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Continuada a Distância
Curso de
Hemoparasitoses
em Medicina Veterinária
Aluno:
MÓDULO I
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este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
HEMOPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS
ETIOLOGIA DAS HEMOPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS
Dirofilaria immitis
Aspectos Epidemiológicos
Ciclo de vida e Patogênese
Alterações Clínicas
Alterações Laboratoriais
Diagnóstico e Prognóstico
Diagnóstico Clínico e por Imagem
Exame Direto, Teste do Hematócrito e Esfregaço Sanguíneo
Teste de Knott e Teste do Filtro
Diferenciação de microfilárias
Testes Sorológicos
Diagnóstico Molecular
Prognóstico
Tratamento
Profilaxia
Dipetalonema reconditum
Onchocerca spp.
Setaria equina
Setaria cervi
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Lista de tabelas
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 12. Microfilária de D. reconditum corada com fosfatase ácida (Madeira, 2007).
FIGURA 13. Microfilária de D. immitis corada com fosfatase ácida (Madeira, 2007).
FIGURA 14. Exemplares de Onchocerca spp. observados no interior de nódulos (Madeira,
2007).
FIGURA 15. Microfilárias de S. equina (Hahn, 1999).
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MÓDULO II
HEMOPARASITOSES CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS DA FAMÍLIA
TRYPANOSOMATIDAE
INTRODUÇÃO
TRIPANOSSOMÍASES
Trypanosoma evansi
Aspectos Epidemiológicos
Ciclo de vida e Patogênese
Alterações Clínicas
Alterações Laboratoriais
Trypanosoma theiler
Aspectos Epidemiológicos
Ciclo de vida e Patogênese
Alterações Clínicas
Alterações Laboratoriais
Trypanosoma vivax
Aspectos Epidemiológicos
Ciclo de vida e Patogênese
Alterações Clínicas
Alterações Laboratoriais
Diagnóstico e Prognóstico
Tratamento
Profilaxia
LEISHMANIOSES
Leishmania chagasi
Aspectos Epidemiológicos
Ciclo de vida e Patogênese
Alterações Clínicas
Alterações Laboratoriais
Diagnóstico e Prognóstico
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Tratamento
Profilaxia
Sugestões
LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE TABELAS
MÓDULO III
HEMOPARASITOSES CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS DAS FAMÍLIAS
BABESIIDAE, THEILERIIDAE E HEPATOZOIIDAE
INTRODUÇÃO
BABESIOSES
Ciclo de vida
Resposta Imunológica e Patogenia
Bovinos
Equinos
Caninos
Felinos
Diagnóstico e Prognóstico
Tratamento
Profilaxia
RANGELIOSE
THEILERIOSE
CITAUXZOONOSE
HEPATOZOONOSE
Caninos
Felinos
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Babesia sp. no interior de eritrócito, observar a forma piriforme com o par
unido pela extremidade mais afilada (Foto cedida pela M.V. Mestre Thatianna Camillo
Pedroso)
FIGURA 2. Babesia bovis em esfregaço sanguíneo periférico de bovino (Disponível em
http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc131, 07/05/2008)
FIGURA 3. Babesia bigemina em esfregaço sanguíneo periférico de bovino (Madeira,
2007)
FIGURA 4. B. caballi no interior de eritrócito de eqüino (Edwards et al., 2008)
FIGURA 5. Merozoítos de T. equi no interior de eritrócito eqüino. Observe a forma
característica de Cruz de Malta (seta) (Edwards et al., 2008)
FIGURA 6. Babesia canis no interior de eritrócitos caninos, observar forma amebóide e
piriforme (Foto cedida pela M.V. Mestre Thatianna Camillo Pedroso)
FIGURA 7. Indicativos de anemia regenerativa na babesiose felina: policromatofilia,
anisocitose e corpúsculos de Howell-Jolly (setas) (Bishop et al., 2008)
FIGURA 8. Carcaça e órgãos ictéricos de potro com infecção experimental de T. equi
(Nizoli, 2005)
FIGURA 9. Piroplasmídeos intraeritrocitários em esfregaço sanguíneo periférico de gato
(Bishop et al., 2008)
FIGURA 10. Sangramento persistente da face externa e pina da orelha de cão
naturalmente infectado com R. vitalli (Loretti & Barros, 2005)
FIGURA 11. Esfregaço de medula óssea de cão experimentalmente infectado com R.
