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Revolução Industrial

Professora: Roberta Cacela de Almeida


Definições e períodos da Revolução Industrial
 Passagem da sociedade rural para a industrial
 Mudança do trabalho artesanal para assalariado
 Transição da energia física para a energia mecânica/vapor
 Três períodos:
- De 1760 a 1850: Primeira Revolução Industrial
- De 1850 a 1900: Segunda Revolução Industrial
- De 1900 a final do séc. XX: Terceira Revolução
Industrial
Fases da evolução da produção industrial
 Indústria – transformação, pela máquina, de matérias primas a serem
consumidas pelo ser humano
 Antecedentes: artesanato e manufaturas
- Artesanato: sem divisão do trabalho – fases da produção realizadas
pela mesma pessoa – trabalho domiciliar e familiar – propriedade dos
meios de produção
- Manufatura: concentração de trabalho em um mesmo local – vários
trabalhadores – especialização do trabalho – aumento da capacidade
produtiva
Fatores da Revolução Industrial
Econômicos
 Desenvolvimento comercial anterior
 Expansão do comércio britânico em escala mundial
 Acumulação de capital interno
 Consumo interno: produtos industrial
 Fornecedor de matérias primas
Fatores da Revolução Industrial
Econômicos
 Outras formas de acumulação
 Renda de aluguéis da terra + lucro na produção
 Aumento constantes de preços + abundância de capital
 Sistema bancário eficiente + juros baixos (empréstimos)
Fatores da Revolução Industrial
SOCIAIS
 Melhora na produção agrícola + produção de alimentos
 Aumento da expectativa de vida + aumento da população

POLÍTICOS
 Passagem do poder político para a burguesia
 Trouxe grande avanço e desenvolvimento econômico – eliminação de
barreiras internas e circulação facilitada
Fatores da Revolução Industrial
RELIGIOSOS
 Consolidação do PURITANISMO e PRESBITERIANISMO
 Valorização do trabalho e da poupança
 Crença no progresso
 Prosperidade como sinal de salvação
 Estímulos à acumulação visando o bem comum
Revolução Industrial na Inglaterra
Até fins do século XVII...
 Pouca importância industrial da ING
 Numerosa classe de pequenos proprietários
- Trabalho agrícola e pastoreio
- Artesanato – produção de tecidos
- Despojados das terras pela burguesia
- Deslocaram-se para as cidades (êxodo rural)
Revolução Industrial na Inglaterra
A indústria têxtil
 Regulamentada por minuciosa legislação (lã de ovelhas)
 Comércio inglês no Oriente em contato com o algodão
 Salto produtivo na tecelagem britânica
 Abundância de matéria prima (Oriente e Treze Colônias)
 Mão de obra barata e mercado consumidor seguro
 Inexistência de legislação para a indústria do algodão
Revolução Industrial na Inglaterra
Invenções e progresso tecnológico
 Não foram obra do acaso
 Aumento da produção – aumento do capital da indústria
 Capital investido/aplicado às experiências e invenções
 Cada invenção reordenava a cadeia produtiva
 1733 – Lançadeira volante
 1768 – Máquina a vapor
 1785 – Tear mecânico
A reação contra as máquinas
 Artesãos das zonas rurais se rebelam contra as máquinas
 Ataques e destruição de fábricas
- 1769 – Lancaster
- 1779 - Lancashire
 Excesso de trabalho nas fábricas
 “Exército” de reserva/salários baixos
 Exploração do trabalho feminino e infantil
 Antagonismo entre patrões e empregados
Repercussões Sociais
 Surgimento das primeiras associações de operários (trade unions)
 1779 – lei contra a associação de trabalhadores (revogada)
 1824 – liberdade de associação
 ING – riqueza industrial e produtiva crescente
 Acelerado e desorganizado crescimento urbano
 Londres atinge 1.000.000 de habitantes
Repercussões Sociais
 Pressão das associações de trabalhadores por melhorias
 1812 – Movimento Ludita (Ludismo – quebradores de máquinas)
 Prática punida com pena de morte
 1837-48 – Movimento Cartista (Carta do Povo)
 Inclusão da classe operária na política britânica
 Voto universal secreto (masculino) por cédula + eleição anual
 Igualdade de direitos + operários no Parlamento + remuneração
Propagação da Revolução Industrial
 Entre 1760 e 1830 – limitada à ING
 1807 – Fábrica de tecidos em Liége (BEL – investimento ING)
 FRA – desenvolvimento contido pela Revolução de 1789
- Colbertismo também dificultou o desenvolvimento industrial
- Após 1848 – Sistematização do processo industrial
- Práticas protecionistas para estimular a produção interna
- Dificuldade: sem jazidas carboníferas
Propagação da Revolução Industrial
ALE – industrialização efetiva após a unificação em 1870
- Grande oferta de carvão e ferro
- Final do séc. XIX – ALE supera a ING (Aço e Química)
 ITA – industrialização após a unificação em 1870
- Concentração da produção têxtil no norte
 RUS – fim do séc. XIX – investimentos estrangeiros (FRA)
- Dificuldade: sem jazidas carboníferas
Propagação da Revolução Industrial
EUA – efetiva industrialização após a Guerra de Secessão (1861-
1865)
- Final do séc. XIX – superam a ALE e ING
 JAP – Revolução Meiji (1868)
- Sistemático processo de industrialização/assimilação de técnicas
ocidentais
- Medidas governamentais + baixo custo de mão de obra
A dinamização da indústria
 Revolução industrial – Revolução nos transportes e comunicação
 1830 – 1900: expansão das ferrovias (mundial)
 Transportes em grande quantidade/longas distâncias/frete reduzido
 1850: navegação à vapor/1869: Canal de Suez/1870: invenção da
hélice
 Diminuição dos custos + aumento do consumo
A dinamização da indústria
 Especialização mundial da produção
 Divisão Internacional do Trabalho
 Países “periféricos” – produção de gêneros primários
 Países industrializados – produção industrial e consumo das matérias
primas do setor primário
 Acumulação de capital nos países industrializados
 Reinvestimento dos capitais nos países industrializados
A dinamização da indústria
 Progresso científico
 Invenções para a indústria
 Grande capital transforma o sistema capitalista
 Capitalismo Liberal Industrial se transforma em Capitalismo
Financeiro monopolista
 A economia passa a ditar as regras para o Estado
 Trustes, Holdings e Carteis
A dinamização da indústria
É importante lembrar!!!

