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TÉTANO EM EQUINOS –

REVISÃO DE
LITERATURA
Trabalho de conclusão da disciplina estágio
supervisionado (648W) da graduação em
medicina veterinária apresentado ao centro
universitário de Goiânia- UNICEUG

Kariny Soares Rodrigues


Lucas Augusto de Souza Amaral
Walison Gomes dos Santos

Orientador: Prof. Dr. Julierme José Oliveira


TÉTANO EM
EQUINOS –
REVISÃO DE
LITERATURA
SUMÁRIO
• Introdução
• Etiologia
• Epidemiologia
• Patogenia
• Sinais clínicos
• Diagnóstico
• Tratamento
• Controle e profilaxia
• Considerações Finais
INTRODUÇÃO
Figura 1 – Clostridium tetani. Anatomia da célula
• Doença tóxica, infecciosa, não contagiosa, causada por
bactérias do gênero Clostridium spp da espécie Clostridium
tetani.

• Bactéria gram-positiva, anaeróbica, com formato bacilar,


encontrada sob a forma vegetativa ou em forma de esporos a
depender das condições de tensão de oxigênio no ambiente.

• Esporulação: resistência no ambiente. Permanecem durante


Fonte: dreamstime
muito tempo na terra, ao abrigo da luz e em fômites, ficando
https://pt.dreamstime.com/tetani-do-clostridium-anatomia-
em estado de vida latente com potencial infectante. da-pilha-com-esporo-terminal-e-vegetativo-estrutura-n
%C3%BAcleo-c%C3%B3rtice-revestimento-diagrama-vetor-
(AVANTE, 2016; ARAUJO, 2019) image145467571
INTRODUÇÃO
• Porta de entrada: ferida perfurante profunda contendo tecidos desvitalizados ou necróticos, ou
através do aparelho digestivo, cirurgias ou qualquer meio em condições de anaerobiose.
• A ausência de oxigênio desenca­deia a modulação da forma esporulada de C. tetani para a forma
vegetativa

Toxinas

não
tetanolisina tetanoespas­mina
espasmogênica

(DI FILIPPO, 2016)


ETIOLOGIA
Figura 2 – Células. Clostridium tetani
• O agente etiológico do tétano é o Clostridium tetani.

• Neurotrópico, bacilo gram-positivo, anaeróbio estrito,


desprovida de cápsula, podendo ser encontrada sob a
forma vegetativa ou esporulada

• Quando em forma de esporos: muito resistente á fervura


e aos desinfetantes, entretanto podem ser destruídos em
autoclave a 121 ºC durante 15 minutos.
(SOUSA, 2017).

Fonte: Science photo library

https://www.sciencephoto.com/media/601677/view/clostridium-tetani
ETIOLOGIA

Portas de
entrada

qualquer ferida
feridas lesões em tecidos contaminação em
contaminação que possua
perfurantes e desvitalizados ou procedimentos
umbilical em potros condição de
profundas necróticos cirúrgicos
anaerobiose

(ARAUJO, 2019; SILVA et al, 2020).


ETIOLOGIA
microbiota intestinal
dos animais e dos
humanos

meio ambiente

Podem ser
Matéria orgânica
encontradas:

solos contaminados
com fezes

pastos utilizados para


criação de animais de
produção.
EPIDEMIOLOGIA
• Disseminação mundial
• Maior presença em regiões quentes e úmidas. Umidade

• Ambientes com grande quantidade de matéria Fatores que


influenciam a
orgânica, principalmente em regiões tropicais podem Temperatura pH
incidência do
agente
ter elevadas concentrações de esporos de C. tetani,
podendo permanecer viáveis por vários anos.
• Podem permanecer latentes nos tecidos por um longo Matéria
Orgânica
período e produzir doença clinica somente quando as
condições tissulares favorecerem a sua proliferação. (POPOFF, 2020).

(ARAUJO, 2019)
EPIDEMIOLOGIA
• Maior ocorrência de tétano em equinos, principalmente em países em desenvolvimento e
locais onde a vacinação não é um comum, com taxa de mortalidade variando de 59% a 80%.
• A taxa de mortalidade nos equinos pode chegar a 80%.
(ZAPPA, 2014)
Figura 3 – Equinos

Fonte: Animal busines brasil

https://animalbusiness.com.br/colunas/top-news/terceiro-maior-rebanho-do-
mundo-mercado-de-equinos-aquece-economia-brasileira/
PATOGENIA

Ambiente anaeróbio e
Penetração do bacilo ou
com presença de tecido Multiplicação bacteriana
dos esporos em feridas
necrótico
LIMA, 2020 POPOFF, 2020 LIMA, 2020

Principais Toxinas
• Toxina não-
espasmogênica Produção de toxinas
• Tetanospamina
• Tetanolisina FILHO, 2018 LIMA, 2020
PATOGENIA

Tetanolisina
• Responsável pela dispersão da infecção
(FILHO, 2018)

Toxina não-espasmogênica
• Supõe-se que seja encarregada dos fenômenos autônomos
(FILHO, 2018)

Tetanospasmina
• Vai para o sistema vascular e de forma hematogênica chega as
junções neuromusculares somáticas e gânglios autônomos.
• Após 14 dias a toxina atinge o SNC.
(MacKay, Pg. 4577 Cap. 35)
SINAIS CLÍNICOS
Figura 4 – Equino se apresentando com rigidez da
• Variedade e a intensidade dos sinais = proporção da infecção no musculatura, em “posição de cavalete”

organismo do animal.
(ARAUJO, 2019)

