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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

MARIA DE FATIMA DOS SANTOS

A ARTE COMO ESCUTA QUALITATIVA NA MEDIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

SÃO PEDRO-SP

2022
MARIA DE FATIMA DOS SANTOS

A ARTE COMO ESCUTA QUALITATIVA NA MEDIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso como


parte do exigido para obtenção do título de
graduação em Serviço Social
apresentado à Universidade Paulista –
UNIP.

Orientadora: Prof(a) Me.: Elaine Nunes


de Andrade

SAO PEDRO – SP

2022
Dos Santos, Maria de Fatima.
....A ARTE COMO ESCUTA QUALITATIVA NA MEDIAÇÃO EM
SERVIÇO SOCIAL / Maria de Fatima Dos Santos. - 2022.
....26 f. : il. color.

....Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao


curso de Serviço Social da Universidade Paulista, São Pedro, 2022.

....Orientadora: Prof.ª Elaine Nunes de Andrade.

....1. Arteterapia. 2. Serviço Social. 3. Escuta Qualitativa. 4.


Cidadania. I. Nunes de Andrade, Elaine (orientadora). II. Título.

Elaborada de forma automática pelo sistema da UNIP com as informações fornecidas pelo(a) autor(a).
4

A ARTE COMO ESCUTA QUALITATIVA NA MEDIAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso como


parte do exigido para obtenção do título
de graduação em Serviço Social
apresentado à Universidade Paulista –
UNIP.

Aprovado em:

BANCA EXAMINDORA:

/ /

Profª

Universidade

Paulista –

UNIP

/ /

Profª

Universidade Paulista - UNIP

/ /

Profª

Universidade Paulista - UNIP


5

SANTOS, M.F. Arte como escuta qualitativa na mediação em Serviço Social.


[Trabalho de Conclusão de Curso]. São Pedro: Universidade Paulista; 2022.

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema a arte como escuta
qualitativa na mediação em serviço social, O objetivo deste estudo é demonstrar a
percepção criada sobre utilizar e abordar conceitos de arte para o uso em ações
sócio-educativas mediando processos em Serviço Social. Para sua elaboração, a
metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, fundamentada em estudiosos
renomados como Becker (2009), Couto (2011), Rocha(2009) entre outros. A escolha
por este tema justifica-se pela experiência adquirida no Estágio Curricular obrigatório
do Curso de Serviço Social na Assistência Social de São Pedro, mais
especificamente no instituto do Programa do Auxilio e Integração Social – PAIS,
abordando que a percepção criada sobre utilizar conceitos de arte para o uso em
ações sócio-educativas pode render frutos positivos sob individuos que possuem
barreiras de comunicação, timidez, entre outros. Constatou-se que a aproximação do
profissional por meio de atividades artisticas possuem a capacidade de penetrar
barreiras de forma silenciosa e amigavel, expondo os problemas e pensamentos que
a pessoa transmite por meio das atividades artisticas. A perspectiva educativa por
meio da arte, facilita o desenvolvimento de laços, aumentando a confiança entre as
partes de forma mais natural, além de ser beneficá para a auto estima, que por sua
vez melhora a comunicação e todos os fatores das relações interpessoais,
aumentando a confiança, motivação e possibilitando um auto conhecimento em
adolescentes melhorando todo aspecto social do individuo para capacita-lo na
construção de novos caminhos para que o mesmo tenha sua vivência de cidadania
plena.
Palavras-chave: Arte. Escuta Qualitativa. Cidadania. Ações sócio-educativas.
Serviço Social.
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SANTOS, M.F. Art as qualitative listening in mediation in Social Work.


[Monography]. São Pedro: Universidad Paulist; 2022.

This Course Completion Work has as its theme art as qualitative listening in
mediation in social work. For its preparation, the methodology used was
bibliographical research, based on renowned scholars such as Becker (2009), Couto
(2011), Rocha (2009) among others. The choice for this theme is justified by the
experience acquired in the mandatory Curricular Internship of the Course of Social
Service in Social Assistance of São Pedro, more specifically in the Institute of the
Program of Assistance and Social Integration - PAIS, addressing that the perception
created about using concepts of art for use in socio-educational actions can yield
positive results for individuals who have communication barriers, shyness, among
others. It was found that the approximation of the professional through artistic
activities has the ability to penetrate barriers in a silent and friendly way, exposing the
problems and thoughts that the person transmits through artistic activities. The
educational perspective through art facilitates the development of ties, increasing
trust between the parties in a more natural way, in addition to being beneficial for self-
esteem, which in turn improves communication and all factors of interpersonal
relationships, increasing confidence, motivation and enabling self-knowledge in
adolescents, improving every social aspect of the individual to enable him to build
new paths so that he can experience full citizenship.
Keywords: Art. Qualitative Listening. Citizenship. Socio-Educational Actions. Social
Service.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Expansão anual dos Caps no Brasil............................ 22


Disponível em: Brasil. Ministério da Saúde (2007)

Figura 1 Rede de atenção à saúde mental .............................. 23

Disponível em: Brasil. Ministério da Saúde (2004)

Figura 1 Esquema de Desenho ................................................ 40

Disponível em: PHILIPPINI (2009, P.57)

Figura 2 Esquema de Pintura ................................................... 41


Disponível em: PHILIPPINI (2009, P.45)

Figura 3 Esquema de Contos..................................................... 42


Disponível em: PHILIPPINI (2009, P.119)

Figura 4 Esquema de Colagem.................................................. 43


Disponível em: PHILIPPINI (2009, P.27)

Figura 5 Esquema de Modelagem............................................. 45


Disponível em: PHILIPPINI (2009, P.74)

Figura 6 Esquema de Fotografia................................................ 46


Disponível em: PHILIPPINI (2009, P.35)

Figura 7 Esquema de Tecelagem.............................................. 47


Disponível em: PHILIPPINI (2009, P.63)
8

1 INTRODUÇÃO......................................................................................9

2 SERVIÇO SOCIAL E SUAS ATRIBUIÇÕES.....................................10


2.1 FAMÍLIA ACOLHEDORA..................................................................12
2.2 ETAPAS DO ACOLHIMENTO...........................................................................................

2.3 ATRIBUIÇÕES E CONCEITUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL.........................................

3 COMUNIDADES TERAPÊUTICAS....................................................16
3.1 CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS).......................................

3.2 CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS)..............................................................

4 ARTE E SUA FORMAÇÃO SOCIO HISTÓRICA...............................22

5 ARTETERAPIA..................................................................................27

6 IMPULSONIAMENTO ENTRE ARTE E SERVIÇO SOCIAL..............31

7 APLICANDO A ARTE NO SERVIÇO SOCIAL..................................34


7.1 AVALIAÇÃO E ABORDAGEM DO ASSISTENTE SOCIAL...................................................

7.2 PRINCIPAIS MODALIDADES EXPRESSIVAS UTILIZADAS...............................................

7.2.1 DESENHO.......................................................................................................................................

7.2.2 PINTURA........................................................................................................................................

7.2.3 CONTOS.........................................................................................................................................

7.2.4 COLAGEM......................................................................................................................................

7.2.5 ESCULTURA....................................................................................................................................

7.2.6 MODELAGEM................................................................................................................................

7.2.7 FOTOGRAFIA..................................................................................................................................

7.2.8 TECELAGEM...................................................................................................................................

7.2.9 MÚSICA.........................................................................................................................................

8 RESULTADOS OBTIDOS..................................................................46

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................47

REFERÊNCIAS........................................................................................50
9

1 INTRODUÇÃO

O Serviço Social criou uma imagem no cotidiano que se encontra diante de


uma multiplicidade de desafios para atingir sua proposta profissional, diante das
dificuldades impostas pelo cenário atual, torna-se necessario uma reinvenção da sua
prática e suas ferramentas para alcançar este objetivo de enfrentamento de
questões sociais.
Tendo como objetivo e principal atuação a intervenção direta na vida dos
sujeitos de maneira profunda além do atendimento a necessidades básicas, permite
ao profissional ter acesso a questões mais profundas, demandando um
conhecimento e uma adequação maior do profissional para ser capaz de promover
ações de grande impacto , social, politico e ideológico na vida desses indivudios
A arte como escuta qualitativa no serviço social é uma ferramenta de
avaliação que tem o poder de ampliar a comunicação e os resultados nas
intervenções sociais, com ela podemos obter informações que podem estar
bloqueadas no subconsciente devido a traumas ou até mesmo pela timidez ou
dificuldade de comunicação.
Portanto, para um estudo relacionado a pratica profissional em conjunto com
o estudo da arte, torna-se necessario o completo entendimento de suas bases,
entender a arte como algo maior do que o que aparenta, ver suas aplicabilidades no
decorrer da historia, seu crescimento, seus objetivos para então consedera-la uma
alternativa metodológica, refletir os efeitos dela em uma abordagem de
autoconsciência para então entender sua aplicabilidade.
Justifica-se este estudo para o melhor entendimento da contribuição do
assistente social tanto para a sociedade quanto na comunidade acadêmica. Para
contextualização a utilização da arte como ferramenta em ambientes de assistencia
social, mais propriamente na área do acolhimento, não recebe a atenção merecida,
a falta de atenção para com este tema, a descrença do uso da arte em ações
socioeducativas como forma de interação e mediação do Serviço Social.
A História de épocas e culturas são fatores determinantes para
desenvolvimento de ferramentas e metodologias evolutivas, por meio da arte as
idéias e ferramentas ganham um senso prático comum que deve ser sistematizado
10

pelos téoricos, segundo Osbourne (1968, p.14) “o conhecimento dos antecedentes


históricos do pensamento, o contexto do desenvolvimento histórico, é hoje
indispensável, para dar substância e significado aos conceitos que herdamos”.
Conclui que neste trabalho, as diversas formas de arte são o elemento
propiciador e mediador da relação social e ferramente do assistente social para
desenvolver um ambiente acolhedor, seguro, com resultados reais de forma não
evasiva, sendo reforçado esse pensamento com determinados aspectos históricos,
culturais e psicológicos que serão apresentados no decorrer deste trabalho.
A motivação pelo assunto surgiu do interesse da falta de credibilidade para o
tema uma vez que, diversas formas de arte como: música, dança, desenho entre
outros, podem ser utilizados e foram estudas e ainda são até hoje, tendo sido
comprovadas como eficazes em diversos tratamentos, são muito valiosos no
transparecer do sentimento, na emoção e até na comunicação indireta da criança e
do adolescente com o responsável.
A metodologia adotada para este estudo consiste em uma abordagem
qualitativa de campo feita na Casa Abrigo localizada em São Pedro, estado de São
Paulo com o objetivo exploratório e descritivos de comprovar os beneficios da
utilização da arte na mediação social, ainda foram utilizados na revisão da literatura
qualitativa e descritiva, consultas a livros, dissertações e artigos científicos
selecionados por meio de busca nas seguintes bases de dados Scientific Eletronic
Library Online, Google Acadêmico, Biblioteca Virtual UNIP e fontes do Google.
O trabalho aqui apresentado avalia qual o papel a ser desempenhado pelo
assistente social, dados interessantes sobre a área e o profissional, quais
ferramentas e abordagens a serem desenvolvidas visando a importancia de utlizar a
arte como mediadora, descrevendo a formação socio historica da arte desde o
ambiente internacional até sua trajetoria dentro do Brasil, analisando a fundo o
conceito de arte, seguida da contextualização da Arteterapia e e por fim os
resultados alcançados com está pratica.

