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AULA 1
A PRÉ-HISTÓRIA
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AULA 2
A IDADE MÉDIA
A ALTA IDADE MÉDIA sociedade, formada também pelos seus valores, como
o Comitatus (união de guerreiros ligados por juramento
(V-XIII) pessoal a um chefe e pagos com o saque).
A crise do Império Romano no século III assi- Os germânicos eram formados pelos borgún-
nalou o início da fase do Baixo Império, que se caracte- dios, os francos, os saxões, os anglos, os lombardos, os
rizou pelo processo de decadência. godos (visigodos e ostrogodos), os vândalos, os suevos,
Os fatores internos desta crise podem ser re- os alamanos, os jutos e os frisões. A ação evangelizado-
sumidos: no plano econômico, a mão-de-obra escrava ra da Igreja converteu, lentamente, os pagãos (francos,
foi sendo gradualmente substituída pelo regime de co- saxões e os anglos) e os arianos (como os visigodos),
lonato; no plano social, o despovoamento das cidades à religião cristã. A destruição das plantações e a crise
e a ruralização da sociedade em conseqüência da crise demográfica causada pelas pestes e pelas guerras ace-
econômica; no plano político, o enfraquecimento do leraram o processo de ruralização da Europa Ocidental.
poder imperial pela sistemática deposição dos impera- Os primeiros importantes reinos Romano-
dores pelo exército. -Germânicos a desaparecerem foram os do suevos e
Associados a estes problemas internos estão dos alamanos, na Península Ibérica, conquistados pelos
os fatores externos. Nas fronteiras do Reno, do Da- visigodos, no século VI. O Reino dos Vândalos, na África
núbio e do Eufrates, o sistema defensivo do Império do norte, foi destruído pelo exército bizantino, integrado
começava a desmoronar frente à pressão das invasões aos domínios de Constantinopla, em 533. O Reino dos
bárbaras. Visigodos terminou com a chegada dos muçulmanos na
Península Ibérica, em 711.
“A Idade das Trevas”
(V-VIII) O Feudalismo (X-XII)
Os povos germânicos viviam nas regiões fron- A formação do feudalismo remonta da desinte-
teiriças do Império Romano, próximas aos rios. Nôma- gração do Baixo Império Romano. Com a chegada dos
des e pastores, estes povos encontravam-se ainda na “bárbaros”, nasceria a sociedade romano-germânica e
fase de comunidade primitiva. nela os elementos formadores do Feudalismo.
Durante a crise do século III, iniciaram a ocu- O processo de feudalização se completou com
pação pacífica de alguns territórios do Império: Roma as invasões do século IX e pelo isolamento causado
cedeu-lhes as terras ocupadas, transformando-os em pelos muçulmanos. Ao dominarem o mar Mediterrâneo,
aliados e federados. esses bloquearam as atividades comerciais européias,
No século V, os hunos (vindos do Extremo concluindo a crise urbana que se arrastava deste o sé-
Oriente) invadiram as terras da Europa habitadas pelos culo III. A impossibilidade dos reis de protegerem seus
germânicos: a Germânia. Estes, sob a pressão dos hu- vassalos das invasões normandas, eslavas e magiares
nos, iniciaram violentas invasões ao decadente, caótico acelerou o fortalecimento dos senhores locais.
e enfraquecido Império Romano. a) Estrutura Econômica
No ano de 476 a.C., Odoacro, rei dos héreclus, • essencialmente agrária;
afastou do trono o último imperador romano, Rômulo • nível das forças produtivas era rudimentar;
Augusto. Este fato é utilizado, usualmente para marcar o • sistema comunitário de cultivo impossibilitava avan-
fim da História Antiga e o início da Idade Média. ços tecnológicos;
• produção destinava-se à subsistência e procurava-se
a auto-suficiência;
Os Reinos Romano-Germâni- • restrita a circulação monetária;
cos (VIII-X) • a mão-de-obra era servil;
Reinos frágeis com fronteiras não definidas, • obrigações dos servos: pagamento em produtos e
esses por desconhecerem a noção de Estado, evoluí- trabalho
ram para realezas apoiadas na força militar, sobreviven-
do da exploração dos recursos das regiões dominadas. b) Estrutura jurídica-política
Tentando manter as antigas instituições romanas, os • poder descentralizado;
germânicos possibilitaram a formação de uma nova • os reis não mais detinham o poder político centralizado;
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Apostila história
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AULA 3
A IDADE MODERNA
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Apostila história
Os reis rejeitavam a intromissão do Papa nos assun- sua relação com o Oriente lhe possibilitava acesso ao
tos internos de seus governos considerando este um açúcar, alúmen, ouro, cânfora, sândalo, pedras precio-
estrangeiro. sas e porcelanas. Já as especiarias eram divididas em
condimentos, como cravo e canela, pimenta, desti-
O MERCANTILISMO lados, gengibre, noz-moscada, assim como artigos
medicinais, como benjoim, bálsamos e ungüentos.
Todos os países europeus ocidentais partiam
No século XV, a maior parte das rotas comer-
do princípio que a riqueza estava representada na
ciais mediterrâneas era monopólio das cidades italianas
quantidade de ouro e prata acumulada. Este pressu-
que, aliadas aos muçulmanos, controlavam a quanti-
posto era originário do imenso fortalecimento que,
dade e os preços dos produtos orientais na Europa.
agora, este Estado teria de ter para manter-se (a manu-
Em 1453, a tomada de Constantinopla pelos turcos
tenção do exército permanente e de uma marinha po-
otomanos aumentou sensivelmente os preços dos pro-
derosa, recursos que pagassem os funcionários reais, a
dutos orientais, pois esses aumentaram ainda mais as
manutenção do aparelho administrativo estatal somado
tarifas de comércio. Chegar às Índias sem passar pelo
com o custeio que a corte financiaria as investidas béli-
Mediterrâneo seria a grande saída para os comercian-
cas, com suas guerras de conquista no exterior).
tes europeus. Financiada pela burguesia e patrocinada
O mercantilismo foi a política econômica que
pelos reis, começava a expansão marítima.
vigorou no Antigo Regime. Também conhecido como:
pré-capitalismo ou capitalismo comercial, representou a
política econômica dos Estados Modernos em sua fase O RENASCIMENTO
transição para o capitalismo. A partir do século XIV, na Itália, muitos ho-
Em princípio, os Estados apresentaram alguns pressu- mens (Letrados profissionais, burgueses, eclesiásticos,
postos básicos: professores universitários, médicos, funcionários, etc.)
• abundância de ouro e prata como riqueza; começaram a reunir obras da Antigüidade greco-latina,
• desenvolvimento do comércio; que até então se encontravam distribuídas nos mos-
• saldo favorável na balança de comércio; teiros medievais. A influência da cultura greco-romana
• colonialismo; e o súbito reviver desta, são designados pelo termo
• monopólio; “Renascimento”, que foi o aprofundamento de uma
• intervencionismo estatal; série de renascimentos que se alongam desde o século
• dirigismo econômico; XI, fazendo sentir-se por toda a Baixa Idade Média.
• protecionismo alfandegário. O homem renascentista caracteriza-se pelo
individualismo, racionalismo, otimismo, naturalismo e
A balança comercial favorável foi um importan- hedonismo (paixão pelos prazeres mundanos). Esta
te mecanismo do período mercantilista europeu. Sendo nova visão de mundo era compatível com o mundo bur-
o ouro e a prata a principal moeda, neste momento, a guês (novo rico), que se contrapõe ao homem medieval,
acumulação destes metais foi resultado de uma política que preza pela ética e moral da aristocracia medieval.
de grande exportação e pouca importação, assim incre- O Renascimento não pode ser desassociado do Huma-
mentando o comércio exterior unilateralmente, gerando nismo.
nos países o germe de um nacionalismo exacerbado, O termo Humanismo é originário do Latin
o que mais tarde viria a causar guerras permanentes Humanus, que significa “cultivado”, assim podemos
entre as potências européias. entender porque o homem passa a ser valorizado, pois
implanta-se a concepção antropocêntrica (homem no
A EXPANSÃO MARÍTIMA E centro do universo) que contrapõe-se ao teocentrismo
(Deus como centro do universo) A difusão do Huma-
COMERCIAL nismo contou com a ajuda de alguns fatores importan-
O consumo das especiarias se difundiu na Eu- tes: o aperfeiçoamento da imprensa, a decadência de
ropa ocidental no período das Cruzadas. A intolerância Constantinopla (êxodo de intelectuais bizantinos para a
dos turcos sejúlcidas, novos donos da Palestina, levara Europa Ocidental), a Expansão Comercial e Marítima e
os europeus ao Oriente. Dessa forma, as Cruzadas o mecenato. Modificando o método de ensino, introdu-
abriram o Mediterrâneo às embarcações ocidentais, em zindo o estudo das línguas clássicas (latim e grego) e
especial as frotas de Gênova, Veneza e Pisa que manti- salientando a análise e a crítica na investigação científi-
nham estreitas ligações com os portos orientais, como ca, o humanismo deu as bases para o Renascimento.
Alexandria, Acra, Trípoli e Beirute. A cultura renascentista ganha força e prote-
O continente europeu possuía madeira, pedra, ção através dos financiamentos da próspera burguesia
cobre, ferro, chumbo e estanho, assim como peixe, européia, onde grandes banqueiros, comerciantes e até
carne, frutas e também linho e lã, que serviriam para Papas formavam essa elite que mantinham os intelectu-
seu agasalho, alimentação e infra-estrutura. Porém, ais e artistas renascentistas.
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A expressão do humanismo nas artes, letras, nas bibliotecas de mosteiros medievais foram decisivos
filosofia, música e ciência fomentavam o Renascimento, para o contato com as obras clássicas greco-romanas.
que teve seu apogeu entre 1490 e 1560. A Itália é o berço de uma nova cultura. Eram
Os fatores que geraram o renascimento nas cidades italianas onde o comércio de especiarias
podem ser explicados no plano econômico, social e com o Oriente proporcionava uma fabulosa eferves-
intelectual. Quando nos referimos no texto acima que cência, ocasionada pelo intercâmbio cultural, que o
“o Renascimento, foi o aprofundamento de uma série movimento florescia. Este contato era mantido princi-
de renascimentos”, nos reportamos ao renascimen- palmente com as civilizações bizantina e sarracena,
to comercial, que reativou o intercâmbio cultural do dando-se este encontro nas principais cidades mediter-
Ocidente e Oriente, onde as cidades representavam um râneas, Veneza, Pisa, Gênova, Florença e Roma. Havia
avanço no plano social. Com a urbanização estas foram ali uma dinâmica burguesia que incentivaria as grandes
o berço do Renascimento. transformações culturais.
No plano intelectual, a pesquisa e o estudo
AULA 4
A IDADE contemporânea
os séculos xviii e xix
A REVOLUÇÃO FRANCESA mãos da burguesia comercial, industrial e financeira.
O nascimento do proletariado é um outro fator
A Revolução Francesa não deve ser conside-
importante na análise dos antecedentes da Revolução
rada apenas como uma revolução burguesa. Embora
Industrial. O processo de cercamento dos campos,
esta tenha sido a ideologia e sus forma dominante,
onde os camponeses, arrendatários de terras, foram
ela foi o produto da confluência de quatro movimentos
expulsos a partir da monetarização da terra, o que au-
distintos: uma revolução aristocrática (1787/89), uma
mentou o número de desempregados nas cidades, que
revolução camponesa (1789/99) e uma revolução do
já era grande em função da falência do antigo sistema
proletariado urbano (1789/93). Também não se deve
de corporações de ofício, que, por não suportarem a
supor que a revolução tenha começado em 1789, pois
concorrência fabril, lançou um elevado número de arte-
neste ano começa a tomada do poder pela burguesia e
sãos no novo mercado de assalariados.
não o início do processo revolucionário. Este começou
em 1787, com a revolução da aristocracia (ou “Revolta
O Capitalismo Concorrencial ou Clássico
dos Notáveis”) contra a tentativa da monarquia de taxar
Tendo seu início na Inglaterra e, posteriormen-
suas terras. Foi este fato que criou condições e a opor-
te, se expandindo para a Bélgica, França, Alemanha,
tunidade para a burguesia tomar o poder. Por outro,
Itália, Países Escandinavos, Estados Unidos e Japão. O
sem a revolução dos camponeses, o regime feudal não
capitalismo Industrial e Liberal foi marcado pela forma-
seria destruído por completo e sem a contra-revolução
ção de pequenas e médias empresas, onde as indus-
da aristocracia que culminou com o apelo à interven-
trias dominavam as demais atividades econômicas.
