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INTRODUÇÃO

A compreensão da histologia e embriologia do sistema urinário é


fundamental para desvendar os intricados processos de desenvolvimento e
funcionamento dos órgãos responsáveis pela produção e eliminação da urina.
Do ponto de vista embriológico, o sistema urinário emerge a partir do
mesoderma intermediário durante o desenvolvimento embrionário. Este
processo culmina na formação de estruturas complexas, como os rins,
ureteres, bexiga e uretra. A histologia, por sua vez, revela a organização
microscópica desses órgãos, destacando características específicas dos
tecidos renais, como os néfrons no rim, que desempenham papéis cruciais na
filtração e processamento da urina. A compreensão das bases embriológicas e
histológicas é essencial para elucidar as funções intricadas do sistema urinário
e sua importância na homeostase e excreção de resíduos metabólicos.
OBJECTIVOS
Geral:
 Analisar a Histologia do Sistema Urinário.
 Analisar a Embriologia do sistema Urinário
Específicos:
 Descrever as Características, Estrutura e Funções do Sistema Urinário;
 Mencionar as principais patologia do sistema Urinário;
 Descrever o processo de formação da urina e outros temas afins;
 Explicar o processo de formação das estruturas e órgãos durante a
gravidez;
 Mencionar as principais doenças de malformação congênita.
DESENVOLVIMENTO
Histologia do Sistema Urinário
O sistema urinário é um complexo sistema fisiológico responsável pela
produção, armazenamento e eliminação da urina. Composto pelos rins,
ureteres, bexiga e uretra, desempenha um papel crucial na manutenção da
homeostase e na eliminação de resíduos metabólicos do corpo.
Componentes do sistema urinário
Rim
Características
 Compostos por córtex e medula.
 Néfrons são as unidades funcionais, consistindo em corpúsculos renais
e túbulos.
Estrutura
 Corpúsculo Renal: Glomérulo (capilares fenestrados) e Cápsula de
Bowman.
 Túbulos Renais: Túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo
contorcido distal, ducto coletor.
Funções
 Filtração de substâncias do sangue.
 Reabsorção de água e solutos essenciais.
 Secreção de resíduos para formar a urina.
Ureteres
Os ureteres são tubos musculares que desempenham um papel vital no
transporte da urina dos rins para a bexiga. A histologia dos ureteres reflete as
adaptações necessárias para a função eficiente de condução e direcionamento
da urina. Vamos explorar as características histológicas, estrutura e funções
dos ureteres:
Características
 Revestidos por epitélio de transição.
 Camadas musculares para propulsão da urina.
Estrutura
 Mucosa, submucosa, camadas muscular interna e externa.
Funções
 Transporte da urina dos rins para a bexiga.
Bexiga:
A bexiga é um órgão muscular oco responsável pelo armazenamento
temporário de urina antes da sua eliminação do corpo através da uretra. A sua
histologia reflete as adaptações necessárias para suportar a expansão e
contração reguladas durante o ciclo de armazenamento e eliminação da urina.
Vamos explorar as características histológicas, a estrutura e as funções da
bexiga:
Características
 Revestida por epitélio de transição (Urotélio).
 Esse epitélio é capaz de se esticar e contrair, permitindo que a bexiga
armazene grandes volumes de urina sem danificar as células.
 Camadas musculares espessas.
Estrutura
 Mucosa, submucosa, camadas muscular interna (detrusor) e externa.
 A bexiga possui três camadas musculares conhecidas como detrusor:
 Camada Longitudinal Externa: Fibras musculares longitudinais.
 Camada Circular Média: Fibras musculares circulares.
 Camada Longitudinal Interna: Fibras musculares longitudinais adicionais,
mas orientadas de maneira diferente das fibras externas.
Funções
 Armazenamento temporário da urina.
 Contração coordenada para a micção.
Estrutura:
A bexiga tem uma forma distensível e é dividida em três partes principais:
fundo, corpo e colo. O fundo é a parte mais larga e superior, o corpo é a porção
intermediária e o colo é a parte mais estreita próxima à uretra. A entrada e
saída da bexiga são controladas por um músculo anelar chamado esfíncter
uretral.
Uretra
A uretra é um canal que conecta a bexiga ao exterior do corpo e desempenha
um papel crucial na eliminação da urina do organismo. A histologia da uretra
reflete adaptações específicas para lidar com o fluxo de urina e, no caso dos
homens, com a passagem de esperma durante a ejaculação. Vamos explorar
as características histológicas, a estrutura e as funções da uretra:
Características
 Epitélio de Revestimento
 A uretra é revestida por um epitélio que pode variar ao longo do seu
comprimento.
Camadas Musculares
 A uretra possui camadas musculares que facilitam a passagem da urina
ou esperma.
 As camadas musculares incluem uma camada interna circular e uma
camada externa longitudinal.
Estrutura:
 A uretra é dividida em diferentes segmentos, sendo que a sua estrutura
pode variar entre homens e mulheres:
Uretra Masculina
 A uretra masculina é mais longa e passa pelo pênis.
 É dividida em três partes: prostática, membranosa e esponjosa.
 A porção prostática passa através da próstata, a membranosa atravessa
o assoalho pélvico, e a esponjosa percorre o corpo esponjoso do pênis.
Uretra Feminina
 A uretra feminina é mais curta e abre-se na região anterior à vagina.
 Não possui as partes distintas encontradas na uretra masculina.
Funções
 Condução da Urina ou Esperma
 Nos homens, a uretra também transporta o esperma durante a
ejaculação.
Lubrificação
Em alguns segmentos, glândulas uretrais podem secretar substâncias
lubrificantes para facilitar a passagem de fluidos.

