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MANUAL PRÁTICO
Meu nome é Jackelyne, sou nutricionista, R2 em Terapia Intensiva pelo UNESC/ES e Pós-
graduanda em Nutrição Clínica e Hospitalar pelo GANEP Educação.
Tenho experiência na área de nutrição hospitalar, com foco em Terapia Nutricional
Enteral. No meu Instagram, compartilho conhecimentos relacionados à prática clínica com
o objetivo de unificar e qualificar nossas condutas beira leito e promover discussões sobre
as dificuldades e limitações que, como nutricionistas clínicos hospitalares, ainda
precisaremos superar.
Dedíque-se a memorizar os pontos mais relevantes para a prática clínica. Para isso,
pratique todos os cálculos. Se possível, com casos clínicos reais.
Aprofunde-se no tema com as referências indicadas. Entenda o porquê. Seja crítico.
Busque as respostas para as dúvidas que esse material deixar, e busque informação
complementar em referências de qualidade.
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Sumário
A triagem nutricional identifica fatores que, se presentes, colocam o paciente em risco de desnutrição e de apresentar
complicações relacionadas a ela. Dessa forma, a triagem nutricional sinaliza, precocemente, pacientes que poderiam
beneficiar-se de terapia nutricional.
Apesar das inúmeras ferramentas disponíveis na literatura (Malnutrition Screening Tool, Short Nutritional Assessment
Questionnaire, Nutritional Risk Index, Nutrition Risk Score, Nutritional Risk Screening, Mini Nutritional Assessment,
Malnutrition Universal Screening Tool, Nutritional Screening Tool, Nutritional Screening Equation), apenas NRS 2002 e Nutric
Score consideram a gravidadeda doença e, portanto, podem ser implementadas no contexto da Terapia Intensiva, sendo
recomendadas pela ASPEN 2016.
Apesar de recomendadas, ambas as ferramentas de triagem apresentam limitações. A NRS 2002 foi construída para
pacientes hospitalizados não críticos, e parece classificar a maior parte dos pacientes graves como "com risco
nutricional" sendo muitas vezes pouco útil para a tomada de decisões. O Nutric Score, por outro lado, não considera
fatores nutricionais importantes para determinação de risco, como IMC e redução da ingesta alimentar. As ferramentas
podem ser utilizadas em conjunto de forma complementar.
Uma vez determinada a presença de risco nutricional, o paciente avaliado deverá ser submetido a uma avaliação
nutricional completa, com aplicação da ferramenta "Avaliação Global Subjetiva" e definição do diagnóstico Nutricional:
Bem Nutrido, Suspeita de Desnutrição, Moderadamente Desnutrido ou Gravemente Desnutrido.
O paciente inicialmente triado como "sem risco nutricional" deverá ser reavaliado periodicamente (a cada 7 dias), uma
vez que a internação hospitalar pode favorecer a evolução do status para "risco nutricional" devido a comum perda de
peso e redução da ingestão que frequentemente ocorrem no âmbito nosocomial, bem como pela alteração do status
de gravidade da doença.
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Nutric Score
O sistema de pontuação NUTRIC foi concebida para quantificar o risco de doentes críticos desenvolverem efeitos adversos
potencialmente modificáveis por terapia nutricional agressiva. A pontuação, de 0-10, é baseada em 6 variáveis explicadas
abaixo. O sistema de pontuação é demonstrado nas tabelas 1 e 2.
*É aceitável não incluir IL-6 quando não é utilizada por rotina; foi
demonstrado ter um valor muito baixo na predição global da
pontuação NUTRIC score.
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NRS 2002
Classificação:
Pontuação final: < 3 pontos: sem risco nutricional, reavaiar a cada 7 dias
Pontuação final: >=3 pontos: com risco nutricional, prosseguir com a avaliação e
diagnóstico nutricional (Avaliação Global Subjetiva - AGS).
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Avaliação Global Subjetiva (AGS)
(Selecione a categoria apropriada com um X ou entre com valor numérico onde indicado por “#’)
A. História
1. Alteração no peso
Perda total nos últimos 6 meses: total = # ____________________kg; % perda = #_______________
Alteração nas últimas duas semanas: aumento sem alteração diminuição.
2. Alteração na ingestão alimentar
sem alteração
alterada _____duração = # _____semanas.
tipo: dieta sólida sub-ótima dieta líquida completa líquidos hipocalóricos inanição.
3. Sintomas gastrintestinais (que persistam por > 2 semanas)
nenhum náusea vômitos diarréia anorexia
4. Capacidade funcional
sem disfunção (capacidade completa)
disfunção duração = # _____semanas.
tipo: trabalho sub-ótimo ambulatório acamado.
5. Doença e sua relação com necessidades nutricionais Diagnóstico primário
(especificar)____________________________________________________________
Demanda metabólica (stress): sem stress baixo stress stress moderado stress elevado.
B. Exame Físico (para cada categoria, especificar: 0 = normal, 1+ = leve, 2+ = moderada, 3+ = grave).
# _____perda de gordura subcutânea (tríceps, tórax)
# _____perda muscular (quadríceps, deltóide)
# _____edema tornozelo
# _____edema sacral
# _____ascite
C. Avaliação subjetiva global (selecione uma)
A = bem nutrido
B = moderadamente (ou suspeita de ser) desnutrido
C = gravemente desnutrido
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Exame Físico e Anteopometria
O exame físico é indispensável para o diagnóstico de Desnutrição Proteico Calórica. O objetivo é a visualizar o formato, textura,
tamanho, cor, estrutura e outros aspectos do corpo que sinalizam deficiências nutricionais.