 As Revoluções inglesas do século XVII derrubaram o absolutismo


monárquico e afirmaram o poder do Parlamento, principalmente com a
Declaração de Direitos de 1689.
 Depois da Revolução Gloriosa, o Estado inglês tratou de promover
reformas econômicas e políticas que possibilitariam o acúmulo de capitais
necessários à industrialização.
 A Revolução Industrial caracterizou-se pela rápida e intensa mecanização
da produção.
É importante lembrar!!!

 Com a industrialização, duas classes sociais se tornaram protagonistas no


mundo urbano-fabril que se configurava: a dos burgueses, proprietários dos
meios de produção, e a dos operários, os trabalhadores das fábricas.
 No início da industrialização, a condição dos trabalhadores era
extremamente difícil, caracterizada pela exploração intensa do trabalho e
pela repressão às lutas e aos organismos de representação operária.
 Diante das péssimas condições de trabalho, os operários ingleses
começaram a se organizar em movimentos que lutavam pela ampliação de
seus direitos.
Pensando criticamente... Trabalho infantil
Uma das questões que mais causam impacto quando estudamos a Revolução Industrial na Inglaterra é o uso
intenso da mão de obra infantil nas fábricas. Leia o texto a seguir e responda às questões.

"Entrar para uma fábrica era, diziam, como ir para um quartel ou para uma prisão. [...] A maioria desses
infelizes seres eram crianças assistidas, fornecidas - poderíamos dizer vendidas - pelas paróquias por elas
responsáveis. Os manufatureiros, principalmente durante o primeiro período do maquinismo, quando as
fábricas eram construídas fora das cidades, e, em geral, longe delas, teriam tido grande dificuldade para
obter a mão de obra que necessitavam em sua vizinhança imediata. Por seu lado, as paróquias só queriam
desembaraçar de suas crianças. Aconteciam verdadeiros negócios, vantajosos para ambas as partes,
embora não para as crianças, que eram tratadas como mercadoria, entre os fabricantes e os
administradores do imposto dos pobres. Cinquenta, oitenta, cem crianças eram cedidas em bloco e enviadas,
como gato, com destino às fábricas onde deveriam ficar fechadas durante longos anos. [...] Os operários se
recusavam, e com razão, a mandar as suas. Sua resistência, infelizmente, não durou muito tempo; levados
pela necessidade, resignaram-se à aquilo que, a princípio, tanto os havia horrorizado.“

MANTOUX, Paul. A Revolução Industrial no século XVIII. In: CARMO, Paulo Sérgio do. A ideologia do trabalho. São Paulo:
Moderna, 2005. p.45-46.
Pensando criticamente... Trabalho infantil

• Segundo o texto, o que as


crianças representavam para os
religiosos que tomavam conta
delas, para os empresários e para
os operários? E de que forma o
trabalho infantil é visto nos dias
de hoje? Na sua opinião, por que
existem legislações que proíbem
essa prática?

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