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SÃO PEDRO-SP
2022
MARIA DE FATIMA DOS SANTOS
SAO PEDRO – SP
2022
Dos Santos, Maria de Fatima.
....A ARTE COMO ESCUTA QUALITATIVA NA MEDIAÇÃO EM
SERVIÇO SOCIAL / Maria de Fatima Dos Santos. - 2022.
....26 f. : il. color.
Elaborada de forma automática pelo sistema da UNIP com as informações fornecidas pelo(a) autor(a).
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Aprovado em:
BANCA EXAMINDORA:
/ /
Profª
Universidade
Paulista –
UNIP
/ /
Profª
/ /
Profª
O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema a arte como escuta
qualitativa na mediação em serviço social, O objetivo deste estudo é demonstrar a
percepção criada sobre utilizar e abordar conceitos de arte para o uso em ações
sócio-educativas mediando processos em Serviço Social. Para sua elaboração, a
metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, fundamentada em estudiosos
renomados como Becker (2009), Couto (2011), Rocha(2009) entre outros. A escolha
por este tema justifica-se pela experiência adquirida no Estágio Curricular obrigatório
do Curso de Serviço Social na Assistência Social de São Pedro, mais
especificamente no instituto do Programa do Auxilio e Integração Social – PAIS,
abordando que a percepção criada sobre utilizar conceitos de arte para o uso em
ações sócio-educativas pode render frutos positivos sob individuos que possuem
barreiras de comunicação, timidez, entre outros. Constatou-se que a aproximação do
profissional por meio de atividades artisticas possuem a capacidade de penetrar
barreiras de forma silenciosa e amigavel, expondo os problemas e pensamentos que
a pessoa transmite por meio das atividades artisticas. A perspectiva educativa por
meio da arte, facilita o desenvolvimento de laços, aumentando a confiança entre as
partes de forma mais natural, além de ser beneficá para a auto estima, que por sua
vez melhora a comunicação e todos os fatores das relações interpessoais,
aumentando a confiança, motivação e possibilitando um auto conhecimento em
adolescentes melhorando todo aspecto social do individuo para capacita-lo na
construção de novos caminhos para que o mesmo tenha sua vivência de cidadania
plena.
Palavras-chave: Arte. Escuta Qualitativa. Cidadania. Ações sócio-educativas.
Serviço Social.
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This Course Completion Work has as its theme art as qualitative listening in
mediation in social work. For its preparation, the methodology used was
bibliographical research, based on renowned scholars such as Becker (2009), Couto
(2011), Rocha (2009) among others. The choice for this theme is justified by the
experience acquired in the mandatory Curricular Internship of the Course of Social
Service in Social Assistance of São Pedro, more specifically in the Institute of the
Program of Assistance and Social Integration - PAIS, addressing that the perception
created about using concepts of art for use in socio-educational actions can yield
positive results for individuals who have communication barriers, shyness, among
others. It was found that the approximation of the professional through artistic
activities has the ability to penetrate barriers in a silent and friendly way, exposing the
problems and thoughts that the person transmits through artistic activities. The
educational perspective through art facilitates the development of ties, increasing
trust between the parties in a more natural way, in addition to being beneficial for self-
esteem, which in turn improves communication and all factors of interpersonal
relationships, increasing confidence, motivation and enabling self-knowledge in
adolescents, improving every social aspect of the individual to enable him to build
new paths so that he can experience full citizenship.
Keywords: Art. Qualitative Listening. Citizenship. Socio-Educational Actions. Social
Service.
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LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO......................................................................................9
3 COMUNIDADES TERAPÊUTICAS....................................................16
3.1 CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS).......................................
5 ARTETERAPIA..................................................................................27
7.2.1 DESENHO.......................................................................................................................................
7.2.2 PINTURA........................................................................................................................................
7.2.3 CONTOS.........................................................................................................................................
7.2.4 COLAGEM......................................................................................................................................
7.2.5 ESCULTURA....................................................................................................................................
7.2.6 MODELAGEM................................................................................................................................