vitalli; observar os numerosos zoítos no interior da célula endotelial (Loretti & Barros,
2005)
FIGURA 12. Esquizontes de T. parva no interior de linfócito (seta) (Disponível em
http://instruction.cvhs.okstate.edu/kocan/disk4/images/img0034.jpg, 07/05/2008)
FIGURA 13. Formas anelares de Theileria spp. no interior de eritrócitos (Disponível em
http://instruction.cvhs.okstate.edu/jcfox/htdocs/disk1/images/img0024.jpg, 07/05/2008)
FIGURA 14. Citauxzoon felis no interior de eritrócitos felinos, observe as formas anelares
(Dailey et al., 2008)
FIGURA 15. Macrófago contendo inúmeros merozoítos de C. felis em baço de gato
(punção aspirativa com agulha fina) (Dailey et al., 2008)
FIGURA 16. Obstrução parcial de capilar hepático por macrófagos parasitados por C. felis
(corte histopatológico, corado com HE) (Dailey et al., 2008)
FIGURA 17. Hepatozoon canis no interior de neutrófilo canino (Foto cedida pela M.V.
Mestre Thatianna Camillo Pedroso)
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LISTA DE TABELAS
MÓDULO IV
HEMOPARASITOSES CAUSADAS POR BACTÉRIAS DAS FAMÍLIAS
RICKETTSIACEAE, MYCOPLASMATACEAE E SPIROCHAETACEAE
INTRODUÇÃO
FAMÍLIA RICKETTSIACEAE
Febre Maculosa
FAMÍLIA MYCOPLASMATACEAE
Anemia Infecciosa Felina
Hemobartonelose Canina
Eperitrozoonose Suína
FAMÍLIA SPIROCHAETACEAE
Doença de Lyme simile
Caninos
Felinos
Ruminantes
Eqüinos
Diagnóstico
Sugestões
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LISTA DE FIGURAS
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MÓDULO V
LISTA DE FIGURAS
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FIGURA 5. Mononucleares com mórulas de Neorickettsia risticii (Disponível em
http://www.vetmed.ucdavis.edu, 09/06/2008)
FIGURA 6. Mórula de Anaplasma phagocytophilum no interior de um neutrófilo (Foto
cedida pela Profa. Dra. Veronica Jorge Babo-Terra)
FIGURA 7. Mórula de Ehrlichia canis em mononuclear de cão, também são observados
dois metarrubrócitos no campo visual (setas) (Foto cedida pela Profa. Dra. Veronica Jorge
Babo-Terra)
FIGURA 8. Mórula de Ehrlichia canis em monócito de cão (Foto cedida pela M.V. Mestre
Thatianna Camillo Pedroso)
FIGURA 9. Mórula de Ehrlichia canis (seta preta) em monócito apresentando
vacuolizações citoplasmáticas (monócito ativado) e eritrofagocitose (seta branca). Ao lado
encontra-se um linfócito com citoplasma intensamente azulado (linfócito reacional)
(PEDROSO, 2006)
FIGURA 10. Mórula em plaqueta de cão, sugestiva de infecção por Anaplasma platys
(Foto cedida pela Profa. Dra. Veronica Jorge Babo-Terra)
FIGURA 11. Mórula em plaqueta de cão, sugestiva de infecção por Anaplasma platys
(Foto cedida pela M.V. Mestre Thatianna Camillo Pedroso)
FIGURA 12. Esfregaço de capa leucocitária de cão, observa-se uma mórula de Ehrlichia
ewingii em um dos neutrófilos (seta) (Disponível em http://www.vet.uga.edu/vpp/clerk/
hanson/index.php, 09/06/2008)
FIGURA 13. Mórula de Neorickettsia risticii em célula mononuclear (Disponível em
http://www.vetmed.ucdavis.edu, 09/06/2008)
FIGURA 14. Mórula em plaqueta de gato com sintomas compatíveis com erlichiose felina
(Foto cedida pela M.V. Mestre Thatianna Camillo Pedroso)
FIGURA 15. Mórula de Ehrlichia spp. em mononuclear circulante de gato (Almosny et al.,
2002)
LISTA DE TABELAS
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MÓDULO I
INTRODUÇÃO
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BACTÉRIAS
Família Rickettsiaceae
Rickettsia rickettsi
Família Spirochaetaceae
Borrelia burgdorferi “lato sensu”
Família Mycoplasmataceae
Mycoplasma spp.
