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A lavagem gástrica vem sendo cada vez mais utilizada devido à questão
temporal. Se a lavagem for realizada 5 min após o paciente ter ingerido uma
substância, o sucesso é de 90%; em 10 min, o sucesso da lavagem cai para 45% e,
após 1h, a lavagem nem teria mais indicação.
Carvão ativado (1g/kg de peso do paciente): é o mais utilizado nos dias de hoje.
O carvão tem uma propriedade de adsorção (“puxa a substância para perto de si,
tal como uma esponja”), impedindo assim a absorção da substância pela parede
intestinal. No entanto, também está ligado à questão temporal.
A indução do vômito (com xaropes) é uma medida não recomendada – o
paciente pode eventualmente broncoaspirar a substância.
INTOXICAÇÃO PELO INTOXICAÇÃO PELO ACETAMINOFENO
ACETAMINOFENO Dose máxima autorizada: 4 gr/ dia
INTOXICAÇÃO DIGITÁLICA
Manifestação: arritmias (extrassístole ventricular, TV bidirecional,
taquicardia atrial com bloqueio, BAV, FA, flutter atrial), hiperK+
Antídoto: ANTICORPO ANTI-Fab
SÍNDROME SÍNDROME COLINÉRGICA
COLINÉRGICA Sistema nervoso periférico: é dividido em dois tipos:
1. Sistema nervoso somático (voluntário)
2. Sistema nervoso autônomo (involuntário)
Funções motoras voluntárias
Sistema nervoso
ACETILCOLINA
somático
Receptor Nicotínico
(voluntário)
MÚSCULO
Funções vegetativas
SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO
Sistema nervoso
CATECOLAMINA ACETILCOLINA
autônomo
(adrenérgico) (muscarínico)
(involuntário)
ÓRGÃOS ÓRGÃOS
(luta ou fuga) (descansar ou digerir)
Síndrome colinérgica: excesso de acetilcolina
Quadro clínico
Miose, broncoconstrição, incontinência urinária, ↓FC,
Muscarínico (órgãos)
salivação... CLÍNICA PARASSIMPÁTICA
Nicotínico
(junção Miofasciculação, fraqueza...
neuromuscular)
Fisiopatologia
Dando um agonista da acetilcolina: raro
Inibindo a degradação da acetilcolina: mais comum!
Após a Ach exercer sua função no receptor da fenda sináptica, ocorre sua
degradação pela acetilcolinesterase. Assim, a grande causa de síndrome colinérgica é
a inibição da degradação da Ach pela inibição da enzima acetilcolinesterase. Existem
dois grupos de inibidores da acetilcolinesterase: reversíveis e irreversíveis.
REVERSÍVEIS Carbamatos: pesticidas, neostigmina, rivastigmina
IRREVERSÍVEIS Organofosforados: pesticidas, gás sarin
Tratamento
Antídoto para a clínica muscarínica: ATROPINA
Antídoto para a clínica nicotínica: PRALIDOXIMA
Lembrar também das medidas gerais de suporte clínico
O diagnóstico de síndrome colinérgica é clínico.
Pode-se dosar a atividade da acetilcolinesterase sérica e eritrocitária, no
entanto, isso não tem utilidade prática.
SÍNDROME COLINÉRGICA
Inibidores da acetilcolinesterase
Reversíveis: CARBAMATOS
Irreversíveis: ORGANOFOSFORADOS
Clínica Antídoto
Muscarínica: miose,
broncoconstrição, incontinência
ATROPINA
urinária, redução da FC, salivação →
clínica parassimpática
Nicotínica: miofasciculação, fraqueza PRALIDOXIMA
INTOXICAÇÃO POR INTOXICAÇÃO POR BENZODIAZEPÍNICO
BENZODIAZEPÍNICO Antídoto: FLUMAZENIL
INTOXICAÇÃO POR INTOXICAÇÃO POR OPIOIDE
OPIOIDE Quadro clínico
Atuação em vários receptores...
