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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A SITUAÇÃO SOCIAL E O NÍVEL DE INSATISFAÇÃO POPULAR

Nome: Amélia Cândido Moneque

Código: 708220667

Curso: Administração Pública

Disciplina: Sociologia Geral

Ano: 1º

Nampula
Julho
2022
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A SITUAÇÃO SOCIAL E O NÍVEL DE INSATISFAÇÃO POPULAR

Trabalho de Carácter Avaliativo a Ser Apresentado


na Universidade Católica de Moçambique, Ensino
à Distância no Curso de Licenciatura em
Administração Pública, 1º Ano

Nome: Amélia Cândido Moneque

Código: 708220667

Curso: Administração Pública

Disciplina: Sociologia Geral

Ano: 1º

Nampula
Julho
2022
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução .................................................................................................................................. 6

Contextualização da sociologia.................................................................................................. 7

Contexto histórico do surgimento da Sociologia ....................................................................... 7

O surgimento da Sociologia como ciência................................................................................. 9

Objecto de Estudo da Sociologia: Principais Características .................................................. 10

O pensamento de Max Webber ................................................................................................ 11

Acção Social para Max Weber ................................................................................................ 11

Tipos de acções sociais ............................................................................................................ 12

"Racionalização do mundo social ............................................................................................ 12

Tipos de racionalidade ............................................................................................................. 13

Tipos ideais .............................................................................................................................. 13

Quais são as principais ideias de Karl Marx? .......................................................................... 14

Conclusão................................................................................................................................. 15

Bibliografia .............................................................................................................................. 16
Introdução
A Revolução Francesa marcou profundamente a história europeia e, como não poderia ser
diferente, foi um factor decisivo para o surgimento da Sociologia. O objectivo final alcançado
da Revolução Francesa era acabar com o Antigo Regime.

A lógica monárquica, herdeira do medievalismo, foi derrubada, e o pensamento republicano


começou a nascer na Europa. Forma de políticas menos excludentes, laicas e baseadas no
Estado de direitos começaram a florescer na França, o que alterou a configuração social do
país. Apesar dos factores positivos que tornaram a revolução necessária, a França viveu anos
de instabilidade política por conta do caos deixado no cenário pós-revolucionário, pois a
grande Revolução Francesa, de inspiração burguesa e iluminista, ocasionou uma ruptura
política dentro da Europa.

Segundo Comte, a Revolução Francesa foi necessária para o desenvolvimento de um novo


pensamento político, laico, republicano e juridicamente amparado, mas o caos deixado pela
ruptura abrupta impediu o crescimento social francês, factor que precisava ser alterado no
século XIX. Como solução, Comte apontou que a Sociologia devia entrar em cena para
entender a nova sociedade e reorganizá-la.

Diante da insegurança, que segundo Comte, era um empecilho para o crescimento, para a
evolução e para o progresso, o filósofo propôs a criação de uma ciência que, tal como as
ciências naturais, observasse e formulasse, metodologicamente, a sociedade a fim de propor
rumos para a retomada do progresso social, científico e moral. Diante disso, o filósofo
formulou a sua Lei dos Três Estados e inaugurou o positivismo.
Contextualização da sociologia
O surgimento da Sociologia ocorre no século XIX, a princípio, por influência da teoria
positivista de Auguste Comte, porém, muitos acontecimentos anteriores e concomitantes ao
surgimento dessa nova ciência humana contribuíram para a sua formação.

Podemos retomar os primeiros indícios de transformação da sociedade europeia que


influenciaram a Sociologia ainda no Renascimento. O Iluminismo também contribuiu para
uma desestabilização social e uma completa mudança da configuração urbana e política que
tornaram a sociedade europeia altamente complexa e carente de fontes de explicações
teóricas rigorosas.

Já a consolidação da Sociologia enquanto ciência ocorreu com o trabalho desenvolvido pelo


jurista e sociólogo francês Émile Durkheim, que formulou o primeiro método preciso e
exclusivo para a nova ciência e a introduziu na universidade como disciplina autónoma.