Família Anaplasmataceae
Anaplasma spp.
Ehrlichia spp.
Neorickettsia spp.
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Entre os filarióides que acometem os animais domésticos destacam-se:
• Dirofilaria immitis;
• Dipetalonema reconditum;
• Onchocerca spp;
• Setaria equina;
• Setaria cervi.
2-Dirofilaria immitis
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FIGURA 16. Exemplares adultos de D. immitis (Madeira, 2007).
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2.2 Aspectos Epidemiológicos
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presença destes hospedeiros intermediários no ciclo faz com que as filarioses sejam mais
freqüentes nos meses mais quentes do ano, quando há maior número de vetores. Nos
vetores, as microfilárias se desenvolvem de L1 a L3 nos túbulos de Malpighi, músculos
torácicos, ou no tecido adiposo. A L3, que é a larva infestante, fica na probóscide do
inseto aguardando o repasto sanguíneo.
O ciclo de vida de D. immitis exige a participação de mosquitos dos gêneros
Aedes spp., Anopheles spp. e Culex spp., como hospedeiros invertebrados
intermediários, que variam com a região geográfica e sua distribuição. Há suspeitas de
que a pulga do cão, Ctenocephalides canis, também possa servir de vetor. Em fêmeas
prenhes, pode haver infestação transplacentária, que geralmente produz apenas uma
microfilaremia transitória e desaparece após dois meses.
As fêmeas de D. immitis são larvíparas e depositam as microfilárias L1 na
circulação sanguínea. Os mosquitos recolhem a L1 do cão que se desenvolve nos túbulos
de Malpighi até L3, estágio no qual estão presentes na saliva do mosquito, e se tornam
re-infestantes para o cão. Para as microfilárias realizarem as duas mudas, de L1 para L2
e L2 para L3 no mosquito, são necessários pelo menos 30 dias com temperatura acima
de 18ºC, porém, em temperaturas mais altas este período pode diminuir para duas
semanas.
Em climas mais amenos, com temperaturas entre 14 e 18ºC as larvas
conseguem amadurecer, mas levam mais tempo; porém, em temperaturas abaixo de
14ºC não há desenvolvimento e a transmissão é suspensa. Isto faz com que em países
de clima temperado a transmissão da doença assuma caráter sazonal, o que não ocorre
nos países tropicais.
Após a picadura do mosquito, as L3 penetram na pele através do ferimento e
migram pelos tecidos até alcançarem o sistema circulatório. Durante a migração sofrem
novas mudas, para L4 e então L5. Na corrente sanguínea, as L5 se deslocam até as
artérias pulmonares e se tornam adultas. O período pré-patente da dirofilariose no cão é
de 24 à 32 semanas, e no gato de 28 semanas. Após esse período ocorre a
microfilaremia. A microfilaremia continua aumentando nos seis meses seguintes, e então
decai progressivamente. As microfilárias sobrevivem na circulação sanguínea por até dois
anos e estão presentes em cerca de 60% dos cães infestados.
