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Farmacologia Dinâmica

Diuréticos
-Introdução (fisiologia):

O principal determinante da filtração glomerular é a pressão hidrostática do leito


capilar, e esta pressão, se contrapõe à pressão oncótica do plasma e à pressão
hidrostática dos túbulos dos néfrons. E também depende da permeabilidade da
membrana glomerular.

O filtrado glomerular é composto de: água, eletrólitos, bicarbonato, glicose,


proteínas, etc.

-Túbulo Contorcido Proximal: há 3 mecanismos de reabsorção de sódio


no túbulo proximal (que é responsável por 65%). A energia é derivada da bomba
Na+K+ATPase. O 1º mecanismo (co-transporte) faz a reabsorção de sódio que é
acompanhada pela reabsorção de ânions (Cl- e HCO3-) para manter a neutralidade
elétrica. O 2º mecanismo (contratransporte) que faz a difusão de sódio para dentro do
organismo (reabsorção) acarreta numa ‘eliminação’ de prótons H+. A maior parte do H é
produzida a partir da hidratação do CO2 que faz com que se forme H+ e HCO3-. E o 3º
mecanismo (transporte de Na+ dirigido pelo cloreto) que ocorre nas porções mais distais
do túbulo proximal. A concentração de Cl- aumenta no lúmen em resultado do aumento
de HCO3-. A entrada de Cl- é acompanhada pela entrada de Na+, mantendo a
neutralidade elétrica.

*Para que um diurético seja efetivo neste segmento, é necessário que atue de 3 formas:
na bomba de sódio-potássio, na bomba de sódio-próton ou que interfira na ação da
anidrase carbônica.

-Alça de Henle: a água reabsorvida ao nível deste segmento ocorre de


forma passiva, pois há uma hipertonicidade medular que é mantida por um mecanismo
presente no ramo espesso da alça de Henle (reabsorção de sódio e cloreto). Há também
a reabsorção passiva de cálcio e magnésio.

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*O local de ação para diuréticos neste segmento é o sistema co-transporte de
sódio/potássio/cloreto.

-Tubo Contorcido Distal: este segmento é impermeável à água, e assim,


há a formação de urina mais diluída neste local. Apenas íons como o sódio e o cloro são
reabsorvidos neste segmento.

-Ducto Coletor: tanto o ADH como a aldosterona tem sua ação


principalmente neste segmento.

-Usos Terapêuticos:

-Usados primariamente na prevenção e tratamento do edema;

*Edema generalizado: insuficiência cardíaca congestiva, doença


hepática, doença renal ou enteropatias com perda protéica.

*Edema localizado: pode ser cerebral, pulmonar, ocular ou mamário.


Resultante de infecção, trauma ou envenenamento.

-Mecanismo de Ação: aumento da excreção urinária de sódio e conseqüentemente de


água também.

*Local de ação: todos os diurético (exceto os osmóticos) atuam no epitélio


tubular renal do néfron.

*Receptores AT1 (angiotensina)

-A angiotensina também é responsável pela vasoconstrição (receptores AT1 nos


vasos) e liberação de NA (receptores AT1 no terminal simpático);

-E estimula a liberação de aldosterona (receptor nuclear - aumento da reabsorção


de sódio);

*Fármacos agonistas β-adrenérgicos induzem a liberação de renina e PGI2;

-Classificação: 5 classes de diuréticos usados na clinica médica veterinária: inibidores


da anidrase carbônica, os diuréticos de alça, os tiazídicos, os diuréticos poupadores de
potássio e os diuréticos osmóticos.

1-Inibidores da Anidrase Carbônica:

Ex.: Acetozolamida e Metazolamida

-Mecanismo de Ação: inibem reversivelmente a enzima anidrase-carbônica (AC) no


TCP reduzindo o número de prótons (H+) disponíveis para a troca Na+/H+ e assim
diminuindo a reabsorção de sódio (conseqüentemente água também) e de CO2. Resulta
numa urina alcalina e sangue ácido.

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*No olho: a AC é encontrada em alta concentração no globo ocular, e é
responsável pela formação do humor aquoso. Os inibidores da anidrase carbônica
reduzem a PIO em animais com glaucoma. É auto-limitante pois o HCO3- acaba.

-Farmacocinética: distribuídos em tecidos com alta concentração de AC, como o córtex


renal, olho e o eritrócito.

-Uso terapêutico: glaucoma e alcalose metabólica.

-Efeitos adversos: vômitos (pela acidose) e doença hepática (pela reabsorção de


amônia);

2-Diuréticos de Alça:

Ex.: Furosemida, Bumetanida e Ácido etacrínico

-Mecanismo de ação: inibem o co-transporte de Na/K/2Cl no ramo ascendente da Alça


de Henle.

*Aumentam a excreção de Na, Cl, Mg, Ca e K (podendo causar arritmia).

-Farmacocinética: ½ vida de 1 a 2 horas e diurese de 3 a 6 horas.

-Usos terapêuticos: usado no tratamento rápido de edema.