Abaixo os principais achados do exame físico que sinalizam desnutrição.
Desnutrição
Desnutrição Grave Leve/Moderada Bem Nutrido
Ossos proeminentes, visíveis; Depressões leves ou ossos Ossos não proeminentes, sem
Escápula depressão entre a escápula, levemente proeminentes depressões significantes
as costelas ombro e coluna
vertebral
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Exame Físico
Desnutrição
Desnutrição Grave Leve/Moderada Bem Nutrido
Parte interna da coxa com Parte interna da coxa com Sem depressão
depressão leve depressão
Quadríceps
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Exame Físico
SEXO MASCULINO
SEXO MASCULINO P = [1,73 x CB1 (cm)] + [0,98 x CP2 (cm)] + [0,37 x
PCSe3 (mm)] + [ 1,16 x AJ4 (cm)] – 81,69
SEXO FEMININO
SEXO FEMININO P= (0,98 x CB) + (1,27 x CP) + ( 0,40 x PCSE) + (0,87
x AJ) – 62,35
Negro
19 - 59 anos: (AJ x 1,24) + (CB x 2,97) - 82,48
60 - 80 anos: (AJ x 1,50) + (CB x 2,58) - 84,22
SEXO FEMININO
SEXO FEMININO Branco
19 - 59 anos: (AJ x 1,01) + (CB x 2,81) - 66,04
60 - 80 anos: (AJ x 1,09) + (CB x 2,68) - 65,51
SEXO MASCULINO
SEXO MASCULINO Negro
19 - 59 anos: (AJ x 1,09) + (CB x 3,14) - 83,72
60 - 80 anos: (AJ x 0,44) + (CB x 2,86) - 39,21
Branco
19 - 59 anos: (AJ x 1,19) + (CB x 3,14) - 86,82
60 - 80 anos: (AJ x 1,10) + (CB x 3,07) - 75,81
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Cálculos Preditivos de Peso e Altura
SEXO MASCULINO
SEXO MASCULINO A = 64,19 – [0,04 x I (anos)] + [2,02 x AJ (cm)]
SEXO FEMININO
SEXO FEMININO A = 84,88 – [0,24 x I (anos)] + [1,83 x AJ (cm)]
Perna até o
Antebraço 1,6 a 2,3 % 5,9 a 7,0 %
Joelho
Braço até
5,0 a 6,6 % Perna Inteira 16 a 18,6 %
Ombro
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Cálculos Preditivos de Peso e Altura
Anasarca 10 a 12 kg
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Os órgãos esplâncnicos (pâncreas, estômago, intestino desgado e intestino grosso), apesar de representarem um pequeno
percentual em relação à massa corporal total (5 a 10%), recebem entre 20% e 30% do fluxo sanguíneo derivado do débito
cardíaco.
Em situações não patológicas, é sabido que essa demanda perfusional e o consumo de oxigênio por essas estruturas aumenta
substancialmente no período pós prandial. Além disso, tende a aumentar proporcionalmente à gravidade da doença, sendo o
consumo de oxigênio especialmente elevado em grandes queimados e em pacientes chocados em uso de fármacos
vasopressores.
75
50
25
Durante a instabilidade hemodinâmica, ocorre um forte desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio. Nesse
contexto, é adaptativo que o corpo redistribua imediatamente o fluxo sanguíneo de forma a priorizar a oxigenação de órgãos vitais
(cérebro, coração, rins, fígado e pulmões). Esse processo reduz consideravelmente a oxigenação dos órgãos esplâncnicos, sendo
essa uma adaptação esperada e necessária à resposta hiperaguda.
Ao nutrir um paciente nesse contexto (Instável), aumentamos o risco de isquemia mesentérica não oclusiva, que é pouco
incidente (<1% dos casos), mas geralmelmente letal. Além disso, como supracitado, elevamos a demanda perfusional pós
prandial para órgãos não vitais (esplâncnicos), num momento em que outros órgãos deveriam ser priorizados. Outrossim, o
estresse excerbado resulta em dano mitocondrial, que é minorado por meio de um processo denominado macroautofagia,
responsável pela renovação dessas organelas danificadas. Esse processo, necessário à resposta aguda, é inibido pela oferta de
nutrientes.
A contraindicação para início da terapia nutricional na intabilidade hemodinâmica abrange tanto a Terapia Nutricional Enteral,
quanto a Terapia Nutricional Parenteral. A terapia nutricional enteral deve ser iniciada o mais precocemente possível após a
estabilização hemodinâmica.
A avaliação hemodinâmica para início da terapia nutricional deve considerar um conjunto de parâmetros clínicos e
laboratorias inerentes à macro e microhemodinâmica, uma vez que não há um valor isolado que justifique a postergação ou o
início precoce da Terapia Nutricional. Em pacientes com sinais claros de má perfusão, como Tempo de Enchimento Capilar
muito lentificado, cianose, pele pegajosa, livedo reticular, taquicardia e hipotensão a Terapia Nutricional NÃO deve ser
iniciada.
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O esquema abaixo destaca alguns parâmetros primordialmente avaliados para as decisões relacionadas à terapia nutricional no
paciente crítico. Os valores de referência precisam ser avaliados dentro do contexto em que o paciente se encontra, e os
parâmetros devem ser associados para uma interpretação mais fidedigna e abrangente do estado de oxigenação tecidual.
pH: <7,20
Pele:
Avalie a pele quanto a coloração, se está cianótica, quanto à temperatura, se está fria,
e quanto a textura, se está pegajosa. Essas características indicam má perfusão.
