspondente do átrio esquerdo do coração doado e o mesmo
é feito para o átrio direito.
Em seguida a artéria pulmonar do receptor é ligada em sua posição, na saída do
ventrículo direito do doador, e da mesma forma a aorta é conectada ao ventrículo
esquerdo. O coração é esvaziado e o ar totalmente evacuado. O órgão enxertado pode
então receber o sangue do paciente receptor e a circulação extracorpórea é
desconectada, após ter-se assegurado do bom funcionamento do coração.
O paciente deve ser atendido com eficácia, rapidez e coordenação. Será recebido
por um enfermeiro e sua equipe de enfermagem.
Funções do ENFERMEIRO:
• Conectará o paciente ao ventilador, que previamente terá sido
programado com os parâmetros ventilatórios adequados;
• Verificará se o paciente é portador de marca-passo e as características
do mesmo;
• Realizará uma primeira coleta de sangue, para que sejam confiáveis os
resultados de bioquímica e gasometria arterial;
• Realizará uma prescrição de enfermagem;
• Observar os parâmetros hemodinâmicos, o estado de consciência, a boa
auscultação em ambos os campos pulmonares;
• Observar a equipe de enfermagem na administração de medicações que
sempre será feita através de torneira de três vias, nunca por punção do sistema;
enfermagem.
187
Alimentação
A alimentação deve ser escolhida com muito critério e sem excessos, seguindo
as seguintes orientações para sua recuperação:
1 - Utilize óleo vegetal, leite magro e produtos derivados do leite sem gordura;
2 - Buscar alimentar-se de peixes, aves ou carnes magras;
3 - Frutas, legumes e verduras são importantes devido às vitaminas e fibras
que elas contêm e que são fundamentais para o bom funcionamento do aparelho
gastrointestinal;
4 - Gordura animal, frituras, massas, açúcar e sal em excesso são
prejudiciais;
5 - Não ingerir bebidas alcoólicas durante os primeiros meses após a
cirurgia e somente consumir após liberação do seu médico;
6 - Evitar a ingestão de café, pois em grande quantidade é estimulante do
sistema Nervoso Central;
7 - Caso você seja diabético, procure orientações do médico ou
nutricionista.
Medicação
188
5 - O seu osso esterno precisará de 60 dias para sua total consolidação, por
isto tome os cuidados devidos;
6 - Não receba sol diretamente na cicatriz por 30 dias. Caso o faça, utilize
protetor solar acima de 30(FPS).
Banho
Sexo
1 - Atividade sexual poderá somente ser iniciada após 30 dias da alta hospitalar;
2 - A atividade deve ser feita em posições passivas;
3 - Deve-se observar moderação nesta prática.
1 - Você poderá dormir 8 horas por noite;
2 - Caso não consiga dormir, procure orientação médica;
3 - Evite tomar café, pois é estimulante, recomendam-se chás relaxantes
(ex: camomila, erva cidreira ou outros de sua preferência);
4 - Evite situações de estresse;
5 - Procure relaxar ouvindo boa música e ler bons livros, etc.
Fumo
189
2 - Este hábito só poderá ser realizado com autorização do seu médico.
Relacionamento Social
Após 15 dias
· Poderá realizar visitas curtas a familiares e amigos.
Atividade Física
Trabalho
Viagens
190
2 - Trajetos que se estendam por mais de 2 horas é aconselhado
interromper o trajeto e caminhar períodos curtos;
3 - Aguardar liberação médica para viagens prolongadas;
4 - Evite subir escadas. Se for indispensável, faça-o com auxílio de uma
pessoa, subindo devagar e parando a cada três degraus.
Após 1º dia
Orientações da Fisioterapia
191
Cuidados para prevenir o edema de membros inferiores:
Agressões que produzam alteração ou perda das células endoteliais levam a dois
fenômenos simultâneos: a ativação de plaquetas e da coagulação, que são sinérgicos na
formação do trombo. A célula endotelial lesada perde a capacidade de produzir os
fatores que impedem a adesão de plaquetas, como o óxido nítrico ou “endothelial
derived relaxing factor (EDRF)” e a Prostaciclina (PGI3), além de permitir a exposição
de estruturas subendoteliais, especialmente o colágeno. Com a exposição de estruturas
subendoteliais, as plaquetas ligam-se ao colágeno por meio de sítios específicos, o
complexo formado pelas glicoproteínas Ib e IX (GP IbIX), que também se une ao fator
plasmático, o fator de von Willebrand, formando uma ponte entre as plaquetas e o
subendotélio.
Outros agentes agregantes plaquetários atuam por meio de receptores
específicos: trombina, o principal ativador em condições fisiológicas, adenosina
difosfato (ADP), tromboxane A2, serotonina, prostaglandinas. Essa interação com
receptores da superfície plaquetária aciona os gatilhos para sua ativação, por meio de
sinal transmitido para o interior da célula. O sinal gerado pela interação entre o ligante e
o receptor faz a mediação da transformação de compostos altamente fosforilados em
mensageiros intracitoplasmáticos.
192
A geração do segundo mensageiro em qualquer das duas vias é feita dentro do
citoplasma da plaqueta por meio da ativação do sistema de proteínas ligadoras de
guanina – as proteínas G –, presentes também em outras células. A proteína G, na face
interna da plaqueta, liga-se a uma molécula de guanina difosfato (GDP) em situação de
repouso. O ligante interage com o receptor específico para ele, na face externa da
membrana plaquetária. A molécula de GDP dissocia-se então da proteína, deixando-a
livre. Uma molécula de guanina trifosfato (GTP) liga-se em seu lugar e interage com a
enzima fosfolipase C ou a adenil ciclase, que é o amplificador de sinal, dentro da
membrana plaquetária.
Essa enzima então vai converter um composto fosforilado em segundo
mensageiro, que inicia a resposta plaquetária. Na via de ativação, a fosfolipase C
transforma o fosfatidilinositol em inositol trifosfato e diacilglicerol. Na via de inibição,
a adenil ciclase converte a adenosina trifosfato (ATP) em adenosina monofosfato cíclico
(AMPc). A fosfolipase C é uma família de enzimas que representam o segundo
mensageiro para agonistas plaquetários, como a trombina, o colágeno, o PAF, os
endoperóxidos de prostaglandinas, a desmopressina e a adrenalina. Sua função é
quebrar uma ligação na molécula do fosfatidil inositol (PIP2) da membrana plaquetária,
formando dois compostos importantes na ativação plaquetária: o inositol trifosfato
(IP3), que atua aumentando o cálcio intracitoplasmático, e o diacilglicerol (DG), que
ativa a proteína cinase C.
