Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Departamento de Química
4º Ano
Discente:
ii Aditivos Alimentares
Palavras-Chave: Aditivos alimentares, Conservação, Classificação, Aplicações.
Índice
Resumo........................................................................................................................................................ii
Licenciatura em Química Industrial
1. Introdução............................................................................................................................................1
2. Objectivos............................................................................................................................................3
2.1. Geral.................................................................................................................................................3
2.2. Específicos........................................................................................................................................3
3. Metodologia.........................................................................................................................................3
4. Revisão Bibliográfica..........................................................................................................................4
7. Conclusão..........................................................................................................................................25
Referências bibliográficas.........................................................................................................................26
1. Introdução
A adição de produtos químicos aos alimentos não é um processo moderno de sua
conservação. O homem pré-histórico, com a descoberta do fogo, criou o processo de defumação,
usado até hoje na preservação de certos alimentos. Depois, ele aprendeu a utilizar sal na
conservação de carnes, condimentos para melhorar a palatabilidade de certos alimentos e a
realizar fermentações de produtos vegetais e animais (Gava, 1998)
Nos últimos anos, houve uma crescente mudança no hábito alimentar da população
mundial, atraindo a atenção de muitos profissionais da área da saúde e científica e de órgãos
reguladores, pois o aumento do consumo de alimentos processados contribuiu de forma efectiva
para o empobrecimento da dieta, bem como o aparecimento de doenças. Com os avanços
tecnológicos do sector, as indústrias alimentícias tendem a fabricar alimentos com maior tempo
de vida útil, gerando insegurança quanto ao consumo dos aditivos alimentares (Perreira et al.,
2013)
Hoje em dia, graças aos grandes avanços da indústria química, a indústria alimentícia
tem-se beneficiado de novas substâncias que são adicionadas ao alimento para conservar,
melhorar a cor, o aroma, a textura, e, inclusive, torná-lo mais nutritivo (Gava, 1998)
A FAO define aditivo de alimento como "uma substância não nutritiva adicionada
intencionalmente ao alimento, geralmente em quantidades pequenas para melhorar a aparência,
sabor, textura e propriedades de armazenamento". As substâncias adicionadas principalmente
com a finalidade de aumentar o valor nutritivo, tais como vitaminas e sais minerais, não são
consideradas como aditivos, porém, reconhece-se que, em certos casos, as substâncias químicas
adicionadas para melhorar a qualidade do alimento ou com outro propósito qualquer, poderá
aumentar o seu valor nutritivo (Gava, 1998)
Para ser autorizado o uso de qualquer aditivo em alimentos, estes devem passar por
análises para a averiguação de toxicidade, levando em consideração os efeitos acumulativos,
sinérgicos e de protecção, decorrente de seu uso. Além disso, os aditivos devem ser mantidos em
observação e reavaliados quanto aos critérios mencionados sempre que necessário (Perreira et
al., 2013)
2.2. Específicos
Classificar os aditivos alimentares e mostrar exemplos para cada classe;
Apresentar as características de cada classe de aditivos alimentares;
Descrever as aplicações dos aditivos alimentares;
Descrever a toxicidade dos aditivos alimentares.
3. Metodologia
Para a realização do presente trabalho de pesquisa bibliográfica foi feita a revisão bibliográfica
que consistiu na busca da informação em livros impressos e em formato electrónico, manuais,
artigos científicos e páginas da internet sobre os aditivos alimentares. Depois disso analisou-se e
seleccionou-se a bibliografia adequada, com posteriores sínteses repetitivas para garantir uma
boa qualidade no trabalho. Finda esta etapa elaborou-se o trabalho final em formato Word.
4. Revisão Bibliográfica
Com o desenvolvimento tecnológico, é grande e variado o número de substâncias
químicas empregadas no decorrer de todo o processo de produção de alimentos. Dentre estas
substâncias, destacam-se os aditivos, que podem apresentar grandes vantagens para melhorar os
alimentos do ponto de vista tecnológico, desde que seu uso seja seguro. Para isto, é necessário
verificar se obedecem às normas de identidade e pureza estabelecidas pela FAO/OMS ou pelo
Food Chemicals Codex (Zenebon e Pascuet, 2004).
Aditivos alimentares são substâncias adicionadas aos alimentos para preservar e/ou
melhorar sabor e aparência. Com o advento de alimentos processados na segunda metade do
século 20, muito mais aditivos têm sido empregados, sendo esses de origem artificial ou natural,
directos ou indirectos. Os aditivos directos são adicionados intencionalmente aos alimentos para
uma determinada finalidade, enquanto os aditivos indirectos são adicionados ao alimento durante
o processamento, embalagem e armazenamento (Perreira et al., 2013)
A sua utilização desempenha um papel vital na alimentação dos nossos tempos e advém
essencialmente de cinco ordens de razão (Freitas e Figueiredo, 2000):
Entretanto, o uso de aditivos não é justificável e não é pemitido nas seguintes situações (National
Academy of Science, 1961.)
