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Projecto de Pesquisa
Anselmo Bernardo
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Projecto de Pesquisa
Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4
Tema da pesquisa ................................................................................................................................ 6
1.2. Problematização ........................................................................................................................... 6
Questões de pesquisa .......................................................................................................................... 6
1.4. Justificativa .................................................................................................................................. 7
1.5. Objectivos: ................................................................................................................................... 8
1.5.1. Objectivo Geral: ........................................................................................................................ 8
1.5.2. Objectivos Específicos: ............................................................................................................. 8
CAPÍTULO II: METODOLOGIA ..................................................................................................... 9
2.1. Tipo de pesquisa .......................................................................................................................... 9
2.3. Tipo de pesquisa quanto aos procedimentos técnicos................................................................ 10
2.4. Técnicas e Instrumento de recolha de dados.............................................................................. 10
2.4.1 Pesquisa Bibliográfica ............................................................................................................. 10
2.4.2. Entrevista ................................................................................................................................ 10
2.2.3. Análise documental ................................................................................................................. 11
2.3. Universo População ................................................................................................................... 11
CAPITULO III: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 13
3.1. Conceito de arte ......................................................................................................................... 13
Ofícios como forma de um currículo relevante................................................................................. 14
Relação entre Ofícios e formação permanente do professor ............................................................ 15
Por quê ensinar arte e ofícios ............................................................................................................ 20
A arte e ofícios na educação ............................................................................................................. 20
Arte e ofícios na fase infantil – entender e valorizar o sonho da criança ......................................... 22
4. Cronograma de Actividades e orçamento. .................................................................................... 24
4.1. Cronograma de actividades ........................................................................................................ 24
4.2. Orçamento do Projecto. ............................................................................................................. 24
Referências bibliográficas ................................................................................................................. 25
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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
O termo Arte vem se modificando ao longo do tempo. É através de formas perceptíveis e
prazerosas que pode compreender a Arte, pois esse conjunto de sensações possibilita maior
interação sociocultural, introduzindo novos comportamentos, novas relações e ideias dentro da
sociedade.
A investigação sobre a importância da arte na educação contribui na reconstituição do homem em
suas três dimensões: ética, estética e epistémica, dando ao ser humano um sentido mais pleno em
sua existência.
É importante reconhecer a arte como ferramenta de diálogo com a realidade e transformação do
quotidiano.
O mundo está repleto de imagens, utilizadas em diferentes contextos com os mais diversos
objectivos e sentidos. É possível passar por esses elementos estéticos sem se deter em seus
significados, no entanto, compreender sua essência é imprescindível para compreender o mundo
em que vivemos.
O ensino da arte e ofícios permite ir além do que está dado, aprender os elementos visuais do
mundo de forma mais crítica e contextualizada.
A arte e ofícios podem ser concebidos de diferentes formas de acordo com cada cultura e visão de
homem.
O desenvolvimento emocional está intimamente ligado ao processo de ensino-aprendizagem de
cada indivíduo. Dino Formaggio (1985) elaborou a seguinte definição: "arte é tudo aquilo a que
os homens chamam arte".
A arte e ofícios têm função educativa quando leva a criança á apreciar a beleza do mundo, como
também promove a confiança em suas próprias habilidades, desperta o diálogo entre a família, o
que contribui grandemente para um bom convívio familiar. Possibilita elaborar, estruturar e
compreender ideias.
Essa visão pedagógica abre espaço para um processo de ensino- aprendizagem que valoriza a
prática de um ensino dinâmico, alegre e moderno. Cada sujeito possui pontos cognitivos e
afectivos que evoluem para o crescimento harmonioso, filosófico, artístico e científico por meio
de acções culturais.
Foi desenvolvida uma análise no objectivo sobre a importância da arte e oficio no contexto
educacional, caracterizadas nas mais diversas culturas e sociedades.