ção estrangeira não teria se desenvolvido a revolução
do proletariado urbano. E, assim, sem este último, a
burguesia não teria resistido à invasão estrangeira e A II REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
portanto permitido que a revolução chegasse a seu Iniciada em meados do século XIX, a II Revolu-
termo lógico e historicamente possível. ção Industrial trouxe modificações tecnológicas para a
produção, que permitiram a passagem do Capitalismo
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL comercial para o Capitalismo financeiro (ou monopolis-
ta).
A sociedade européia ocidental passou, a par-
Esta nova modalidade de capitalismo nasce
tir do século XVIII, por um processo de transformação
quando os grandes bancos e instituições financeiras
radical, dando origem ao mundo capitalista contempo-
passaram a controlar, através de empréstimos e com-
râneo. Sendo assim, a Revolução Industrial não pode
pra de ações, as industrias, o comércio, a agricultura e
ser vista como um simples processo de desenvolvimen-
a pecuária. A grande concentração de capital permitiu a
to tecnológico.
formação de grandes empresas – as multinacionais.
A Idade Moderna, como fase de acumulação
Contudo, contraditoriamente ao liberalismo e o
primitiva do capital, reuniu o principal elemento neces-
laissez-faire, que possibilitou a expansão do capitalismo,
sário para a eclosão do capitalismo: concentração de
este agora passa a basear-se no monopolismo, onde
meios de produção e de vultosas somas de dinheiro nas
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Apostila história
AULA 5
A IDADE contemporânea
os séculos xX e xxi
A I GRANDE GUERRA (1914 do a superioridade da “raça alemã, o revanchismo da
França em relação à Alemanha e o pan-eslavismo, que
-1918) colocava a Rússia como “protetora” dos povos eslavos
Maurice Crouzet classificou o início do século nos Bálcãs. O assassinato de Francisco Fernando,
XX como o período do “capitalismo triunfante” (62% arquiduque herdeiro do trono austríaco em Sarajevo por
das exportações de produtos fabris e mais de 80% um estudante da Bósnia-Herzegovina, em 26 de junho
dos investimentos de capitais no exterior pertenciam à de 1914 seria a causa imediata do conflito. Na seqüên-
Europa) onde, ao lado do crescimento econômico, os cia, vieram os acontecimentos: a Áustria, apoiada pela
antagonismos entre as grandes potências imperialistas Alemanha, atacou a Sérvia, depois de ter seu ultimato
aumentavam, acarretando a formação de um grande não atendido; a Rússia preparou a defesa da Sérvia,
sistema de alianças, onde as nações tentavam organi- recebendo um ultimato alemão para desmobilizar suas
zar um bloco de sustentação de suas atuações. tropas; em agosto, a Alemanha declarou guerra à Rús-
Dos 23 Estados europeus, 20 eram monar- sia e à França; a Bélgica foi invadida pela Alemanha,
quias e apenas a França, Portugal e Suíça eram repúbli- que ignorou sua neutralidade, o que levou a Inglaterra
cas. O parlamentarismo limitava-se à França, Bélgica e declarar guerra a Alemanha e a Itália se omitiu, afirman-
Grã-Bretanha e os demais países apresentavam formas do que não ajudaria a Alemanha e a Áustria pois esses
autoritárias de governo. Socialmente, a velha Europa países não foram atacados..
Oriental a nobreza ainda predominava e nos Estados
europeus ocidentais o rápido processo de industrializa-
ção colocava a burguesia e o proletariado em oposição.
PERÍODO ENTRE-GUERRAS
A Economia Ocidental no Pós-Primeira Guerra Mundial
Fora da Europa, apenas o Japão e os Estados Unidos
Um traço distintivo do período pós-Primeira
permaneciam fora da influência européia, bem como
Guerra Mundial foi o aumento da interdependência
disputavam com essas áreas de influências.
econômica entre os países. Por um lado, aumentava a
O problema central do momento estava na
circulação geral de bens e fundos e, por outro, na hipó-
corrida imperialista e nos limites da divisão econômica
tese de uma crise, esta teria também caráter mundial.
do mundo. O crescimento alemão nos ramos da side-
Até o início da Primeira Guerra, as grandes potências
rurgia, da química, dos transportes e nas manufaturas
industriais reservavam mercados para obter matérias-
de instrumentos científicos acarretou um desequilíbrio
-primas e colocar seus produtos manufaturados. A Pri-
econômico na Europa, o que fortaleceu as rivalidades
meira Guerra mudou esse panorama. Os países aliados
com a Inglaterra, até então a potência econômica-finan-
passaram a depender dos EUA, como fornecedores
ceira do mundo.
de capitais e produtos para o esforço de guerra. Ao
No ponto de vista ideológico, essas rivalidades acende-
término da Primeira Guerra, a Europa dependia muito
ram os nacionalismos europeus, que vinham disfarças
dos EUA.
os interesses imperialistas o pan-germanismo, afirman-
Após o término do conflito, os EUA forneceram
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capitais para a reconstrução da economia européia renda (enquanto nos Estados Unidos os 5 % mais ricos
que, num intervalo relativamente curto (1918/1924), entre 1929-41 a fatia da renda nacional caiu 20 % , na
conseguiu recuperar-se. Essa recuperação provocou Alemanha os mesmos 5 % ganharam 15 % da renda no
efeitos diretos na economia norte-americana. Os países esmo período) o nazismo, em especial, recebeu uma
europeus procuraram dinamizar suas respectivas generosa benevolência do grande capital.
produções e tornarem-se menos dependentes dos pro- Na América Latina houve a influência aberta e
dutos norte-americanos. Durante e logo após a guerra reconhecida desta corrente da extrema direita. Não citar
os empresários agrícolas norte-americanos haviam Jorge Eliezer da Colômbia, Juan Domingo Peron da
investido muito na aquisição de terras, equipamentos, Argentina e Getúlio Vargas seria uma grande injustiça
e todo o necessário para atender à demanda crescente O Fascismo contribuiu para a unidade contrária quando
dos mercados internos e externos. A partir de 1924, combate todos (liberais, comunistas, socialistas e
após exuberantes colheitas, há uma queda na procura e outros regimes democráticos), o que o responsabiliza,
os preços começam a cair. Os agricultores precisavam sem dúvida pelo início da Segunda Grande Guerra.
vender seus produtos para saldar dívidas e hipotecas, Desta forma, a Era das Catástrofes marcou
mas não conseguem fazê-lo, o que agradava o quadro. profundamente a história da Europa e de boa parte do
No mercado de títulos e valores havia um clima mundo globalizado. Muitas vezes nos pegamos frente
de euforia. Facilitava-se o crédito para que pequenos à miséria humana de nosso cotidiano, onde verdadei-
investidores comprassem ações na bolsa. Os grandes ros farrapos humanos tentam sobreviver pelas ruas de
investidores especializaram-se no negócio de compra nossas cidades e isto nos tira a sensibilidade de quan-
e venda de ações fazendo fortunas de um dia para o tificar como esse período foi arrasador e transformador
outro. Dinamizava-se o mercado financeiro e investiam- principalmente para o ocidente. Com tantas catástrofes
-se menos no setor produtivo. brasileiras não sei se seria tão importante evidenciar
mais esta. Mas já o fizemos.
Ascensão do nazi-fascismo
• Os fascistas: Exigindo uma mobilidade de massas
de baixo para cima, os fascistas apresentavam algumas
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Quase todos os historiadores concordam que
características marcantes tal como o anticomunismo,
a causa diplomática mais profunda da Segunda Guerra
o anticapitalismo, o antiparlamentarismo, o corporati-
Mundial tem sua origem no Tratado de Versalhes,
vismo, uma forte intervenção do estado na economia,
assinado entre as potências vencedoras da Primeira
o irracionalismo e o racismo, que a princípio desenvol-
Grande Guerra (EUA, Inglaterra, França) e as vencidas
veu o anti-semitismo na Alemanha e, a partir de 1938,
(a Alemanha e a Áustria). A Alemanha se viu despojada
também esteve presente na Itália. (Alemanha, Itália,
da Alsácia-Lorena (que havia conquistado na guerra
Hungria, Romênia e outros)
franco-prussiana de 1870) e teve de ceder à Polônia
Antiliberal, condenavam o Iluminismo, trazendo
uma faixa de território que lhe dava acesso ao Mar
assim a simpatia da igreja católica e denunciavam a
Báltico (o chamado corredor polonês). A cidade alemã
emancipação liberal das mulheres. Tendo como base
de Danzig passaria ao controle da Liga das Nações e
de legitimidade o apoio das massas e ideologias que
o território do Sarre, rico em carvão foi cedido por um
fabricavam um passado perfeito que nunca existiu, os
período de 15 anos à França. Também foi vedado à Ale-
fascistas combatiam as massas organizadas principal-
manha possuir um exército superior a 100 mil homens
mente a partir das guerras , conseguindo desta maneira
exigiu-se a desmilitarização da Renânia (região frontei-
reforçar o conservadorismo de vários segmentos
riça com a França), assim como o desmantelamento
sociais. O medo dos grandes movimentos migratórios,
das fortificações situadas a 50 km do rio Reno. Viu-se
internos e externos, o esmagamento promovido pelas
compelida a entregar todos os navios mercantes cuja
grandes empresas e a crise econômica aproximava
tonelagem ultrapassasse a 1.600 toneladas e ceder
as camadas médias e médias baixas ao fascismo.
gado, carvão, locomotivas, vagões, cabos submarinos,
Estudantes (13 % dos fascistas da Itália antes de 1921)
etc. A quantidade da sua dívida com os aliados foi
e ex-soldados (57% dos primeiros fascistas italianos).
fixada na Conferência de Bologna (21 de junho de 1920)
Alimentavam o anticomunismo como carro
em 269 bilhões de marcos-ouro a serem pagas em 42
chefe, responsável pela ameaça à ordem social.
anualidades. Não poderia desenvolver pesquisas bé-
O apoio do grande capital ao nazi-fascismo não veio
licas, possuir submarinos ou realizar projetos militares
no início nem tão pouco foi incondicional, entretanto
(aviões, canhões, etc.).
no momento em que a grande depressão ameaçou a
reprodução capitalista, esse casamento é facilmente
identificado. Pelo fato de eliminar a revolução social PERÍODO PÓS-SEGUNDA
de esquerda, controlar sindicatos e outros limitado- GUERRA MUNDIAL
res dos empresários e favorecer a concentração de Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a
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Apostila história
Europa se encontrava completamente destruída: milha- siva na construção de uma nova ordem mundial. Estes
res de mortos, parques industriais e regiões agrícolas acontecimentos e o triunfo da globalização econômica
arrasadas, cidades desestruturadas, desemprego, eco- levaram, então, à caracterização da era vindoura, a par-
nomia instável e profundos problemas sociais. Os EUA, tir de duas perspectivas englobando os planos diplo-
no entanto, saíram beneficiados do conflito, estando mático, militar e estratégicos: a unipolar, na qual os EUA
em condições de financiar a recuperação dos países adquirem uma posição dominante, principalmente pela
destruídos. falta de adversários à altura e a multipolar, que respei-
Os EUA emergiram da Segunda Guerra com tando os elementos-chave da unipolaridade, trabalha a
seu parque industrial em expansão – absorvendo a perspectiva eco nômico-tecnológica.
massa de desempregados da Grande Depressão – Tal paradoxo é explicável pela pressuposição
além de o país ter sofrido poucas perdas humanas e do caráter transitório do sistema internacional – de-
destruição material. Sua economia tornou-se mundial- sordem mundial, que se direciona para um período
mente dominante, seno que sua produção industrial, pós-hegemônico, caracterizado pela diluição (e não
em 1945, correspondia a 60% da produção mundial, redução) do poder. A percepção da posição contradi-
ao passo que seus antigos rivais (Alemanha, Itália e tória dos EUA, unipotência militar no mundo multipolar
Japão) estavam semidestruídos e mesmo seus aliados econômico-tecnológico, leva o país a redirecionar
capitalistas tornaram-se seus devedores (é o caso de seu poder e reorganizar o sistema internacional para
Inglaterra e França). A derrota do nazi-fascismo marcou diminuir os custos e fortalecer a posição alcançada
o triunfo de uma forma de capitalismo cosmopolita, sob durante a Guerra Fria. Para tanto, passou a aprofundar
a liderança dos EUA. sua ascendência sobre os instrumentos internacio-
A União Soviética, por sua vez, devido ao nais – institucionais e de mercado – como forma de
papel determinante para a vitória sobre a Alemanha manter sua posição de poder. A ampliação da OTAN,
no flanco da Europa oriental e com sua força militar a transformação do GATT em OMC, o crescente poder
(mesmo com as baixas decorrentes do conflito) surgia atribuído ao FMI a ao Banco Mundial e a própria ONU
como força política e diplomática. O país passara a ter compõem este processo de projeção (e consolidação)
seus interesses reconhecidos em uma esfera de influ- internacional do poderio norte-americano.
