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Revisão de Literatura

ERLIQUIOSE TRANSMITIDA AOS CÃES PELO CARRAPATO MARROM


(Rhipicephalus sanguineus)

Daniela Maria Bastos de SOUZA¹, Zoraide Fernandes COLETO²*,


Andreia Fernandes de SOUZA¹, Sildivane Valcácia SILVA3,
Jeyce Kelle de ANDRADE4, George Chaves GIMENEZ¹

RESUMO – Os animais da espécie canina representam aqueles que estão mais


ligados ao homem, seja pelo apelo sentimental quando utilizados como animais de
companhia, ou quando são empregados para serviço e/ou pesquisa. Entretanto, as
doenças transmitidas pelos carrapatos, como a erliquiose, vêm causando grandes
prejuízos econômicos e na saúde desses animais. Além destas questões, o protocolo
estabelecido, o uso indiscriminado de medicamentos por parte dos proprietários que
os utilizam como método preventivo provoca resistência às substâncias, gerando
dificuldades no tratamento dessa patologia. Ao discorrer sobre o assunto, objetivou-se
abordar o tema como forma de contribuir para um melhor conhecimento da biologia
dessa doença, bem como a tomada de decisão na adoção de medidas de controle,
prevenção e cura.
Termos para indexação: hemoparasitose, medidas de controle, cura.

EHRLICHIOSIS TRANSMITTED TO DOGS BY TICK BROWN


(Rhipicephalus sanguineus)

ABSTRACT – The canine species represent those who are more connected to the
man, either by the sentimental appeal when used as pets or when they are em-
ployed to service and/or research. However, diseases transmitted by ticks such as
ehrlichiosis is causing a great economic loss and to the health of these animals. In
addition to these issues, the established protocol, the indiscriminate use of drugs
by the owners who use them as a preventive method, causes resistance to these
substances, implying in difficulties in the treatment of this pathology. To discuss the
subject, the objective of addressing the theme is a way of contributing to a better
knowledge of the biology of this disease, as well as the decision on the adoption of
control, prevention and cure measures.
Index terms: hemoparasitosis, control measures, cure.

INTRODUÇÃO todas as raças, sexo e idade, e foi descrita


Mundialmente, são reconhecidas vá- pela primeira vez no Brasil por Costa et al.
rias doenças transmitidas aos indivíduos (1973). Oyafuso et al. (2002), no norte do
da espécie animal por diversas espécies Paraná, caracterizaram a espécie Rhipi-
de carrapatos. Dentre essas doenças, a cephalus sanguineus parasitando 96% de
erliquiose é uma enfermidade parasitária 71 cães, enquanto 4% eram da espécie
transmitida por carrapatos aos cães de Amblyomma cajenense, enquanto Torres
1
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco
2
Doutora pela Universidade Federal Rural de Pernambuco *Autor para correspondência: Av: Bernardo Vieira de Melo,
2366, Apto 1801, Ed. Maria Odile zora.ga@uol.com.br
3
Professor Adjunto da Universidade Federal da Paraiba
4
Doutoranda de Inovação Terapêutica da Universidade Federal de Pernambuco

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et al. (2004), no estado de Pernambuco, do agente causador da doença (HOSKINS,