Tanto o aumento do cálcio intracitoplasmático como a ativação da proteína
cinase C atuam de modo sinérgico, estimulando várias etapas da intensificação
plaquetária, isto é, a secreção de grânulos e liberação do ácido araquidônico do estoque
de fosfolipídios da membrana plaquetária. O cálcio intracitoplasmático liga- se à
calmodulina, ativando o sistema contrátil actina-miosina e promovendo a mudança de
forma e secreção dos grânulos plaquetários. Isso resulta no recrutamento de novas
plaquetas por meio dos constituintes dos grânulos, como o ADP e a serotonina.
O cálcio ativa ainda a fosfolipase A2, que libera o ácido araquidônico a partir do
fosfatidilinositol da membrana plaquetária, iniciando a via de síntese de prostaglandinas
e de tromboxane A2. O ácido araquidônico sofre deacilação, por meio da via da ciclo-
oxigenase, que o transforma em endoperóxidos de prostaglandina: prostaglandina G2
(PGG2) e prostaglandina H2 (PGH2). Esses são então transformados em tromboxane
A2 pela tromboxane sintetase, presente apenas nas plaquetas. O tromboxane A2
também recruta novas plaquetas para o local de formação do trombo. É nesse ponto que
193
atua o agente antiagregante mais utilizado mundialmente: a aspirina. Ela acetila a ciclo-
oxigenase de modo irreversível, inibindo a síntese de tromboxane A2 e a ativação
plaquetária.
Após ativação, a proteína cinase C modifica a conformação da glicoproteína
(GP) IIb/IIIa, o que a torna capaz de ligar o fibrinogênio, promovendo a interação
plaqueta a plaqueta. A ligação do fibrinogênio à GP IIb/IIIa é específica e dependente
de íons cálcio. Só ocorre quando a plaqueta foi ativada, não ocorrendo ligação à
plaqueta em repouso. O abximab, composto pela fração Fab da imunoglobulina
quimérica (humana e de coelho) dirigida contra a GP IIb/IIIa, permite a inibição desse
ponto da função plaquetária. Essa droga tem sido utilizada, com sucesso, na prevenção
de trombose em procedimentos como a angioplastia.
O agente capaz de inibir a função plaquetária é a prostaciclina, ou PGI3,
produzida na célula endotelial. A PGI3 liga-se a um receptor específico, ativando a
proteína G, que atua sobre a adenilciclase da membrana plaquetária. A adenilciclase
leva à transformação do ATP em AMPc. A adenosina monofosfato (AMP) impede a
liberação de cálcio do sistema tubular denso, inibindo a ação do inositol trifosfato e de
várias cinases, prevenindo a agregação plaquetária.
Ácido Acetilsalicílico
194
seria impedir a trombinogenese por um mecanismo independente da cicloxigenase,
colaboraria com seu efeito antitrombótico.
O AAS está indicado em TODAS as síndromes coronarianas agudas ou crônicas
e nos procedimentos de revascularização, desde que não haja contraindicação formal à
droga. A profilaxia primária da DAC com o uso de AAS em pacientes sem doença
coronariana conhecida não é indicada, pois não há benefício evidente. Pode ser
considerado como exceção seu uso no homem sem DAC diagnosticada, acima de 50
anos, com vários fatores de risco não controlados para a DAC.
Nome comercial:
AAS (Sanofi-Synthelabo) comp.100/500mg; Aceticil (Cazi) 100/500mg
Aspirina (Bayer) comp. 500mg;
Aspirina prevent (Bayer) cápsulas 100mg; Aspisin (Farmasa) gotas 200mg/ml;
Alidor (Aventis Pharma) 500mg; Analgesin (Teuto Brasileiro) 100/500mg; Antifebrin
(Royton) 100/500mg;
A-Salicil (Itafarma) 100/500mg;
Bufferin (Bristol Meyers Squibb) 500mg; Cimaas (Cimed) 100/500mg;
Somalgim (Novaquimica) comp. 325/500mg; Somalgim cardio (Novaquimica)
comp. 100/325mg;
Acido Acetilsalicilico (EMS, NeoVita,Vital Brazil, Green Pharma, Catarinense)
Ticlopidina e Clopidogrel
195
e pancitopenia). O clopidogrel não possui essa toxicidade quando testado em ratos.
Heparina
Dose: controlada pelo PTTa, que deve permanecer de 1,5 a 2,5 o padrão.
Inicialmente o controle deve ser de 6/6h, podendo passar para uso diário após atingir
“steady-state”.
- SC em megadoses, como substituição aos cumarínicos, como por
exemplo, durante a gestação, em doses de até 35.000U/dia em três doses diárias.
- SC em baixas doses 5.000U 12/12H para profilaxia da trombose venosa
profunda e do tromboembolismo.
Nome Comercial:
Actaprin (Bergamo) 0,25ml/5.000U e 5ml/25.000U; Cellparin (Cellofarm)
196
5ml/25.000U;
Disotron (Ariston) 5ml/25.000U. Heparinas de Baixo peso molecular
Enoxiparina:
Clexane (Aventis) 20 / 40mg - amp uso SC
Uso no IAM
197
e nitratos apenas. Máxima atenção deve ser dada ao paciente com disfunção ventricular
utilizando essa associação.
BETABLOQUEADORES
Betabloqueadores no IAM
O uso na fase aguda do IAM reduz o índice cardíaco, a frequência cardíaca e a
pressão arterial. Em última análise, diminui o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Um
efeito metabólico benéfico do beta bloqueio é a redução dos níveis sérios de ácidos
graxos, causada pela inibição da lipólise, por redução das catecolaminas. Os ácidos
198
graxos livres aumentam o consumo de miocárdico de O2 e provavelmente a incidência
de arritmias. O uso na fase aguda, em especial nas primeiras 4 horas de IAM, reduz a
área infartada. Ocorre redução da mortalidade, do reinfarto e de parada cardíaca não
fatal.
Apesar da droga potencialmente poder causar aumento dos níveis da pressão
capilar pulmonar, ela só leva ao edema agudo de pulmão ou choque cardiogênico em
cerca de 2 a 3 % dos casos de IAM, se o paciente for bem selecionado.