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A gravidade da infestação por D. immitis varia com o número de vermes adultos.
Nos cães o número de dirofilárias adultas varia de 1 a 250 (Fig. 4), enquanto que nos
gatos geralmente são encontrados poucos adultos (Fig. 5); além disso, nos cães já foram
relatadas dirofilárias que viveram até sete anos, e nos gatos não mais do que dois anos.
Nos cães, infestações com até 50 adultos geralmente se localizam apenas nas artérias
pulmonares e à medida que o número de adultos aumenta, a infestação se estende para
o ventrículo direito e a veia cava.
FIGURA 19. Coração de canino infestado por D. immitis, observar a densidade de vermes adultos (Crosby,
2008).
FIGURA 20. Coração de felino infestado por D. immitis, notar a reduzida carga parasitária (Crosby, 2008).
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obstrução física do fluxo sanguíneo. Também há o desenvolvimento de uma
condição chamada granulomatose eosinofílica pulmonar, que é resultado da
infiltração de células inflamatórias, especialmente eosinófilos, nos pulmões.
• Insuficiência cardíaca direita: a endocardite valvular e a endarterite pulmonar
proliferativa evoluem para hipertensão pulmonar, que leva a hipertrofia do
ventrículo direito e insuficiência cardíaca direita com conseqüente congestão
venosa crônica.
• Síndrome Caval ou Hemoglobinúria Dirofilarial: recebe também outros
nomes, como Síndrome da Veia Cava, Síndrome Pós-Caval, Síndrome
Hepática Aguda ou Embolismo da Veia Cava. É resultado da movimentação
de grande número de dirofilárias adultas das artérias pulmonares para o
coração direito e veia cava, resultando em regurgitação moderada ou severa
na válvula tricúspide, falência cardíaca e insuficiência hepática aguda devido
à congestão hepática passiva. Esta séria complicação já foi registrada tanto
em cães como em gatos com dirofilariose crônica.
• Estimulação imunológica crônica: os anticorpos produzidos podem se
precipitar ou formar imunocomplexos que se depositam nas articulações,
olhos, rins e vasos sanguíneos, levando a lesão tecidual e dor. Os capilares
renais também podem ser obstruídos pelas microfilárias, o que em adição à
deposição de imunocomplexos, leva a uma glomerulonefrite.
A patogenia se agrava ainda mais quando há dirofilárias mortas, pois estas se
soltam e podem causar embolia pulmonar.
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cardíaca congestiva, dispnéia, taquipnéia, hemoptise, ascite, anasarca, esplenomegalia,
hepatomegalia, edema subcutâneo, tromboembolismo pulmonar e a síndrome caval.
Nos gatos, que são hospedeiros atípicos da dirofilariose, os sinais clínicos mais
freqüentes são dispnéia, tosse, vômito, perda de peso e hipertrofia severa ou média das
paredes da artéria pulmonar.
Os achados clínicos da Hemoglobinúria Dirofilarial incluem tosse, dispnéia,
letargia, taquicardia, anorexia acentuada, taquipnéia, ascite, distensão e pulsação da veia
jugular, icterícia, e coagulação intravascular disseminada (CID), a morte pode ocorrer em
poucos dias.
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resultados dos exames é a presença de microfilaremia, isto é, a presença das
microfilárias no sangue periférico, o que não ocorre em todos os casos.
A ausência de microfilárias na corrente sanguínea pode ter diversas causas, tais
como a destruição das microfilárias por mecanismos imunomediados no período pré-
patente da doença, presença de vermes imaturos, tratamento com drogas apenas
microfilaricidas, morte das formas adultas ou ainda pela presença apenas de parasitas
machos ou fêmeas.