-Efeitos adversos:

-Desequilíbrio líquido (hipotensão) e eletrolítico (hipocalemia);

-Desidratação;

-Fraqueza;

-Depressão do SNC;

-Colapso cardiovascular e aumento do efeito e toxicidade (Ex.: digoxina)

-Surdez: quando administrados junto com ototóxicos (Ex.: antibióticos


aminoglicosídeos – gentamincina) causando alterações eletrolíticas na endolinfa.

3-Diuréticos Tiazídicos:

Ex.: Clortiazida, Hidroclortiazida e Triclormetiazina.

-Mecanismo de ação: inibem o co-transporte de Na/Cl no TCD.

*Não elimina íons cálcio;

-Farmacocinética: a resposta demora de 2 a 3 horas para ocorrer e dura de 6 a 12 horas.

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-Usos Terapêuticos:

-Terapia diurética de longa duração (ICC em cães e gatos);

-Urolitíase de oxalato de cálcio (Em cães, a hidroclortiazina diminui a excreção


de íons cálcio);

-Efeitos Adversos:

-Hipocalemia e hipocloremia (alcalose);

-Hiperglicemia e Glisosúria (inibem a conversão de pró-insulina em insulina)

*Não usar em diabéticos.

4-Diuréticos Poupadores de Potássio:

Ex.: Espironolactona, Amilorida e Triantereno

-Mecanismo de ação:

*Espironolactona: antagonista competitivo da aldosterona;

*Amilorida e Triantereno: bloqueiam canais de sódio;

-Farmacocinética: efeito máximo de 48 a 72 horas.

-Usos terapêuticos:

-Edema crônico ou refratário (aumento do efeito natriurético em combinação


com tiazídico ou diurético de alça);

-Diminui a perda de potássio;

-Usado em tumores da glândula adrenal (contrapõe trocas de sódio/potássio


induzidos pela aldosterona);

-Efeitos adversos:

-Contra-indicado em pacientes com hipercalemia;

-Contra-indicado em pacientes diabéticos, doentes renais e tromboembólicos;

-Causa distúrbios gastrointestinais;

-Ginecomastia, distúrbios menstruais e atrofia testicular (tem afinidade por


receptores da progesterona e testosterona).

5-Diuréticos Osmóticos:

Ex.: Manitol, Glicerol e Uréia.

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-Mecanismo de Ação: são pouco reabsorvidos no lúmem e assim diminui a reabsorção
de sódio no TCP(diurese osmótica) e faz com que haja diminuição da reabsorção de
água no ramo descendente da Alça de Henle (hipotonicidade – pelo aumento do fluxo
sanguíneo medular).

-Usos terapêuticos:

-Envenenamento

-Glaucoma

-Edema

-Efeitos Adversos:

-Contra-indicado em animais com edema generalizado e edema pulmonar


(diminui pouco a excreção de sódio e pode agravar o edema);

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Farmacologia Cardiovascular
-Introdução:

-Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC): é um estado clínico, resultante da


interação dos sistemas neuroendócrino e vascular, em que o coração está inapto para
manter o equilíbrio circulatório, tornando-se incapaz de levar oxigênio aos tecidos.

-Fármacos:

-Inotrópicos positivos;

-Vasodilatadores;

-Anti-arrítmicos;

-Diuréticos;

1-Inotrópico Positivo:

1.1- Glicosídeos Digitálicos:

Ex.: Digoxina e Digitoxina

-Mecanismo de Ação: inibem a enzima Na+/K+ ATPase (inibição competitiva


pelo sítio de ligação do K+) com conseqüente aumento de Ca++ intracelular. Esta enzima
é responsável pelo influxo (saída) de íons sódio que são trocados por íons de potássio ou
cálcio. Então, quando esta enzima é inativada, há o aumento da concentração do íon
sódio no interior da célula, favorecendo um maio fluxo para o interior da célula de
cálcio, e assim, aumentando a intensidade de contração do músculo cardíaco. Também
restabelecem os reflexos dos barorreceptores (que estão comprometidos em pacientes
com ICC), aumentam a atividade parassimpática dos nós sinusal e atrioventricular
(diminuindo conseqüentemente os efeitos simpáticos). Todos estes mecanismos
resultam na diminuição da freqüência cardíaca.

-Efeitos:

-Efeito Anti-arrítmico: aumentam o tônus parassimpático nos nodos sinusal e


atrioventricular.

-Efeito Cardíaco: aumentam a força de contração e lentificação cardíaca (pela


diminuição da condução através do nodo AV). Em distúrbios do ritmo, bloqueia a
condução AV e aumenta a atividade ectópica do marca-passo.

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-Farmacocinética:

-Índices terapêuticos (margem de segurança) são muito estreitos;

-Administração: via oral

-Absorção: baixa absorção quando se tem alimentos ou anti-ácidos.

-Distribuição: alta distribuição pelo organismo, alta ligação aos músculos esqueléticos
(cuidado com animais caquéticos ou de massa muscular reduzida).