ência junto às fronteiras européias,ao mesmo tempo A Nova Ordem Mundial idealizada pelos EUA
que a presença do Exército Vermelho na Europa central apostava num papel renovado para as Nações Unidas
e no Extremo Oriente, bem como o fortalecimento da e outras organizações internacionais, com o objetivo
esquerda em termos mundiais acentuavam o poderio declarado de expandir a democracia e o livre merca-
soviético. do. Dentro deste esquema, a OTAN representava uma
A situação hegemônica dos EUA em nível prioridade e um modelo ideal. Enquanto tal estratégia
mundial lhe permitiu a estruturação de uma ordem mantinha os aliados subordinados à uma estratégia
mundial quase inteiramente a seu molde, conhecida geral ela repartia os custos com estes mesmos países.
como Pax Americana. No plano político-militar, o país pelos Estados Unidos e França, visando a despetar os
dominava os mares, possuía bases aéreas navais, além sentimentos nacionalistas das inúmeras nacionalidades
de exércitos, em todos os continentes, bem como a submetidas ao jugo dos velhos impérios.
bomba atômica e uma aviação estratégica. No plano
econômico, o dólar impôs sua vontade aos países ca-
pitalistas com a Conferência de Bretton Woods (1944),
com a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI)
e o Banco Mundial. Devido a debilidade dos demais
Estados, o capitalismo norte-americano tornou-os
tributários de sua economia graças à utilização do dólar
enquanto principal moeda do comércio internacional.
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AULA 6
brasil colônia
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Apostila história
mento dos colonos, por isso o incentivo à implantação África ocidental, Sudão egípcio e da costa norte do Gol-
dos engenhos, a organização de feiras regulares, entre fo da Guiné e os bantos (angolas, bengalas, monjolos,
outras ações. Trazidos de Cabo Verde, Tomé de Souza moçambiques), da África equatorial e tropical, de parte
distribuía, como forma de pagamento de soldos, gado do Golfo da Guiné, do Congo, Angola e Moçambique.
bovino (Garcia d`Ávila, criado do governador-geral, Os centros importadores mais importantes
recebeu duas cabeças de gado e, dois anos depois, já foram Salvador, que contava com o fumo como forte
possuía duzentos, o que iria lhe transformar em um dos moeda de troca, e o Rio de Janeiro, que recebeu princi-
maiores latifundiários da história da América). palmente escravos de Angola.
Com a fundação de Salvador é introduzida a
organização das câmaras, chamadas em Portugal de
concelhos.
A Grande Propriedade Agro-
exportadora
A monocultura voltada para o mercado exter-
O Trabalho Compulsório no, com o uso da mão-de-obra escrava caracteriza o
A falta de trabalhadores europeus que pudes-
plantation. Todavia, estudos recentes demonstram que
sem migrar para a América levou Portugal a pensar
a Coroa não estimulava apenas esse tipo de ocupação.
uma forma de mão-de-obra conveniente para os fins
A plantação voltada para o mercado interno também
da colonização. Inicialmente, o índio foi utilizado mas,
era incentivada. E mais. Não se pode esquecer a impor-
em seguida substituído lenta e parcialmente pelo negro.
tância de brancos e pequenos proprietários, bem como
Essa substituição foi bastante heterogênea. Nos centros
um campesinato.
econômicos mais prósperos ela ocorreu de forma
Outro ponto geralmente esquecido pela
menos demorada (açúcar) e nos menos prósperos (São
historiografia tradicional é a acumulação urbana. A
Paulo), apenas no século XVIII, com a descoberta do
acumulação de capitais nas mãos de um reduzido, mas
ouro, os índios foram substituídos pelos negros.
poderoso grupo, principalmente a partir do século XVIII,
A escravização do índio (em decorrência das
no Rio de Janeiro, por capitais investidos no tráfico de
guerras justas, guerras defensivas, ou como punição
escravos. Esse importante grupo diversificava sua atu-
pela prática da antropofagia, ou pela compra de prisio-
ação em investimentos em prédios urbanos, na usura e
neiros de outras tribos) contou com uma grande rede
nas operações de importação e exportação.
de resistência dentro do quadro dos interesses colo-
O Estado e Igreja Católica foram as duas ins-
niais: a inexistência do trabalho intensivo e da escravi-
tituições básicas na administração do mundo colonial.
dão nas suas estruturas sociais; a facilidade das fugas
Ao Estado coube o papel de garantir a soberania por-
em massa, por estarem em seus territórios e as catástro-
tuguesa sobre o Brasil, desenvolver sua administração
fes demográficas provenientes das epidemias (sarampo,
e o povoamento, resolver os problemas decorrentes da
varíola, gripe, etc.) que, entre 1562 e 1563 mataram,
mão-de-obra e consolidar o sistema colonial.
somente no litoral, 60 mil índios. Em 1758, a Coroa deter-
minou a libertação dos índios de forma definitiva.
Assim, em 1570 incentivou-se a importação As Divisões Sociais
de escravos africanos e, no final do mesmo século, o O princípio da pureza do sangue era o princi-
comércio de escravos já estava estruturado e lucrativo. pal fator de distinção e discriminação social. Cristãos-
Muitos escravos negros tinham suas origens em socie- -novos, negros, mesmo livres, índios e muitos mestiços
dades que já conheciam o uso do ferro e da criação de não podiam ocupar cargos de governo, receber títulos
gado, o que facilitou o processo de aculturamento. de nobreza ou participar de irmandades. Todavia, a
Calcula-se que, na primeira metade do século principal forma discriminatória era a separação de pes-
XVII o custo do escravo, na economia açucareira, era soas e não-pessoas, livres e escravos, considerados
amortizado em 16 meses e, no século XVII, quando seu juridicamente como coisas.No fim do período colonial
custo subiu bastante, em 30 meses. Estima-se que entre negros e mulatos representavam 75 % da população de
1550 e 1850 entraram no Brasil 4 milhões de escravos Minas Gerais, 68% de Pernambuco, 79% da Bahia, 64%
pelos portos, maioritariamente, jovens do sexo masculino. do Rio de Janeiro e 44% de São Paulo.
A Guiné (Bissau e Cacheu) e a Costa da Mina fo- Os cativos não eram todos usados na lavoura.
ram as regiões que mais forneceram escravos para o Brasil Houve cativos alugados para prestação de serviços e,
no século XVI. A partir do século XVII, as regiões mais ao nos centros urbanos, havia os escravos de ganho, que
sul, Congo e Angola, assumiram esse papel, pelos portos prestavam serviços ou vendiam mercadorias, pagando
de Luanda, Benguela e Cabinda. Já no século XVIII, 70 % para os seus senhores uma taxa diária ou semanal.
dos escravos negros tinham sua origem em Angola. Outro dado importante é a quantidade de
Numa classificação reducionista costuma-se africanos e afro-brasileiros livres ou libertos. No início
classificar os escravos negros em dois grupos: os su- do século XIX, 42% da população negra ou mulata eram
danese (iorubas, jejes, tapas, hauçás) provenientes da formados por esses.
11
As pessoas livres da colônia dividiam-se em número de pequenos proprietários.Segundo Ciro Car-
três grupos: nobreza, clero e o povo e na hierarquia das doso, é possível perceber quatro fases na história do
profissões o “ser senhor de engenho” correspondia, no trabalho durante o período colonial:
Brasil, aos títulos de fidalgos do reino, enquanto as ativi- 1) 1500-1532: economia extrativa baseada no escam-
dades comerciais eram colocados em segundo plano. bo com os indígenas, com a construção de feitorias
costeiras, onde se acumulavam pau-brasil, pássaros e
As relações de trabalho no animais da terra e uns poucos escravos indígenas que
ficavam à espera das embarcações;
mundo colonial 2) 1532-1600: época onde predominou a escravidão
Até a década de 1960, a historiografia brasilei- indígena, pois com o início da atividade açucareira e
ra foi tomada por uma “obsessão plantacionista” (tudo a exigência de alimentos para a população européia e
no Brasil era grande propriedade com mão-de-obra africana, a relação inicial com os indígenas foi radical-
escrava), ao mesmo tempo que se alimentava a idéia mente alterada;
que, na pecuária, a quase inexistência desse tipo de 3) 1600-1700: consolidação do modelo “clássico” da
trabalhador fosse uma verdade quase que absoluta. A plantation, que teria favorecido largamente os comer-
colônia como um simples complemento da economia ciantes estabelecidos no Rio de Janeiro e Salvador,
metropolitana e a propriedade da terra como elemento muito mais do que àqueles estabelecidos em Lisboa;
definidor da posição social completavam um número 4) 1700-1822: onde ocorreu uma maior diversidade eco-
significativo de pontos inquestionáveis a cerca da Histó- nômica, principalmente em função da mineração, com
ria do Brasil Colônia. o surgimento de uma rede urbana.
Contudo, trabalhos mais recentes de historia- Não podemos achar que o mundo dos escra-
dores como Hebe Mattos de Castro, João Luís Fragoso, vos se apresentava de forma homogênea. A primeira di-
Sheila Melo e Francisco Carlos Teixeira demostram ferença aparecia entre os escravos recém-chegados, os
que a realidade colonial era muito mais complexa que “boçais” e os que já entendiam o português, os “ladino”.
àquela denunciada por Caio Prado Júnior ou Fernando A segunda estaria relacionada com a atividade . Os mais
Novais . Esses novos estudos denunciam, por exem- desgraçados eras os escravos do campo, seguidos por
plo, que na Bahia, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro aqueles que trabalhavam nos engenhos de açúcar, nos
ou em São Paulo, o número de grandes propriedades meses de moagem e preparação dos produtos.
escravistas era reduzido, quando comparado com o
AULA 7
brasil império
12
Apostila história
permaneceu monárquica entre todas as repúblicas Cabanagem, no Pará (1835-1840), a Sabinada, na Bahia
nascentes. A presença da corte na região fluminense é (18371838), a Balaiada, no Maranhão (1838-1840) e a
o principal fator que justifica o fato das elites agrárias do Farroupilha, no Rio Grande do Sul (1836-1845).
Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais lutarem pela
permanência das estruturas coloniais, pois assim os
seus interesse econômicos que durante tanto tempo se A Política do Período Regencial
fundiram com os interesses da Coroa fossem mantidos Os embriões dos futuros partidos Conserva-
inalterados. dor e Liberal foram gerados no período regencial. Os
Conservadores reuniram magistrados, burocratas, uma
A REGÊNCIA (1831-1840) parte dos proprietários rurais, especialmente do rio de
Janeiro, Bahia e Pernambuco e grandes comerciantes.