7.2.7 FOTOGRAFIA..................................................................................................................................
7.2.8 TECELAGEM...................................................................................................................................
7.2.9 MÚSICA.........................................................................................................................................
8 RESULTADOS OBTIDOS..................................................................46
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................47
REFERÊNCIAS........................................................................................50
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1 INTRODUÇÃO
Gomes, et al, (2005, p.6-8) aponta que as famílias mais sucetiveis a terem
problemas com suas estruturas, ou seja, tornar a casa um ambiente fragilizado por
vezes cruel, onde não existe comunicação, empatia e geralmente é cercada de
conflitos, são ambientes de vulnerabilidade, marcadas por fome, miséria, situações
precárias de saneamento básico entre outros problemas.
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É importante deixar claro que por mais que as familias de baixa renda ou
estado de vulnerabilidade tenham uma pré disposição à vivenciar esses conflitos de
peda de laços afetivos, qualquer classe social está sujeita a passar por este tipo de
situação, independentemente de sua situação monetaria, conflitos,
desentendimentos, relacionamento abusivos, podem desestabilizar o nucleo familiar,
assim recorrendo a uma assistente social para fazer a mediação.
Existem casos onde os responsáveis pelas crianças e adolescentes, não
querem, não podem ou não tem condições de atender as necessidades básicas para
sobrevivência, as vezes por problemas de saúde, dependencia quimica,
desemprego, negligencias
acolhedora.
A Seleção funciona de tal modo que deve ser preenchido um formulário de
inscrição e ao atender todos os quesitos necessários, passa-se para o passo dois,
analise documental, Como qualquer outra especie de cadastro são pedidos
documentos da familia acolhedora como certidão de nascimento, comprovante de
residencia, etc.
Após a seleção, são iniciadas as entrevistas com as equipes para estudar a
estrutura familiar de cada familia que se inscreveu, quais são seus objetivos,
podendo ser feito a entrevista com os principais provedores do lar ou até mesmo
com todos os membros da familia, satisfeito(a) com o resultado da entrevista o(a)
Assistente Social faz uma visita à residência da familia, para que possa analisar as
condições físicas da casa, analisar a dinamica daquela familia, comportamento entre
os membros, aceitação, qualquer aspecto que seja relevante para determinar se a
criança ou adolescente que ira para aquela casa está em um ambiente seguro e
acolhedor, ainda vale ressaltar que para que o acolhimento aconteça, todos os
membros da familia precisam estar de acordo, ou seja, caso por exemplo, um dos
filhos não seja a favor, não pode dar continuidade no processo de acolhimento.
Após as etapas de entrevista, documentação e visita estarem de acordo, será
realizado uma capacitação com a familia acolhedora para que ela esteja preparda
para receber o individuo, estes cursos geralmente são aplicados em conjunto com
o(a) Assistente Social e o(a) Psicologo(a). Terminando está fase, ficará em modo de
espera até que seja socilicitado o acolhimento propriamente dito.
De acordo com Rosa (2010, p.5) “Os encaminhamentos para a instituição são
realizados pelo Conselho Tutelar e pelo Juizado da Infância e Juventude após o
recebimento de denúncia e a constatação de violação dos direitos das crianças”. Ou
seja, a partir das denúncias que é feito o acolhimento.
Após ser convocada e o processo entrando em vigor, começa o trabalho de
toda equipe para reestruturar o lar de origem, com encontros da equipe técnica do
projeto, familia acolhedora e familia de origem, buscando criar soluções e diminuir os
atritos psicologicos criados pelas ocorrencias anteriores, sempre visando que a
criança ou adolescente volte o mais rapido possivel para sua familia de origem.
Selmo e Oliveira (2013, p. 09), “(...) a equipe da 29 Instituição deve realizar
também o acompanhamento psicossocial10 com famílias de origem, visando
encontrar estratégias para a reintegração familiar”. Este processo de retorno após ter
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3 COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
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de Proteção Social Básica, com foco na família, o PAIF foi estruturado para prevenir
fragilações e rupturas de vinculos, contribuindo para o facilitamento das familias a
condições de qualidade de vida digna.