encontraram somente carrapatos Rhipi- 1991). A sintomatologia é ampla e devem-
cephalus sanguineus parasitando 82,77% -se levar em conta outras enfermidades
de 325 cães avaliados. Medeiros e Lima como, por exemplo, a doença viral cino-
(2004) avaliaram 198 cães e constataram mose, que pode confundir o diagnóstico,
que 13 (6,56%) desses animais tiveram pela similaridade dos aspectos clínicos
o diagnóstico clinico/parasitológico con- (HARVEY, 1978; CHIARI, 2010).
firmado para a doença. Benigno et al. Com esta revisão de literatura, objeti-
(2011) estudaram 744 cães suspeitos para vou-se auxiliar os profissionais envolvidos
erliquiose, oriundos de duas populações com a criação e cuidados dispensados
diferentes: população A, localizada em aos cães no entendimento e no combate
região de alto padrão econômico; popula- à erliquiose.
ção B, localizada em região de periferia e
baixo poder aquisitivo, determinando que, TRANSMISSOR DA ERLIQUIOSE
independente da localização, os animais
da raça Podle foram os mais propensos à O carrapato Rhipicephalus sanguineus
infecção (15 de 48 animais de raça definida (Figura 1), tem grande importância epide-
avaliados). miológica por ser cosmopolita e um reser-
A erliquiose é uma doença de ocorrên- vatório da doença. É um típico parasita de
cia frequente no verão brasileiro, visto que, três hospedeiros, isto é, durante as fases
os carrapatos necessitam de condições de sua evolução (larva, ninfa e adulto), ele
ideais como o calor e a umidade para se pode parasitar três animais diferentes e, as
reproduzirem. É transmitida de um cão mudas de fase, ocorrem fora do corpo do
contaminado para um cão sadio através da hospedeiro, facilitando a transmissão da
picada do carrapato. O principal vetor é o doença. O carrapato é contaminado quando
carrapato marrom (Rhipicephalus sangui- o cão se alimenta do sangue de um cão por-
neus), que irá infectar células sanguíneas tador de Ehrlichia sp, e este agente se mul-
da série branca, ou seja, as células de tiplica no interior do carrapato mantendo-se
defesa do cão, com formas contaminantes vivo por até 5 meses. O carrapato passa a

FIGURA 1 - Carrapatos do gênero Rhipicephalus sanguineus, transmissor da erliquiose em cães. Em A -


fêmea ingurgitada, após espoliação do animal; B – macho adulto, apresentando exoesqueleto
muito resistente, característico da espécie.
(Fonte: Viviane Dubal http//bullblogingles.files.wordpress.com, 2011)

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transmitir a Ehrlichia em 3 a 5 dias após a enquanto French e Harvey (1983) descre-


sua contaminação. A transmissão ocorre veram organismos arredondados, ovoides
por inoculação no sangue, resultado da ou achatados, corados pelo Giemsa em
espoliação parasitária, quando o carrapato plaquetas de cães enfermos.
infectado pica um animal sadio, liberando São organismos não móveis, de mor-
no local da picada secreções salivares que fologia cocóide a elipsoidais que podem
contêm a Ehrlichia sp, infectando o animal, ocorrer de maneira isolada ou formando
ou no momento de transfusões sanguíneas, colônias arredondadas, de vários tama-
através de agulhas ou instrumentais con- nhos, visualizadas em vacúolos no cito-
taminados e pela via transplacentária. O plasma de monócitos, corados em azul es-
mesmo carrapato pode transmitir outras en- curo pelo Giemsa. É um parasito aeróbico,
fermidades, como a babesiose e anaplas- ou seja, não utiliza a glicose como fonte
mose, que podem ocorrer conjuntamente à de energia, e, sim os aminoácidos como a
erliquiose. O período de incubação varia de glutamina e o glutamato, preferencialmen-
7 a 21 dias, e no prazo de 14 a 28 dias, o te nesta ordem, para o seu metabolismo
animal manifesta a fase aguda da doença (CHIARI, 2010).
(ALMOSNY e MASSARD, 2002). Os cães, comumente, contraem a
espécie E. canis, com os indivíduos apre-
CICLO DA EHRLIQUIOSE sentando sintomatologia bem definida e
específica ou quadro menos agressivos.
O agente se multiplica nos órgãos do Entretanto, Oliveira (2008), avaliando uma
sistema mononuclear fagocítico (fígado, população de 100 cães, detectou 32 cães
baço e linfonodos) dos indivíduos. Os infectados por E. canis e 5 cães infectados
monócitos ligam-se às células endoteliais, por E. ewingii.
iniciando uma vasculite. A destruição das Os caninos também podem ser infecta-
plaquetas e a persistente trombocitopenia dos por E. equi que geralmente apresenta
tende a provocar hemorragias em membra- infecção leve. Na infecção em humanos, as
nas, mucosas, ou em outros sistemas orgâ- espécies E. ewingii, E. platys, E. risticii e E.
nicos. A anemia ocorre devido à leucopenia chaffeensis foram suficientemente investi-
na fase aguda e à hipoplasia da medula gadas e determinadas, apesar de existirem
óssea na fase crônica (CHIARI, 2010). controvérsias quanto a classificação zooló-
gica (DUMLER et al., 2001).
O GÊNERO Ehrlichia sp. As plaquetas voltam a valores normais
após 2 a 3 semanas. Na fase aguda da
A classificação do gênero Ehrlichia doença observa-se hiperplasia megacario-
apresenta-se controversa, sendo designa- cítica regenerativa na medula óssea, uveíte
do inicialmente como Rickettsia, e compre- bilateral, e ainda anemia arregenerativa
ende as famílias E. canis, E. chaffeensis, pode ser observada (GLAZE e STEPHEN,
E. equi, E. ewingi (que acomete mais os 1986; GAUNT et al., 1990).
humanos), E. platys e E. risticii. Estes Hoskins (1991) relata que E. platys
parasitos sanguíneos intraleucocitários e (ou Anaplasma plays/Dumler et al., 2001)
plaquetários transmitidos aos cães pelos parasita somente plaquetas provocando
carrapatos acometem vários hospedeiros parasitemia cíclica das plaquetas, tromboci-
mamíferos. Harvey et al. (1978) descre- topenia e linfadenopatia generalizada. Com
veram um microrganismo semelhante a o agravamento do quadro, a diminuição da
E.sp, causador de trombocitopenia clínica ciclicidade e o aumento da trombocitopenia,
induzida em cães, infectando plaquetas, a fase crônica é estabelecida.