Sendo um período de muitas agitações sociais, a
Os liberais contavam com o apoio da pequena classe
Regência apresentou-se como uma fase de extrema
média urbana, alguns padres e proprietários rurais de
importância para história do Brasil, em especial nas
áreas não tradicionais, principalmente de São Paulo,
questões de centralização ou descentralização, o grau
Minas e Rio Grande do Sul.
de autonomia das províncias e a organização das
Em 1835, o Padre Feijó derrotou Holanda Ca-
forças armadas.
valcanti, proprietário rural de Pernambuco, assumindo
A falta de consenso entre as elites locais e a
a regência una até 1837, quando renunciou, pressiona-
falta de clareza em relação ao papel do Estado foram
do pelo congresso por não Ter agido com mais força
os principais fatores da difícil governabilidade do perí-
contra os revoltosos farroupilhas. Pedro de Araújo Lima,
odo. Os liberais moderados formaram a principal ten-
futuro Marquês de Olinda, senhor de engenho em Per-
dência política da regência, destacando-se os políticos
nambuco, foi eleito para substituir o padre Feijó, simbo-
de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, contando
lizando o início do “regresso”, o reforço ao autoritarismo
também com um número significativo de padres, muitos
centralista. Em maio de 1840, uma “interpretação” do
proprietários de terras e de escravos, destacando-se
Ato Adicional, retirou das províncias algumas de suas
Bernardo Pereira de Vasconcelos (magistrado mineiro
vantagens, como a escolha e nomeação de funcioná-
formado em Coimbra), o Padre Diogo Feijó (paulista,
rios públicos, todo o aparelho administrativo e judiciário
futuro regente) e Evaristo da Veiga (responsável pelo
voltou às mãos do poder central, com exceção dos
jornal Aurora Fluminense, o mais importante jornal libe-
juizes de paz, tendo cada capital da província um chefe
ral da época).
de polícia nomeado pelo ministro da Justiça.
Esse processo de “regresso” se completou
As Revoltas Provinciais
com uma reforma na Guarda Nacional. Caberia a Guar-
Resultado de questões específicas, as revoltas
da Nacional a permanência da ordem e a defesa dos
regenciais apresentaram em comum as dificuldades de
grupos dominantes, em nível local, ficando o exército
vida e as incertezas da organização política. O forta-
com a função de administrar as disputas, garantir as
lecimento dos poderes provinciais em decorrência do
fronteiras e manter a estabilidade geral do país.
Ato Adicional de 1834 aumentou consideravelmente
a disputa interna pelo poder local.No Rio de Janeiro,
entre 1831 e 1832, houve cinco levantes, o que colocou, O SEGUNDO REINADO (1840-
inclusive, a vida do imperador em perigo.
“Muito diferente dessas revoltas foi a Guerra
1889)
Em julho de 1840, com apenas catorze anos
dos Cabanos, em Pernambuco, entre 1832 e 1835, um
de idade, assume ao trono D. Pedro II, em decorrência
movimento essencialmente rural que se diferenciou
de um golpe dado pelos liberais em cima dos conser-
também das anteriores insurreições pernambucanas,
vadores. Fazendo uma “interpretação” do Ato Adicional,
por seu conteúdo. Os cabanos reuniam pequenos
os liberais anteciparam a maioridade do Imperador.
proprietários, trabalhadores do campo, índios, escra-
Não tardaram e várias revoltas provinciais
vos e, no início, alguns senhores de engenho. Lutaram
contrárias às tentativas centralizadoras explodiram no
em nome da religião, pelo retorno do imperador contra
Brasil. Em 1842, duas províncias, São Paulo e Minas
os chamados “carbonários jacobinos”. Os cabanos
Gerais foram afetadas por rebeliões. Em São Paulo,
contaram com o apoio de comerciantes portugueses
destacou-se a figura do padre Feijó e Campos Verguei-
do Recife e de políticos restauracionista na capital do
ro e, em Minas Gerais, Limo de Abreu e Teófilo Ottoni.
Império.
No Rio de Janeiro, Joaquim de Sousa Breves, cafei-
Depois de uma guerra de guerrilhas, os rebel-
cultor e o homem mais rico da província opunha-se ao
des foram afinal derrotados, ironicamente, por Manuel
governo central por tentar combater a sonegação de
Carvalho Pais de Andrade, a mesma pessoa que pro-
impostos sobre o café e tomar medidas de combate ao
clamara em 1824 a Confederação do Equador.
tráfico de escravos
Após o Ato Adicional de 1834, ocorreram a
Pouco depois, em 1848, eclode em Pernambu-
13
co a Revolução Praieira. Tendo a Rua da Praia, no Recife, manutenção da autonomia provincial.
a sede do Jornal – O Diário Novo – o “maligno vapor per-
nambucano” agora também era formado pelas críticas A economia cafeeira
sociais e pelo socialismo. Antônio Padre de Figueiredo, A introdução do cafeeiro no Brasil foi obra de
apelidado de Cousin Fusco, denunciava em seu periódi- Francisco de Melo Palheta, que em 1727 introduziu no
co – O Progresso – que os grandes males da província Pará as primeiras sementes, chegando o produto no
eram a forte concentração de terras nas mãos de poucos Rio de janeiro em 1760.
e o monopólio do comércio pelos estrangeiros. A primeira região que abrigou uma expansão
Tendo como base no campo senhores de do café foi o Vale do Paraíba (terra virgem disponível e
engenho ligados ao Partido Liberal, que reclamavam clima favorável), sem contar com a proximidade do por-
a perda da província para os conservadores, a Praiei- to do rio de Janeiro, favorecendo a exportação em larga
ra contou no seu núcleo urbano com o destaque de escala. Os estudos recentes demonstram que a origem
Borges da Fonseca, que sustentava o federalismo, a dos primeiros proprietários não era muito privilegiada
abolição do Poder Moderador, a expulsão dos por- (comerciantes, pequenos proprietários e militares).
tugueses, a nacionalização do comércio a varejo e o Havia uma total indefinição dos limites da terra,
sufrágio universal. até porque os títulos , muitas vezes, se sobrepunham,
Por essas coisas da política, não foram os ficando a propriedade real nas mãos dos mais fortes.
conservadores que orquestraram o golpe da maiorida- Na base da produção extensiva, assim que ocorria o
de e sim os liberais. D. Pedro chega ao trono com 14 esgotamento do solo, novas áreas eram cultivadas e o
anos, em junho de 1840. uso do arado somente é registrado a partir de 1870, nas
zonas novas de São Paulo. Calcula-se que nas lavouras
Partidos: semelhanças e diferenças fluminenses um escravo tratava de 4 até 7 mil pés de
O Partido Conservador e o Partido Liberal, café.
completaram sua formação de agremiação política em Um elemento importante na atividade era o
1831. Muito se afirma que estes partidos eram quase comissário. Estabelecidos nos portos, esses funciona-
idênticos, não fossem algumas rivalidades pessoais. vam como intermediários entre produtores e exportado-
Tanto, que ficou célebre uma frase atribuída ao políti- res. Todavia, a exportação sempre esteve nas mãos de
co pernambucano Holanda de Cavalcanti: “Nada se grandes companhias inglesas e americanas.
assemelha mais a um ‘saquarema’ do que um ‘luzia’ no O consumo do produto se expandiu principal-
poder”. “Saquarema”, nos primeiros anos do II Reinado, mente para o mercado americano e europeu e, embora
era o apelido dos conservadores. Deriva do município a Inglaterra não fosse uma consumidora de peso, o
fluminense de Saquarema, onde os principais chefes Brasil dependia essencialmente dela para conseguir
do partido possuíam terras e faziam forte número de créditos e empréstimos.
votos. “Luzia” era o apelido dos liberais, em alusão a O café deslocou definitivamente o pólo
Vila de Santa Luzia, Minas Gerais, onde ocorreu a maior dinâmico do Brasil para o centro-sul, transformando o
derrota destes, no curso da Revolução de 1842. nordeste em área periférica, principalmente a partir de
O Partido Conservador, nas décadas de 1840 1870. Dessa forma, o Império brasileiro passava a ter
e 1850, representava uma coalizão de proprietários uma nova base de legitimidade e um novo produto de
rurais e burocratas do governo, além de uma parcela de exportação: os barões de café.
comerciantes preocupada com as agitações urbanas.
O Partido liberal reunia, principalmente, proprietários A Modernização Capitalista
rurais e profissionais liberais. O ano de 1850 foi ímpar no seu grau de trans-
O Partido Liberal, a partir de 1870, defendia formação da economia brasileira: Extinguiu-se o tráfico
em seu programa a eleição direta nas maiores cidades; de escravos, promulgou-se a Lei da Terra, centralizou-
Senado temporário; a diminuição do poder do Conselho -se a Guarda Nacional e foi aprovado o primeiro código
de Estado; a garantia de liberdade de expressão, e de Comercial.
comércio, etc.; a abolição gradual do tráfico. A libertação de capitais resultante do fim da
Geograficamente os conservadores possu- importação de escravos incentivou várias atividades
íam sua base de apoio na Bahia e em Pernambuco, comerciais e financeiras. Industrias, bancos e tantos
enquanto os apoiavam-se em São Paulo, Minas Gerais outros novos investimentos somavam-se ao aumento
e o rio Grande do Sul. Os grandes proprietários da dos impostos sobre às importações, responsável pelo
Bahia e Pernambuco apoiavam um governo centraliza- aumento, em duas vezes, da arrecadação do Estado,
do, devido as lutas por autonomia de caráter regional. davam novos ares para o Rio de Janeiro e São Paulo.
Em São Paulo e Minas Gerais, um novo setor surge das Irineu Evangelista de Souza, Barão de Mauá, foi o maior
transformações socioeconômicas: os cafeicultores as- expoente desse novo momento da história econômica
sumiram a bandeira da descentralização política, para a do país.
14
Apostila história
A melhoria deveria passar pela melhoria no Com o fim da escravidão, as novas relações
sistema de transportes, que veio com novos investi- de produção no Vale do Paraíba evoluíram para a forma
mentos não só do Estado como também da iniciativa de parceria, em que o trabalhador recebia uma faixa
privada. de terra para garantir sua sobrevivência em troca do
Por volta de 1850, a economia cafeeira do Vale trabalho nas lavouras de café. Nos períodos de safra,
do Paraíba chegou ao seu auge. Vassouras, conside- trabalhadores assalariados sazonais eram contratados.
rada a capital do café, e Cantagalo destacavam-se na A respeito da “decadência” do café fluminense
área fluminense. Bananal e Areias constituíam os maio- é importante salientar a impossibilidade de se generali-
res centros produtores em São Paulo. Na Zona da Mata zar para toda província. Áreas como Campos, Capivari
Mineira, Muriaé, Leopoldina, Juiz de Fora, Cataguases e ou Rio Bonito não podem estar incluídas em um quadro
Carangola vinculavam-se à produção cafeeira. de crise econômica.
AULA 8
REPÚBLICA VELHA
Os vários grupos que disputaram o poder tinham armado opôs brasileiros e bolivianos na disputa pelo Acre.
interesses diversos e divergiam em suas concepções de Uma solução negociada resultou no Tratado de Petrópolis
como organizar a República. Os representantes políticos (1903), pelo qual a Bolívia reconheceu a soberania brasi-
da classe dominante das principais províncias – São Paulo, leira no Acre, recebendo em troca uma indenização de 2,5
Minas Gerais e Rio Grande do Sul – defendiam a idéia da milhões de libras esterlinas.
