constituída pelos tecidos animais via de regra o tecido muscular utilizados como alimento. Tecido muscular que reveste a carcaça, com cor e consistência próprias, diafragma, esôfago, língua e vísceras. DEFINIÇÃO PELA EMBRAPA
“ Todos os tecidos comestíveis dos
animais de açougue, englobando músculos, com ou sem base óssea, gorduras e vísceras, podendo os mesmos ser in natura ou processados” PRODUTOS CÁRNEOS PROCESSADOS OU PREPARADOS Aqueles cujas características originais da carne fresca foram alteradas intencionalmente por meio de tratamentos físicos, químicos e/ou biológicos.
O processamento da carne fresca visa a elaboração de novos
produtos e a redução de problemas de perecibilidade, transporte e armazenamento, devido sua ação sobre as enzimas e microrganismos de caráter degradativo, prolongando a vida de prateleira. PROCESSAMENTO O processamento de carne não modifica de forma significativa as qualidades nutricionais originais, mas atribui características organolépticas como, cor, sabor e aroma, próprias de cada processo (FORREST et al. 1979; PEARSON & TAUBER, 1984). Agrega valor com a utilização de cortes não aproveitados para o consumo in natura, gerando maiores alternativas para sua comercialização. Possibilita o desenvolvimento da industrialização de produtos derivados, contribuindo para a geração de empregos e aumentando a receita e oferta de produtos disponíveis comercialmente. TIPOS DE PROCESSAMENTOS 1. CURA O termo cura de carnes se refere à conservação de um produto por um período de tempo mais longo, pela adição de sal, compostos fixadores de cor (nitratos e/ou nitritos), açúcar e condimentos É DESEJADO a melhora das propriedades sensoriais, como sabor e aroma mais agradáveis e coloração vermelha ou rósea atraente, bem como, Reduzir a incidência de alterações bacterianas da carne durante a cura e o processamento, sendo que a maior preocupação é com o Clostridium botulium, bactéria capaz de produzir uma toxina letal. A concentração de cada agente de cura depende da natureza do alimento e da tecnologia aplicada. 2. COZIMENTO De acordo com Gonçalves (2002), o cozimento pode causar alterações físicas evidentes devido à coagulação das proteínas na superfície da carne e a mudança da cor vermelha para cor cinza ou marrom acinzentado. 3. FERMENTAÇÃO Processo que utiliza o crescimento controlado de microrganismos selecionados, capazes de modificar sua textura, sabor e aroma, como também suas propriedades nutricionais. Alguns produtos de origem vegetal, como picles, chucrute e azeitonas e de origem animal como queijo e salames são elaborados por meio da fermentação láctica. 3-DEFUMAÇÃO Em carnes, o contato com o calor e a fumaça provoca a perda da água, a superfície fica ressecada e a coloração estabilizada. A perda de água e a ação dos constituintes da fumaça conferem ao alimento barreiras físicas e químicas eficientes contra a penetração e a atividade de microrganismos. Essa capa protetora pode ser devido à desidratação que se processa na superfície do produto, principalmente na defumação a quente, à coagulação proteica que ocorre durante a defumação e ao depósito das substâncias antimicrobianas que existem na fumaça, que se condensam e encontram-se depositadas na superfície do produto (USP – CENA/PCLQ, 2005). 4-EMBALAGEM As carnes processadas são geralmente oferecidas para a venda embaladas e são apresentadas ao varejo consumidor frequentemente em oxigênio-permeável (para uma melhor apresentação da cor). O processo de embalagem no comércio atacadista é geralmente realizado a vácuo ou em uma atmosfera de gás modificada (20-30% de CO2, 70-80% O2), que podem otimizar o período de conservação dos produtos cárneos. 5. ARMAZENAGEM É importante ressaltar que as carnes frescas (embaladas) devem ser armazenadas e transportadas sob refrigeração constante (temperaturas inferiores a 7°C) (HOUBEN, 2002). Ainda segundo o autor, o tempo de conservação pode ser estendido se a carne for rapidamente congelada e mantida congelada (Embutidos) COMPOSIÇÃO CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS DA CARNE 1- Cor A cor da carne é considerada como o principal aspecto no momento da comercialização (apelo visual). A mioglobina é a principal substância na determinação da cor da carne. O teor de hemoglobina só influenciará a cor da carne se o processo de sangria for mal executado. Aspectos como idade, sexo, músculo e atividade física afetam a cor da carne. A cor natural e ideal da carne é um vermelho brilhante. 2. ODOR E SABOR O aroma da carne é uma sensação complexa que envolve a combinação de odor, sabor e pH. Por serem aspectos complementares, o odor e o sabor podem ser agrupados em um complexo denominado de saboroma, sendo que ao eliminar-se o odor, o sabor de um alimento fica alterado. O saboroma da carne é aumentado com a idade do animal, sendo que em algumas espécies, a carne de machos inteiros apresenta sabor diferente. O sabor cárneo varia com teor e a qualidade da gordura presente em cada espécie animal. E a composição de ácidos graxos que torna a carne peculiar quanto ao sabor. 