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SINTOMATOLOGIA E FASES DA DOEN- acometidos ingressa na fase subclínica, ou


ÇA EM CÃES seja, assintomática (SMITH et al., 1975).
Caso o sistema imune do animal não
Os sintomas apresentados pelo animal, seja capaz de eliminar a bactéria, o animal
principalmente no estágio inicial, podem ser poderá desenvolver a fase crônica da do-
muito semelhantes aos de outros tipos de ença. Durante a fase crônica os sintomas
enfermidades, aliado ao fato de que os ani- como perda de peso, abdômen sensível
mais podem ainda se apresentar sem sinais e dolorido, aumento do baço, do fígado e
e/ou sintomas aparentes da doença (forma dos linfonodos, depressão, pequenas he-
subclínica), dificultando o diagnóstico. De morragias, edemas nos membros e maior
maneira geral, os sinais clínicos comumen- propensão em adquirir outras infecções
te observados no paciente com erliquiose são percebidos mais facilmente. A doença
são: letargia, onde o cão se apresenta começa a comprometer o sistema imuno-
apático, ou seja, sem vontade de brincar lógico e a assumir características de uma
ou correr; perda de apetite (anorexia) e de doença autoimune. Geralmente o animal
peso; febre; sangramentos nas gengivas apresenta os mesmos sinais da fase aguda,
e demais mucosas sem lesão mecânica porém, atenuados, com a ocorrência de
aparente; palidez das mucosas (anemia); infecções secundárias como pneumonias,
alterações respiratórias com aumento da diarreias, problemas de pele etc. Pode
frequência, como se estivesse permanen- ainda apresentar sangramentos crônicos
temente cansado; alterações na forma de devido ao baixo número de plaquetas
caminhar, como se o paciente perdesse o (células responsáveis pela coagulação do
equilíbrio e apresentasse dificuldade para sangue), ou cansaço e apatia devidos à
deambular; e/ou inchaço nos membros. anemia (ALMOSNY e MASSARD, 2002).
Entretanto, esses sinais clínicos corriquei- Em áreas endêmicas, observa-se,
ramente podem ser divididos em três fases: frequentemente, a fase aguda da doença
aguda (início da infecção); subclínica (ge- caracterizada por: febre (39,5 – 41,5 °C),
ralmente assintomática) e crônica (nas in- perda de apetite e de peso, fraqueza mus-
fecções persistentes) (GAUNT et al., 1990). cular. Em menor frequência observam-se
Na fase aguda, o animal infectado secreção nasal, perda total do apetite,
pode transmitir a doença, sendo possível depressão, sangramentos na pele, nariz
se encontrar os carrapatos parasitas. São e urina, vômitos, dificuldade respiratória
observados, falta de apetite, febre, perda ou ainda edema nos membros. Este es-
de peso e apatia, que podem surgir entre tágio pode perdurar por até 4 semanas e,
uma e três semanas após a infecção. O dependendo da severidade, pode não ser
cão pode apresentar sangramento nasal, percebido pelo proprietário (SMITH et al.,
urinário, vômitos, manchas avermelhadas 1975).
na pele e dificuldades respiratórias; fase A fase subclínica geralmente é assin-
subclínica, que pode perdurar de 6 a 10 tomática, podendo, no entanto, ocorrer
semanas, ou por um período maior em algumas complicações, tais como depres-
alguns animais. O canino não apresenta são, hemorragias, edema de membros,
sintomas clínicos, apenas alterações nos perda de apetite e palidez de mucosas.
exames de sangue. Somente em alguns O animal apresenta os mesmos sinais da
casos, o cão pode apresentar sintomas fase aguda, porém, na maioria das vezes,
como inchaço nas patas, perda de apetite, bastante atenuados e concomitantes com
mucosas pálidas, sangramentos, ceguei- os das infecções secundárias tais como
ra, etc. Entretanto, a maioria dos animais pneumonias, diarreias e problemas de pele,

