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Educação na colônia: a obra educacional dos

jesuítas
PAIVA, J.M. Educação jesuítica no Brasil colonial. In: LOPES, E.M.T.
FARIA FILHO, L. VEIGA, C. (orgs.) 500 anos de Educação no Brasil.
Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p. 43-59.

• Escola, escolarização, alfabetização têm um


sentido típico em cada época, em cada
contexto social.
• O contexto analisado é o da educação jesuítica
no período colonial.
• Os colégios e universidades eram para uma
minoria da sociedade.
• Objetivos do autor: entender a escola em seu
contexto (colonial) e compreendê-la enquanto
instituição onde se constroem relações sociais
e seus efeitos.
• “Desde que chegaram ao Brasil, os jesuítas
estabeleceram escolas e começaram a ensinar
a ler, a escrever e a contar e cantar. (...) O
colégio, contudo, era o grande objetivo,
porque com ele preparariam novos
missionários.”
• Os colégios recebiam os filhos dos gentios e
dos cristãos (ensinar e doutrinar).
• Ensinavam os índios a ler e escrever com a
intenção de alcançar uma adesão plena destes
à cultura portuguesa (nem em Portugal o povo
era alfabetizado).
• Ensino da leitura e escrita não com o objetivo
de possibilitar o acesso aos livros, mas como
condição para a organização da sociedade.
• Os jesuítas foram deixando de ensinar os
indígenas quando se voltaram para os filhos
dos principais.
• O que estudavam: o currículo estava
organizado no Ratio Studiorum (Gramática
média, Gramática superior; Humanidades,
retórica, Filosofia e Teologia; estas duas
últimas para quem se preparasse para o
sacerdócio).
Imposição da cultura portuguesa aos naturais da
terra e escravos negros:
• estrutura rígida ;
• centrada na hierarquia;
• fundada na religião.
Os colégios tinham como principal missão
preservar a cultura portuguesa., porém o
cenário era diferente do original:
• Distância espacial
• Presença dos nativos
• Florestas virgens
• Bichos
• Vazio
• Rarefação de população
• Falta de recursos
• Necessidade de produzir riqueza
• Os portugueses viviam em constantes estados de
guerra:
• Guerra contra os nativos (necessidade de mão de
obra)
• Os nativos eram maioria absoluta (ameaça do
ponto de vista da segurança e cultural)
• Construir um povoado era construir uma
fortificação
• Indispunham nações contra nações de indígenas
“A história de nossa colonização está farta de
exemplos, mostrando como a relação
cotidiana, para portugueses, índios e
africanos, se marcava pelo clima de defesa/
ataque, condição de sobrevivência.”
• No litoral havia ainda guerra contra outros
invasores:
• Franceses;
• Ingleses;
• Holandeses.
No interior as bandeiras adentravam no território.
Jesuítas acompanhavam as expedições para trazer os
índios para o serviço dos portugueses.

“A vida no colégio jesuítico parecia continuar,


impávida, como se não estivesse envolvida pelo
mesmo ambiente colonial”.

“Extra muros a vida era feita de pecados”,


principalmente os da carne e os da escravização de
índios.
A escravização negra era defendida pelos
padres jesuítas. (“áurea” de saber/poder para
justificação).
O colégio possibilitava a adesão à cultura
portuguesa.
Autoridade hierarquizada
Disciplina
Prática das virtudes
Penitência e fuga
O pecado nega a ordem estabelecida e ele
é o principio negativo orientador da
pedagogia dos jesuítas.
Educar para não fazer.
Formalismo pedagógico: correção do
caráter humano.
Confissões por atos não pecaminosos.
Religião vivida em formalidades.
Inquisição (vigilância).
Na convivência com os indígenas e os
negros, os portugueses perceberam outras
formas de sentir e viver a realidade.
Os jesuítas eram perseguidos pelos
fazendeiros quando os interesses são
perturbados (novos valores).
A escravização do indígena era o ponto de
discórdia entre fazendeiros e jesuítas.
Os jesuítas denunciavam o mau exemplo
dos portugueses que fizeram a colonização
possível à época.
Novas relações sociais passam a ser
desenvolvidas com o processo de colonização
exploradora.
Os senhores de engenham tomam o lugar
de respeito antes dos letrados.
“Á medida que a realidade social vai
mudando estruturalmente, o significado das
formas também o vai ainda que a aparência
permaneça.”

Imposição dos regionalismos.


“O colonizador português experimentava,
no seu dia-a-dia, a necessidade de
desobedecer as normas verdadeiras, a casa
grande se fazendo norma. Essa experiência
cotidiana pautava a consciência e conformava
o agir das pessoas. E o colégio jesuítico
continuava formando letrados.”

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