*É dependente de alguns fatores como a hipercalemia (diminui a fixação do


digitálico na fibra miocárdica), hipocalemia (aumenta a fixação do digitálico na fibra
miocárdica) e hipomasgnesemia (aumenta a fixação do digitálico na fibra muscular).

-Metabolização: digoxina praticamente não sofre biotransformação e a digitoxina tem


sua biotransformação hepática.

-Excreção: a digoxina é eliminada praticamente inalterada (através da glicoproteína P –


deve-se usar baixas doses em nefropatas)e a digitoxina é eliminada sob forma de
metabólitos inativos (sendo recomendada em pacientes nefropatas) pelos rins.

-½ vida: cães (23 a 39 horas), gatos (25 a 78 horas) e cavalos (13 a 23 horas).

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*Digitoxina não é recomendado para gatos.

-Intoxicação:

-Sinais de intoxicação: sintomatologia nervosa (depressão do SNC e letargia),


sintomatologia gastrointestinal (anorexia, vomita e diarréia) e sintomatologia cardíaca
(arritmias).

-Reversão: a administração de potássio diminui a sintomatologia, pois a


hipercalemia faz com que haja menor ação do fármaco, ou, pode-se fazer o uso de
colestiramina (para desintoxicação de digitoxina, pois seqüestra a bile).

1.2- Aminas Simpaticomiméticas:

Ex.: Dobutamina (análogo sintético da dopamina) e Dopamina

-Mecanismo de Ação: promovem o aumento da contratilidade miocárdica ao


ocuparem o receptor β-adrenérgico (β1) e, assim, estimulam a proteína Gs, que ativa a
adenilato-ciclase (transformando ATP em AMPc). Este AMPc atua como segundo
mensageiro, ativando uma enzima intracelular que ativa uma seqüência de fosforilações
que amplifica o sinal, desencadeando uma resposta. A estimulação dos receptores β
produz aumento da concentração intracelular de AMPc, resultando nos efeitos
inotrópicoss e cronotrópicos positivos (aumento da força e freqüência).

*Isoproterenol (agonista β-adrenérgico), noradrenalina e adrenalina (agonistas


receptores α e β-adrenérgicos) são contra-indicados em pacientes com ICC, pois
induzem ao aparecimento de arritmias.

-Efeitos Farmacológicos:

1-Dopamina:

-Efeito Cardíaco:

-Doses baixas: estimula receptores D1 (vasodilatadores na circulação renal,


mesentérica, coronariana e cerebral) – por isso seu uso em pacientes com ICC associado
a insuficiência renal.

-Doses altas: estimula receptores α e β-adrenérgicos além dos dopaminérgicos.


Ocorre então uma vasocontrição periférica.

2-Dobutamina:

-Efeito Cardíaco:

-Aumenta a contratilidade com baixo efeito na freqüência cardíaca e na pressão


sanguínea. Estimula receptores β1, tem ação fraca em receptores α e não estimula
receptores dopaminérgicos.

-Farmacocinética:

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-Administração: endovenosa de infusão lenta

*Existem análogos que são administrados por VO (Ex.: levodopa e ibopamina)

-½ vida: dobutamina (cerca de 2 minutos)

-Metabolização: hepática

-Usos Terapêuticos:

-Insuficiência miocárdica;

-Hipotensão irresponsiva à líquidos;

-Insuficiência renal aguda com oligúria;

-Efeitos Adversos:

-Em altas doses: taquicardia, alto consumo de O2 e arritmias.

-Interação com drogas: podem acelerar a depuração de drogas pelo aumento do fluxo
sanguíneo renal (dopamina)

1.3-Inibidores da Fosfodiesterase-3:

Ex.: Amrinona, Milrinona (10-20 vezes mais potente) e Sildenafil.

-Mecanismo de Ação: a enzima fosfodiesterase degrada o AMPc, e com a sua


inibição, há o aumento da concentração de AMPc no interior da células.
Proporcionando:

-No coração: maior concentração de cálcio e assim contração do músculo


cardíaco. Pois o AMPc ativa uma enzima intracelular dependente de AMPc, que
ativa uma seqüência de fosforilações que amplifica o sinal, desencadeando uma
resposta. A estimulação dos receptores β produz aumento da concentração
intracelular de AMPc, resultando nos efeitos inotrópicoss e cronotrópicos
positivos (aumento da força e freqüência).

-Nos vasos: vaso dilatação, pois o AMPc é responsável pela abertura de


canais de Ca++, e esta elevada concentração de Ca++, faz com tenha um
conseqüente aumento na Ca++-Calmodulina que ativa a enzima Oxido Nítrico
Sintase que é responsável pela transformação da L-Arginina em Óxido Nítrico
(NO) e Citrulina.

-Farmacocinética:

-Efeitos de curta duração (menos de 30 minutos) por via EV.

-Pico de efeito em cães após 45 minutos.

-Efeitos:

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-Melhora a contratilidade cardíaca;

-Proporciona vasodiltação;

-Usos Terapêuticos:

-Apoio inotrópico positivo;

-Efeitos Indesejáveis:

-Podem ocorrer arritmias;

2-Vasodilatadores:

-Classificação: os fármacos vasodilatadores são classificados conforme seu mecanismo


de ação.

