Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


ROTEIRO DE ESTUDO – SISTEMA CARDIOVASCULAR
Alunos: Débora de Azevedo Oliveira
Mateus Fernandes Maia
1. As classes de fármacos de ação cardiovascular são os digitálicos, aminas
simpatomiméticas e os inodilatadores.
Os fármacos digitálicos são derivados das plantas dos gêneros Digitalis sp. e
Strophantus sp., eles estão em desuso na veterinária pois é comum os animais
sofrerem intoxicação apresentando sinais de origem nervosa como depressão do
SNC e letargia, bem como gastroenterites e arritmias cardíacas. Esses fármacos são
viáveis para administração por via oral e para o uso prolongado no tratamento da
insuficiência cardíaca congestiva. Apresentam elevada lipossolubilidade por
apresentarem um núcleo esteroide de ciclo-pentano-peridro-fenantreno, boa
absorção em via oral, a administração intra-venosa pode gerar elevada ligações às
proteínas plasmáticas e tem excreção renal. O mecanismo de ação dos digitálicos é:
são antagonistas da bomba de sódio-potássio, ligando-se ao receptor proteico,
inibindo a bomba, aumentando a concentração de sódio intracelular que acaba sendo
trocado pelo cálcio extracelular por meio dos canais de cálcio, aumentando a
concentração de cálcio intracelular, ativando as proteínas contráteis. Sendo assim,
esses fármacos são agentes inotrópicos positivos. Representantes são a digitoxina,
digoxina e gitoxina derivados da dedaleira e a estrofantina e oubaína derivados da
Strophanthus sp.
Os fármacos aminas simpatomiméticos têm indicações em casos pois aumentam a
contratilidade do miocárdio, possuem efeito inotrópico positivo superior aos
digitálicos e são usados em tratamento emergencial de insuficiência cardíaca
congestiva. Representantes são a dobutamina e dopamina. Tem como mecanismo de
ação a atuação como agonistas beta1-adrenérgicos, ativando a adenilciclase,
elevando a concentração de cAMP, aumentando também a concentração de cálcio
dentro da célula e a ativação de proteinoquinase A, gerando a contração de
miofibrilas. A dobutamina provoca menos arritmias cardíacas, sendo mais usada.
Esse representante tem aplicação por via intravenosa, por infusão lenta.
Os fármacos inodilatadores são substâncias que apresentam efeito inotrópico
positivo e são vasodilatadores sistêmicos arterial e venoso. São indicados para
correção da vasoconstrição e do inotropismo nas insuficiências cardíacas. Tem
como representantes a pimobendana e derivados de bipiridinas como milrinona e
anrinona. A pimobendana é usada em cães com insuficiência cardíaca e
insuficiência cardíaca congestiva, é administrada por via oral uma hora antes da
alimentação, pois a presença de alimentos no estômago diminui a sua absorção. Esse
fármaco atua na interação do cálcio com a tropina C, sensibilizando as proteínas
contráteis das fibras cardíacas, resultando no aumento do inotropismo sem consumo
de oxigênio, melhorando a função sistólica, a força de contração, sem provocar
arritmias, bem como, inibe a fosfodiesterase V promovendo vasodilatação arterial e
venosa. Os inodilatadores podem ser associados a diuréticos, inibidores da ECA,
betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio.
2. Os vasodilatadores de ação direta promovem a dilatação da musculatura lisa dos
vasos, diminuindo a resistência vascular periférica, baixando a pressão arterial,
levando a vasodilatação. A hidralazina, um dos representantes, possui dos
mecanismos de ação. No primeiro atua como bloqueador de receptores acoplados à
proteína Gq associada a fosfolipase C nos vasos, diminuindo a produção intracelular
de IP3 e a liberação de íons cálcio do retículo sarcoplasmático, não ativando as
proteínas contráteis, não havendo constrição dos vasos, levando a vasodilatação. No
segundo mecanismo de ação atua como ativador de receptores acoplados à proteína
Gq associada a fosfolipase A2, estimulando a degradação do ácido araquidônico,
causando a produção de substâncias vasodilatadoras como prostaciclinas e
prostaglandinas, levando a vasodilatação. Os nitratos, outro representante, tem
mecanismo de ação no fornecimento de NO para os vasos, sendo inespecífico não se
ligando a receptores, sofrendo difusão pela membrana. Ativa o guanilato-ciclase que
relaxa o músculo liso dos vasos, levando a vasodilatação devido a diminuição da
pressão arterial.
Os bloqueadores alfa1-adrenérgicos têm como mecanismo de ação atuar como
antagonistas dos receptores alfa1-adrenérgicos acoplados a proteína Gq, e impedem
a ligação do agonista adrenalina/noradrenalina que impedirá a vasoconstrição.
Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) têm como mecanismo o
bloqueio e inibição da ECA e inibição da enzima cininase. Dessa forma, impendem
a conversão de angiotensina 1 em angiotensina 2, impendido a liberação da
aldosterona, inibindo a vasoconstrição, assim como, bloqueiam a produção dos
produtos inativos da cininase, o que, em conjunto com os passos anteriores, leva a
vasodilatação. Atualmente também é usado o remiceren, um potente inibidor da
síntese de renina, dessa forma, ele inibe a castata do sistema renina-angiotensina-
aldostora desde o início, não havendo a conversão do angiotensinogênio pela renina
em angiotensina 1, não havendo atuação da ECA.
3. O sistema renina-angiotensina-aldosterona é ativado quando o rim é estimulado a
liberar renina no organismo. A renina no sangue encontra o angiotensinogênio
liberado pelo fígado e quebra, transformando em angiotensina-1. Nos pulmões a
enzima conversora de angiotensina encontra a angiotensina-1 e a cliva,
transformando em angiotensina-2. Ao chegar no córtex renal, a angiotensina-2
estimula as adrenais a liberarem a aldosterona que retêm sódio no sangue, levando
água por osmose, aumentando o volume plasmático, elevando a sobrecarga para o
miocárdio e a pressão arterial, ocorrendo a vasoconstrição. Os inibidores da enzima
conversora de angiotensina impendem a conversão de angiotensina 1 em
angiotensina 2, impendido a liberação da aldosterona, inibindo a vasoconstrição,
assim como, bloqueiam a produção dos produtos inativos da cininase, o que, em
conjunto com os passos anteriores, leva a vasodilatação. Atualmente também é
usado o remiceren, um potente inibidor da síntese de renina, dessa forma, ele inibe a
castata do sistema renina-angiotensina-aldostora desde o início, não havendo a
conversão do angiotensinogênio pela renina em angiotensina 1, não havendo
atuação da ECA.

Você também pode gostar