Para realização deste trabalho foi utilizada pesquisa bibliográfica de autores que contribuíram
bastante para o conhecimento do mesmo e uma pesquisa de campo que foi realizada com alunos
do 2º ciclo do ensino primário concretamente nas 6ª e 7ª classes da Escola Primária do 1o e 2o
Grau de Nampuro, Distrito De Malema, Província de Nampula (2015 – 2019)
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Estruturalmente, o trabalho este organizado em 3 capítulos: A começar com a parte introdutória,
onde estão patentes a introdução, problematização, hipóteses, justificativa, objectivos e
metodologia. Já no primeiro capítulo está a revisão da literatura, onde estão patentes os conceitos
dos autores que sustentam o conteúdo abordado no trabalho.
O segundo capítulo está a descrição do local de estudo, sendo então a localização e historial tanto
da escola assim como do bairro.
O terceiro capítulo traz a metodologia aplicada para que se materializar este trabalho e
posteriormente será encontrado o orçamento e cronograma de actividades.
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Tema da pesquisa
Artes e Ofícios: Uma Reflexão Sobre As Suas Significativas Contribuições No Processo Ensino e
Aprendizagem; Caso Escola Primária do 1o e 2o Grau de Nampuro, Distrito De Malema,
Província de Nampula (2015 – 2019)
1.2. Problematização
A investigação sobre a importância da arte e ofícios na educação contribui na reconstituição do
homem em suas três dimensões: ética, estética e epistémica, dando ao ser humano um sentido
mais pleno em sua existência.
Arte e ofícios é a actividade ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de
percepção, emoções e ideias, com objectivo de estimular esse interesse de consciência em um ou
mais espectadores, e ressaltar que cada obra de arte possui um significado único e diferente
(COLI, 1998).
Conforme aponta Justino (2000), é muito difícil obter um consenso sobre artes e ofícios, e são
constantemente criadas acompanhando as mudanças da sociedade e suas novas concepções acerca
de homem e de mundo. Esse é outro elemento importante: a arte deve ser entendida como arte do
seu tempo, ou seja, dentro de determinado contexto e fazendo parte de possibilidades e situações
tornadas reais devido aos elementos que se integram em dado momento. Como por exemplo, não
há como dissociar ou separar a arte e ofícios da tecnologia.
Diante de certas constatações analisadas pelo pesquisador, a arte e ofícios não é vista como arte
da realidade, às vezes não é também analisada como reflexão dos aspectos da actualidade, e não é
avaliada como crítica às situações mais diversas. É possível perceber, que em alguns momentos
da história da arte, ela esteve vinculada aos detentores do poder. Diante das constatações acima
identificadas o autor levanta a seguinte questão de pesquisa:
Até que ponto a disciplina de arte e ofícios Contribui significativamente No Processo
Ensino e Aprendizagem na Caso Escola Primária do 1o e 2o Grau de Nampuro, Distrito
De Malema, Província de Nampula?
Questões de pesquisa
Segundo Gil (2006:50), um problema de pesquisa ou questão de pesquisa é definido como uma
área de preocupação que requer uma compreensão significativa de um tópico específico, uma
condição, uma contradição ou uma dificuldade. Constitui como questões desta pesquisa as
seguintes:
1.4. Justificativa
As palavras arte e ofícios foram aos poucos me envolvendo, me contaminando, me laçando de tal
maneira que mal percebi. Esta pesquisa que ora apresento, é resultado do intercruzamento de
paixões e convicções, em uma teia de significados múltiplos que me proponho a desvendar
através das palavras que ouvi de professores, colegas meus que trabalharam comigo na escola de
Nampuro, de diversos autores e de mim mesmo, como professor e pesquisador. Como os
professores que se propõem a transformar materiais, redimensionando espaços, cristalizando
ideias e sentimentos através de imagens, penso ser possível, através destas palavras e reflexões,
produzir um novo olhar fazendo uma reflexão sobre as suas significativas contribuições de arte e
ofícios no processo ensino e aprendizagem na Escola Primária do 1o e 2o Grau de Nampuro,
Distrito De Malema, Província de Nampula.