2 SERVIÇO SOCIAL E SUAS ATRIBUIÇÕES

O Serviço Social trata-se de uma área de conhecimento ligada a intervir em


diversas classes sociais em busca de atender as necessidades existentes na
sociedade, mais centralizado na Assistência Social, ou seja, na politica pública sob
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os direitos de todo cidadão, tem como objetivo proteger e zelar as estruturas da


família principalmente aquelas vulneráveis, criando projetos, beneficios e programas
que irão atender as necessidades de aproximação dos profissionais com as pessoas
que necessitam desse atendimento.
Entendendo o sentido do cuidado realizado pelo assistente social, torna-se
claro seu papel em desenvolver bases solidas em familiar desestruturadas,
denomina-se como família o primeiro grupo social de um indivíduo, segundo Ferreira
(2010) o significado de Família é: “grupo das pessoas que partilham a mesma casa,
especialmente os pais, filhos, irmãos etc. Pessoas que possuem relação de
parentesco.” Mesmo que pareça simplório a sua definição é muito mais abrangente.
A constituição familiar é um ambiente indispensável para a formação e
garantia de sobrevivência social e de desenvolvimento, protegendo as crianças e
adolescentes, ensinando-os os valores para crescer e gozar de seus direitos,
compete à família assegurar as necessidades básicas de todo esse processo de
formalização. Petrini (2003, p.105) “ A Família permanece como matriz do processo
civilizatório, com condição para a humanização e para a socialização das pessoas.”
É dever da família garantir aos integrantes do nucleo familiar, principalmente
as crianças e adolescentes, direitos à saúde, ao lazer, à profissionalização, ao
estudo, à cultura, à dignifidade, ao respeito e compreensão, à liberdade, à
alimentação e qualquer caracteristica que desenvolva sua maturidade para a vida
adulta.

Compete à família assegurar aos seus membros, bem-estar material,


emocional e espiritual além de convivência em ambiente agradável, como
forma de garantir, a cada um, conforme os ditames da lei e da moral,
formação adequada para que possam transmitir aos descendentes uma vida
perfeitamente saudável. Isso implica em capacidade de amar e de sentir-se
amado, amparado, útil e valorizado, nas diversas fases da vida. Esses
valores morais, culturais, cívicos, materiais etc, precisam ser transmitidos
não só, através da instrução, mas, principalmente, através da educação
(RODRIGUES et al., 2000, p.41).

Gomes, et al, (2005, p.6-8) aponta que as famílias mais sucetiveis a terem
problemas com suas estruturas, ou seja, tornar a casa um ambiente fragilizado por
vezes cruel, onde não existe comunicação, empatia e geralmente é cercada de
conflitos, são ambientes de vulnerabilidade, marcadas por fome, miséria, situações
precárias de saneamento básico entre outros problemas.
12

Quando a casa deixa de ser um espaço de proteção para ser um espaço de


conflito, a superação desta situação se dá de forma muito fragmentada, uma
vez que esta família não dispõe de redes de apoio para o enfrentamento
das adversidades, resultando, assim, na sua desestruturação. A realidade
das famílias pobres não traz no seu seio familiar a harmonia para que ela
possa ser a propulsora do desenvolvimento 20 saudável de seus membros,
uma vez que seus direitos estão sendo negados. (GOMES et al 2005, apud
GOMES, 2003, p.6).

É importante deixar claro que por mais que as familias de baixa renda ou
estado de vulnerabilidade tenham uma pré disposição à vivenciar esses conflitos de
peda de laços afetivos, qualquer classe social está sujeita a passar por este tipo de
situação, independentemente de sua situação monetaria, conflitos,
desentendimentos, relacionamento abusivos, podem desestabilizar o nucleo familiar,
assim recorrendo a uma assistente social para fazer a mediação.
Existem casos onde os responsáveis pelas crianças e adolescentes, não
querem, não podem ou não tem condições de atender as necessidades básicas para
sobrevivência, as vezes por problemas de saúde, dependencia quimica,
desemprego, negligencias

2.1 FAMÍLIA ACOLHEDORA

As bases famíliares são extremamente importantes para formação do


individuo, com isso em mente foi criado um programa chamado Família Acolhedora,
primeiramente foi iniciada nos Estados unidos em 1910, Inglaterra em 1940,
Espanha em 1970 e na Itália em 1980. O intuito inicial deste projeto era colocar
crianças em lares que não possuiam relações consaguíneas (adoção), já no Brasil
foi criado uma Lei através do ECA, como pode ser visto no art. 19:

É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua


família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu
desenvolvimento integral. (BRASIL, 2015, p. 27).

Essa iniciativa é composta por diversas instituições como, orgãos do poder


público, Conselhos Tutelares, Juizados, Conselhos de Direitos da Criança e
Ministério Público.
O Sistema único de Assistência Social (SUAS) para garantir a proteção
integral das crianças e dos adolescentes foi criado para criar o acolhimento familiar
em forma de proteção social servindo serviços de acolhimento caso suas familias de
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origem ou responsáveis legais exponham a determinadas situações de risco.


Está modalidade tem como objetivo levar a criança para um ambiente familiar
acolhedor, sem criar um impacto de mudança de ambiente drastica, enquanto a
criança está vivendo com a familia acolhedora, a equipe social multidisciplinar se
esforça para apoiar a família de origem, fortalecendo suas bases até que torne-se
possivel a volta da criança ou do adolescente.
Ato de criar o(s) filho(s) de uma outra pessoa. Uma família que
recebe uma criança que precisa de cuidados e por ela se responsabiliza.
Trata-se de uma pratica mediada por uma autoridade, com um plano de
intervenção definido, administrada por um serviço através de recursos
disponíveis, conforme política pública estabelecida (CABRAL, 2005, p. 18).

Dentro do Estatuto da Criança e do adolescente, encontra-se todas as bases


criadas para respaldar todo os direitos, em seu art. 19 parágrafo 1º discorre que:
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de
acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no
máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária
competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional
ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de
reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das
modalidades previstas no art. 28 desta Lei (BRASIL, 2015, 28).

Referente ainda à equipe multidisciplinar, compete a ela: acompanhar o caso


junto da criança, adolescente e da familia, estudar o caso, os desafios ambientais,
os problemas estruturais familiares, encaminhando relatórios para o poder Judiciário,
o mesmo com todas as informações pertinentes decide o proceder do caso, tendo
como principal objetivo criar a estabilidade para que a familia volte para sua familia
de origem conforme o parágrafo 3º do art 19 do ECA.

§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua


família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em
que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e
promoção, nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art.
101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (BRASIL, 2015,
p.28).

2.2 ETAPAS DO ACOLHIMENTO

Para desenvolver este projeto os profissionais multidisciplinares como


Assistentes Sociais, Terapeutas e toda a equipe, precisam passar por uma
capacitação que deixaram aptos para iniciar o projeto desde a divugalção, seleção
da família acolhedora, atendimento às familias de origem e suporte a família
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acolhedora.
A Seleção funciona de tal modo que deve ser preenchido um formulário de
inscrição e ao atender todos os quesitos necessários, passa-se para o passo dois,
analise documental, Como qualquer outra especie de cadastro são pedidos
documentos da familia acolhedora como certidão de nascimento, comprovante de
residencia, etc.
Após a seleção, são iniciadas as entrevistas com as equipes para estudar a
estrutura familiar de cada familia que se inscreveu, quais são seus objetivos,
podendo ser feito a entrevista com os principais provedores do lar ou até mesmo
com todos os membros da familia, satisfeito(a) com o resultado da entrevista o(a)
Assistente Social faz uma visita à residência da familia, para que possa analisar as
condições físicas da casa, analisar a dinamica daquela familia, comportamento entre
os membros, aceitação, qualquer aspecto que seja relevante para determinar se a
criança ou adolescente que ira para aquela casa está em um ambiente seguro e
acolhedor, ainda vale ressaltar que para que o acolhimento aconteça, todos os
membros da familia precisam estar de acordo, ou seja, caso por exemplo, um dos
filhos não seja a favor, não pode dar continuidade no processo de acolhimento.
Após as etapas de entrevista, documentação e visita estarem de acordo, será
realizado uma capacitação com a familia acolhedora para que ela esteja preparda
para receber o individuo, estes cursos geralmente são aplicados em conjunto com
o(a) Assistente Social e o(a) Psicologo(a). Terminando está fase, ficará em modo de
espera até que seja socilicitado o acolhimento propriamente dito.
De acordo com Rosa (2010, p.5) “Os encaminhamentos para a instituição são
realizados pelo Conselho Tutelar e pelo Juizado da Infância e Juventude após o
recebimento de denúncia e a constatação de violação dos direitos das crianças”. Ou
seja, a partir das denúncias que é feito o acolhimento.
Após ser convocada e o processo entrando em vigor, começa o trabalho de
toda equipe para reestruturar o lar de origem, com encontros da equipe técnica do
projeto, familia acolhedora e familia de origem, buscando criar soluções e diminuir os
atritos psicologicos criados pelas ocorrencias anteriores, sempre visando que a
criança ou adolescente volte o mais rapido possivel para sua familia de origem.
Selmo e Oliveira (2013, p. 09), “(...) a equipe da 29 Instituição deve realizar
também o acompanhamento psicossocial10 com famílias de origem, visando
encontrar estratégias para a reintegração familiar”. Este processo de retorno após ter
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conquistado o objetivo de reestruturação familiar é denominado de “Reintegração


Familiar”. Sendo apenas liberada a volta se for aprovado pela Vara da Infância e da
Juventude
O processo de reintegração familiar deve ser meta do trabalho profissional
desde a entrada da criança e do adolescente no serviço. No primeiro
contato com a família de origem, deve se ter em mente o conhecimento da
situação que originou a medida protetiva, bem como o conhecimento de sua
rede pessoal e de serviços VALENTE, 2013, p.116).