Livedo Reticular:
O livedo reticular é caracterizado pelo surgimento de “linhas” avermelhadas ou azuladas
na pele, de contornos irregulares que seguem com exatidão a disposição das veias. Pode
aparecer mais tardiamente no choque, sendo muito perceptível próximo aos joelhoss.
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A utilização de fármacos vasoativos na Terapia Intensiva tem por objetivo a otimização do débito cardíaco e do tônus
vascular da circulação sistêmica e pulmonar, a fim de reestabelecer o fluxo sangüíneo regional para órgãos vitais durante o
choque circulatório. Contudo, em relação à circulação esplâncnica, a utilização dessas drogas está associada a pior oxigenação
intestinal e, consequentemente, maior risco de intolerância gastrointestinal.
Atualmente, não há valor de corte para suspensão da Terapia Nutricional com base na dose de fármaco vasoativo em
uso pelo paciente. Estudos mostram necessidade de alerta quanto a presença de sintomas gastrointestinais em pacientes que
fazem uso de doses superiores a 0,3 mcg/kg/min, e alto risco de intolerância em pacientes que fzem uso de doses superiores
a 0,5 mcg/kg/min. A dose de agentes vasopressores deve ser considerada no conjunto da avaliação, associada a
parâmetros clínicos e laboratoriais, compondo assim uma decisão mais assertiva sobre a melhor conduta nos diferentes
momentos do paciente grave. Não há dose máxima que determine necessidade de suspensão da Terapia Nutricional.
A vasopressina foi por muito tempo associada a piores desfechos relacionados à terapia nutricional devido maior
comprometimento da perfusão periférica. Atualmente, discute-se que a tolerância à nutrição é similar quando comparada a
outras drogas como adrenalina e noradrenalina.
Diluição padrão.
1,06 (4 ampolas de
4ml - 16mg - em 234 Peso do paciente
ml de SG5%)
Vazão (ml/h)
Diluição concentrada.
Drogas Vasoativas:
Aumento do débito
Dobutamina cardíaco e do fluxo
sanguíneo para mucosa
Aumento do débito
Dopamina cardíaco; redistribui fluxo
para a serosa
Aumenta o fluxo
Noradrenalina esplâncnico (até
determinada dose)
Diminui o fluxo
Adrenalina esplâncnico
Causa vasoconstrição
Vasopressina intestinal
O estudo NUTRIREA-2 demonstrou que pacientes críticos sob ventilação mecânica e instáveis
hemodinamicamente, quando submetidos à Terapia Nutricional Enteral, apresentam com maior frequência
vômitos (34%), diarreia (36%), isquemia intestinal (2%), e pseudo-obstrução do cólon (1%).
Uso de Drogas Vasoativas NÃO é sinônimo de Instabilidade Hemodinâmica.
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Recomendações Nutricionais
A oferta calórica e proteica na fase hiperaguda devem ser reduzidas, sendo progredidas do primeiro ao terceito dia à meta estabelecida. A
partir do quarto dia, é imperativo garantir um aporte proteico superior aa 1,2 g/kg de proteína. Já a meta calórica precisa ser atendida a
partir do sétimo dia, caso o paciente não apresente novos eventos hiperagudos.
Iniciar a Terapia Nutricional em vazão trófica (10 a 20 ml/h) e progredir 5 a 10 ml/h a cada 6h, ou 25 ml por dia (na ausência de
eventos de intolerância ou distúrbios metabólicos importantes) pode ser uma estratégia para garantir a progressão gradativa e efetiva à
meta planejada.
Importante acompanhar durante todo o processo de progressão e manutenção da TN o volume efetivamente infundido por meio dos
registros da equipe de enfermagem, corrigindo o aporte proteico de acordo com o efetivamente infundido para evitar déficits
cumuativos a partir do terceiro dia, e corrigindo o aporte calórico a partir do sétimo dia para evitar déficit calórico cumulativo na fase de
recuperação.
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Jackelyne Lopes Silva
Nutricionista - CRN 20100037
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Recomendações Proteicas para
Doentes Renais
A lesão renal aguda e crônica é uma condição frequente em pacientes hospitalizados. Nesses doentes, as recomendações proteicas
diferem quanto ao grau da lesão, tipo e tratamento. A restrição proteica não é indicada em pacientes criticamente enfermos, mas
recomenda-se evitar excessos. Já na ausência de doença aguda, a restrição proteicaa é recomendada para aqueles sem Terapia Renal
Substitutiva (TRS).
No âmbito da terapia intensiva, o aporte proteico deve ser estimado a partir do gra de catabolismo e da patologia de base que motivou a
internação, e não pelo grau de comprometimento da função renal.
DRC e Falência
1,2 g/kg/dia 1,2 g/kg/dia
Renal em TRS
Começar com 1
IRA ou DRC sem
g/kg/dia e progredir 1,3 a 1,5 g/kg/dia
TRS
até 1,3 g/kg/dia
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Jackelyne Lopes Silva
Nutricionista - CRN 20100037
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Recomendações Calóricas e Proteicas
Covid-19
Individualize as condutas conforme estado clínico, fase da doença crítica, complicações metabólicas e
gastrointestinais. Considere sempre as calorias não nutricionais.
Inicie com fórmula polimérica padrão, mas considere formula especializada em pacientes estáveis disglicêmicos
(muito incidente o descontrole glicêmico nesse perfil).