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dentre outras. O animal pode também apre- Diagnóstico Laboratorial


sentar sangramentos crônicos devido ao Geralmente, se coleta sangue para
baixo número de plaquetas, responsáveis hemograma completo, esfregaços ou
pela coagulação sanguínea, ou cansaço acondicionamento de material para testes
e apatia devidos à anemia. Nessa fase, já bioquímico-sorológicos, ou avaliações
se observa o comprometimento do sistema genéticas do DNA/RNA que determinam a
imunológico, com a doença assumindo detecção do problema.
características de uma doença autoimune, Um diagnóstico laboratorial é co-
podendo evoluir para a fase crônica (AL- mumente realizado pela visualização de
MOSNY e MASSARD, 2002). granulações basofílicas em esfregaços de
A fase persistente ou crônica da doen- sangue periférico (orelha), de mórulas e/
ça pode ser observada quando o sistema ou granulações (corpúsculos iniciais de
imunológico do animal torna-se incapaz E. canis) intracitoplasmáticas (monócitos/
de combater e eliminar a bactéria do or- linfócitos), observados em lâminas cora-
ganismo. Nestes indivíduos, as defesas das, que poderá concluir o diagnóstico
imunológicas para esta e outras infecções (MYLONAKIS et al., 2003). Esfregaços
ficam comprometidas e o animal pode corados pelo corante de Wright, Giemsa,
ser acometido por infecções secundárias kit Panótico Rápido ou a ainda a combina-
oportunistas, apresentando pneumonia, ção Giemsa/kit Panótico Rápido em uma
diarreia, lesões na pele, dentre outros sin- mesma amostra, aumenta a confiabilidade
tomas. Nessa fase, ao exame de sangue, dos resultados como relatado por Olicheski
percebe-se uma queda do número de pla- (2003). A observação das três formas de
quetas, responsáveis pela coagulação san- E. canis nas lâminas: colônia arredondada
guínea, causando sangramentos crônicos com grânulos coradas em azul pelo Gie-
(sangramento nasal, no aparelho digestivo, msa; estruturas amorfas arredondadas de
etc.), influenciando dessa forma, o estado vários tamanhos presentes em vacúolos
geral do animal (WANER et al., 1997). no citoplasma de monócitos (corpúsculos
elementares); forma granular (corpúsculos
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS iniciais), composta de múltiplos grânulos,
que, porém, necessitam ser diferenciados
Diagnóstico Clínico das granulações azurófilas de cães sadios.
O diagnóstico clínico da enfermidade Apesar de essa técnica/método ser am-
é difícil no início da infecção, pois os sinto- plamente recomendada, sua limitação se
mas são semelhantes aos de várias outras refere ao ciclo do agente transmissor, aos
doenças. Entretanto, a presença do carra- órgãos aonde os mesmos se encontram
pato e a ocorrência de casos da doença e a sua disponibilidade no sangue perifé-
na região de domicílio, laser ou trabalho rico, mesmo em animais que apresentem
do animal são importantes para a confir- quadro agudo (ELIAS, 1992; LIBERATI et
mação da suspeita clínica. Além do quadro al., 2009).
clínico constatado, é de grande relevância
a observação dos sinais antecedentes e Diagnóstico Sorológico
prevalentes, relativos ao animal, quando do A avaliação das características hemato-
atendimento. A presença do carrapato no lógicas e bioquímicas do sangue pode ser
animal ou no ambiente e a ocorrência da utilizada para o estabelecimento do diag-
enfermidade em outros cães, ou em outros nóstico. A presença de hipoalbuminemia
animais como o gato, na região, podem e hiperglobulinemia, geralmente aliados à
auxiliar no diagnóstico (SILVA, 2009). trombocitopenia de ocorrência cíclica, auxi-