1-De ação direta (venosa ou arteriolar): atuam desviando o fluxo venoso ou


arteriolar, visando melhorar a pré-carga ou a pós-carga.

Ex.: nitratos e a hidralazina

2-Bloqueadores α-adrenérgicos: bloqueiam receptores ao nível arterial e


venoso, reduzindo tanto o tônus e a resistência vascular como a pressão arterial e
aumentando o desempenho cardíaco.

Ex.: prazozina

3-Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): atuam nesta enzima


que participa do sistema renina-angiotensina, o qual é importante para o controle da
excreção de eletrólitos e líquidos do organismo, controle da pressão arterial e do
volume sanguíneo)

Ex.: captopril, enalapril, lisinopril e benazepril.

2.1-IECA:

Ex.: captopril, benazepril e maleato de enalaprila

-Farmacocinética:

-Captopril: ácido fraco de curta ação

-Absorção: baixa

-Ligação a proteínas plasmáticas: 40%

-Excreção: renal

-Enalopril: alimento não altera absorção, de longa ação

-Droga ativa: enaprilato

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-Excreção: renal

-Benazepril: alimento não altera absorção, duração mais longa

-Droga ativa: benazaprilato

-Excreção: renal e biliar

-Efeitos Farmacológicos:

-Vasodilatação

-Redução da retenção de água e sódio

-Usos Terapêuticos:

-Insuficiência congestiva (cães e gatos)

-Hipertensão

-Efeitos Adversos:

-Hipotensão;

-Transtornos gastrointestinais;

-Insuficiência renal;

-Hipercalemia (quando associado à diuréticos poupadores de potássio)

-Não associara com inibidores COX.

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2.2-Bloqueadores α-adrenérgicos:

Ex.: prazozina

-Mecanismo de Ação: bloqueador de receptores α1 inibindo a estimulação da enzima de


membrana Fosfolipase C via proteína Gq/11. Inativando a fosfolipase C que resultaria na
hidrólise do bifosfato de fosfotidilinositol (PIP2) que produziria os segundos
mensageiros trifosfato de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG). O DAG ativaria a
proteína quinase C (PKC), que levaria a fosforilação de uma série de proteínas
intracelulares e canais iônicos. O IP3 atuaria liberando Ca2+ intracelular para o
citoplasma, causando contração muscular, que neste caso é inibida (vasodilatação).

-Usos Terapêuticos:

-ICC

-Anti-hipertensivo

-Farmacocinética:

-Metabolização: hepática

-Ligação a proteínas plasmáticas: alta

-Excreção: fezes

-Efeitos Adversos:

-Transtornos gastrointestinais e síncope (devido a hipotensão ortostática).

-Tolerância.

*Síncope: ou desmaio, é a perda súbita e transitória da consciência e conseqüentemente


da postura, devido a isquemia cerebral transitória generalizada.

2.3-De ação direta:

Ex.: Hidralazina e Nitratos (nitroprussiato de sódio, nitroglicerina e dinitrato de


isossorbida).

-Hidralazina:

-Mecanismo de Ação: mecanismo de ação ainda não bem compreendido, mas


está relacionado com o metabolismo de Ca++ e ainda pode aumentar a concentração de
prostaciclina no sistema arteriolar.

-Farmacocinética:

-Absorção: bem absorvida por VO (alimentos diminuem a absorção)

-Metabolização: hepática

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-Excreção: via hepática (bile)

-Usos Terapêuticos:

-ICC;

-Hipertensão;

-Efeitos Adversos:

-Hipotensão, taquicardia reflexa;

-Aumento da retenção de sódio e água;

-Distúrbios gastrointestinais;

-Nitratos:

-Mecanismo de Ação: fornecem óxido nítrico (NO) para os vasos. O NO não


requer interação com receptores, por difusão atravessa a membrana e ativa a guanilato
ciclase (converte GMP em GMPc). E este é o mediador do relaxamento da musculatura
lisa (vasodilatação), pois fosforila uma proteína quinase G a qual fosforila proteínas
ligadas à canais de Ca++.

-Farmacocinética:

-Nitroglicerina:

-Administração: VO e sistema auto-adesivos (via transdérmica)

-Metabolização: hepática (gera metabólitos solúveis)

-Nitroprussiato de sódio:

-Administração: EV

-Metabolização: hepática

-Excreção: renal

-Dinitrato de isossorbida:

-Administração: VO e via transdérmica

-Metabolização: hepática (transforma-se em metabólitos mais ativos)

-Efeito Farmacológico:

-Nitroprussiato de sódio: potente vasodilatador arterial e venoso, usado em ICC


fulminante.

-Outros nitratos: vasodilatadores venosos, usados no edema pulmonar cardiogênico.

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-Efeitos Adversos:

-Hipotensão;

-Intoxicação por cianeto: o Nitroprussiato é metabolizado no sangue e tecidos, sendo


transformado em cianogênio (tóxico) e é convertido à tiocianeto (no fígado) e eliminado
pelas fezes, urina e ar.