Obesos criticos são frequentes, portanto, esteja atento a características particulares dessa população. Apesar da dieta
hipocalórica ser recomendada em obesos críticos, pacientes Covid evoluem frequentemente com obesidade
sarcopênica e fraqueza adquirida e, desse modo, é necessário reavaliar e atualizar frequentemente a meta calórica e
proteica conforme evolução do estado nutricional..
KCAL/KG 25
RECUPERAÇÃO
PROTEÍNA G/KG 1,5 A 2,0
KCAL/KG ATÉ 35
REABILITAÇÃO
PROTEÍNA G/KG 1,5 A 2,0
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Jackelyne Lopes Silva
Nutricionista - CRN 20100037
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Recomendações na Posição Prona
O parecer BRASPEN para enfrentamento da Covid 19 foi revisado e republicado em Abril de 2021, com as seguintes recomendações
sobre a nutrição na posição prona (citação direta):
Com a prevalente recomendação da posição prona em pacientes com COVID-19, sugerimos alguns cuidados adicionais com a TN.
O primeiro parecer recomendava o uso de nutrição enteral trófica durante a posição prona. Porém, os especialistas, a partir de
experiências práticas, consideraram que os pacientes em posição prona são capazes de tolerar a dieta em vazão plena, mesmo com a
sonda nasoentérica em posição gástrica.
A opinião sobre a modulação proteica em posição prona também difere entre os especialistas. Se optar por modular, escolha uma fonte
proteica com boa diluição e rápido esvaziamento gástrico (Whey Protein) e concentre no menor colume possível (dica: 15g em 50 ml).
Se atente à tolerância
Licenciado do paciente,REJANE
para - JESSIANE pois algunsLIMA
podem evoluir com
SANTOS diarreia com módulos
- 10222500433 concentrados.
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Terapia Nutricional:
Nutrição Enteral
Características e classificação
Levemente Hipertônica 350 - 550 mOsm Padrão (Standard) 0,9 a 1,2 Normocalórica
Ao escolher uma fórmula enteral, leve em considerações as demandas nutricionais do paciente, a fim de facilitar os cálculos e o ajusteb
da dose de fórmula enteral. Pacientes obesos críticos, ou pacientes críticos agudos, geralmente demandam muita proteína e baixa caloria.
Sendo assim, escolha fórmulas com alta densidade proteica e dê preferência a fórmulas normocalóricas.
Em pacientes em uso de propofol (fármaco veiculado em emulsão lipídica), dê preferência a formulas hiperproteicas, normo a
hipolipídicas e normo a hipocalóricas.
Em pacientes hiperglicêmicos, prefira fórmulas enterais com carboidratos de lenta absorção, com alta proteína e baixo carboidrato. A
presença de fibras solúveis é bem vinda na ausência de contraindicações. Um cuidado adicional ao utilizar fórmulas enterais especializadas
para diabetes deve ser tomado em pacientes em uso de propofol, tendo em vista que essas fórmulas tendem a ser hiperlipídicas.
Fórmulas imunomoduladoras podem ser indicadas em pacientes traumatizados e queimados, bem como em pacientes submetidos a
cirurgia de grande porte,especialmente oncológicos e desnutridos. Alta densidade calórica, normoproteics, e com baixa concentração de
eletrólitos específicos podem ser úteis no doente renal sem diálise. Por outro lado, fórmulas com alta densidade calórica e proteica serão
melhor indicadas durante a Terapia de Substituição Renal;
Em pacientes com distúrbios absortivos, dismotilidade importante, distensão abdominal, diarreia volumosa e outros sintomas
refratários de intolerância gastrointestinal, formulações enterais parcialmente hidrolisadas podem ser indicadas.
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Jackelyne Lopes Silva
Nutricionista - CRN 20100037
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Calculando a Nutrição Enteral
Antropometria:
Peso: 67 kg
Altura: 1,60m
Peso Ideal: 65,28
IMC: 26,17 kg/m²
Lembre-se:
Cada grama de proteína equivale a 4 kcal (via parenteral e enteral)
Cada grama de Carboidrato equivale a 4 kcal via enteral e 3,4 kcal via parenteral Jackelyne Lopes Silva
CadaLicenciado
grama de lipídeo
para - equivale
JESSIANE a 9 kcal via enteral
REJANE LIMAe SANTOS
10 kcal via -parenteral.
10222500433 -Nutricionista - CRN 20100037
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Calculando a Nutrição Enteral
Se ao fazer o processo inverso observar um valor calórico acima do desejado, recalcule com mais um módulo proteico.
Se observar o valor calórico abaixo do desejado, recalcule com menos um módulo proteico.
A proteína modulado auxilia não apenas no aumento do aporte proteico, mas na redução do aporte calórico, lipídico ou glicídico
quando necessário.
Antropometria:
Peso: 98 kg Altura: 1,63 m Peso Ideal: 67,7 kg IMC: 36,88 kg/m²
Metas nutricionais planejadas:
Energia: 11 - 14 kcal/kg/dia (1078 a 1372 kcal/dia) Fórmula enteral escolhida:
Proteína: 2,0 g/kg peso ideal (135,4 g/dia)
Lipídeo: 30 a 40% do valor energético total (VET) Sistema Fechado, Polimérica, Isotônica,
Carboidrato: 20 a 60% do valor energético total (VET) especializada para diabetes.
