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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 ANATOMIA CARDÍACA............................................................................. 4

2.1 Envoltórios cardíacos ........................................................................... 5

2.2 Parede cardíaca ................................................................................... 6

2.3 Átrios cardíacos .................................................................................... 8

2.4 Ventrículos cardíacos ........................................................................... 9

2.5 Valvas cardíacas ................................................................................ 10

3 SISTEMA CARDIOVASCULAR ............................................................... 12

3.1 Fluxo sanguíneo na circulação sistêmica e na circulação pulmonar .. 13

3.2 Principais veias e artérias da base do coração .................................. 15

3.3 Circulação portal hepática .................................................................. 17

4 PRINCIPAIS DOENÇAS CARDIOVASCULARES ................................... 19

4.1 Insuficiência cardíaca ......................................................................... 20

4.2 Doença arterial coronariana ............................................................... 22

4.3 Arritmias cardíacas ............................................................................. 24

4.4 Cardioversão e desfibrilação .............................................................. 36

5 PADRÕES DE REGISTRO E DERIVAÇÕES DO


ELETROCARDIOGRAMA ........................................................................................ 37

6 EXAME FÍSICO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR .............................. 40

6.1 Dados subjetivos para o exame físico ................................................ 41

6.2 Exame físico ....................................................................................... 42

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 53

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ANATOMIA CARDÍACA

O coração é o órgão responsável pelo bombeamento do sangue através do corpo.


É um órgão muscular, oco, situado na porção mediastinal da cavidade torácica, entre o
osso esterno e a coluna vertebral, abraçado pelos pulmões e acima do diafragma. Está
disposto obliquamente e seu ápice mais inclinado para o lado esquerdo do plano
mediano (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015).

Fonte: sanarmed.com

O coração é formado por quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ventrículos


direito e esquerdo. Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue para
os ventrículos, que por sua vez são as câmaras de ejeção sanguínea. As ações
sincrônicas das duas bombas atrioventriculares (AV) cardíacas constituem o ciclo
cardíaco. O ciclo começa com um período de alongamento e enchimento ventricular
(diástole) e termina com um período de encurtamento e esvaziamento ventricular
(sístole) (MOORE et al., 2014).
O coração é uma bomba dupla, auto ajustável, de sucção e pressão, cujas
partes trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todos os locais do
corpo. O lado direito do coração recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo
pela veia cava superior (VCS) e veia cava inferior (VCI) e o bombeia através do tronco
e das artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões. Já o lado esquerdo do

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coração recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias
pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo (MOORE et
al., 2014).

2.1 Envoltórios cardíacos

O coração é envolvido pelo pericárdio (peri = ao redor, e cárdio = coração), uma


espécie de saco de dupla camada (BECKER et al., 2018). A primeira parte desta
camada dupla fica frouxamente ajustada ao coração, é chamada de pericárdio fibroso
e tem uma poderosa camada de tecido conectivo denso que deve proteger o coração,
além de garantir aderência às estruturas que o circundam, impedindo o preenchimento
excessivo do coração com fluido sanguíneo. Logo abaixo desta camada fibrosa está
o pericárdio seroso, que apresenta uma membrana de duas camadas escorregadias
e finas, além de possuir uma lâmina parietal que reveste a parte interna do pericárdio
fibroso.
Na porção superior do coração, a lâmina parietal é ligada a grandes artérias
que saem dele e se dobram em continuidade até a parte superior externa do coração,
originando a lâmina visceral, comumente chamada de epicárdico (“sobre o coração”),
que é parte integrante da parede cardíaca (BECKER et al., 2018). Ainda é preciso
citar a cavidade pericárdica, que fica entre as camadas parietal e visceral, formada
por uma película de líquido seroso. Quando as membranas fibrosas, previamente
lubrificadas por este líquido, deslizam umas sobre as outras durante os movimentos
cardíacos, promovem um funcionamento cardíaco livre de atritos.

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2.2 Parede cardíaca

Fonte: auladeanatomia.com

A parede do coração é rica em vasos sanguíneos e é formada por três


camadas. A faixa superficial, uma lâmina visceral do pericárdio seroso, chama-se
epicárdio. Ele pode se apresentar infiltrado por gordura, geralmente em pessoas mais
velhas. A camada intermediária é chamada de miocárdio (“músculo cardíaco”) e é
formada por músculo, que delimita a área do coração. É esta estrutura que se contrai,
produzindo os batimentos cardíacos. Em sua estrutura celular, os miócitos (células
musculares cardíacas) são arranjados em ramos interdigitais, propiciando
entrecruzamento de tecido conectivo organizados em feixes circulares e espirais.
Esses feixes entrelaçados ligam efetivamente todas as partes do coração.
A porção fibrosa do tecido conectivo forma uma densa rede, dando origem ao
esqueleto fibroso do coração, que o reforça em seu interior e segura as fibras
musculares cardíacas. Essa malha de fibras de colágeno e elastina é mais grossa em
algumas áreas do que em outras, construindo anéis semelhantes a cordas e
fornecendo apoio adicional aos grandes vasos que saem do coração e também ao

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redor das valvas. Sem esse suporte, os vasos e as valvas podem acabar
enfraquecendo-se e estirando-se, devido ao contínuo trabalho estressante do sangue
pulsando através deles (BECKER et al., 2018).
A terceira camada cardíaca a ser estudada é chamada de endocárdio (“dentro
do coração”). Tem apresentação alva, brilhante, de epitélio pavimentoso e é
distribuída sobre uma discreta camada de tecido conectivo. O endocárdio fica na
superfície interna do miocárdio, reveste as câmaras cardíacas e cobre o esqueleto
fibroso das valvas. Ele é contínuo com os revestimentos endoteliais dos vasos
sanguíneos que fluem e partem do coração (BECKER et al., 2018).

2.3 Vasos Sanguíneos e Câmara cardíacas

O coração humano possui quatro câmaras, divididas em superiores, chamadas


de átrio direito e átrio esquerdo e inferiores, chamadas de ventrículo direito e ventrículo
esquerdo. Essas câmaras são divididas longitudinalmente pelo septo interatrial, que
separa os átrios, e pelo septo interventricular, que separa os ventrículos (BECKER et
al., 2018).
O ventrículo direito configura a maior parte da superfície anterior do coração.
Já o ventrículo esquerdo prevalece na superfície ínfero-posterior do coração e forma
o ápice desse órgão. Os limites das quatro câmaras cardíacas são demarcados por
dois sulcos e contêm vasos sanguíneos que o suprem (BECKER et al., 2018). Os
sulcos denominam-se:

• Sulcos coronários ou atrioventriculares: contornam a junção dos átrios e


ventrículos como uma coroa.
• Sulco interventricular: preenchido pela artéria interventricular anterior, indica
a posição anterior do septo que separa os ventrículos direito e esquerdo.
Sua continuidade é o sulco interventricular posterior, o qual fornece um ponto
de indicação semelhante na superfície póstero-inferior do coração.

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2.4 Átrios cardíacos

Fonte: escola.britannica.com.br

Os átrios cardíacos também são chamados de câmaras receptoras porque


recebem sangue do corpo e dos pulmões. São câmaras que possuem pequenos
apêndices pregueados chamados de aurículas, os quais aumentam um pouco o
volume dos átrios. Os átrios direito e esquerdo não apresentam características que
distinguem sua superfície.
Em sua parte interior, o átrio direito tem duas partes básicas: uma posterior de
parede lisa e uma porção anterior na qual as paredes são cortadas por feixes
musculares. Esses músculos são chamados de músculos pectíneos, por
apresentarem formato semelhante aos dentes de um pente de cabelo. As partes
anterior e posterior do átrio direito são desmembradas por uma proeminência em
forma de C, denominada crista terminal.
Em contraponto, o átrio esquerdo é predominantemente liso e internamente
indeterminado. Seu septo, o septo interatrial, delimita um rebaixamento raso, a fossa
oval, marcando o ponto onde previamente existia uma abertura no coração fetal,
conhecido como forame oval do coração (BECKER et al., 2018).
Praticamente em sua função, os átrios são câmaras que recebem o sangue que
retorna da circulação corpórea e pulmonar para o coração. Eles são câmaras
pequenas e de paredes espessas, já que necessitam contrair pouco para empurrar o

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sangue para os ventrículos. Em geral, eles contribuem pouco para a atividade de
bomba motora do coração.
Para entrar no átrio direito, o sangue é trazido do corpo por três veias:

• veia cava superior: traz o sangue das regiões do corpo acima do diafragma;
• veia cava inferior: traz o sangue das regiões do corpo abaixo do diafragma;
• seio coronário: coleta o sangue que retorna do miocárdio.