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lia no diagnóstico. Saito (2009), alerta que De acordo com Ramos et al. (2009),
a redução na porcentagem de linfócitos T a técnica nPCR é uma ferramenta que
CD4 na fase inicial da doença, parece estar apresenta maior precisão diagnóstica da
relacionada à virulência e letalidade da erlí- erliquiose canina. Por meio dessa técnica
quia e pela constatação do aumento, ainda (nPCR), estes pesquisadores confirmaram
que mais discreto, dos linfócitos T CD8. a infecção por E. canis em cães da cidade
O diagnóstico sorológico é importante de Cuiabá.
na fase subclínica e através de testes so- A utilização da técnica de PCR do
rológicos realizados em laboratórios espe- sangue periférico deve ser usada criterio-
cializados pode-se estabelecer a ocorrência samente, pois, de acordo com Harrus et al.
da doença. A Reação de Imunofluorescên- (1998), na fase assintomática ou subclínica
cia Indireta é muito utilizada, embora, de da doença, os cães podem se apresentar
acordo com Isola et al. (2012), a associação negativos à técnica, em virtude de o agente
do resultado do hemograma onde o ani- encontrar-se em órgãos, como por exemplo
mal apresente trombocitopenia e anemia no baço, e ausentes na circulação sanguí-
aliados à sintomatologia clínica sejam os nea, dificultando o diagnóstico.
mais utilizados. Sousa e Almeida (2008) Na técnica de LAMP (Loop-Mediated
realizaram estudo com kit comercial, con- Isothermal Amplification, Notomi et al,
siderando positivas, amostras observadas 2000), utilizaram sequências específicas do
em microscópio de epifluorescência que gene dsb (disulfide bond) de E. canis como
apresentaram fluorescência na diluição de alvo, os quais mostraram-se altamente
1:40. Entretanto, segundo CHIARI (2010), específicos para a detecção de E. canis,
para maior confiabilidade, devem-se levar por apresentar-se divergente, até mesmo
em conta as reações cruzadas, os falso/ em relação às bactérias filogeneticamente
positivos e falso/negativos, que podem próximas. A técnica de diagnóstico por
resultar em um diagnóstico equivocado. LAMP é mais sensível do que a da PCR,
Na fase aguda da doença pode-se re- empregando-se a enzima PHUSIONTM
alizar ainda a punção aspirativa da medula FLASH DNA polimerase, demonstrando
óssea, que, de acordo com Tenório et al. alta especificidade, não sendo necessária
(2007), podem ser encontradas mórulas em a extração do DNA para a sua amplificação.
granulócitos, atestando que o mielograma Além disso, o diagnóstico obtido através
pode ser utilizado como método diagnóstico da metodologia LAMP possibilita a identi-
para erliquiose. ficação específica e alta sensibilidade em
animais infectados, com uma estrutura
Diagnóstico pela Técnica Molecular laboratorial mínima, viabilizando sua utiliza-
Estudos genéticos tem-se tornado ção em clínicas veterinárias, laboratórios e
confiáveis e imprescindíveis na determi- instituições de ensino, por minimizar custos
nação do patrimônio dos indivíduos, das pela não utilização de gel de agarose, e
condições de higidez, ou na detecção de otimizar o tempo de confirmação da enfer-
doenças em seres vivos utilizando-se mate- midade (CHIARI, 2010).
riais biológicos como o DNA, RNA, plasmí-
deos, etc. através de várias metodologias. NECROPSIA EM CÃES
Reforçando esta afirmação, Iqbal et al.
(1994) relataram que a Reação em Cadeia A realização de avaliações necroscó-
da Polimerase (PCR) é um teste altamente picas é de grande valia, principalmente no
sensível e específico para a determinação que se refere à detecção da doença em
de níveis muito baixos de E. canis. uma região. É comum observar-se no cor-

