Você está na página 1de 30

FACULDADE DE MEDICINA –FAMED

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA RECOMENDADOS


PARA AGENTES INFECCIOSOS PARASITÁRIOS

Disciplina: Biossegurança em Laboratório de Pesquisa

Mestrandos:
Alyne Oliveira Correia
Andreza Geny de Araujo Andrade
Gledson Micael da Silva Leite
BIOSSEGURANÇA

“ Um conjunto de medidas e procedimentos


técnicos necessários para a manipulação de agentes
e materiais biológicos capazes de prevenir, reduzir,
controlar ou eliminar riscos inerentes às atividades
que possam comprometer a saúde humana, animal,
vegetal e o meio ambiente”.

(BRASIL, 2017)
Virais Fúngica

Bacteriano
Parasitária
s
AGENTES
BIOLÓGICOS
AGENTE
AVALIAÇÃO DE RISCO BIOLÓGICO Parasitária

Critérios que permitem:


- Reconhecimento;
- Identificação;
- Probabilidade do dano decorrente destes.

Estabelecendo a sua classificação em classes


de risco distintas de acordo com a gravidade
dos danos.
(BRASIL, 2017)
AGENTE
AVALIAÇÃO DE RISCO Parasitária
BIOLÓGICO

1- Natureza do Agente Biológico;


2- Virulência;
3- Modo de transmissão;
4- Estabilidade;
5- Concentração e volume;
6- Origem do agente biológico potencialmente patogênico;
7- Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes;
8- Disponibilidade de tratamento eficaz;
9- Dose infectante;
10- Manipulação do agente biológico;
11- Eliminação do agente biológico.

(BRASIL, 2017)
CLASSE DE RISCO 2

Helmintos

AGENTE
Parasitária
BIOLÓGICO

Protozoários

(BRASIL, 2017)
AGENTES PARASITÁRIOS

• Protozoários Parasitas de Tecido e Sangue Humanos


• Protozoários Parasitas do Intestino Humano
• Trematódeos Parasitas de Humanos (Schistosoma
spp. e Fasciola spp.)
• Cestóides Parasitas de Humanos – Echinococcus
granulosus, Taenia solium (cysticercus cellulosae) e
Hymenolepis nana.
• Nematóides Parasitas de Humanos
Protozoários Parasitas de Tecido e Sangue Humanos

• Infecções com o Plasmodium spp. (incluindo o P.


cynomolgi), o Trypanosoma spp e a Leishmania
spp. adquiridas em laboratório foram relatadas.
Protozoários Parasitas de Tecido e Sangue Humanos

Riscos em Laboratório

Os riscos primários laboratoriais incluem:

• A ingestão
• A penetração na pele por meio de ferimentos ou
microabrasões
• A inoculação parenteral acidental
• A transmissão por vetores artrópodes.
Protozoários Parasitas de Tecido e Sangue Humanos

Outras fontes diretas potenciais de infecção incluem:

• O contato com um material extraído de uma lesão de


roedores que apresentam uma leishmaniose cutânea

• O contato com fezes ou sangue de animais


experimentalmente ou naturalmente infectados com T.
cruzi
Protozoários Parasitas de Tecido e Sangue Humanos

• A exposição aos aerossóis nas mucosas dos olhos, nariz


ou boca é um risco potencial quando o trabalho envolve
culturas de Leishmania spp., T. cruzi

• Indivíduos imunocomprometidos devem evitar qualquer


trabalho com esses agentes vivos.
Protozoários Parasitas de Tecido e Sangue Humanos

Precauções Recomendadas:

• As práticas e instalações do nível de Biossegurança 2


• A contenção primária (por exemplo, cabine de
segurança biológica)
• Proteção pessoal (proteção facial) Podem ser indicadas
quando o trabalho for realizado com culturas de
Leishmania spp., T. cruzi
• Uso de luvas para atividades onde exista a possibilidade
do contato direto da pele.
Protozoários Parasitas do Intestino Humano

• Infecções com o Toxoplasma spp.; Entamoeba


spp.; Isospora spp.; Giardia spp.; Sarcocystis spp.
e o Cryptosporidium spp. associadas a laboratório
foram relatadas.
Protozoários Parasitas do Intestino Humano

Riscos em Laboratório:

• Dependendo do parasita, a ingestão é o risco primário


laboratorial.

• Contato com as fezes de animais naturalmente ou


experimentalmente infectados.

• As picadas de agulhas com material contendo taquizoítas


ou bradizoítas ou abrasões na pele também são riscos
significativos.
Protozoários Parasitas do Intestino Humano

Precauções Recomendadas:

• As práticas e instalações do Nível de Biossegurança 2


• A contenção primária (por exemplo, cabine de segurança
biológica)
• Proteção pessoal (por exemplo, protetor facial) pode ser
indicada em trabalhos envolvendo culturas de Naegleria
fowleri ou Cryptosporidium.
Trematódeos Parasitas de Humanos (Schistosoma spp. e Fasciola spp.)