Recomendação de uso: Pacientes em estado hiperdinâmico, taquicardia sinusal,
hipertensão, na ausência de sinais de insuficiência ventricular ou broncoespasmo, em
especial nas primeiras 4 horas de IAM. Caso não haja contraindicações o
betabloqueador deve ser mantido no pós IAM por pelo menos dois anos. Caso o
paciente apresente alguma complicação como broncoespasmo, insuficiência cardíaca ou
bloqueio AV, a droga deve ser suspensa.
Não devem ser usados no IAM os betabloqueadores com atividade
simpaticomimética intrínseca, como o pindolol e o oxprenolol.
Contraindicações relativas:
- Passado de asma;
- Doença vascular periférica severa;
- Diabetes mellitus insulinodependente de difícil controle.
Angina instável
Deve ser administrado a todos os pacientes com angina instável desde que não
199
estejam incluídos em contraindicação da droga. Pacientes que não usavam
anteriormente o betabloqueador deve ter esta incluída à sua prescrição mesmo que já em
uso de bloqueadores de cálcio ou nitratos. Os pacientes já em uso do betabloqueador
devem ter como parâmetro a frequência cardíaca, que deve permanecer em torno de 60
bpm, para o ajuste de dose. Novamente nessa situação a insuficiência cardíaca originada
pela isquemia pode melhorar com o betabloqueador, seja por disfunção sistólica ou
diastólica. Descompensação de insuficiência cardíaca não é comum se respeitadas as
contraindicações.
Angina estável
OS NITRATOS
200
predominantemente mais venosa do que arteriolar. A venodilatação predominante
produz diminuição do volume das câmaras cardíacas e da pressão diastólica final,
ocorrendo pouca alteração na resistência vascular sistêmica. A pressão arterial pode cair
pouco e a frequência cardíaca normalmente se mantém inalterada ou pouco aumentada
por ação reflexa. A resistência vascular pulmonar diminui, bem como o débito cardíaco.
Mesmo doses que não alterem a pressão arterial levam à dilatação arteriolar nos vasos
meníngeos, induzindo a flush facial e à cefaleia. Doses elevadas podem causar maior
sequestro venoso, hipotensão e baixo débito.
Efeitos na circulação coronariana: Os nitratos têm a capacidade de causar
vasodilatação das artérias epicárdicas mesmo que acometidas por aterosclerose.
Promove a redistribuição do fluxo coronariano para áreas isquêmicas. Produz
principalmente a diminuição da demanda de oxigênio miocárdico indiretamente por
meio do seu efeito hemodinâmico. A redução do volume e da pressão diastólica final
dos ventrículos leva a uma redução da tensão da parede ventricular. A tensão da parede
é um dos principais determinantes do nível de consumo de oxigênio pela fibra
miocárdica e sua redução parece ser o principal mecanismo antianginoso dos nitratos.
Metabolismo: Os nitratos orgânicos lipossolúveis sofrem metabolização hepática
pela enzima glutation-redutase, gerando compostos mais hidrossolúveis menos potentes
e nitritos inorgânicos. Esse metabolismo vai determinar a biodisponibilidade e o tempo
de ação da droga. O tempo de absorção do dinitrato de isossorbida e da nitroglicerina é
rápida, levando a concentrações plasmáticas em cerca de 5 minutos. A meia vida desses
dois compostos é da ordem de 40 minutos, sendo um pouco mais rápida a da
nitroglicerina. O 5-monitrato de isossorbida possui uma meia vida mais longa,
permitindo uma posologia melhor, sendo usado por via oral.
Tolerância: O uso contínuo dos nitratos leva à redução do seu efeito
farmacológico com o passar do tempo. Esta tolerância pode ser diminuída se o uso do
nitrato for interrompido por cerca de 8 a 12 horas entre a última dose de um dia e a
primeira dose do dia seguinte. O 5-mononitrato deve ser prescrito com horário
excêntrico (ex: 08h00 e 16h00) para evitar esse fenômeno, não devendo ser usado em
intervalos regulares (ex: 12/12h).
Efeitos colaterais: Cefaleia é um efeito comum e pode ser severa. Normalmente
diminui após alguns dias de tratamento. Pode ocorrer hipotensão postural em pacientes
imobilizados por longos períodos.
201
Mononitrato de Isossorbida Nome comercial:
Angil (Sanval) 5/10mg
Monocordil (Baldacci) 20/40/50mg , Cincordil (Novaquimica) comp 20/40mg;
Coronar (Biolab) comp. 20mg / amp. 10mg /1ml.
DROGAS VASOATIVAS
AGENTES SIMPATOMIMÉTICOS
202
Dopamina
Indicações
Doses
Cuidados
Deve ser utilizada somente para uso endovenoso, com o cuidado de não haver
extravasamento tissular, o que poderá acarretar uma intensa vasoconstrição local, com
necrose tecidual. Os efeitos colaterais da dopamina incluem: náuseas, vômitos, arritmias
(supraventriculares 4% e ventriculares 1 a 1,5%) e agravamento da vasoconstrição
pulmonar. Parece não haver uma interação medicamentosa importante com outras
drogas, podendo ser associada a corticoides, catecolaminas e diuréticos.
A dobutamina é uma droga simpatomimética sintética, com ação
predominantemente beta 1 agonista, tendo sido desenvolvida em 1978, depois que a
molécula da catecolamina foi modificada, à procura de uma droga que tivesse atividade
inotrópica. Trata-se de uma substância derivada da fenilalanina, agindo por meio da
203
estimulação direta nos receptores beta 1 e, indiretamente, nos demais receptores, por
meio da liberação de NA que, por sua vez, também estimula receptores beta 1. Possui
inúmeros efeitos, pois estimula todos os tipos de receptores, sendo esses
dosedependentes.
Por ser uma molécula polar, não atravessa a barreira hematoencefálica, não
apresentando, assim, ação no sistema nervoso central (SNC). Possui vida média de 1,7
minutos, sendo metabolizada e inativada diretamente pela catecol-o-metil transferase
(COMT) e monoamina oxidase (MAO), e parte transformada em noradrenalina e
adrenalina. Os seus metabólitos são eliminados por via renal.
Esta droga vasoativa possui baixa afinidade por receptores beta 2 e é quase
desprovida de efeitos alfa-adrenérgicos. Ao contrário da dopamina, a ação
farmacológica da dobutamina não depende das reservas liberáveis de noradrenalina. A
dobutamina perde seu efeito hemodinâmico durante infusão prolongada,
presumivelmente por causa da diminuição da atividade dos receptores adrenérgicos
(“down regulation”), mas mantém o seu efeito hemodinâmico melhor que a dopamina,
uma vez que essa diminui as reservas de noradrenalina do miocárdio. A dobutamina
possui vida média de dois (2) minutos, seu início de ação é rápido, não havendo, então,
necessidade de dose de ataque. A sua excreção é renal. Além disso, a dobutamina
apresenta poucos efeitos sobre a FC, aumenta a contratilidade miocárdica e o índice
cardíaco, não agindo sobre a resistência vascular, periférica, em doses médias.
