Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
-‐ acontecimento que independe da vontade humana, provocado por força exterior, levando a dano corporal e/ou mental
-‐ entendido como algo que pode ser evitado
-‐ SBP à “acidentes não ocorrem por acaso e a prevenção constitui a única medida realmente eficaz”
-‐ epidemiologia:
• Causas externas à acidentes
• Principal causa de mortalidade entre 1-‐39 anos
• 3ª causa mais importante de mortalidade geral
• Locais de ocorrência:
o 45% domicílio o 14% ambiente de trabalho
o 30% locais públicos o 10% auto -‐ estradas
• Crianças são as principais vítimas de obstrução aérea (60%)
• 38% se machucam com seus pertences (ex: material escolar)
-‐ tipos de acidentes mais envolvidos:
• Quedas • Acidentes de trânsito • Queimaduras
• Afogamentos • Atropelamentos • Intoxicações
-‐ fatores relacionados à incidência de acidentes na infância
• Crianças tem maior propensão a acidentes
• Condições físicas e psíquicas à imaturidade física e mental
o Inexperiência o Pouca coordenação motora
o Incapacidade de prever situações de risco o Desproporção crânio-‐corporal
o Curiosidade o Ignorância
o Motivação em realizar tarefas o Impaciência
o Imitar e repetir comportamentos o Pequenas dimensões das vias aéreas
o Falta de preocupação corporal
• Condições culturais e socioambientais podem aumentar essa predisposição
o ↓nível socioeconômico e educacional
o Dificuldade de acesso aos serviços de saúde
-‐ perfil da criança acidentada
• Sexo masculino • Pobreza ou pobreza extrema
• Maior de 1 ano de idade • Educação insuficiente
• Filho de pais mais velhos • Vigilância inadequada
• Família numerosa • Hábitos familiares
• Fadiga física/mental • Casa pequena
• Doenças orgânicas ou emocionais
-‐ temporalidade mais propensa à finais de semana e férias escolares
-‐ acidentes X faixa etária:
• RN à dependência completa do adulto
o Acidentes por submersão (afogamentos)
o Quedas – mais comum nessa faixa
o Queimaduras – sol, água de banho, cigarro
o Aspiração de corpo estranho – leite, talco, pequenos objetos
• Lactentes à > 1 ano de idade, os acidentes aparecem como a principal causa de mortalidade
o Afogamento à banheira, praia, piscina
o Aspiração de corpo estranho – brinquedos, alimentos
o Quedas à andador: perigoso e desnecessário
o Queimaduras à fogo, produtos químicos, leite
o Animais domésticos/ mordeduras o Atropelamento
o Animais peçonhentos o Choque elétrico
o Intoxicações por medicamentos
• Pré-‐escolar à menor dependência do adulto, diminuição da vigilância
o Acidentes por submersão (afogamento) o Choque elétrico
o Atropelamento o Animais domésticos/ mordeduras
o Intoxicações por medicamentos
• Escolar à maior aprendizado e capacidade de se proteger, diminuição da vigilância, maior exploração do ambiente
o Afogamento o Animais domésticos/ mordeduras
o Atropelamento o Quedas à bicicleta, patins
o Animais peçonhentos
• Adolescente à características próprias da idade:
o Desejo de testar seus próprios limites
o Sentimento de que "comigo nada acontece"
o Grande curiosidade pelas coisas novas
o Hábito de tomar atitudes impulsivas sem pensar nas consequências dos seus atos
o * Adolescentes que sofreram muitos acidentes durante a infância precisam de uma atenção maior dos pais
o Acidentes mais comuns:
§ Quedas em geral
§ Acidentes de trânsito (bicicleta, motocicleta, atropelamento)
§ Ferimentos com arma de fogo e arma branca
§ O consumo de drogas está relacionado a atos de violência e acidentes
-‐ criança repetidora de acidentes:
• Frequentemente pertencem a famílias cujo comportamento é socialmente mal ajustado:
o Violência doméstica
o Drogadição
o Agrupamentos familiares numerosos e sem estabilidade econômica
-‐ prevenção:
• 48,2% dos pediatras não abordam o tema em consulta
• 36,2% dos que o fazem, deixam de abordar quando a criança entra em idade escolar
• A prevenção é fundamental
• Mudança de comportamento
• Dicas de prevenção:
o Normas do Novo Código Nacional de Transito
§ Respeitar a faixa de pedestre
§ Uso obrigatório do cinto de segurança
§ Uso de assento apropriado para crianças menores em automóveis
§ Transporte de crianças sempre no banco traseiro
o Motoristas à atenção nos locais onde passam crianças e adolescentes (portas de escola, clubes, condomínios,
áreas de lazer)
o Ao transportar crianças em bicicletas usar sempre o assento especial
o Estimular o uso de equipamentos de segurança em práticas esportivas: skate, patins, bicicletas, etc.