Para o estabelecimento do diagnóstico, a diferenciação de D. immitis e D.
reconditum torna-se absolutamente importante, especialmente pela patogenicidade do
primeiro e apatogenecidade do segundo, a fim de não se chegar a um diagnóstico falso-
positivo para o verme do coração, o que altera grandemente o prognóstico do cão
positivo. O filarídeo D. reconditum será abordado adiante, mas as discussões a respeito
do diagnóstico são necessárias neste momento.
O diagnóstico da dirofilariose felina pode não ser tão fácil, especialmente porque
nos gatos a carga de parasitas é mais baixa do que nos cães, e raramente ocorre
microfilaremia. Também se sugere que nestes animais, a eliminação imunomediada das
microfilárias é mais eficaz do que nos cães.
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As alterações freqüentemente evidenciadas são espessamento ou tortuosidade
da artéria pulmonar, dilatação das artérias pulmonares lobares, aumento de volume do
lobo pulmonar caudal direito e hipertrofia ventricular direita. Raramente é necessária uma
angiografia, mas ela pode delinear mais detalhadamente as artérias, e alguns vermes
podem causar efeito negativo.
O eletrocardiograma de um animal com dirofilariose é geralmente normal, por isso
pouco utilizado, mas pode demonstrar arritmia cardíaca e bloqueio do ramo direito do
Feixe de Hiss.
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O Teste do Hematócrito é pouco mais sensível que o Exame Direto e não é muito
utilizado. Sua técnica consiste em preencher um tubo capilar com sangue total fresco
coletado com EDTA, assim como nos testes de rotina para determinação do hematócrito
ou volume globular, e em seguida, centrifugá-lo na microcentrífuga por três minutos. Após
a centrifugação, deve-se observar no próprio microtubo a porção do plasma em aumento
de 100x e verificar se ali estão presentes microfilárias em movimento.
A evidenciação de microfilárias no sangue periférico pode ser feita também
através de esfregaços sanguíneos. Para tal, o esfregaço sanguíneo é confeccionado e
corado da forma tradicional, com Panótico Rápido ou corante tipo Romanowski, então é
feita a pesquisa na lâmina em busca das microfilárias (Fig. 7). Lembrar que nos cães é
necessário diferenciar as microfilárias.
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este teste é considerado o preferido para triagem de dirofilariose por ser rápido, barato e
padronizado.
Para a técnica é necessário coletar a amostra de sangue em uma seringa
contendo um anticoagulante, como heparina ou EDTA. A seguir, deve-se misturar 01 ml
de sangue com 09 ml de formalina 2%. Deve-se misturar bem a fim de provocar hemólise,
pois a presença dos eritrócitos geralmente dificulta a interpretação do exame. A
concentração da formalina, a 2%, faz com que apenas as microfilárias sejam fixadas e
não os eritrócitos, o que aconteceria caso se utilizasse formalina 10%, concentração
utilizada para fixação de tecidos.
Então a mistura deve ser centrifugada a 1200 rpm por cinco minutos e o fluido
sobrenadante desprezado. Ao sedimento deve-se adicionar uma gota de azul de metileno
0,1%, misturando bem, para a seguir transferi-lo para uma lâmina de microscopia. Para a
transferência pode-se utilizar uma pipeta de Pasteur com o objetivo de utilizar toda a
amostra. O sedimento corado deve ser examinado em aumento de 100x, as microfilárias
estarão fixadas em posição estendida (Fig. 8).
FIGURA 23. Microfilária de D. immitis fixada em formalina 2% e corada com azul de metileno (Hahn, 1999).
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Para o Teste do Filtro deve-se misturar 01 ml de sangue com 09 ml da solução de
lise em uma seringa. A seringa será então conectada e esvaziada em um suporte
contando um filtro com 5μm de tamanho de poro. A seguir, deve-se preencher a seringa
com água e novamente esvaziá-la no filtro para lavar os debris, e então repetir o processo
com ar na seringa. Por fim, desconectar e remover o filtro com auxílio de pinça colocando-
o em uma lâmina de microscopia, adicionar uma gota de azul de metileno 0,1%, cobrir
com uma lamínula e observar em aumento de 100x.