2.3 ATRIBUIÇÕES E CONCEITUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL

O profissional assistente social, de acordo com uma pesquisa promovida pelo


Conselho Federal de Serviço Social em 2004 (CFESS, 2005) traz algumas
informações interessantes que aumentam a compreensão para com esse
profissional, 78,16% dos assistentes sociais do Brasil trabalham em instituições
públicas, sua principal jornada de trabalho predominante é de 40 horas podende ser
diferente de acordo com o projeto que está incluido.
O nivel salarial medio contempla de 3 a 5 salarios mínimos, grande parte do
perfil desse trabalhador cerca de 97% é constituido por mulheres, hoje se vê
necessario a graduação no curso de Serviço social contemplando 55,34% dos
profissionais com o titulo de graduação; 35,26% com titulo de especialista; 6,49% de
mestreado; 1,24 de doutorado e 0,67% de pós doutorado.
Interessante ainda demonstrar que 32% dos profissionais desta área atuam
ou registram algum tipo de participação em movimentos de categoria social,
partidários e sindicais, esses dados sintéticos permitem uma aproximação maior
com o mapeamento de perfil dos profissionais e as condições de trabalho que os
circuscrevem.
O assistente social é um profissional que se utiliza de diversas expressões
para combater questões sociais, criando e implementando propostas para combater
desigualdades sociais e os efeitos que a desigualdade traz, utilizando como
ferramenta as politicas sociais, públicas e empresariais.
Para Netto (1992, p.71) “a questão social, como matéria de trabalho, não
esgota as refl exões”. Sem sombra de dúvidas, ela serve para pensar os processos
de trabalho nos quais os assistentes sociais, em uma perspectiva conservadora,
eram “executores terminais de políticas sociais” suas realizações vão além de
serviços publicos e privados, em diferentes áreas e temáticas, em proteção social,
16

educação, precisando dominar habilidades em gestão de pessoas, politicas


socieoeducativas, questões de habitação e moradia, segurança pública, direitos
humanos e sociais, uma boa base com relação a movimentos sociais, comunicação,
marketing social entre outras habilidades desejadas.
Tudo para que a inclusão social com o individuo seja feita da maneira mais
clara e objetiva possivel, utilizando de ferramentas e metodologias alternativas, em
conjunto com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de outras
áreas, seu surgimento está ligado com as transformações sociais, economicas e
politicas do Brasil criando diversas vertentes e debates.
Ainda Netto (2001, p.151-64) descreve as três vertentes que fizeram parte do
processo de renovação do Serviço Social no Brasil: Modernizador, Reatualização do
Conservadorismo e a intenção de ruptura
A vertente modernizadora buscou como o nome propõe uma modernização
do Serviço Social a partir do neopositivismo, ou seja, fazer um estudo dos metodos
até então utilizados, com as necessidades da época, tornando necessario se
adequar os metodos que fossem ultrapassados para resolver questões que haviam
evoluido, evoluindo o processo na medida que os desafios aumentam.
A vertente da reatualização do conservadorismo busca utilizar das suas ideias
mais conservadores como bases para desenvolver procedimentos diferenciados pra
a ação profissional com forte crença em referencial fenomenológico, ou seja, método
de ajuda psicossocial com seu foco na valorização do diálogo e do relacionamento.
A vertente do movimento de reconceituação marxista nos anos 80, tinha
como foco a partir de um pequeno grupo da vanguarda, a conscientização de
necessidade de inserção na sociedade de classes, o que gerou diversos debates
quanto a sua prática, englobando diversas outras questões que iam muito além
apenas do Serviço Social mas já entrava em politicas públicas e sociais.
O desafio maior para os assistentes sociais é, portanto, identificar os metodos
e vertentes, buscando um posicionamento ético e político que combata os
problemas sociais que afetam a população, servindo como intermediario no
processo de reabilitação e base da equipe multidisciplinar, logicamente o Serviço
social pode e deve interferir na construção dos direitos sociais e politicos, criando
movimentos sociais que visem aumentar a igualdade social.

3 COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
17

Comunidades terapêuticas podem ser divididas em: entidades privadas e sem


fins lucrativos, propondo internações em tempo integral o que as tornam instituições
totais pois trazem o aspecto de locais de confinamento. Goffman (2001, p.11) “ uma
instituição total pode ser definida como um local de residência e trabalho onde
um grande número de indivíduos com situação semelhantes, separados da
sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma
vida fechada e formalmente administrada”.
Cada instituição compõe suas proprias exigências e normas internas,
algumas dividem os afazeres com os individuos daquela comunidade, tais como,
cozinhar, lavar as roupas, aulas de artesanato, cultivo de plantas e hortaliças. Além
das exigências e normas internas algumas possuem restrições proprias como o
banimento de aparelhos como televisão, rádios, internet.
Práticas como cobrança de trabalho, vigilancia de ativigades, disciplinar e
acolher são algumas das diversas funções que competem ao Assistente social, todo
este processo produz uma docilização dos individuos, essa proximidade do serviço
social ativa com a comunidade terapeutica se torna um ponto chave para o sucesso
da reabilitação do individuo, pois a vigilancia e disciplina são maneiras de observar
os individos, assim tendo controle sobre suas conquistas intrapessoais, é um
mecanismo de estudar os gestos, discursos e atividades feitas.

A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, os


chamados “corpos dóceis”. A disciplina aumenta as forças do corpo (em
termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças (em
termos políticos de obediência). Em uma palavra: ela dissocia o poder do
corpo; faz dele por um lado uma “aptidão”, uma “capacidade” que ela
procura aumentar; e inverte por um lado a energia, a potência que poderia
resultar disso, e faz dela uma relação de sujeição estrita (Foucault, 1987, p.
119).

Nessas instituições são observados os niveis hierarquicos de cada uma,


geralmente tendo um administrador chefiando a instituição e cuidando das partes
burocraticas, seguido de um coordenador/assistente social que será encarregado de
desenvolver as atividades diárias e em algumas instituições os obreiros, são aqueles
internos que demonstram disciplina e ajudam os coordenadores com as atividades.
O trabalho em equipe não pode ignorar a responsabilidade pessoal e
competências, ele deve buscar, definir papéis, pertencer, estabelecer metas e
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determinar tarefas interdisciplinares, Os usuários precisam atender aos requisitos do


sistema único de assistência social, Esforçar-se para evoluir através de atividades
destinadas a melhorar as condições de vida do publico alvo e a proteção social
básica para as famílias.

3.1 CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)

O CRAS é uma unidade garantidora de serviços socioassistenciais


estabelecida pelas políticas de Assistência Social, atua em conjunto com ás familías
dos usúarios em situações de vulnerabilidade social. Todas as atividades e serviços
oferecidos pelo CRAS visam prevenir a ocorrência de situações e comportamento de
risco pessoal ou coletivo em seus territórios.
As famílias usúaris estão em situações precarias, não possuem uma base
familiar concreta o que vunerabilizam e projetam dificuldades no acesso aos seus
direitos, vivem em condições precarias de extrema pobreza, por vezes possuindo
dificuldade no acesso dos direitos fundamentais que garantem dignidade e uma
qualidade humanitaria de vida.
Nesses espaços de serviços publicos de proteção social, os usúarios, familias
e indivíduos passam a ter acesso a serviços de assistencia que podem ser o
diferencial na estruturação social, seguindo este pensamento (COUTO et al. 2011, p.
63-82), divide as estruturações do serviço social entre: Proteção Social Básica e a
Proteção Social Especial ambas possuintes de caracteristicas e definições distintas,
mesmo que ambas sirvam para exercer a mesma funcionalidade, ou seja, proteger
os individuos que necessitam de cuidados de politica assistencial.
Quando citamos a Proteção Social Básica, diga-se que ela é responsavel pela
prevenção de incidências de risco social e pessoal, fortalecendo o pilar familiar as
bases do indivíduo e seus vinculos para com a sociedade e a familia.

Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social


decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo
acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos
afetivos relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias,
étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras). (PNAS, 2004, p.33)

Ainda o CRAS é responsável pela oferta do Serviço de Proteção e


Atendimento Integral as Famílias (PAIF) que trabalha diretamente em prol do serviço
19

de Proteção Social Básica, com foco na família, o PAIF foi estruturado para prevenir
fragilações e rupturas de vinculos, contribuindo para o facilitamento das familias a
condições de qualidade de vida digna.
Os atendimentos prestados nas unidades do CRAS podem ser estendidos ao
domicilio em alguns casos, quando torna-se necessario o acompanhamento na
residencia do usúario, este atendimento é feito pelo assistente social, onde o mesmo
ira promover atividades e ira determinar as análises previas que serão entreguer a
psicologa encarregada.
É relevante ressaltar a importancia do CRAS (Centro de referência de
Assistência Social), um centro público que tem como objetivo oferecer serviços,
programas e benefícios para prevenir situações de risco fortalecendo o vínculo entre
comunidade e familiares. Assim desenvolvendo as potencialidades, o protagonismo
e a autonomia dos indivíduos. O CRAS é destinado à população fragilizada pela
pobreza, com baixa renda, que não possuem acesso dinamico aos serviços
públicos, que possuam vinculos afetivos abalados, trabalhando assim
preventivamente focando na emancipação desses individuos, ainda sendo
responsavel por atendimentos e acompnhamentos familiares, atividades para
comunidade, concedimento de beneficios, encaminhamento ao mercado de trabalho,
entre outros.
A função do Assistente social do CRAS é dar suporte ás famílias por ele
encaminhadas, articular-se com a rede socioassistencial presente em seu território,
bem como fazer encaminhamentos necessários a essa rede, atuando com outros
profissionais multidisciplinares em forma de equipe multiprofissional.

O CRAS é a unidade pública responsável pela oferta do programa de


atenção integral as famílias-PAIF e, dessa forma deve dispor de espaços
que possibilitem o desenvolvimento das ações previstas por este serviço [...]
O imóvel do CRAS, seja alugado, cedido ou público deve assegurar a
acessibilidade para as pessoas com deficiência e idosas. Constitui fator
relevante para a escolha do imóvel a possibilidade de adaptação de forma a
garantir o acesso a todos os seus usuários [...]. O CRAS deve ser uma
unidade de referência para as famílias que vivem em um território
(ORIENTAÇÕES TECNICAS DO CRAS, 2009, p.48).

3.2 CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS)

O primeiro caps construido no Brasil foi em 1987 (Brasil. Ministério da Saúde,


2005; 2015). Alguns anos depois entre 1992 e 1996 os primeiros estados brasileiros
começaram a sancionar legislações para criação de redes integradas que
20

substituariam os hospitais. Podemos citar a Lei n 10.216 (2001) consolidando uma


política nacional de saúde mental, criando as regras para o serviço proposto, os
serviços que seriam prestados pelas instituições e as condições de internamento.
Com essa lei foi expressado um novo conceito de recuperação que abrangia não
somente o paciente, mas sim toda uma inserção na família, no ambiente, na
comunidade.
Deixando com que a internação fosse utilizado como ultimo recurso, começou
ai o papel do assistente social, junto de um psicologo, onde tinham o papel de
intervir como mediadores em casos, com isso na decada de implementação deste
novo sistema houve uma queda no numero de leitos psiquiátricos no Brasil.
Nesse contexto fica claro a usabilidade da arteterapia como prática saudavel
no tratamento e prevenção em autoconexão emocional e expressiva, diminuindo as
formas evasivas e violentas que eram cometidas até pouco tempo atrás com a
abordagem da internação forçada, ajudando a consolidar ainda mais um modelo de
tratamento substitutivo.
Podemos definir o Caps como um serviço ou uma forma de fornecer
primordialmente cuidados, aberto e comunitário muito parecido com outros projetos
que englobam o ecossistema do Serviço Social, porém este possui um foco em
pessoas com sofrimento psiquico ou transtorno mental, com a utilização de um
conceito de cuidado mais humanizado. O Ministério da Saúde (2013, p.13) declara
uma seguinte recomendação para sua utilização “Atende prioritariamente pessoas
em intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e
persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e
outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar
projetos de vida.”
Seu funcionamento é bascicamente o mesmo de estabelecimentos
comerciais, trabalhando de forma de livre circulação, ou seja, mantendo suas portas
abertas, seus projetos são feitos por uma equipe multidisciplinar em junção com o
usuário e sua família.
Seu processo é composto por identificação da atual situação do individuo,
dando atenção e buscando o entendimento, criando reflexões e direcionando-o ao
mesmo tempo acompanhando-o nessa trajetoria, muitos Caps adotam atividades do
dia a dia ou até mesmo, criação de animais, projetos de fazendinhas entre outros,
tudo que torne a experiencia do individuo mais confortavel e o reintegre a sociedade.
21

