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DROGADIÇÃO – PROF.

RODOLFO
“O cenário epidemiológico atual nacional indica que, além de uma alta prevalência do
consumo de bebidas alcoólicas, há também um aumento da utilização de substâncias ilícitas,
como maconha, cocaína e crack.”
 Sua experimentação ocorre cada vez em idades mais precoces.
 CEBRID, em 2005 22,8%, em comparação com 2001 19,4%, “Levantamento Domiciliar
Sobre Uso de Drogas.
 “O uso de drogas ilícitas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à
humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e
culturais de todos os Estados e da sociedade”.
 Segundo relatório do CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas - (UNIFESP/CEBRID), a tendência mundial sinaliza que a iniciação no uso
indevido de drogas ilícitas tem sido cada vez mais precoce.
 Droga é toda a substância que, introduzida em um organismo vivo, pode modificar
uma ou mais de suas funções, ou mesmo atenuar o sofrimento psíquico, ou ainda
proporcionar prazer, mesmo que temporário e artificial (SENAD).
 Drogas ilícitas, são as substâncias químicas, naturais ou sintéticas proibidas,
notadamente por causarem danos físicos e psicológicos de quem a usa.
 Tais substâncias levam o usuário à mudança de comportamento e à criação de uma
dependência, um desejo compulsivo de usá-la regularmente, que ao mesmo tempo
provoca problemas orgânicos decorrentes de sua falta.
 As drogas ilícitas também são chamadas, sob a ótica médica, de substâncias
psicoativas, que podem servir de estimulantes, depressores e alucinógenos. São
introduzidas no organismo por via oral, sublingual, inalação, aspiração ou injeção.
 As substâncias psicoativas, são conhecidas desde a existência da humanidade.
Ocorre que o uso inadequado tornou algumas destas ilícitas, ou seja, sua produção,
comercialização e também seu consumo, proibidos.
 Em virtude dos danos à saúde dos usuários ou decorrentes de distúrbios sociais, ora os
usuários são vistos como doentes ou vítimas da sociedade, ora como causa de
violência, provocada, seja pelas suas condutas ou pela criminalidade difusa decorrente
do comércio ilegal dessas substâncias.
CLASSIFICAÇÃO:
 01 DEPRESSORES DO SNC: álcool, opióides; barbitúricos.
 02 ESTIMULANTES DO SNC: cocaína; crack.
 03 PERTURBADORES DO SNC: maconha (THC).

No Brasil, a preocupação recai sobre a maconha a cocaína e o crack em todas as


classes sociais.

COCAÍNA
 Considerada uma droga estimulante, seus primeiros efeitos são a elevação da auto-
estima, seguida de cansaço, insônia e perda de apetite. Após um curto período, gera
uma forte depressão.
Várias são as formas de uso:
 A cocaína é bem absorvida pela mucosa oral, nasal, gastrointestinal, retal e vaginal;
através dos alvéolos pulmonares, após inalação e por injeção intravenosa.
 A administração oral conduz a um pico de concentração plasmática em
aproximadamente 60 minutos.
 Os efeitos resultantes de uma insuflação nasal têm início quase imediatamente e o
pico de concentração plasmática ocorre entre 30 a 60 minutos.
 O uso de cocaína por via intravenosa e inalatória produz uma distribuição rápida para
o sistema nervoso central e para a circulação sistémica. 
 A longo prazo, provoca a perda de tecido cerebral, danos à inteligência, necrose da
mucosa nasal ou das veias, dependendo da forma do consumo, infecção sanguínea,
pulmonar e coronária.
 Corte cerebral pós-mortem de um adito em cocaína. A lesão  mostrada refere-se a
uma hemorragia cerebral massiva e está associada ao uso da cocaína
 PERFURAÇÃO DO PALATO, DECORRENTE USO DE COCAÍNA
(“INALAÇÃO”, ABSORÇÃO PELA MUCOSA).