Os testes de Knott e do Filtro podem apresentar cerca de 20% de resultados
falso-negativos, que representam casos positivos amicrofilarêmicos. Para o diagnóstico
desses casos serão necessários outros testes.
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FIGURA 24. Extremidade anterior afilada de microfilária de D. immitis (Hahn, 1999).
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adequadamente.
As medidas-padrão das microfilárias foram tomadas em espécies fixadas com
formalina 2%, visto que o uso de outros fixadores ou soluções líticas pode alterar o
tamanho das microfilárias e prejudicar a medição. Outro fator que pode prejudicar a
diferenciação pelo tamanho é utilizar sangue total armazenado por mais de três dias,
período em que as larvas de D. immitis podem sofrer encurtamento e ficar do tamanho de
D. reconditum.
Alguns autores indicam que no exame a fresco, a diferença de movimentação
entre as microfilárias é bastante evidente, sendo que as de D. immitis realizam
movimentos ondulantes, serpentiformes, deslocando-se lentamente no campo; enquanto
as de D. reconditum movem-se com rapidez e erraticamente.
Um método mais empírico de medição, mas um tanto útil, é a determinação
aproximada do tamanho do parasito em comparação ao tamanho dos eritrócitos do
animal. No caso de caninos o diâmetro dos eritrócitos é de 7,0 μm.
As demais características de diferenciação, tamanho, formato da cabeça e da
cauda, também podem ser utilizadas e geralmente são suficientes para distinguir as
microfilárias de caninos, contudo são menos confiáveis.
Outra forma de diferenciação que pode ser aplicada às microfilárias e aos vermes
adultos utiliza métodos histoquímicos, com o padrão de coloração com fosfatase ácida. D.
reconditum cora-se eventualmente (Fig. 12), enquanto D. immitis concentra a fosfatase
ácida em duas regiões (Fig. 13).
FIGURA 27. Microfilária de D. reconditum corada com fosfatase ácida (Madeira, 2007).
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FIGURA 28. Microfilária de D. immitis corada com fosfatase ácida (Madeira, 2007).
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Quanto aos testes de antígenos comerciais, cada vez mais acessíveis e fáceis de
se utilizar na clínica veterinária, recomenda-se que cada kit seja testado previamente com
amostras sabidamente positivas e negativas, além dos controles que acompanham o
próprio kit, também se deve ser cuidadoso ao pipetar as amostras e respeitar as
temperaturas das reações indicadas pelo fabricante. Posteriormente, o kit deve ser
utilizado com os controles positivo e negativo fornecidos pelo fabricante. Os resultados
devem ser interpretados levando-se em consideração a existência de falso-positivos e
falso-negativos, erros técnicos e a associação com os achados clínicos e laboratoriais.
O avanço nos kits de antígenos comercializados é tal, que já existem testes
capazes de detectar apenas uma fêmea adulta por hospedeiro, no entanto, ainda resta
1% de resultados falso-negativos, visto que há casos de portadores de dirofilariose em
que simplesmente não ocorre antigenemia.
Quando se fizer uso de um teste sorológico com o objetivo de avaliar a eficácia
do tratamento, este deve ser feito cerca de 12 semanas após o término do tratamento
contra os vermes adultos. Porém, deve-se levar em conta que os testes podem não
conseguir detectar infestações com poucos adultos ou sem antígenos circulantes. O
mesmo motivo pelo qual a sensibilidade destes testes é menor em gatos, visto que estes
tendem a se infestar com menor número de dirofilárias.
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2.11 Prognóstico
2.12 Tratamento
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ser feita com o uso de uma alça intravascular introduzida pela veia jugular direita ou por
toracotomia. Após a recuperação do cão recomenda-se o tratamento adulticida contra os
vermes remanescentes.