Indicações
A droga é utilizada para melhorar a função ventricular e o desempenho cardíaco
em pacientes nos quais a disfunção ventricular acarreta diminuição no volume sistólico
e no DC como, por exemplo, choque cardiogênico e insuficiência.
Doses
A dobutamina é disponível na forma de hidrocloridrato de dobutamina, em
ampolas de 20 ml, com 250 mg da droga. Dilui-se uma (1) ampola (250 mg) em
230 ml de solução (exceto soluções alcalinas). A concentração final será de 1mg/ml.
Sua utilização é sempre diluída, endovenosamente, em infusão contínua, em doses de 3
a 15 mg/kg/min, que deverá ser individualizada para cada paciente de acordo com o
efeito hemodinâmico que se espera obter. O início da ação ocorre em dois (2) minutos,
com efeito máximo em dez (10) minutos.
204
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais da dobutamina incluem: arritmias, dores de cabeça,
ansiedade, tremores, aumentos ou reduções excessivas da PA.
Noradrenalina (NA)
A noradrenalina (NA) é o neurotransmissor do sistema nervoso simpático e
precursor da adrenalina. A NA possui atividade tanto no receptor alfa, como beta 1
adrenérgico, com pouca ação sobre receptores beta 2. Dependendo da dose utilizada,
obtém-se aumento do volume sistólico, diminuição reflexa da FC e importante
vasoconstrição periférica, com aumento da PA. A contratilidade e o trabalho cardíaco
também aumentam se o avanço da pós-carga for tolerado pelo ventrículo. A
noradrenalina é também um potente vasoconstritor visceral e renal, o que limita sua
utilização clínica. É também vasoconstritora sobre a rede vascular, sistêmica e
pulmonar, e deve ser usada com prudência em pacientes com hipertensão pulmonar.
Doses
Utilizam-se, normalmente, cinco (5) ampolas (2 mg) diluídas em 250 ml de
qualquer solução rotineira (exceto em soluções alcalinas), cuja concentração
final será de 0,04 mg/ml. A droga é disponível sob a forma de bitartarato de
noradrenalina, sendo que a infusão endovenosa, contínua é, geralmente, iniciada em
doses de 0,05 a 0,1 mg/kg/min, até que o efeito hemodinâmico desejado seja alcançado
e não haja efeitos colaterais importantes. As doses administradas podem atingir um
máximo de 1,5 a 2 mg/kg/min. Durante as manobras de RCP podem-se usar doses de
0,1 a 0,2 mg/kg, endovenosas ou intratraqueais, diluídas em 10 ml de água destilada.
Cuidados
As infusões de NA devem ser administradas preferivelmente por uma veia
central, a PA deve ser monitorizada a cada quinze (15) minutos, principalmente durante
o ajuste da dose. A função renal também deve ser monitorizada por meio de dosagens
de ureia, creatinina e volume de diurese. Cuidados com necrose e escaras, no local da
injeção intravenosa, devem ser prevenidos, evitando-se o extravasamento da droga. A
infusão deve ser efetuada em veia de grosso calibre e a localização desta deve ser
205
alterada, no mínimo, a cada doze (12) horas. A droga deve ser evitada em grávidas pelo
seu efeito contrátil sobre o útero gravídico. A administração de altas concentrações
também pode precipitar hipotensão acentuada, infarto do miocárdio ou hemorragia
cerebral.
Adrenalina
A adrenalina é um hormônio endógeno, largamente produzido pela suprarrenal e
liberado em resposta ao estresse. Essa droga vasoativa é um potente estimulador alfa e
beta-adrenérgico, com notáveis ações sobre o miocárdio, músculos vasculares e outros
músculos lisos, cujo efeito vasopressor é muito conhecido. O mecanismo da elevação da
PA, causado pela adrenalina, é devido a uma ação direta no miocárdio, com aumento da
contração ventricular (inotropismo positivo), um aumento da frequência cardíaca
(cronotropismo positivo) e uma vasoconstrição em muitos leitos vasculares (arteríolas
da pele, rins e vênulas).
Seus efeitos são diferentes, quando a droga é administrada por infusão
intravenosa ou injeção subcutânea, sendo que a absorção por esta via é mais lenta
devido à ação vasoconstritora, local, causada pela adrenalina. No miocárdio, a
adrenalina exerce uma ação direta sobre receptores beta 1 do músculo, células do
marca-passo e tecido condutor. A FC e o ritmo quase sempre são alterados. A sístole
torna-se mais curta e potente. Aumentam o débito e o trabalho cardíacos, bem como o
VO2 do miocárdio. O período refratário do músculo ventricular, por sua vez, diminui,
predispondo-o ao aparecimento de arritmias. Na musculatura lisa sua ação
predominante é de relaxamento pela ativação de receptores alfa e beta- adrenérgicos.
A droga exerce, também, importantes efeitos na musculatura brônquica
(broncodilatação) pela interação com receptores beta 2 do músculo liso, bronquial,
combinada à inibição da degranulação de mastócitos. Esse efeito é determinado
largamente pela quantidade de adrenalina circulante, visto que a inervação simpática do
músculo liso, brônquico é escassa. A droga também eleva as concentrações de glicose
(aumento da neoglicogênese e inibição da secreção de insulina) e do lactato sérico.
Pode, também, provocar hipopotassemia e aumento entretanto, ocorrer reações
sistêmicas, acompanhadas de arritmias. A sua metabolização é hepática, sendo
que sua vida média é de, aproximadamente, três minutos.
206
Indicações
As principais indicações da adrenalina incluem estados de choque circulatório
que não respondem às outras catecolaminas menos potentes, em particular no choque
cardiogênico, quando de uso combinado com agentes redutores da pós-carga.
Recomenda-se esta droga no tratamento de brocoespamos severos, na dose de 0,01
mg/kg até 0,3 mg, a cada vinte (20) minutos. Endovenosamente é indicada no
tratamento da anafilaxia e, durante as manobras de ressuscitação cardiopulmonar, é o
agente farmacológico de efeito vasoconstritor mais eficaz.