• Infecções com o Schistosoma spp. e a Fasciola spp.

• Nenhuma infecção estava diretamente associada aos


animais de laboratório, com exceção dos moluscos
infectados, que são os hospedeiros intermediários.
Trematódeos Parasitas de Humanos (Schistosoma spp. e Fasciola spp.)

• Riscos em Laboratório:
– Os estágios contagiosos do Schistosoma spp. (cercária): água;
Fasciola spp. (metacercária): encistados em plantas de aquários de
laboratórios usados para manter os caracóis hospedeiros.
– A penetração das cercárias do esquistossomo na pele e a ingestão
da metacercária de qualquer trematódeo são considerados riscos
primários.
– A metacercária - mãos para a boca através dos dedos ou das
luvas, depois do contato com a vegetação aquática contaminada
ou com as superfícies contaminadas do aquário.
– A maioria das exposições: baixas cargas de vermes com um
potencial mínimo da doença.
Trematódeos Parasitas de Humanos (Schistosoma spp. e Fasciola spp.)

• Precauções Recomendadas:
– As práticas e instalações do Nível de Biossegurança 2.
– Luvas
– Jalecos de mangas compridas ou outro traje de proteção

– Os caracóis e as cercárias encontradas na água proveniente


do aquário do laboratório devem ser eliminados através de
substâncias químicas ou através do calor.

– O tratamento apropriado para grande parte das infecções


Cestóides Parasitas de Humanos
Echinococcus granulosus, Taenia solium (cysticercus cellulosae) e Hymenolepis nana.

• Nenhuma infecção com o E. granulosus ou a T. solium


relacionada a laboratório tenha sido relatada
– As consequências destas infecções após a ingestão de ovos
infectados são potencialmente sérias.

• A H. nana é um parasita cosmopolita que não requer um


hospedeiro intermediário e a contaminação se dá
diretamente através da ingestão de fezes humanas ou de
roedores infectados.
Cestóides Parasitas de Humanos
Echinococcus granulosus, Taenia solium (cysticercus cellulosae) e Hymenolepis nana.

• Riscos em Laboratório:
– Os ovos infectados: fezes de cães ou de outros canídeos
(hospedeiro definitivo do E. granulosus) ou nas fezes
humanas (o hospedeiro definitivo da T. solium).
– Os cistos e fluído de cistos do E. granulosus não são
infecciosos para o homem.
– Os cistos que contêm a larva da T. solium (Cysticercus
cellulosae) prontamente produzem a infecção humana
com a solitária adulta.
– A ingestão dos ovos da H. nana nas fezes do hospedeiro
definitivo pode causar uma infecção intestinal.
Cestóides Parasitas de Humanos
Echinococcus granulosus, Taenia solium (cysticercus cellulosae) e Hymenolepis nana.

• Precauções Recomendadas:
– As práticas e instalações do Nível de Biossegurança 2
– Deve-se dar uma atenção especial a higiene pessoal (por
exemplo, a lavagem das mãos) e evitar a ingestão de
ovos infectados.
– Luvas

– O tratamento adequado para muitas infecções causadas


por cestóides existe.
Nematóides Parasitas de Humanos

• Infecções por Ascaris spp.; Strongyloides spp; ancilóstomos


e Enterobius spp.

• As infecções associadas a laboratório não foram


registradas.
– as larvas contagiosas encontradas nas fezes de primatas não-
humanos infectados com o Strongyloides spp. são consideradas
como um risco potencial de infecção.
Nematóides Parasitas de Humanos

• Riscos em Laboratório:
– Os ovos e larvas de fezes frescas do hospedeiro
definitivo não são geralmente infecciosos
• O desenvolvimento dos estágios infecciosos pode levar de um
dia até várias semanas.

– A ingestão de ovos infectados ou a penetração na pele


de larvas infectadas são os riscos primários
Nematóides Parasitas de Humanos

• Precauções Recomendadas:
– As práticas e instalações do Nível de Biossegurança 2
– Uma contenção primária (cabine de segurança
biológica) pode ser necessária para o trabalho com
estes materiais por indivíduos hipersensíveis.

– O tratamento adequado para maior parte das infecções


causadas por nematóides existe.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos


Estratégicos, Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde.
Classificação de Risco dos Agentes Biológicos. 3ª edição, Brasília-DF, 2017.

ICB-USP inaugura laboratório NB3 para estudo de parasitoses. Universidade de São


Paulo (Instituto de Ciências Biomédicas: Excelência em Ensino, Pesquisa e Cultura e
Extensão), 2019. Disponível em: <https://ww3.icb.usp.br/icb-usp-inaugura-
laboratorio-nb3-para-estudo-de-parasitoses/>. Acesso em: 06 de novembro de
2022.

Manual de “Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia”, da


Fundação Nacional de Saúde, Ministério da Saúde, Brasil. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/Biosseguranca
%20em%20Laboratorios%20Biomedicos%20e%20de%20Microbiologia.pdf
OBRIGADO!

Você também pode gostar