Contexto histórico do surgimento da Sociologia


Entre os séculos XV e XIX, sucessivos acontecimentos alteraram significativamente a vida, a
política e a economia europeias. Podemos pensar que a economia e a política feudal não
precisavam de grandes explicações, pois havia uma lógica interna justificada pelo clero e uma
organização social rural e simplista, baseada em testamentos (a nobreza, o clero, os servos e
os camponeses).

A sociedade testamental apoiada pela Igreja Católica simplesmente impunha que cada um
nascia predestinado a levar um tipo de vida e que isso era escolha de Deus sendo, quase
sempre, vedada a alteração dessa ordem. Se um indivíduo era servo, ele deveria servir,
porque Deus quis assim. Se ele era nobre, era uma recompensa divina, porque o seu espírito
era mais nobre.

O século XIX encontra-se em meio a uma crise devido ao alto desenvolvimento promovido
pela industrialização, o que reflectiu na formação de uma complexa crise de valores e conflito
de interesses. Podemos listar como factores históricos que contribuíram para o surgimento da
Sociologia os seguintes:
 Renascentismo

Com o Renascimento, a burguesia passa a crescer e aquela concepção de sociedade


testamental medieval passa a ser alterada, visto que os burgueses não eram nobres, mas
tinham tanto ou mais dinheiro quanto os nobres. A reivindicação da classe burguesa por seus
direitos políticos ocorreu gradativamente de acordo com o crescimento dessa classe.

Essas alterações na configuração social europeia causaram uma alteração tão grande na
ordem política e social do continente que, em partes, contribuíram até para
a Revolução Francesa e para os ideais de igualdade e liberdade propostos pelo Iluminismo.

Encontramos no Renascimento europeu um período de transição do Medievo para


a Modernidade. A retomada de valores filosóficos, científicos e estéticos da cultura greco-
romana mudaram a concepção de conhecimento do ser humano, permitindo uma nova visão
que inauguraria a Modernidade.

 Capitalismo mercantilista

O surgimento do capitalismo em sua primeira forma, o mercantilismo, desencadeou a


expansão marítima e comercial europeia, factor que possibilitou o desenvolvimento
financeiro de potências por meio do comércio e da exploração voraz das colónias situadas nas
Américas e, mais tarde, na África e na Ásia. Isso fez com que, em um primeiro momento
(século XVI), o europeu buscasse entender as diferentes culturas das colónias.

Em um segundo momento (século XIX), o europeu precisava justificar a exploração


sanguinária dos países africanos e asiáticos. No século XVI, começou, de forma embrionária,
o desenvolvimento de uma atitude de estudo das diferentes culturas. No século XIX, aquele
estudo tornou-se uma área científica das Ciências Sociais, a Antropologia. Em seu começo,
por volta dos anos de 1870, a Antropologia era extremamente elitista e etnocentrista, além
disso criava teorias para justificar a exploração das novas colónias, apesar de já estar em
curso, no mesmo período, o capitalismo industrial.

 Iluminismo

Os ideais iluministas projectaram um novo cenário intelectual e político ideal, baseado na


justificação jurídica e política dos poderes e na separação entre Estado e Igreja. A partir disso,
as pessoas passaram a buscar, pouco a pouco, os seus direitos e a exigir do Estado a
legalidade em suas acções.
Isso não só provocou a Revolução Francesa, como fez com que houvesse uma gradativa
alteração na concepção de política, o que se expressou como factor marcante para o
estabelecimento de uma ciência capaz de compreender essa nova forma de sociedade e de
política, baseada na legalidade e nos direitos fundamentais.

 Revolução Industrial

A consolidação da burguesia enquanto classe dominante e a formação do capitalismo


industrial firmaram-se com a mudança da economia, antes baseada na manufactura e agora
baseada na produção industrial, que gerou a divisão acirrada de classes sociais. Isso
ocasionou uma intensa explosão demográfica nos centros urbanos que se industrializaram,
como Londres e Paris, pois as pessoas migraram do campo para as cidades em busca de
melhores condições de vida.

A falta de emprego para todo mundo resultou em miséria, fome, aumento significativo da
violência e alastramento de doenças. O caos desse novo cenário europeu era, para Auguste
Comte, mais um atestado de que era necessária uma ciência capaz de estudar e reordenar a
sociedade, a fim de colocar a humanidade novamente no rumo do progresso.