A escolha do tema deve-se à sua pertinência na sociedade educativa em geral e particular na
Escola Primária do 1o e 2o Grau de Nampuro, Distrito De Malema, Província de Nampula.
Uma outra razão para a preferência em estudar este tema deve-se igualmente ao interesse do
investigador relativamente ao processo das significativas contribuições da disciplina de arte e
ofícios no processo de ensino e aprendizagem no ensino primário nalgumas escolas do país e em
particular as de Nampula principalmente da Escola primaria do 1º e 2º grau de Nampuro, distrito
de Malema
A elaboração do presente estudo tem como ponto de partida a nossa experiência em sala de aula,
tanto no ensino primário, este com maior tempo de serviço e bem como no ensino secundário.
Além disso, o facto da escolha recai concretamente sobre artes e ofícios no processo de ensino e
aprendizagem ou seja, da transmissão de conteúdos. E ainda pelo facto de possibilitar-nos analisar
com mais precisão a actuação dos professores e alunos neste cenário, pois permite ter acesso e dar
voz o processo educativo e pessoas envolvidas na transmissão, motivação e assimilação ma
matéria tanto nova como repetida.
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1.5. Objectivos:
Os objectivos indicam o que se pretende conhecer, medir ou provar no processo da pesquisa, ou
seja, as metas que se desejam alcançar, (IVALA, 2007:119).
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CAPÍTULO II: METODOLOGIA
Este capítulo tem como objectivo apresentar a metodologia que será usada para a presente
pesquisa, no que se refere às estratégias de recolha de dados durante a investigação, a população
donde se retirou a amostra, a forma de análise e interpretação dos resultados.
Assim, o desenvolvimento do trabalho seguiu os procedimentos metodológicos da pesquisa
qualitativa.
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2.3. Tipo de pesquisa quanto aos procedimentos técnicos
Este projecto será de pesquisa experimental. Permitirá a testagem das questões de pesquisas
levantadas durante a mesma. Que de acordo com GIL (1989:53), “a pesquisa experimental
consiste em determinar um objecto de estudo, seleccionar as variáveis que seriam capazes de
influencia-lo, definir as formas de controlo e de observação dos efeitos que a variável produz no
objecto”.
2.4.2. Entrevista
De acordo com CANO e SAMPAIO (2007:11) as entrevistas têm em vista a recolher as
percepções sobre a temática em análise numa modalidade profunda. Pois uma das vantagens do
uso desta técnica é o facto de elas permitirem uma expressão profunda do que sente em relação ao
tema em abordagem.
CERVO e BERVIAN (2002:46), é uma técnica de recolha de dados que possibilita a obtenção de
dados referente aos mais diversos aspectos em torno do tema e é eficiente para a obtenção de
dados mais profundos, porque o entrevistado é livre de se expressar.
O recurso a entrevista estruturada, é segundo LODI (1974:89), citado por MARCONI e
LAKATOS (2002:91), para obter dos entrevistados respostas às mesmas perguntas, permitindo
que todas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças possam
reflectir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas.
Portanto, para tal, serão elaborados guiões de entrevistas para cada grupo-alvo (alunos,
professores, técnicos de educação, representantes da comunidade e pedagógica).
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2.4.3. Observação
Esta metodologia servirá para visualizar o ambiente geográfico da escola primária do 1º e 2º Grau
de Nampuro, localizada no bairro com o mesmo nome, distrito de Malema, província de
Nampula.
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CAPITULO III: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Ofícios como forma de um currículo relevante
Estruturalmente, os conteúdos estão arrumados em três áreas fundamentais e cada área está
constituída por um grupo de disciplinas notadamente: Comunicação e Ciências Sociais,
Matemática e Ciências Naturais e por fim Actividades Praticas e Tecnológicas. Recordar que
a disciplina de Ofícios, versa-se muito mais naquilo que se chama actividades práticas que
colocam o aluno, em termos de competências, na dimensão saber fazer (Perrenoud, 2004).