2.5 Ventrículos cardíacos

Os ventrículos também são chamados de câmaras ejetoras, pois mandam o


sangue para os pulmões e para o corpo. Eles formam a maior parte do volume
cardíaco. Como já mencionado, o ventrículo direito compõe a maior parte da superfície
anterior do coração, enquanto o esquerdo prevalece na superfície póstero-inferior. Os
ventrículos possuem feixes irregulares de músculo denominados trabéculas cárneas,
que marcam seu interior nas paredes das câmaras ventriculares. Existem, também,
outros feixes de músculos que se projetam em suas cavidades, os músculos papilares,
de formato cônico e que desempenham funções na atividade valvar (BECKER et al.,
2018).
Essas câmaras são as verdadeiras bombas ejetoras do coração e se
diferenciam dos átrios principalmente pelas paredes ventriculares, que se apresentam
de forma muito mais espessa e volumosa, pois precisam realizar mais esforço para
bombear o sangue para fora do coração. O ventrículo direito manda sangue para o
tronco pulmonar, o qual envia o sangue para os pulmões, onde ocorrem as trocas
gasosas. Já o ventrículo esquerdo projeta o sangue para a parte ascendente da aorta,
a maior artéria do corpo humano.

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2.6 Valvas cardíacas

Fonte: Adaptada de Marochkina Anastasiia/Shutterstock.com.

Dentro do coração, o sangue trafega em uma direção, sempre dos átrios para
os ventrículos, deixando o coração através das grandes artérias. Essa trajetória de via
única é assegurada por quatro valvas que abrem e fecham em resposta ao diferencial
de pressão sanguínea existente nos seus dois lados (SILVA, 2021).
As valvas atrioventriculares são aquelas que fazem a comunicação dos átrios
com os ventrículos. A valva tricúspide comunica o átrio e o ventrículo direito, enquanto
a valva bicúspide (ou mitral) comunica o átrio e o ventrículo esquerdo. Já as valvas
semilunares se localizam na artéria aorta e no tronco da artéria pulmonar (AMARAL;
COSTA, 2018).

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Valvas atrioventriculares

Fonte: Tortora, (2016).

Como estão localizadas entre um átrio e um ventrículo, estas valvas são


chamadas atrioventriculares (AV) direita e esquerda. Quando uma valva AV está
aberta, as extremidades arredondadas das válvulas se projetam para o ventrículo.
Quando os ventrículos estão relaxados, os músculos papilares estão relaxados e as
cordas tendíneas estão frouxas, o sangue se move de uma área de maior pressão no
átrio para uma de menor pressão nos ventrículos através das valvas AV abertas.
Quando os ventrículos se contraem, a pressão do sangue aciona as válvulas
para cima até que suas extremidades se encontrem e fechem a abertura. Ao mesmo
tempo, os músculos papilares se contraem, o que traciona e retesa as cordas
tendíneas. Isso impede que as válvulas das valvas se evertam em resposta à alta
pressão ventricular. Se as valvas AV ou cordas tendíneas estiverem danificadas, o
sangue pode regurgitar para os átrios quando os ventrículos se contraem (TORTORA,
2016).

Valvas semilunares

As valvas da aorta e do tronco pulmonar são compostas por três válvulas


semilunares. Cada válvula se insere na parede arterial por sua margem externa
convexa. As valvas do tronco pulmonar e da aorta possibilitam a ejeção de sangue do
coração para as artérias e evitam o refluxo de sangue para os ventrículos. As margens
livres das válvulas se projetam para o lúmen da artéria. Quando os ventrículos se
contraem a pressão se acumula nas câmaras.

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As valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem quando a pressão no
ventrículo é superior à pressão nas artérias, possibilitando a ejeção do sangue dos
ventrículos para o tronco pulmonar e aorta. Conforme os ventrículos relaxam, o
sangue começa a refluir para o coração. Este fluxo sanguíneo retrógrado enche as
válvulas da valva, o que faz com que as margens livres das valvas do tronco pulmonar
e da aorta se contraiam firmemente uma contra a outra e fechem a abertura entre o
ventrículo e a artéria (TORTORA, 2016). Na Figura 1 podemos visualizar as valvas
atrioventriculares e valvas do tronco pulmonar:

Figura 1 – Vista superior das valvas atrioventriculares e das valvas do tronco


pulmonar e da aorta.

Fonte: Tortora (2016).

3 SISTEMA CARDIOVASCULAR

O profissional de enfermagem necessita conhecer e compreender a anatomia


e o funcionamento do sistema cardiovascular. O entendimento de como ocorre o fluxo
de sangue no organismo, identificando as principais artérias e veias do coração,

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facilita a compreensão da atividade normal e patológica desse sistema (COUTINHO,
2019).

3.1 Fluxo sanguíneo na circulação sistêmica e na circulação pulmonar

O sistema cardiovascular tem o coração como principal órgão, cuja função é


bombear o sangue pelo sistema de vasos (artérias e veias) do corpo. O sangue
percorre todo o nosso organismo, levando nutrientes e oxigênio até as células, e
posteriormente carreando resíduos e dióxido de carbono para ser eliminado pelo
sistema pulmonar, o que é possível, por meio das circulações sistêmica e pulmonar.
A circulação pulmonar tem o objetivo de receber o sangue venoso, o qual é pobre em
oxigênio e rico em dióxido de carbono, proveniente dos tecidos e do miocárdio e
encaminhar ao sistema pulmonar, a fim de realizar as trocas gasosas e devolver esse
sangue oxigenado ao coração (COUTINHO, 2019).
O sangue que chega ao coração é proveniente dos tecidos periféricos e do
miocárdio, onde o oxigênio foi liberado e o dióxido de carbono foi absorvido nos leitos
capilares. Ele chega por meio das veias cavas inferior (coleta a maior parte do sangue
venoso advindo dos órgãos localizados inferiormente ao diafragma) e superior (coleta
a maior parte do sangue oriundo dos órgãos superiores, cabeça e pescoço),
desemboca no átrio direito, passa a valva tricúspide, desemboca no ventrículo direito
e na sístole é ejetado para o tronco pulmonar, passando anteriormente pela valva
pulmonar. Dessa forma, inicia-se a circulação pulmonar no momento que o sangue
passa pela valva pulmonar e sai do coração através do tronco pulmonar. A circulação
pulmonar contém cerca de 9% do volume sanguíneo total e, comparada à circulação
sistêmica, ela é relativamente curta, pois a base do tronco pulmonar e os pulmões
estão separados por aproximadamente 15 cm (COUTINHO, 2019).
As artérias da circulação pulmonar diferem das artérias da circulação sistêmica
pelo fato de transportarem sangue rico em dióxido de carbono. O tronco pulmonar dá
origem às artérias pulmonares direita e esquerda. Esse sangue, então, será levado
até pequenos capilares, onde, nos alvéolos (nos pulmões), são realizadas as trocas
gasosas entre o sangue capilar e o ar rico em oxigênio que foi inspirado (hematose).
O sangue oxigenado entra nas vênulas que o levam até as veias pulmonares que são

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quatro. Essas quatro veias, duas de cada pulmão, esvaziam-se no átrio esquerdo,
finalizando assim a circulação pulmonar.
A circulação sistêmica tem o objetivo de receber o sangue oxigenado dos
pulmões e levá-lo ao organismo para todos os órgãos e retornar ao coração
novamente. O sangue do átrio esquerdo passa pela valva bicúspide, desemboca no
ventrículo esquerdo, é ejetado na sístole e passa pela valva aórtica, iniciando assim a
circulação sistêmica. O sangue, então, sai pela aorta e vai para artérias sistêmicas
menores que o transportam a todos os órgãos do corpo (com exceção dos alvéolos
dos pulmões que são irrigados pela circulação pulmonar).
A circulação sistêmica contém aproximadamente 84% do volume sanguíneo
total. Nos tecidos sistêmicos, as artérias dão origem a arteríolas de menor diâmetro,
que, por fim, levam a extensos leitos de capilares sistêmicos. A troca de nutrientes e
gases ocorre por meio das finas paredes capilares, o sangue libera oxigênio e capta
o dióxido de carbono. Depois, o sangue flui por meio de um único capilar e, então,
entra em uma vênula sistêmica. As vênulas transportam o sangue desoxigenado dos
tecidos e se fundem para formar veias sistêmicas maiores, até o sangue chegar ao
átrio direito (COUTINHO, 2019). (Figura 2).

Figura 2 - Circulação sistêmica e circulação pulmonar.

Fonte: mundoeducacao.uol.com.br
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3.2 Principais veias e artérias da base do coração

Fonte: Tortora, (2016).