2. ODOR E SABOR A temperatura e a duração do processo de cozimento é passível de influenciar a intensidade do saboroma da carne. Quanto maior o tempo de cozimento maior a degradação protéica e perda de substâncias voláteis. A carne tem mais sabor quando assada até 82°C internamente, com um forno a 288°C por 30 minutos, do que outra a 177°C por 2 horas. A rancificação das gorduras é o principal problema de sabor na carne 3. MACIEZ Consistência da carne: conforme o contato com a língua e bochechas pode-se sentir se a carne é mole ou firme. Resistência à pressão dental: força necessária para a penetração dos dentes na carne. Facilidade de fragmentação: capacidade dos dentes para cortar ou desagregar as fibras musculares. Podem acontecer dois extremos: a carne ser tão fragmentável que partículas aderem-se à língua e bochechas dando a sensação de secura; ou a carne apresentar fibras demasiadamente unidas, quase sempre em virtude de excesso de tecido conjuntivo 3.MACIEZ Muitos fatores interferem na maciez da carne, podendo ser divididos em inerentes (ante-mortem) ou não inerentes (post- mortem) ao animal. Entre os inerentes tem-se a genética, a fisiologia, a alimentação e o manejo do animal A deposição de maior ou menor teor de colágeno sob a forma de perimísio (grão da carne) promove diferenças raciais quanto à maciez da carne. O marmoreio (gordura intramuscular) ajuda na maciez por lubrificar a mastigação e diluir o teor de tecido conjuntivo da carne. FATORES EXTERNOS AO ANIMAL - USO OU NÃO DE PROCESSOS VISANDO AO AMACIAMENTO DA CARNE E DISTÚRBIOS DE REFRIGERAÇÃO. Encurtamento pelo frio: o músculo é resfriado imediatamente após o abate, apresenta energia para contrair-se fortemente sob ação do resfriamento, que, em geral, ocorre quando um músculo atinge 10°C em 10 horas post- mortem. Rigor pelo descongelamento: quando um músculo congela antes de atingir o rigor mortis, posteriormente, e do descongelamento ocorre o encurtamento pelo frio e uma excessiva perda de suco. Posição de resfriamento: evita o encurtamento e o respectivo endurecimento, por ação física. Eletroestimulação: uma corrente elétrica que, provocando contrações, faz com que os músculos consumam energia e no momento do resfriamento não possam contrair-se demasiadamente QUALIDADE DA CARNE Os fatores que influenciam na qualidade visual e gustativa foram subdivididos em duas categorias: os ante mortem, ou intrínsecos, e os post mortem, ou extrínsecos. Na primeira categoria, encontram- se os fatores vinculados ao genótipo dos animais e às condições ambientais em que se desenvolveram. Na segunda, estão aqueles que se confundem com os procedimentos técnicos adotados pelos matadouros-frigoríficos e demais segmentos, até o consumidor final. PARÂMETROS DE QUALIDADE 1. SENSORIAIS (cor, textura, suculência, sabor, odor, maciez), 2. TECNOLÓGICOS (pH, capacidade de retenção de água), 3. NUTRICIONAIS (quantidade de gordura, perfil dos ácidos graxos, grau de oxidação, porcentagem de proteínas, vitaminas e minerais), 4. SANITÁRIOS (ausência de agentes contagiosos como tuberculose, encefalopatia espongiforme bovina, Salmoneloses) 5. AUSÊNCIA DE RESÍDUOS QUÍMICOS E FÍSICOS (antibióticos, hormônios, dioxina ou outras substâncias contaminantes), 6. ÉTICOS (bem-estar do homem e do animal) e 7. PRESERVAÇÃO AMBIENTAL (se o modo de produção não afeta a sustentabilidade do sistema ou provoca poluição ambiental). PROPRIEDADES FÍSICAS DA CARNE Logo após o abate do animal, tem início, na musculatura estriada, uma série de transformações químicas e físicas que culminam na rigidez da carcaça, é o rigor mortis: degradações enzimáticas desnaturação proteica, causando uma pseudo-resolução do rigor mortis, que tornará menos rígida a carcaça. Tempo variável O processo de conversão do músculo em carne, com diferentes graus de degradação enzimática e desnaturação de proteínas, pode resultar em marcantes variações nas propriedades da carne, como a capacidade de retenção de água, cor e firmeza da carne fresca; maciez, sabor e suculência da carne preparada para consumo, e capacidade de emulsificação das matérias primas, rendimentos de processo e cor dos produtos processados FATORES ANTE MORTEM 1- Estresse e declínio do pH BOVINOS - alguns agentes de estresse, como transporte, jejum prolongado, condições climáticas severas, e o comportamento sexual dos machos inteiros, podem resultar em rigor mortis atípico, com grandes prejuízos da qualidade da carne. SUÍNOS - o estresse que atinge os suínos - horas ou segundos - antes do abate, constitui-se na mais marcante causa de variação das propriedades da carne dessa espécie CARNE BOVINA No estresse pré-abate, a reserva de glicogênio dos músculos desses animais pode ser parcial ou totalmente exaurida, tendo como consequência, o estabelecimento do rigor mortis na primeira hora, mesmo antes da carcaça ser levada à câmara fria. A reserva energética não é suficiente para sustentar o metabolismo anaeróbio e produzir ácido lático capaz de fazer baixar o pH a 5,5 na 24a. hora post mortem. A carne resultante desse processo terá pH>5,8, levando as proteínas musculares a alta capacidade de retenção de água, A carne será escura, com vida de prateleira mais curta: a ausência de ácido lático e glicose livre faz com que as bactérias utilizem os aminoácidos da carne com produção de odores desagradáveis. Também pode apresentar uma descoloração esverdeada, causada por bactérias que produzem H2S. PSE: DO INGLES PAL, SOFT AND EXUDATIVE PÁLIDO, MOLE E EXSUDATIVO.