Considera-se a disciplina de Ofícios relevante porque por si só cobre 75% de tudo o que foi
definido como currículo local na dimensão escultura, jardinagem, artesanato, costura,
cozinha, bordado, plantio de árvores, realização de actividades agro-pecuárias e piscatórias,
com objectivo de conectar as actividades laborais da comunidade com a escola, respondendo
as verdadeiras necessidades básicas de aprendizagem. Deste modo a disciplina de Ofícios
apresenta-se como a verdadeira incarnação do carácter profissionalizante do Ensino Básico.
De acordo com a Declaração Mundial de Educação para Todos (2000), o currículo relevante
abrange dum lado, as ferramentas essenciais para a aprendizagem como por exemplo a leitura, a
escrita, a expressão oral, calculo e a solução de problemas e de outro, os conteúdos da
aprendizagem básicas que são conhecimentos não só teóricos mas também práticos, valores e
atitudes necessários para que os seres humanos possam sobreviver e desenvolver plenamente as
suas capacidades.
Salientar que não existe uma versão de currículo relevante que possa ser imitado, plagiado ou
usado eficazmente em qualquer escola do mundo. Um currículo verdadeiramente relevante deverá
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estar focalizado em seu próprio contexto local de modo a atender as necessidades básicas dos
alunos. Levará em conta as exigências nacionais e as expectativas universais contextualizando-as
localmente.
Nesta perspectiva, o aprendizado será não só real, excitante e inspirador mas também
desenvolverá de forma integral, isto é, de maneira intelectual, estética, física, emocional,
espiritual e social. Vai estimular a imaginação e a curiosidade, elevando as aspirações e alargar os
horizontes. Vai permitir que cada educando deixe a escola com confiança, capacidade assim
como o desejo de tornar melhor o seu meio social. É realmente isso que constitui os desafios de
um currículo relevante.
As críticas que se têm sido direccionadas à educação escolar não se encontram apenas fora das
instituições educativas mas também dentro das mesmas instituições, pois é praticamente a própria
escola que muitas vezes, se questiona sobre a eficácia da teorização de suas práticas pedagógicas
e educativas. Os próprios educadores, em seu quotidiano, questionam os objectivos educacionais,
seu alcance e o distanciamento entre teoria e prática.
Na disciplina de Ofícios, o foco na prática, constitui o fundamento educativo para evitar o que
Freire (2008) chamou de educação bancária. Este autor afirma que todo aquele que se propõe a
educar precisa optar pelo tipo de educação que irá assumir. Nesta ordem de ideia, Mazula (2012
p. 83) “afirma que temos dois tipos de ensino e aprendizagem: um é o ensino cumulativo ou
bancário e outro, ensino performativo”.
No sistema de ensino acumulativo, Mazula afirma que cada conhecimento é um saber isolado,
cada disciplina organiza-se separadamente das restantes disciplinas, cada faculdade também
constitui um mundo fechado às restantes faculdades, porque se considera uma esfera
especializada e inacessível ao não especializado na sua área do saber. Cada universidade se
constitui um astro fora do espaço comum da sociedade, numa luz de conhecimentos sem
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orientação clara para a sociedade porque se considera uma instituição iluminada.
No processo de aprendizagem, o aluno sente-se aborrecido com esse tipo de ensino e não é muito
entusiasmado, não tem outra alternativa do que memorizar a matéria e responder às perguntas do
professor na aula, às questões dos testes e dos exames, literalmente como ele ditou os seus
apontamentos. Praticamente, é um ensino sujeito à cábula em que facilmente, o aluno estuda para
responder às questões de avaliação e depois se esquece quando a pressão avaliativa termina. Na
vida prática, o aprendente não consegue reutilizar os conhecimentos para resolver os problemas
práticos.
