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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE

INTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE - TWAPANDULA

CURSO DE ANÁLISES CLÍNICAS

TEMA:

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS


DO EXSUDADO URETRAL

Autores:

1. Albino Metenda
2. Joana Francisco
3. José Cachindele
4. Laurindo Vilinga
5. Luiza Epalanga

HUAMBO, 2024

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INTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE - TWAPANDULA

CURSO DE ANÁLISES CLÍNICAS

TEMA:

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS


DO EXSUDADO URETRAL

Autores:

1. Albino Metenda
2. Joana Francisco
3. José Cachindele
4. Laurindo Vilinga
5. Luiza Epalanga

O orientador:
Professor: José Fim de Almeida
(Analista Clínico)

HUAMBO, 2024

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3
Objectivos .............................................................................................................................. 4
Geral..................................................................................................................................... 4
Específicos......................................................................................................................... 4

1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 5


1.1 – Exsudado uretral ................................................................................................... 5
1.1.1 – Orientações necessárias .................................................................................. 5
1.1.2 – Procedimento para mulheres .......................................................................... 5
1.1.2.1 – Exame a fresco .............................................................................................. 5
1.1.2.2 – Bacterioscopia ................................................................................................ 6
1.1.2.3 - Cultura de aeróbios e fungos ........................................................................ 6
1.1.3 – Procedimento para homens ............................................................................. 6
1.1.3.1 – Exame a fresco .............................................................................................. 6
1.1.3.2 – Bacterioscopia ................................................................................................ 6
1.1.3.3 – Cultura de aeróbios e fungos ....................................................................... 6
1.1.4 – Interpretação dos resultados ........................................................................... 7
1.1.4.1 – Exame direto................................................................................................... 7
1.1.4.2 – Exame corado ................................................................................................ 7
1.1.4.3 – Cultivo .............................................................................................................. 8
1.1.4.4 – Trichomonas vaginalis ................................................................................... 8
1.1.4.5 – Elementos leveduriformes ............................................................................ 8
1.1.4.6 – Diplococos....................................................................................................... 8

CONCLUSÃO............................................................................................................. 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 11

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INTRODUÇÃO

A necessidade, crescente e constante, de combater e controlar as Doenças


Sexualmente Transmissíveis (DST), tem estimulado especialistas para o
desenvolvimento de estratégias e metodologias capazes de atender, em nível
local, grandes massas populacionais. Nesta perspetiva, o laboratório oferece
contribuição indispensável para a agilização das rotinas de diagnóstico. Além
disso, frente a quadros com variações de características clínicas e a casos com
multietiologia, cada vez mais frequentes, o laboratório se apresenta como única
alternativa de diagnóstico. O correto diagnóstico laboratorial depende não
somente da coleta adequada das amostras para os testes mas também da
correcta interpretação dos resultados laboratoriais (Martins, Sá Ferreira,
Ferreira, & Siqueira, 2015).

O relatório final dos resultados obtidos pelo laboratório, representa a culminação


de seu trabalho; portanto, é preciso prestar neste aspecto toda atenção que
merece. Os dados que se incluem no mesmo devem estar completos e devem
ser expostos com uma claridade que garanta sua correta interpretação; além
disso, é preciso assegurar que chegue às mãos do médico que indicou a
investigação, de maneira rápida e segura (Feliciano, 2023, p. 26).

Diante desta situação, no decorrer deste trabalho com o tema Interpretação dos
resultados do Exsudado Uretral, serão apresentados aspectos ligados aos
resultados microbiológicos de observações microscópicas e de meios de
culturas, fazendo também menção dos procedimentos da colheita e
processamento da amostra, partindo do pressuposto de que nenhum resultado
de qualidade é obtido de amostras sem qualidade.

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Objectivos

Na realização deste trabalho tivemos como objectivos os seguintes:

Geral

✓ Compreender a importância da interpretação correcta do exsudado


uretral.

Específicos

✓ Definir exsudado uretral,


✓ Identificar os principais procedimentos para a obtenção e processamento
das amostras do exsudado uretral,
✓ Descrever os principais agentes patogénicos que podem ser identificados
no exame de exsudado uretral.

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1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 – Exsudado uretral

É um exame onde com uma espécie de escova, swab estéril ou zaragatoa é


introduzida na uretra (canal da urina) por 1 a 2 cm e realiza-se fricção para coletar
material e enviar para a observação microscópica e/ou para a cultura. O objetivo
é saber se existe alguma bactéria e isola-la para prescrevermos o antibiótico
ideal (Doctoralia, 2022).

