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RESUMO
ABSTRACT
The recent development and maintenance of street cats’ colonies has increased the
number of viral infections between domestic felines. This scenario has also increased
the risk of disease spreading to other species. Feline immunodeficiency virus (FIV) and
Feline leukaemia virus (FeLV) are immunosuppression agents that make felines more
susceptible to other infections, such as mycoplasmosis and toxoplasmosis. Feline foamy
virus (FeFV) has a high prevalence in asymptomatic and symptomatic cats, and also
infects other mammalians. The control of these diseases requires a correct diagnosis, as
well as the use of the proper therapy.
Keywords: Feline leukaemia virus, feline immunodeficiency virus, feline foamy virus
and public healt
Departamento de Fisiologia e Biofísica, ICB, UFMG, Antônio Carlos, 6627, Campus Pampulha, Belo
Horizonte, MG, 31270-901, Brasil. E-mail:alves.bio@gmail.com
Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola de Veterinária, Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG).
O genoma viral se compõe de três grandes regiões gênicas, gag, pol e env que codificam
respectivamente as proteínas estruturais internas, a transcriptase reversa e outras
enzimas virais e as proteínas do envelope – além de vários genes acessórios (Hartmann,
2006).
Epidemiologia
Na Europa a prevalência da infecção por FeLV tem diminuído extremamente graças aos
testes de confiança, programas de remoção dos animais infectados, melhor compreensão
da patogênese e a introdução de vacinas eficazes (Lutz, Addie et al., 2009).
A forma mais comum de apresentação clínica por animais infectados pelo FeLV é a
imunodeficiência que é mais complexa e grave quando comparada à imunodeficiência
gerada pela infecção do vírus da imunodeficiência felina (FIV) (Ravazzollo e Costa,
2007; Lutz, Addie et al., 2009). A imunodeficiência ocasionada pela infecção do FeLV
está relacionada principalmente a variantes do subgrupo A, além de outras
manifestações como linfomas, leucemia, anemia, atrofia do timo, linfopenia,
neutropenia, e falhas reprodutivas (Ravazzollo e Costa, 2007; Lutz, Addie et al., 2009).
A presença do antígeno viral oncovirus felino associado à membrana (feline oncovirus
membrane-assicated antigens, FOCMA) pode estar associado à imunodeficiência que
ocorre, por causa da depleção das células linfóides infectadas, provavelmente pela ação
citotóxica mediada por anticorpos (ADCC) (Ravazzollo e Costa, 2007).
Diagnóstico e profilaxia
O isolamento do vírus não é muito utilizado, embora antígenos virais possam ser
detectados em células do sangue periférico (Ravazzollo e Costa, 2007). A maioria das
vezes, o diagnóstico da infecção baseia-se no histórico clínico e na detecção dos
antígenos, proteína do núcleo do FeLV (p27), nos leucócitos, plasma, soro ou saliva dos
animais suspeitos (Barr, 1998). O ensaio da imunofluorescência indireta (IFA), em
esfregaços sanguíneos, utilizando anticorpos específicos para as proteínas do capsídeo;
e o ensaio imunoenzimático são os métodos de diagnósticos mais utilizados para a
detecção do vírus (Miyazawa, 2002; Ravazzollo e Costa, 2007). O IFA tem a
capacidade de detectar antígenos estruturais como a p27 e a p55 que estão presentes nos
leucócitos infectados sendo assim isto só ocorre após a viremia (Norsworthy, 1993;
Herring, Troy et al., 2001). O teste ELISA pode identificar baixas concentrações da
proteína p27 no soro, plasma e saliva, porém o soro e o tipo de amostra mais
A PCR atualmente vem sendo empregada para a detecção deste vírus. A PCR positiva
para o FeLV indica presença do DNA proviral exógeno porém não necessariamente
pode ser utilizada como diagnóstico para a viremia entretanto a RT-PCR detecta a
presença do RNA viral e informa o desenvolvimento de viremia nos animais infectados
(Herring, Troy et al., 2001).
Vacinas preparadas com vírus completo inativados obtidos a partir de cultivos celulares
são disponíveis comercialmente, assim como as vacinas recombinantes contendo
proteínas virais expressas em sistemas heterólogos. A imunização dos animais com
vacinas inativadas pode resultar em uma redução de 70 % de incidência da doença
(Ravazzollo e Costa, 2007).
Epidemiologia
Caxito (2003) relatou que os cinco subtipos do vírus apresentam distribuições diferentes
pelo mundo: o subtipo A é relatado nos EUA, Austrália e Europa; o subtipo B é
encontrado no Japão, Europa, EUA, Argentina, Portugal e Brasil; o subtipo C é
constatado no Canadá, na Europa e em Taiwan, já os subtipos D e E são verificados no
Japão e na Argentina (Caxito, 2003).
As taxas mais altas de infecção tem sido encontradas em gatos machos adultos com
livre acesso às ruas, os quais, frequentemente, apresentam comportamento agressivo
(Hosie, Robertson et al., 1989; Lutz, Lehmann et al., 1990; Arjona, Escolar et al., 2000).