República federativa, que asseguraria um grau considerável A República concretizou a autonomia estadual,
de autonomia às unidades regionais. O PRP e os políticos dando plena expressão aos interesses de cada região. Isso
mineiros sustentavam o modelo liberal, sendo os republica- se refletiu no campo da política através da formação dos
nos gaúchos, positivistas. partidos republicanos restritos a cada Estado e, se havia
O marechal Deodoro da Fonseca tornou-se um traço comum na forma pela qual essas oligarquias
chefe do governo provisório e algumas dezenas de oficiais monopolizavam o poder político, havia também diferenças
foram eleitos para o Congresso Constituinte. Existiam ainda nas suas relações com a sociedade.
diferenças pessoais de concepções entre os militares, Em São Paulo, a elite política oligárquica esteve
separando os partidários de Deodoro e de Floriano Peixoto. mais próxima dos interesses dominantes, ligados à econo-
Em torno do Velho marechal, reuniam-se os chamados mia cafeeira e, com o tempo, também com a industrial.
tarimbeiros, quase todos veteranos da Guerra do Paraguai. Tanto a oligarquia gaúcha como a mineira, que
Muitos desses oficiais não haviam freqüentado a Escola controlavam respectivamente o PRR e o PRM tiveram
Militar e recebido a influência do positivismo. bastante autonomia em suas relações com a sociedade. O
Embora Floriano não fosse positivista e tivesse PRR impôs-se como uma máquina política forte, inspirada
participado também da Guerra do Paraguai, os oficiais em uma versão autoritária do positivismo, arbitrando os
que se reuniam à sua volta possuíam outras característi- interesses de estancieiros e imigrantes em ascensão. A
cas. Eram jovens que haviam freqüentado a Escola Militar oligarquia mineira também não foi “pau mandado” de cafei-
e recebido a influência do positivismo. Pela natureza de cultores ou criadores de gado.
suas funções, pelo tipo de cultura desenvolvida no interior Como o voto não era obrigatório e o povo, em re-
da instituição, os oficiais do Exército, positivistas ou não, gra, encarava a política como um jogo entre os grandes, a
posicionavam-se como adversários do liberalismo. porcentagem de votantes oscilou entre um mínimo de 1,4%
Recebida com restrições da Inglaterra, a procla- da população total do país (Afonso Pena) e um máximo
mação da República brasileira foi saudada com entusiasmo de 5,7% (Júlio Prestes). E, ainda, o voto não era secreto e a
na Argentina e aproximou os Estados Unidos. O nítido maioria dos eleitores estava sujeito à pressão dos chefes
deslocamento do eixo da diplomacia brasileira de Londres políticos bem como também havia a fraude eleitoral através
para Washington se deu com a entrada do Barão do Rio da falsificação de atas, do voto de mortos, dos estrangei-
Branco para o Ministério das Relações Exteriores (1902- ros, etc.
1912), que tentou sem êxito implantar um acordo estável Confrontando-se as eleições para a última legis-
entre Argentina-Brasil-Chile, conhecido como ABC. latura do Parlamento imperial (1886) com a primeira eleição
Na gestão do Barão do Rio Branco, o Brasil de- para a presidência da República, em que votaram eleitores
finiu questões de limites com vários países da América do de todos os Estados (1898), verificamos que a participação
Sul, entre eles o Uruguai, o Peru e a Colômbia. Um conflito eleitoral aumentou 400 %.
15
AULA 9
A Revolução Neolítica: a passagem da economia coletora para a
economia produtora.
Para responder às questões 1 e 2, analise o quadro a seguir, que esquematiza a história da Terra
primeiras angiospermas
145
JURÁssiCo
208
primeiros vestígios
de vida primeiros vestígios
de vida
primeiros peixes primeiros vestígios primeiros vestígios
de vida de vida
0 formação da terra 0 formação da terra 0 formação da terra 0 formação da terra 0 formação da terra
16
Apostila história
AULA 10
A Revolução Urbana: da barbárie à civilização.
1. Para o registro de processos naturais e sociais anos. A partir dessa região, localizada no extremo
noroeste do continente americano, esses grupos e
devem ser utilizadas diferentes escalas de tempo. Por
seus descendentes teriam migrado, pouco a pouco,
exemplo, para a datação do sistema solar é necessária
para outras áreas, meio de estudos arqueológicos
uma escala de bilhões de anos, enquanto que, para
realizados no Parque Nacional da Serra da Capivara
a história do Brasil, basta uma escala de centenas de
(Piauí), foram descobertos vestígios da presença
anos.
humana que teriam 50 mil anos de idade.
Assim, para os estudos relativos ao surgimento da vida
Validadas, as provas materiais encontradas pelos
no Planeta e para os estudos relativos ao surgimento
arqueólogos no Piauí
da escrita, seria adequado utilizar, respectivamente,
a) comprovam que grupos de origem africana cruza-
escalas de:
ram o oceano Atlântico até o Piauí há 18 mil anos.
b) confirmaram que o homem surgiu primeiramente
Vida no Planeta Escrita
na América do Norte e, depois, povooi os outros
a) Milhares de anos Centenas de anos
continentes.
b) Milhões de anos Centenas de anos
c) contestam a teoria de que o homem americano
c) Milhões de anos Milhares de anos
surgiu primeiro na América do Sul e, depois, cruzou
d) Bilhões de anos Milhões de anos
o estreito de bering.
e) Bilhões de anos Milhares de anos
d) confirmam que grupos de origem asiática cruza-
ram o Estreito de Bering há 18 mil anos.
2. Segundo a explicação mais difundida sobre o po- e) contestam a teoria de que o povoamento da Amé-
voamento da América, grupos asiáticos teriam chegado rica teria iniciado há 18 mil anos.
a esse continente pelo Estreito de Bering, há 18 mil
AULA 11
O cuidar de si para poder cuidar dos outros: do nascimento da
filosofia à formação da democracia ateniense.
17
C) I e II. em virtude do caráter patriarcal das instituições sociais
D) I e III. da Antiguidade; já na contemporaneidade, importantes
E) II e III. movimentos femininos, como a luta por direitos nas
décadas de 1970 e 1980 e os efeitos da expansão da
2. Enem - Produções cinematográficas têm-se valido,
democracia, permitiram às mulheres forte inclusão
social, igualando-se ao homem em praticamente todos
em toda sua trajetória,de momentos históricos para
os setores sociais.
poder definir a estética empregada nos filmes, promo-
vendo algumas alterações de conteúdo para ressigni-
ficar certos períodos da História abordados nas obras. 3. A democracia, na Atenas do Período Clássico
Foi o que aconteceu, por exemplo, no filme 300, do (século V a.C.), correspondeu à participação direta dos
diretor Zack Snyder. Baseado numa obra quadrinística, cidadãos nos assuntos públicos. Contudo, o critério
estilizada pelo desenhista Frank Miller, o filme abordou para essa participação excluiu muitos dos integrantes
diversos pontos da estrutura social da cidade-Estado da sociedade. A democracia contemporânea foi inspira-
grega, analisando inclusive o papel da mulher, dando- da nas discussões dos antigos, porém correspondeu à
-lhe acentuado destaque. No entanto, uma pessoa acomodação, a anseios populares de participação polí-
consciente do papel desempenhado pelas mulheres tica e às demandas vinculadas ao feminismo no século
em Esparta, e também na outra grande cidade-Estado XX. Assinale a alternativa que apresenta1 corretamente
grega, Atenas, perceberia diferenças entre a realidade algumas diferenças entre a democracia ateniense e a
da Grécia Antiga, apresentada no filme, e a realidade da democracia contemporânea.
mulher no século XXI. a) A democracia ateniense foi marcada pela partici-
Assinale a alternativa a seguir que analisa corretamente pação política por meio de eleições livres dos repre-
essas diferenças: -sentantes do povo e pelo envolvimento dós metecos
a) Na sociedade espartana, como foi bem retratado (aristocratas), enquanto a democracia contemporânea
no filme, a mulher possuía papel de destaque, uma diz respeito à quebra de uma ordem aristocrática com a
vez que os homens dedicavam sua vida à guerra e à participação direta dos cidadãos nos assuntos públi-
preparação militar apenas; já em Atenas, apesar de sua cos.
natureza filosófica e humanista, as mulheres possuíam b) A democracia em Atenas significou a participação
poucos direitos, bem diferente do momento atual, em direta dos cidadãos com direitos políticos nos assuntos
que a mulher conquistou sua participação política e públicos e excluiu as mulheres do processo decisório,
econômica, garantindo igualdade jurídica com relação enquanto a democracia atual inclui as mulheres na par-
aos homens. ticipação política e estabelece um critério de decisão
b) Na sociedade espartana, apesar de seu importante censitário.
papel social, as mulheres tinham pouco poder político, c) A participação dos cidadãos com direitos políticos foi
não lhes sendo permitida a participação nas assem- direta e impediu o envolvimento de uma talasso- cracia
bleias dos esparciatas; já em Atenas, por conta de sua em Atenas; já a democracia contemporânea é marcada
formação humanista e igualitária, as mulheres exerciam pelo sistema indireto, em que os cidadãos com direitos
direitos de cidadania iguais aos dos homens, o que per- políticos votam em representantes (delegam poderes), e
mitiu ao mundo ocidental atual herdar de Atenas essa envolve homens considerados es-trangeiros.
fundamentação isonômica das relações de poder entre d) A democracia em Atenas significou a participação
homens e mulheres. direta dos cidadãos com direitos políticos nos assuntos
c) Em Esparta, pela natureza militarista e patriarcal da públicos e excluiu as mulheres do processo deçisório,
sociedade, as mulheres eram completamente excluídas enquanto a democracia atual é marcada pelo sistema
da vida pública, o que se configurava diametralmente indireto, em que os cidadãos com direitos políticos
diferente em Atenas, onde a participação feminina se votam em representantes (delegam poderes), e há a
assemelhava ao papel político desempenhado pela participação feminina.
mulher atualmente, com a única diferença de que, em
Atenas, elas não podiam concorrer a cargos públicos. * confira gabarito em www.unifonte.com.br
d) A posição da mulher espartana pode ser conside-
rada como destacada, mas, ainda assim, elas eram
excluídas da participação política na cidade; já em
Atenas, mesmo com toda sua tradição de pensamento
humanista, as mulheres eram excluídas da vida política,
diferindo do atual momento vivido por elas, que é de
inclusão, lutas e conquistas.
e) Tanto em Esparta quanto em Atenas, as mulheres
eram excluídas de todos os aspectos da vida pública,
18
Apostila história
AULA 12
A importância do medievo para a formação das sociedades oci-
dentais: parte I (A Alta Idade Média).
19
AULA 13
A importância do medievo para a formação das sociedades oci-
dentais: parte II. (A Baixa Idade Média).
1. O franciscano Roger Bacon foi condenado, entre Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de Chaaban,
1277 e 1279, por dirigir ataques aos teólogos, por uma do ano de 492 da Hegira, que os franj* se apossaram
suposta crença na alquimia, na astrologia e no método da Cidade Santa, apos um sitio de 40 dias. Os exilados
experimental, e também por introduzir, no ensino, as ainda tremem cada vez que falam nisso, seu olhar se
idéias de Aristóteles. Em 1260, Roger Bacon escreveu: esfria como se eles ainda tivessem diante dos olhos
“Pode ser que se fabriquem máquinas graças às quais aqueles guerreiros louros, protegidos de armaduras,
os maiores navios, dirigidos por um único homem, se que espelham pelas ruas o sabre cortante, desem-
desloquem mais depressa do que se fossem cheios de bainhado, degolando homens, mulheres e criancas,
remadores; que se construam carros que avancem a pilhando as casas, saqueando as mesquitas.
uma velocidade incrível sem a ajuda de animais; que se *franj = cruzados.
fabriquem máquinas voadoras nas quais um homem (...) Amin Maalouf. As Cruzadas vistas pelos árabes. 2ª ed. São Paulo:
bata o ar com asas como um pássaro.(...) Máquinas que Brasiliense, 1989 (com adaptações).
permitam ir ao fundo dos mares e dos rios”
(apud. BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalis- Avalie as seguintes afirmações a respeito dos textos
mo: séculos XV-XVIII, São Paulo: Martins Fontes, 1996, vol. 3.). acima, que tratam das Cruzadas.