O tratamento adulticida inclui diidrocloridato de melarsomina (Immiticide®),
composto arsênico ativo também contra L5. Ele é administrado intramuscularmente nos
músculos lombares, em duas doses de 2,5 mg/kg cada com intervalo de 24 horas. No
momento da aplicação, esta pode ser dolorida e depois pode haver inflamação tecidual,
especialmente se aplicado parcialmente no tecido subcutâneo ou intermuscular. Em
casos de superdosagem ou efeitos colaterais indesejáveis, devem-se usar o antídoto,
dimercaprol, 3 mg/kg duas ou três vezes com intervalos de 3 horas, por via intramuscular
profunda. Outra droga, a tiacetarsamida (Caparsolate®, não comercializado no Brasil), é
administrada por via intravenosa, e caso seja administrada erroneamente no tecido
subcutâneo pode causar necrose perivascular e epidérmica, e ainda é bastante
hepatotóxica. Após a remoção dos adultos podem surgir reações tóxicas e embolia, assim
recomenda-se restringir a atividade do animal por 2 a 6 semanas.
E, por fim, contra as microfilárias são utilizadas lactonas macrocíclicas, como
ivermectina (Cardomec®, Cardomec Plus®), moxidectina, selamectina (Revolution® 6%,
Revolution® 12%) e milbemicina oxima (Interceptor®), que são seguras, não causam
inflamação e algumas matam até a L1. Após tratamento é necessário incluir o animal em
um programa profilático.
O tratamento sintomático da dirofilariose pode exigir desde corticóides, reposição
de eletrólitos, oxigenioterapia, broncodilatadores, entre outros, que serão considerados
conforme o estado geral do paciente.
2.13 Profilaxia
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dos 3 meses de idade. Merece atenção, o fato de que cães microfilarêmicos correm riscos
de reação anafilática ao usar este fármaco. Ivermectina, selamectina e milbemicina oxima
também são bastante usadas e também podem ser administradas aos gatos, segundo
pesquisadores:
• Ivermectina (Cardomec®, Cardomec Plus®): administrada na dose de 6 μg/kg,
por via oral, com intervalos mensais. O fabricante recomenda o uso apenas
em cães.
• Selamectina (Revolution 6%®, Revolution 12%®): de uso tópico, deve ser
aplicada na pele do animal com intervalos mensais, na dose de 6 mg/kg. O
fabricante indica a utilização em cães e gatos, e afirma que o produto é
bastante seguro para esta última espécie.
• Milbemicina oxima (Interceptor®): administrada por via oral, na dose de 0,5
mg/kg, também com intervalos mensais. O fabricante recomenda o uso
apenas para cães.
A fim de verificar a eficácia do controle de D. immitis indica-se realizar exames a
cada 6 meses, respeitando as indicações dos métodos de diagnóstico discutidos
anteriormente.
Além dos cães domiciliados nas áreas litorâneas, é necessário preocupar-se com
a doença ao se pensar em turismo. Proprietários de cães em áreas onde não ocorre a
doença podem expor seus animais durante as viagens e ainda trazer o parasito para
ambientes anteriormente livres. Por isso também são necessários cuidados com cães que
viajam em férias juntamente com seus donos, fazendo a profilaxia antes e também depois
da viagem.
1 Dipetalonema reconditum
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Dipetalonema reconditum possui distribuição mundial. No Brasil, foi observado
que a maioria dos cães infestados por D. reconditum, vivem em áreas cujas condições
sócio-econômicas e sanitárias são mais precárias, o que seria decorrência da proliferação
de seus vetores, as pulgas, e conseqüentemente transmissão do filarídeo.
No ciclo de vida de D. reconditum, as larvas infestantes podem ser transportadas
por vários vetores, mas não mosquitos, como acontece com D. immitis. Os hospedeiros
intermediários mais freqüentes para D. reconditum são as pulgas Ctenocephalides canis,
Ctenocephalides felis e Pulex irritans, carrapatos Rhipicephalus sanguineus e piolhos do
gênero Linognathus.