As metas devem ser individualizadas de acordo com a clínica do paciente. Densidade Calórica: 1,0 kcal/ml
Densidade Proteíca: 0,049 g/ml
Divida o valor calórico total (meta mínima) pela densidade Densidade Glicídica: 0,095 g/ml
calórica da dieta para encotrar o volume de dieta a ser Densidde Lipídica: 0,06 g/ml
ofertado por dia. Fibras: 15g/ml (Solúvel)
1078 / 1,0 = 1078 ml/dia *Módulos proteicos: 15g/unidade (Whey
1078 / 22 (quantidade de horas/dia de infusão)= 49 ml/h Protein) ou concentrado 30g/unidade
A Sociedade Europeia de Nutrição Parenteral e Enteral (ESPEN) recomenda o uso de glutamina enteral em pacientes com mais
de 20% de Superfície Corporal Queimada (SCQ), nas doses de 0,3 a 0,5 g/kg/dia, do início da TNE por 10 a 15 dias..
A suplementação é contraindicada em pacientes com falência de múltiplos órgãos, especialmente falência renal e
hepática.
No exemplo abaixo, calcularemos a Terapia Nutricional considerando a suplementação de glutamina enteral.
A pancreatite aguda grave é uma doença causada pela autodigestão do parênquima pancreátivo, causada majoritariamente por Litíase Biliar (
40 a 50% das causas) e ingestão de álcool (10 a 40% das causas). Define-se como forma grave quando a doença é acompanhada de falência
orgânica persistente (>48h). Na vigência dessa condição, era comum a utilização do jejum via enteral e Nutrição parenteral Total. Nas últimas
duas décadas, verificou-se que a via digestiva era passível de ser utilizada nesses pacientes, com maiores benefícios (todos os relacionados à
nutrição enteral precoce). Nessa transição, os serviços evoluiram com a prática de uso da nutrição enteral parcialmente digerida (oligomérica) a
fim de reduzir o estímulo à produção e secreção de enzimas pancreáticas. Tal conduta ainda é muito disseminada. Atualmente, observa-se que
muitos pacientes toleram e evoluem bem com a dieta polimérica padrão, sendo indicada na maior parte dos casos.
Antropometria:
Peso: 75 kg Altura: 1,82 m
Peso Ideal: 72,8 kg IMC: 22,64 kg/m²
Passo 2:
Some ao volume de água livre da dieta enteral,
toda a àgua de diluição dos módulos enterais:
- Proteína - TCM
- Maltodextrina - Fibras - Simbióticos
- Glutamina - BCAA
55 a 65 anos 30
> 65 anos 25
Passo 4:
Subtraia o conteúdo de água da dieta + módulos
enterais da necessidade hídrica calculada.
Volume hídrico adicional = necessidade hídrica - (volume de água livre da fórmula enteral + água de diluição dos módulo)
Na Unidade de Terapia Intensiva, a oferta ou não de água livre pela sonda depende do objetivo em relação ao
balanço hídrico. Balanço Hídrico neutro a negativo é normalmente pretendido para pacientes graves. Desse
modo, deve-se considerar não apenas fluidos recebidos via enteral, mas também por outras vias de
administração.
Ao observar que o balanço hídrico tem evoluído muito negativo, tente corrigir mantendo o aporte hídrico
necessário e evitando desidratação e consequências.
Aporte Hídrico
Antropometria:
Peso: 63 kg
Altura: 1,66m Pacientes admitidos em pós-operatório,
Peso Ideal: 70,2 kg normoglicêmicos, sem uso de drogas
IMC: 22,8 kg/m² vasoativas, com histórico de boa nutrição no
pré-operatório, normalmente toleram uma
progressão calórica mais rápida.
Metas nutricionais planejadas:
Energia: 25 kcal/kg - 1575 kcal/dia
Proteína: 1.,7 g/kg/dia - 107,1g/dia
Lipídeo: 30 a 40% do valor energético total (VET)
Carboidrato: 20 a 60% do valor energético total (VET)
Aporte Hídrico
Complicações da Terapia
Nutricional Enteral
Hiperglicemia e Hipertrigliceridemia
A hiperglicemia é uma condição adaptativa inerente à doença aguda, que pode ou não ser potencializada pela presença do diagnóstico
prévio de Diabetes Mellitus. Apesar de necessária à resposta aguda ao trauma, quando sustentada, a hiperglicemia pode gerar efeitos
indesejáveis como aumento dos eventos cardiovasculares, lesão renal, infecções, comprometimento da cicatrização de eridas crônicas e
cirúrgicas, além de acidose metabólica, piorando desfechos clínicos de pacientes críticos. Alem da hiperglicemia, a alta variabilidade
glicêmica (variação das glicemias aferidas ao longo do dia) também está associada a pior prognóstico no doente grave.
O manejo da disglicemia nesse público dá-se majoritariamente por meio de insulinoterapia e modificação de dieta. A insulinoterapia, no
entanto, a despeito de ser efetiva na redução da média glicêmica, está associada a maior frequência de eventos hipoglicêmicos e apresenta
custo mais elevado quando comparada às modificações dietéticas.
Além da hiperglicemia, outra complicação metabólica que afeta à Terapia Nutricional é a hipertrigliceridemia, mais frequentemente
associada à Nutrição Parenteral Total e ao uso de fármacos com veículos lipídicos. Essa condição é favorecida pela doença crítica em resposta
às alterações metabólicas agudas, como resistência insulínica e aumento da mobilização de ácidos graxos. A hipertrigliceridemia grave está
associada a aumento dos eventos cardiovasculares e à pancreatite aguda.
hiperglicemia hipertrigliceridemia
Selecionar fórmula com fonte glicídica de lenta absorção Evitar fórmulas enterais e parenterais a base de óleo de soja
(isomaltulose, maltodextrina) (ricas em ômega 6)
Utilizar fibras solúveis (como parte da composição da fórmula Garantir o aporte calórico adequado para cada fase da doença
ou isolada por meio de modulação) na ausência de crítica, evitando excessos, especialmente em momentos muito
contraindicações. agudos, onde há alta produção de energia endógena.