Analgesia
Depressão respiratória (o opioide pode reduzir a percepção do centro
respiratório bulbar quanto à elevação do CO2)
Redução de trânsito intestinal – constipação/anorexia
Miose
Supressão da tosse
Náusea / vômito / prurido
Tratamento
Suporte ventilatório: via aérea – depressão respiratória → pensar em
intubação
Descontaminação: se for EV ou intratecal → impossível reduzir absorção
o Caso a administração for VO, pode ser utilizado carvão ativado
Antídoto: NALOXONE (0,2 – 4mg/dose) - se não resolver, repetir a dose
# INTOXICAÇÕES #
Intoxicações 1. Suporte clínico (ênfase em vias aéreas e circulação);
Conduta? (3) 2. Descontaminação (↓absorção);
3. Antídoto.
A descontaminação nas intoxicações orais pode ser lavagem gástrica + carvão ativado
feita com... (2)
V ou F? Verdadeiro.
Nas intoxicações, a indução de vômitos não é
indicada devido ao risco de broncoaspiração.
A descontaminação nas intoxicações cutâneas é lavagem abundante com água.
feita com...
Intoxicações 1 hora após a ingestão da substância.
A lavagem gástrica deve ser feita em até...
Carvão ativado Adsorção.
Mecanismo de ação? (puxa as substâncias, como uma esponja)
Intoxicações 4 a 6 horas após a ingestão da substância.
O carvão ativado deve ser feito em até...
V ou F? Verdadeiro.
O carvão ativado não é útil na intoxicação por
álcool.
Carvão ativado 1 g/kg.
Posologia?
Acetaminofeno 1. Dose máxima: 4 g/dia.
Dose máxima? Dose intoxicante? 2. Dose intoxicante: > 12-16 g/dia.
Acetaminofeno 1. Fígado - Glicuronídeos e sulfatos (90%);
Metabolização? (3) 2. Fígado - Citocromo P450 (5%);
3. Urinária (5%).
Acetaminofeno Maior demanda do citocromo P450
Fisiopatologia da lesão hepática? ↓
Falta Glutation para inativar o NADPQI
↓
Toxicidade pelo NADPQI.
Intoxicação por acetaminofeno Inespecíficos (vômitos, letargia).
Manifestações nas primeiras 24h?
Intoxicação por acetaminofeno Insuficiência hepática e renal (NTA).
Manifestações em 24 a 48h?
Intoxicação por acetaminofeno Recuperação total da função hepática e renal.
Manifestações em 1-2 semanas?
Intoxicação por acetaminofeno 1. Controlar glicemia e coagulograma;
Suporte clínico? (3) 2. Carvão ativado em até 4h (antes dos sintomas);
3. Antídoto: N-acetilcisteína.
N-acetilcisteína "Doadora" de glutation, neutralizando o NAPQI.
Mecanismo de ação?
A N-acetilcisteína deve ser administrada, 8 horas.
preferencialmente, em até... "N-acetilcisteOITO"
Na+K+ATPase 2 K+ para o intracelular e 3 Na+ para o extracelular.
Mecanismo de ação?
Na+K+ATPase Digitálico:
É inibida por qual fármaco? ↑Na+ intracelular
↓
↑atividade do trocador Na-Ca
↓
Acúmulo de Ca++ intracelular (efeito inotrópico positivo).
V ou F? Verdadeiro.
Os digitálicos apresentam uma faixa terapêutica
estreita, com dose efetiva próxima da dose tóxica.
Intoxicação digitálica 1. Náuseas;
Clínica? (4) 2. Vômitos;
3. Dor abdominal;
4. Borramento visual e/ou cromatopsia (com visão
amarelada).
V ou F? Verdadeiro.
A intoxicação digitálica pode causar praticamente
qualquer tipo de arritmia.
Intoxicação digitálica Hipercalemia.
Causa qual alteração eletrolítica? (K+ deixa de ser transportado para o intracelular)
A intoxicação digitálica é predisposta por Hipo; hiper.
____(hiper/hipo)calemia, e pode causar
____(hiper/hipo)calemia.
Intoxicação digitálica Cromatopsia: alteração da percepção de cores,
Alteração visual? normalmente a xantocropsia (maior percepção da cor
amarela).
V ou F? Falso
A intoxicação por Paraquat tem baixa mortalidade A intoxicação por Paraquat tem altíssima mortalidade (>
80%).
A intoxicação por barbitúricos causa ________ Bradipneia.
(taquipneia/bradipneia). (redução do drive respiratório)
Em usuários crônicos de benzodiazepinicos, o convulsões.
flumazenil pode precipitar... (alguns autores são contrários ao uso na intoxicação,
indicando apenas para reversão de sedação)
V ou F? Verdadeiro.