TRATAMENTO “OVERDOSE”:
 A maioria das mortes resultantes diretamente do efeito da cocaína são repentinas e
ocorrem poucas horas após a intoxicação. As mortes são, na maioria, resultado de
arritmias cardíacas.
 Convulsões generalizadas são freqüentes antes da morte em pacientes com
intoxicação aguda por cocaína.
 Insuficiência respiratória pode ocorrer com níveis muito altos de cocaína.
 A morte pode também ocorrer devido a hemorragia intracerebral ou ruptura da
aorta, devido a hipertensão severa induzida por cocaína.
 Consequentemente, o tratamento de overdose por cocaína dependerá da severidade
dos sintomas e da natureza da complicação mais imediata e ameaçadora à vida do
paciente.
 Não existe um tratamento farmacológico consagrado e generalizado disponível para os
consumidores com problemas devido ao uso de cocaína, atualmente a forma
preconizada é a reclusão associada a tratamento multiprofissional.

CRACK
 O crack é preparado a partir da extração de uma substância alcaloide da planta
Erythroxylon coca, encontrada na América Central e América do Sul. Chamada
benzoilmetilecgonina, esse alcaloide é retirado das folhas da planta, dando origem a
uma pasta: o sulfato de cocaína.
 Cerca de cinco vezes mais potente que a cocaína, sendo também relativamente mais
barata e acessível que outras drogas, o crack tem sido cada vez mais utilizado, e não
somente por pessoas de baixo poder aquisitivo, e carcerários, como há alguns anos.
Ele está, hoje, presente em todas as classes sociais e em diversas cidades do país.
Assustadoramente, cerca de 600.000 pessoas são dependentes, somente no Brasil.
 O Crack faz com que a dopamina, permaneça por mais tempo no organismo. Altos
níveis de dopamina podem provocar sintomas paranóicos.
 Como o crack é inalado na forma de fumaça, ele chega ao cérebro muito mais rápido
que a cocaína em pó. Ele pode chegar ao cérebro e criar um barato em 10 a 15
segundos. O barato do crack pode durar de 5 a 15 minutos.
TRATAMENTO:
 Lembrar do tratamento de cocaína, contudo como a ação é mais rápida, os efeitos
esperados são mais drásticos.
 Lembrar sempre dos transtornos Paranóicos.
 Quadro social dramático.
 A recuperação dos usuários de crack é um dos maiores desafios da sociedade, pois
existem estudos que indicam que a reabilitação é praticamente nula, com recorrência
em 100%.
 Além de levar à degradação total de pessoas, até à sua morte, o consumo dessa droga
também sustenta um comércio ilegal ligado à criminalidade (como todas as drogas
ilícitas),  que movimenta bilhões de dólares por ano.

MACONHA
 COMO AGE:
  Altera a percepção, causando comprometimento da capacidade mental, boca seca,
aumento do apetite, taquicardia, aumento da pressão arterial, ansiedade e
alucinações.
 A longo prazo, provoca distúrbios respiratórios, síndrome de dependência, diminuição
reversível ou não das capacidades cognitivas e alterações de fertilidade e libido.
 Devido aos seus efeitos analgésicos, antieméticos e tranquilizantes, a erva Cannabis
Sativa tem sido utilizada com propósitos medicinais por séculos. Além disso, as
preparações da cannabis, tais como a marijuana, o haxixe ou o skunk, possuem um
longo histórico como drogas de abuso. Os efeitos típicos da cannabis são amnésia,
sedação e sentimento de bem-estar descrito como “felicidade”. 
 Na metade do século passado, Raphael Mechoulam et al. identificaram o D 9-
tetraidrocanabinol (D9-THC) como o principal ingrediente psicoativo desta erva. Hoje
em dia, sabe se que a Cannabis Sativa contém mais de 60 substâncias, tais como
canabidiol, canabinol e canabicromeno, denominados fitocanabinoides

Déficits motores e cognitivos observados durante a intoxicação aguda de maconha:


 redução da capacidade para solucionar problemas e classificar corretamente as
informações (por ex., sintetizar da parte para o todo)
 habilidades psicoespaciais (por ex., problemas para diferenciar tempo e espaço)
 piora da compreensão diante de estímulos sensoriais apresentados
 redução da capacidade para realizar atividades complexas (por ex., dirigir automóveis)
 prejuízo da representação mental do ambiente
 redução das atividades da vida diária
 redução da capacidade de transferir material da memória imediata para a memória de
longo prazo
 piora das tarefas de memória de códigos
 'ressaca' matinal
 redução da formação de conceitos
 piora da estimativa de tempo
 piora da capacidade de concentração.