Fórmulas com maior teor proteico e lipídico e menor teor Utilizar fórmulas com maior teor de TCM e ômega 3.
glicídico. Na NPT, não ultrapassar a velocidade de 3 a 5
mg/kg/min de infusão de glicose. Suplementar fibras solúveis, se possível
Não utilizar fórmulas que contenham sacarose em sua Discutir a substituição de fármacos a base de lipídeo (como
composição. propofol) em caso de hipertrigliceridemia grave (acompanhar
triglicerídeos em pacientes em uso de propofol >20 ml/h e/ou
Garantir o aporte calórico adeuado para cada fase da doença doses maiores com histórico de síndrome metabólica,
crítica, evitando excessos, especialmente em momentos muito dislipidemia ou hipertrigliceridemia prévia)
agudos, onde há alta produção de energia endógena.
Em pacientes em uso de NPT, suspender temporariamente
Realizar insulinoterapia conforme protocolo institucional para emulsão lipídica em caso de triglicerídeo sérico >400 mg/dl. ou
manutenção de níveis glicêmicos entre 140 e 180 mg/dl. >1000 mg/dl >72h.
Hipoglicemiantes como Sulfonilureias (por exemplo,
glimepirida); Biguanidas (por exemplo, metformina); Meglitinidas Descontar a quantidade de lipídeo do propofol (0,1 g/ml) na NPT
(por exemplo, repaglinida) não são indicados no âmbito da manipulada. Limitar a quantidade de lipídio infundido a 1,0
terapia intensiva. g/kg/dia.
Constipação Intestinal
A constipação é caracterizada como um ou menos episódios de evacuação em um período de três dias. Na UTI, esse
distúrbio pode estar associado a maior reabsorção de potássio (prejudicial em caso de hipercalemia), supercrescimento
bacteriano, disbiose intestinal e, somado a isso, pacientes com constipação intestinal frequentemente cursam com
gastroparesia e íleo adinãmico, o que atrasa a terapia nutricional e dificulta o alcance das metas.
Ademais, a constipação e suas consequências, como disbiose, supercrescimento bacteriano e lesão ou perfuração intestinal
estão associadas a maior risco de translocação bacteriana ,o que, por sua vez, fomenta a síndrome da resposta inflamatória
sistêmica (SIRS) e síndrome de disfunção de múltiplos órgãos (SDMO). Está ainda associada a piores desfechos clínicos como
maior tempo de ventilação mecânica e maior mortalidade.
Apesar de múltiplos fatores favorecerem a constipação intestinal no paciente grave (como desidratação, por vezes
ocasionada pelo próprio objetivo de balanço hídrico muito negativo, imobilidade, baixa ingestão de fibras e distúrbios de
motilidade, além do uso de opioides), é necessário investigar a causa da condição em cada paciente, além de definir
condutas individualizadas avaliando todo o contexto clínico.
Inicie laxativos a partir do terceiro dia sem Avalie a prescrição! Discuta sobre a troca de
evacuação, como Lactulose, sorbitol, fármacos opioides, benzodiazepínicos e outros
polietilenoglicol, supositórios de glicerina, óleo medicamentos constipantes (nem sempre será
mineral ou outro fármaco laxativo conforme viável).
protocolo institucional ou a critério médico. Se possível, intensifique fisioterapia motora. A
mobilização é essencial no tratamento da
constipação.
Gastroparesia
A gastroparesia é definida como atraso no esvaziamento gástrico na ausência de obstrução mecânica. Tem como
fatores causais hiperglicemia, cirurgias gastrointestinais, uso de alguns fármacos e outras condições. Geralmente, o paciente
paciente apresentará saciedade precocemente, podendo haver náuseas, vômitos, distensão abdominal, dor abdominal,
sensação de plenitude e outro sintomas.
Anteriormente, a medição de resíduo gástrico era realizada na rotina a fim de avaliar o risco de aspiração devido gastroparesia
e como subsídio às decisões sobre volume, fórmula e suspensão da Terapia Nutricional Enteral. Atualmente, sabe-se que tal
conduta desconsidera a produção fisiológica de secreções, que pode chegar à 188 ml/h / 4,5 L/dia, além de ser uma
estratégia associada a pior entrega nutricional, uma vez que durante a medição a nutrição permanece suspensa, e o julgamento
sobre a necessidade de suspensão da TNE pode ser comprometido pelas limitações da técnica. A medição de Volume Residual
Gástrico (VRG) rotineiramente é, portanto, uma conduta ultrapassada.
Gastroparesia
Novo evento VRG aumentado (>500 ml) Novo evento VRG aumentado (>500 ml)
SIM SIM
Diarreia
Ao se deparar com essa complicaçõa, em conjunto com a equipe, investigue as possíveis causas
da diarreia, considerando os seguintes preditores:
Desnutrição
Hipoalbuminemia (redução da pressão oncótica)
Infecção
Antibioticoterapia
Drogas (laxantes, procinéticos, antagonistas H2/ Bloqueadores H+)
Fecaloma (pseudodiarreia)
Estratégias para o manejo da diarreia em pacientes tem TNE
Diarreia
O uso da Glutamina nesses pacientes permanece questionável. Desse modo, deve-se preconizar as contraindicações formais, não
sendo administrada em pacientes com Lesão Renal, Disfunção Hepática e Sepse Grave. Da mesma forma, o uso de Simbióticos deve ser
avaliado conforme contexto clínico, uma vez que os resultados na literatura são controversos quanto a seus benefícios como antidiarreico em
pacientes gravemente enfermos.