Como se sabe, o coração fica localizado no mediastino, entre os dois pulmões


e levemente voltado para a esquerda. Seu ápice fica localizado em sua parte inferior
e aponta para baixo em direção ao quadril esquerdo. Entre a quinta e a sexta costelas,
pode-se sentir o ápice em contato com a parede torácica. A base do coração tem
forma achatada, com cerca de 9 cm de largura, voltada para cima em direção ao
ombro direito. É onde o coração se liga a grandes vasos das circulações pulmonar e
sistêmica. As principais veias da base do coração são: veias cavas superior e inferior,
seio coronário e veias pulmonares direitas e esquerdas. Já as principais artérias são:
tronco pulmonar, artérias pulmonares direita e esquerda e artéria aorta (COUTINHO,
2019).
Sabe-se que as veias cavas conduzem sangue venoso da circulação sistêmica
ao coração. A veia cava superior tem cerca de 7,5 cm de comprimento e 2 cm de
diâmetro, começa posteriormente à primeira cartilagem costal direita pela união das
veias braquiocefálicas direita e esquerda e termina no nível da terceira cartilagem. A
veia cava inferior conduz sangue proveniente da cabeça, do pescoço, dos membros
superiores e do tórax. Além disso, é conhecida como a maior veia no nosso corpo, já
que tem cerca de 3,5 cm de diâmetro. Começa anteriormente a quinta vértebra lombar
pela união das veias ilíacas comuns, ascende atrás do peritônio à direita da linha
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mediana, passa pelo forame da veia cava do diafragma no nível da vértebra torácica
VIII e conduz sangue venoso proveniente da cavidade abdominopélvica e dos
membros inferiores. Ambas as veias cavas irão desembocar no átrio direito.
O seio coronário localiza-se no sulco coronário, na face posterior do coração, e
recebe sangue das veias cardíacas que drenam o coração. Esse sangue é levado do
átrio ao ventrículo direito, que, na sístole, é impulsionado ao tronco pulmonar,
iniciando a circulação pulmonar. Posteriormente, esse tronco se divide em artéria
pulmonar direita, que leva sangue venoso ao pulmão direito, e artéria pulmonar
esquerda, que leva sangue venoso ao pulmão esquerdo. No pulmão, ocorre a
hematose e o sangue então rico em oxigênio retorna ao coração por meio das veias
pulmonares (COUTINHO, 2019).
O sangue vai para o ventrículo esquerdo e na sístole é ejetado para a artéria
aorta. Ela é considerada a maior artéria do nosso corpo e tem a função de levar
sangue rico em oxigênio a todo o corpo por meio de seus ramos. A aorta divide-se em
aorta torácica e abdominal, sendo dividida anatomicamente pelo diafragma. A aorta
torácica compreende as porções da aorta ascendente do arco e da aorta descendente.
A aorta abaixo do diafragma compreende a aorta abdominal. A parte ascendente da
aorta tem cerca de 5 cm de comprimento e começa na valva aórtica, subindo
discretamente anterior e para a direita. O início da parte ascendente é posterior ao
tronco pulmonar e à aurícula direita, sendo a artéria pulmonar direita posterior a ele.
São encontradas na sua origem três dilatações chamadas de seios da aorta. Os seios
direito e esquerdo dão origem às artérias coronárias direita e esquerda,
respectivamente (COUTINHO, 2019).
O arco da aorta tem de 4 a 5 cm de comprimento e é a continuação da parte
ascendente da aorta. Dirige-se superior e posteriormente para a esquerda. Três
artérias principais se ramificam a partir da face superior do arco da aorta: o tronco
braquiocefálico, a artéria carótida comum esquerda e a artéria subclávia esquerda.
A parte torácica da aorta mede cerca de 20 cm de comprimento e é uma
continuação do arco da aorta. Começa no nível do disco intervertebral entre as
vértebras T IV e T V, que se encontra à esquerda da coluna vertebral. A parte
abdominal da aorta é a continuação da parte torácica da aorta após ela passar por
meio do diafragma. Começa no hiato aórtico do diafragma e termina aproximadamente

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no nível da vértebra L IV (COUTINHO, 2019). Na Figura 3, temos a estrutura
anatômica do coração e seus principais vasos (veias e artérias).

Figura 3 – Vasos da base do coração.

Fonte: Adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 580).

3.3 Circulação portal hepática

O fígado é o único órgão do sistema digestório drenado pela veia cava inferior.
A circulação portal hepática é aquela que faz o transporte do sangue (estômago,
intestino, pâncreas e baço) rico em nutrientes (glicose e aminoácidos) e outras
substâncias, como resíduos e toxinas, dos órgãos abdominais até o fígado e deste até
a veia cava inferior. A veia portal hepática é a maior veia do sistema venoso e recebe
sangue proveniente de diversas veias abdominais (COUTINHO, 2019).
A circulação portal hepática inicia nos capilares dos órgãos abdominais e
termina quando a veia porta do fígado se esvazia nos sinusoides hepáticos.
Posteriormente, o sangue passa pelos sinusoides hepáticos e é coletado pelas veias
centrais que drenam para as veias hepáticas e para a veia cava inferior. As veias
tributárias da veia porta do fígado incluem:
Veia mesentérica superior: drena o sangue de veias que drenam o estômago
(veia gastromental direita), o intestino delgado (veias jejunais e ileais e veia

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pancreaticoduodenal) e dois terços do intestino grosso (veia ileocólica, veia cólica
direita e veia cólica média).
Veia esplênica: formada pela união da veia mesentérica inferior e das veias
que se originam do baço, da curvatura maior do estômago (veia gastromental
esquerda) e do pâncreas (veias pancreáticas).
Veia mesentérica inferior: coleta sangue de capilares ao longo da parte
inferior do intestino grosso. Suas tributárias incluem as veias cólica esquerda e retal
superior, que drenam o colo descendente, o colo sigmoide e o reto.
O sangue das veias císticas, que drenam a vesícula biliar, também entra nas
veias hepáticas que se juntam à veia cava inferior. As substâncias carreadas no
sangue da veia portal hepática, quando entram no fígado, podem necessitar de
armazenamento, conversão metabólica ou excreção hepática (COUTINHO, 2019).
A composição do sangue que flui no sistema porta do fígado é diferente em
relação à composição do sangue que flui em outras veias sistêmicas. Por exemplo, os
níveis de glicose e aminoácidos no sangue da veia porta do fígado frequentemente
excedem aqueles encontrados em qualquer outra região do sistema circulatório. Além
disso, ao mesmo tempo em que esse sangue pobre em oxigênio e rico em nutrientes
chega ao fígado, oriundos de órgãos digestórios distintos, o fígado também recebe
sangue rico em oxigênio e pobre em nutrientes da circulação sistêmica, a partir da
artéria hepática própria (COUTINHO, 2019). O Quadro 1 demonstra as veias do
sistema porta hepático e as regiões que são drenadas:

Quadro 01 - Porta hepática e órgãos/tecidos drenados


Veias Órgãos/tecidos drenados
Mesentérica superior Intestino delgado e a maior parte do colo
Esplênica Baço
Mesentérica inferior Colo descendente e reto
Pancreática Pâncreas
Gastromental Estômago
Gástrica Estômago
Cística Vesícula bilia
Fonte: Adaptado de Tortora e Derrickson (2016).

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4 PRINCIPAIS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

As doenças cardiovasculares (DCVs) são distúrbios que afetam o coração e os


vasos sanguíneos. São a principal causa de morte no Brasil e no mundo, sendo
consideradas um importante problema de saúde pública, que gera grandes custos
socioeconômicos aos governos. Pode-se dividir as DCVs em doenças que afetam o
coração e as coronárias e doenças que afetam o restante do sistema vascular, todas
com grande impacto sobre a vida das pessoas que são acometidas por esse tipo de
condição (RAHMEIER, 2020).
Além de histórico familiar de DCVs, DCVs congênitas e fatores genéticos, a
maior parte das DCVs são causadas pela influência do estilo de vida que as pessoas
levam nos dias atuais, em que o descuido com a saúde e a alimentação prevalecem
(RAHMEIER, 2020). No grupo das DCVs, existem diversas doenças e síndromes que
causam distúrbios no funcionamento da musculatura cardíaca, das valvas, das
câmaras (átrio e ventrículo) e dos vasos coronários (veias e artérias que irrigam o
miocárdio). No quadro 2 a seguir, estão expostos alguns fatores de risco associados
às DCVs:

Quadro 02 - Fatores de risco associados às DCVs.


FATORES DE RISCO ASSOCIADOS ÀS DCVs
Sedentarismo
Tabagismo
Dislipidemias
Hipertensão Arterial
Fatores de risco modificáveis:
Diabetes Mellitus
ambientais e comportamentais
Obesidade e Sobrepeso
Má alimentação
Abuso de álcool
Uso de anticoncepcional
Estresse, ansiedade e depressão
Fatores de risco não modificáveis: Idade (acima de 45 anos para homens e
genéticos e biológicos 55 anos para mulheres
Sexo

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Nível socioeconômico e suporte social
Histórico familicar de DCv
Fatore genéticos
Fonte: Adaptado de Freire et al. (2017) e Lemos e Hayasida (2018).