-Bloqueadores de Canais de Cálcio:

Ex.: Nifedipina e Verapamil

-Mecanismo de Ação: inibe a entrada de cálcio pelos canais lentos da


musculatura lisa e miocárdio durante a despolarização, produzindo vasodilatação. O
bloqueio de grande percentagem dos canais existentes numa célula leva à diminuição da
sua excitação e contratilidade, porque é o influxo (entrada) de cálcio que ativa as
proteínas contrativas e outros canais. O período de relaxamento é prolongado, o que
leva à perda de velocidade da condução dos sinais do nodo AV por todo o miocárdio.

-Usos Terapêuticos:

-Relaxamento da musculatura lisa (vasodilatação).

-Tratamento de hipertensão.

-Efeitos Adversos:

-Hipotensão

-Evitar o uso em fêmeas gestantes.

*Não administrar com fármacos que inibem as enzimas envolvidas em seu metabolismo
(Ex.: cetoconazol).

-Ativadores de Canais de Potássio:


Ex.: Minoxidil

-Mecanismo de Ação: é uma pro droga que metabolizada no fígado pela ação da
Sulfotransferase transforma-se na molécula ativa. Causa relaxamento da musculatura
lisa dos vasos por ativação dos canais de potássio, permitindo efluxo (saída destes íons)
intracelular deste íon, causando hiperpolarização celular. Este estado de
hiperpolarização conduz ao encerramento de canais de Ca2+ dependentes da voltagem e
conseqüente diminuição da entrada de íons Ca2+ para o interior da célula, causando o
relaxamento vascular (vasodilatação).

-Usos Terapêuticos:

-Hipertensão severa não responsiva a outras drogas;

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-Efeitos Adversos:

-Retenção hidro-salina

-Taquicardia

-Antagonista AT1:

Ex.: Losartan

-Mecanismo de Ação: bloqueador do receptor para angiotensina II. O Receptor


AT1 é uma proteína componente da membrana celular. Faz parte do grupo de receptores
acoplados a proteína G. Quando se liga quimicamente à angiotensina II provoca uma
série de reações celulares, sendo uma das mais importantes a vasoconstrição.

-Usos Terapêuticos:

-Hipertensão

*Não é muito recomendado em cães, pois estes não conseguem converter o losartan em
seu metabólito ativo, resultando em menor eficácia. Porém outro fármaco semelhante, o
Irbesartan, se mostra eficiente.

-Inibidores da Fosfodiesterase:

Ex.: Milrinona (aumenta AMPc) e Sildanefil (aumenta GMPc)

-Mecanismo de Ação: a enzima fosfodiesterase degrada o AMPc/GMPc, e com a sua


inibição, há o aumento da concentração de AMPc/GMPc no interior da células.
Proporcionando:

-No coração: maior concentração de cálcio e assim contração do


músculo cardíaco. Pois o AMPc ativa uma enzima intracelular dependente de
AMPc, que ativa uma seqüência de fosforilações que amplifica o sinal,
desencadeando uma resposta. A estimulação dos receptores β produz aumento da
concentração intracelular de AMPc, resultando nos efeitos inotrópicoss e
cronotrópicos positivos (aumento da força e freqüência).

-Nos vasos: vaso dilatação pois o AMPc é responsável pela abertura de


canais de Ca++, e esta elevada concentração de Ca++, faz com tenha um
conseqüente aumento na Ca++-Calmodulina que ativa a enzima Oxido Nítrico
Sintase que é responsável pela transformação da L-Arginina em Óxido Nítrico
(NO) e Citrulina.

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3-Anti-Arrítmicos:

-Introdução:

Arritmias são anomalias na freqüência cardíaca. As arritmias podem ser


causadas por modificações no equilíbrio entre os sistemas simpático e parassimpático,
alterações iônicas (potássio e cálcio), estiramento da musculatura cardíaca, trauma
mecânico, hipóxia, isquemia e infarto do miocárdio, distúrbios endócrinos,
medicamentos arritmogênicos e ICC.
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Potencial de Ação Cardíaco:

Fase 0: onde o potencial passa de -90 mV para + 50 mV, havendo rápido influxo
de sódio (entrada) para a célula, ou seja, despolarização rápida.

Fase 1: onde ocorre a chamada ‘repolarização rápida’, conforme vai se


reduzindo a permeabilidade celular à entrada de sódio.

Fase 2: é chamada de ‘fase de platô’, que ocorre pela entrada lenta de íons
cálcio através dos canais lentos de cálcio. Há a troca de 3 íons de sódio para cada íon de
cálcio (fato que ocorre ao inverso na diástole, facilitando o relaxamento). É uma fase
importante para a coordenação da função elétrica com a função mecânica. No final do
platô, fecham-se os canais de cálcio e continua saindo potássio.

Fase 3: ocorre a chamada repolarização tardia, estabelecendo-se a negatividade


do meio intracelular. Nesta fase a célula pode responder a um novo estímulo.

Fase 4: ocorre o restabelecimento do potencial em nível de repouso.