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po do animal a ocorrência de escoriações co de eleição é a Doxiciclina, um antibiótico


(escaras) de decúbito com áreas de alope- bacteriostático da família das Tetraciclinas
cia, decorrentes da emaciação, carência que atua em todos os estágios da Erliquiose
proteica e pela compressão prolongada canina. O tempo de tratamento pode va-
e persistente de saliências ósseas sobre riar de acordo com a fase da doença, dos
a pele e tecido muscular contra o solo ou sintomas e do estado em que o animal se
cama, assim como, sinais de hemorragias encontra e na precocidade do diagnóstico,
petequiais, difusas e/ou equimoses que que aumenta as chances de cura. A dose
também são observadas nas superfícies recomendada pode variar de 5 a 11 mg/
serosas e mucosas em tecidos subcutâne- kg de peso corporal, duas vezes ao dia,
os e de vários órgãos. Edema de membros observando-se melhora do quadro clínico
também é observado. Dentro da cavidade após 24 a 48 horas do início do tratamento,
corporal podem ser observados: edema sendo recomendado o mínimo de 14 a 21
pulmonar, secreção gastrintestinal mucosa, dias de tratamento na fase crônica e até
ascite, hidrotórax, ulcerações e erosões 56 dias, durante a fase aguda (VIGNARD-
bucais. Vísceras (pulmões) com distúrbio -ROSEZ et al., 2001).
congestivo hemorrágico (HILDEBRAND et O Cloranfenicol tem sido utilizado no
al., 1973; MYLONAKIS et al., 2003). tratamento de filhotes de cães com menos
de 5 meses de idade, apesar de alguns
TRATAMENTO profissionais da área considerá-lo um trata-
mento de suporte (TROY e FORRESTER,
O objetivo do tratamento é curar os 1990; HOSKINS, 1991). O tratamento de
animais doentes e prevenir a manutenção e suporte pode ser realizado com base na flui-
a transmissão da doença pelos portadores doterapia principalmente em casos crônicos
assintomáticos (fase subclínica e crônica). e com corticóides para animais em quadros
A Erliquiose é tratável em qualquer fase. de trombocitopenia. Em alguns casos,
Por vezes, é necessária a complemen- faz-se necessária a transfusão sanguínea
tação do tratamento com aporte de soro quando o animal apresenta variações seve-
ou transfusão de sangue, dependendo do ras nos aspectos hematológico-sorológicos.
estado do animal. Os critérios adotados Alguns autores recomendam prolongar o
para o tratamento variam de acordo com tratamento por mais de 6 semanas nos
a precocidade do diagnóstico, dos sinto- casos de erliquiose subclínica (HARRUS et
mas clínicos, da severidade do caso, e/ou al., 1998; VIGNARD-ROSEZ et al., 2001).
da fase da doença na qual o paciente se É importante lembrar que um cão
encontra. A doença é tratada com o uso infectado anteriormente, não adquire imu-
de antibiótico (tetraciclina, oxitetraciclina, nidade e, assim, ao entrar em contato com
doxiciclina, minociclina, dipropionato de carrapatos contaminados, o animal pode
imidocarb e cloranfenicol), em qualquer de novamente adquirir a erliquiose. Os riscos
suas fases. O paciente é monitorado com de reinfecção e de transmissão a outros ani-
contagem plaquetária semanal e, em casos mais sadios são minimizados pela adoção
graves, esse prazo de acompanhamento de medidas profiláticas (RIKIHISA, 1991;
pode ser reduzido. Após o tratamento, os ALMOSNY e MASSARD, 2002).
testes sorológicos devem ser repetidos (± 9
meses) (KONTOS e ATHANASIOU, 1998; PROGNÓSTICO
ALMOSNY e MASSARD, 2002).
Dentre os protocolos existentes para o O prognóstico em caninos depende da
tratamento da erliquiose canina, o antibióti- fase na qual a doença foi diagnosticada e,