• Proteger sacadas e janelas de residências, escolas e creches com telas e grades
• Piscinas devem ser protegidas com redes apropriadas ou cercadas
• Proteger do risco de ferimentos com objetos e tomar cuidado com as escadas e lajes, que devem ter acesso restrito
• Tomadas devem ser sempre protegidas e a fiação elétrica não pode ficar exposta em locais onde circulem crianças
• Remédios, produtos de limpeza, material inflamável à longe do alcance das crianças e nunca guardados em
recipientes de refrigerantes ou similares
• Afastar crianças de água ou alimentos muito quentes e de qualquer situação onde exista o risco de fogo e chama
-‐ caso de desconfiança de violência contra a criança:
• Conselho tutelar
• Boletim de ocorrência
-‐ proibição do uso de andadores:
• SBP à proibição da comercialização pois são “perigosos e desnecessários”
• Permite maior mobilidade do lactente, que não tem capacidade avaliar riscos, facilitando o alcance
• Locomoção com maior velocidade
• Inmetro reprovou todas as marcas comercializadas quando a segurança
• Canadá (2007): proibido vender, importar e fazer propaganda de andador para bebês
-‐ proibição da venda de álcool liquido:
• Comissão de Defesa do Consumidor à 08/05/13, proposta que permite a comercialização de álcool líquido apenas nos
locais de dispensação de medicamentos e até 50 ml
o Tramita em caráter conclusivo e será analisada por outras comissões
• SBP apoia este projeto
o Objetivo à prevenir acidentes relacionados ao uso do álcool, principalmente no ambiente doméstico
o 46/2002 da Anvisa à garantiu suspensão da fabricação, distribuição e comercialização do álcool líquido com
graduação maior que 54°GL
• Álcool gel poderá ser vendido ao consumidor na quantidade máxima de 500g e em embalagem resistente a impacto
-‐ prevenção de morte súbita no berço
• Decúbito dorsal até 1 ano
-‐ dispositivo de contenção nos carros à CONTRAN
• <1 ano à bebê conforto (voltado para a traseira do automóvel)
• 1-‐4 anos à cadeira fixa (voltada para frente) e criança com cinto da cadeira
• 4-‐7 anos à assento solto e criança com cinto de segurança do carro
• 7-‐10 anos à cinto do carro, no banco de trás
• >10 anos à banco da frente, com cinto
* prevenção de acidentes e vida com saúde à direitos de crianças e adolescentes
TRAUMA
-‐ taxa de mortalidade depende de sexo, idade e situação
-‐ trauma à resultado final da agressão do organismo da vítima por uma série de agentes etiológicos conhecidos como “causas
externas”
• Conjunto das perturbações causadas subitamente por um agente físico, de etiologia, natureza e extensão muito variada
• "trauma" à vem do grego trauma (plural: traumatos, traumas), significa “ferida”
• Trauma na medicina admite vários significados à ligados a acontecimentos não previstos e indesejáveis que, de forma
mais ou menos violenta, atingem indivíduos neles envolvidos, produzindo-‐lhes alguma forma de lesão ou dano
-‐ tipos de trauma
• Acidentes e violência à conjunto de agravos à saúde, que pode ou não levar a óbito, no qual fazem parte as causas
ditas acidentais e as intencionais
o CID à T14, sob denominação de causas externas
-‐ o trauma passou a receber atenção cerca de 20 anos atrás, porém nossas propostas e soluções foram baseadas em realidades
estrangeiras (EUA e França), não satisfazendo as exigências que o Brasil apresenta
-‐ desinteresse brasileiro pelo trauma àestatísticas escassas e falhas, impedindo uma análise real da carnificina brasileira
-‐ não é tratado como doença por grande parte dos profissionais de saúde, sendo reduzido (seu tratamento) apenas ao
atendimento no ambiente pré-‐hospitalar e hospitalar
• Desconhecimento de outras etapas da assistência ao traumatizado (prevenção, reabilitação, reinserção social e
acompanhamento psicológico) demonstram que o sistema é fragmentado, ineficiente e sem qualquer planejamento
-‐ trauma não é acidente, é uma doença, que tem epidemiologia, fisiopatologia, morbidade e mortalidade conhecidas, tem
tratamento complexo e requer assistência muito distinta
-‐ distribuição trimodal de óbitos após o trauma:
• 1º pico à segundos-‐minutos do trauma (lesão aorta, coração, gdes vasos)
