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ESPOROTRICOSE FELINA

A esporotricose é uma doença subaguda ou crônica causada pelo fungo Sporothrix


schenckii. Este microrganismo geralmente é encontrado no solo crescendo em diversos substratos,
como plantas, cascas de árvores, vegetais, material em decomposição e preferencialmente em
ambientes quentes e úmidos. Sua distribuição é mundial, ocorrendo principalmente em áreas
tropicais e subtropicais. Acometem vários animais domésticos, principalmente felinos, que são as
fontes mais notáveis de transmissão da esporotricose para os seres humanos. A infecção é
considerada uma zoonose grave, provocando graves lesões de pele.
A prevalência desta doença vem aumentando nos últimos anos, e mais recentemente no
estado do Rio de Janeiro. Desta forma, os profissionais da vigilância sanitária estão emitindo
alertas para a população a respeito dos riscos da esporotricose.

TRANSMISSÃO/PATOGENIA
A esporotricose é considerada de fácil transmissão, sendo que qualquer pessoa ou animal
pode se contaminar a partir do contato com seres ou objetos contaminados. Os felinos
representam a principal forma de disseminação da doença, podendo adquiri-la através do solo
(pelo ato de enterrar fezes e urina) e ao arranhar madeiras e caule de árvores que estejam
infectados com o fungo. O gato também transmite a doença através de acidentes como
escoriações, arranhaduras, mordeduras ou através pelo contato da pele ou mucosa com secreções
das lesões de animais doentes. Raramente a transmissão ocorre através da inalação do
microrganismo.

O período de incubação varia de três dias a seis meses, tendo em média três semanas. As
lesões nos gatos são caracterizadas por grande quantidade de leveduras, que ulceram e eliminam
um exsudato serosanguinolento. Esta alta capacidade de replicação do microrganismo potencializa
a capacidade infectante das lesões. Além disso, os gatos ao lamberem as lesões podem espalhar
a doença para áreas distantes, como a face, orelhas e as extremidades. A partir daí, apesar de não
apresentarem lesões aparentes, estes sítios também se tornam fonte de contágio.

SINAIS CLÍNICOS
Essa doença pode se manifestar de três formas clinicas: cutânea, cutânea - linfática e
disseminada, sendo a forma cutânea a mais comum em felinos. Clinicamente, animais doentes
apresentam lesões no dorso, cabeça e face (figura 1). Essas lesões se caracterizam por formações
circulares elevadas, com alopecia e apresentando crostas e ulceração central. No caso de
disseminação da doença, podem estar presentes anormalidades oculares, neurológicas e
linfáticas. Múltiplas apresentações clínicas podem estar presentes no mesmo animal, e em casos
mais graves, pode haver comprometimento generalizado do organismo e desenvolvendo sinais
clínicos, como apatia, perda de apetite, febre e perda de peso.
Figura 1: Forma cutânea da esporotricose na face de um felino. Nota-se presença de alopecia, crostas e ulceração central
na lesão. Fonte: PIMENTEL, M.C; et al.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da esporotricose baseia-se no histórico apresentado pelo proprietário e
exame físico e dermatológico feito pelo médico veterinário, além de exames laboratoriais para sua
confirmação. Em relação aos exames, podem ser realizados cultura de fungos, citologia, exame
histopatológico e visualização direta dos organismos em lesões ou exsudados.

A citologia pode ser feita pela técnica de “imprinting” (método de aposição com lâmina)
sobre a lesão ou punção aspirativa por agulha fina. Tal análise tem o intuito de buscar o agente,
que normalmente é encontrado no interior do citoplasma de células inflamatórias ou livremente na
lâmina (figura 2). Na figura 3 podemos observar o crescimento deste microrganismo durante a
cultura fúngica.

Figura 2:Sporothrixschenckii livres e no interior do citoplasma de macrófagos. Fonte: www.avma.org


Figura 3: Morfologia da forma saprofítica ou micelial de Sporothrixschenckii. Fonte: www.doctorfungus.org

Para a realização da citologia, o veterinário responsável pode usar seringa de 5, 10 ou 20


ml. Aspirar material representativo, colocar na lâmina e deslizar uma sobre a outra. Fixar as
lâminas ao ar e enviar ao laboratório em frasco porta-lâminas com histórico detalhado (figura 4). No
caso de líquidos, enviar o material em frasco/tubo estéril, sem conservantes ou anticoagulantes e
sob refrigeração (2 e 8ºC) até 24 horas após a coleta.
Figura 4. Passo a passo para a realização de coleta de material para citologia.

O exame direto deve ser feito através de um imprinting no local da lesão com pus ou outro
material, podendo ser examinado a fresco, microscopicamente, entre lâminas, lamínulas ou mesmo
em esfregaço corado. Em algumas situações temos que utilizar métodos de coloração especiais.

Para histopatologia, deve-se coletar material por meio de biópsia e acondicioná-lo em


formol a 10% para fixação do mesmo, com posterior confecção de lâmina histológica em coloração
especial (PAS ou GMS) para a evidenciação do agente e classificação da lesão.

Como diagnóstico diferencial, devem ser investigadas doenças que causam lesões
cutâneas, como infecções bacterianas profundas, micobacteriose atípica, criptococose,
histoplasmose, neoplasias, leishmaniose tegumentar e infecções parasitárias (Demodex),

CONCLUSÃO
A esporotricose é uma importante doença que acomete animais e seres humanos. Como
trata-se de uma zoonose extremamente contagiosa, é importante que algumas medidas profiláticas
sejam adotadas, como o uso de luvas na manipulação de animais com lesões suspeitas,
tratamento e isolamento dos animais doentes até a completa cicatrização das lesões e a
desinfecção das instalações com solução de hipoclorito de sódio. Para auxílio no diagnóstico o
TECSA Laboratórios disponibiliza uma série de exames.
MATERIAL COD/EXAMES PRAZO DIAS
SWABS OU RASPADO 451 - PESQUISA DE
2
PROFUNDO DE PELE SPOROTHRIX SCHENKII
ATÉ 3LÂMINAS 87 - CITOLOGIA 3
RASPADO DE PELE 759 - CULTURA DE FUNGOS
30
PROFUNDO COM ANTIFUNGIGRAMA
86 - HISTOPATOLOGICO COM
FRAGMENTO EM
COLORACAO DE ROTINA - 4
FORMAL 10%
HE

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS

NELSO, R. W. ; COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais.4 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara koogan, 2010.

PAULA, R.B; ESPOROTRICOSE CANINA E FELINA – REVISÃO DE LITERATURA. Rio de


janeiro; 2008.

PIMENTEL, M.C; ET AL Esporotricose felina – Relato de Caso. [online] [citado em 12/08/2015]


http://www.unicruz.edu.br/seminario/artigos/saude/ESPOROTRICOSE%20FELINA%20%E2%80%
93%20RELATO%20DE%20CASO.pdf

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