• Inicialmente
• Rigidez da musculatura geral
• Reluta em se movimentar ou tem uma marcha rígida;
• Tremores;
• “Posição de Cavalete”
• Paralisia espástica dos músculos mastigatórios
• Prolapso da membrana nictante;
(POPOFF, 2020; MacKay; ARAUJO, 2019; GRANADO, 2017)

Fonte: CAVALUS
https://cavalus.com.br/saude-animal/tetano-em-equinos/
SINAIS CLÍNICOS
Figura 5 – Equino com prolapso da membrana
• Inicialmente nictante

• Cabeça e pescoço estendido com narinas dilatadas;


• Anorexia;
• Sons intestinais diminuídos ou ausentes
• Síndrome cólica

(POPOFF, 2020; MacKay; ARAUJO, 2019; GRANADO, 2017 )

• Hiperreflexia;
• TC elevada.
(ARAUJO,2019)

Fonte: UFERSA

https://repositorio.ufersa.edu.br/bitstream/prefix/5846/1/
IgorMarcelusLucasL_MONO.pdf
SINAIS CLÍNICOS
• Com a evolução clínica
• Dispneia grave,
• Sudorese intensa,
• Pneumonia por aspiração.

• Óbito geralmente se dá por insuficiência respiratória


• Decorrente da paralisia dos músculos respiratórios
(GRANADO,2017; MACKAY, Pg. 4579 Cap. 35)
DIAGNÓSTICO

Exames Laboratoriais?
Exames post- mortem? Inviável

Clínica do Animal

Histórico Acompanhamento do quadro


Anamnese Desenvolvimento do
quadro
Dados
epidemiológicos

(MACKAY; GRANADO, 2017; FILHO, 2018; ARAUJO, 2019)


TRATAMENTO
• O tratamento para ser bem-sucedido consiste:
• Na eliminação da bactéria;
• Neutralização da toxina residual presente com administração de soro antitetânico;
• Controle dos espasmos musculares;
• Terapias suportes: nutricional, locais com ausência de barulho e baixa luminosidade.

(AVANTE, et al., 2016)


TRATAMENTO
• Neutralização da toxina: Figura 6 - Soro antitetânico

• É feita através da administração do soro antitetânico.


• Doses atualmente varia entre 5.000 UI e 50.000 UI com
administração por via EV, IM ou SC
(SILVA, 2010)

Fonte: Agroline Produtos Agropecuários.


Figura 7 - Pentabiotico veterinário ( Penicilinas)
https://www.agroline.com.br/produto/soro-anti-
tetanico-lema-97289

• Controle da infecção:
• Sensível a classe das Penicilinas.
• Antibióticos contendo essa base é capaz de
eliminar a infecção.
• Dose varia de 20.000 a 40.000 UI/kg pela via IM,
Fonte: Doma Agropecuária a cada 48 horas.
(GRANADO, 2017)
http://www.domaagropecuaria.com/produtos/bula/20200562
TRATAMENTO
Figura 8 - Acepromazina
• Nos casos que a feridas existentes o uso de água oxigenada
a dez volumes para a limpeza é uma boa opção para a
inibir a proliferação bacteriana.

• Controle dos espasmos musculares:


• Uso de acepromazina por via EV.
• Na dose 0,01 mg/kg a cada oito horas é capaz de
induzir sedação leve e controle dos espasmos.

AVANTE (2016)

Fonte: Basso Pancotte produtos para agropecuária

https://www.bassopancotte.com.br/produto/acepran-1-20-ml/
TRATAMENTO
Figura 9 – Equino com tampões nos ouvidos devido a
hiperreflexia

• Terapias Suportes:
• Intuito de reduzir o estresse durante a recuperação
do animal.
• Baia deve ser tranquila, forrada e com cama (palha
ou serragem);
• Tampões nos olhos;
• Algodão no pavilhão auricular;
• Fornecer água, feno e ração todos de boa qualidade;
(LIMA et al., 2013; LIMA, 2020)

• O tratamento a ser adotado irá variar de um atendimento


para o outro.

Fonte: UFERSA

https://repositorio.ufersa.edu.br/bitstream/prefix/5846/1/
IgorMarcelusLucasL_MONO.pdf
CONTROLE E
PROFILAXIA
• Vacinação com toxóide tetânico;
• Administração de soro antitetânico antes ou no pós operatório;
• Antissepsia minuciosa do campo operatório;
• Esterilização dos materiais cirúrgicos;
• Higienização e limpeza do local em que o animal vive;
• Cura do umbigo dos potros;
• Em casos de injurias teciduais superficiais ou profundas sempre realizar uma boa limpeza da ferida.
(GRANADO, 2017) e (LIMA, 2020).
Considerações Finais
• Doença que merece atenção na clínica de equinos.
• Espécie que apresenta uma alta susceptibilidade a desenvolver essa enfermidade.
• Os sinais clínicos não são tão específicos o que dificulta um diagnóstico precoce.
• Devido a essas e outras limitações muitos dos casos o prognóstico não é favorável.
• Adotar medidas de prevenção e profilaxia é de grande importância para evitar ou controlar a
doença.
DÚVIDAS?
OBRIGADO

Eu agradeço dia após dia por ter vocês


aqui comigo. Palavras não são
suficientes, para eu expressar a
gratidão e o amor imenso que sinto por
tudo que passamos juntos.
Se esta foto falasse, só diria coisas boas
sobre esta amizade.
Amo vocês seus chatos

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