4.1 Insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca é um dos principais problemas que afetam o bom


funcionamento do coração. Ela atinge cerca de 2% da população adulta global,
aumentando exponencialmente com o avanço da idade, chegando a afetar até 10%
da população acima dos 65 anos. A insuficiência cardíaca se caracteriza por uma série
de sinais e sintomas clínicos em decorrência de anormalidade na estrutura ou função
cardíaca, que diminui a eficiência do coração em realizar contrações normais,
podendo ou não apresentar redução na fração de ejeção (volume de sangue ejetado
para fora do coração pela artéria aorta) (RAHMEIER, 2020).
Na insuficiência cardíaca congestiva, o coração é uma bomba que está
falhando. Ele bombeia menos sangue e com menos eficiência, deixando mais sangue
nos ventrículos ao fim de cada ciclo (CORREA, 2016). A seguir, estão apontadas no
Quadro 3 algumas manifestações clínicas da insuficiência cardíaca:

Quadro 3 – Manifestações clínicas da insuficiência cardíaca


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESQUERDA
DIREITA
Ingurgitamento jugular Dispneia aos esforços e ortopnéia
Hepatomegalia congestiva Tosse
Edema de membros inferiores Expectoração
Ganho de peso Edema pulmonar
Ascite Cianose
Anorexia Fadiga
Náuseas Astenia
Fraqueza Oligúria
Estertores finos nas bases pulmonares

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Cardiomegalia, taquicardia, pulso
alternante, arritmias, baixa reserva
Confusão, dificuldade de concentração,
cefaleia, insônia e ansiedade
Fonte: Própria autoria

Estão dispostos também, no Quadro 4, alguns fatores etiológicos que possuem


relação com a insuficiência cardíaca:

Quadro 4 – Fatores etiológicos envolvidos na insuficiência cardíaca.


FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA (MENOR QUE 40%)
Infarto e isquemia do miocárdio Lesões induzidas por medicamentos /
substâncias tóxicas
Hipertensão arterial Doença de Chagas
Doenças valvares Miocardiopatia dilatada não isquêmica
Sobrecarga volumétrica crônica (shunt Bradiarritmia e taquiarritmia crônicas
intra e extracardíaco)
FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA (SUPERIOR A 40%-50%)
Hipertrofia patológica Doenças infiltrativas (sarcoidose e
amiloidose)
Idade Hemocromatose
Fibrose Distúrbios endomiocárdicos
CARDIOPATIAS PULMONARES
Doença vascular pulmonar Cor pulmonale
ESTADOS DE ALTO DÉBITO CARDÍACO
Distúrbios metabólicos e nutricionais Anemia crônica
Tireotoxicose Shunt arteriovenoso isquêmico
Fonte: Adaptado de Correa (2016)

Assistência de Enfermagem

Quando ocorrer algumas das situações descritas acima, existem alguns


procedimentos essenciais a serem feitos com o paciente, sendo eles:

21
• Administrar O2 para reduzir dispneia e fadiga;
• Posicionar em Fowler para facilitar a respiração e aliviar a congestão
pulmonar;
• Registrar intolerância ao decúbito (ortopnéia) e elevá-lo além de 30º se
necessário;
• Monitorizar frequência respiratória, profundidade e facilidades respiratória;
• Manter um registro do que foi ingerido e eliminado
• Pesar diariamente o cliente;
• Auscultar os ruídos pulmonares pelo menos uma vez ao dia;
• Determinar o grau de distensão venosa jugular;
• Identificar e avaliar a gravidade do edema gravitacional;
• Não elevar membros inferiores, na presença de ortopneia;
• Monitorizar a frequência de pulso e a pressão arterial;
• Examinar o turgor cutâneo e as mucosas para sinais de desidratação;
• Avaliar os sinais de sobrecarga hídrica e avaliar as alterações;
• Observar sinais e sintomas da diminuição da perfusão periférica: pele fria,
palidez facial, enchimento capilar retardado;
• Administrar terapêutica prescrita e avaliar a resposta quanto ao alívio de
sintomas;

4.2 Doença arterial coronariana

A doença arterial coronariana (DAC) é uma das DCVs mais frequentes em


níveis nacional e mundial e uma grande causa de morbidade e mortalidade. É uma
doença que se caracteriza por alterações nas artérias coronárias e que pode causar
insuficiência na irrigação cardíaca e consequente redução da oxigenação tecidual. Os
fatores de risco gerais para DCV estão todos presentes no desenvolvimento de DAC,
como idade avançada, hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus, obesidade
e sedentarismo (REISNER, 2016).
A DAC está fortemente associada à aterosclerose, que causa um bloqueio do
fluxo sanguíneo arterial pela presença de placas ateroscleróticas, que levam à
estenose da artéria (estreitamento da luz arterial). Porém, qualquer outra alteração
que prejudique a funcionalidade das células endoteliais da artéria, que são
22
responsáveis pela vasoconstrição, vasodilatação, mediação da coagulação,
agregação plaquetária e pelo tônus muscular vagal, também pode levar ao surgimento
de DAC (REISNER, 2016).

Sintomas

Apesar de dor ou desconforto no peito ser uma das manifestações mais


importantes da doença cardíaca, vale frisar que dor no peito pode também ser sintoma
de outro problema, não necessariamente cardíaco. Os fatores a seguir caracterizam
a dor no peito e de acordo com suas características, sugerem qual a origem da dor:
tipo e localização da dor, irradiação da dor para outras regiões do corpo, intensidade,
duração, fatores desencadeantes, de melhora e piora da dor (HOSPITAL ISRAELITA
ALBERT EINSTEIN, 2020).
A dor no peito, secundária à isquemia miocárdica, tipicamente se manifesta
com as seguintes características: dor em aperto, opressão, pressão, peso ou
queimação, localizada na região subesternal, ou seja, abaixo do osso esterno (no
meio do tórax, entre as costelas) (HOSPITAL ALBERT EINSTEIN, 2020). Entretanto,
vale ressaltar que, em cada indivíduo, a angina se manifesta sem necessariamente
apresentar as características típicas em sua totalidade.
Contudo, a dor pode se localizar em qualquer porção do tórax, mais
frequentemente no meio ou do lado esquerdo, e ainda nos ombros, braços, pescoço,
mandíbula, dentes, nas costas (entre as duas escapulas) e até, menos frequente, na
porção superior do abdômen. Geralmente se inicia na porção anterior do tórax, pode
se irradiar para os ombros, braços, pescoço, mandíbula, dentes e costas (HOSPITAL
ALBERT EINSTEIN, 2020).

Assistência de Enfermagem

Segue abaixo alguns procedimentos a serem realizados em pacientes que


apresentem sintomas ou já possuam diagnóstico de doença arterial coronaniana:

• Repouso absoluto no leito, evitando movimentos bruscos;


• Oxigenioterapia (constante; umidificado);

23
• Verificar sinais vitais de 2 em 2 horas (observando alterações nos mesmos,
arritmias ou choque cardiogênico);
• Controle hídrico rigoroso (evitar sobrecarga cardíaca);
• Prestar cuidados de higiene no leito;
• Administrar medicamentos prescritos;
• Manter o ambiente tranquilo;
• Orientar os familiares a evitarem conversas excessivas e assuntos que
possam desencadear emoções fortes;
• Oferecer dieta leve, hipossódica e hipolipédica;
• Orientar o paciente para a alta:
• Repouso relativo nas primeiras 8 a 12 semanas, retomando gradativamente à
vida normal;
• Manter tranquilidade emocional, equilíbrio entre o sono, repouso e atividades
físicas, evitando excessos.
• Procurar o hospital se ocorrerem sintomas de recidiva.

4.3 Arritmias cardíacas

As arritmias cardíacas são um grupo de disfunções que decorrem do batimento


anormal do coração e estão relacionadas a fatores etiológicos como tabagismo, uso
de fármacos (digoxina, cimetidina, metadona, betabloqueadores, fenotiazínicos),
cafeína, álcool, histórico de infarto ou DAC, doenças preexistentes (doença de
Chagas, toxoplasmose), cardiopatias congênitas, distúrbios metabólicos
(hipertireoidismo, hiperpotassemia) e condições inflamatórias (pericardite, miocardite)
(RAHMEIER, 2020). No Quadro 5, você conhecerá as arritmias cardíacas e as suas
principais causas:

Quadro 5 – Arritmias cardíacas e principais causas das arritmias


Principais arritmias Cardíacas Principais causas das arritmias
Taquicardia Temperatura corporal elevada, excesso
Rítmos cardíacos
de estímulo simpático e toxidade de
anormais
alguma substância

24
Taquicardia Aumento da permeabilidade dos canais
paroxística atrial lentos e excesso de estímulo simpático
Taquicardia Danos do nó atrioventricular ou músculo
ventricular ventricular
Rítmos anormais Flutter atrial Potenciais de ação ectópicos nos átrios
a partir de Fibrilação atrial
potenciais de Fibrilação
ação ectópicos ventricular
Estimulação vagal excessiva, débito
Bradicardia cardíaco dos atletas, síndrome do seio
carotídeo
Isquemia ou inflamação, insuficiência
Arritmia sinusal cardíaca (causa nem sempre
conhecida)
Isquemia, infarto e causas
Bloqueio do nó sinoatrial
desconhecidas
1º grau Inflamação do feixe atrioventricular
Bloqueio do nó 2º grau Estimulação vagal excessiva
atrioventricular Isquemia do nó atrioventricular ou
3º grau
compressão do feixe atrioventricular
Tabagismo, privação de sono, excesso
Contração atrial prematura
de cafeína e abuso de álcool
Provação do sono, irritabilidade,
Contração ventricular prematura excesso de cafeína, focos ectópicos
ventriculares
Fonte: Adaptado de Rahmeier (2020)

• Principais arritmias cardíacas

Bradicardia sinusal: A bradicardia sinusal está presente quando a frequência


cardíaca está abaixo de 60 bpm e o ritmo cardíaco é comandado pelo nódulo sinusal
- estrutura que normalmente comanda o ritmo do coração (PIRES, 2019). (Figura 4).