• 2º pico à minutos-‐várias horas do trauma (ruptura de baço, fígado, fraturas pélvicas)
• 3º pico à dias-‐semanas do trauma
-‐ trauma é resultado de circunstâncias identificáveis e passíveis de prevenção
1) Lesões Traumáticas Intencionais à suicídios, homicídios, violências interpessoais, conflitos armados
2) Lesões Traumáticas Não-‐Intencionais à colisões, atropelamentos, quedas, afogamentos, queimaduras,
envenenamentos, etc
3) Fenômenos atmosféricos: terremotos, enchentes, maremotos
-‐ dados dos EUA:
• Produz 3 milhões de hospitalizações • Produz 100 mil óbitos por ano
• Produz 300 mil inválidos por ano
-‐ dados do Brasil:
• Produz aproximadamente 100 mil mortes/ano, sendo que 31% possuem entre 0 e 18 anos,
• Produz aproximadamente 1,5 milhões de feridos ao ano
• Morrem 10 brasileiros por hora de corrente de traumas, sendo que de 1 a 2 óbitos ocorrem a cada 20 minutos
decorrente de acidentes automobilísticos
• * aproximadamente 250 brasileiros falecem por dia decorrente de trauma
• É a principal causa de óbito nas primeiras 4 décadas de vida e a 3ª (em alguns estudos a 2ª) causa de mortes gerais e
ainda ocupamos o 1º lugar (do mundo) em números de mortos por arma de fogo (SIM/MS, 2004)
• Desafio para o país em termos sociais e econômicos.
• Em regiões mais pobres do país, cerca de 50% dos traumas são devido a violência
-‐ dados mundiais:
• É a principal causa de morte na faixa etária até 45 anos perdendo para as doenças cardiovasculares e o câncer, lembrar
sempre das desigualdades sociais e das doenças infectocontagiosas
• Morte por doenças cardiovasculares e câncer “tira” em média 15 anos de vida útil do individuo
• Trauma “tira” em média 40 anos de vida útil do individuo
• Segundo a OMS:
o 1º Lugar: colisões, atropelamentos (acidentes relacionados ao transito)
o 2º Lugar: suicídios e homicídios (mortes violentas)
-‐ a concentração dos acidentes e das violências é mais clara nas áreas urbanizadas (75% das mortes por causas violentas), com
relação direta entre a porcentagem de população urbana nos estados brasileiros e o coeficiente de mortalidade por causas
externas por habitante
-‐ A epidemiologia e estudo da mortalidade no trauma têm como fundamentação 2 pontos à tempo de óbito e a causa deste
óbito. Assim temos:
• Tipo: morte imediata
o Tempo: até 30 minutos
o Causas: extensas lesões na cabeça, secção medular alta, lesões cardíacas, lesões de vasos calibrosos
• Tipo: morte precoce
o Tempo: até duas horas
o Causas: obstrução de VAS, choque hemorrágico
-‐ traumatizado à mais grave doente do serviço de emergência, o mais oneroso para o hospital e exige o atendimento de equipe
multidisciplinar
• Objetivo no atendimento
o Reanimação da vítima de trauma o Recuperação total
o Tratamento das múltiplas lesões o Reintegração à sociedade
• O tempo à fator principal na recuperação do traumatizado (hora de ouro)
-‐ prognóstico do trauma depende:
a) Do número, tipo e gravidade das lesões
b) Intervalo trauma-‐recuperação
c) Lesão incompatível com a vida
d) Complicações na vigência de reanimação
e) Tratamento inadequado
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR
-‐ objetivos da classificação de risco:
Identificar prontamente urgências e emergências -‐ condições de risco de perder a vida
Organizar processo de trabalho e espaço físico do PS
Diminuir superlotação
Informar a pacientes e familiares à expectativa de atendimento e tempo de espera
Esclarecer à comunidade a forma de atendimento de urgências e emergências
-‐ resultados esperados:
• Diminuição do risco de mortes evitáveis
• Extinção da triagem por porteiro ou funcionário não qualificado
• Priorização de acordo com critérios clínicos e não por ordem de chegada
• Obrigatoriedade de encaminhamento responsável com garantia de acesso à rede de atenção
• Aumento da eficácia do atendimento
• Redução do tempo de espera
• Detecção de casos que se agravam se o atendimento for postergado
• Diminuição da ansiedade dos profissionais e usuários
• Melhoria das relações interpessoais
• Padronização de dados para estudos, pesquisas e planejamentos
-‐ como fazer a classificação de risco?