Os atendimentos prestados nas unidades do CRAS podem ser estendidos ao
domicilio em alguns casos, quando torna-se necessario o acompanhamento na
residencia do usúario, este atendimento é feito pelo assistente social, onde o mesmo
ira promover atividades e ira determinar as análises previas que serão entreguer a
psicologa encarregada.
É relevante ressaltar a importancia do CRAS (Centro de referência de
Assistência Social), um centro público que tem como objetivo oferecer serviços,
programas e benefícios para prevenir situações de risco fortalecendo o vínculo entre
comunidade e familiares. Assim desenvolvendo as potencialidades, o protagonismo
e a autonomia dos indivíduos. O CRAS é destinado à população fragilizada pela
pobreza, com baixa renda, que não possuem acesso dinamico aos serviços
públicos, que possuam vinculos afetivos abalados, trabalhando assim
preventivamente focando na emancipação desses individuos, ainda sendo
responsavel por atendimentos e acompnhamentos familiares, atividades para
comunidade, concedimento de beneficios, encaminhamento ao mercado de trabalho,
entre outros.
A função do Assistente social do CRAS é dar suporte ás famílias por ele
encaminhadas, articular-se com a rede socioassistencial presente em seu território,
bem como fazer encaminhamentos necessários a essa rede, atuando com outros
profissionais multidisciplinares em forma de equipe multiprofissional.
hospitais psiquiátricos aos (RAPS), que nada mais é que uma rede de evolução do
CAPS contando com equipamentos, o proprio CAPS, Serviços residenciais
terapêuticos (SRT) e outros grupos, além de estabelecer a criação do CAPS álcool e
Drogas IV, além de incentivar mesmo que sendo contra os objetivos iniciais as
internações, fica claro a importancia dos CAPS para o Brasil e seu aumento quando
vemos os dados do Ministério da Saúde de 2018 que reporta a existência de cerca
de 2580 unidades (Brasil. Ministério da Saúde, 2018).
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A história da arte anda lado a lado com a história da humanidade sendo ela
extremamente vasta e complexa, dividida em períodos e estilos, com isso em mente
o foco do projeto é uma generalização do conceito de arte, sem entrar em um
modelo ou grupo especifico.
A arte inseriu-se em nosso mundo por meio de um aparato cultural, tendo sido
um tema demasiadamente relevante para as ciências sociais criando um binômio
onde desapontou apenas em 1960 (MOULIN, 1985 p. 35; MENGER, 1987, p. 7).
Com o crescimento da sociedade o aumento do consumismo perante a indústria
cultural e o crescimento populacional, intensificou-se o processo de mundialização,
de acordo com Williams (1984) todo este movimento resultou em uma grande
inovação no mundo da arte que possibilitou novos estudos, mapeamentos, gerou
investimentos, tornou-se o primeiro passo para desenvolver uma ação pública que
favoreceu o meio artístico.
No decorrer dos anos 70, foram criadas linhas de pensamento teórico por
Pierre Bourdieu e Howard Becker, que foram de suma importância no cenário da
época, desenvolveram a partir dos anos 80 disputas internas no campo da disciplina,
assinalando a função da sociologia da arte até então uma esfera autônoma.
Para (Becker 1990, p. 63-90) as delimitações da arte com a sociedade não
eram específicas, que poderiam variar de acordo com todo o contexto, história e
especificações de cada artista, trabalhando com cooperação. As relações entre arte
e sociedade ainda estavam sendo desenvolvidas de forma conceitual, era mais
como “um polo de constituição de uma ciência das obras, do que um terreno de
pesquisas empíricas e cumulativas” (MENGER, 1987, p. 15-40).
Além destes existem centenas de apontamentos que poderiam ser feitos na
história, assim analisamos a contextualização desse movimento onde as condições
sociais influenciam a produção artística em um período mais próximo. Apenas na
primeira metade dos anos 90, foi vista uma consolidação entre a metodologia e a
teoria nos trabalhos em sociologia da arte. Tendo o movimento maior sendo iniciado
na França e nos Estados Unidos, foi criada em 1986 a revista Sociologie de l’art na
França, com um comitê internacional para publicação anual artística, ficou marcada
como um grande marco na história da arte.