Doses
A adrenalina é disponível em uma variedade de formulações para as
diferentes indicações clínicas e vias de administração. A droga é instável, em
solução alcalina, e é oxidada, quando exposta ao ar ou à luz. A sua apresentação mais
comumente encontrada são ampolas de 1 ml, com 1 mg da droga (1:1000). Em infusão
contínua, costuma-se diluir a droga em SF 0,9% ou SG 5%. Utilizam-se cinco (5)
ampolas (5 mg) em 250 ml de solução, cuja concentração será de 20 mg/ml. O início da
administração é efetuado com doses de 0,05 a 0,1 mg/kg/min, que podem ser
aumentadas, progressivamente, até que se obtenha o efeito hemodinâmico desejado.
Doses maiores que 2 mg/kg/min devem ser evitadas. Durante as manobras de RCP, as
doses padronizadas são de 0,5 a 1 mg (endovenoso ou endotraqueal, diluídas em 10-20
ml de água destilada) repetidas a cada cinco a dez (5-10) minutos.
Vasodilatadores
A falência circulatória aguda possui muitas etiologias, porém os mecanismos
determinantes são: a diminuição do volume circulante, a diminuição do DC e a
diminuição da resistência vascular periférica. O uso de drogas com ação vasodilatadora
é útil nos casos em que a reposição volêmica adequada e a otimização do DC com os
agentes inotrópicos não reverteram à condição de baixo débito, persistente. Isso
acontece, principalmente, nos casos de choque cardiogênico pós IAM, nos quais existe
um aumento nas pressões de enchimento ventricular, associadas a incremento na
resistência vascular, periférica (pós-carga).
Nitroprussiato de sódio
207
O nitroprussiato de sódio é um vasodilatador misto, com efeitos sobre os
territórios arterial e venoso. Age diretamente na musculatura lisa, vascular, pela
interação com grupos intracelulares de sulfidrila, inibição do transporte de cálcio e
alteração dos nucleotídeos cíclicos, intracelulares. Não apresenta efeito direto sobre as
fibras musculares cardíacas, sendo seu incremento no DC devido à ação vasodilatadora.
O nitroprussiato de sódio promove uma redução no VO2 do miocárdio. O fluxo
sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular são mantidos e a secreção de renina,
pelo organismo, é aumentada. A droga promove, então, diminuição da resistência
periférica total, diminuição da PA, pouca alteração da FC e redução da resistência
vascular, pulmonar, sendo rapidamente metabolizada e convertida em tiocianato através
de reação catalisada pela rodonase no fígado.
Doses
O nitroprussiato de sódio é utilizado em infusão endovenosa, contínua e
exclusivamente em doses que variam de 1 a 5 mg/kg/min. As doses necessárias para se
obter uma resposta adequada devem ser tituladas e são variáveis, dependentes da idade
do paciente e do grau de hipotensão desejado. A duração da terapêutica não deve
exceder três (3) a quatro (4) dias. Dispõe-se, para utilização, de ampolas com 50 mg da
droga, normalmente diluídas em 2 ml de solvente e adicionadas a 250 ml de SG 5%,
com concentração final de 200 mg/ml. Como existe uma sensibilidade da substância à
luz, apenas soluções recentes (no máximo seis
(6) horas após o preparo) devem ser utilizadas, e o frasco, assim como o equipo,
devem ser envoltos com material opaco.
Efeitos colaterais
As intoxicações pelo cianeto e tiocianato podem ocorrer, quando se usam doses
superiores a 5 mg/kg/min, por tempo prolongado. Parece que a toxicidade desses
metabólitos é proporcional à velocidade de infusão e não à quantidade total de
nitroprussiato de sódio, administrada. A intoxicação pelo cianeto leva ao bloqueio da
respiração aeróbica, celular, promovendo acidose metabólica, sendo, no entanto, um
evento de ocorrência rara. Constituem-se sinais de intoxicação aumento na resistência
periférica, total, cujo resultado será o aumento da pressão arterial e a redução do DC.
O VO2 do miocárdio aumenta proporcionalmente à tensão na parede ventricular.
A pressão de enchimento ventricular, aumentada, predispõe à hipertensão pulmonar
208
com grande risco de desenvolvimento de edema agudo de pulmão. Dessa forma, com a
diminuição simultânea da pressão de enchimento ventricular esquerdo, da resistência
periférica total (com redistribuição do fluxo sanguíneo de áreas não essenciais para
áreas nobres) e da impedância ao esvaziamento ventricular esquerdo, o uso de
vasodilatadores está indicado, ocasionando uma melhor performance cardíaca, com
incremento no débito. Consequentemente, a pressão capilar, pulmonar seria reduzida
com benefícios imediatos. O uso de vasodilatadores não altera significativamente a
frequência cardíaca, visto que há um aumento do volume sistólico, em resposta à queda
da resistência vascular, sistêmica, induzida por essas drogas.
Os vasodilatadores podem ser classificados, genericamente, de acordo com seu
sítio de ação em venodilatadores (nitratos e nitroglicerina), arteriolodilatadores
(hidralazina) e de ação mista (nitroprussiato de sódio, prazozin, inibidores da ECA e
clorpromazina). Particularmente, o vasodilatador mais utilizado em terapia intensiva é o
nitroprussiato de sódio.
Os objetivos:
Devemos pensar em farmacologia em termos de indicação e categoria de ação e
sempre lembrar os objetivos principais:
- Corrigir hipoxemia;
- Estabelecer circulação espontânea com uma pressão sanguínea
adequada;
- Promover função cardíaca ótima;
- Prevenir ou controlar arritmias importantes;
- Aliviar a dor;
- Corrigir a acidose;
- Tratar a insuficiência cardíaca congestiva.
EPINEFRINA (adrenalina)
Mecanismo de ação:
209
agonista. Ela produz as seguintes respostas vasculares:
- Aumento da resistência vascular sistêmica;
- Aumento das pressões sistólicas e diastólicas;
- Aumento da atividade elétrica do miocárdio;
- Aumento do fluxo coronário e cerebral;
- Aumento da força contrátil do miocárdio;
- Aumento da necessidade miocárdica de O2;
- Aumento da automaticidade.
Indicações:
Na PCR em FV ou TV sem pulso, que não responde aos choques elétricos
iniciais, assistolia e AESP. A infusão pode também ser usada para tratar pacientes com
bradicardia profundamente sintomática.
Dosagem:
210
Vasopressina
Indicações:
- Pode ser usada como um vasopressor alternativo à adrenalina no
tratamento da FV refratária ao choque.