25
Figura 4 – Bradicardia e ritmo normal

Fonte: fisioterapiaparatodos.com

Taquicardia sinusal: Como o próprio nome indica, os estímulos são


provenientes do nódulo sinusal e há condução adequada dos mesmos. Estes
estímulos nascem com uma frequência elevada, chegando a 150bpm (PIRES, 2019).
(Figura 5).

Figura 5- Taquicardia sinusal

Fonte: pt.slideshare.net

Fibrilação Atrial: É um tipo de arritmia cardíaca em que há movimentos


irregulares dos átrios, cujas fibras musculares individuais agem independentemente,
não existindo a contração muscular. Os estímulos formados nos átrios têm uma
frequência, geralmente, maior que 400bpm. A frequência ventricular é elevada e

26
irregular. No eletrocardiograma (ECG), as ondas aparecem com amplitudes
irregulares, incoordenadas (PIRES, 2019).
A fibrilação reduz o enchimento do ventrículo esquerdo, mas não leva a parada
cardíaca. O ritmo cardíaco nesta situação é geralmente irregular e rápido e pode gerar
desconforto ou sintomas de dispneia. Se houver colapso hemodinâmico (instabilidade
pressórica, choque) a cardioversão elétrica é mandatória (PIRES, 2019).
Flutter atrial: No flutter atrial, ao contrário da fibrilação atrial, a atividade
elétrica atrial é coordenada. Assim, os átrios se contraem, mas em uma frequência
muito rápida (250 a 350 vezes por minuto). Essa frequência é demasiado rápida para
permitir que cada impulso seja conduzido através do nódulo atrioventricular para os
ventrículos. Na maioria das pessoas sem tratamento, todo segundo impulso atrial
atinge os ventrículos, resultando em uma frequência ventricular de cerca de 150
batimentos por minuto (MITCHELL, 2021).
Taquicardia Supraventricular: Os estímulos que dão origem à taquicardia
supraventricular surgem de foco ectópico atrial ou juncional, numa frequência de 140
a 220bpm. No ECG, geralmente, observam-se complexos QRS semelhantes aos do
ritmo sinusal e a onda P (PIRES, 2019). (Figura 6).

Figura 6 – Taquicardia Supraventricular

Fonte: pt.wikipedia.org

Fibrilação Ventricular: Consiste em um ritmo ventricular rápido, porém,


desorganizado, que causa um tremor ineficaz nos ventrículos. Não há atividade atrial
e desta maneira, não existe uma contração efetiva, levando a uma consequente

27
parada cardiorrespiratória. No ECG, observamos um traçado incoordenado, onde não
identificamos ondas P ou complexos QRS. Seu tratamento é a desfibrilação (PIRES,
2019). (Figura 7).
Figura 7 – Fibrilação ventricular, atrial e parada cardíaca

Fonte:medicinamitoseverdades.com.br

Assistolia: Caracteriza-se por ausência de complexos QRS. Não há batimento


cardíaco, pulso palpável e indício de respiração. As manobras de ressuscitação
cardiopulmonar são necessárias para manter o paciente vivo (PIRES, 2019). (Figura
8).
Figura 8 – Assistolia Cardíaca

Fonte: minutoenfermagem.com.br

28
Assistência de Enfermagem

Abaixo segue um Quadro 6 com todo o procedimento que deve ser realizado
ao receber um paciente com arritmias cardíacas.

Quadro 6 - Assistência de enfermagem em DACs


Admissão de paciente
• Deixar preparado todo o material de urgência necessário (material de
intubação endotraqueal, ventilador mecânico, material de oxigenação e
aspiração, entre outros.);
• O paciente deverá ser recebido em ambiente tranquilo;
• Explicar-lhe o que será feito;
• Realizar as anotações de enfermagem
Cuidados imediatos
• Avaliar o nível de consciência;
• Proporcionar conforto físico e ambiental
• Assistência psicológica
• Verificar os sinais vitais
• Monitorização cardíaca
• Realizar ECG
• Instalar oxigenoterapia de acordo com a orientação médica
• Providenciar exames complementares
• Puncionar acesso venoso periférico
• Posicionar confortavelmente o paciente
Fonte: Adaptado de Pires (2019)

• Infarto Agudo do Miocárdio – IAM

O infarto agudo do miocárdio refere-se à morte celular do miocárdio por


isquemia prolongada, seja por trombose e/ou vasoespasmo, resultando em redução
do fluxo no músculo cardíaco, apresentando áreas de isquemia, lesão e necrose.
Baseia-se no diagnóstico rápido e na desobstrução imediata da coronária obstruída
para manutenção do fluxo.

29
Fisiopatologia: O infarto do miocárdio é definido como necrose miocárdica,
um quadro clínico compatível com isquemia miocárdica, baseado em manifestações
clínicas, alterações no ECG e na elevação dos marcadores bioquímicos de necrose
(ocorre em 6 h após o início da dor). O eletrocardiograma evidenciará o supra desnível
do segmento ST ou o bloqueio agudo do ramo esquerdo, critérios suficientes para
desencadear a tentativa imediata de reperfusão em um paciente com história suspeita
(PAULA, 2019). (Figura 9).

Figura 9 - Infarto agudo do Miocárdio, tecido cardíaco lesionado

Fonte: ojornalzinho.com.br

De acordo com a V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre


Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio, o infarto do miocárdio (IM) pode ser
classificado em cinco tipos conforme aponta o Quadro 7 (PAULA, 2019):

Quadro 7 – Classificação do infarto agudo do miocárdio


Tipo 1: IM espontâneo causado por ruptura de placa aterosclerótica, erosão ou
dissecção coronária.
Tipo 2: IM secundário a isquemia devido a espasmo, embolia, taquiarritmia,
hipertensão e anemia.
Tipo 3: IM relacionado a morte cardíaca inesperada e súbita.
Tipo 4a: IM associado a intervenção coronariana percutânea.
Tipo 4b: IM associado a trombose do stent.

30
Tipo 5: IM associado com revascularização do miocárdio.
Fonte: Adaptado de Paula (2019)

Fatores de risco associados ao infarto agudo do miocárdio:

• Tabagismo
• Hipertensão arterial
• Colesterol alto
• Sobrepeso e obesidade
• Sedentarismo
• Diabetes Mellitus
• Idade: o risco aumenta para homens acima de 45 anos ou para mulheres
acima de 55 anos
• História familiar de DAC

Uma causa comum da morte celular é uma isquemia no músculo cardíaco,


devido à oclusão da artéria coronária. A oclusão se dá em geral pela formação de um
coágulo sobre uma área previamente estreitada por aterosclerose. O diagnóstico final
do infarto depende da demonstração da morte celular. Esse diagnóstico é feito de
maneira indireta, com base nos sintomas que uma pessoa sente, nos sinais que
aparecem em seu corpo, nas alterações do ECG e por alterações dos marcadores de
lesão miocárdica (Troponina, CK-Total, CK-MB, Mioglobina TGO e LDH) no sangue
(PIRES, 2019).

Manifestações clínicas:

• Dor precordial em aperto à esquerda;


• Irradiação da dor, para o membro superior esquerdo, de grande
intensidade e prolongada, que não melhora ou apenas tem alívio parcial
com repouso ou nitratos sublinguais;
• Irradiação para mandíbula, membro superior direito, dorso, ombros e
epigástrio também é possível;
• Dispneia e fraqueza;
• Pele pálida, fria e pegajosa, pode ocorrer cianose;

31
• Náuseas, mal-estar, dispneia, taquicardia ou até confusão mental;

Tratamento

No processo de tratamento indica-se (PIRES, 2019):

Avaliação inicial: Devem ser realizados em menos de 10 minutos da chegada


do paciente:

• Anamnese breve;
• Exame físico direcionado com aferição dos dados vitais, palpação de
pulsos e identificação de sinais clínicos de gravidade;
• Monitorização cardíaca contínua e Oximetria de pulso;
• ECG
• Acesso venoso periférico;
• Exames laboratoriais: marcadores bioquímicos de lesão miocárdica,
eletrólitos, coagulação, função renal e perfil lipídico;
• Radiografia de tórax.