Esse Binômio criou um fenômeno chamado de sociologia da arte, essas
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Ainda que seja impossível traçar a evolução histórica da arte com fins
terapêuticos, Aristóteles (trad. 2008) em uma de suas reflexões mais antigas já
descreveu funções da arte em sua capacidade terapêutica, mesmo que sem
intenção, ele descreve suas possibilidades de alívio emocional o serve de base para
a arteterapia dos dias atuais.
A arteterapia realmente estruturada e debatida com os objetivos que vemos
até hoje foi iniciada duranto o século XX, trabalhos foram feitos com intuito de
consolidar projeções que cuidassem da “alma” ou da “mente”, como uma
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um modelo terapeutico criado por essas praticas, ainda não havia se consolidado
como uma proposta de diagnóstico ou terapia em si, então esse campo ainda estava
em fase de crescimento até realmente ser consolidado.
Como instrumento diagnóstico a arte só foi realmente ganhando seu espaço e
consolidando em meados de 1921 quando, Hermann Roschach brilhante psiquiatra
e psicanalista freudiano suiço, propôs seu teste projetivo de personalidade, o teste
basicamente serve para avaliar as condições mentais de um individuo, trabalhando
de forma interpretativa o teste consiste na demonstração de algumas imagens que a
primeiro momento parecem manchas sem nenhum significado, o paciente deve olhar
com atenção está imagem e irá começar perceber que as manchas formam outras
imagens menos abstratas, esta transformação das manchas em desenhos
simbolicos são o motor da interpretação pessoal do paciente, de acordo com os
resultados era possivel observar padrões que demonstravam traços de
personalidade do individuo.
Depois desse fenomeno começou a expansão nesse campo com Florence
Goodenough 1926 que publicou o seu teste “Draw-a-Man” ou no portugues, teste do
desenho do homem (DFH), tendo seu foco em uma avaliação do desenvolvimento
cognitivo infantil para uma variedade de propósitos psicométricos.
Em 1935 foi proposto o teste Apercepção Temática (TAT) sendo apenas em
1943 publicada sua forma definitiva por Henry Murray e Christiana Morgan tendo
como objetivo indentificar emoções, impulsos e sentimentos conflitantes marcantes
na personalidade do paciente, expondo tendências que aparentemente não eram
admitidas por eles por não ter consciência.
Já em 1948 foi apresentado o teste de HTP (House-Tree-Person) de John
Buck, seguindo o modelo visual é um teste baseado em grafismos, também servindo
como uma mapeamento subconsciente de pacientes para determinar traços de sua
personalidade e sua realidade interior.
Existem diversos testes além destes, porém o que vale ressaltar é que estes
são alguns metodos que se focam e se tornaram indiscutivelmente famosos
utilizando imagens ou o proprio desenhar como forma de conhecimento profundo,
traçando personalidades e características coginitas de casa paciente, trazendo uma
novo olhar para as condições e opções de tratamento uma vez que o o “problema”
ou “dificuldade” do paciente ficou mais claro.
Aos poucos, a arteterapia vai se consolidando e caminhando para um
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reconhecimento como prática de saúde, podemos ver algo concretizando essa ideia
com a arteterapia tendo reconhecimento na Inglaterra quando entra para o Serviço
Nacional de Saúde da Inglaterra em 1942 (Junge, 2016 p.57-58).
Agora mais proximo no século XX foi o momento de total consolidação da
arteterapia como uma atividade de abordagem profissional específica, podendo ser
utilizada em diversos setores principalmente da educação e de cuidados
preventivos, surgindo grupos de estudo, jornais, cursos de formação, congressos e
associações.