Principais Patologias do Sistema Urinário: Diagnóstico, Prevenção e


Tratamento
O sistema urinário pode ser afetado por várias patologias que impactam
os rins, ureteres, bexiga e uretra. Algumas das principais patologias incluem:
1. Infeção do Trato Urinário (ITU)
 Diagnóstico: Exame de urina.
 Prevenção: Higiene adequada, ingestão de líquidos.
 Tratamento: Antibióticos.
2. Cálculos Renais
 Diagnóstico: Exames de imagem.
 Prevenção: Hidratação adequada.
 Tratamento: Mudanças na dieta, procedimentos cirúrgicos.
3. Insuficiência Renal
 Diagnóstico: Testes de função renal.
 Prevenção: Controle da pressão arterial.
 Tratamento: Dieta específica, diálise, transplante renal.
4. Cistite
 Diagnóstico: Exame de urina, cultura bacteriana.
 Prevenção: Higiene adequada, ingestão de líquidos.
 Tratamento: Antibióticos.
5. Câncer de Rim ou Bexiga
 Diagnóstico: Exames de imagem, biópsia.
 Prevenção: Evitar tabagismo, exposição a produtos químicos.
 Tratamento: Cirurgia, quimioterapia, imunoterapia.
6. Incontinência Urinária
 Diagnóstico: Avaliação clínica.
 Prevenção: Exercícios do assoalho pélvico.
 Tratamento: Fisioterapia, medicamentos, cirurgia em casos graves.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para
lidar com as patologias do sistema urinário. A prevenção muitas vezes envolve
hábitos de vida saudáveis e o controle de condições médicas subjacentes. É
crucial consultar um profissional de saúde para avaliação e orientação
específica, dependendo da condição.
Processo de formação da urina
A formação da urina, conhecida como processo de filtração renal, ocorre nos
rins e envolve diversas etapas:
I. Filtração: No glomérulo renal, o sangue é filtrado, permitindo a
passagem de substâncias como água, íons e pequenos solutos para o
espaço de Bowman.
II. Reabsorção: Na tubulação renal, substâncias filtradas que são
essenciais ao corpo, como glicose, íons e água, são reabsorvidas de
volta para a corrente sanguínea.
III. Secreção: Algumas substâncias indesejadas, como íons hidrogênio e
determinados medicamentos, são secretadas dos capilares sanguíneos
para os túbulos renais.
IV. Concentração: No néfron, os túbulos renais ajustam a concentração de
água e solutos, formando uma urina mais concentrada ou diluída,
dependendo das necessidades do corpo.
V. Excreção: A urina final é conduzida até a bexiga pelos ureteres e,
eventualmente, eliminada do corpo durante a micção.