Por outro lado, o ensino performativo, não se preocupa com a acumulação de sabres, mas com o
desenvolvimento de competências, habilidades, atitudes, valores e princípios que articulam e
explicam os conhecimentos. Amplia uma aptidão que permite à pessoa ao longo da sua vida,
expor e resolver os problemas e ao mesmo tempo, “fornece-lhe princípios organizadores que
permitam ligar os saberes e lhes dar sentido” (Morin, 2002, p.21).
O ensino performativo tem um carácter libertador na medida em que capacita a saber identificar e
colocar os problemas e a resolvê-los. Incide mais no despertar da curiosidade de saber, no debate
e na problematização, na arte da argumentação e da discussão, na ligação dos saberes, na
capacitação para solução dos problemas com princípios organizadores.
Mazula (2012) afirma que o ensino performativo liberta as mentes tendo em vista que incide na
criação de capacidades e na arte de transformar detalhes, aparentemente insignificantes como se
pode pensar, mas este aspecto reveste-se de muita importância visto que muitas vezes pensamos
que só coisas grandes criam igualmente coisas grandes e coisas pequenas só podem criar coisas
pequenas.
Quanto a isso, Prigogine (1996) anunciou a lei da complexidade, que muitas vezes é evocada por
Morin (1995) na qual diz o contrário demonstrando que coisas pequenas podem gerar coisas
grandes assim como, nem sempre coisas grandes criam coisas grandes. O ensino tem por missão,
capacitar o aluno a saber na sua vida transformar coisas pequenas em coisas grandes (Tardif,
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2014).
Esta filosofia educativa de capacitação do aluno a saber transformar coisas pequenas em coisas
grandes no seu quotidiano, corresponde a quilo que é o fundamento da disciplina de Ofícios que
consiste em colocar o aluno no centro da resolução dos seus próprios problemas, incutindo nele o
espírito empreendedor atribuindo ao professor a tarefa dinamizadora com missão de ligar o
conhecimento teórico da escola com a vida prática dos educandos.
Esse tipo de ensino performativo, baseado na actividade prática não fica tão preocupado com a
acumulação de saberes, mas sim com a criação e o desenvolvimento de competências,
habilidades, atitudes valores e princípios capazes de organizar e de explicar os conhecimentos
desenvolvendo uma grande aptidão que permite a recolocação dos problemas quotidianos (Silva,
2010).
A escola que não incute no aluno a cultura de trabalho árduo, cooperativo e produtivo, realiza o
ensino na visão de Mazula (2012) um ensino monológico, isto é, pensa sozinha. E’ uma escola
fechada em si mesma. Não vai ao encontro do povo, em contra partida pede ao povo para que
venha a si, considerando-se o único espaço de conhecimentos científicos validos. A sua pretensão
de validade centra-se nos conhecimentos acumulados que lê nos livros sem nada de prática e
criativo.
É uma escola que se aproxima do povo duma forma estimulativa sem nenhuma estratégia
comunicativa para o verdadeiro diálogo. Ouve mas não tem estratégias dialógicas nem sequer é
solidária, consequentemente, acaba tomando decisões unilaterais. Esse procedimento educativo
não liberta o aluno no sentido de orientá-lo ao saber fazer, mas mergulha-o num saber de arranjos,
de desenrascar-se perante os desafios do seu quotidiano (Vasconcelos, 2005).
A escola performativa realiza o ensino inovador e permanece solidária não só com a sociedade
mas também com a prática. É uma escola dialógica que ensina o aluno a saber dialogar com a
sociedade e com a natureza incutindo nele a consciência ecológica a fim de preservar o ambiente
na perspectiva da melhoria da qualidade de vida aplicando o método de resolução de problemas.
Identifica as matérias-primas ensinando a usar correctamente os utensílios de ofícios. Desenvolve
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aptidões manuais e técnicas, usando recursos disponíveis de forma criativa.