A infecção é adquirida mais comumente após o primeiro ano de vida, sua prevalência é
maior em gatos velhos (Hosie, Robertson et al., 1989) e a ocorrência do FIV se
apresenta mais alta em gatos doentes (Hosie, Robertson et al., 1989; Ishida, Washizu et
al., 1989; Bandecchi, Matteucci et al., 1992).
O FIV se replica em linfócitos CD4+, CD8+ (Pedersen, Ho et al., 1987; Brown, Bissey
et al., 1991), linfócitos B (Dean, Reubel et al., 1996), macrófagos (Brunner e Pedersen,
1989), bem como em células da microglia e astrócitos (Danave, Tiffany-Castiglioni et
al., 1994). A infecção causa uma viremia aguda que decai após algumas semanas, com o
desenvolvimento de uma imunidade parcial. Células T citotóxicas (CD8+) específicas
para FIV se desenvolvem logo após início da infecção viral e persistem ao longo do
estágio assintomático da doença (Song, Collisson et al., 1992). A resposta das células
CD4+ também aumenta na fase inicial da infecção, decaindo posteriormente (Liang,
Hudson et al., 2000). O declínio progressivo das células CD4+ está associado ao
favorecimento de infecções oportunistas. Anticorpos neutralizantes para o FIV surgem
logo após as células CD8+ e participam do combate ao vírus (Inoshima, Ikeda et al.,
1996). Entretanto, a resposta imune normalmente não elimina o vírus e a fase aguda é
seguida de uma etapa assintomática que geralmente persiste por anos. A maioria dos
animais infectados, eventualmente, sucumbe em função dos efeitos virais ou pelas
infecções secundárias resultantes da imunossupressão (Paillot, Richard et al., 2005).
Diagnóstico e profilaxia
Os métodos atualmente utilizados para detecção da infecção por FIV em gatos incluem
o isolamento do vírus, testes imunológicos diretos e indiretos e testes moleculares. A
especificidade e sensibilidade dos testes sorológicos são bastante satisfatórias, mas há
relatos de resultados falso-positivo e falso-negativo (Hosie e Jarrett, 1990). Isolamento
do Vírus da imunodeficiência felina em culturas de células mononucleares de sangue
periférico de gatos com sorologia negativa têm sido relatado (Sparkes, Hopper et al.,
1993). Yamamoto et al. (1988), demonstram que a soroconversão pode ocorrer após um
período de até 14 meses pós-infecção (Yamamoto, Sparger et al., 1988).
A detecção do provírus em células sanguíneas por PCR também pode ser realizada,
utilizando-se o DNA extraído dos leucócitos, constituindo uma importante ferramenta
Após a identificação dos animais positivos, o controle pode ser realizado pelo
isolamento dos animais infectados, reduzindo assim a possibilidade de transmissão. A
limitação de gatos domésticos às ruas, também é uma forma de controle que pode
reduzir o risco de contaminação (Ravazzollo e Costa, 2007).
Nos Estados Unidos foi licenciada uma vacina contra o Vírus da imunodeficiência
felina subtipos A e D (Uhl, Heaton-Jones et al., 2002) e também como relatado por Pu
et al. (2005) confere imunidade ao subtipo B (FIV-FC1), entretanto, sua eficácia em
limitar a transmissão natural do vírus na população felina necessita de comprovação
(Pu, Coleman et al., 2005; Ravazzollo e Costa, 2007). A vacina é completamente
inativada e induz uma forte resposta humoral, no entanto, induz a formação de
anticorpos indistinguíveis dos anticorpos produzidos durante infecção natural e os
métodos sorológicos não são capazes de promover a distinção entre animais vacinados e
animais infectados (Uhl, Heaton-Jones et al., 2002). Atualmente, existem muitos
estudos buscando a diferenciação entre anticorpos de animais naturalmente infectados e
vacinados através de métodos sorológicos (Kusuhara, Hohdatsu et al., 2007; Levy,
Crawford et al., 2008).
Epidemiologia
Pedersen et al. (1980) detectou em 100 % dos gatos infectados com poliartrite crônica
infecciosa a presença de FeFV, sendo 70% também infectados por FeLV (Pedersen,
Pool et al., 1980). A imunossupressão ocasionada por FeLV pode potencializar a
infecção causada por FeFV. Co-infecções por FeFV e FIV também são frequentemente
encontradas, entretanto, FeFV não altera a patogenia causada por FIV (Zenger, Brown
et al., 1993; Greene, 2006).
Diagnóstico e profilaxia
O FeFV pode ser isolado em muitos tecidos exigindo quatro passagens in vitro.
Atualmente pode ser detectado em in vivo em células e secreções orofaríngeas (Greene,
2006).
REFERÊNCIAS
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BROWN, W. C., L. BISSEY, et al. Feline immunodeficiency virus infects both CD4+
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HERRING, I. P., G. C. TROY, et al. Feline leukemia virus detection in corneal tissues
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