Processo de formação das estruturas e órgãos durante a gravidez


O processo de formação das estruturas e órgãos durante a gravidez,
conhecido como embriogênese, é um evento complexo que ocorre nas
primeiras semanas após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide.
A embriogênese é o processo de desenvolvimento do embrião a partir
do zigoto após a fertilização. Esse processo é caracterizado por diversas
etapas:
 Fertilização: Ocorre a fusão do óvulo e do espermatozoide, formando o
zigoto.
 Segmentação: O zigoto sofre várias divisões celulares, resultando em
uma mórula, que é uma massa compacta de células.
 Blastulação: A mórula se transforma em blastocisto, com uma cavidade
interna chamada blastocele. O blastocisto possui uma região externa de
células (trofectoderma) e uma massa interna de células (massa celular
interna).
 Implantação: O blastocisto se fixa na parede do útero, estabelecendo a
gravidez. As células da massa celular interna formam o embrião,
enquanto o trofectoderma dá origem à placenta.
 Gastrulação: As células do blastocisto começam a se diferenciar em
três camadas germinativas: ectoderma, mesoderma e endoderma. Isso
é crucial para a formação dos tecidos e órgãos do embrião.
 Neurulação: O ectoderma forma o tubo neural, precursor do sistema
nervoso central.
 Organogênese: As células germinativas começam a se organizar e
formar os diferentes órgãos e tecidos do embrião.
 Fase Fetal: A partir deste ponto, o embrião é chamado de feto, e o
desenvolvimento continua até o nascimento.
Cada etapa envolve regulação genética e interações complexas entre as
células, garantindo a formação adequada de estruturas e órgãos essenciais
para o organismo em desenvolvimento.

Doenças Congénitas
As malformações congênitas são anomalias estruturais presentes no
nascimento, podendo afetar diversos órgãos e sistemas. Algumas das
principais doenças associadas a malformações congênitas incluem:
1) Síndrome de Down: Causada por uma cópia extra do cromossomo 21,
resultando em características físicas distintas e deficiência intelectual.
2) Fissura Labiopalatina: Uma abertura no lábio e/ou palato, resultando
de um desenvolvimento anormal durante a gestação.
3) Defeitos do Tubo Neural: Incluem espinha bífida e anencefalia,
resultando de falhas no fechamento do tubo neural durante o
desenvolvimento embrionário.
4) Fenilcetonúria (PKU): Um distúrbio genético que leva à incapacidade
de metabolizar a fenilalanina, podendo causar danos ao sistema
nervoso.
5) Cardiopatias Congênitas: Anomalias no desenvolvimento do coração,
como comunicação interatrial, comunicação interventricular e tetralogia
de Fallot.
6) Displasia do Quadril: Desenvolvimento anormal da articulação do
quadril, podendo levar a problemas funcionais e necessidade de
intervenção cirúrgica.
7) Fibrose Cística: Uma condição genética que afeta principalmente os
pulmões e o sistema digestivo, causando acúmulo de muco espesso.
8) Hemofilia: Distúrbio sanguíneo hereditário que afeta a coagulação do
sangue, resultando em sangramentos prolongados.
9) Microcefalia: Caracteriza-se por uma cabeça significativamente menor
que o normal, geralmente devido a um desenvolvimento cerebral
inadequado.
10)Anemia Falciforme: Uma doença genética que afeta a forma das
hemácias, levando a obstruções nos vasos sanguíneos e outros
problemas de saúde.
O diagnóstico precoce e a intervenção médica adequada podem ajudar
a gerenciar algumas dessas condições, melhorando a qualidade de vida dos
afetados.
CONCLUSÃO
O sistema urinário desempenha um papel crucial na regulação do
ambiente interno do corpo, eliminando resíduos metabólicos e mantendo o
equilíbrio hídrico e eletrolítico. A complexa histologia do sistema urinário reflete
a especialização funcional de seus componentes. Os rins, com sua estrutura
única de néfrons, realizam a filtração, reabsorção e secreção para formar a
urina. O córtex renal e a medula renal abrigam essas estruturas, enquanto os
vasos sanguíneos, incluindo a artéria renal e a veia renal, mantêm a circulação
adequada. O sistema urinário desempenha um papel crucial na regulação do
ambiente interno do corpo, eliminando resíduos metabólicos e mantendo o
equilíbrio hídrico e eletrolítico. A complexa histologia do sistema urinário reflete
a especialização funcional de seus componentes.
No desenvolvimento embrionário, a formação do sistema urinário é um
processo intricado que envolve a gastrulação, neurulação e organogênese. O
crescimento e a maturação dos órgãos ocorrem ao longo da gravidez,
influenciados por fatores genéticos e ambientais.
Doenças congênitas podem afetar o sistema urinário, como espinha
bífida, cardiopatias congênitas e síndrome de Down. O diagnóstico precoce e o
tratamento adequado são cruciais para lidar com essas condições.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

DI FIORE, M. S. H. Atlas de Histologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2000. 229 p. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 524 p. RHEINGANTZ, M. G. T.;
MACHADO, I. G. Atlas de Histologia Básica Interativa. Instituto de Biologia da
Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2016. Disponível em
http://wp.ufpel.edu.br/histologiainterativa/. Acesso em 10 de mar. 2017.
ANEXOS
ANEXO-A

Figura 1Órgãos que compõem o sistema urinário


ANEXO-B
Figura 2Etapas iniciais do desenvolvimento embrionário.

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