As Fibras são constituintes não digeríveis que sofrem fermentação bacteriana no trato digestivo gerando como produto Ácidos Graxos de
Cadeia Curta, que regulam a absorção de sal e água no cólon e é o substrato energético preferencial do colonócito. Seu uso deve ser
condicionado ao estado de perfusão do paciente grave, sendo contraindicadas em pacientes mal perfundidos (Tempo de Enchimento Capilar
lentificado, cianose, pele fria e pegajosa, uso de DVA em doses elevadas, Lactato elevado, pH reduzido). Ao contrário da contraindicação para
início da TNE (que depende de uma avaliação conjunta de parâmetros), a contraindicação para uso de fibras pode ser baseada em parâmetros
perfusionais isolados, uma vez que seu uso em pacientes críticos mal perfundidos ainda é pouco investigado.
Iniciar suplementação de
Alterar para infusão contínua
fibras olúveis
Determinar etiologia
da doença
Diarreia Persiste?
NÃO SIM
Evoluir gradativamente a
vazão Fármaco antidiarreico
SIM
Melhora da diarreia?
NÃO
SIM Dieta Oligomérica
Suspender TNE
Iniciar Nutrição NÃO
Parenteral Total Melhora da diarreia?
Jackelyne
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Distensão Abdominal
A distensão abdominal é o aumento do volume abdominal, acompanhado ou não do aumento da pressão abdominal. As principais
causas são gordura (obesidade visceral), fluidos (ascite), feto, flatos (distensão gasosa), fezes ou tumor. A distensão tratada como complicação
da Terapia Nutricional Enteral é a do tipo gasosa (causada por acúmulo de flatos) e a distensão por acúmulo de fezes.
A distensão gasosa pode se dar rapidamente devido a fermentação de substratos dietéticos ou endógenos no lúmen do intestino
grosso, que é a principal fonte de produção de gases. Os principais substratos são componentes não digeríveis da dieta, como fibras,
especialmennte solúveis. A presença de fibras pode auxiliar na prevenção dessa condição, pela manutenção da microbiota comensal
saudável, porém, na vigência de distensão abdominal, fibras dietéticas podem aumentar a produção gasosa. Fatores comuns à doença crítica,
como edema tecidual e ascite, contrinuem para um rápidp aumento da pressão e volume intra-abdominal..
O paciente com distensão abdominal apresentará dor abdominal, podendo ocorrer náuseas, vômitos, sensasão de empastamento e
dispneia. A distensão abdominal pode evoluir catastroficamente com hipertensão intra-abdominal e síndrome compartimental, que são
condições associadas a pésssimo prognóstico em pacientes críticos.
prevenção tratamento
Combata a disbiose intestinal. Fórmula Isenta de fibras dietéticas, especialmente fibras
altamente fermentáveis , como as solúveis, caso a distensão
Inicie precocemente a terapia nutricioinal enteral; seja gasosa.
Utilize dietas poliméricas, com fíbras (se bem Fórmulas à base de Whey Protein (fonte proteica) e TCM (fonte
perfundido) lipídica), e/ou parcialmente digeridas (oligoméricas) que
aumentem a velocidade de esvaziamento gástrico e facilitem
Previna, identifique precocemente e trate a a absorção, podem ser úteis até resolução do quadro agudo.
constipação intestinal
Em caso de fecalomas, laxantes e/ou enemas podem ser
necessários par resolução do quadro. Melhorar a hidratação
enteral e utilizar fórmulas poliméricas com fibras após a
desobstrução.
Terapia Nutricional:
Nutrição Parenteral
Nutriente: Energia:
Proteína 4 kcal/g
Nutriente: Apresentação:
e Vitaminas
vitaminas:
CASTRO, Melina; 2019) apud Barber & Rollins, 2007. conforme necessidade para
Cloro - manter equilíbrio acido base
antropometria:
Peso: 112 kg
Altura: 1,72 m
Peso Ideal: 65,0 kg
Peso Ajustado: 76,75 kg Em pacientes hiperglicêmicos, deve-se ter
IMC: 37,8 atenção dobrada às calorias não nutricionais,
evititando a hiperalimentação. A infusão de glicose
não deve ultrapassar 3 a 5 mg/kg/min.
considere (exemplo prático 7 - trauma com abdome aberto + calorias não nutricionais):
Defina a necessidade energética e proteica: Encontre o quanto do valor energético total (VET) foi
VET mínimo = 11 X 112 (peso) = 1232 kcal/dia comprometido com a oferta proteica e lipídica já
VET máximo: 14 X 112 (peso) = 1568 kcal/dia calculada. Multiplicado a quantidade em g/dia
estipulada pela kcal/g de nutriente.