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do início, eficiência e eficácia da terapia. A al. (2012), relataram que após a infecção
precocidade no diagnóstico e tratamento experimental de cães com amostra atenu-
melhoram sobremaneira as chances de ada de Ehrlichia canis (# 611 A) verificaram
cura. Em cães nas fases iniciais da doen- um alto potencial de seu emprego como
ça, observa-se melhora do quadro clínico vacina, sendo recomendado por Rudoler
após 24 a 48 horas do início do tratamento. et al. (2012) a utilização futura do próprio
O prognóstico geralmente é favorável na agente (carrapato) para inoculação da cepa
maioria dos casos (fase aguda), mas em atenuada.
cães com erliquiose crônica, com compro- Entretanto, não é suficiente verificar a
metimento de medula óssea, o prognóstico presença de carrapato no cão com frequên-
é reservado para aqueles que estejam cia. Desinfetar periodicamente o ambiente
na fase crônica, pois nesta fase o animal onde o animal vive é imprescindível, pois as
poderá apresentar supressão da medula larvas de carrapatos são encontradas, com
óssea e consequente diminuição das célu- frequência, no ambiente, como no percurso
las sanguíneas, não respondendo satisfa- de trilhas ecológicas, nas proximidades de
toriamente ao tratamento. Ao se suspeitar coleções hídricas, em locais com pastagens
de erliquiose canina, a prática corriqueira mistas próximas a residências e condomí-
é a de iniciar o tratamento imediatamente nios, em escolas e indústrias que possuem
e repetir o hemograma durante e após o canteiros com vegetação de crescimento
tratamento. Manter o animal em repouso e excessivo e em outros locais de utilização
bem alimentado, com fornecimento de água de humanos aonde é constatada a circula-
à vontade. Pode ser feita uma suplementa- ção de cães errantes e gatos, oferecendo
ção vitamínico-mineral caso seja necessá- riscos de infestações (SILVA, 2009).
rio e efetuar um bom controle de carrapato
no ambiente e no animal. (ALMOSNY e CONSIDERAÇÕES FINAIS
MASSARD, 2002; CHIARI, 2010).
A prevenção, assim como o diagnóstico
PREVENÇÃO precoce de doenças é fundamental para a
recuperação e/ou cura dos pacientes. As
Devido à inexistência de vacina contra medidas de higienização do animal e do
esta enfermidade e apesar dos esforços em ambiente contribuem para o controle de
combater a erliquiose, a prevenção é rea- parasitos e a promoção de saúde sendo
lizada através do tratamento dos animais importantes: a adoção de banhos regulares,
doentes e do controle da infestação pelo com a utilização de produtos veterinários
vetor da doença (carrapatos) nos canis e carrapaticidas como sabonetes, xampus,
em locais de grande concentração de ani- coleiras, etc., Esta é uma ocasião que
mais, utilizando-se produtos carrapaticidas propicia uma melhor inspeção do corpo do
ambientais e de uso tópico nos animais, que animal. A tosa de animais de pelos longos
se mostraram bastantes eficaz. A aplicação em períodos de muito calor pode facilitar o
de produtos anticarrapatos na pele, ou em controle de parasitas.
coleiras impregnadas, deve ser utilizada Entretanto, transfusões sanguíneas,
regularmente, para que garantam a segu- através de agulhas ou instrumentais con-
rança do cão (SILVA, 2009). taminados, podem contribuir para a disse-
Vários estudos foram efetivados para minação da doença. É importante lembrar
o desenvolvimento de métodos que confe- que, antes de procedimentos cirúrgicos,
rissem imunidade aos animais acometidos deve-se fazer uma avaliação sanguínea
pela doença. Or et al. (2009) e Rudoler et a fim de se detectar problemas como a