A ideia principal é prestar o acolhimento necessario, prestar uma escuta


profunda, continuada e de reintegração, percebe-se e o que torna interessante a
abordagem passada sobre a Nise da Silveira é que os CAPS foram moldados a
partir da instituição “Casa das Palmeiras” que tinha como principal caracteristica tirar
a imagem de modelo de internação, preocupava-se com os indices de reinternação
e possuia visão de que os metodos convencionais por vezes não eram os mais
eficazes.
O CAPS foi criado apenas depois de uma discussão pública em cima do
assunto, tendo sido considerado que apenas foi consolidado como resultado da
reforma Psiquiátrica, este movimento de reforma teve inicio a partir da década de
1970, o primeiro CAPS aberto no brasil foi em 1987 em São Paulo, chamado Prof.
Luís da Rocha Cerqueira, onde previa na sua implementação atividades
psicoterápicas, socioterápicas e utilização da arteterapia.
Pulando alguns anos na década de 2000, com a grande consolidação da
reforma Psiquiátrica brasileira, logo a frente em 2001 com a promulgação da Lei
Paulo delgado (Lei n.10.216, 2001) que resumidamente teve um papel importante no
fechamendo das instituições hospitalares psiquiatricas que estavam cadastradas no
SUS, aumentando a força em instituições CAPS, ampliando seu leque de
funcionabilidades, criando o CAPSad, para usuarios de álcool e drogas, CAPSi para
menores de 18 anos e os CAPS I, CAPS II e CAPS III

A normativa mais recente para os CAPS é a Portaria n 3.588 (2017), incluindo


22

hospitais psiquiátricos aos (RAPS), que nada mais é que uma rede de evolução do
CAPS contando com equipamentos, o proprio CAPS, Serviços residenciais
terapêuticos (SRT) e outros grupos, além de estabelecer a criação do CAPS álcool e
Drogas IV, além de incentivar mesmo que sendo contra os objetivos iniciais as
internações, fica claro a importancia dos CAPS para o Brasil e seu aumento quando
vemos os dados do Ministério da Saúde de 2018 que reporta a existência de cerca
de 2580 unidades (Brasil. Ministério da Saúde, 2018).
23

4 ARTE E SUA FORMAÇÃO SOCIO HISTÓRICA

A história da arte anda lado a lado com a história da humanidade sendo ela
extremamente vasta e complexa, dividida em períodos e estilos, com isso em mente
o foco do projeto é uma generalização do conceito de arte, sem entrar em um
modelo ou grupo especifico.
A arte inseriu-se em nosso mundo por meio de um aparato cultural, tendo sido
um tema demasiadamente relevante para as ciências sociais criando um binômio
onde desapontou apenas em 1960 (MOULIN, 1985 p. 35; MENGER, 1987, p. 7).
Com o crescimento da sociedade o aumento do consumismo perante a indústria
cultural e o crescimento populacional, intensificou-se o processo de mundialização,
de acordo com Williams (1984) todo este movimento resultou em uma grande
inovação no mundo da arte que possibilitou novos estudos, mapeamentos, gerou
investimentos, tornou-se o primeiro passo para desenvolver uma ação pública que
favoreceu o meio artístico.
No decorrer dos anos 70, foram criadas linhas de pensamento teórico por
Pierre Bourdieu e Howard Becker, que foram de suma importância no cenário da
época, desenvolveram a partir dos anos 80 disputas internas no campo da disciplina,
assinalando a função da sociologia da arte até então uma esfera autônoma.
Para (Becker 1990, p. 63-90) as delimitações da arte com a sociedade não
eram específicas, que poderiam variar de acordo com todo o contexto, história e
especificações de cada artista, trabalhando com cooperação. As relações entre arte
e sociedade ainda estavam sendo desenvolvidas de forma conceitual, era mais
como “um polo de constituição de uma ciência das obras, do que um terreno de
pesquisas empíricas e cumulativas” (MENGER, 1987, p. 15-40).
Além destes existem centenas de apontamentos que poderiam ser feitos na
história, assim analisamos a contextualização desse movimento onde as condições
sociais influenciam a produção artística em um período mais próximo. Apenas na
primeira metade dos anos 90, foi vista uma consolidação entre a metodologia e a
teoria nos trabalhos em sociologia da arte. Tendo o movimento maior sendo iniciado
na França e nos Estados Unidos, foi criada em 1986 a revista Sociologie de l’art na
França, com um comitê internacional para publicação anual artística, ficou marcada
como um grande marco na história da arte.
Esse Binômio criou um fenômeno chamado de sociologia da arte, essas
24

relações contribuíram para analisar as dimensões que a arte impactava a sociedade,


incidindo especificamente dentro dos aspectos artísticos do meio social. Face à
abrangência dos temas, explorar as obras, evolução, história e até o próprio
significado da arte é um papel complexo. Pode-se dizer que a arte é uma atividade
intelectual que pode ser manifestada na matéria.
Foi observado a relação entre a arte e a sociedade, como uma interação
dinâmica, tanto o campo social influencia a arte, como a arte influencia o campo
social, essa repercussão traz um efeito de interesse, que a obra desencadeia no
alvo, a interdependência calculada nessas mediações e conexões, ao falarmos
dessa mediação estamos criando uma dimensão social artística.
Na medida que foi criando um maior interesse pelo fenômeno artístico e foi
ligado aos fenômenos sociais, a arte demonstrou seu potencial em outras áreas de
atuação, essa evolução e toda pesquisa teórica hoje em dia é utilizada como base
para diversos projetos e ações sociais.
O que torna o tema importante para o desenvolvimento do projeto é sabermos
a relação do binômio arte e sociologia, termos em mente que as instituições e
agentes, não atuam diretamente dentro da arte, mas com a utilização de todo campo
artístico criado durante todos esses anos podemos estrutura-los e utiliza-los como
ferramenta, “as relações entre os fatos artísticos e os fatos sociais são indiretas e de
tipo estrutural” (FURIO, 2000, p.24).

A ARTE é um rio cujas águas profundas irrigam a humanidade com um


saber outro que não o estritamente intelectual, e que diz respeito à
interioridade de cada ser. A vida humana se confunde, em suas origens,
com as manifestações artísticas: os primeiros registros que temos de vida
inteligente sobre a terra são, justamente, as manifestações artísticas do
homem primitivo. É esse o imbricamento que acaba por definir a essência
do ser-humano. (BARBOSA, 1991, p. 12).

Ainda que seja impossível traçar a evolução histórica da arte com fins
terapêuticos, Aristóteles (trad. 2008) em uma de suas reflexões mais antigas já
descreveu funções da arte em sua capacidade terapêutica, mesmo que sem
intenção, ele descreve suas possibilidades de alívio emocional o serve de base para
a arteterapia dos dias atuais.
A arteterapia realmente estruturada e debatida com os objetivos que vemos
até hoje foi iniciada duranto o século XX, trabalhos foram feitos com intuito de
consolidar projeções que cuidassem da “alma” ou da “mente”, como uma
25

estruturação do cuidado da mente e da saúde como profissão. Sendo mais


consolidadas no século XIX, vendo diversas produções utilizando desde
pensamento como instrumento de trabalho, está via de tratamento hermenêutico de
afeccões foi iniciada com sucesso perante Sigmund Freud (1900/1996a).
Pois a arteterapia partilha deste simbolisto, acessando emoções de acordo
com o estudo das simbologias apresentadas por cada paciente, os principais
colaboradores desse novo modo de pensar foram Freud (psicanálista) e Jung
(psicologo analitico), ambos responsavem por trazer diversos pensamentos que
serviram de base para constituição psíquica dentro do processo artístico. Ainda que
não fossem a única linha de pensamento, arteterapeutas da épocas usaram diversas
metodologias baseadas em, fenomenologia, psicologia cognitiva, humanismo,
gestalt, existencialismo, mesmo com isso a psicologia analítica e a psicanálise ainda
são até hoje as teorias mais referenciadas.
Assim Rubin (2010, p.33-50) relata que parecia que havia chegado o
momento da arteterapia, não por uma questão emergencial da época mas sim pela
sua pratica pode ser utilizada em diversos contextos e localidades distintas, esse
fenomeno aconteceu no Brasil por meio por exemplo de Osório Cesar, psiquiatra e
intelectual brasileiro a partir de 1920 porém não teve um reconhecimento mundial de
seus feitos na época, também pode-se citar Nise da Silveira na década de 1940
também psiquiatra que teve reconhecimento mundial responsavel por grandes feitos
dentro do departamento de terapia ocupacional.
Quando pensamos no ambito global podemos considerar como precursores
especialmente Adrian Hill e Margaret Naumburg, que defenderam o caráter
recreativo da arte. Por meio de seus proprios problemas de saúde, percebeu em sua
recuperação de uma tuberculose, que as práticas artísticas ofereciam um equilibrio
nas suas dificuldades físicas e mentais durante seu adoecimento e sua recuperação.
Começou então a real emergência destes profissionais e suas metodologias
ainda no século XIX, o crescimento de pessoas que estavam em um estado de
“doenças mentais” que na época era pouco compreendido ainda, estava crescendo
demasiadamente. Diversos estudos foram feitos na época por estudiosos como
Paul-Max Simon e Cesare Lombroso, porém com o passar dos anos foram
substituidos por estudos que se comprovaram mais adequados.
É valido ressaltar o trabalho de Prinzhorn (1922) que realizou um estudo com
mais de 5 mil “doentes mentais”, Junge (2016) descreve que ainda que tenha todo
26

um modelo terapeutico criado por essas praticas, ainda não havia se consolidado
como uma proposta de diagnóstico ou terapia em si, então esse campo ainda estava
em fase de crescimento até realmente ser consolidado.
Como instrumento diagnóstico a arte só foi realmente ganhando seu espaço e
consolidando em meados de 1921 quando, Hermann Roschach brilhante psiquiatra
e psicanalista freudiano suiço, propôs seu teste projetivo de personalidade, o teste
basicamente serve para avaliar as condições mentais de um individuo, trabalhando
de forma interpretativa o teste consiste na demonstração de algumas imagens que a
primeiro momento parecem manchas sem nenhum significado, o paciente deve olhar
com atenção está imagem e irá começar perceber que as manchas formam outras
imagens menos abstratas, esta transformação das manchas em desenhos
simbolicos são o motor da interpretação pessoal do paciente, de acordo com os
resultados era possivel observar padrões que demonstravam traços de
personalidade do individuo.
Depois desse fenomeno começou a expansão nesse campo com Florence
Goodenough 1926 que publicou o seu teste “Draw-a-Man” ou no portugues, teste do
desenho do homem (DFH), tendo seu foco em uma avaliação do desenvolvimento
cognitivo infantil para uma variedade de propósitos psicométricos.
Em 1935 foi proposto o teste Apercepção Temática (TAT) sendo apenas em
1943 publicada sua forma definitiva por Henry Murray e Christiana Morgan tendo
como objetivo indentificar emoções, impulsos e sentimentos conflitantes marcantes
na personalidade do paciente, expondo tendências que aparentemente não eram
admitidas por eles por não ter consciência.
Já em 1948 foi apresentado o teste de HTP (House-Tree-Person) de John
Buck, seguindo o modelo visual é um teste baseado em grafismos, também servindo
como uma mapeamento subconsciente de pacientes para determinar traços de sua
personalidade e sua realidade interior.
Existem diversos testes além destes, porém o que vale ressaltar é que estes
são alguns metodos que se focam e se tornaram indiscutivelmente famosos
utilizando imagens ou o proprio desenhar como forma de conhecimento profundo,
traçando personalidades e características coginitas de casa paciente, trazendo uma
novo olhar para as condições e opções de tratamento uma vez que o o “problema”
ou “dificuldade” do paciente ficou mais claro.
Aos poucos, a arteterapia vai se consolidando e caminhando para um
27

reconhecimento como prática de saúde, podemos ver algo concretizando essa ideia
com a arteterapia tendo reconhecimento na Inglaterra quando entra para o Serviço
Nacional de Saúde da Inglaterra em 1942 (Junge, 2016 p.57-58).
Agora mais proximo no século XX foi o momento de total consolidação da
arteterapia como uma atividade de abordagem profissional específica, podendo ser
utilizada em diversos setores principalmente da educação e de cuidados
preventivos, surgindo grupos de estudo, jornais, cursos de formação, congressos e
associações.