A colheita desta amostra é maioritariamente feita a utentes do sexo masculino,


onde o técnico de colheitas deve pressionar a uretra para colher a “gota matinal”
com uma zaragatoa estéril, que será usada para fazer 2 lâminas para coloração
de Gram e de azul de metileno, respetivamente, mediante as orientação e
procedimentos descritos nos pontos subsequentes.

1.1.1 – Orientações necessárias

✓ O paciente não deve manter relação sexual por 48 horas anteriores a


coleta;
✓ Não tomar banho antes da coleta;
✓ Não fazer uso de medicamentos tópicos nas 12 horas que antecedem o
exame;
✓ Estar no mínimo 2 horas sem urinar;
✓ Informar medicamentos em uso nos últimos 7 dias (Maltos, et al., 2020).

1.1.2 – Procedimento para mulheres

✓ Lavar as mãos e calçar luvas de procedimentos;


✓ Estimular a eliminação da secreção massageando delicadamente a uretra
contra a superfície púbica através da vagina.

1.1.2.1 – Exame a fresco

Colher o material da uretra com swab estéril, colocá-lo em um tubo com 01 mL


de solução fisiológica estéril, e homogeneizar.

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1.1.2.2 – Bacterioscopia

Colher o material da uretra com um swab estéril e fazer um esfregaço de forma


homogênea, rolando o swab sobre a lâmina.

1.1.2.3 - Cultura de aeróbios e fungos

Colher o material com swab estéril e colocá-lo em meio de transporte Amies com
carvão (Maltos, et al., 2020).

1.1.3 – Procedimento para homens

✓ Lavar as mãos e calçar luvas de procedimentos;


✓ Fazer higiene da glande 2 vezes com gaze embebida em salina, iniciando
pelo meato e a partir daí abrangendo toda a glande. Em seguida enxugar
com gaze seca estéril;
✓ Fazer higiene da fossa navicular utilizando 01 swab comum estéril
umedecido com solução fisiológica estéril, desprezar este swab, em
seguida enxugar com outro swab estéril seco.

1.1.3.1 – Exame a fresco

Utilizar o mesmo swab que foi colhida a bacterioscopia e colocá-lo em um tubo


com 01 mL de solução fisiológica estéril.

1.1.3.2 – Bacterioscopia

Fazer a expressão do pênis (desde a base), para que a secreção se exteriorize,


com um swab comum estéril, realizar a coleta introduzindo-o, se possível, de 2
a 3 cm no canal uretral e fazer um esfregaço de forma homogênea, rolando o
swab sobre a lâmina.

1.1.3.3 – Cultura de aeróbios e fungos

Introduzir um swab alginatado estéril se possível a 4 cm no canal uretral e fazer


cuidadosamente movimentos rotatórios. Colocar o swab em meio de transporte
Amies com carvão (Maltos, et al., 2020).

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1.1.4 – Interpretação dos resultados

1.1.4.1 – Exame direto

A amostra deverá ficar a 37ºC durante 30 minutos após a colheita. É então


efetuado o exame a fresco para pesquisa de Trichomonas vaginalis e elementos
leveduriformes, contagem de células epiteliais, leucócitos e eritrócitos (Pavão,
2015).

Após a observação microscópica (objectiva 40X) os resultados são dados da


seguinte forma:

Resultados Positivos:

✓ Trichomonas vaginalis – Positivo, indica a presença destes elementos


na secreção uretral observada.
✓ Elementos leveduriformes – Positivo, indica a presença destes
elementos na secreção uretral observada.
✓ A contagem de células epiteliais, leucócitos e eritrócitos é informada
por campo de acordo ao número identificado.

Resultados negativos:

✓ Trichomonas vaginalis – Negativo, indica a ausência destes elementos


na secreção uretral observada.
✓ Elementos leveduriformes – Negativo, indica a ausência destes
elementos na secreção uretral observada.

1.1.4.2 – Exame corado

Faz-se mediante a Coloração de Gram, cujo objectivo é de avaliar a presença


de bactérias Gram negativo e Gram positivo assim como de outros componentes
como leveduras, células epiteliais, leucócitos e outros. A distinção entre bactérias
Gram positivo e negativo permite orientar o esquema laboratorial e facilitar ou
até ditar o diagnóstico laboratorial (Alves, 2017).

A observação microscópica (objectiva 100X) de diplococos Gram negativo,


informa-se o exsudado uretral como sendo positivo:

✓ Observou-se diplococos intra ou extracelures a depender da localização


dos mesmos.

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1.1.4.3 – Cultivo

A sementeira de meios de cultura está orientada para a pesquisa de Neisseria


gonorrhoeae, Enterobacteriaceae, Pseudomonas spp. e Candida spp. podendo
ser usados outros meios consoante a orientação clínica (Chlamydia trachomatis,
Mycoplasma spp, Haemophilus ducreyi, Ureaplasma spp., Listeria
monocytogenes e anaeróbios).