Em adição, é um ensino que orienta o aluno a adquirir hábitos de higiene no trabalho, participar e
colaborar com os outros em tarefas colectivas, com abertura e sentido crítico; dialogar com as
comunidades para aprender os saberes locais permutando conhecimentos transformadores da vida
comunitária para o seu bem-estar progressivo; compilar os conhecimentos universais com os
locais de modo a tirar proveito e comunicar-se com o mundo.
Contudo, o ensino que persistir na forma cumulativa no seu processo de ensino e aprendizagem
não só facilitará a marginalização dos seus formandos mas também contribuirá para falta de sua
identidade própria, contrariamente ao ensino performativo, que terá sempre implicações na
formação do seu professor. Ser professor é ao mesmo tempo, uma tarefa, uma vocação, uma
profissão e, sobretudo, uma missão (Foucault, 1997). As quatros dimensões do ser professor
jogam uma relação de interdependência articulando-se entre si.
Deve realizar acções que são traçadas pelas políticas educativas sem alterar os
conteúdos dos programas de ensino. Deve cumprir essa tarefa com
responsabilidade preocupando-se com a assimilação da matéria pelos alunos. Ser
professor é uma profissão especial cuja função é educar com consciência. Ensinar
é uma arte e responsabilidade (pp.45).
O ser professor é acima de tudo uma missão na qual Sócrates descobre o ensinar aos cidadãos
uma missão nobre confiada pelos deuses (Platão, 2006). É uma missão de transmissão de
conhecimentos, de ensinar não só a saber ser, saber estar, saber fazer, mas também saber pensar.
Considera-se a verdadeira missão nobre porque a tarefa de ensinar exige dedicação, amor e
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consagração da vida.
As comunidades locais contentam-se com um professor revestido de vocação e que realiza com
amor e dedicação a sua tarefa, ensinando a viver e a saber pensar, transmitindo sabiamente os
conhecimentos e ensinar a saber transformar esses conhecimentos para o bem da sociedade e
saber incorporá-los em si ao longo de toda a vida. É exactamente isso que Fortunato e Silveira
(2011) chamaram de ofício do professor como educador.
Para esses autores, ofício de educador é um modo de vida, é uma profissão na qual as pessoas
possam desenvolver suas habilidades naturais dentro das suas responsabilidades. Não podemos
ensinar responsabilidades ao aluno sem libertamo-nos a nós mesmo. O que importa realmente, ao
ajudar-se, o homem é ajudá-lo a ajudar-se. É fazê-lo agente de sua própria recuperação. É pô-lo
numa postura conscientemente crítica diante de seus problemas.
Freire (2008) explica as sociedades de acordo com seu nível de consciência demonstrando que a
educação propicia que os sujeitos compreendam seu papel social. Esta compreensão se dá em
vários graus: intransitiva, na qual há uma limitação na esfera de apreensão, transitiva ingénua, em
que se interpretam os problemas de forma simples, e transitiva critica, em que se busca
desprender dos conceitos para interpretar a realidade.
As relações entre o educador e o educando tem a marca que disserta, pois os papéis são
relativamente diferentes tendo em vista que um assume-se narrador, depositante, enquanto o outro
é o depositário, ouvinte. Nelas, o educador apresenta-se como o seu verdadeiro sujeito com a
missão de encher os educandos conteúdos de sua narração; as palavras dessa narração são vazias
que alienam o educando (Zabalza, 2010).
A formação permanente na visão de Freire (2001), passa pela opção ética dos educadores, os
quais não se permitem ensinar sem saberem e vivenciarem o que estão ensinando. O facto de que
ensinar ensina o ensinante a ensinar um certo conteúdo não quer dizer de modo nenhum que o
ensinante se arrisca a ensinar sem devidas competências apropriadas. Na deve ensinar o que não
sabe. A responsabilidade ética e profissional do ensinante lhe coloca o dever de se preparar, de se
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capacitar, de se formar.
A arte faz parte da realidade, às vezes como reflexão dos aspectos da actualidade, às vezes como
crítica às situações mais diversas: ela representa, portanto, um diálogo com o real. É possível
perceber, que em alguns momentos da história da arte, ela esteve vinculada aos detentores do
poder, de certa forma legitimando este local de status (COLL, 2002).
