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O CENÁRIO BRASILEIRO DE OFERTA DE FERTILIZANTES, A CORRELAÇÃO COM A

INDISPONIBILIDADE DE CO2 E OS IMPACTOS DESSE INSUMO SOBRE A CADEIA


PRODUTIVA NACIONAL

Belo Horizonte, 25 de abril de 2022

A CRYOBRAS, como uma das maiores produtoras e distribuidoras de gelo seco do Brasil, é também uma das maiores
consumidoras de CO2 líquido, insumo esse utilizado na produção do Gelo Seco.

A produção de CO2 no Basil para uso comercial é quase que totalmente dependente da cadeia de produção de
Fertilizantes nitrogenados e a crise estabelecida, agravada, mas não apenas por esse motivo, pela guerra entre
Rússia e Ucrânia, veio a culminar com uma crise de oferta do CO2 no Brasil que já se prolonga por cerca de 4 meses.

Não temos dúvidas de que tal escassez se deve à uma política comercial que busca o aumento de preços dos
fertilizantes, e a falta de CO2, na verdade, é um efeito colateral desse movimento, e que serve como um termômetro
do que vem sendo feito pelo setor e pode nos indicar a direção, com consequências a curto e médio prazos, do que
deve ocorrer com o mercado de fertilizantes no Brasil, e nos mostra a necessidade de que órgãos governamentais
interfiram no setor, muito mais do que movidos pela falta de CO2, mas sim pelos impactos que essas ações podem
ter sobre os preços dos fertilizantes em nosso pais e as consequências para o agro negócio, estratégico, não apenas
para nossa balança comercial, mas também para a segurança alimentar da população.

Assim, a falta de CO2 indica a falta de produção e o aumento significativo de preços dos fertilizantes a curto e médio
prazo em nosso país, já que a paralização da produção de fertilizantes é imediatamente detectada primeiramente
pela escassez desse gás.

Por esse motivo, tomamos a decisão de explanar sobre o atual cenário, seus motivos e previsões futuras, com
movimentos de nossa parte, mas também do mercado, de forma a oferecer a todos os nossos clientes, contratados
e em potencial, uma compreensão dos fatos que levaram a essa crise de oferta do produto, sua relação com o
mercado de fertilizantes mundial e local e previsões para o futuro.

CRYOBRAS GELO SECO LTDA


Rua Alípio de Melo, 180 – Bairro Jardim Montanhês –30.750-010 – Belo Horizonte/MG - Brasil
Telefax: +55 31 2512-4520 - E-mail: comercial@cryobras.com.br - www.cryobras.com.br
Como sabemos, o Gelo Seco tem como matéria prima o Gás Carbônico (CO2) líquido, o qual é convertido em seu
estado sólido, comercialmente conhecido como Gelo Seco, através de unidades de extrusão homogênea de alta
densidade e é justamente o CO2 líquido que se encontra com produção extremamente reduzida no Brasil, ao ponto
de nosso fornecedor contratado não estar suportando atender o nosso contrato, sequer dentro dos volumes
mínimos estabelecidos.

Essa situação impacta não apenas a produção de Gelo Seco no Brasil, mas toda a cadeira consumidora de CO2
líquido, como empresas de Bebidas (Refrigerantes, Cervejas, Água Mineral gasosa, sidra, etc.), alimentos
(congelamento criogênico, processos de embalagens a vácuo para estender a sua vida útil, atordoar animais no
processo de abate, etc.), tratamento de efluentes alcalinos, processos industriais diversos, eventos, etc.

Em nossos mais de 14 anos de mercado, nunca nos deparamos com uma escassez dessa magnitude e sempre
atuamos no sentido de expandir a base de disponibilidade no Brasil e da aplicação da limpeza através do jateamento
com gelo seco, com investimentos significativos, sempre suportados pela adequação de nossa capacidade de
produção, aumento de capacidade logística e estrutura de atendimento, mesmo em momentos anteriores de
escassez desse produto no mercado, o que ocorre em média a cada 2 anos, devido às paradas de fontes de matéria
prima para manutenções preventivas.

Isso somente foi possível ao longo de todos esses anos, por termos contrato com ao maior fornecedor de CO2
líquido do Brasil, o qual detém cerca de 70% de toda a capacidade de produção do país, com volumes contratados
em diversas regiões do país, o que, até então, nos permitiu o remanejamento de produto entre regiões, garantindo
assim o abastecimento, mesmo em momentos de redução de oferta.