5 ARTETERAPIA

No Brasil como citados acima, podemos dizer que os pioneiros no assunto são os
propriops psiquiatras Osório Cesar a partir de 1925 e Nise da Silveira a partir de
1946. Sabemos hoje que muito do trabalho de Osório foi perdido e que o mesmo
correspondeu-se com Freud, entretanto, Nise da Silveira deixou diversas obras que
serviram como seu legado, tais como: Museu de Imagens do Inconsciente, diversas
produções téoricas e a Casa das Palmeiras.
Um pouco depois a partir da década de 1980 podemos citar Angela Phillippini
e Selma Ciornai, ambas especialistas no campo da arteterapia, Philippini foi
responsavel pela implementação e docencia de cursos de formação em arteterapia
pela Clínica Pomar-RJ fundada em 1982 e ainda entre (1994-1999) foi coordenadora
do curso de especialização em arteterapia na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ciornai também foi responsavel por coordenar cursos de formação em arteterapia
porem no estado de São Paulo na Sede Sapientiae em 1989.
Em rigor esse movimento e o aumento das abordagens em 2006 foi criada a
União Brasileira de Associações de Arteterapia – UBAAT, que tem como proposito
assegurar a competencia e capacitação dos profissionais arteterapeutas, desde sua
pratica até a docência, com intuito de democratizar e representar toda essa cadeia
coletiva, unificando, definindo, estabelecendo seus parâmetros e criterios
curriculares para os diversos cursos de Arteterapia no Brasil, sendo um passo
extremamente importante para legitimar a arteterapia como profissão regulamentada
por lei, o que ainda não ocorreu, existindo um projeto de Lei na Câmara dos
28

Deputados, entregue pelo deputado federal Giovani Cherini (PDT/RS), desde 2015.
Atualmente a arteterapia é práticada e consolidade em diversos institutos que
visam a saúde como um todo, muitas vezes sendo mais comentada em Centros de
Atenção Psicossocial e em Centros de Referência de Assistência Social, todo o
significado e aplicabilidade da arte cairam como luva em questões sociais, em
serviços publicos foi demonstrado exito em diferentes consolidações de práticas
mais humanas de igualdade e em tratamentos substitutivos ao internamento.

Existe uma grande dificuldade em categorizar e definir a arteterapia por ela


ser derivada diretamente da arte em geral, Weitz (1956, p. 35-60) indagou as
dificuldades de definir algo que tem tantas formas de se sobressair, podemos ver a
arte em varias direções, varios aspectos, texturas, modelos visuais, longe de propor
uma definição única. Ainda hoje quando falamos em arte pode vir a mente diversas
formas que são mais conhecidas que outras como por exemplo: pinturas, literatura,
teatro, cinema, música, desenhos, escultura, dança e atualmente até artes digitais,
imagens criadas com utilização de realidades virtuais e inteligencias artificiais já se
tornaram palco de discussão de até onde podemos chamar essas tecnologias de
Arte.
Isso demonstra como a amplitude do que chamamos de arte pode ser
explorada em um imenso universo, existe uma infinidade de possibilidades de
expressão e impressão, que são as chaves para começar argumentar sobre
possiveis definições do que são artes, tudo que remete uma experiencia,
sentimentos, aproximação com outras pessoas ou até mesmo seu eu interior.
Observa-se muito dessa linha de pensamento vindas do filósofo Lind (1992, p.
21-80) propondo caracteristicas e pensamentos que fazem com que reflitamos com
o assunto, ele pressupõe que a arte é fundamentada de acordo com a junção de
opiniões de pessoas inseridas nesses grupos artistico e/ou pessoas comuns, leigos,
críticos, tendo como caracteristica sempre atingir pelo menos uma das
caracteristicas descritas por ele.
A autenticidade, ou seja, a criação deveria ser o mais original possivel
expondo todo o processo criativo do individuo, esse processo por sua vez uma vez
claro na obra tem o poder de demonstrar em toda sua estensão o estilo e técnicas
utilizados pelo artista.
Significância, com qual intuito o artista criou aquela obra, qual seu significado,
29

ele pretendia passar uma mensagem por meio desta obra, qual seu real conteúdo,
tenha alguma relevancia para um grupo de pessoas, disperte interesse intelectual ou
emocional, mesmo que seja abordando problemas sociais ou politicos.
Afetividade, pode-se dizer que está diretamente ligada com a beleza da
imagem, sensação do toque de diversas texturas, esse contato direto tem o poder
de resgate de memorias afetivas, podendo atingir outros niveis de ligação com a
arte, intisgando emoções mesmo que positivas e negativas.
Ao pensar dessa forma nos colocamos em uma questão simplista de que ao
responder uma pergunta como, essa arte provoca alguma sensação em mim ou à
alguem?.
Quando abordamos este assunto a fins terapêuticos a arte passa distante
destas questões, não se exige que ela seja contemplativa focada em beleza, que
seja feita por um talento superior, distintamente bem estruturada e criada com
diversos significados. Até mesmo as questões de originalidades são deixadas de
lado, a finalidade da arteterapia está mais ligada ao seu eu interior, trabalhando
como uma ponte entre o terapeuta e o individuo, muitas vezes criadas de forma
abstrata, podem não ser devidamente interpretadas imediatamente, porém, para um
profissional bem treinado em pouco tempo terá uma visibilidade do caráter
expressivo do autor, tendo capacidade de adentrar no subconsciente do mesmo, se
aprofundando nas barreiras criadas no subconsciente.
A Arteterapia começou a ser incentivada no início do século XIX por Johann
Christian Reil que criou um protocolo terapêutico, foi desenvolvida intercalando as
áreas de Artes e Psicologia, na prática consiste em diversos recursos visuais ou
expressivos com um profundo diagnostico terapêutico. Durante as práticas o
indivíduo é exposto a uma exploração de seus aspectos inconscientes por meio de
expressões artísticas, tais como: dança, poesia, pintura, música, desenho, etc.
Paín e Jarreau (1996, p.15) “o trabalho está centrado na pesquisa do sujeito
para encontrar e elaborar um universo de imagens significantes de seus conflitos
subjetivos”. Vale ressaltar ainda que diante da opinião deles sobre o universo da
Arteterapia está em “qualquer tratamento psicoterapêutico que utilize como
mediação a expressão artística (dança, teatro, música, etc.); embora enfatizem as
representações plásticas: “pintura, desenho, gravura, modelagem, máscaras,
marionetes”
(PHILIPPINE 1994, p. 54-80) explica o sentido da arteterapia como uma
30

terapia através da arte, em um processo expressivo e profundo, usado com


estratégias mescladas de artes plásticas, escrita criativa, fotografia, abrindo um
leque de opções com o objetivo de uma maior compreensão e fortalecimento
psicológico do indivíduo, auxiliando a contatarem conteúdos inconscientes.
A partir dessa análise do conteúdo provenientes desses níveis resgate de
emoções e comportamentos psíquicos, os profissionais podem começar um trabalho
de desenvolvimento da personalidade do indivíduo, cada um em sua atividade que
seja mais confortável. Cada pessoa tem um processo de criação singular, ou seja,
cada pessoa de acordo com seu gosto, na medida que for exposto a atividades
artísticas de criação livre, poderão se comunicar mais harmoniosamente e expor
questões inconscientes.
Essas atividades ainda possuem um fator de cura que foi estudado por
(Ciornai, 2004, p. 28) onde por meio de pesquisas, foi comprovado que atividades
criativas são de suma importância nos processos de cura. Segundo essa pesquisa
todas as formas de artes têm efeitos curativos, a frequência das ondas cerebrais
emitidas durante essas atividades criativas é idêntica as ondas de autorregeneração,
ou seja, a utilização da arteterapia não só auxilia no entendimento do sentimento do
indivíduo como durante esse processo auxilia na própria recuperação.
Quando falamos da estimulação da criatividade sugere (Rocha, 2009, p.35)
que “A criatividade é decorrente de reorganizações, novas estruturações e
possibilidades de algo existente”. Ainda olhando para a teoria humanista, quando
desenvolvemos o indivíduo criativo, ele tem uma comunicação maior e mais aberta
ao mundo.

A criatividade sempre envolve uma certa dose de disciplina, autocontrole e


sacrifício. Planejamento e espontaneidade se tornam uma coisa só. Razão e
intuição passam a ser duas faces da mesma verdade.
(NACHMANOVICTCH apud ROCHA, 2009, p. 49).

O processo de criatividade das atividades e a escuta qualificada, permite que


o profissional se disponibilize a ouvir todas as formas de comunicação de forma
ética e empática, possibilitando uma interação e a criação de um vínculo e
acolhimento com o indivíduo.
Brasil, 2013 ressalta que em diversas situações o usuário não tem controle de
seus conflitos e sofrimentos, não sabe mensurar os traumas que possui, não tem
31

consciência que possui esses traumas e os tornam de difícil acesso, o profissional


tem o papel de ser um intermediador dos sofrimentos para o ajudar a entender e
superar, tendo grande responsabilidade em agir de acordo com a ética e
transparência, pois o manejo destas angústias pode acarretar pioras no quadro do
usuário.
Portanto, os assistentes sociais devem realizar rapidamente pesquisas sociais
preliminares, com base nas informações fornecidas pelos adolescentes e seus
familiares, tentar por meio de uma comunicação humanista, uma escuta qualificada,
determinar as ações necessárias para criar uma ligação com o usuário e servir como
um mediador para seus medos e angustias, ou seja, interagir com os indivíduos do
programa social de forma mais profunda tentando criar uma ligação, um vínculo com
o indivíduo.
Nos indivíduos com os quadros mais extremos, se torna demasiadamente
produtivo o uso de atividades artísticas que irão possibilitar uma melhor
compreensão dos sentimentos que o mesmo não consegue comunicar ou por vezes
não tem consciência que o possui, ao mesmo tempo irão estar contribuindo para um
processo de autorregeneração.
Ainda que existam alguns bloqueios pequenos mais ainda reais, como “Os
problemas encontrados para a utilização da Arteterapia” de Urrutigaray (2001)
Apesar dos intensos esforços dos profissionais que a exercem, e das
diversas pesquisas desenvolvidas, ainda se encontra em um estágio de
especialização profissional. É bem possível que esta circunstância acerca
de sua aceitação tenha seu fundamento, por um lado, na origem de sua
aplicação no nosso país, e por outro, pelas próprias metodologias seguidas,
nascidas da prática e da improvisação, as quais também apontam ao
aspecto original da mesma” (URRUTIGARAY, 2001, p 31).