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corno essa? Por que os adultos não entendem que a actividade artística é da criança, e que ela tem
o direito de ser a única autora do seu trabalho?".
Ferreira continua em sua observação:
Ao dar um desenho pronto para a criança pintar, o professor está desrespeitando
sua personalidade, inteligência e sensibilidade. Ninguém daria um desenho pronto
para um artista. E por que fazem isso com uma criança? Aí vem a resposta de
alguns professores: "Eles não sabem desenhar". Alegam que são cobrados por pais
e coordenadores nas escolas onde trabalham a apresentar actividades prontas,
"bonitas". "Perfeitas". Inclusive para a "capinha" de seus trabalhos. Não seria mais
interessante à própria criança criar a capa de seus trabalhos (FERREIRA 2008, p.
50).
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constitui, pois, meios para a construção da aprendizagem, uma vez que a abordagem
contemporânea da arte na educação está associada ao desenvolvimento cognitiva imaginação
criadora, integrando as linguagens artísticas nas actividades, como a música, as artes cénicas, as
artes visuais e a expressão corporal (BARBOSA, 2000).
O aluno deve ser incentivado a observar, a criar e a conduzir seu olhar para novas experiências
que o levem à pesquisa e ao conhecimento, e a elaborar propostas que trabalhem o pensamento
divergente, procurando sempre respeitar as experiências, as vivências e o ritmo dos alunos.
Torna-se necessário um novo olhar sobre o preparo do professor para actuar junto ao aluno de
forma consciente, sempre atento à sua prática pedagógica. É fundamental também, que o aluno
receba condições psicológicas, pedagógicas e materiais para que se expresse por meio das
linguagens artísticas.
Dessa forma, a arte deve perpassar todas as disciplinas, trabalhando-se a interdisciplinaridade,
Assim, a principal finalidade da arte-educação é formar o ser criativo que possa realizar-se como
pessoa por meio de uma educação integral. A arte como expressão pessoal e cultural é a base
necessária para o pleno desenvolvimento do aluno e deverá contribuir para uma educação
transformadora.
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O primeiro estágio do grafismo infantil compreende o período da rabiscação ou garatujas. Entre
um ano e meio a dois anos, a criança segura um instrumento e traça, sem intenção de escrever ou
desenhar. São experiências sinestésica, gestos instintivos que causam prazer orgânico, nos quais a
criança dá expansão às necessidades motoras. Nessa idade, mesmo sem ter a coordenação motora
desenvolvida, a criança risca em uma folha de papel formando linhas simples e curtas, passam
para espirais e depois para círculos emaranhados e múltiplos. Entre dois e três anos, a criança
passa para a rabiscação longitudinal ou ordenada. A criança começa a desenvolver controlo motor
para manejar um instrumento e começa a rabiscar: no papel, na parede, na areia, conseguindo
manter o vaivém do braço.
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4. Cronograma de Actividades e orçamento.
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Referências bibliográficas
BARBOSA, A.M (1991). A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo:
Perspectiva.
COLL, C.; TEBEROSKY, A (2002). Aprendendo Arte. 1ª ed. São Paulo: Ática.
Coménio, J. A. (2006). Didáctica Magna: tratado da arte universal de ensinar tudo a todos. (5a
.ed.) .Coimbra, Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian.
Declaração Mundial de Educação para Todos (2000). Educação Para Todos: Atingindo os
compromissos colectivos. Dakar, Senegal.
FERREIRA, S (2008). Imaginação e Linguagem no Desenho da Criança. 2ª ed. Campinas-SP:
Papirus,
OSINSKI, D.R.B (1998). Ensino de Arte: os pioneiros e a influência estrangeira na arte- educação
do Paraná em Curitiba.
25
TAVARES, I. M (2004). Educação, Corpo e Arte. Curitiba: IESDE.
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