-Classificação:

-Proposto por Vaughan Willians e col (1984).

-Baseia-se no fato que a maioria dos antiarrítmicos possui ação eletrofisiológica


dominante sobre o potencial de ação da célula miocárdica.

-4 classes (I, II, III e IV).

-Classe I: são potentes anestésicos locais, atuando por meio do bloqueio dos
canais de Na+. De modo geral estabilizam a membrana miocárdica (reduzindo a taxa de
despolarização máxima das fibras). Faz com que tenha um aumento no limiar de
excitabilidade e diminuição do período refratário. Sua ação maior é sobre as células
marca-passo (diminuindo a excitabilidade).

*Período Refratário: acompanha o potencial de ação na membrana. Tem como efeito


limitar a freqüência de potenciais de ação, além de promover a unidirecionalidade da
propagação do potencial de ação, o que pode ser entendido como conseqüência da
limitação de salvas de potenciais de ação.

Ex.: Quinidina, Procainamida (Classe 1A), Lidocaína e Mixiletina (Classe 1B) e


Lorcainida e Flecainida (Classe 1C).

Fármacos da classe 1A: reduzem a despolarização da fase 0 (tanto de células


cardíacas lesadas como das sadias) e prolongam o potencial de ação.

Fármacos da classe 1B: reduzem a despolarização da fase 0 (somente de células


cardíacas lesadas).

Fármacos da classe 1C: não são comumente utilizados em medicina veterinária.

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-Classe II: fármacos que exercem atividade anti-adrenérgica. Atuam na fase 4 do
potencial de ação, diminuindo a velocidade de condução.

Ex.: propranolol (β-bloqueador adrenérgico não seletivo), metoprolol (β-bloqueador


seletivo), atenolol (β1-bloqueador), esmolol (β1-bloqueador) e carvedilol (β-bloqueador
adrenérgico não seletivo).

*Receptores β-adrenérgicos:

-β1: predominam no coração

-Efeitos:

-aumento da força e freqüência contrátil (inotrópico e cronotrópico


positivo).

-Mecanismo de ação: O complexo agonista-receptor se liga a proteína Gs,


deslocando o GDP pelo GTP na subunidade α da proteína G. o complexo entre a
proteína G e o GTP interage com a adenilciclase, promovendo a conversão de AMP
para AMPc. O AMPc ativa uma enzima intracelular dependente de AMPc, que ativa
uma seqüência de fosforilações que amplifica o sinal, desencadeando uma resposta. A
estimulação dos receptores β produz aumento da concentração intracelular de AMPc,
resultando nos efeitos inotrópicoss e cronotrópicos positivos (aumento da força e
freqüência).

-β2: predomina nos vasos coronarianos e do músculo esquelético

-Efeitos:

-vasodilatação, broncodilatação, secreção de renina e relaxamento do


útero.

-Mecanismo de ação: no sistema vascular a vasodilatação mediada por β2, que


provoca aumento de AMPc que é responsável pela abertura de canais de Ca++, a elevada
concentração de Ca++ pela ação primária da acetilcolina, terá um conseqüente aumento
na Ca++-Calmodulina que ativa a enzima Oxido Nítrico Sintase que é responsável pela
transformação da L-Arginina em Óxido Nítrico (NO) e Citrulina.

-Classe III: são fármacos que retardam o potencial de ação (bloqueando os


canais de potássio), aumentando o período refratário e a condução nos nós sinusal e
atrioventricular.

Ex.: Sotalol (β-bloqueador adrenérgico não seletivo), Amiodarona e Bretílio

-Classe IV: são antagonistas do Ca++ ou bloqueadores de canais de Ca++.


Deprimem a fase 4 do potencial de ação, prolongando a condução nos nós sinusal e
atrioventricular.

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Ex.: Verapamil e Diltiazem (preferência nos casos onde dá associação com a
digoxina, pois, ao contrário do verapamil, não interfere em sua excreção).

-Outros: não se encaixam em nenhum dos grupos anteriores. São eles:

-Glicosídeos Digitálicos: seus efeitos sobre o canais de cálcio estão relacionados não só
ao inotropismo positivo mas também ao cronotropismo negativo.

-Atropina: medicamento parassimpáticolítico, muito utilizado no combate à


bradiarritmias, pois aboli a influência do sistema nervoso autônomo parassimpático
sobre os nodos.

-Farmacocinética (geral):

-Administração: VO ou EV

-Metabolização: hepática

-Excreção: renal

*Propranolol: hepática (bile)

*Atenolol: renal e hepática (bile)

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Quimioterápicos, Antimicrobianos e Antibióticos
-Introdução:

-Quimioterápicos: sintéticos

-Antibiótico: natural

-Classificação:

-Quanto ao mecanismo de ação:

1-Drogas que inibem a síntese de parede celular

Ex.: β-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas)

2-Drogas que inibem a síntese protéica

Ex.: Aminoglicosídeos, Tetraciclinas

3-Drogas que interferem no metabolismo de DNA

Ex.: Sulfonamidas

1-Drogas que Inibem a Síntese da Parede Celular: (β-lactâmicos)

Ex.: Penicilinas, Cefalosporina, Carbapenêmicos, Monobactâmicos e


Amidinopenicilinas.