Toma-se oportuno, neste momento, relembrar que todo alimento é constituído por uma mistura
de substâncias químicas muitas vezes sem valor nutritivo, ou por substâncias que poderão ser
tóxicas quando ingeridas em quantidades maiores que as recomendadas. Café e cacau, por
exemplo, contêm cafeína e teobromina, substâncias de conhecido efeito farmacológico. Muitos
compostos de arsénio e outros metais tóxicos são encontrados em alguns alimentos. Mesmo a
água e o sal de cozinha poderão ocasionar problemas quando consumidos em grandes
quantidades (Gardner, 1966.)
Cada país possui a sua própria legislação sobre aditivos de alimentos. A legislação
governamental sobre o controle de aditivos em alimentos será, entretanto, inútil, a menos que as
leis sejam impostas e controladas. Inspectores de alimentos treinados, laboratórios bem
equipados para o controle dos alimentos e métodos analíticos dignos de confiança, são alguns
dos pontos mais necessários (Gava, 1998)
a) Corantes
A clorofila encontra-se nos cloroplastos de algumas células das plantas superiores, nas algas, e
em algumas bactérias. Em geral, as plantas são incapazes de produzir clorofila, excepto quando
expostas à luz. A molécula da clorofila é responsável pela transformação da energia luminosa em
energia química (Freitas e Figueiredo, 2000).
Fig. 1: Estrutura espacial da clorofila a. Fonte: Freitas e Figueiredo (2000)
O caroteno existe em muitas plantas. A longa cadeia de átomos de carbono com ligações duplas
alternadas proporciona rigidez à molécula. Outra consequência desta particular estrutura é a cor
laranja conferida por esta molécula aos produtos de que é componente. Contrariamente a certa
vox populi e apesar da existência do caroteno nas cenouras, não é esta molécula que lhes confere
a cor, mas sim uma forma oxidada do caroteno, xantofila. A cor das folhas no Outono também é
devida à expressão da cor de carotenóides, após a desaparição da clorofila (Freitas e Figueiredo,
2000)
Para tentar contornar as dificuldades inerentes à extracção e purificação de corantes naturais, nas
elevadas quantidades requeridas pela indústria alimentar, recorre-se frequentemente à produção
de moléculas sintéticas que os possam substituir. São conhecidos actualmente cerca de três mil
corantes artificiais, sendo que apenas 10% são utilizados na alimentação. As vantagens da
utilização de corantes sintéticos são a persistência das cores, a sua diversidade, a facilidade de
regular a intensidade das cores, a sua elevada pureza, e o baixo custo de produção em elevadas
quantidades. Os corantes utilizados na indústria alimentar podem ser adicionados quer à
superfície dos alimentos, quer às massas. Exemplos típicos dos primeiros são o carbonato de
cálcio, o alumínio e o hidróxido de ferro; entre os segundos contam-se o caramelo, as
antocianinas, a eritrosina e a clorofila (Freitas e Figueiredo, 2000).
Os aromatizantes e potenciadores de sabor servem para fornecer sabor e aroma aos alimentos
industrializados, aproximando-os ao máximo dos produtos naturais, aumentando assim a
aceitação do consumidor. Podem ser classificados como: natural, sintético idêntico ao natural,
sintético artificial, de reacção ou transformação, de fumaça. Aroma natural é aquele em cuja
elaboração utilizou-se exclusivamente matéria-prima aromatizante natural, quimicamente
definida ou também produto aromatizante natural, obtidos a partir de matérias vegetais ou de
animais. Os aromatizantes artificiais, obtidos por meio de síntese, são muito mais utilizados nos
alimentos pelo seu alto poder aromatizante, baixo custo e persistência do aroma. Não há perigo
de toxicidade nos aromatizantes naturais, já nos artificiais, quando aplicados em baixa dose, não
há risco. Quando as doses são elevadas, podem provocar acções irritantes e narcóticas, outros
podem produzir toxicidade crônica em longo prazo, sempre que sejam empregados em doses
superiores às recomendações (Adami e Conde, 2016).