No hospedeiro intermediário, as larvas se desenvolvem na hemocele, enquanto
no hospedeiro definitivo, as microfilárias circulam pelo sangue. Ao se tornarem adultos,
geralmente se encontram no tecido subcutâneo dos cães, mas lugares incomuns de
infestação foram descritos, tais como cavidades corpóreas e tecido conjuntivo peri-renal.
De modo geral, D. reconditum é pouco ou nada patogênico para os cães, mas
ocasionalmente podem se formar abscessos subcutâneos, e alterações laboratoriais
como leucocitose e eosinofilia significativas podem persistir nos cães positivos.
As mesmas drogas utilizadas no tratamento da dirofilariose são úteis contra D.
reconditum, caso o tratamento seja necessário, porém a incidência deste nematóide tem
decrescido significativamente na população canina desde a introdução dos programas
preventivos para dirofilariose, que também eliminam esse parasito
2 Onchocerca spp.
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Para eqüinos, a espécie de interesse é O. cervicalis que se localiza no ligamento
nucal destes animais. Para bovinos, há 3 espécies de maior relevância:
• O. gutturosa: localizada nos ligamentos nucal e gastroesplênico, é veiculada
por Simulium spp.
• O. gibsoni: localizada no tecido subcutâneo e intermuscular, é veiculada por
Culicoides spp.
• O. armillata: localizada na parede da aorta torácica e não se conhece seu
vetor.
Entre as espécies de Onchocerca, O. cervicalis e O. gutturosa possuem
distribuição mundial, enquanto O. gibsoni é encontrada na África, Ásia e Austrália e O.
armillata no Oriente Médio, África e Índia.
O ciclo biológico da oncocercose é comum para todas as espécies de
Onchocerca, diferindo nos hospedeiros intermediários, conforme descrito. Os adultos
ficam no local de fixação e liberam microfilárias que circulam pelo tecido conjuntivo.
Devido ao hábito dos simulídeos de picar o animal em seu ventre, as larvas migram para
a linha média no abdômen, onde aguardam serem sugadas. No borrachudo, elas se
desenvolvem até L3, fase em que são infestantes para os bovinos e eqüinos.
Clinicamente, as alterações observadas na oncocercose variam com o agente e
seu local de fixação no hospedeiro definitivo, mas geralmente as únicas ocorrências são
as formações de nódulos. Nos eqüinos, quando acometem ligamentos ou tendões podem
levar a tumefação, geralmente não dolorosa, que comumente regride e se calcifica. Em
situações menos freqüentes ocorre fistulação, provavelmente devido à co-infecções com
Brucella abortus).
Em bovinos há formação de nódulos nos ligamentos, subcutâneo, tecidos
musculares e intermusculares, o que a depender da localização, prejudica o couro do
animal e também grupos de músculos. Na oncocercose por O. armillata ocorrem
aneurismas da aorta em cerca de 25% dos casos.
No interior dos nódulos observados na oncocercose podem ser vistos vermes
finos e enrolados, com alguns centímetros de comprimento, o que contribui para seu
diagnóstico (Fig. 14). Também pode ser feita biópsia de pele, próxima à linha Alba, onde
se encontram as microfilárias.
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FIGURA 29. Exemplares de Onchocerca spp., observados no interior de nódulos (Madeira, 2007).
3 Setaria eqüina
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FIGURA 30. Microfilárias de S. equina (Hahn, 1999).
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4 Setaria cervi
Sugestões
Visite o site www.youtube.com e faça uma busca por Dirofilaria immitis. Lá estão
disponíveis vídeos nos quais é possível observar a movimentação das microfilárias.
Visite o site www.bjophthalmol.com para ver o vídeo do caso descrito no artigo
“Dipetalonema reconditum in the human eye” e outros vídeos.
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