O surgimento da Sociologia como ciência


Comte deu o primeiro passo para a criação da Sociologia. Porém, Émile Durkheim formulou
uma crítica ao pensamento comtiano que, na visão de Durkheim, era demasiado metafísico e
não atingia, de fato, o estágio positivo capaz de criar uma ciência rigorosa para a sociedade,
pois era baseado em abstracções.

Para Durkheim, uma ciência da sociedade deveria ter o seu próprio método de análise capaz
de operar autonomamente, pois as leis das ciências naturais não seriam suficientes para
compreender o todo complexo que eram as sociedades capitalistas industriais.

Durkheim formulou o método comparativo de análise social baseado no que ele chamou
de fatos sociais. Segundo o sociólogo francês, existem traços comuns que se repetem em
todas as sociedades, os fatos sociais, e o papel do sociólogo seria identificar esses fatos e
comparar os dados obtidos das diferentes sociedades.
Um bom exemplo de fato social analisado por Durkheim foi o suicídio. Segundo as análises
do sociólogo, publicadas no livro O Suicídio, há uma ocorrência comum desse fenómeno em
todas as sociedades, sendo motivado sempre pelos mesmos factores:

1. Isolamento social e falta de perspectiva de vida social, o que Durkheim classificou


como suicídio egoísta, não no sentido de não se pensar nos outros, mas no sentido de
projectar o próprio ego e a sua existência para fora da sociedade e não enxergar
vínculos entre si mesmo e o mundo.

2. Tirar a própria vida por uma causa maior, o que Durkheim chamou de suicídio
altruísta, que é enxergar em algo uma maior importância que a própria existência,
fazendo com que o sujeito se mate em nome daquilo que está em questão.

3. Tirar a própria vida por conta de uma instabilidade caótica no âmbito social ou
económico, o que leva as pessoas a tomarem medidas drásticas. Durkheim chamou
essa forma de suicídio anômico.

Durkheim constatou que o suicídio é um fato social por ocorrer em todos os lugares, mas que
os números de casos de suicídio variam. Isso se deve a factores externos expressos por outros
fatos sociais que fazem com que as pessoas cometam mais ou menos suicídios.

Durkheim também foi pioneiro ao introduzir a Sociologia no ensino superior


francês, inaugurando a cadeira de Sociologia em cursos de Direito e cursos voltados para a
docência, além de torná-la uma ciência autónoma e rigorosa.

Objecto de Estudo da Sociologia: Principais Características


O objecto de estudo da sociologia é a sociedade humana, individual e colectivamente,
aplicando o método científico a suas estruturas, formas de organização e comportamentos.

A sociologia aborda o homem como um ser social e procura cobrir todas as arestas que
começam a partir daí. É formalmente conhecida como a ciência que lida com as condições de
existência das sociedades humanas.

A sociologia é um campo de estudo dinâmico, pois deve adaptar suas reflexões de acordo
com as mudanças sociais que ocorrem ao longo da história, buscando cobrir seus factores e
fenómenos determinantes.
Ao longo de sua existência como ciência social, a sociologia aplicou técnicas
multidisciplinares que lhe permitiram reflectir sobre seus fundamentos básicos. Isso também
lhe permitiu adoptar novos métodos à medida que novos cenários orgânicos são descobertos,
nos quais o homem está socialmente envolvido.

É considerada uma ciência que vai muito além de seus conceitos básicos, porque seu objecto
de estudo não pode ser considerado mecânico ou absoluto. Portanto, sempre haverá novos
fenómenos cujas respostas ou causas devem ser abordadas com novas perspectivas e novos
conceitos.

O pensamento de Max Webber


"Entre os grandes pensadores da Sociologia, Max Weber (1864-1920) é considerado um dos
autores mais influentes. Seus trabalhos possuem enorme abrangência de assuntos e voltam-se
para áreas do pensamento político, do Direito, da História e da Economia. Essa característica
acabou tornando-se altamente valorosa por razões aparentes: o mundo social está em contacto
directo com todos esses ramos aos quais Weber dedicou seus trabalhos.