1.1.4.4 – Trichomonas vaginalis

Trichomonas vaginalis é um protozoário flagelado sexualmente transmissível


que infecta mais mulheres do que homens, causando a infecção denominada
tricomoníase. A infecção pode ser assintomática em ambos os sexos. Em
homens, o organismo pode persistir por longos períodos no trato geniturinário
sem provocar sintomas e pode ser transmitido a parceiros sexuais.
Tricomoníase pode responder por 5% das uretrites masculinas não
gonocócicas e não clamídicas em algumas áreas (Morris, 2023).

1.1.4.5 – Elementos leveduriformes

São termos que se usa para dizer que é um tipo morfológico de fungo. Vários
fungos podem apresentar esta morfologia, a Candida sp é um fungo
leveduriforme. Candidíase é a infecção causada por Candida spp, mais
frequentemente C. albicans; ela manifesta-se por lesões mucocutâneas,
fungemia e, algumas vezes, infecção focal de múltiplos locais. Os sintomas
dependem do local de infecção e incluem disfagia, lesões cutâneas e de mucosa,
cegueira, prurido, queimação e corrimento vaginais, febre, choque, oligúria,
insuficiência renal e coagulação intravascular disseminada (Revankar, 2021).

1.1.4.6 – Diplococos

Os diplococos Gram negativo são sugestivos de Neisseria gonorrhoeae nas


colorações de Gram e/ou azul de metileno. N. gonorrhoeae é um diplococo gram-
negativo que ocorre em seres humanos e quase sempre é transmitida por meio
de contato sexual. Infecções uretrais e endocervicais são muito comuns, mas a
infecção também ocorre na faringe ou no reto, após relação oral ou anal, e
conjuntivite pode decorrer da inflamação nos olhos.

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Recém-nascidos podem adquirir infecção conjuntival durante a passagem pelo
canal do parto, e crianças podem adquirir gonorreia como resultado de abuso
sexual.

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CONCLUSÃO
Após a pesquisa feita em virtude aos factos aqui mencionados, concluímos que
o exame de exsudado uretral é útil no diagnóstico etiológico das uretrites e inclui
rotineiramente a pesquisa de diversos microrganismos em meios especiais de
cultura, até mesmo Neisseria gonorrhoeae, Gardnerella vaginalis e Candida spp.
Os meios de cultura empregados permitem também o isolamento de diversos
outros microrganismos, tais como enterobactérias, bacilos gram-negativos não-
fermentadores, Streptococcus spp, Enterococcus spp e Staphylococcus spp.
Este exame, no entanto, não pesquisa outros agentes causadores de uretrites,
como Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum/parvum e Chlamydia
trachomatis, os quais necessitam de métodos especiais e pedidos específicos
do clínico.

Finamente, vale lembrar que para uma melhor análise, é importante avaliar
conjuntamente o resultado dos exames microscópico direto para a pesquisa de
Trichomonas spp e do bacterioscópico pelo método de Gram, uma vez que tais
recursos auxiliam a avaliação da microbiota local e de elementos celulares
(leucócitos e eritrócitos).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Alves, S. D. (2017). Prevalência das infecções do trato urinário em duas áreas
populacionais distintas. p. 48. Obtido em Março de 2024
2. Doctoralia. (2022). Obtido de https://www.doctoralia.com.br/perguntas-
respostas/o-que-e-o-exame-de-raspado-uretral-no-homem
3. Feliciano, P. R. (2023). Laboratório Clínico 2. Huambo: Instituto Politécnico da
Universidade José Eduardo dos Santos. Obtido em Março de 2024
4. Maltos, A. L., & Monteiro, M. C. (13 de Agosto de 2020). PROCEDIMENTO
OPERACIONAL PADRÃO - COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO. pp. 5 - 22.
Obtido em Março de 2022
5. Martins, C. R., Sá Ferreira, J. A., Ferreira, L. A., & Siqueira, L. F. (2015). Técnicas
para coleta de secreções. Brasília: Ministério da Saúde - Brasil. Obtido em 04 de
Março de 2024, de
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0109tecnicas_secrecoes.pdf
6. Morris, S. R. (Janeiro de 2023). Obtido de
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/infec%C3%A7%C3%B5es-sexualmente-
transmiss%C3%ADveis/tricomon%C3%ADase
7. Pavão, C. S. (2015). RELATÓRIO DE ESTÁGIO E MONOGRAFIA - ANÁLISES
CLÍNICAS. p. 38. Obtido em MARÇO de 2024
8. Revankar, S. G. (Abril de 2021). Obtido de
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/fungos/candid%C3%ADase-invasiva

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