A tendencia de acordo com o que vemos hoje em dia é uma maior utilização
no decorrer do tempo, pois ficou clara com todo conteúdo de estudo historico os
beneficios que já não podem ser mais ignorados na utilização da arteterapia,
portanto, o assistente social é de certa forma um artista narrador e intermediario que
pega a arte junto de um psicologo e transforma a vida do individuo, para isso é
importante conhecer e entender o conceito de arte, de seu processo expressivo até
os resultados em conjunto com a psicanalise.
lembra a transformação da água em vinho, e a verdadeira natureza da arte
sempre implica algo que transforma, que supera o sentimento comum. A
arte está para a vida como o vinho para a uva – disse um pensador, e
estava coberto de razão, ao indicar assim que a arte recolhe da vida o seu
material, mas produz acima desse material (...) o sentimento é inicialmente
individual, e através da obra de arte torna-se social. (Vigotski, 1999, p. 307)
32

6 IMPULSONIAMENTO ENTRE ARTE E SERVIÇO SOCIAL

Antes de tudo é de extrema importancia entender as motivações que levam


cada profissional a optar por uma determinada linha de trabalho ou até mesmo as
alternativas e abordagens utilizadas para o mesmo, isso deve ser feito de maneira
aprofundada, afinal, essas motivações terão peso diretamente na vida de outras
pessoas que serão abordadas por estes profissionais.
O ambiente do profissional desde sua juventude tem fator determinante no
seu comportamento profissional, são aspectos que demonstram sua formação
cultural, profissional e academia. Ainda que antes a arte fosse mais categorizada
como ferramenta usada para “estetica” demonstra-se que profissionais estão dando
mais atenção e relevância da para a arte, isso fica claro em alguns discursos
[...]eu pesquisei a arte como possibilidade de trabalho do Serviço Social
desde o TCC, desde o trabalho de conclusão de curso, e sempre fui
envolvida com a arte, meu pai é artista, então eu sempre tive...[contato]
(Pina Bausch)

Então a minha experiência é essa assim, em relação à arte desde a


graduação eu sempre me interessei por esses temas, desde a minha
adolescência eu sempre tive afinidade com umas disciplinas do ensino
médio que eram disciplinas mais críticas, voltadas à parte social: sociologia,
filosofia, na área de humanas. E aí, eu como uma jovem da periferia eu
estudava num período que era o auge do hip hop, então eu escutava muita
música, e em sala de aula eu tentava fazer essa interlocução, entender um
pouco daquilo que eu ouvia com aquilo que eu aprendia lá no ensino médio,
e aí busquei fazer o Serviço Social dentro dessa afinidade com essa área
[...] (Tarsila)

Antes de ser assistente social eu me formei primeiro como rapper, [...] entrei
na faculdade já rapper, eu já entrei na faculdade como rapper e o rap e a
poesia na minha vida me serviram como ferramentas de autoformação, de
como me portar no mundo, frente ao mundo e a possibilidade de produzir e
criar algo. Então eu já entrei na academia com senso crítico de vida, e
também por ter participado de outros movimentos como...eu tive uma série
de vários diálogos com o movimento negro da minha cidade, sempre
gostava de ler coisas sobre movimentos sociais, então eu já entrei na
faculdade com senso crítico, o qual o rap e a literatura, a poesia, foram os
principais pilares para a construção da minha identidade. (Vulgo Elemento).

Fica visivel o impacto que a arte tem na criação dos valores e estruturação
durante o amadurecimento para a vida adulta, este processo é mais intrapessoal, ao
ser observado isso, podemos utilizar esse pensamento na reabilitação de diversos
casos de readapatação do individuo na sociedade.
Montaño (2009, p.195). "as áreas tradicionais de intervenção são
33

'naturalizadas' e permanecem, ao longo da história do Serviço Social, quase que


invariáveis: nem se modificam estes 'campos tradicionais', nem se incorporam novas
demandas sociais, novos objetos de intervenção profissional.". Ou seja, para atuar
de maneira coerente e evolutiva o profissional de Serviço Social, deve abordar e
atuar não somente no campo social, economico, politico e cultural, a utilização de
uma ferramente que torna o usuario mais proximo do seu eu interior, evoluindo o
atendimento social.
"[...] só podem sobreviver, ao longo da história, aquelas profissões que
conseguem captar demandas emergentes, compreender sua essência e
desenvolver novas respostas pertinentes e efetivas. Portanto, a profissão
que não investir na pesquisa da realidade, dos novos fenômenos (ou até
das novas determinações já existentes), estabelecendo tendências sobre o
devir social, desenvolvendo, a partir daí, novas propostas interventivas e
novas respostas, não conseguirá se reproduzir enquanto tal, quando o
contexto social e as demandas mudarem" (Montaño, 2009, p.197).
O Serviço social nos tempos atuais abrange diversos temas que até pouco
tempo atrás não eram aceitos na comunidade como forma de intervenção e
instrumentação. Podemos observar que na medida que novas problemas sociais são
observados a demanda por projetos e ações que sirvam de medida protetiva são
incorporadas, pode-se observar esse fenomemo em movimentos e grupos, tais
como: LGBTQI, movimento feminista, etc.
Com essas mudanças o profissional deve se adequar e criar novas
alternativas de intervenção que serão mais assertivas no acolhimento, afinal o
trabalho do Assistente Social se dá ao controle de conflitos sociais e estudo das
questões sociais, ao levar em consideração este papel somado aos beneficios
apresentados pela utilização da arte, ainda demonstrasse que essa pratica é pouco
utilizada por esses profissionais.
Cabe a pergunta, porque a arte não é mais utilizada no ambito de promoção
de melhor evolução no processo sociologico de individuos que precisem de um
acompanhamento social ou façam parte de algum dos mecanismos sociais?

“Devemos garantir que estes processos permeiem, de forma cada vez mais
significativa, a formação profissional. Logo, mediações que exercitem a
sensibilidade e a criação podem propiciar o desenvolvimento de habilidades
necessárias ao exercício de algumas atribuições ou competências que
precisam ser solidificadas na formação” (Prates, 2007, p. 223).

Os assistentes sociais, podem e devem utilizar da arte para elaborar


programas e projetos com intuito de melhor as comunidades terapeuticas,
34

impactando em quebra de vicios, auto-estima, melhor auto avaliação,


potencializando a consciencia critica do individuo.
“[...] que não nos contentemos com a reprodução do já produzido, com o
fazer sem clareza de finalidade, com o fazer assim porque sempre foi feito
assim. Precisamos, portanto, provocar o extraordinário que está contido no
ordinário [...] Nosso cotidiano pode ser banalizado por nós mesmos, mas,
também pode ser revolucionado.” (Prates, 2007, p.147)

Essas mudanças que acontecem na sociedade devem ser analisadas e


agregadas nos diversos modelos de prestação de serviço desta categoria,
alternativas como a arte sendo utilizadas como ferramentas, além de ter um baixo
valor de implementação demonstra que tem potencial para realmente fazer a
diferença em diversos casos.

7 APLICANDO A ARTE NO SERVIÇO SOCIAL

O relato de experiência a seguir tem como finalidade discutir a relação entre o


trabalho na assistencia social utilizando a arte como mediadora em diversos
projetos. Buscando refletir os resultados vistos na prática por um experiência de
estágio ocorrido em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do
município de São Pedro, localizado no estado de São Paulo. O estágio possibilitou
um carácter observacional e prático, onde no decorrer do processo intervenções
foram acompanhadas junto aos profissionais para resolução de alguns conflitos e
desafios a serem enfrentados.
A experiência ocorreu no ano de 2019, com carga horária de 06:00 horas
diarias totalizando 30:00 horas semanais, durante 06 meses. Incluindo a ida a
instituição, atividades em campo com supervisão, além de outros trabalhos
correlacionados fora do estágio, tais como, trabalhos voluntarios e outras atividades
para contribuir com a comunidade. Para melhor compreensão das informações que
serão obordadas vale ressaltar alguns aspectos sobre a cidade, Em São Pedro
cerca de 2,3% dos habitantes vivem em situação de extrema pobreza, equivalendo
cerca de 740 pessoas de acordo com os dados do portal SEADE.
Na medida que analisamos que os sujeitos ao serem expostos a diferentes
atividades recreativas artísticas demonstravam um aumento significativo na
35

demonstração de seus sentimentos, tornando o uso da arte um instrumento


pedagógico, essa descoberta tornou possível ações organizativas e educativas na
intervenção social emancipatória.
O acolhimento social é um processo de intervenção profissional que envolve a
escuta social qualificada. O diálogo e a escuta são habilidades próprias dos seres
humanos, quando falamos sobre escuta é natural que a primeira impressão seja
apenas ouvir.
De acordo com Scherer (2012, p.132-148) essa interpretação de escuta
quando transformamos ela em algo simplista como somente ouvir se torna perigosa
pois leva a crer que o processo de escuta é instintivo, ou seja, tudo aquilo que for
dito e escutado tem o significado estritamente pré-definido.
Rogers, 1990 tenta comparar o objeto escutar, com quando escutamos uma
pessoa que gostamos, que podemos perceber que a escuta passa das palavras
ouvidas, onde tentamos entender o sentimento que a pessoa está tentando
transmitir, a tonalidade do sentimento, alguma interpretação que pode estar oculta
pelo interlocutor.
Ainda Scherer (2013, p.132-148) diz que a escuta funciona como um
processo transparente, toda comunicação pode ser descrita como uma rede de
conversação, onde compartilhamos pensamentos e ideias que são fundamentais
para nos ligarmos a outros seres humanos buscando uma pluralidade de ideais.
Existe indivíduos com bloqueios que impedem essa comunicação clara, por
mais que a instituição social possua pessoas interessadas no bem estar dos
indivíduos dentro do projeto social, não se pode tirar informações à força, o processo
de escuta torna-se uma ferramenta social com etapas.
Conforme Sclavi (2000, p.110-150) transformou a escuta em um conjunto de
ferramentas, não ter pressa em tirar conclusões, o que é transmitido depende do
ponto de vista, precisamos observar de diversos pontos de vista, tentar ver as coisas
da perspectiva da pessoa, as emoções são instrumentos de comunicação e um bom
ouvinte é um explorador de emoções, os sinais são por vezes mais importantes que
a fala.
A escuta qualificada nessa perspectiva possibilita que o profissional perceba a
subjetividade do indivíduo, deixando-o mais sensível ao ato de comunicação
podendo ser expressado por meio de palavras, gestos, ações e comportamentos.
Isso torna o diálogo com o usuário integral, estabelecendo suas singularidades e
36

diversidade, mantendo um equilíbrio entre os danos e benefícios que podem ser


alcançados com esse projeto.
Tendo isso em mente, ficou claro a necessidade de ampliar os campos da
escuta, em um movimento interdisciplinar foi utilizado os benefícios da Arteterapia
como ferramenta na escuta qualificada, possibilitando uma maior compreensão
daquilo que necessariamente não era dito, ampliou os campos de observação para
com cada indivíduo.
Um artigo criado pelas psicólogas Wosiack e Weinreb (2007) apresentaram a
arteterapia em um projeto, desenvolvido no Centro Universitário Feevale, em Novo
Hamburgo/RS. Foram atendidas diversas instituições da cidade. Utilizando a
arteterapia provou-se que os beneficios no final do experimento são de
reconhecimendo de sua propria criatividade, uma melhor auto interpretação,
aumento das capacidades de comunicação, convivio social, a Arteterapia se
configura como “instrumento de melhoria da qualidade de vida dos participantes”
Wosiack e Weinreb(2007, p.30)
O artigo tenta demonstrar o poder da Arteterapia não só no sentido de
aumentar a capacidade expressiva dos participantes, mas também, transformando
em uma ferramente da mudança, onde pode recriar a realidade pré definida pelas
condições adversas dos participantes, quebrando barreiras pois esta abordagem
age nas funções psicológicas, reestruturando sentimentos, sensações e percepções.
Dando foco no aumenta da criatividade, considerando por sua vez que a
criatividade tem um efeito e um potencial enorme no ser humano "o homem não cria
porque quer, mas porque precisa”, afinal , “ao criar, o homem relaciona, forma,
ordena, configura, significa", permitindo que ele tenha acesso a diversos
pensamentos e analises dentro de seu inconsciente.