Nem o álcool nem os benzodiazepínicos causam
alterações pupilares.
A overdose por haloperidol causa... síndrome neuroléptica maligna (SNM).
Síndrome neuroléptica maligna 1. Hipertermia;
Clínica? (4) 2. Rigidez muscular com rabdomiólise;
3. Disautonomia;
4. Alteração da consciência.
Síndrome neuroléptica maligna Dantrolene.
Antídoto? (semelhança com a hipertermia maligna)
Antídoto para intoxicação por metanol ou Fomepizole (4-metilpirazol).
etilenoglicol?
V ou F? Verdadeiro.
A EDA está indicada para vítimas de lesão cáustica (em até 48h, pelo risco de necrose transmural progressiva)
(alcalina) do esôfago.
Caso 1
Rita, 21 anos, estudante de medicina do 6º período, vinha em acompanhamento com o serviço de psiquiatria para tratamento de um grave
transtorno do humor. Após várias sessões de psicanálise, foi orientada sobre a verdadeira origem de seu problema: o nome dele era Bruno,
reconhecido por ser o maior ”galinha” de todos os homens da faculdade. Tudo vinha muito bem: beijos, flores, DVD com pipoca, como
qualquer relacionamento normal. Um belo dia, contra todas as regras de um bom relacionamento, “matou” o curso de francês e decidiu
fazer uma surpresa. Mal sabia que o espanto maior seria dela mesma: encontrou Bruno aos beijos com Paula, sua melhor amiga, nos fundos
da cantina da faculdade. Arrasada e certa de que sua vida não fazia mais sentido, foi para casa e tomou todas as
bebidas de seu pai. Acreditando não ser suficiente para esquecer toda aquela terrível cena de traição, ingeriu ainda os 20 comprimidos de
algumas cartelas do primeiro remédio que encontrou sobre a mesada cozinha e trancou-se sozinha no quarto...
Aproximadamente duas horas após a ingestão dos medicamentos, Rita começou a apresentar náusea, vômitos, sudorese fria e mal-estar
geral. Passou mal por toda a noite e não procurou ajuda. Na manhã seguinte ela estava melhor, com alívio parcial dos sintomas. Entretanto,
durante o dia, surgiu dor abdominal persistente, com sonolência progressiva e amarelamento das escleras. Preocupada, sua mãe a arrastou
até a emergência mais próxima...
Chegando ao hospital, realizou os seguintes exames laboratoriais:
Qual é o tratamento mais adequado neste Nesta paciente, o uso do carvão ativado não está mais indicado
caso? Justifique. devido ao longo tempo decorrido. A N-acetilcisteína, antídoto da
intoxicação pelo acetaminofeno, também não apresenta benefício
estabelecido após 24h da ingestão. Além das medidas de suporte
específicas, devemos considerar o transplante hepático no caso da
Rita.
Caso 2
Joaquim, 63 anos, hipertenso, diabético, renal crônico, dislipidêmico e sabidamente coronariopata, chegaao seu consultório com queixa de
náusea, vômitos e palpitações há aproximadamente uma semana. Jáhavia procurado a emergência de um grande hospital onde recebeu
uma prescrição de sintomáticos, semmelhora do quadro clínico. Faz uso crônico de losartan 100 mg/dia, AAS 200 mg/dia, metformin 850
mg2x/dia, atorvastatina 20 mg/dia, monocordil 40 mg/dia, espironolactona 25 mg/dia, digoxina 0,5 mg/dia efurosemida 20 mg/dia. Foi
submetido à revascularização miocárdica há um ano e vem se mantendo semdor precordial nos últimos meses. O último ecocardiograma
mostrou disfunção sistólica moderada agrave.
Ao exame: corado, hidratado, acianótico, anictérico, eupneico. PA = 110 x 60 mmHg, FC = 43 bpm.Ausculta respiratória limpa, sem ruídos
adventícios. Ritmo cardíaco regular, bradicárdico, sopro sistólico
em foco mitral ++/+6. Abdome flácido, indolor, sem massas ou visceromegalias, sem sinais de ascite.Membros inferiores sem edema, com
pulsos pediosos palpáveis, mas de amplitude reduzida.