-São bactericidas: causam lise da parede celular (lise osmótica – atuam apenas em
células de crescimento ativo).

-Alvo (geral): proteínas fixadoras de penicilinas (PBP – 7 tipos). Interferem na


biossíntese do peptidioglicano (polímero muco-complexo da parede celular), PBP-1 é o
principal sítio de ação.

1.1-Penicilinas:

Ex.: Penicilina G, Ampicilina e Amoxicilina.

-Farmacocinética:

-Bastante suscetíveis à enzima β-lactamase;

*β-lactamases são enzimas produzidas por algumas bactérias e são responsáveis por
sua resistência à antibióticos como as penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas e
carbapenemas. A enzima lactamase quebra este anel, desativando as propriedades
antibacterianas da molécula.

-Absorção: baixa VO

Penicilina G-cristalina: EV e ação de 4 horas

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Penicilina G-procaína: IM ou SC e ação de 12 a 24 horas

Penicilina G-benzatínica: IM ou SC e ação de 2 a 7 dias

-Distribuição: boa (exceto próstata e olho e rapidamente removida do líquor).

-Excreção: renal (na forma ativa).

-Efeitos Indesejáveis:

-Hipersensibilidade

-EV: distúrbios neurológicos e convulsões

-Interação: fenilbutazona e AAS (aumento da ação)

-Não associar com: cloranfenicol ou tetraciclina

-Paciente com IR: ocorre acúmulo.

*Não se associa Bactericida com Bacteriostático ou Bacteriostático com Bacteriostático


(exceção: sulfonamidas + trimetroprina). Pode-se fazer a associação de Bactericida com
Bactericida.

1.2-Cefalosporina:

-1ª geração: cefalotina e cefalexina

-2ª geração: cefoxitina e cefamandol

-3ª geração: ceforaxima e ceftiofur

-Farmacocinética:

-Menos suscetíveis à enzimas β-lactamase.

-Absorção: VO e outros

-Distribuição: boa (inclui próstata e olho)

*1ª e 2ª gerações: alta concentração na pele e tecido subcutâneo.

-Excreção: renal

-Efeitos Indesejáveis:

-Flebite (inflamação em parede de vasos sanguíneos), alergia e distúrbios da


coagulação;

-Hipersensibilidade cruzada entre β-lactâmicos

-Ceftiofur: mielotixicidade em cães

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-Paciente com IR: ocorre acúmulo.

1.3-Outros β-lactâmicos (Ácido Clavulânico):

-Apresenta capacidade de inibir as β-lactamases produzidas por diversos


microorganismos. Devido a esse fato o ácido clavulânico tem sido associado a outros
antibióticos, como as penicilinas (penicilina G, ampicilina, amoxicilina).

2-Drogas que Inibem a Síntese Protéica: (aminoglicosídeo, tetraciclinas e


macrolídeos)

-Maioria são bacteriostáticos, apenas os aminoglicosídeos são bactericidas.

2.1-Aminoglicosídeos:

Ex.: neomicina, gentamicina, tobramicina e ribostamicina.

-Mecanismo de Ação: são bactericidas e ligam-se irreversivelmente à subunidade 30S


do ribossomo e induz a ligação do RNAt-aa errada, formando assim proteínas
defeituosas.

-Farmacocinética:

-Absorção: não absorvidos VO (exceto: neomicina)

-Distribuição: baixa distribuição no humor aquoso e líquor

-Metabolização: não são biotransformados

-Excreção: renal (na forma ativa)

-Efeitos Indesejáveis:

-Nefrotoxicidade e ototoxicidade (porque estes tecidos contêm concentrações


mais elevadas de fosfolipídeos, principalmente o fosfatidilinositol). A ototoxicidade é
em decorrência de sua atuação sobre o VIII par de nervos cranianos (nervo vestíbulo-
coclear).

-Podem aumentar o efeito de anestésicos e relaxantes (inibem a liberação de


ACh).

2.2-Tetraciclinas (sintéticos)

Ex.: terramicina, metaciclina, doxaciclina e minociclina.

-Fluorescem à luz UV.

-Quelatos (deposição): cálcio, magnésio, ferro e alumínio.

-Mecanismo de Ação: são bacteriostáticos e inibem a síntese protéica, ligando-se a


subunidade 30S (também podem se ligar à subunidade 40S – explicando reações

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adversas) ribossomos dos microorganismos, impedindo que o RNA-t se fixe ao
ribossomo, e assim a síntese protéica é inibida.

-Farmacocinética:

-Absorção: VO

*Alimentos diminuem a absorção.

-Distribuição: ampla, exceto SNC (exceto doxaciclina).

-Efeitos Indesejáveis:

-Nefrotoxicidade, Hepatotoxicidade, Fotossensibilidade, necrose tecidual, supra-


infecções (fungos, leveduras e bactérias mais resistentes), diarréia, náuseas, vômitos e
hipotensão (administração EV rápida em eqüinos).