Considerando a dinâmica do processo histórico, pode- I- Os textos referem-se ao mesmo assunto — as Cruza-
-se afirmar que as idéias de Roger Bacon das, ocorridas no periodo medieval —, mas apresentam
a) inseriam-se plenamente no espírito da Idade Média ao visoes distintas sobre a realidade dos conflitos religio-
privilegiarem a crença em Deus como o principal meio sos desse periodo historico
para antecipar as descobertas da humanidade. II- Ambos os textos narram partes de conflitos ocorri-
b) estavam em atraso com relação ao seu tempo ao dos entre cristãos e muculmanos durante a Idade Media
desconsiderarem os instrumentos intelectuais oferecidos e revelam como a violencia contra mulheres e criancas
pela Igreja para o avanço científico da humanidade. era pratica comum entre adversários.
c) opunham-se ao desencadeamento da Primeira Revo- III- Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cru-
lução Industrial, ao rejeitarem a aplicação da matemática zadas medievais e revelam como as disputas dessa
e do método experimental nas invenções industriais. época, apesar de ter havido alguns confrontos militares,
d) eram fundamentalmente voltadas para o passado, foram resolvidas com base na ideia do respeito e da
pois não apenas seguiam Aristóteles, como também tolerância cultural e religiosa.
baseavam-se na tradição e na teologia.
e) inseriam-se num movimento que convergiria mais É correto apenas o que se afirma em:
tarde para o Renascimento, ao contemplarem a possibili- a) I
dade de o ser humano controlar a natureza por meio das b) II
invenções. c) III
d) I e II
2. Os cruzados avancavam em silencio, encontrando e) II e III
por todas as partes ossadas humanas, trapos e bandei-
ras. No meio desse quadro sinistro, nao puderam ver, 3. A Peste Negra dizimou boa parte da população eu-
sem estremecer de dor, o acampamento onde Gauthier ropéia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O
havia deixado as mulheres e criancas. La, os cristaos conhecimento médico da época não foi suficiente para
tinham sido surpreendidos pelos muculmanos, mesmo conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura
no momento em que os sacerdotes celebravam o sacri- escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia
ficio da Missa. As mulheres, as criancas, os velhos, to- e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas
dos os que a fraqueza ou a doenca conservava sob as com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias,
tendas, perseguidos ate os altares, tinham sido levados cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com
para a escravidao ou imolados por um inimigo cruel. A minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos
multidão dos cristaos, massacrada naquele lugar, tinha achavam que era o fim do mundo.”
ficado sem sepultura. Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M.
J. F. Michaud. História das cruzadas. São Paulo: Editora das Américas, Bowsky. The Black Death: a turning point in history? New York: HRW,
1956 (com adaptações).
20
Apostila história
AULA 14
As religiões monoteístas.
1. Com base nas informações apresentadas, pode-se (C) o calendário cristão foi adotado universalmente por-
que, sendo solar, é mais preciso que os demais.
afirmar que:
(D) a religião não foi determinante na definição dos
(A) o final do milênio, 1999/2000, é um fator comum às
calendários.
diferentes culturas e tradições.
(E) o calendário cristão tornou-se dominante por sua
(B) embora o calendário cristão seja hoje adotado em
antiguidade.
âmbito internacional, cada cultura registra seus eventos
marcantes em calendário próprio.
21
AULA 15
Na fé e na ciência: onde se encontra a verdade? O Renascimen-
to e a Reforma Protestante.
1. O texto foi extraído da peça Tróilo e Créssida de americanas com relação aos europeus.
d) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas america-
William Shakespeare, escrita, provavelmente, em 1601.
nos, adaptando-o às suas necessidades.
e) valoriza os costumes dos indígenas americanos por-
“Os próprios céus, os planetas, e este centro
que eles também eram perseguidos pelos católicos.
reconhecem graus, prioridade, classe,
constância, marcha, distância, estação, forma,
função e regularidade, sempre iguais; 3. Acompanhando a intenção da burguesia renascen-
eis porque o glorioso astro Sol tista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre
está em nobre eminência entronizado o espaço geográfico, através da pesquisa científica e
e centralizado no meio dos outros, da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se
e o seu olhar benfazejo corrige atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o
os maus aspectos dos planetas malfazejos, movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão
e, qual rei que comanda, ordena e o sentimento.
sem entraves aos bons e aos maus.” SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.
(personagem Ulysses, Ato I, cena III).SHAKESPEARE, W. Tróilo e Crés-
sida: Porto: Lello & Irmão, 1948. O texto apresenta um espírito de época que afetou
também a produção artística, marcada pela constante
A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês relação entre:
se aproxima da teoria
a) geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu. a) fé e misticismo.
b) da reflexão da luz do árabe Alhazen. b) ciência e arte.
c) heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico. c) cultura e comércio.
d) da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei. d) política e economia.
e) da gravitação universal do inglês Isaac Newton. e) astronomia e religião.
22
Apostila história
AULA 16
O deslocamento do eixo comercial europeu: do Mediterrâneo ao
Atlântico. A Expansão Comercial e Marítima Européia e o Mer-
cantilismo.
23
AULA 17
A economia colonial brasileira.
1. O mapa abaixo apresenta parte do contorno da que garantia a representação da sociedade nas duas
esferas do poder legislativo.
América do Sul destacando a bacia amazônica. Os
c) arbitrário, porque permitia ao Imperador dissolver
pontos assinalados representam fortificações militares
a Câmara dos Deputados, o poder representativo da
instaladas no século XVIII pelos portugueses. A linha
sociedade.
indica o Tratado de Tordesilhas revogado pelo Tratado
d) neutro e fraco, especialmente nos momentos de
de Madri, apenas em 1750.
crise, pois era incapaz de controlar os deputados repre-
sentantes da Nação.
e) capaz de responder às exigências políticas da nação,
pois supria as deficiências da representação política.
24
Apostila história
AULA 18
A questão indígena no Brasil: ontem e hoje.
25
água da Terra.
IV As três Marias, estrelas da constelação de Órion,
compõem a figura da Ema.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
AULA 19
A formação da sociedade brasileira no Período Colonial.
a) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado A questão indígena contemporânea no Brasil eviden-
da formação nacional, quanto parece sugerir que esse cia a relação dos usos socioculturais da terra com os
processo, apesar de tudo, acaba bem. atuais problemas socioambientais, caracterizados pelas
26
Apostila história
AULA 20
A escravidão no Brasil.
27
a) O uso de trajes simples indica a rápida incorporação
AULA 21
A questão da negritude no Brasil.
1. Você está estudando o abolicionismo no Brasil e A receita do Axé é simples: competência pedagógica,
administração eficiente, respeito pelo
ficou perplexo ao ler o seguinte documento:
menino, incentivo, formação e bons salários para os
educadores. Criado em 1991 pelo advogado e peda-
Texto 1
gogo italiano Cesare de Florio La Rocca, o Axé atende
Discurso do deputado baiano Jerônimo Sodré Pereira
hoje a mais de duas mil crianças e adolescentes. A cul-
– Brasil 1879: No dia 5 de março de 1879, o deputado
tura afro, forte presença na Bahia, dá o tom do Projeto
baiano Jerônimo Sodré Pereira, discursando na Câma-
Erê (entidade criança do candomblé), a parte cultural
ra, afirmou que era preciso que o poder público olhasse
do Axé. Os meninos participam da banda mirim do
para a condição de um milhão de brasileiros, que jazem
Olodum, do Ilé Ayê e de outros blocos, jogam capoeira
ainda no cativeiro. Nessa altura do discurso foi apartea-
e têm um grupo de teatro.
do por um deputado que disse: “BRASILEIROS, NÃO” .
Todas as atividades são remuneradas. Além da bolsa
semanal, as crianças têm alimentação,
Em seguida, você tomou conhecimento da existência
uniforme e vale-transporte.
do Projeto Axé (Bahia), nos seguintes termos:
28
Apostila história
2. A questão étnica no Brasil tem provocado diferen- [Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz
parte de um processo de integração das “raças” em
tes atitudes:
condições de igualdade social. O resultado foi que (...)
ainda são pouco numerosos os segmentos da “popula-
I. Instituiu-se o “Dia Nacional da Consciência Negra” em
ção de cor” que conseguiram se integrar, efetivamente,
20 de novembro, ao invés da tradicional celebração do
na sociedade competitiva.
13 de maio. Essa nova data é o aniversário da morte de
(Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos.)
Zumbi, que hoje simboliza a crítica à segregação e à
exclusão social.
Considerando as atitudes expostas acima e os pontos
II. Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no carnaval,
de vista dos estudiosos, é correto aproximar
afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa
entre as diversas etnias.
a) a posição de Gilberto Freire e a de Florestan Fernan-
des igualmente às duas atitudes.
Também sobre essa questão, estudiosos fazem diferen-
b) a posição de Gilberto Freire à atitude I e a de Flores-
tes reflexões:
tan Fernandes à atitude II.
Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta pelo
c) a posição de Florestan Fernandes à atitude I e a de
sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu
Gilberto Freire à atitude II.
constante mobilidade de classe para classe e até de
d) somente a posição de Gilberto Freire a ambas as
uma raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos
atitudes.
de raça e de convenções de classe, do branco pela
e) somente a posição de Florestan Fernandes a ambas
cabocla, pela cunhã, pela índia (...) agiu poderosamente
as atitudes.
na formação do Brasil, adoçando-o.
(Gilberto Freire. O mundo que o português criou.)
AULA 22
1750: um importante divisor de águas na historia brasileira. A
crise do sistema colonial.
1. Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram c) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas
sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos
inicialmente a constituir os Estados Unidos da América
considerados essenciais à dignidade humana.
(EUA) declaravam sua independência e justificavam a
d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu
ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profundamente
forte influência no desencadeamento da independência
subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos
norteamericana.
homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis:
e) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa
o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade.
abriu o caminho para as independências das colônias
Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais
ibéricas situadas na América.
cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos gover-
nados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o
Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitu- 2. Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram
de treze anos mais tarde, em 1789, na França. inicialmente a constituir os Estados Unidos da América
Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. (EUA) declaravam sua independência e justificavam a
Revolução Chinesa. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações). ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profundamente
subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos
Considerando o texto acima, acerca da independência homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis:
dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade.
correta: Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais
cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos gover-
a) A independência dos EUA e a Revolução Francesa nados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o
integravam o mesmo contexto histórico, mas se basea- Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitu-
vam em princípios e ideais opostos. de treze anos mais tarde, em 1789, na França.
b) O processo revolucionário francês identificou-se com Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar.
o movimento de independência norte-americana no Revolução Chinesa. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações).
apoio ao absolutismo esclarecido.
29
Considerando o texto acima, acerca da independência -dadão se desenvolva; porque o comércio de escravos
dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção e o comércio simplesmente, a economia monetária, per-
correta. -mitem que um número bem excepcional de atenienses
sejam cidadãos.
a) A independência dos EUA e a Revolução Francesa Pierre Vidal-Naquet - Trabalho e escravidão na Grécia Antiga
integravam o mesmo contexto histórico, mas se basea-
vam em princípios e ideais opostos. Comparando-se as formas de trabalho destacadas
b) O processo revolucionário francês identificou-se com pelos textos, predominantes em determinados períodos
o movimento de independência norte-americana no históricos e em diferentes espaços geográficos, está
apoio ao absolutismo esclarecido. cor¬reto afirmar que:
c) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas a) ambas as formas foram largamente utilizadas nas
sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos épocas moderna e contemporânea, principalmente em
considerados essenciais à dignidade humana. sociedades pré-capitalistas altamente urbanizadas.
d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu b) as duas categorias de trabalhadores coexistiram
forte influência no desencadeamento da independência na Antiguidade Clássica Greco-Romana, sendo que
norteamericana. so-mente a escravidão sobreviveu como forma de tra-
e) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa balho predominante até a modernidade.
abriu o caminho para as independências das colônias c) sem ser uniforme, tanto a servidão como a escravi-
ibéricas situadas na América. dão existiram simultaneamente em diferentes mo-men-
tos da história da humanidade, como, por exemplo, na
3. Servidão: uma obrigação imposta ao pro¬dutor (...) Antiguidade Oriental e em algumas regiões da América
colonial.
independentemente de sua vontade para satis¬fazer
d)a servidão assemelhava-se à escravidão, pois nas
certas exigências econômicas de um senhor, quer tais
duas formas o trabalhador era propriedade de um se-
exigências tomem a forma de serviços a prestar ou de
nhor que, por isso, podia dispor livremente do trabalha-
taxas a pagar em dinheiro ou em espécie.
dor, bem como do seu trabalho.