Defina a necessidade proteica (g/dia): O restante oferte em glicose (dividindo a kcal
PTN = 2,0 (g/kg) x 65 (kg) restante pela kcal/g de glicose - 3.4 kcal/g)
PTN = 130g (22,4 de glutamina) Proteína: 130 (g/dia) x 4 (kcal/g) = 520 kcal
PTN adicional: 30 (g de proteína por litro de Lipídeo: 47,0 x 10 (kcal/g) = 470 kcal
exsudato) X 1,7 (litros de exsudato/dia) Kcal total (proteína + lipídeo) = 910 kcal
PTN adicional = 51 g/dia kcal restante do VET para ofertar em carboidrato
PTN total: 130 + 51 = 181 g/dia (lembre-se de subtrair o carboidrato ofertado
pelo soro glicosado):
1568 (VET) - 990 = 578 kcal
Defina a necessidade lipídica (g/dia): Carboidrato: 578 / 3.4 = 170 g/dia
multiplique o percentual de lipídeo escolhido Glicose das calorias não nutricionais (Polimixina
(30% a 40%) pelo valor energético total, = 1000 ml SG5%/dia): 1000 X 0,05 (g de glicose por
depois dívida pela quantidade de calorias por g ml) = 50 g/dia.
de lipídeo de acordo com a emulsão utilizada. Carboidrato: 170 - 50 (calorias do SG5%) = 120 g/dia
(Exemplo com emulsão a 20%, 0,2 g/ml
de lipídeo)
Encontre o volume total a ser ofertado em
LIP = ( 0,3 (% do VET) x 1568 (VET) ) / 10
macronutrientes, dividindo a necessidade em g/dia
(kcal/g de LIP)
encontrada para cada um dos macro (carboidrato,
LIP = 47 g/ dia
proteína e lipídeo) pelo valor de g/ml da solução
utilizada.
Se utilizar a necessidade em g/kg, o processo
é o mesmo. Defina a necessidade diária e
Proteína: 181 / 0,25 = 724 ml
dívida pela quantidade de g/ml da emulsão.
Lipídeo: 47 / 0,2 = 235 ml
Carboidrato: 120 / 0,2 = 600 ml
Nesse caso clínico, e preciso considerar que o ofertado pela nutrição parenteral não será o efetivamente utilizado pelo paciente,
uma vez que a proteína adicional será previsivelmente perdida pelo exsudato, não devendo ser considerada como oferta calórica
(não será utilizada como substrato) e uma vez que o soro glicosado ofertará glicose adicional (50 g/dia, nesse exemplo). Sendo
assim, deve-se calcular a característica da TNP calculada e a característica do efetivamente recebido e utilizado pelo paciente
considere (exemplo prático 7 - trauma com abdome aberto + calorias não nutricionais):
Carboidrato: 120 g/dia, 408 kcal, 25,4 % Carboidrato: 170 g/dia, 578 kcal, 37%, 1,05
mg/kg/min.
Proteína: 181 g/dia, 724 kcal, 45 %, 2,8 g/kg Proteína: 130 g/dia, 520 kcal, 33,3 %, 2,0 g/kg
Lipídeo: 47 g/dia, 470 kcal, 29,3 % Lipídeo: 47 g/dia, 470 kcal, 29,9 %
Calorias: 1602 kcal/dia, 14,3 kcal/kg Calorias: 1568 kcal/dia, 14,0 kcal/kg
Volume: 1559 ml/dia (64 ml/h) Volume: 1559 ml/dia (64 ml/h) da dieta + 1000
ml/dia de SG5% (Polimixina B)
Clínica e laboratorial:
TP e TPPa Semanal
Proteína visceral: pré-
albumina ou transferrina
Semanal Os eletrólitos devem ser monitorados diariamente e
podem refletir carência ou excesso de algum
Ureia e Creatinina Diária micronutriente ou ainda síndrome de realimentação.
1.1 kcal/ml
COMPOSIÇÃO
COMPOSIÇÃO 0,1 g/ml de lipídeo
Conteúdo de lipídeos: óleo de soja, lecitina de ovo.
CÁLCULO
CÁLCULO Calorias: 1,1 (kcal/ml) X vazão (ml/h) X 24 (horas)
Gordura total: 0,1 (g/ml) X vazão X 24 (horas)
CONSIDERAR OO PROPOFOL
CONSIDERAR PROPOFOL SEMPRE
SEMPRE QUE:
QUE:
atenção
Vazão>10 ml/h associada a outra caloria não nutricional (SG5%, Citrato, Lactato) ou Vazão >15 ml/h
Fase hiperaguda da doença (Três primeiros dias após evento agudo: alto risco de hiperalimentar)
Dicas:
Escolha a fórmula mais hipocalórica e hiperproteica que tiver acesso. Sempre que precisar
reduzir o aporte calórico ou lipídico acrescente 1 módulo proteico e refaça os cálculos. Atenção
sempre que o volume final for inferior a 1000 ml, pois as recomendações de micronutrientes
podem não ser atingidas. Pode ser necessário suplementar, dependendo do tempo que o paciente Características da dieta enteral escolhida:
permanecer com vazão reduzida. Considere também o valor calórico dos módulos proteicos. Densidade Calórica: 1,25 kcal/ml
Acompanhe trglicerídeos semanalmente no paciente em uso de mais de 10 ml/h. Densidade Proteica: 0,065 g/ml
Densidade Lipídica: 0,048 g/ml
ALGUNS FÁRMACOS
ALGUNS FÁRMACOS DILUÍDOS
DILUÍDOS EM
EM SORO
SORO GLICOSADO
GLICOSADO NA
NA UTI
UTI
Polimixina B (geralmente 500 ml SG5% por administração)
Drogas Vasoativas
Glicoinsulina (usual: 100 ml de SG50%)
Na hipernatremia o SG5% ou SG2,5% pode ser asministrado em doses variáveis para correção do
sódio sérico
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Licenciado para - JESSIANE REJANE LIMA SANTOS - 10222500433 - Protegido por Eduzz.com