Um bom exemplo de aromatizante é a vanilina (essência de baunilha) que pode ser obtida quer
por extracção, a partir da vagem de baunilha, quer por síntese laboratorial; a etilvanilina é pelo
contrário, estritamente artificial, e muitas vezes usada em substituição da vanilina, pois tem um
aroma mais intenso. Outros compostos naturais frequentemente utilizados como aromatizantes
alimentares são o limoneno, a essência de pinheiro e o mentol. De entre os aromatizantes
sintéticos destacamos o acetaldeído e a 2-acetil-3-etilpirezina (Freitas e Figueiredo, 2000)
c) Edulcorantes - Adoçantes
São substâncias tensoactivas que ajudam a manter os cristais de gelo pequenos, através da
absorção de parte da água livre, formando um gel. Este gel, devido à sua dureza e estrutura
interna, impede o crescimento dos cristais de gelo. Deste modo, a dispersão entre as duas fases
não miscíveis torna-se mais uniforme, proporcionando uma melhoria na textura, a estabilidade, o
volume, a maciez, a aeração e a homogeneidade, agregando qualidade aos produtos. Alguns
exemplos de emulsificantes químicos correntemente usados são a goma-arábica, o alginato de
cálcio, o agar-agar, a celulose, como o uso da lecitina em chocolates para reduzir a sua
viscosidade e facilitar o seu manuseio (Freitas e Figueiredo, 2000).
b) Espessantes e gelificantes
Os agentes espessantes e gelificantes são muitas vezes tratados em conjunto, pois a maioria das
substâncias utilizadas para aumentar a viscosidade dos alimentos (espessantes) podem também
provocar a formação de géis (gelificantes) (Freitas e Figueiredo, 2000).
c) Anti-aglutinanes
São substâncias que impedem a aglutinação, floculação ou coagulação dos alimentos, agindo
como agentes dispersantes, conferindo volume ao produto. São exemplos de anti-aglutinantes
compostos como o carbonato de cálcio e o silicato de cálcio (Freitas e Figueiredo, 2000).
d) Humidificantes e anti-humidificantes
São substâncias com carácter hidrofílico que evitam a perda da umidade dos alimentos. Os
álcoois poliidroxilados são exemplos de substâncias empregadas com esta (Adami e Conde,
2016).
O lactato de sódio tem sido utilizado para controlar e inibir o crescimento de certos
microrganismos durante a estocagem. Além disso, confere gosto salgado suave em comparação
ao cloreto de sódio, valoriza o sabor da carne e suas propriedades umectantes, aumenta o
rendimento do cozimento e contribui para a capacidade de retenção de água, resultando em um
aumento da vida útil do produto (Adami e Conde, 2016).
e) Espumantes/antiespumantes
São compostos que compostos que controlam a formação de espumas durante processos
tecnológicos de transformação de alimentos. Como exemplo temos o silicone e o dióxido de
carbono, onde a acção do primeiro caracteriza-se por impedir a formação de espumas, enquanto
que o dióxido de carbono serve para estabilizar a espuma formada (Freitas e Figueiredo, 2000).
Fig. 9: Estrutura química do silicone. Fonte: https://portuguese.alibaba.com/product-detail/rj-
202-methyl-hydrogen-silicone-fluid-waterproof-coating-60521720467.html
Substâncias que impedem ou retardam a alteração dos alimentos provocada por microrganismos
ou enzimas. A maior parte dos alimentos de origem vegetal ou animal se deteriora com
facilidade, perdendo a qualidade com consequente diminuição na vida útil. Essas perdas
dependem de vários factores, dentre eles formulação, embalagem e condição de estocagem do
alimento. Actualmente, os conservadores vêm sendo cada vez mais utilizadas pela indústria
alimentícia, uma vez que é crescente a demanda por alimentos quimicamente estáveis e seguros,
de maior durabilidade. Os conservantes mais utilizados são: dióxido de enxofre, ácido benzóico,
ácido sórbico, ácido propiónico, nitritos e nitratos de sódio e potássio (Adami e Conde, 2016).
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_s%C3%B3rbico
b) Antioxidante
São substâncias que retardam o aparecimento de alterações oxidativa nos alimentos impedindo
que óleos e gorduras, principalmente os ricos em ácidos graxos insaturados, se combinem com o
oxigénio do ar tornando-se rançosos. São substâncias cujo uso foi aprovado em alimentos após
investigações que comprovaram sua segurança dentro de um limite de ingestão diária; sendo
assim, estão sujeitas a legislações específicas de cada país ou por normas internacionais. Os
antioxidantes sintéticos mais utilizados pela indústria são: butilhidroxianisol (BHA),
butilhidroxitolueno (BHT), galato de propila (PG) e terc-butilhidroquinona (TBHQ). Entre os
antioxidantes naturais mais utilizados podem ser citados tocoferóis, ascorbatos, os galatos e
extractos de plantas como alecrim e sálvia (Adami e Conde, 2016).