7.1 AVALIAÇÃO E ABORDAGEM DO ASSISTENTE SOCIAL

O Assistente social atua ligando os indíviduos de diferentes grupos sociais


aos seus direitos como cidadão, de acordo com a sistematização do CRAS de São
Pedro, os atendimentos podem ser feitos dentro da instituição, por meio de diversos
projetos sociais e ainda pode-se em carater de casos mais especificos, os
atendimentos são feitos no ambiente familiar do usuário, ou seja, são feitas visitas
para extrair as informações necessarias.
37

Atende-se principalmente crianças e adolescentes estendendo-se a adultos


parentes para fortalecimento das bases familiares, os usuários tendem a ser de
familias de baixa renda, vivendo proximos da extrema pobreza, o que facilita
precarias condições humanitarias que refletem no estado social, crianças
abandonadas, adolescentes que possuem problema com drogas e lares
desestruturados.
Além do programa de estágio obrigatorio o levantamento de dados em
questão se deve a cerca de 06 anos servindo projetos da comunidade, seja estes
projetos ligados diretamente ao CRAS ou à outros projetos da rede municipal
trabalhando voluntariamente, acredita-se que tenha abordado mais de 150 usuários
no decorrer destes 06 anos.
Por se tratar de um município de pequeno porte, a demanda pelo serviço não
é demasiadamente grande, é realizado acompanhamentos individuais em casos
onde torna-se necessario um acompanhamento mais atencioso, geralmente em
casos onde adolescentes possuem comportamente rebelde e agressivo. Também é
criado grupos em média de 3 a 6 pessoas podendo ser grupos exclusivamente de
crianças, adolescentes ou ambos com os país.
Ao definir o(s) usuário(s), com ajuda de uma equipe interdisciplinar, com
objetivo de garantir efetividade nas atividades desenvolvidas pelo programa, serviço
e projetos, a equipe trabalhando em conjunto busca contribuir para a superação de
situações de vulnerabilidade social e ruptura de vínculos. Ademais, com o mesmo
objetivo em mente a equipe como um todo assegura aos usuários um atendimento
de qualidade.
Essa demanda ocorre de forma interdisciplinar pela Assistente Social e a
Psicóloga do CRAS, após definir as atividades que serão aplicadas, neste caso a
Arterapia como forma de escuta qualitativa, ou seja, são praticadas atividades
artisticas tais como: desenho, teatro, música, etc. Durante as criações os usuários
vão aprendendo a atribuir valores e constituir atributos ou fenômenos a sua volta.
Esses aspectos e atributos podem ser classificados de maneira formal como
(Linhas, volumes, cores, tamanhos, texturas, falas, entre outros) ou qualidades e
funções. Para que isso ocorra de maneira efetiva torna-se necessario um olhar
apurado do Assistente Social pois por muitas vezes o usuário sozinho não consegue
distinguir as diferenciações, com isso ao se criar, experimentar e vivenciar este
processo, a interação do usuário com a arte de forma implícita transparece aspectos
38

do indivíduo que serão observados pelo Assistente social em ação conjunta com a
Psicológa responsavel do CRAS
Pode-se resumir o processo de atendimento ao usuário em: estudo de caso,
averiguar as condições sociais, estruturamento familiar, comportamento, etc. Após
ter uma prévia do usuário, serão elaboradas atividades artisticas que possibilitem a
interação do Assistente Social para com o usuário, de acordo com a performance
nas atividades, de maneira indireta o usuário transparece aspectos emocionais na
atividade que serão observados pelo Assistente Social e analisados em conjunto
com a Psicologa da instituição.
Ainda, vale ressaltar que mesmo em casos individuais quando torna-se
necessario que o Assistente vá até o Lar do usuário, os dados levantados por ele
serão analisados pela Psicologa, sempre havendo essa troca de informações
interdisciplinares.

7.2 PRINCIPAIS MODALIDADES EXPRESSIVAS UTILIZADAS

Existem diversas técnicas e ferramentes que poderiam ser utilizadas nas


atividades criadoras arteterapêuticas, no livro de Rocha (2009, p.123) pode-se
encontrar muitas dessas formas e dicas de utilização do material, atividades/técnicas
que vão desde as artes plasticas até as linguagens expressivas.

7.2.1 DESENHO

Categorizada como a arte de representar formas figurativas ou abstratas por


meio de linhas, contornos e sombras. Pode-se dizer que o desenho é a matriz de
todas as formas de expressão visual.
Alguns usuários no inicio possuim uma certa ressalva à metodologias de
desenho livre, pois algumas crenças limitantes como a habilidade de desenhar em
um determinado padrão torna o ato de desenhar temivel. Phillipine (2009, p. 48)
determina alguns exercicios iniciais de aquecimento que inconcientemente vão
desbloqueando esses medos existentes no usuário.
Existem diversos materiais e formas de desenhos, podendo ser em papeis,
telas, desenhos soprados a nanquim, desenho livre, desenho com efeito vitral,
39

estimulação sonora, etc. Cada modalidade necessita de um uso apropriado de seus


materiais e compartilhar algumas das hipoteses do esquema a baixo:

7.2.2 PINTURA

É a estrutura de arte que pode-se dizer mais querida entre as crianças e


adolescentes, inclusive a que mais fornece dados analiticos para o Assistente Social
e a Psicologa. As formas criadas a partir das cores utilizadas e até mesmo a escolha
das cores, desmontram padrões comportamentais que exprimem o sentimentos da
criança e do adolescente.
Existem diversas técnicas de pintura, com guache e pincel, a dedo, pintura á
oleo, grafite, pinturas em argila, ceramica e telas, entre outras.
40

7.2.3 CONTOS

A criação e o ato de contar histórias requerer um constante aperfeiçoamento


de personagens, muitos usuários utilizam da criação de personagens para
demonstrar o que eles gostariam de ter na vida deles, refletir seus desejos, medos e
sonhos para um personagem facilita a compressão dos profissionais ao traçar o
perfil do usuário, além de criar personagens, pode-se trabalhar com diversos contos
já existentes como, contos, mitos, lendas e fábulas.
Além dessas atividades, poderiam ser incluidas atividades no segmento de:
Cinsciência comporal, produção de vídeos, fotografia, musica, escrita criativa,
mosaicos e assemblagem, tecelagem, colagem e diversas outras atividades.

Credo do Contador Creio no contador, como memória viva do amor e creio


em seu filho, e no filho de seu filho, e no filho de seu filho, porque eles são a
estirpe da voz, os criadores da terra e do céu das vozes: voz das vozes.
Creio no contador, concebido nos espelhos da água, nascido humilde,
tantas vezes negado, tantas vezes crucificado, porém nunca morto, nunca
41

sepultado, porque sempre ressuscitou dos vivos congregando-os a ser:


xamã, fabulista, contador de histórias…Creio na magia que na entrada das
cavernas acendeu o primeiro fogo que reuniu como estrelas: o assombro, o
tremor, a fé. Creio no contador, que desde os tempos tribais a todos
antecedeu para alcançar-nos por que é. Creio em suas mentiras fabulosas
que escondem fabulosas certezas, no prodígio de sua invenção que vaticina
realidades insuspeitas, e também creio na fantasia das verdades e nas
verdades da fantasia, por isso creio nas sete léguas das botas, na serpente
que antes foi inofensiva galinha, e 25 no gato único no mundo, aquele gato
que ao miar lançava moedas de ouro pela boca. Creio nos contos de minha
mãe, como minha mãe acreditou nos contos de minha avó, como minha avó
acreditou nos contos de minha bisavó e recordo a voz que me contava para
afastar a enfermidade e o medo, a voz que recordava os conselhos
entesourados pela mãe para passá-los ao filho; — Não te desvies do teu
caminho. — Nunca faças de noite o que possas te envergonhar pela manhã.
Creio no direito da criança escutar contos; e mais, creio no direito das
crianças vivas dentro dos adultos de voltar a escutar os contos que
povoaram sua infância; e mais, creio nos direitos dos adultos desde sempre
e para sempre de escutar contos, outros novos contos. Creio no gesto que
conta, porque em sua mão desnuda, despojadamente desnuda, está o
coelho. Creio no tambor que redobra, porque o que haveria sido do mundo
se não tivesse sido inventado o tambor, se a poesia não reinventasse o
mundo dentro de nós, se o conto, ao improvisar o mundo, não o
reordenasse, se o teatro não desvelasse a cerimônia secreta das máscaras
e por isso… Por que creio, narro oralmente. Creio que contar é defender a
pureza, defender a sabedoria da ingenuidade, defender a força da
indagação. Creio que contar é compartilhar a confiança, compartilhar a
simplicidade como transparência da profundidade, compartilhar a linguagem
comum da beleza. Creio que contar É AMOR. (CÉSPEDE, s/d.).

7.2.4 COLAGEM
42

Chamamos de colegem toda obra artística feita em suporte bidimensional


utilizando diversas formas de colagens, como papéis, fotografias, fitas, folhas,
objetos, enfeites etc. A utilização da colagem facilita o processo inicial de
criatividade, quando utilizadas fotos e/ou imagens facilitam o desenvolvimento de
projetos por já serem carregadas de significados, além disso, podem ser exploradas
como uma forma de enxergar o interior do usuario, pois a dificuldade de se
expressar pode ser rapidamente contornada quando o mesmo pode utilizar de
objetos prontos que vão transparecer seu sentimento.
Com esse pensamento (PHILIPPINI, 2009, p.22) completa que: “Assim num
banco de imagens, este imenso caldeirão de estímulos geradores para as rotas do
inconsciente encontramos muitas trilhas.”

7.2.5 ESCULTURA

Já faz parte da historia da humanidade a utilização de esculturas, podendo


ser encontradas desde pequenas artes até esculturas gigantes, são produzidas em
43

diversas cores e materiais, tais como: Pedras, madeira, arame, plástico, massa,
argila, gesso, areia etc.
Além de que diferente por exemplo da colagem a escultura se destaca pela
sua capacidade de atingir a tridimensionalidade, ou seja, pode ser vista de todos os
seis pontos de visão. Ainda de acordo com Coll e teberosky (2000) as esculturas
afetam diretamente outros sentidos do ser humano e existem três técnicas para
faze-las.
Aditiva: utilizando materiais maleáveis como argila, biscuit, massa, etc.
Chama-se aditiva pela capacidade de adicionar outros materias que vão se
agregando como a utilização de massas, quando adicionada, ela encorpora e
adiciona componentes a mistura.
Subtrativa: Utilizado muito em madeiras e pedras, onde o inicio da obra é pela
materia prima bruta, por exemplo, um tronco de madeira grosso, com ajuda de
ferramentas começam os processos de exculpir a madeira, subtraindo seu conteudo
até chegar a fomar desejada.
Construtiva: Compõe a construção da obra, utilizando outros materiais
variados que serão anexados a obra com ajuda de amarras, pregos, parafusos,
cortes, soldas, qualquer mecanismo que o prenda a obra, diferente da aditiva que
realmente o material é incorporado, na construtiva ele é apenas adicionado.