- Pode ser útil no suporte hemodinâmico de pacientes em choque por
vasodilatação (p. ex. choque séptico).
- Na parada cardíaca tem como efeito aumentar a perfusão coronariana.
Precauções/Contraindicações:
- Vasoconstritor periférico potente. O aumento da resistência vascular
periférica pode provocar isquemia cardíaca e angina.
- Não recomendado para pacientes conscientes portadores de doença
arterial coronariana.
Dosagem no adulto:
- Dose na parada cardíaca: 40 U EV em bólus (dose única)
ATROPINA
Mecanismo de ação:
O sulfato de atropina é uma droga parassimpaticolítica que aumenta tanto a
automaticidade do nó sinusal como a condução atrioventricular (AV) por ação
vagolítica direta.
Indicações:
No miocárdio doente, a elevação do tônus parassimpático pode precipitar
distúrbios de condução ou assistolia. A atropina é indicada como terapêutica inicial para
os pacientes com bradicardia sintomática, incluindo aqueles com FC dentro da faixa
“fisiológica”, nas quais uma taquicardia sinusal seria mais apropriada.
Dosagem:
A atropina é administrada IV na dose de 0,5 a 1,0 mg. A dose pode ser repetida
a intervalos de 5 minutos até que a resposta desejada seja alcançada (isto é, um aumento
na FC, usualmente até 60 bpm ou superior, ou melhora dos sinais e sintomas). Doses
repetidas de atropina devem ser evitadas quando possível, especialmente em pacientes
211
com doença cardíaca isquêmica. Quando o uso da atropina é essencial nos pacientes
com doença arterial coronariana, a dose total deve ser restrita a 2 a 3 mg (máximo de
0,03 a 0,04 mg/Kg), se possível para evitar os efeitos prejudiciais da taquicardia
induzida pela atropina no consumo de O2 pelo miocárdio.
* A administração endotraqueal de atropina pode ser usada em pacientes sem
acesso venoso, a dose recomendada é de 1,0 a 2,0 mg diluídos para um total que não
exceda 10 ml de solução aquosa ou salina normal.
Bicarbonato de Sódio
Mecanismo de ação:
O bicarbonato de sódio (NaHCO3) é o agente tampão mais amplamente usado na
clínica. O NaHCO3 se dissocia em íons sódio e bicarbonato. Na presença de íons
hidrogênio, o bicarbonato é convertido em ácido carbônico e, portanto, em CO 2, que é
transportado para os pulmões para ser excretado. A formação de CO2 facilmente
excretável permite ao NaHCO3 funcionar como um eficiente tampão, como se segue:
H + HCO3 H2CO3 H2 +
212
Em condições normais de ventilação e perfusão, o CO2 gerado pelo NaHCO3 é
eliminado pelos pulmões e íons hidrogênio em excesso são, efetivamente, neutralizados.
Entretanto, com o transporte de CO2 dos tecidos para os pulmões e a remoção do CO2
pelos pulmões estão reduzidos durante a RCP, o CO2 gerado pala ação tamponante do
NaHCO3 pode não ser adequadamente eliminado. Por sua livre difusibilidade através
das membranas, o CO2 que permanece ao nível dos tecidos pode induzir acidose
hipercárbica paradoxal tecidual e intracelular, o que pode resultar em redução da
contratilidade miocárdica e da possibilidade de ressuscitação.
O ponto mais importante sobre a utilização do NaHCO 3 durante a RCP é sua
aparente incapacidade em aumentar o sucesso da desfibrilação ou aumentar as taxas de
sobrevivência após parada cardíaca de curta duração.
Indicações: Em certas circunstâncias, como acidose metabólica preexistente,
hipercalemia ou intoxicação com tricíclicos ou fenobarbital, o bicarbonato é benéfico.
Se a terapêutica com tampão for considerada necessária, esta deve ser executada
rapidamente. Após a RCP com sucesso, a administração de bicarbonato de sódio pode
ajudar a tamponar o excesso de ácido observado com o restabelecimento da respiração
espontânea.
Dosagem: Deve-se dar 1mEq/Kg IV em bólus como dose inicial. Posteriormente
dá-se metade desta dose a cada 10 minutos. Se a análise dos gases sanguíneos for
disponível e suficientemente rápida para que o resultado reflita o estado ácido-básico
naquele momento, a terapia com bicarbonato pode ser guiada pelo cálculo do déficit de
base ou pela concentração de bicarbonato.
O bicarbonato de sódio pode ser administrado por infusão contínua, quando o
objetivo terapêutico é a conexão gradual da acidose ou a alcalinização sanguínea. Para
administrar uma solução de bicarbonato de sódio, utilizar uma solução de bicarbonato
de sódio a 5% (297,5 mEq/500 ml). A velocidade de infusão deve ser guiada pela
monitorização dos gases sanguíneos arteriais.
Cloreto de Cálcio
213
sarcoplasmático são rapidamente transferidos para os locais de interação entre os
filamentos de miosina e actina do sarcômero, para iniciar o encurtamento da miofrila.
Assim, o cálcio aumenta a função contrátil do miocárdio. Os efeitos inotrópicos do
cálcio são modulados por sua ação na resistência vascular sistêmica. O cálcio pode
também aumentar como diminuir a resistência vascular sistêmica. Em corações normais,
os efeitos, inotrópico positivo e vasoconstritor produzem aumento previsível de pressão
arterial.
Indicações: Embora os íons cálcio desempenhem um papel importante na
contratilidade miocárdica e na formação do impulso, estudos retrospectivos e
prospectivos em situações de parada cardíaca não demonstram benefício do uso do
cálcio na presença de hipercalemia, hipocalemia, (p. ex., após múltiplas transfusões
sanguíneas) ou toxicidade por bloqueadores de canal de cálcio, o cálcio provavelmente
é útil, caso contrário, não deve ser usado.
Dosagem: Hipercalemia e intoxicação por bloqueador de canal de cálcio: dar 8 a
16 mg / Kg de solução a 10%, repetir s/n.
Precauções: Se o coração está batendo, a administração rápida de cálcio pode
causar lentificação da FC. Em pacientes usando digital deve ser usado com cautela,
porque o cálcio aumenta a irritabilidade ventricular e pode precipitar intoxicação
digitálica. Na presença de bicarbonato de sódio, os sais de cálcio precipitarão como
carbonatos. Portanto, estas drogas não podem ser administradas juntas. Cálcio pode
produzir vasoespasmo nas artérias coronárias e cerebrais.