Tratamento imediato – terapia medicamentosa:

• Oxigênio
• Morfina
• Antiplaquetários: AAS; Clopidogrel
• Nitratos: Isordil 5mg; SL Tridil EV
• Anticoagulante (Heparina)
• Betabloqueadores (PIRES, 2019).

Terapia de reperfusão

• É a conduta prioritária no tratamento do IAM, principalmente nas


primeiras 12 horas de evolução, pois possibilita a recanalização
coronariana e a interrupção do dano ao miocárdio.
• Pode ser realizada por angioplastia transluminal coronariana percutânea
primária (ATCP) ou através de agentes trombolíticos

32
Cirurgia de Revascularização do Miocárdio:

É indicada a pacientes com anatomia coronária favorável quando houver


contraindicação ou falha das terapias de reperfusão e na presença de complicações
destas.

Assistência de Enfermagem

• Manter o paciente em decúbito elevado;


• Promover ambiente calmo e seguro;
• Oferecer apoio emocional;
• Monitorar o paciente;
• Viabilizar realização de ECG;
• Administrar oxigênio, se prescrito;
• Assegurar a permeabilidade das vias venosas;
• Observar e orientar quanto ao repouso absoluto;
• Monitorar PA, FC e ritmo cardíaco continuamente;
• Registrar SSVV de 2 em 2 horas;
• Monitorar e registrar características da dor;
• Observar alterações no estado mental;
• Administrar medicamentos conforme prescrição médica observando o
aparecimento de efeitos colaterais;
• Observar presença de manchas na pele como palidez, cianose, sudorese
e estase jugular;
• Ficar atento ao débito urinário;
• Anotar o volume hídrico (ingestão e excreção);
• Manter material de urgência testado próximo ao leito (PIRES, 2019).

• Angina

Angina de peito (angina pectoris) é uma descrição usada para descrever a dor
no peito (isquemia) que acomete o músculo cardíaco. A angina está quase sempre
relacionada a doenças que causam obstrução nas artérias responsáveis por levar
sangue ao coração, as coronárias. A principal causa de angina é chamada

33
aterosclerose, ou seja, a deposição de placas de gordura dentro dos vasos
(coronárias) que são responsáveis por levar sangue ao músculo do coração
(HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2020).
Em situações nas quais o entupimento se estende por mais de 70% do diâmetro
do vaso sanguíneo, o coração não tem oxigênio suficiente para suprir o aumento da
demanda, como durante o esforço físico ou estresse mental, levando à chamada
isquemia o que ocasiona à angina de peito. A aterosclerose, por outro lado é
multifatorial, e está associada principalmente a outras doenças ou fatores de risco,
como idade avançada, hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, tabagismo,
histórico familiar e sedentarismo (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2020).
Como já dito, a obstrução da artéria coronária desencadeia angina, que ocorre
durante esforço, sendo aliviada com o repouso. Entretanto, uma diminuição no
suprimento de oxigênio, como na anemia grave ou na hipóxia, pode agravar a angina
(PAULA, 2019). A angina pode ser estável e instável (Figura 10). Na angina estável,
a relação entre carga de trabalho ou demanda e isquemia é relativamente previsível.
Este é o tipo mais comum de angina, que ocorre após esforço físico, estresse
emocional, uma refeição pesada ou depois de fumar e desaparece em repouso. A
angina instável é a angina com piora clínica (por exemplo, angina em repouso ou
aumento na frequência e/ou intensidade dos episódios).

Figura 10 – Imagem ilustrativa de Angina estável e instável

Fonte: pinterest.com

34
A dor ocorre em repouso e aparece subitamente, o que pode contribuir para um
infarto agudo do miocárdio (PAULA, 2019). Na Figura 11 estão listadas algumas
diferenças entre a angina estável e a angina instável.

Figura 11 – Angina estável e instável

Fonte: slideplayer.com.br

Assistência de Enfermagem

Em casos de paciente com sintomas de angina, o procedimento a ser feito deverá


ser o seguinte:

• Avaliar as características da dor no peito e sintomas associados.


• Avaliar a respiração, a pressão sanguínea e frequência cardíaca em
cada episódio de dor torácica.
• Fazer um ECG, cada vez que a dor torácica surgir, para evidenciar
infarto posterior.
• Monitorar a resposta ao tratamento medicamentoso.
• Avisar o médico se a dor não diminuir.
• Identificar junto ao paciente as atividades que provocam dor.
• Oferecer assistência de maneira calma e eficiente de modo a reconfortar
o cliente até que o desconforto desapareça.
• Prover um ambiente confortável e silencioso para o cliente/família.

35
• Ajudar o paciente a identificar seus próprios fatores de risco.
• Ajudar o paciente a estabelecer um plano para modificações dos fatores
de risco.
• Providenciar orientação nutricional ao paciente/família.
• Esclarecer o paciente/família acerca dos medicamentos que deverão ser
tomados após a alta hospitalar.
• Esclarecer o paciente acerca do plano terapêutico.
• Explicar a relação entre a dieta, atividades físicas e a doença.

4.4 Cardioversão e desfibrilação

São utilizadas para liberar uma corrente elétrica que estimula uma massa crítica
de células miocárdicas. Isso permite que o nódulo sinusal recapture sua função como
marcapasso do coração (PIRES, 2019).
A cardioversão elétrica consegue reestabelecer o ritmo sinusal mais
efetivamente nas taquicardias relacionadas à reentrada. O choque elétrico despolariza
as fibras cardíacas excitáveis do miocárdio e possibilita o aumento de sua
refratariedade, interrompendo os circuitos de reentrada e promovendo
homogeneidade tissular. Entretanto, tal procedimento torna-se ineficaz quando a
taquicardia provém de desordens na formação do impulso. Em tais casos, mesmo
havendo sucesso após a descarga elétrica, a taquiarritmia pode se reestabelecer em
poucos segundos.
O Quadro 8 nos traz uma definição acerca da cardioversão e da desfibrilação.

36
Quadro 8 – Definição de Cardioversão e desfibrilação
CARDIOVERSÃO DESFIBRILAÇÃO
A cardioversão é um procedimento na A desfibrilação consiste na aplicação de
maioria das vezes eletivo, em que se uma corrente elétrica contínua NÃO
aplica o choque elétrico de maneira SINCRONIZADA, no músculo cardíaco.
SINCRONIZADA para encerrar uma Esse choque despolariza em conjunto
taquiarritmia. O paciente deve estar todas as fibras musculares do miocárdio,
monitorado no cardioversor e este deve tornando possível a reversão de arritmias
estar com o botão de sincronismo ativado, graves como a TV e a FV, permitindo ao
pois a descarga elétrica é liberada na nó sinusal retomar a geração e o controle
onda R. do ritmo cardíaco.
É indicada nas situações como a
fibrilação atrial (FA) e flutter atrial.
Fonte: Adaptado de Pires, 2019.

5 PADRÕES DE REGISTRO E DERIVAÇÕES DO ELETROCARDIOGRAMA

Registro eletrocardiográfico

O traçado eletrocardiográfico é constituído por intervalo fixo tanto para as suas


linhas verticais quanto para as horizontais, sendo que a primeira corresponde ao
tempo registrado e a outra, à voltagem. Nos papéis de registro comumente utilizado,
cada quadriculado obedece a mesma disposição, sendo que cada traço tem uma
distância entre si de 1 mm (HENDLER, 2019).

Derivações do ECG

O eletrocardiograma é composto por 12 derivações, sendo 6 periféricas


(verticais) e 6 precordiais (horizontais). As derivações periféricas compreendem as
derivações DI, DII, DIII, aVR, aVL, aVF. Esse sistema apresenta uma distância precisa
entre cada vetor de 30º. DI, DII e DIII verificam o diferencial de potencial entre dois
pontos, um positivo e outro negativo, que são considerados bipolares. Os sinais
dessas derivações são captados através dos eletrodos colocados no braço direito, no
braço esquerdo e na perna esquerda, sendo que a perna direita funciona como um fio

37
terra (Figura 12). Essas derivações formam o triângulo de Einthoven, com o coração
situado no centro do triângulo.

Figura 12 – Derivações periféricas: (a) triângulo de Eithovem (b) vetor das 6


derivações.

Fonte: Blamb/Shutterstockcom; Ashray ShatShutterstockcom.

A sigla AV significa aumento de voltagem. As derivações aVR, aVF e aVL são


consideradas unipolares e representam a diferença de potencial do braço D, braço E,
perna E e a média dos outros potenciais para cada derivação. O eletrodo no braço
direito representa o aVR, o braço esquerdo aVL e a perna esquerda aVF. (HENDLER,
2019).
As derivações precordiais registram o potencial elétrico cardíaco abaixo do
eletrodo localizado em seis pontos anatômicos específicos no tórax (V1 a V6)(Figura
13). Essas derivações correspondem ao plano horizontal:.

• V1: quarto espaço intercostal na margem direita do esterno.