2.3-Anfenicóis:

Ex.: cloranfenicol, florfenicol e tianfenicol.

-Mecanismo de Ação: são bacteriostáticos e se ligam a subunidade 50S do ribossomo,


interferindo assim na formação do peptídeo pelo bloqueio da enzima peptidiltransferase.

-Farmacocinética:

-Absorção: bem absorvidos no trato gastrointestinal

-Metabolização: hepático (glicuronidação)

*cuidado em gatos

-Distribuição: todos os tecidos (alta lipossolubilidade)

-Eliminação: renal e biliar

-Efeitos Indesejáveis:

-Cloranfenicol é proibido para animais de pecuária (causam anemia aplástica em


humanos).

-Florfenicol e Tianfenicol pode-se usar em animais de pecuária (não tem o


grupamento nitro). Mas em tratamentos longos ou em altas doses podem causar
supressão da medula óssea.

-Potentes inibidores enzimáticos C450.

2.3-Macrolídeos:

Ex.: eritromicina, roxitromicina, azitromicina, leucomicina e tilmicosina

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-Mecanismo de Ação: são bacteriostáticos e impedem a síntese protéica, porque ligam-
se à subunidade 50S do ribossomo, impedindo a translocação do RNAt e inibindo a
enzima peptidiltransferase.

-Farmacocinética:

-Absorção: boa por VO

-Distribuição: boa (exceto ouvido médio e SNC)

*alta concentração em leucócitos

-Metabolização: hepática

-Eliminação: fecal (na forma ativa)

-Efeitos Indesejáveis:

-Vômitos, hepatotóxico (quando administrado em longos tratamentos ou em


altas doses), diarréia (eqüinos e bovinos) e predisposição à infecção por Salmonella.

3-Drogas que Interferem no Metabolismo de DNA: (sulfonamidas, trimetroprim


e quinolona) - Quimioterápicos

3.1-Sulfonamidas:

Ex.: sulfacetamida, sulfadimetoxina, sulfasalazina, sulfadiazina.

-Mecanismo de Ação: bacteriostático e é um análogo estrutural do ácido p-


aminobenzóico (PABA), uma substância essencial para a síntese do ácido fólico, e
quando na sua forma reduzida (ácido tetraidrofólico) é fundamental para a síntese de
DNA e RNA. Compete com o PABA pela enzima diidropterona sintase (antagonismo
competitvo).

-Farmacocinética:

-Absorção: por todas as vias (principalmente VO)

-Distribuição: boa

-Metabolização: hepática (acetilzação e glicuronidação)

*tóxico para cães e gatos.

-Excreção: na forma integra ou metabolizada pela urina, leite, saliva ou fezes.

-Efeitos Indesejáveis:

-Tóxico e os sintomas são: salivação, diarréia, hiperpnéia, excitação, fraqueza


muscular e ataxia.

-Ceratoconjuntivite seca

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-Hipersensibilidade

-Produção de ovos defeituosos (aves).

3.2-Trimetroprim:

-Mecanismo de Ação: é um bacteriostático e é análogo estrutural do ácido diidrofólico e


atua inibindo a enzima diidrofolato redutase, responsável pela transformação do ácido
diidrofólico em ácido tetraidrofólico. Esta enzima está presente tanto em mamíferos
como nas bactérias, mas a afinidade pela enzima da bactéria é cerca de 20 a 60 mil
vezes maior do que pela dos mamíferos, sendo então, muito segura.

-Farmacocinética:

-Normalmente é usado associado às sulfas.

-Absorção: VO ou EV (associada com sulfas)

-Distribuição: boa

-Metabolização: hepática

-Excreção: renal e biliar

3.3-Quinolonas:

Ex.: enrofloxacina, norfloxacina, flumequina e ácido oxonílico.

-Mecanismo de Ação: são bactericidas e sua atividade se dá pela inibição das


topoisomerases bacterianas tipo II (conhecido como DNA girase), assim, impedem o
enrolamento da hélice de DNA.

-Farmacocinética:

-Absorção: VO

-Distribuição: boa

-Metabolização: variável (algumas são biotransformadas e outras não)

-Excreção: urina ou bile (nas formas inativa ou ativas).

-São inibidoras do sistema microssomal P-450.

-Efeitos Indesejáveis:

-Danos à cartilagem

-Efeitos teratogênicos

-Cristalúria

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-Alterações na espermatogênese e atrofia testicular (uso prolongado).

-Reações de fotossensibilização.

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Referências Bibliográficas:

SPINOSA, Helenice de Souza, et al. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária.


4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

RANG, H.P e DALE, M.M.. Farmacologia. 5. Ed. Rio de Janeiro: Elselvier, 2004.

WEBSTER, Cynthia R. L. Farmacologia Clínica em Medicina Veterinária. 1ed. São


Paulo: Roca, 2005.

http://fisiologia.med.up.pt/Textos_Apoio/Membranas/CanaisPotassio.pdf

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