Sulfato de Magnésio
214
associadas ao IAM continuam a se acumular.
Dosagem: Para administração aguda durante TV, 1 ou 2 g de sulfato de
magnésio (2 a 4 ml de solução a 50 %) são diluídos em 10 ml de SG 5% e
administrados em 1 a 2 minutos; na FV, o magnésio deve ser dado IV em bólus.
Quando o magnésio é administrado, deve-se estar atento ao aparecimento de hipotensão,
clinicamente significativa ou assistolia.
Agentes Antiarrítmicos
Lidocaína
215
de escolha para as taquicardias de complexo alargado de origem desconhecida.
Em razão do baixo fluxo sanguíneo e ao tempo de circulação prolongado
observado durante a RCP, somente a administração em bólus de lidocaína deve ser
utilizada no tratamento de pacientes em parada cardíaca. Após a restauração da
circulação espontânea, a lidocaína deve ser administrada por infusão IV contínua, numa
velocidade de 30 a 60 mg/Kg/minuto (2 a 4 mg / min). A necessidade de bólus
adicionais de lidocaína deve ser guiada pela resposta clínica ou pela concentração
plasmática de lidocaína. Em parada cardíaca, a lidocaína pode ser administrada via tubo
endotraqueal. Utilize 2 a 2,5 vezes a dose IV para obter níveis sanguíneos comparáveis
aos da administração IV. Para prevenir níveis subterapêuticos de lidocaína após o bólus
inicial, um segundo bólus de 0,5 a 0,75 mg/Kg podem ser dados a cada 5 a 10 minutos
até uma dose total de 3 mg / Kg.
A lidocaína sofre metabolização hepática dependente do fluxo sanguíneo.
Embora a dose de ataque de lidocaína não necessite ser reduzida, a dose de manutenção
deve ser reduzida de 50% na presença de diminuição do fluxo sanguíneo hepático
(IAM, ICC, ou choque circulatório) porque o clearence corpóreo total da lidocaína está
reduzido. A dose de manutenção também precisa ser reduzida de 50% nos pacientes
com mais de 70 anos, pois eles têm um volume de distribuição reduzido.
As doses de manutenção após 12 a 24 horas devem ser baseadas no peso
corpóreo ideal (não atual) e nos níveis séricos de lidocaína para evitar toxicidade.
Precauções: Doses excessivas de lidocaína podem produzir alterações
neurológicas, depressão do miocárdio e circulatória. Indicadores de toxicidade
neurológica induzida por lidocaína incluem sonolência, desorientação, diminuição da
capacidade auditiva, parestesia e contrações musculares. Alguns pacientes podem se
tornar muito agitados. Os efeitos tóxicos mais graves incluem convulsões focais e tipo
grande mal. O tratamento consiste na suspensão da lidocaína e se necessária
administração de anticonvulsivantes. Altas doses de lidocaína podem induzir
bloqueio cardíaco, deprimir a descarga espontânea do nó sinusal ou alterar a condução
AV.
AMIODARONA
Indicações:
216
Utilizada para uma ampla variedade de taquiarritmias ventriculares e
supraventriculares e para o controle da frequência com pacientes com arritmias atriais
rápidas, em pacientes com disfunção de VE, nos quais a digoxina tenha sido ineficaz.
Recomendado para:
- Tratamento da FV/TV sem pulso refratário ao choque.
- Tratamento da TV polimórficas e da taquicardia de complexo largo de
origem desconhecida.
- Controle da TV hemodinamicamente estável quando a cardioversão
tenha falhado. Particularmente útil na disfunção do VE.
- Como adjunto à cardioversão elétrica na TPSV (Taquicardia Paroxística
supraventricular).
- Aceitável na terminação da taquicardia atrial ectópica ou multifocal em
pacientes com função de VE preservada.
- Pode ser útil para o controle de frequência no tratamento da fibrilação
atrial ou flutter quando outros tratamentos forem ineficazes.
Precauções:
- Pode produzir vasodilatação e hipotensão.
- Pode apresentar efeitos inotrópicos negativos. Pode prolongar o intervalo
QT. Usar com cautela se houver insuficiência renal.
Dosagem no Adulto:
- Parada cardíaca: 300 mg EV em bólus. Considere repetir a dose de 150
mg EV em bólus após 3 a 5 minutos (dose acumulativa máxima: 2,2 g EV / 24h).
Efeitos eletrofisiológicos:
O mecanismo iônico principal pelo qual a amiodarona exerce seu efeito
antiarrítmico é uma diminuição da condutividade para o potássio, que provoca uma
prolongação da duração de potencial de ação e o período refratário de todo o tecido
cardíaco (incluindo o nó sinusal, o átrio, o nó atrioventricular (AV), o sistema His –
Purkinje e o ventrículo), sem afetar significativamente o potencial transmembrana
diastólica. Afeta em menor grau a condutância para a saída de sódio e cálcio, com
escasso efeito sobre a amplitude do potencial de ação e a velocidade de despolarização.
Diminui o automatismo do nó sinusal e o automatismo do nó AV, prolonga a condução
AV e diminui o automatismo das fibras de condução espontânea do sistema de Purkinje.
Também produz antagonismo não competitivo dos receptores, alfa e beta-adrenérgicos.
217
ARRITMIAS CARDÍACAS
218
ACOMPANHANDO A VIA ELÉTRICA DO CORAÇÃO
O nódulo sinoatrial inicia um impulso elétrico que flui sobre os átrios direito e
esquerdo, fazendo essas câmaras se contraírem. Quando o impulso elétrico chega ao
nódulo atrioventricular, sofre ligeiro retardo. Em seguida, o impulso dissemina-se ao
longo do feixe de His, o qual se divide em ramo direito (para o ventrículo direito), e em
ramo esquerdo (para o ventrículo esquerdo). Em seguida, o impulso dissemina-se sobre
os ventrículos, fazendo com que eles contraiam.
VIA ELÉTRICA
219
doença arterial coronariana, as valvulopatias cardíacas e a insuficiência cardíaca.
Contudo, algumas vezes ocorrem arritmias sem que haja qualquer cardiopatia ou outra
causa subjacente detectável.
SINTOMAS
220
DIAGNÓSTICO
PROGNÓSTICO E TRATAMENTO
221
O prognóstico depende em parte do local de origem da arritmia: no marca- passo
normal do coração, nos átrios ou nos ventrículos. Em geral, as arritmias
originadas nos ventrículos são as mais graves, apesar de muitas delas não serem
prejudiciais. A maioria das arritmias não provoca sintomas e nem interfere na função de
bomba do coração e, consequentemente, os seus riscos são pequenos ou inexistentes.