DFD (DARK, FIRM AND
DRIED), DURO , FIRME E SECO FATORES QUE INFLUENCIAM NO ASPECTO DA CARNE 1. Espécie : o efeito da espécie na composição da carne é o fator mais acentuado, porém nos músculos com pouca gordura, a variação da composição química é pequena; 2. Raça: depois da espécie, a raça é o fator intrínseco que mais afeta a composição química e bioquímica do músculo. Os bovinos de corte possuem maior quantidade de gordura intramuscular do que os bovinos de leite; 3. Sexo: em geral os machos possuem menor quantidade de graxa subcutânea do que as fêmeas; 4. Idade: O fator maturidade é comum a todos os sistemas de tipificação de carcaça bovina, porque há evidências de que a qualidade organoléptica da carne, principalmente a maciez, piora com o avanço da idade 5. Alimentação: Sabe-se, por exemplo, que sempre que o nível energético da ração excede as exigências mínimas para o desenvolvimento muscular, verificam-se acúmulos de gordura na carcaça. problemas de resfriamento da carne – isolante térmico gordura deve ser entremeada FATORES POST - MORTEM Dentre os fatores post mortem, ou extrínsecos, isto é, aqueles que estão fora do controle do pecuarista, destacam-se o resfriamento e a estimulação elétrica das carcaças, a maturação e o método de cocção da carne. Exceto por esse último, os demais exercem a sua influência nas propriedades físicas da carne bovina durante ou após o desenvolvimento do rigor mortis 1. RESFRIAMENTO O resfriamento rápido das carcaças é desejável para se ter redução de perdas de peso, de desnaturação de proteínas e de proliferação de microrganismos, e maior oxigenação da mioglobina da superfície dos músculos, conferindo-lhes a cor vermelho vivo. Resfriamento rápido: endurecimento da carne (encurtamento das estrias musculares) Tempo ideal: 10 horas sob T= 10º.C 2. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA (EE) A (EE) das carcaças, com aparelhos de baixa voltagem, nos primeiros 10 minutos após a sangria, ou com altas voltagens na primeira hora post mortem, constitui uma técnica desenvolvida e patenteada por Harsham & Deatherage, com o objetivo de tornar a carne mais macia. A EE das carcaças também exerce influência positiva na cor da carne, porque acelera o declínio de pH, provavelmente aumentando a desnaturação de proteínas. 3. MATURAÇÃO A maturação é um processo complexo, afetado por muitas variáveis, tais como a idade e espécie - ou raça - do animal, velocidade de glicólise, quantidade e solubilidade do colágeno, comprimento do sarcômero das miofibrilas, força iônica e degradação das proteínas miofibrilares. Há evidências de que a maturação pode melhorar em cerca de 25% a maciez da carne, mas sua eficácia é bem menor em carcaças de bovinos de quatro ou mais anos, bem como naquelas que sofreram um rigoroso “cold shortening”. 4. MÉTODOS DE COCÇÃO A temperatura, a presença ou não de umidade, o tempo de cozimento e a temperatura final no interior da carne são importantes variáveis que devem ser controladas de acordo com o tipo de músculo, para se aproveitar ao máximo as propriedades de cada corte cárneo CURIOSIDADES CARNES NÃO CLASSIFICADAS HEMATOMAS CARIMBOS EXCESSO DE GORDURA INTRAMUSCULAR EXCESSO DE GORDURA DE COBERTURA COLORAÇÃO DA GORDURA DE COBERTURA HEMATOMAS CARIMBOS EXCESSO DE GORDURA INTRAMUSCULAR EXCESSO DE GORDURA INTRAMUSCULAR\ EXCESSO DE GPRDURA DE COBERTURA COLORAÇÃO DA GORDURA DE COBERTURA