Áreas físicas e fluxos de pessoas Indicadores
Protocolo de classificação Sensibilizar todos nos serviços de saúde
Fluxos de atendimento e linhas de cuidado Capacitar os classificadores
Tempos Informar os usuários
-‐ critérios de classificação:
1 -‐ Apresentação usual da doença
2 -‐ Sinais de alerta (choque, palidez cutânea, febre alta, desmaio ou perda da consciência, desorientação, tipo de dor, etc.)
3 -‐ Situação – queixa principal
4 -‐ Pontos importantes na avaliação inicial: sinais vitais – Sat. de O2 – escala de dor -‐ escala de Glasgow – doenças
preexistentes – idade – dificuldade de comunicação (droga, álcool, retardo mental, etc.)
5 -‐ Reavaliar constantemente poderá mudar a classificação
-‐ avaliação do pcte a partir da coleta de dados:
Queixa principal Classificação de gravidade
Início – evolução – tempo de doença Medicações em uso, doenças preexistentes,
Estado físico alergias e vícios
Escala de dor e Glasgow Dados vitais: PA, temperatura, SatO2
-‐ classificação de risco:
• Classificar para além da porta (Rx, exames, protocolos especificos...)
• Interface com demais setores
o Internos (UTI, CC, Leitos internação, etc)
o Externos (SAMU, Rede Básica, outros hospitais, etc)
• Atender todos
-‐ níveis de prioridade:
• VERMELHO à emergências clínicas e traumáticas
o Prioridade Zero – Emergência, Atendimento Imediato em Sala Urgência
o Exemplos:
§ Politraumatizado grave;
§ Queimaduras (+ 25% área superfície corporal);
§ TCE, crises convulsivas, PCR, tentativas de suicido, dor no peito associada à falta de ar e cianose,
hemorragias graves
• AMARELO à prioridade 1 , urgência, atendimento em no máximo 15 min, porém não correm risco imediato de vida
o Exemplos:
§ Politraumatizados sem alterações de sinais vitais Glasgow 13-‐15;
§ Cefaléia intensa e súbita acompanhada de outros sinais e sintomas;
§ Alterações aguda de comportamento (agitação);
§ Dor torácica, antecedentes de problemas respiratórios, cardiovasculares e metabólicos;
§ Alterações de sinais vitais
• VERDE à prioridade 2, não urgente
o Pacientes não-‐críticos, em observação, aguardando vagas em unidades de internação, espera de até 30
minutos, com prioridade sobre consultas simples
o Exemplos:
§ Gestantes com complicações;
§ > 60 anos;
§ Retornos em período inferior a 24 horas (não melhora do quadro);
§ Asma fora de crise, Deficientes físicos, Escoltados, Doadores de sangue
• AZUL à prioridade 3, consultas de Baixa Complexidade
o Queixas Crônicas sem alterações Agudas
o Exemplos:
§ Procedimentos como: Curativos, Trocas ou requisições de Receitas Médicas, Avaliação de Resultado
de Exames, Solicitação de Atestado Médico
§ Após a consulta médica e medicação o paciente é liberado
VIGILÂNCIA EM SAÚDE