Maurice Dobb - A evolução do capitalismo
e)escravos e servos deviam obrigações aos seus
senhores, destacando-se entre elas a obrigatoriedade
O escravo torna possível o jogo social, não porque
de entregar-lhes parte da produção e dedicar dias de
garanta a totalidade do trabalho material (isso jamais
trabalho às terras do senhor.
será verdade), mas porque seu estatuto de anticidadão,
de estrangeiro absoluto, permite que o estatuto do ci-
AULA 23
A Revolução Industrial
1. A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se trans- b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano
aumentava a efi ciência do trabalho industrial.
formava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa,
c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios
suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem
de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores
lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo.
das periferias até as fábricas.
As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as
d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as
Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que
fábricas revelava os avanços da engenharia e da arquitetura
seu poder.
do período, transformando as cidades em locais de experi-
DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).
mentação estética e artística.
e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais
Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços
ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marca-
tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial
dos por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.
Inglesa e as características das cidades industriais no início
do século XIX?
30
Apostila história
AULA 24
A Revolução Francesa.
moral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, Trata-se do movimento conhecido como
as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo
império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao a) Iluminismo, ocorrido principalmente nos Estados Unidos,
vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de ao longo do século XIX.
alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa compa- b) Liberalismo, ocorrido primeiramente na Alemanha, no
nhia pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso século XVIII.
pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo c) Renascença, ocorrido principalmente na Itália, no início
encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela dos Tempos Modernos.
grandeza do homem. d) Socialismo Utópico, ocorrido primeiramente na Inglaterra,
HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada, in: PERROT, M. (Org). História no século XIX.
da Vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Vol. 4. São e) Iluminismo, ocorrido principalmente na França, ao longo
Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado). do século XVIII.
31
cia nas áreas coloniais da América Latina. Considere os Quais dentre eles contribuíram para a emancipação das
seguintes elementos. colônias e rompimento do pacto colonial?
AULA 25
A Independência e o início do Império brasileiro.
1. Após a Independência, integramo-nos como expor- e) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Breta-
nha, que investiu capitais em vários setores produtivos.
tadores de produtos primários à divisão internacional
do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O
Brasil especializou-se na produção, com braço escravo 2. No tempo da independência do Brasil, circulavam
importado da África, de plantas tropicais para a Europa nas classes populares do Recife trovas que faziam
e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento alusão à revolta escrava do Haiti:
de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Marinheiros e caiados
Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamen- Todos devem se acabar.
te atrasado por depender de produtores Porque só pardos e pretos
cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores for- O país hão de habitar.
çados outros instrumentos de produção que os mais AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos,
toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os
bens de consumo que fundamentavam um padrão de O período da independência do Brasil registra conflitos
vida “civilizado”, marca que distinguia as classes cultas raciais, como se depreende:
e “naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e
miserável. (...) E de fora vinham também os capitais que a) dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que
permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de circulavam entre a população escrava e entre os mesti-
serviços urbanos, de energia, transportes e comunica- ços pobres, alimentando seu desejo por mudanças.
ções. b) da rejeição aos portugueses, brancos, que significa-
Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. va a rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu
Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transfor- na Noite das Garrafadas.
mações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80. c) do apoio que escravos e negros forros deram à
monarquia, com a perspectiva de receber sua proteção
Levando-se em consideração as afirmações acima, contra as injustiças do sistema escravista.
relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião d) do repúdio que os escravos trabalhadores dos por-
da independência política (1822), é correto afirmar que tos demonstravam contra os marinheiros, porque estes
o país: representavam a elite branca opressora.
a) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvi- e) da expulsão de vários líderes negros independen-
mento alcançado no período colonial. tistas, que defendiam a implantação de uma república
b) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão negra, a exemplo do Haiti.
e fundamentou a produção no trabalho livre.
c) se tornou dependente da economia européia por
realizar tardiamente sua industrialização em relação a
3. Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias
Paroquiais:
outros países.
d) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi
I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais não se
introduzido no país sem trazer ganhos para a infraestru-
compreendam os casados, e Oficiais Militares, que
tura de serviços urbanos.
32
Apostila história
forem maiores de vinte e um anos, os Bacharéis Forma- de 1824 regulamentou o direito de voto dos “cidadãos
dos e Clérigos de Ordens Sacras. brasileiros“ com o objetivo de garantir:
IV. Os Religiosos, e quaisquer que vivam em Comunida- a) o fim da inspiração liberal sobre a estrutura política
de claustral. brasileira.
V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil b) a ampliação do direito de voto para maioria dos bra-
réis por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos. sileiros nascidos livres.
Constituição Política do Império do Brasil (1824). c) a concentração de poderes na região produtora de
Disponível em: https://legislacao.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. café, o Sudeste brasileiro.
2010 (adaptado). d) o controle do poder político nas mãos dos grandes
proprietários e comerciantes.
A legislação espelha os conflitos políticos e sociais do e) a diminuição da interferência da Igreja Católica nas
contexto histórico de sua formulação. A Constituição decisões político-administrativas.
AULA 26
1850 e a modernização capitalista no Brasil.
2. Na segunda metade do século XIX, o Império do Brasil É correto afirmar que a Lei de Terras foi sancionada em
contexto de
passa por um processo de modernização da infra-estrutura
a ) Grande endividamento do Império diante dos gastos
produtiva e urbana, com a construção de estradas de
com a imigração, pois a receita gerada pela comerciali-
ferro para escoar a produção e a implantação de serviços
zação das terras visava cobrir esses custos.
de iluminação e transporte público urbano (bondes) em
b) Preocupação com as condições de acesso fácil à
cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Os capitais que
propriedade fundiária para a população em geral.
financiaram essa modernização da infra-estrutura produtiva
c) Percepção do término do tráfico negreiro visando
e urbana eram majoritariamente provenientes
a atrair os recursos antes destinados à aquisição de
a) do crescimento e integração do mercado de consumo
escravos para os cofres do Império.
interno.
d) Percepção, pela elite agrária, do andamento da
b) da exportação de café e de empréstimos externos
questão da escravidão e da imigração, terminando o
feitos juntos a banqueiros ingleses.
interesse dessa elite no estatuto da propriedade rural.
c) de empréstimos externos feitos junto a banqueiros
e) Entendimento , por parte dos proprietários, de que
americanos.
os conflitos agrários decorriam de falta de demarcação
d) de capitais obtidos pela expansão do setor industrial.
das terras anteriores.
e) da criação de sociedades anônimas com capitais
33
AULA 27
As Revoluções Liberais européias.
“Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme de ser descrito como uma revolução técnica, sabemos,
dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e no entanto, tratar-se de um movimento que deixou marcas
posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá profundas nas sociedades do mundo contemporâneo.
ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu impé- Um novo tipo humano, o operariado, passou a compor as
rio e sujeitar-se-á ao domínio e controle de multidões das sociedades capitalistas e, desprovidos de
qualquer outro poder? meios e instrumentos para sua sobrevivência e submetidos
Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natu- a condições degradantes de existência, esse novo ser
reza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta social passou a atuar diretamente nos processos de trans-
e está constantemente exposto à invasão de terceiros formações de algumas sociedades. O ludismo, movimento
porque, sendo todos senhores tanto quanto de destruição de máquinas pelos operários ingleses, foi a
ele, todo homem igual a ele e, na maior parte, pouco expressão pioneira de uma nova era das relações sociais
observadores da eqüidade e da justiça, o proveito da pro- no mundo capitalista.
priedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito
arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a Sobre esse tema, é correto afirmar que:
abandonar uma condição que, embora livre, está cheia
de temores e perigos constantes; e não é sem razão que a) o movimento dos operários ingleses foi determinante
procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros para encaminhar mudanças que humanizaram as relações
que estão já unidos, ou pretendem unir-se, entre capital e trabalho em todo o mundo capitalista.
para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos b) o ludismo acabou produzindo uma teoria que serviu de
bens a que chamo de propriedade.” base para o desenvolvimento do anarquismo nas primeiras
(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991) décadas do século XX.
c) a afirmação do Estado liberal e o aprofundamento das
Do ponto de vista político, podemos considerar o texto desigualdades sociais resultantes da Revolução Industrial
como uma tentativa de justificar: estimularam a produção de teorias revolucionárias como o
socialismo, em meados do século XIX.
a) a existência do governo como um poder oriundo da d) o liberalismo político e as doutrinas econômicas a ele
natureza. associadas encontraram terreno fértil para a sua difusão
b) a origem do governo como uma propriedade do rei. junto aos movimentos operários.
c) o absolutismo monárquico como uma imposição da e) o sindicalismo, um dos produtos da Revolução Industrial,
natureza humana. acabou freando o ímpeto revolucionário da classe trabalha-
d) a origem do governo como uma proteção à vida, aos dora no início do século XX.
bens e aos direitos.
e) o poder dos governantes, colocando a liberdade indivi-
dual acima da propriedade.
34
Apostila história
AULA 28
“Proletários do mundo, uni-vos”: do socialismo utópico ao cien-
tífico.
1. No início do século XIX, Saint-Simon, Robert Owen 2. O cartismo inglês, movimento operário que surgiu na
e outros propuseram reformas, para atenuar os males década de 1830, reivindicava:
causados pelo fortalecimento da ordem burguesa sobre os
operários e para distribuir melhor a riqueza. a) o estabelecimento do socialismo na Inglaterra;
Como esperassem medidas humanitárias dos governos b) a organização dos trabalhadores em ligas operárias;
burgueses, Karl Marx chamou-os de: c) a luta armada para a realização do socialismo;
d) a destruição das máquinas nas fábricas;
a) social-democratas e) benefícios trabalhistas e eleitorais.
b) socialistas utópicos
c) sindicalistas radicais
d) comunistas ortodoxos
e) anarquistas românticos.
AULA 29
O Imperialismo afro-asiático.
35
a) O aumento da produção e do povoamento dos campos, d) A imposição dos trabalhadores urbanos sobre os rurais,
a menor divisão técnica do trabalho e o alargamento dos a proletarização dos mineradores e o estreitamento dos
mercados. mercados.
b) O surgimento do feudalismo como modo de produção e) A crescente interdependência entre cidade e campo, a
dominante, a afirmação do anarquismo como ideologia desvalorização das demandadas matérias primas e a falên-
contestadora da ordem vigente e a diminuição da necessi- cia do capitalismo como modo de produção dominante.
dade de mão-de-obra no meio urbano.
c) A afirmação do capitalismo como modo de produção do-
minante, e da burguesia e do proletariado como as classes
básicas da nova estrutura social.
AULA 30
A Proclamação da República brasileira e os bestializados.
1. I — Para consolidar-se como governo, a Repúbli- 2. O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890
ca precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o dizia: Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de
passado monarquista, incorporar distintas vertentes do agilidade e destreza corporal, conhecidos pela deno-
republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como minação de capoeiragem: andar em correrias, com
herói republicano radical, mas sim como herói cívico- armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão
-religioso, como mártir, integrador, portador da imagem corporal, provocando tumulto ou desordens.
do povo inteiro. Pena: Prisão de dois a seis meses.
CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de
no Brasil.São Paulo: Companhia das Letras, 1990. Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura,
1994 (adaptado).
I — Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da multidão!
É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão. O artigo do primeiro Código Penal Republicano natura-
ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO, J. M. liza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto,
C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São tal regulamento expressava:
Paulo: Companhia das Letras, 1990. a) a manutenção de parte da legislação do Império com
vistas ao controle da criminalidade urbana.
A 1a República brasileira, nos seus primórdios, preci- b) a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos
sava constituir uma figura heroica capaz de congregar primeiros governos do período republicano.
diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime. c) o caráter disciplinador de uma sociedade industria-
Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figu- lizada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e
ras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transfor- civilização.
mação do inconfidente em herói nacional evidencia que d) a criminalização de práticas culturais e a persistência
o esforço de construção de um simbolismo por parte da de valores que vinculavam certos grupos ao passado
República estava relacionado: de escravidão.
e) o poder do regime escravista, que mantinha os
a) ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidên- negros como categoria social inferior, discriminada e
cia, evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes. segregada.
b) à identificação da Conjuração Mineira como o movi-
mento precursor do positivismo brasileiro.
c) ao fato de a proclamação da República ter sido um
movimento de poucas raízes populares, que precisava
de legitimação.
d) à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que
proporcionaria, a um povo católico como o brasileiro,
uma fácil identificação.
e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves, terem
liderado movimentos separatistas no Nordeste e no Sul
do país.