ECG feito no consultório revelou o seguinte (imagem projetada).
Qual é o provável diagnóstico? Bloqueio atrioventricular de terceiro grau (total) + intoxicação digitálica. Todos os
Justifique. impulsos atriais estão bloqueados, ou seja, os átrios e os ventrículos são comandados
por marca-passos independentes.
Quais são os fatores de risco Idade avançada e insuficiência renal crônica e diureticoterapia. Outros fatores que
encontrados neste paciente? Cite aumentam o risco deintoxicação digitálica são: doenças cardíacas (isquemia ativa,
outras situações que também miocardite, cardiomiopatia, amiloidose, Corpulmonale ) e fatores metabólicos
aumentam o risco. (hipocalemia, hipomagnesemia, hipoxemia, hipernatremia,hipercalcemia e distúrbios
acidobásicos).
Como você conduziria este caso? Internação hospitalar + medidas de suporte + marca-passo provisório + anticorpo
anti-Fab da digoxina +carvão ativado. O marca-passo está indicado até que ocorra
controle da arritmia com a terapêutica.
Os anticorpos contra a fração Fab da digoxina estão indicados na presença de
arritmias que ameacem avida do nosso paciente ou quando encontramos um
potássio sérico > 5,5 mEq/L em uma
overdose
aguda, mesmo que não existam arritmias. O carvão ativado é mais útil quando usado
nas primeiras 6-8hda ingestão da droga, mas pode ser administrado após esse
período com o intuito de adsorver metabólitos ativos que eventualmente são
excretados pela via biliar.
Que medicamentos poderiam ter Quinidina.
contribuído para o quadro se tivessem Verapamil.
sido associados recentemente à Diltiazem.
prescrição do Joaquim? Justifique. Amiodarona.
Propafenona.
Ciclosporina.
Itraconazol.
Flecainida.
Espironolactona.
Estes medicamentos aumentam a concentração sérica do digital. Quando
introduzidos, devemos monitorizar melhor o nível do digital e ajustar a dose quando
necessário.
A alteração eletrocardiográfica abaixo
é muito frequente nesta situação
clínica, indique-a.
Caso 3
Epidemia de hantavirose na cidade! Maurício utiliza todas as formas possíveis de eliminar os roedores da
proximidade de sua casa. O mesmo não fazem os parentes de Juliana, sua esposa, que falecem todos em uma
semana. Após a passagem da epidemia e a morte de seus sogros e cunhados, Maurício não sabia se comemorava
o acontecido ou se ficava preocupado com Juliana. Mas logo começou a sentir saudade de todos eles, pois a dívida
deixada era enorme: aluguéis atrasados, financiamentos... E ainda havia as despesas da funerária! Mas o
problema maior ainda estava por vir. Preocupado com as contas, Maurício nem percebeu que Juliana andava
muito triste ultimamente, não queria sair de casa e viviachorando pelos cantos... Certo dia, chegando do trabalho,
encontrou-a em casa desacordada e “babando “muito. Ao lado dela, um pote sem lacre completamente vazio.
Seria uma crise convulsiva? Levou-a ao médico que, suspeitando de uma determinada condição, observou ainda a
presença de pupilas mióticas,lacrimejamento importante, odor forte de urina e miofasciculações. PA = 100 x 50
mmHg, FC = 61 bpm.À ausculta, marcantes sibilos foram encontrados. Ao examiná-la mais uma vez, Juliana então
responde aos chamados, mas nega-se a contar o que de fato ocorreu.
Qual é o provável diagnóstico? Intoxicação por inseticida carbamato (chumbinho). A paciente
Justifique. apresenta quadro sugestivo de depressão e sintomas clássicos da
intoxicação por esta substância. Sem dúvida, o quadro clínico
também é compatível com intoxicação por organofosforado, mas as
tentativas de suicídio são muito mais comuns com o chumbinho.
Qual é o mecanismo de ação Inibição da acetilcolinesterase, com acúmulo da acetilcolina nas
desta substância envolvida? sinapses muscarínicas e nicotínicas. Lembrando que os carbamatos
inibem reversivelmente esta enzima, enquanto os organofosforados
inibem de forma irreversivel.