Fig. 11: Estrutura espacial do ácido L-ascórbico. Fonte: Freitas e Figueiredo (2000).
c) Sinérgicos de anti-oxidantes
São também conhecidas por quelantes de metais, já que o seu papel é o de se ligar a catiões
metálicos presentes nos alimentos, impedindo-os de despoletar reacções de oxidação. São
sempre utilizados em conjunto com agentes anti-oxidantes, cuja acção potenciam. Os mais
comuns são o ácido láctico e os ortofosfatos de sódio, potássio, cálcio e magnésio (Freitas e
Figueiredo, 2000).
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_l%C3%A1ctico
a) Acidulantes
Substância que aumenta a acidez ou confere um sabor ácido aos alimentos, ou seja, são ácidos
que na função de aditivos alimentares podem exercer a função de acidulantes ou de conservantes.
No processamento de alimentos são usados ácidos orgânicos, tais como ácido cítrico e ácido
láctico, e inorgânicos, como ácido fosfórico. Os sais desses ácidos, principalmente os sais de
sódio, são utilizados para controle de pH e de gosto, assim como outras propriedades desejáveis
no produto manufacturado (Adami e Conde, 2016).
O ácido cítrico devido à alta solubilidade e ao efeito tamponante favorece a estabilidade dos
produtos finais, sendo assim, bastante utilizados em geleias, doces em massa e frutas em calda. O
ácido láctico é o mais frequente acidulante utilizado em derivados lácteos, por ser um produto
que ocorre neles naturalmente. O ácido tartárico é usado nos refrigerantes de sabor uva por ser
um dos seus componentes naturais. O ácido fosfórico apresenta a maior acidez dentre todos
aqueles utilizados em bebidas. É utilizado principalmente nos refrigerantes do tipo cola (Adami e
Conde, 2016).
Fonte:https://www.acidocitrico.sorocabavirtual.com.br/formula-do-acido-citrico-
especificacoes/
b) Gaseificantes
São compostos químicos (fosfatos, carbonatos ou sulfatos) que produzem dióxido de carbono
gasoso (de onde o seu nome genérico), de modo semelhante ao das leveduras que substituem. A
escolha entre os diversos compostos possíveis depende essencialmente da velocidade de
libertação de gás que se deseja. O mais utilizado, e de efeitos mais rápidos, é o fosfato de cálcio
monobásico hidratado, vulgar constituinte dos fermentos caseiros. Também de utilização
frequente, como fermentos químicos, é a mistura de difosfatos com carbonatos de sódio (Freitas
e Figueiredo, 2000).
c) Desenformadores
Trata-se de gorduras que se utilizam no revestimento exterior do alimento e, tal como o seu
nome indica, tiram partido das suas propriedades de tensão superficial para facilitar a separação
do produto da sua embalagem. Como exemplos cita-se o azeite, cera de abelhas, parafina (Freitas
e Figueiredo, 2000).
d) Agentes plastificantes
São usados para conferir flexibilidade e resistência a certos produtos alimentares (bolos,
rebuçados, frutos secos), mas também na formulação de molhos, pois favorecem a dispersão das
gorduras, melhorando o aspecto do molho, ao mesmo tempo que intensificam o sabor da
manteiga usada na sua confecção. Como exemplo cita-se as gomas e os triacetatos de glicerina
(Freitas e Figueiredo, 2000).
Os potenciadores de sabor são produtos empregados para realçar e melhorar o sabor dos
alimentos e derivados de carne, sendo os mais utilizados: glutamato monossódico, inosinato de
sódio e guanilato de sódio. Os estabilizantes evitam a exsudação de água e gordura dos produtos
cárneos, contribuindo para a obtenção do rendimento e da textura final desejada para cada tipo de
produto. Os principais estabilizantes empregados no processamento da carne são os fosfatos, tais
como o tripolifosfato de sódio, tetrapirofosfato de sódio e pirofosfato ácido de sódio (Adami e
Conde, 2016).
Um aditivo alimentar cujo valor de IDA é “sem limites” deve apresentar o critério de “Boas
Práticas de Fabricação (BPF)”, ou seja, deve ficar provada a eficácia tecnológica e ser usado a
um nível mínimo para a obtenção do efeito desejado, não deve mascarar problemas de qualidade
do alimento ou adulteração e não deve influir no valor nutricional do produto. O limite de uso
dos aditivos utilizados de acordo com as BPF será quantum satis (Adami e Conde, 2016).