• V2: quarto espaço intercostal na margem esquerda do esterno.
• V3: localizado entre V2 e V4.
• V4: quinto espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda.
• V5: linha axilar anterior.
• V6: linha axilar média

38
Figura 13 – Localização das derivações precordiais

Fonte: Blamb/Shutterstockcom; Ashray ShatShutterstockcom.

Preparo do paciente para realização de um ECG

O ECG será realizado por meio do eletrocardiógrafo, um aparelho, digital ou


analógico, portátil, composto de quatro ventosas que são posicionadas nos membros
superiores (região do punho bilateralmente) e inferiores (região superior do maléolo
bilateralmente)(Figura 14). Ele registrará a atividade elétrica do coração sobre papel
milimétrico, onde a magnitude vertical representará a voltagem e a magnitude
horizontal representará a velocidade ou o tempo.

Figura 14 – Aparelho para realização de Eletrocardiograma

Fonte: NataliAlba/Shutterstock.com.

39
Para realizar o exame, devem ser seguidos alguns cuidados, conforme
apontam Mozachi e Mozachi (2005):

• Explicar ao paciente o procedimento a ser realizado e esclarecer


quaisquer dúvidas, procedendo a conferência do procedimento seguro
quanto à identificação do paciente.
• Colocar o paciente confortavelmente em decúbito dorsal, com o tórax
descoberto e, se necessário, proceder tricotomia local.
• Orientar ao paciente a remoção, se necessário, de adornos como
relógios.
• Umidificar a superfície de contato dos eletrodos com gel para melhorar
a condutividade.
• Ao posicionar os eletrodos, ter atenção para não incorrer em troca de
posicionamento, o que impactará na interpretação do exame.
• Após a realização, identificar o exame com nome, idade do paciente,
data e hora da realização e nome de quem executou o exame.

6 EXAME FÍSICO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Fonte: turmadeenfermagemlapa.blogspot.com

40
O exame físico do sistema cardiovascular inclui os aspectos do exame físico
geral pertinentes ao aparelho cardiovascular (alterações da coloração da pele e
mucosas, edema, perfusão periférica), exame dos pulsos arteriais e venoso jugular,
tomada da pressão arterial, inspeção, palpação e ausculta do precórdio (OLIVEIRA;
SILVA, 2019).

6.1 Dados subjetivos para o exame físico

Os dados subjetivos compreendem informações fornecidas pelo paciente ou


pelos familiares sobre a história pregressa, os sintomas, as queixas, as preocupações,
entre outras. De acordo com Lana (2019), no sistema cardíaco, é essencial que as
informações a seguir sejam coletadas:

• Queixa principal: geralmente, o paciente relata queixas como dispneia


ou tosse, dor torácica, fraqueza ou fadiga, dor ou edema de membros
inferiores, tontura, cefaleia e palidez.
• História atual: deve-se questionar sobre os sinais e sintomas que o
paciente vem apresentando.
• História pregressa: atenção aos distúrbios relacionados ao coração,
questionar sobre hipertensão, diabete mellitus, desmaios, maus súbitos
e defeitos congênitos do coração. Questionar às pacientes do sexo
feminino sobre o uso de hormônios, hipertensão na gravidez e
menopausa.
• História familiar: muitas doenças cardiovasculares têm tendências
hereditárias que podem sugerir um problema cardíaco, como infarto,
doença vascular, dislipidemias, hipertensão e morte súbita.
• História psicossocial: perguntar sobre ocupação, antecedentes
educacionais, condições de habitação, atividades diárias e relações
familiares, pois elas podem revelar os níveis de estresse e como são
controlados os hábitos atuais de saúde, como atividade física e hábitos
alimentares.

41
Para avaliar especificamente o sistema vascular, pode-se investigar
informações subjetivas para doenças arteriais ou venosas. Em relação as arteriais, é
necessário pesquisar (LANA, 2019):

• Dor manifestada como formigamento, queimação, constrição, aperto,


cãibras ou fadiga;
• Claudicação da cor da pele, como palidez, cianose, rubor e livedo
reticular;
• Diminuição da temperatura da pele;
• Alterações tróficas, como atrofia da pele, diminuição do tecido
subcutâneo, queda dos pelos, alterações ungueais, calosidades, lesões
ulceradas, edema e gangrena seca.

Para investigar as doenças venosas, devem-se questionar as seguintes


informações (LANA, 2019):

• Dor referida, como sensação de peso nas pernas, queimação, ardência,


cansaço, cãibras, dor do tipo fincada ou ferroada;
• Alterações tróficas, como edema, celulite, eczema, úlceras e
dermatofibrose;
• Hemorragia por ruptura de varizes;
• Sudorese profunda em insuficiência venosa crônica grave.

6.2 Exame físico

O exame físico compreende uma das etapas que compõe a Sistematização da


Assistência de Enfermagem (SAE). Se trata de uma das etapas principais no que
tange o cuidado que o enfermeiro deve ter com o paciente, devendo ser realizado de
forma sucinta, com objetivo de definir o diagnóstico de enfermagem, para que
posteriormente seja executado a assistência necessária.
Ao elaborar um plano de cuidado, o profissional deve se basear em
conhecimentos multidisciplinares, como, por exemplo, anatomia, fisiologia, patologia
clínica e exames suplementares.

42
No quadro abaixo, encontram-se os principais sintomas que um paciente pode
apresentar ao estar acometido por uma doença cardíaca, e, em seguida, os
procedimentos iniciais práticos do exame, os quais são: inspeção, palpação e
ausculta.
Dessa forma, o Quadro 9 nos mostra alguns prováveis sintomas que um
paciente com doença cardíaca irá apresentar.

Quadro 9 – Principais sinais e sintomas no paciente com doença cardíaca


• Dor de origem pericárdica
• Dor de origem aórtica
DOR TORÁCICA • Dor de origem psicogênica
• Dor de isquemia miocárdica
Percepção incômoda dos batimentos cardíacos,
descritas como:
• Paradas;
• Tremor do coração;
• Falhas;
• Arrancos;
PALPITAÇÕES • Batimentos mais fortes.
Decorrentes de transtornos do ritmo e da
frequência cardíaca
• Cansaço,
• Canseira,
• Falta de ar,
• Fôlego curto,
DISPNÉIA • Fadiga ou respiração difícil,
• Sensação consciente e desagradável do
ato de respirar
Tosse e expectoração, roncos e sibilos,
hemoptise, tontura e vertigem, alterações do sono,
OUTROS
edema, astenia
Fonte: Adaptado de Oliveira e Silva (2019)

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• Inspeção:

De modo geral, podemos dizer que a respiração acontece como um ato


automático, decorrente dos centros respiratórios que se encontram localizados no
tronco encefálico, que geram os impulsos responsáveis pela ação dos músculos
respiratórios, consistindo na inspiração e a expiração. A inspeção é uma etapa que
faz a analise dessas ações e pode ser dividida em inspeção estática ou dinâmica.
Na inspeção estática deve ser observada a expressão facial do paciente, já na
inspeção dinâmica, deve ser analisada a frequência respiratória, as alterações do
rítimo cardíaco, entre outros detalhes que são relevantes para a conclusão final do
exame. Além disso, deve-se pesquisar também o formato do tórax, o volume e a
vascularização (presença de circulação colateral) (LANA, 2019).
Especificamente em relação ao sistema cardiovascular, deve-se fazer a
inspeção do precórdio e pescoço, observando e localizando o ictus cordis e a
turgência de jugular patológica (LANA, 2019).

• Palpação

Ao proceder a palpação, deve-se realiza-la de forma suave para não prejudicar


as pulsações ou os achados similares. Quando palpar a artéria carótida, pode haver
uma hipersensibilidade no seio carotídeo que causa a redução da frequência cardíaca,
pressão arterial e isquemia encefálica com síncope. Já o local de palpação do pulso
apical é no 5º espaço intercostal, podendo ser medido por meio das polpas digitais
que localizam o choque de ponta — recomenda-se que o examinador peça ao
paciente que expire e “pare de respirar”. O aumento do tamanho do coração pode
provocar o deslocamento do impulso para baixo e ocupar mais do que um espaço
intercostal, sendo que o impulso sustentado com mais força e duração pode causar
hipertrofia do ventrículo esquerdo (LANA,2019).
Existem diversos locais que podem ser realizados a palpação, entre eles se
destacam a palpação dos pulsos arteriais e a palpação do Ictus Cordis, que são
essenciais para um bom resultado do exame físico.
O Quadro 10 apresenta algumas informações referentes a palpação dos pulsos
arteriais.