5 ARTETERAPIA
No Brasil como citados acima, podemos dizer que os pioneiros no assunto são os
propriops psiquiatras Osório Cesar a partir de 1925 e Nise da Silveira a partir de
1946. Sabemos hoje que muito do trabalho de Osório foi perdido e que o mesmo
correspondeu-se com Freud, entretanto, Nise da Silveira deixou diversas obras que
serviram como seu legado, tais como: Museu de Imagens do Inconsciente, diversas
produções téoricas e a Casa das Palmeiras.
Um pouco depois a partir da década de 1980 podemos citar Angela Phillippini
e Selma Ciornai, ambas especialistas no campo da arteterapia, Philippini foi
responsavel pela implementação e docencia de cursos de formação em arteterapia
pela Clínica Pomar-RJ fundada em 1982 e ainda entre (1994-1999) foi coordenadora
do curso de especialização em arteterapia na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ciornai também foi responsavel por coordenar cursos de formação em arteterapia
porem no estado de São Paulo na Sede Sapientiae em 1989.
Em rigor esse movimento e o aumento das abordagens em 2006 foi criada a
União Brasileira de Associações de Arteterapia – UBAAT, que tem como proposito
assegurar a competencia e capacitação dos profissionais arteterapeutas, desde sua
pratica até a docência, com intuito de democratizar e representar toda essa cadeia
coletiva, unificando, definindo, estabelecendo seus parâmetros e criterios
curriculares para os diversos cursos de Arteterapia no Brasil, sendo um passo
extremamente importante para legitimar a arteterapia como profissão regulamentada
por lei, o que ainda não ocorreu, existindo um projeto de Lei na Câmara dos
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Deputados, entregue pelo deputado federal Giovani Cherini (PDT/RS), desde 2015.
Atualmente a arteterapia é práticada e consolidade em diversos institutos que
visam a saúde como um todo, muitas vezes sendo mais comentada em Centros de
Atenção Psicossocial e em Centros de Referência de Assistência Social, todo o
significado e aplicabilidade da arte cairam como luva em questões sociais, em
serviços publicos foi demonstrado exito em diferentes consolidações de práticas
mais humanas de igualdade e em tratamentos substitutivos ao internamento.
ele pretendia passar uma mensagem por meio desta obra, qual seu real conteúdo,
tenha alguma relevancia para um grupo de pessoas, disperte interesse intelectual ou
emocional, mesmo que seja abordando problemas sociais ou politicos.
Afetividade, pode-se dizer que está diretamente ligada com a beleza da
imagem, sensação do toque de diversas texturas, esse contato direto tem o poder
de resgate de memorias afetivas, podendo atingir outros niveis de ligação com a
arte, intisgando emoções mesmo que positivas e negativas.
Ao pensar dessa forma nos colocamos em uma questão simplista de que ao
responder uma pergunta como, essa arte provoca alguma sensação em mim ou à
alguem?.
Quando abordamos este assunto a fins terapêuticos a arte passa distante
destas questões, não se exige que ela seja contemplativa focada em beleza, que
seja feita por um talento superior, distintamente bem estruturada e criada com
diversos significados. Até mesmo as questões de originalidades são deixadas de
lado, a finalidade da arteterapia está mais ligada ao seu eu interior, trabalhando
como uma ponte entre o terapeuta e o individuo, muitas vezes criadas de forma
abstrata, podem não ser devidamente interpretadas imediatamente, porém, para um
profissional bem treinado em pouco tempo terá uma visibilidade do caráter
expressivo do autor, tendo capacidade de adentrar no subconsciente do mesmo, se
aprofundando nas barreiras criadas no subconsciente.
A Arteterapia começou a ser incentivada no início do século XIX por Johann
Christian Reil que criou um protocolo terapêutico, foi desenvolvida intercalando as
áreas de Artes e Psicologia, na prática consiste em diversos recursos visuais ou
expressivos com um profundo diagnostico terapêutico. Durante as práticas o
indivíduo é exposto a uma exploração de seus aspectos inconscientes por meio de
expressões artísticas, tais como: dança, poesia, pintura, música, desenho, etc.