Apesar disso, as arritmias podem acarretar uma ansiedade considerável quando o
indivíduo tem consciência de sua existência. Em regra a compreensão de que essas
arritmias são inofensivas tranquiliza suficientemente o indivíduo afetado; noutras,
quando o médico muda os medicamentos, ajusta suas dosagens ou quando o paciente
evita álcool ou exercícios vigorosos as arritmias passam a ocorrer menos
frequentemente ou podem mesmo desaparecer. As drogas antiarrítmicas são úteis para a
supressão das arritmias que causam sintomas intoleráveis ou apresentam risco. Não
existe um medicamento que, isoladamente, cure as arritmias de todos os indivíduos. Às
vezes, são necessárias tentativas com vários medicamentos até que seja encontrado um
que produza resultados satisfatórios.
Os medicamentos antiarrítmicos podem provocar efeitos colaterais, podem
piorar ou até causar arritmias. Os marca-passos artificiais – dispositivos eletrônicos que
substituem o marca-passo biológico do coração – são programados para simular a
condução cardíaca normal. Geralmente eles são implantados cirurgicamente sob a pele
do tórax e possuem fios metálicos que vão até o coração. Devido ao circuito de baixa
energia e de novos tipos de bateria, os aparelhos atuais duram cerca de oito a dez anos.
Os novos circuitos eliminaram quase completamente o risco de interferência
com distribuidores de automóveis, radares, micro-ondas e detectores de segurança dos
aeroportos. Contudo, existem alguns equipamentos que podem causar interferência nos
marca-passos como, por exemplo, os de ressonância magnética (RM) e os aparelhos de
diatermia (fisioterapia utilizada para aquecer os músculos). Os marca-passos são
utilizados mais frequentemente no tratamento de frequências cardíacas anormalmente
baixas.
Quando a frequência cardíaca diminui a um nível inferior, a um limiar
estabelecido, o marca-passo começa a disparar impulsos elétricos. Muito raramente é
utilizado para disparar uma série de impulsos visando interromper um ritmo
anormalmente alto, reduzindo a frequência cardíaca. Esse tipo de marca-passo é
utilizado apenas para ritmos rápidos de origem atrial. Algumas vezes a aplicação de
um choque elétrico sobre o coração pode interromper um ritmo anormal,
222
restaurando um ritmo normal.
A utilização do choque elétrico com esse objetivo é denominada cardioversão,
eletroversão ou desfibrilação. A cardioversão pode ser utilizada nas arritmias atriais ou
ventriculares. Geralmente a equipe médica utiliza um grande aparelho que gera a carga
elétrica (desfibrilador) para interromper uma arritmia potencialmente letal. No entanto,
pode ser implantado cirurgicamente um desfibrilador do tamanho de um maço de
cigarros. Esses pequenos aparelhos, os quais detectam automaticamente as arritmias
potencialmente letais, disparam uma carga elétrica, são utilizados por pessoas que, de
outra maneira, morreriam devido a uma parada cardíaca abrupta.
Como esses desfibriladores não impedem as arritmias, os indivíduos geralmente
também são tratados com medicamentos. Determinadas arritmias podem ser corrigidas
por meio de procedimentos cirúrgicos ou de outros procedimentos invasivos. Por
exemplo, as arritmias provocadas pela doença arterial coronariana podem ser
controladas por meio da angioplastia ou da cirurgia de revascularização miocárdica.
Quando uma arritmia é gerada por um ponto irritável no sistema elétrico do coração, o
ponto pode ser destruído ou ressecado. Mas frequentemente o foco é destruído através
da ablação por cateter – aplicação de radiofrequência por um cateter inserido no
coração.
Após um infarto do miocárdio, alguns pacientes apresentam episódios
potencialmente letais de uma arritmia denominada taquicardia ventricular, a qual pode
ser desencadeada por uma área lesada do miocárdio que pode ser identificada.
223
Ritmo sinusal (RS)
Quando houver uma pausa na atividade sinusal superior a 1,5 vezes o ciclo PP
básico. Começam a ter importância clínica quando maiores de 2,0 segundos.
224
Situação em que o ciclo PP diminui progressivamente até ocorrer um bloqueio
de saída e com isso ausência de inscrição eletrocardiográfica de onda P no traçado.
225
Batimento ectópico de origem atrial que não consegue ser conduzido ao
ventrículo, não gerando com isso complexo QRS no eletrocardiograma. A não condução
pode ser consequência de precocidade acentuada e com isso encontrar o sistema de
condução intraventricular em período refratário ou pela presença de patologia no
sistema de condução His-Purkinje.
226
a 100 bpm e duração menor que 30 segundos, visível eletrocardiograficamente pela
presença de P de morfologia distinta da P sinusal.
227
ECG apresenta ondas "F" alargadas e positivas nas derivações inferiores e negativas em
V1 (sinal mais específico).
228
Taquicardia originada no nó sinusal, secundária à reentrada nodal, com circuito
utilizando a via rápida no sentido ascendente e a via lenta no sentido descendente. Se o
QRS basal for normal, durante a taquicardia poderemos notar ondas "s" em parede
inferior e "r" primo em V1, que refletem a ativação atrial no sentido nó AV/nó sinusal.
Essa ativação retrógrada atrial deverá ocorrer em até 100 ms após o início do QRS,
muitas vezes, ocorrendo dentro do QRS e assim não visualizada no ECG.
229
origem exclusiva ventricular.
- Arritmias Ventriculares
Batimento(s) de origem ventricular (es), tardio(s) por ser (em) de suplência, que
surgem em consequência da inibição temporária de ritmos anatomicamente mais altos.
230
diversas de polimórficas. De acordo com sua frequência podem ser classificadas em
isoladas, pareadas, em salva, bigeminadas, trigeminadas, quadrigeminadas, etc. Deve
ser abreviada com a sigla: EV e no plural EEVV.
231
torno da linha de base. Geralmente é precedida por ciclos: longo-curto-longo-curto
(batimento sinusal-extrassístole-batimento sinusal-extrassístole) e QT longo, que pode
ser congênito ou secundário a fármacos.
232
da claudicação pode ser variável, por exemplo: 5/4, 4:3, 3:2.
233
Dissociação AV (DAV)
234
Alternância de onda T (AT)
235
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