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Quadro 10 – Palpação dos pulsos arteriais
PULSOS ARTERIAIS
Carótida/ aorta fúrcula esternal/ abdominal /femoral/ radial/ braquial/ tibial/
pediosos
Checar simetria, amplitude, frequência cardíaca, ritmo
Aneurismas? Ex; aneurisma de Ao = massa abdominal que pulsa para
todos os lados
Comprimir pulso radial até alcançar palidez da palma, depois
Manobra de Allen soltar e ver o retorno da coloração (obstrução de artérias?)
• Magno Célere (martelo d’água)
Pulsos • IA Parvus Tardus- EA
patológicos • Paradoxal (PS cai >10mmHg na
inspiração=tamponamento cardíaco)
• Hipotensão/ choque (fino ou ausente)
Ex: insuficiência aórtica: pulso amplo ou magnus; estenose
aórtica: pulso pequeno ou parvus.
Fonte: Adaptado de Novais (2019)

Para que você compreenda como é realizada a manobra de Allen, observe a


Figura 15:

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Figura 15 – Manobra de Allen

Fonte: Só Enfermagem

Passamos agora a palpação do Ictus Cordis, o qual pode ser visível entre o
quarto ou quinto espaço intercostal, bem como pode haver dificuldade de visualização
em mulheres em razão da mama, em pacientes obesos ou nas pessoas com paredes
torácicas espessas, sendo observado facilmente em indivíduos magros com
cardiomegalia. Pulsações epigástricas e supraesternais são frequentemente
visualizadas em sujeitos normais, mas, quando forem muito acentuadas, sugerem
hipertrofia ventricular direita (se epigástrica) ou, na região supraesternal, indicam a
possibilidade de hipertensão arterial sistêmica ou aneurisma de aorta (LANA, 2019).
A figura 16 nos dá um exemplo do que foi descrito acima:

46
Figura 16 - Palpação e classificação do Ictus Cordis

Fonte: Adaptado de slideshare.net

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• Ausculta

A ausculta cardíaca no precórdio é feita em quatro áreas, as quais


correspondem às quatro valvas (LANA, 2019) (Figura 17):

• Área aórtica: 2º espaço intercostal direito.


• Área da valva pulmonar: 2º espaço intercostal esquerdo.
• Área da valva tricúspide: 4º espaço intercostal esquerdo (borda esternal
inferior esquerda).
• Área mitral: 5º espaço intercostal próximo à linha hemiclavicular
esquerda.
Figura 17 – Focos para ausculta cardíaca

Fonte: medpri.me

As bulhas cardíacas se dividem em B1, B2, B3 e B4. Em B1, tem-se o


fechamento das valvas mitral e tricúspide:

• A mitral antecede a tricúspide, pois a sístole no ventrículo esquerdo


inicia-se ligeiramente antes do direito;
• O timbre é mais grave, conhecido como TUM;
• O tempo de duração é um pouco maior que B2;
• Melhor ausculta no foco mitral (caso ausculte separadamente mitral com
tricúspide, deve-se considerar fisiológico);

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• B1 aumenta a intensidade se houver aumento da velocidade do sangue
(febre, anemia, hipertireoidismo, ansiedade e exercícios físicos) ou
quando a valva mitral estiver estenosada;
• B1 diminui a intensidade quando existir aumento do tecido adiposo ou
líquido sobrejacente (obesidade, enfisema e derrame pericárdico),
hipertensão arterial sistêmica, fibrose ou calcificação da valva mitral.

Entre as anormalidades de B1 estão (Quadro 11):

Quadro 11 – Anormalidades de B1
Achados Significado
Hiperfonese Intervalo PR curto
Estalido alto de B1 Estenose mitral
Intensidade variável Bloqueio atrioventricular
Hipofonese Insuficiência mitral, bradicardia,
enfisema pulmonar e estenose mitral
Fonte: Adaptado de Lana (2019).

Em B2, há o fechamento das valvas aórtica e pulmonar:

• A valva aórtica precede a pulmonar, porém, durante a expiração, ambas


se fecham sincronicamente dando origem a um único ruído;
• Na inspiração, há um retardo na valva pulmonar suficiente para perceber
os dois componentes, que se trata do desdobramento fisiológico de
segunda bulha, conhecido como TLA;
• O timbre é mais agudo, conhecido como TA ou TLA;
• Em condições normais, a 2ª bulha é mais intensa nos focos aórtico e
pulmonar;
• B2 aumenta a intensidade, com hipertensão arterial sistêmica,
acometimento da valva aórtica devido à sífilis e exercícios físicos;
• B2 diminui a intensidade, com hipotensão arterial, valvas espessadas ou
calcificadas, estenose aórtica ou pulmonar.

Entre as anormalidades de B2 estão (Quadro 12):

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Quadro 12 – Anormalidades de B2
Achados Significado
Desdobramento fixo Sobrecarga direita (embolia pulmonar)
Desdobramento paradoxal Estenose aórtica e bloqueio do ramo
esquerdo
Hiperfonese de A2 Hipertensão
Hiperfonese de P2 Hipertensão pulmonar, tórax chato e
fino
Hiperfonese de A2 Estenose aórtica
Hiperfonese de P2 Estenose pulmonar
Fonte: Adaptado de Lana (2019)

Já B3 é um ruído protodiastólico que se origina das vibrações da parede


ventricular durante o enchimento ventricular rápido (LANA, 2019):

• É um ruído de baixa frequência, conhecido como TU;


• Ausculta-se a 3ª bulha normal em crianças e adultos jovens. Quando
for patológica, ela origina um ritmo tríplice de galope.

B4, por sua vez, é um ruído débil que ocorre no fim da diástole ou na pré-
sístole e corresponde ao fluxo mobilizado pela contração atrial.

• Frequência cardíaca

Pode ser verificada por meio da palpação de um pulso periférico, ausculta do


pulso apical ou da visualização pelo cardioscópio. Você deve observar também se há
diferença em relação à medida do pulso radial (déficit de pulso) devido às arritmias
(LANA, 2019).
A frequência cardíaca ou ritmo cardíaco é o número de vezes que o coração
bate (ou cicla) por minuto, sendo expressa em bpm (batimentos por minuto). Para
aferi-la, utiliza-se relógio, cronômetro e estestocópio. Além disso, é importante que o
profissional lave as mãos e oriente o paciente quanto ao exame. Quando a técnica
realizada for por ausculta cardíaca, deve-se comparar com pulso carotídeo. Pode inda
ser realizada pela palpação do íctus-cordis e deve-se contar por um minuto. Conforme

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Oliveira e Silva (2019) o coração humano bate entre 60 e 100 bpm, sendo considerada
bradicardia o número de batimentos abaixo de 60 bpm e taquicardia o número de
batimentos acima de 100 bpm.

• Aferição da pressão arterial

A Pressão Arterial (PA) está relacionada à função do coração e da árvore


vascular arterial, podendo ser definida como a força exercida pelo fluxo sanguíneo
nas artérias em dois momentos: quando o coração está contraído, na sístole
ventricular, chamada de pressão sistólica e no relaxamento dos ventrículos,
denominado pressão diastólica, quando ela está no nível basal. O volume circulante
e a elasticidade dos vasos afetam a pressão sanguínea, portanto, se a pessoa está
com pouco sangue circulando devido a uma hemorragia, sua pressão pode baixar. Já
se você considerar a elasticidade dos vasos em um paciente com rigidez arterial, como
na arteriosclerose, a pressão pode se elevar (VAUGHANS, 2013).
A PA é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e registrada como uma
fração em que a PA sistólica se trata do numerador e a diastólica, o denominador. Por
exemplo, quando você ver um registro no qual está escrito 110/70 mmHg, significa
que 110 é a PA sistólica do paciente e 70 a diastólica. Quanto aos parâmetros de
normalidade, eles podem variar em relação à idade e à condição de saúde, como
crianças, idosos e mulheres grávidas. No Quadro 13, observe alguns parâmetros de
pressão arterial para indivíduos maiores de 18 anos:

Quadro 13 – Parâmetros de pressão arterial para maiores de 18 anos


Classificação Pressão sistólica Pressão diastólica
(mmHg) (mmHg)
ótima < 120 < 80
Normal < 130 < 85
Limítrofe 130 – 139 85 – 89
Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99
Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90
Fonte: Adaptado de Lana (2019).

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Posições do paciente:

• Deitado / Assentado / Ortostatismo


• O braço deve encontra-se sempre no mesmo plano que o do coração.

Componentes:

Pressão sistólica - PS: Pressão mais elevada observada nas artérias durante a
fase sistólica do ciclo cardíaco.
Pressão diastólica - PD: Pressão mais baixa detectada na aorta e seus ramos
durante a fase diastólica do ciclo cardíaco.

Métodos:

Diretos (invasivos): cateter intra-arterial (PIA).


Indiretos (não invasivos): esfigmomanômetria.

Fatores que influenciam a PA:

Sobrecarga física e emocional, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas,


colocação inadequada do manguito, emprego inadequado do estetoscópio, local da
medida da pressão arterial, posicionamento do paciente, método auscultatório.

Erros na medida da PA

Erros do examinador:

• Observação
• Princípios básicos
• Aplicação do método

Erros instrumentais:

Emprego do aparelho com manguito de tamanho inadequado ou


descalibrado.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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