36
Apostila história
AULA 31
A economia brasileira na República Velha.
1. Até que ponto, a partir de posturas e interesses II. “Coube a Campos Sales “sanear” as finanças,
executando as políticas a que o país se comprometeria
diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram
com o Funding Loan: deflação, equilíbrio orçamentário,
a cena política nacional na Primeira República? A união
restauração do imposto pago em ouro nas alfândegas.
de ambas foi um traço fundamental, mas que não
[...] cortou-se drasticamente o gasto público, tanto o de
conta toda a história do período. A união foi feita com a
consumo (que em 1902 estava 44% mais baixo do que
preponderância de uma ou de outra das duas frações.
em 1897/98) como o destinado ao investimento público,
Com o tempo, surgiram as discussões e um grande
que em 1902 reduzira-se à terceira parte dos níveis já
desacerto final.
baixos de 1898.”
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado).
(CARDOSO, F.H. Dos governos militares a prudente – Campos Sales.
In: FAUSTO, B. História Geral da Civilização Brasileira. Ed. Difel. Tomo
A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite
III, 1984. 1º vol., p.36)
entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância de
presidência entre os dois estados, não passa de uma
III. “Se Prudente de Morais deixou a Presidência sob
idealização de um processo muito mais caótico e cheio
os aplausos do povo, o mesmo não se pode dizer da
de conflitos. Profundas divergências políticas coloca-
saída de seu sucessor Campos Sales. Esse presidente
vam-nos em confronto por causa de diferentes graus de
também paulista, implementou uma política econômico-
envolvimento no comércio exterior.
-financeira das mais dolorosas da história da República
TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de
brasileira. Por isso, deixou o Palácio do Catete debaixo
1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado).
de manifestações públicas de repúdio ao que fora seu
governo. Milhares de pessoas, nas ruas, nas praças,
Para a caracterização do processo político durante a
nos morros, munidas de apitos, vaiavam o presidente
Primeira República, utiliza-se com frequência a expres-
que partia.”
são Política do Café com Leite. No entanto, os textos
(LUSTOSA, I.. Histórias de Presidentes – A República do Catete. São
apresentam a seguinte ressalva a sua utilização:
Paulo: Ed. Vozes, 1989.)
a) A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista
a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência,
A partir da leitura dos textos, é possível identificar
sem necessidade de alianças.
b) As divisões políticas internas de cada estado da fe-
a) a Política dos Governadores, a política econômico-
deração invalidavam o uso do conceito de aliança entre
-financeira restritiva e o descontentamento popular.
estados para este período.
b) a Política feijão-com-arroz, a política econômico-
c) As disputas políticas do período contradiziam a su-
-financeira emissionista e a incompreensão popular.
posta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas.
c) a Política desenvolvimentista, a política econômico-
d) A centralização do poder no executivo federal im-
-financeira restritiva e a ignorância popular.
pedia a formação de uma aliança duradoura entre as
d) a Política café-com-leite, a política econômico-finan-
oligarquias.
ceira emissionista e o apoio popular.
e) A diversificação da produção e a preocupação com o
e) a Política dos Governadores, o Encilhamento e o
mercado interno unificavam os interesses das oligar-
descontentamento popular.
quias.
37
AULA 32
A permanência das Oligarquias tradicionais na República Velha.
1. Assinale a alternativa que melhor define o quadro mático de transformação de hábitos cotidianos, suas
convicções, seus modos de percepção, e até seus
político brasileiro ao longo do período denominado
reflexos instintivos. Isso não apenas no Brasil, mas no
República Velha.
mundo tomado agora como um todo integrado. (...). As
bases de inspiração das novas elites eram as correntes
a) A política abriu-se às influências populares com a for-
cientificistas, o darwinismo social do inglês Spencer, o
mação de sindicatos, clubes e partidos políticos, com
monismo alemão e o positivismo francês de Augusto
ampla participação de operários e camponeses.
Comte.”
b) Os setores de classe média insurgiram-se contra o
(SEVCENKO, Nicolau. História da vida privada no Brasil – República:
sistema político vigente, gerando um amplo espectro de
da belle époque à era do rádio. São Paulo: Companhia das letras,
revoltas como o Contestado e Canudos, ocorridas na
1998. p. 10-21. Adaptação.)
primeira década do século.
Em relação ao contexto citado, pode-se afirmar que
c) As oligarquias agrárias, notadamente de São Paulo
I. a reforma urbana do Rio de Janeiro com a (re)configu-
e Minas Gerais, monopolizavam o poder político em
ração das avenidas, a reforma do porto, e o saneamen-
todas as instâncias, manipulando o eleitorado e frau-
to básico, permeados pelo positivismo e pelo darwinis-
dando as eleições.
mo social, significaram a violência e a expropriação das
d) A atuação do exército foi decisiva no período, como
já precárias habitações dos pobres.
intermediário nos conflitos entre os poderes, uma vez
II. o tratamento aos pobres (por parte das autoridades
que detinha o direito de intervir em casos de crise políti-
políticas e sanitárias) como degenerados, incapazes,
ca entre o Legislativo e o Executivo.
disseminadores de doenças, fez com que esses pobres
e) O crescimento de grupos comunistas levou o regime
resistissem à vacinação em massa contra a varíola e a
a uma ação repressiva que se prolongou por vinte anos.
febre amarela no Rio de Janeiro, dando origem à cha-
mada Revolta da Vacina.
2. Com a implantação da República no Brasil, as III. ao lado da consolidação política dos cafeicultores
novas elites dirigentes promoveriam a modernização paulistas, expandiam-se as estradas de ferro, e a luz
da vida urbana e cultural, introduzindo novos hábitos e elétrica fez sua estréia no Brasil.
costumes, mas à margem desse processo de moder-
nização e “progresso”, alguns importantes movimentos Das afirmações acima,
sociais viriam abalar a nova “ordem” republicana. Entre a) somente I está correta.
eles podem-se citar b) somente I e III estão corretas.
c) somente II está correta.
a) a Guerra do Contestado, a Revolta da Vacina e d) I e II estão corretas.
Canudos. e) I, II e III estão corretas.
b) a Revolta da Chibata, a Revolução Praieira e a Noite
das Garrafadas.
c) a Revolta da Armada, a revolta Federalista e a Guerra
dos Muckers.
d) a Coluna Prestes, a Revolução Constitucional e a
Revolução Pernambucana.
e) a Intentona Comunista, a Revolução Bahiana e a
Revolução de 1930.
38
Apostila história
AULA 33
A I Grande Guerra.
1. Entre a Unificação Alemã (1871) e a Primeira Guerra de poder mundial, adotada pela Alemanha guilhermina.
b) a competição industrial, comercial e naval entre a Alema-
Mundial (1914-1918), o mundo extra-europeu foi dividido
nha, país então recém chegado à corrida neocolonialista, e
entre as grandes potências. Com isto foram constituí-
a Inglaterra, então a maior potência econômica mundial.
dos impérios coloniais e desenvolveu-se uma intensa
c) o desejo da monarquia dual Austro-Húngara de reu-
rivalidade.
nir os eslavos da Península Balcânica numa monarquia
Considere as afirmações abaixo, em relação a essa
triádica, visando à estabilidade de uma área ameaçada
conjuntura.
pelo expansionismo russo e pelo nacionalismo sérvio.
I. A Alemanha era o estado europeu com a economia
d) os sistemas de alianças antagônicos e potencial-
de maior crescimento, o qual, por ter chegado atrasado
mente conflitantes: de uma lado, a Tríplice Entente e, de
à partilha colonial, ameaçava o poderio inglês através
outro, os Impérios Centrais.
da corrida naval.
e) a desestabilização do status quo europeu provocada
II. A rivalidade entre os impérios levou à divisão da
pelos Estados Unidos e França, visando a despetar os
Europa em dois blocos, que se enfrentaram na Primei-
sentimentos nacionalistas das inúmeras nacionalidades
ra Guerra Mundial, desencadeada pelo atentado de
submetidas ao jugo dos velhos impérios.
Sarajevo.
III. A Alemanha aliou-se à Inglaterra para neutralizar a
França e os EUA, pois estes países eram seus adversá- 3. A Primeira Guerra Mundial alterou profundamente o
rios na constituição de impérios coloniais. mapa político europeu, que passa a mostrar
I. a desagregação do Império Russo, a dissolução da
Quais estão corretas? Áustria-Hungria e do Império Turco.
a) Apenas I. II. a devolução da Alsácia-Lorena à Bélgica e a região
b) Apenas II. do Sarre à França.
c) Apenas III. III. os novos Estados da Europa Centro-Oriental e Bal-
d) Apenas I e II. cânica.
e) Apenas II e III. Quais estão corretas?
A) Apenas I.
2. Dentre os fatores desencadeadores da Primeira B) Apenas II.
C) Apenas III.
Guerra Mundial, NÃO se pode citar
D) Apenas I e II.
a) o colapso da diplomacia de Bismarck, baseada em
E) Apenas I e III.
acordos internacionais que visavam à manutenção do
equilíbrio europeu, e sua substituição por uma política
AULA 34
A Crise de 1929.
1. Leia um texto publicado no jornal Gazeta Mercantil. crise incomparável: o Produto Interno Bruto dos Estados
Unidos caiu de 104 bilhões de dólares em 1929, para
Esse texto é parte de um artigo que analisa algumas
56 bilhões em 1933, coisa inimaginável em nossos dias.
situações de crise no mundo, entre elas, a quebra da
O valor do dólar caiu a quase metade. O desemprego
Bolsa de Nova Iorque em 1929, e foi publicado na épo-
elevou-se de 1,5 milhão para 12,5 milhões de trabalha-
ca de uma iminente crise financeira no Brasil.
dores – cerca de 25% da população ativa – entre 1929
e 1933. A construção civil caiu 90%. Nove milhões de
Deu no que deu. No dia 29 de outubro de 1929, uma
aplicações, tipo caderneta de poupança, perderam-
terça-feira, praticamente não havia compradores no
-se com o fechamento dos bancos. Oitenta e cinco mil
pregão de Nova Iorque, só vendedores. Seguiu-se uma
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firmas faliram. Houve saques e norte-americanos que a) questionar a interpretação da crise.
passaram fome. b) comunicar sobre o desemprego.
(Gazeta Mercantil, 05/01/1999) c) instruir o leitor sobre aplicações em bolsa de valores.
d) relacionar os fatos passados e presentes.
Ao citar dados referentes à crise ocorrida em 1929, em e) analisar dados financeiros americanos.
um artigo jornalístico atual, pode-se atribuir ao jornalista
a seguinte intenção:
2.
3. Fim de uma era de total liberdade econômica. Nos 4. De uma forma mais geral, podemos afirmar que a
Estados Unidos, a crise foi tão violenta que motivou a Grande Depressão de 1929 resultou da conjugação de
ação do estado na economia, estimulando investimen- vários fatores, como, por exemplo:
tos e ampliando o mercad de trabalho norte-americano:
I. Queda dos preços agrícolas no mercado internacio-
I. na ocupação de novos territórios na Ásia e na África, nal.
ampliando o já conhecido imperialismo. II. Super produção industrial norte-americana.
II. na construção de obras civis, como aeroportos, III. Forte intervenção do estado nas economias capita-
portos, escolas, hospitais, barragens, estradas, dutos listas.
subterrâneos de aquecimento, além de moradias popu-
lares em todo o território nacional. Quais estão corretas?
III. na preparação da guerra contra a Alemanha, produ- a) Apenas I.
zindo equipamentos e suprimentos militares. b) Apenas II.
IV. na associação com outros países, visando uma c) Apenas III.
saída coletiva para a crise. d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
Dentre as afirmativas
* confira gabarito em www.unifonte.com.br
a) apenas I está correta.
b) apenas II está correta.
c) apenas III e IV estão corretas.
d) apenas II e IV estão corretas.
e) apenas I e IV estão corretas.
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