Paín e Jarreau (1996, p.15) “o trabalho está centrado na pesquisa do sujeito
para encontrar e elaborar um universo de imagens significantes de seus conflitos
subjetivos”. Vale ressaltar ainda que diante da opinião deles sobre o universo da
Arteterapia está em “qualquer tratamento psicoterapêutico que utilize como
mediação a expressão artística (dança, teatro, música, etc.); embora enfatizem as
representações plásticas: “pintura, desenho, gravura, modelagem, máscaras,
marionetes”
(PHILIPPINE 1994, p. 54-80) explica o sentido da arteterapia como uma
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A tendencia de acordo com o que vemos hoje em dia é uma maior utilização
no decorrer do tempo, pois ficou clara com todo conteúdo de estudo historico os
beneficios que já não podem ser mais ignorados na utilização da arteterapia,
portanto, o assistente social é de certa forma um artista narrador e intermediario que
pega a arte junto de um psicologo e transforma a vida do individuo, para isso é
importante conhecer e entender o conceito de arte, de seu processo expressivo até
os resultados em conjunto com a psicanalise.
lembra a transformação da água em vinho, e a verdadeira natureza da arte
sempre implica algo que transforma, que supera o sentimento comum. A
arte está para a vida como o vinho para a uva – disse um pensador, e
estava coberto de razão, ao indicar assim que a arte recolhe da vida o seu
material, mas produz acima desse material (...) o sentimento é inicialmente
individual, e através da obra de arte torna-se social. (Vigotski, 1999, p. 307)
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Antes de ser assistente social eu me formei primeiro como rapper, [...] entrei
na faculdade já rapper, eu já entrei na faculdade como rapper e o rap e a
poesia na minha vida me serviram como ferramentas de autoformação, de
como me portar no mundo, frente ao mundo e a possibilidade de produzir e
criar algo. Então eu já entrei na academia com senso crítico de vida, e
também por ter participado de outros movimentos como...eu tive uma série
de vários diálogos com o movimento negro da minha cidade, sempre
gostava de ler coisas sobre movimentos sociais, então eu já entrei na
faculdade com senso crítico, o qual o rap e a literatura, a poesia, foram os
principais pilares para a construção da minha identidade. (Vulgo Elemento).
Fica visivel o impacto que a arte tem na criação dos valores e estruturação
durante o amadurecimento para a vida adulta, este processo é mais intrapessoal, ao
ser observado isso, podemos utilizar esse pensamento na reabilitação de diversos
casos de readapatação do individuo na sociedade.
Montaño (2009, p.195). "as áreas tradicionais de intervenção são
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“Devemos garantir que estes processos permeiem, de forma cada vez mais
significativa, a formação profissional. Logo, mediações que exercitem a
sensibilidade e a criação podem propiciar o desenvolvimento de habilidades
necessárias ao exercício de algumas atribuições ou competências que
precisam ser solidificadas na formação” (Prates, 2007, p. 223).
do indivíduo que serão observados pelo Assistente social em ação conjunta com a
Psicológa responsavel do CRAS
Pode-se resumir o processo de atendimento ao usuário em: estudo de caso,
averiguar as condições sociais, estruturamento familiar, comportamento, etc. Após
ter uma prévia do usuário, serão elaboradas atividades artisticas que possibilitem a
interação do Assistente Social para com o usuário, de acordo com a performance
nas atividades, de maneira indireta o usuário transparece aspectos emocionais na
atividade que serão observados pelo Assistente Social e analisados em conjunto
com a Psicologa da instituição.
Ainda, vale ressaltar que mesmo em casos individuais quando torna-se
necessario que o Assistente vá até o Lar do usuário, os dados levantados por ele
serão analisados pela Psicologa, sempre havendo essa troca de informações
interdisciplinares.
7.2.1 DESENHO
7.2.2 PINTURA
7.2.3 CONTOS
7.2.4 COLAGEM
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7.2.5 ESCULTURA
diversas cores e materiais, tais como: Pedras, madeira, arame, plástico, massa,
argila, gesso, areia etc.