Tendo sido precedido por outros dois grandes pensadores da área da Sociologia, Karl Marx e
Émile Durkheim, Weber também tentou compreender as mudanças sociais que se
desenvolviam no cerne das grandes cidades que viviam a Revolução Industrial. Por meio de
estudos com base em observações empíricas, Weber identificou pontos centrais sobre os
quais construiu conceitos-chave que serviram como base do restante de suas teorias.

Acção Social para Max Weber


Talvez o conceito mais importante da teoria weberiana seja o de “acção social”, que, segundo
o autor, deveria ser o principal objecto de estudo da Sociologia. Weber estava mais
preocupado com aspectos mais próximos ao indivíduo justamente por acreditar que não era
apenas a estrutura das instituições ou a situação económica do sujeito que motivaria suas
acções. Para Weber, as ideias, as crenças e os valores eram os principais catalisadores das
mudanças sociais. Ele acreditava que os indivíduos dispunham de liberdade para agir e
modificar a sua realidade. A acção social seria, portanto, qualquer acção que possuísse um
sentido e uma finalidade determinados por seu autor. Em outras palavras, uma acção social
constitui-se como acção a partir da intenção de seu autor em relação à resposta que deseja de
seu interlocutor.
As relações humanas e, por sua vez, as acções que estão inseridas no contexto dessas relações
possuem sentido graças aos seus atores. Para que se compreenda o processo de comunicação
e de interacção social, é necessário que se compreenda o sentido das acções que ali existem e,
ainda mais importante, o objectivo do autor da acção em seu esforço comunicativo. Para
melhor clarificar a explicação, podemos exemplificar com a acção de um aperto de mãos,
que, genericamente, pode conter uma infinidade de significados. No entanto, o autor da
acção, ao realizá-la, pretende que seu interlocutor apreenda o sentido que desejou incutir em
seu ato, e não apenas que ele entenda o sentido genérico do ato de apertar as mãos.

Tipos de acções sociais


Weber ainda salientou quatro tipos de acções sociais: a acção racional com relação a fins, a
acção racional com relação a valores, a acção afectiva e a acção tradicional. A acção racional
com relação a fins refere-se às acções tomadas com um fim específico em mente, isto é, o
autor busca atingir um objectivo e age racionalmente para atingi-lo. Já a acção racional com
relação a valores refere-se a acções que são tomadas segundo os valores morais do sujeito que
a pratica. A acção afectiva configura-se quando um sujeito age com base em seus sentimentos
sem levar em consideração o fim que deseja atingir. A acção tradicional está relacionada com
o agir baseado no costume e no hábito, isto é, o sujeito age pelo pressuposto da tradição sem
o apoio da razão."

"Racionalização do mundo social


O trabalho de Weber estende-se também a um fenómeno que ele acredita ser de grande
importância para o mundo moderno e que está relacionado com as mudanças estruturais,
culturais e sociais que as sociedades modernas passaram no decorrer do tempo. Trata-se da
“racionalização do mundo social”, isto é, mudanças profundas no cerne do pensamento do
indivíduo moderno e das instituições do Estado, como a gradual construção do capitalismo e
a monstruosa explosão do crescimento dos meios urbanos, que se tornaram as bases da
reordenação das organizações tradicionais que predominavam até então.

A preocupação de Weber estava em tentar apreender os processos pelos quais o pensamento


racional, ou a racionalidade, impactou as instituições modernas, como o Estado e os
governos, e, ainda, o âmbito cultural, social e individual do sujeito moderno. Em sua
denominação das diversas formas de racionalidade, Weber fez distinção de duas principais
formas: a racionalidade formal e a racionalidade substantiva.

Tipos de racionalidade
A racionalidade formal relaciona-se com as formas metódicas e calculistas do sistema
jurídico e económico das sociedades modernas. Está ligada aos aparelhos institucionais que
se estruturam de forma burocrática, organizando-se em uma hierarquia delimitada por regras
fixas. A racionalidade substantiva aproxima-se da racionalidade formal, mas se difere em sua
conduta, que não é voltada para fins. Isso quer dizer que ela leva em consideração o contexto
social em que se insere, sendo racional quanto à disposição dos valores que orientam aquele
mundo social específico.