SINTOMAS PSIQUIÁTRICOS
 O consumo de maconha pode desencadear quadros temporários de natureza ansiosa,
tais como reações de pânico, ou sintomas de natureza psicótica. Ambos habitualmente
respondem bem a abordagens de reasseguramento e normalmente não há
necessidade de medicação.
 A maconha é capaz de piorar quadros de esquizofrenia, além de constituir um
importante fator desencadeador da doença em indivíduos predispostos. Desse modo,
pacientes esquizofrênicos usuários de maconha e seus familiares devem ser
orientados acerca dos riscos envolvidos. O mesmo se aplica aos indivíduos com fatores
de risco e antecedentes familiares para a doença.
TRATAMENTO:
 As psicoterapias consistem em uma das formas de tratamento que podem ser
utilizadas em pacientes dependentes de maconha. Dentre elas, a terapia cognitiva
comportamental tem sido uma das mais utilizadas em vários serviços ao redor do
mundo, mostrando resultados contrastantes.
 Na verdade, o grande objetivo desta forma de terapia é a modificação do
comportamento do usuário em relação ao consumo desta substância, procurando,
principalmente, a modificação do seu estilo de vida, a estruturação de estratégias de
evitação do uso e o manejo das recaídas, as quais, em geral, são freqüentes.
USO MEDICAMENTOSO:
 Câncer Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis,
eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio.
 Aids Maconha dá fome
 Esclerose múltipla : Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente
incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas
bexigas e intestinos funcionam muito mal.
 Dor A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões
 Glaucoma Maconha baixa a pressão intraocular.
 CANABIDIOL: anticonvulsivante.
 “ PARA TODOS ESTES USOS EXISTEM MEDICAMENTOS LICITOS PARA SEREM
UTILIZADOS”.

PARA ACABAR:
Fatores de risco: 
 Fatores legais: a falta de cumprimento de pressupostos legais, como por exemplo, os
que proíbem a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, ou a inexistência de
legislação pertinente e atualizada, favorecem o abuso de drogas, tornando-se um fator
de risco.
 Disponibilidade da droga: dependendo das leis e normas da sociedade, sejam as
drogas legais ou não, o seu uso pode estar associado à facilidade de acesso ao
produto.
 Fatores econômicos (pobreza ou alto poder aquisitivo): estão relacionados ao
aumento da delinqüência pelos jovens bem como ao uso de drogas.
 Fatores comunitários: constantes mudanças de residência, perda dos laços com a
vizinhança, violência urbana, desorganizam a vida social do indivíduo.
 Fatores familiares: a família pode ser uma das variáveis para o primeiro contato com
as drogas, já que os hábitos e os conflitos que o jovem percebe a sua volta contribui
para uma introdução à costumes e práticas sociais. Os pais que tem por hábito o uso
de drogas podem representar um comportamento tolerante ou indutor do uso de
drogas. A perda dos vínculos familiares e do vínculo maternal podem, também, estar
relacionados ao uso de drogas.
 Problemas de comportamento precoces e persistentes: distúrbios de conduta que se
iniciam muito cedo e continuam durante a vida, podem favorecer o uso de drogas.
 Problemas escolares: repetências, faltas, pouco compromisso com as atividades
escolares.
 Pressão de grupos: através do estímulo dos grupos de iguais ou, em alguns casos,
conduzido por um colega que já fez uso de drogas. A droga passa a ser um elemento
socializador compartido, possibilitando a cumplicidade e um processo interativo com
os amigos.
Fatores protetores:
 Dinâmica familiar estruturada;
 Diversificação das opções de vida;
 Rigor com a ética;
 Respeito aos direitos humanos possibilitando o exercício pleno da cidadania;
 Oferecimento de condições dignas de saúde, educação, trabalho, alimentação, entre
tantas outras.

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