Além de que diferente por exemplo da colagem a escultura se destaca pela
sua capacidade de atingir a tridimensionalidade, ou seja, pode ser vista de todos os
seis pontos de visão. Ainda de acordo com Coll e teberosky (2000) as esculturas
afetam diretamente outros sentidos do ser humano e existem três técnicas para
faze-las.
Aditiva: utilizando materiais maleáveis como argila, biscuit, massa, etc.
Chama-se aditiva pela capacidade de adicionar outros materias que vão se
agregando como a utilização de massas, quando adicionada, ela encorpora e
adiciona componentes a mistura.
Subtrativa: Utilizado muito em madeiras e pedras, onde o inicio da obra é pela
materia prima bruta, por exemplo, um tronco de madeira grosso, com ajuda de
ferramentas começam os processos de exculpir a madeira, subtraindo seu conteudo
até chegar a fomar desejada.
Construtiva: Compõe a construção da obra, utilizando outros materiais
variados que serão anexados a obra com ajuda de amarras, pregos, parafusos,
cortes, soldas, qualquer mecanismo que o prenda a obra, diferente da aditiva que
realmente o material é incorporado, na construtiva ele é apenas adicionado.
7.2.6 MODELAGEM
7.2.7 FOTOGRAFIA
7.2.8 TECELAGEM
7.2.9 MÚSICA
8 RESULTADOS OBTIDOS
O inicio das atividades muito foi questionado sobre a eficiência da arte como
ferramenta em atividades individuais ou em grupo, o que tornou necessario uma
observação diaria em todas as atividades atribuidas e ainda uma maior
compreensão sobre o olhar da população no que se refere ao Serviço de
Atendimento ás Famílias Acompanhadas.
Durante a realização do diagnístico, constatou-se um maior envolvimento e
aceitação do grupo de usuários que participaram das atividades propostas pela
Assistente Social, facilitando a observação analítica de cada usuário, pois mesmo
que em alguns casos o mesmo ainda tivesse bloqueios de comunicação, a forma
com que eles se apresentam nas atividades expõe muito dos seus sentimentos.
Com a Arteterapia fica nítido que existe uma possibilidade de expansão,
respeitando cada jovem de acordo com suas necessidades e dificuldades, a arte
possibilita uma visão em cada encontro que transpõe, medos de abandono,
angústias de perdas, contato com a violencia, desestrutura familiar.
Alguns usuários com o tempo, transformam essa interação com a arte um
hobbie que pode ser levado para o resto da vida, alguns percebem o avanço
diretamente e outros apenas desfrutam das melhorias na comunicação sem saber
ao certo o que ocorreu.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
que uma extensão desse estudo deveria ser utilizado de maneira mais efetiva nas
redes de ensino publico do município, assim preparando os jovens para gozar de
sua cidadania plena na mudança para a fase adulta.
Sugere-se neste estudo, que a arteterapia usada de maneira transdisciplinar
traz consigo enormes benefícios para o Assistente Social e a Psicologa em qualquer
projeto social, podendo ser extendido para outras aplicações na educação, podendo
se amparar mutualmente preservando a singularidade de cada usuário, com
diversas diretrizes, somados a um olhar multiplo analitico dos profissionais, essa
ferramente lhes farão colher mais frutos do que metodos convencionais.
Este estudo beneficiou os pesquisadores, pois possibilitou compreender as
principais etapas para a introdução de atividades artisticas, e pode beneficiar os
gestorese toda equipe multidisciplinar de qualquer CRAS disposto as mudanças,
ainda através dos achados do estudo poderão elaborar estratégias de capacitação
da equipe, e pode contribuir para que outros estudos referentes ao tema sejam
desenvolvidos.
Cabe ressaltar as suas limitações, e sugere-se para estudos futuros, abordar
profissionais da área de Serviço Social, Psicologia e da Educação, evoluindo o tema
criando novas estratégias de desenvolvimento intrapessoal para os usuários do
CRAS de qualquer município que possua a rede integrada de atendimento a
pessoas de baixa renda.
REFERÊNCIAS
Foucault, M. (1987) The ethic of care for the self as a practice of freedom,
Philosophy and Social Criticism, 12(2/3), pp. 117-122