Tipos ideais
Outra contribuição de Weber para o pensamento sociológico foi a conceituação dos tipos
ideais, ferramenta teórica amplamente usada ainda hoje. O estabelecimento de tipos ideais
não busca construir tipologias genéricas nem mesmo busca classificar de maneira inflexível o
objecto em questão, como é o caso das classificações que encontramos nas ciências naturais.
Os tipos ideais servem como parâmetro de observação, um conceito teórico abstracto com
características delineadas que serve apenas como ponto de comparação entre o objecto
observado e a abstracção teórica. Trata-se de modelos conceituais que raramente, ou quase
nunca, existem integralmente. Dessa forma, é possível que olhemos, por exemplo, para o
sistema político de um país munidos de um tipo ideal, como o da democracia, e, a partir da
comparação, classificá-lo como sendo ou não uma nação democrática em um ou outro
sentido. Nessa comparação, ainda que não sejam observadas todas as características de um
modelo de democracia, esse sistema político ainda poderia ser considerado como democrático
se a maior parte de sua organização fosse condizente com a de um modelo democrático.

De todas as formas, a Sociologia compreensiva de Max Weber representou grandes avanços


teóricos para o pensamento sociológico. O valor de seu trabalho é inestimável, de forma que
grande parte dos trabalhos que investigam fenómenos recentes busca auxílio em suas obras."
Quais são as principais ideias de Karl Marx?
O socialismo científico está entre as principais ideias de Karl Marx e é ele que leva ao
comunismo. Em resumo, é uma doutrina que orienta as práticas necessárias para se instaurar
a revolução. Somente assim ele crê que conseguirá uma sociedade igualitária.

O socialismo pode ser entendido em duas formas básicas:

 Socialismo utópico: Corrente de pensamento que pretende alcançar uma sociedade


ideal de forma lenta, gradual e pacífica.

 Socialismo científico: É a principal ideia de Karl Marx, na qual ele ensina que é
preciso uma revolução e uma luta armada para mudar a sociedade e acabar com as
injustiças. Por isso, ele fez uma análise crítica e científica do capitalismo.

Existem outras versões e nem todas envolvem a violência. Mas a essência permanece sendo a
teoria da luta de classes e a abolição da propriedade privada.

Não ter propriedade privada é não possuir nada próprio. Tudo será do Estado, que terá a
responsabilidade de distribuir tudo igualmente. Na prática, o governo passa a ser o único
detentor de propriedades. Isso recebe o nome de capitalismo de Estado ou Partido único.

O livro A Ordem Natural, de Carlos Alberto Sacheri, apresenta ainda mais detalhes sobre
esse tema.

Além desse ponto, a filosofia marxista também envolve:

1. Materialismo: Tudo é material, não havendo o sobrenatural. Por consequência,


somente a vida económica importa no socialismo.

2. Colectivismo social: A colectividade possui mais importância do que a vida de cada


um considerado individualmente. A vida deixa de ser um direito natural inviolável.

3. Finalidade da sociedade política: A finalidade é alcançar uma sociedade sem classes,


sem hierarquia, considerada uma injustiça em si mesma.
Conclusão
O pensamento de Karl Marx integra-se num todo mais amplo do que o que deriva da
Economia. A influência de Hegel em Marx traduziu-se nos seguintes pontos fundamentais: a)
uma concepção social como um todo, como um sistema de relações; b) uma interpretação
unitária e dinâmica dos movimentos da história; c) uma visão do progresso como resultado do
conflito de forças opostas. Marx considera o Homem mergulhado nas relações sociais, as
quais moldam os seres humanos, bem como, influem no que pensam e no que fazem, levando
a que as relações sociais condicionem o comportamento individual.
Bibliografia
Bourdie, P. (2005). Um convite à sociologia reflexiva. SÉCULO XXI.

Chinoy, E. (1996). Sociedade: uma introdução à sociologia. México: Fundo de Cultura


Econômica.

FES (sf). O que é sociologia ? Obtido na Federação Espanhola de Sociologia: fes-


sociologia.com

Martinez, JC (22 de maio de 2012). O que é sociologia? Obtido de sociólogos:


sociologos.com

Simmel, G. (2002). Questões fundamentais da sociologia. Barcelona: Gedisa.

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