7.2.6 MODELAGEM

O significado da palavra modelagar refere-se ao ato de modelar, dar forma a


algo, essa abordagem está muito ligada a escultura, possibilitando que o usuario
tenha contato com a tridimensionalidade, isso gera equilibrio, noção espacial,
utilização dos sentidos como o tato de forma ativa. O material mais utilizado nessa
pratica é a argila, mas também podem ser utilizados massa plástica, massinha,
papel maché, biscuit etc.
A preferência a argila deve-se ao fato de ser orgânica, sua textura é diferente,
ela possui um tato úmido, macio e ainda reage de forma passiva com memórias
antigas e conexões por ter sido utilizada por nossos ancestrais a milhares de anos.
44

7.2.7 FOTOGRAFIA

A utilização da fotografia por vezes é má compreendida, deve-se levar em


consideração os atributos ocultos desta metodologia, tais como: Fotografar é uma
linguagem passiva que permite que o individuo expresse aquele momento de acordo
com a sua propria visão, diversas situação podem ser interpretadas de acordo com o
angulo de visão, a fotografia tem o mesmo pode.
“Pode ser o fio de memória, em atividades com a “linha da vida” em que o
cliente registra momentos marcantes e transformadores da sua biografia.”
(PHILIPPINI, 2009, p.32)
45

7.2.8 TECELAGEM

A Tecelagem se originalizou da necessidade de proterge o corpo e para


criação de roupas para os nobres da antiguidade, hoje no processo arteterapêutico,
a utilização de metodos de tecelagem ajudam a organizar, até mesmo criar um
momento de meditação, ficou popularizado em diversas idades a inclusão de
projetos de teares principalmente em escolas do ensino fundamental e médio.

Os pequenos teares manuais, confeccionados de papelão ou de pequenas


tiras de madeira com a ajuda de cortes ou de pequenos pregos, oferecem a
estrutura necessária para que se crie a urdidura, e se forme a tessitura. As
cores dos fios e suas texturas oferecem o suporte à atividade criativa,
desafiando o imaginário a construir novas combinações. A linha na 21
tecelagem, de forma diferente do seu uso no bordado e na costura, cria seu
próprio suporte, desde que saibamos tramá-lo a contento. Tal como em
nossas vidas, em que a produtividade tece o fio, nossa linha biográfica, cuja
harmonia vai resultando de nossas próprias construções existenciais.
(PHILIPPINI, 2009, p. 61).
46

7.2.9 MÚSICA

A música já é reconhecida como arte a muito tempo, diversas culturas foram


criadas de acordo com estilos músicais, é uma ferramente de milhares de anos na
comunicação, tem o poder de unir e separação qualquer grupo de etnia e permite
que brinque com as interpretações de cada letra.
Todos já ouviram uma música que teve o poder de emocionar, trouxe
emoções reprimidas, alegrias, sorrisos, arrepios, tem um enorme poder sob nossas
memorias, por vezes até serve de gatilhos para diferentes panoramas, diversas
equipes exportivas utilizam está ferramenta antes de jogos buscando “inspirar” seus
jogadores. A equipe de rugby da África do Sul, por exemplo, colocavam para tocar
antes dos jogos a canção deus salve a África.
“O prazer físico e emocional é a reação mais natural diante da música e
talvez a mais poderosa.” (COLL; TEBEROSKY, 1999, p.100). A música pode ser
feita com diversos instrumentos e até mesmo com objetos, podendo ser cantada
com letras, apenas instrumentais, com partituras completas ou até mesmo por
improviso, isso torna a música uma arte versátil.
47

Quando se canta hoje uma música que se aprendeu na infância, aquele


tempo retorna ao tempo de hoje. Mais importante do que o retorno do
tempo, são as cargas afetivas que, em alguns casos, podem conter 24
complexos não resolvidos que retornam, estando anteriormente
“escondidos” no inconsciente e agora emergem no consciente. (DREHER,
2005 apud LIMA NETO, 2012, p. 58).

As terapias musicais tem o poder de, melhorar a atenção, a escuta ativa


influencia o desenvolvimento da concentração, contribui com o desenvolvimento das
capacidades cognitivas, além de ter a capacidade de liberar dopamina, hormonio
responsavel pela sensação de bem estar, estimula capacidade sócio comunicativa,
aumenta a expressão emocional trazendo relaxamento e motivação.

8 RESULTADOS OBTIDOS

O inicio das atividades muito foi questionado sobre a eficiência da arte como
ferramenta em atividades individuais ou em grupo, o que tornou necessario uma
observação diaria em todas as atividades atribuidas e ainda uma maior
compreensão sobre o olhar da população no que se refere ao Serviço de
Atendimento ás Famílias Acompanhadas.
Durante a realização do diagnístico, constatou-se um maior envolvimento e
aceitação do grupo de usuários que participaram das atividades propostas pela
Assistente Social, facilitando a observação analítica de cada usuário, pois mesmo
que em alguns casos o mesmo ainda tivesse bloqueios de comunicação, a forma
com que eles se apresentam nas atividades expõe muito dos seus sentimentos.
Com a Arteterapia fica nítido que existe uma possibilidade de expansão,
respeitando cada jovem de acordo com suas necessidades e dificuldades, a arte
possibilita uma visão em cada encontro que transpõe, medos de abandono,
angústias de perdas, contato com a violencia, desestrutura familiar.
Alguns usuários com o tempo, transformam essa interação com a arte um
hobbie que pode ser levado para o resto da vida, alguns percebem o avanço
diretamente e outros apenas desfrutam das melhorias na comunicação sem saber
ao certo o que ocorreu.

A arte trouxe um novo significado para a minha vida, devido as atividades


48

criadas pela unidade e pela equipe que presta serviço a unidade de


acolhimento, por eu ser uma pessoa retraida tive diversos problemas em
minha vida e a Arte ajudou a me expressar e até mesmo serviu como uma
forma de autoconhecimento, as cores me fazem perceber que vale a pena
viver, a arte me faz reviver. (Usuária da casa de Acolhimento, município de
São Pedro/SP)

Este é um otimo exemplo do impacto da Arte na vida dos usuários dentro


destes projetos, esta(e) usuária(o) vive na casa de acolimento desde os seus 08
anos, foi para clinica de reabilitação 4 vezes, após diversas tentativas de
atendimento constatou-se uma melhora siginificativa somente após a utilização da
arteterapia em sua recuperação.
Hoje aos 17 anos ela(e) pede por atividades artisticas, pois tornou-se
libertador para ela(e) a ponte que foi criada com as pessoas em sua vida,
possibilitando uma melhor compreensão em sua forma de se expressar. Aos 18
anos sairá da casa de acolhimento, sabendo se expressar atravez da arte, tendo seu
autoconhecimento pela arte e mais preparada(o) para exercer sua cidadania a cada
dia.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Primeiramente para melhor compreensão este projeto foi divido em seis


etapas fundamentais que buscam estabelecer relações entre o Serviço Social, as
Comunidades Terapêuticas e a Arte, a fim de compreender como essas áreas
podem se unir para promover transformações sociais significativas. Na primeira
etapa, explora-se o Serviço Social e suas atribuições, destacando sua importância
na garantia de direitos e na promoção da justiça social.
Já na segunda etapa, aborda-se as Comunidades Terapêuticas, que são
espaços voltados para a recuperação de pessoas que sofrem com dependências
químicas e outros problemas relacionados à saúde mental. Analisando como essas
comunidades podem ser importantes para a reintegração social dos indivíduos em
tratamento.
Na terceira etapa, aprofunda-se o tema da Arte e sua formação sociohistórica
explorando como a Arte é influenciada pelas questões sociais e históricas de sua
época, e como isso pode ser relevante para a compreensão de problemas sociais
contemporâneos.
49

Na quarta etapa, o foco é na Arteterapia, uma abordagem terapêutica que


utiliza a Arte como forma de expressão e transformação pessoal. Analiso como essa
abordagem pode ser útil para os indivíduos em tratamento nas Comunidades
Terapêuticas.
Na quinta etapa, aborda-se o impulsionamento entre Arte e Serviço Social,
mostrando como a união dessas áreas pode potencializar os resultados das
intervenções sociais.
Por fim, na sexta etapa, aplica-se a Arte no Serviço Social, apresentando
possibilidades práticas de como a Arte pode ser incorporada nas intervenções
sociais e terapêuticas, visando a promoção do bem-estar social e a melhoria da
qualidade de vida das pessoas.
O estudo teve como objetivo de listar quais são as atribuições do Assistente
social para com os usuários de projetos publicos ligados a cidadania, a utilização de
uma equipe interdisciplinar tendo como foco o atendimento prestado dentro da
unidade CRAS localizada no município de São Pedro/SP, demonstrando a
importância desta instituição nas bases sociais que constroem o pilar da cidadania.
Diante dos acompanhamentos prestados, contou-se que entre as principais
dificuldades apresentadas pelos usuários estão: o constante medo de abandono,
dificuldade de se expressar, instabilidade emocional, bloqueios de comunicação,
desestruturação do ambiente familiar, violencia e drogas. A dificuldade de expressão
podendo ser contornada com atividades artisticas que inserem o usuário em um
ambiente agradavel, desarmando-o de comportamentos negativos, transparecendo
sua natureza, assim, possibilitante um atendimento mais efetivo.
Convencido, cada dia mais, da legitimidade do conhecimento arteterapêutico
como ferramente social, sua eficiencia e eficácia agregadada. Podendo trazer uma
visão transdisciplinar, mais abrangente da realidade, de acordo com as atribuições
criadas no decorrer dos dias modernos, torna-se imprescindível recorrer à
transdiciplinaridade.
O estudo se mostrou relevante na medida em que seus achados colaboram
com outros estudos existentes, tem suas especificidades locais, mas mostra mais
uma vez que apesar deste tema ser de extrema importancia ainda possui pouca
visibilidade, o tema recorente pode e deve ser abordado em diversas áreas e outros
setores.
Faz-se necessário implementar atividades para promover a cidadania, ainda
50

que uma extensão desse estudo deveria ser utilizado de maneira mais efetiva nas
redes de ensino publico do município, assim preparando os jovens para gozar de
sua cidadania plena na mudança para a fase adulta.
Sugere-se neste estudo, que a arteterapia usada de maneira transdisciplinar
traz consigo enormes benefícios para o Assistente Social e a Psicologa em qualquer
projeto social, podendo ser extendido para outras aplicações na educação, podendo
se amparar mutualmente preservando a singularidade de cada usuário, com
diversas diretrizes, somados a um olhar multiplo analitico dos profissionais, essa
ferramente lhes farão colher mais frutos do que metodos convencionais.
Este estudo beneficiou os pesquisadores, pois possibilitou compreender as
principais etapas para a introdução de atividades artisticas, e pode beneficiar os
gestorese toda equipe multidisciplinar de qualquer CRAS disposto as mudanças,
ainda através dos achados do estudo poderão elaborar estratégias de capacitação
da equipe, e pode contribuir para que outros estudos referentes ao tema sejam
desenvolvidos.
Cabe ressaltar as suas limitações, e sugere-se para estudos futuros, abordar
profissionais da área de Serviço Social, Psicologia e da Educação, evoluindo o tema
criando novas estratégias de desenvolvimento intrapessoal para os usuários do
CRAS de qualquer município que possua a rede integrada de atendimento a
pessoas de baixa renda.

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