Como podemos confirmar a Uma redução na atividade da acetilcolinesterase sérica e eritrocitária
principal hipótese diagnóstica? para < 50% do normal confirma o diagnóstico, mas estes testes não
são amplamente disponíveis. Portanto, como na maior parte das
intoxicações, o diagnóstico é clínico.
Qual é a terapêutica adequada? Carvão ativado para descontaminação gastrointestinal, medidas de
Justifique. suporte, atropina e pralidoxima (senecessário). A atropina é utilizada
para reversão dos sintomas muscarínicos, enquanto a pralidoxima
agemelhor nos sintomas nicotínicos e nem sempre é utilizada.
Caso 4
Quatro horas da manhã e nada do seu plantão acabar... De longe você ouve o som do oxímetro ficandomais grave
(seu subconsciente diz que o paciente está dessaturando, mas sua consciência não assume a responsabilidade...),
alarme de respirador, monitor, de tudo... A equipe da enfermagem é nova e ainda nãose encontrou... Tudo é
demorado... Tudo é confuso... Um acesso venoso profundo e uma PAM radiallevaram duas horas para acontecer,
pois ninguém da equipe sabia como auxiliar adequadamente. Caos total! Para sua alegria, toca o telefone...
Acabam de te pedir a última vaga disponível: senhora de 78 anos com sepse pulmonar. Como a ventilação não
invasiva e todas as outras medidas tomadas até o momento não tiveram o efeito desejado, você decide intubá-la
e acoplá-la à ventilação mecânica. Após algumas dezenas de intubações esofágicas, você chega à traqueia... Para
melhor adaptação à ventilação, pediu quefosse administrada a infusão de midazolam e fentanil. Missão cumprida!
O dia começa a clarear e você ainda se prepara para preencher toda a papelada e solicitar alguns examespara a
paciente que internou... Durante a tarefa, uma das técnicas te chama às pressas, pois o paciente do leito 03 (sr.
Gil) – pós-operatório imediato de fratura do colo do fêmur – não está respondendo aos chamados e o monitor
está estranho. Durante rápida avaliação, você percebe que de fato ele nãoresponde, apresenta 8 irpm e o
oxímetro de pulso mostra SaO 2 = 70%. Meio sem graça, a técnica dá um sorriso amarelo e confessa que pode ter
confundido as infusões que a enfermeira preparou para apaciente que foi internada. Considerando que a
raquianestesia lombar utilizada durante a cirurgia ortopédica deste paciente foi com bupivacaína hiperbárica a
0,5% + 80 μg de morfina, responda as seguintes questões:
O que deve ter acontecido com A administração de fentanil, que foi preparada para sedação da
este paciente? Justifique paciente que internou, foi administrada deforma equivocada. Como o
paciente já havia recebido morfina na raquianestesia, o risco de
depressão respiratória é ainda maior.
Como você conduziria o caso A conduta primordial deve ser salvar a vida do seu paciente no
neste momento? momento, garantindo a ventilação pela intubação orotraqueal. O
naloxona seria o antídoto específico, mas pense nele apenas após
estabilizar o paciente
Cite outros possíveis efeitos Além da depressão respiratória evidenciada neste caso, o paciente
desta medicação que a técnica pode apresentar constipação, anorexia, náusea, vômitos, redução na
infundiu. percepção da dor, euforia, prurido, miose, disfunção sexual e
retenção urinária.
Caso Sr. Gil fosse submetido à Hipoxemia com frequência respiratória rápida e curta.
anestesia geral e apresentasse
efeito residual de
bloqueadorneuromuscular, o
que você esperaria encontrar?
Desafio Diagnóstico
Joãozinho, 4 anos, chega trazido pelos braços de sua mãe sonolento, confuso, balbuciando palavrasdesconexas...
Sua mãe, Dona Jéssica, entra gritando pelos corredores da emergência e logo encontravocê saindo do plantão
para finalmente almoçar às 15 horas. Sem pensar, Dona Jéssica, coloca o filho emseu colo, cai em um pranto
descontrolado e, logo em seguida, desmaia. Sem a ajuda de Dona Jéssicapara contar a história de Joãozinho, você
obviamente decide examinar e começar o atendimento dopaciente para não perder tempo...