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Erliquiose transmitida aos cães pelo ... 29

erliquiose, e evitar hemorragias durante descoberta de um método de imunização,


os procedimentos. Animais submetidos objetivando facilitar a promoção da saúde
ao contato com outros cães em áreas de animal.
convivência (domicílios, hotéis, parques,
exposições, etc.), visitas ao veterinário ou REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a pet shopping devem passar por uma ins-
peção criteriosa em locais preferidos pelos ALMOSNY, N.R.P.; MASSARD, C.L. Erliquiose
carrapatos no corpo do animal, tais como, em pequenos animais domésticos e como zo-
onose. In: ALMOSNY, N.R.P.; MASSARD, C.L.;
a região das orelhas, entre os dedos das
LABARTHE, N.V. et al. Hemoparasitoses em
patas, próximo aos olhos, nuca e pescoço. pequenos animais domésticos e como zoo-
Portanto, deve-se manter a grama do jardim noses. L.F. Livros de Veterinária Ltda., 1ª ed.,
sempre curta e estar atento aos hotéis para Rio de Janeiro, p. 14-56, 2002.
cães, pois, se houver algum cão infectado,
o mesmo poderá transmitir a doença atra- BENIGNO, R.N.M.; RODRIGUES, B.R.F.;
SERRA-FREIRE, N.M. Avaliação das infecções
vés de outro carrapato do local.
por Babesia e Ehrlichia em cães e das infecções
É observado na clinica veterinária, humanas por carrapatos oriundos desses cães
através de relatos dos proprietários, que no município de Campinas, Estado de São Pau-
ao encontrar um carrapato no corpo do lo. Revista Brasileira de Medicina Veterinária,
animal, o primeiro impulso é o de arrancá- Rio de Janeiro, v. 33, n. 4, p. 238-245, 2011.
-lo. Entretanto este procedimento não é
CHIARI, M.F. (2010) (Mestrado) Nova meto-
recomendado, pois, nessa retirada, uma
dologia de diagnóstico para Ehrlichia canis:
parte do carrapato pode continuar aderida PCR X LAMP. Mestrado do Programa de Pós-
à pele do cão, representando uma porta de -Graduação em Biotecnologia da Universidade
entrada para diversas infecções, e para o Federal de São Carlos.
risco de contaminação. É recomendável a
aplicação de algumas gotas de vaselina COSTA, J.O.; BATISTA JÚNIOR, J.A.; SILVA,
M. et al. Ehrlichia canis infection in dogs in
ou parafina na pele, ao redor do parasita,
Belo Horizonte-Brazil. Arquivos da Escola
esfregando-a, até que seja possível sua Veterinária da UFMG, Belo Horizonte, v. 25,
retirada, suave e completamente. Depois, p. 199-200, 1973.
coloca-se o carrapato em recipiente com
álcool para exterminá-lo, dificultando o DUBAL, V. Erliquiose Canina. Disponível:http//
escape de ovos ou larvas para o ambiente, bullblogingles.files.wordpress.com, 2011, Auto-
ra: vivianesd@bol.com.br
no caso da fêmea ingurgitada. A prática de
lavar e desinfetar as mãos após manipu- DUMLER, J.S.; BARBET, A.F.; BEKKER, C.P.J.
lação do paciente e/ou do carrapato pode et al. Reorganization of genera in the families Ri-
dificultar a proliferação do parasito. ckettsiaceae and Anaplasmataceae in the order
Deve-se considerar ainda, que por Rickettsiales: unification of some species of Ehr-
apresentar um diagnóstico difícil, no que se lichia with Anaplasma, Cowdria with Ehrlichia
and Ehrlichia with Neorickettsia, description of
refere à sintomatologia nas diversas fases,
six new species combinations and designation
que pode ser confundida com outras doen- of Ehrlichia equi and ‘HGE agent’ as subjective
ças, e, tendo em vista o aumento do número synonyms of Ehrlichia phagocytophila. Internal
de casos da patologia, é importante que os Journal System Evolution Microbiology,
profissionais e pesquisadores desenvolvam Baltimore, v. 51, p. 2145-2165, 2001.
trabalhos, no sentido de um maior e mais
ELIAS, E. Diagnosis of ehrlichiosis from the pre-
efetivo controle da erliquiose, principalmen-
sence of inclusion bodies or morulae of E. canis.
te, no que se refere ao vetor transmissor Journal of Small Animal Practice, Malden, v.
e ao diagnóstico precoce, assim como na 33, n.11, p. 513-564, 1992.

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