Ao exame: sonolento, desorientado, corado, mucosas secas, acianótico, eupneico em ar ambiente,midríase
bilateral, febril. Sinais vitais: PA = 70 x 30 mmHg, FC = 103 bpm, FR = 20 irpm, TAx = 37,7ºC.Ausculta respiratória
limpa. Ritmo cardíaco regular 2T, bulhas normofonéticas, ausência de sopros. Abdome plano, peristalse reduzida,
flácido, doloroso à palpação profunda em hipogastro. Membros inferiores sem edema, sem empastamento de
panturrilhas. Mobiliza bem os quatro membros, com força aparentemente preservada, reflexos profundos
normais. Restante do exame neurológico prejudicado, pois o paciente não colabora.
Puncionado acesso venoso periférico com facilidade, iniciada infusão de solução cristaloide, colocada a máscara
de oxigênio com reservatório, passagem de cateter vesical com saída de 550 ml de urina clara.O diagnóstico já
estava quase certo para você... ECG na emergência:
Os exames laboratoriais já haviam sido colhidos, mas ainda não estavam prontos... Joãozinho tinhaevoluído com
uma crise convulsiva tônico-clônica generalizada e, finalmente, aparece Dona Jéssicabastante descabelada e
com um vidro vazio de remédio nas mãos...
Baseado no quadro clínico e nos Intoxicação aguda por antidepressivo tricíclico, provavelmente
exames disponíveis, qual é a utilizado por sua mãe. Quadro típico de alterações neurológicas,
provável história do Joãozinho? cardiotoxicidade e sintomas anticolinérgicos associados.
Justifique.
Quais são as alterações Taquicardia sinusal, BAV de 1º grau (PR 200ms), zona inativa septal
encontradas no média, bloqueio completo de ramo direito, bloqueio fascicular
eletrocardiograma? esquerdo anterossuperior, alterações secundárias da repolarização
ventricular.
Prescrição
Intoxicações e acidentes por animais peçonhentos
INTOXICAÇÃO POR CARBAMATOS
Homem, 55 anos, branco, divorciado, taxista é trazido à emergência por familiares apresentando quadro de
confusão mental, hipersalivação, lacrimejamento e sudorese. Trata-se de um paciente hipertenso estágio 1, em
uso regular de enalapril 10 mg/dia sem outras morbidades. Seus acompanhantes desconhecem a utilização pelo
mesmo de qualquer droga ilícita.
Referem apenas a história de um divórcio bastante conturbado nos últimos seis meses. Ao exame físico,
apresenta-se com PA = 100 x 70 mmHg, FC = 45 bpm, ritmo cardíaco regular, crepitações nos 2/3 inferiores de
ambos os hemitóraces, abdome hiperperistáltico e visualização de fasciculações nos membros inferiores.
Considerando o quadro clínico deste paciente, uma síndrome tóxica imediatamente deve lhe surgir como hipótese
diagnóstica. Nesse caso, descreva a seguir as linhas gerais de sua prescrição.
1) Dieta oral zero.
Em virtude da confusão mental, enquanto se providencia a estabilização clínica do paciente nas próximas horas, a
dieta não é prioridade. Fica contraindicada, portanto, a utilização de carvão ativado pelo risco de broncoaspiração
2) SF 0,9% 500 ml IV. Correr em 1-2h.
A reposição volêmica é fundamental, mas deve ser feita de forma parcimoniosa já que o paciente pode ter
depressão miocárdica e edema agudo pulmonar.
3) Atropina 2-5 mg IV. (Antagonista muscarínico)
Este paciente apresenta clínica de intoxicação colinérgica. Neste caso, cresce a suspeita de tentativa de suicídio
(motivado possivelmente pelo divórcio) por carbamatos. A medida inicial mais importante é justamente
antagonizar os efeitos adversos do excesso de acetilcolina. A dose pode ser repetida a cada 5- 15min até o
secamento das secreções.
4) Pralidoxima (amp. 200 mg) 30 mg/kg IV. Correr em 30min.
Na presença de sintomas nicotínicos, esta indicada a pralidoxima, capaz de reativar a acetilcolinesterase. Cabe
lembrar que não devemos administrar a pralidoxima sem a atropina, pois pode haver uma piora clínica
transitória.
5) O2 suplementar a 5 L/min.
Aqui devemos avaliar também a necessidade temporária de assistência ventilatória
Obs: Chumbinho – é um carbamato