Não obstante tenhamos passado a ofertar diretamente o produto gelo seco no mercado nacional, como
mencionado, há cerca de 14 anos, trabalhamos com esse insumo, especialmente nas atividades de limpeza
criogênica, através do jateamento com gelo seco, há cerca de 20 anos.

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Comunicado oficial de nosso fornecedor contratado de CO2:

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Os impactos no mercado nacional:
A falta de CO2 no mercado reflete o que está ocorrendo com o mercado de fertilizantes e que poderá ser sentido
em breve com o aumento de preços desse insumo de forma assustadora.

São inúmeros os casos de empresas que já se encontram, inclusive, com produção paralisada, situação essa
agravada pela pandemia de COVID 19, a qual veio requerer uma demanda extra de Gelo Seco no mercado para o
transporte a conservação de vacinas e material biológico, como amostras de material para teses e exames e
transporte de órgãos, aplicações essa para as quais vem sendo priorizada a entrega do pouco produto disponível
no mercado, se comparada com a demanda existente, ainda assim se possibilidade de atendimento total da
demanda e com frequentes faltas de disponibilidade do produto, mesmo para essa aplicação priorizada.

Lamentamos essa situação alheia à nossa capacidade de intervenção e, ainda que desnecessário informar já que
essa situação impacta fortemente nossas operações, asseguramos que a CRYOBRAS não está medindo esforços no
sentido de buscar alternativas para suprir essa deficiência do mercado, inclusive com busca de produto em países
do Mercosul, como já fizemos em outras oportunidades, entretanto, mesmo países como Argentina, que sempre
teve uma oferta de CO2 líquido superior ao seu consumo interno, e ao qual recorremos em momentos anteriores,
tem sua capacidade afetada, por questões internas, especialmente em face do racionamento do gás natural
naquele país, combustível esse essencial na obtenção de CO2 líquido, seja pela sua queima ou por processos
industriais que geram o CO2 em escala viável de industrialização para o consumo do mercado, já que esse gás não
é viável quanto à sua captura da atmosfera.

As Fontes de CO2 líquido e a sua relação com a atual escassez:


O cenário Brasileiro vem dando sinais aos “players” desse setor, quanto a uma eminente crise de escassez de CO2
comercial no mercado, há anos, especialmente a partir de 2016, com a decisão da PETROBRAS de sair do mercado
de fertilizantes.

Plantas de fertilizantes são reconhecidas mundialmente como as principais fontes de captura de CO2 bruto para
purificação e liquefação desse gás, para uso geral pelo mercado.

A alta concentração de CO2 oriundo dos processos de produção da amônia para fertilizantes os tornam as fontes
mais viáveis economicamente para a obtenção desse gás em escala global. Existem outras fontes, como processos
de fermentação de cana de açúcar, produção de cerveja, entre outros, porém, as quais, além de impactos
relacionados à sazonalidade da produção, em função de dependência de safra de cana, são insignificantes e caras,
diante dos volumes gerados na produção de amônia para fertilizantes e do seu custo de produção inferior, pela alta
concentração.

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O Brasil, como maior produtor mundial de alimentos, mesmo antes de 2016, já importava cerca de 70% de todos
os insumos utilizados na produção de fertilizantes e ações, ainda que lentas, vinham sendo tomadas no sentido de
reduzir essa dependência, com os projetos de novas plantas de fertilizantes em Três Lagoas no MT e em Uberaba
em MG, ambas com investimentos da PETROBRAS. Apenas essas duas plantas, somadas a outras existentes da
FOSFERTIL e FAFEN, subsidiárias da PETROBRAS, tornariam o Brasil auto suficiente, pelo menos na obtenção da
Ureia, um dos componentes para a obtenção dos compostos nitrogenados da fórmula NPK (Nitrogênio, Fósforo e
Potássio), base dos fertilizantes utilizados no Brasil e fonte principal de captura do CO2 comercial.

Com a decisão da PETROBRAS de sair desse mercado “não lucrativo”, mas de extrema importância estratégica para
a segurança alimentar de nosso país, foram fechadas as plantas da FOSFERTIL e FAFEN de Camaçari na BA,
Laranjeiras em SE e Araucária no PR, além de cancelado o projeto da planta de Uberaba em MG, planta essa com
todos os equipamentos já comprados, os quais foram vendidos como sucata, e colocado o projeto de da planta de
Três Lagoas no MT em passos lentos, quase parado.

Com consequência de todo esse cenário, a única planta de fertilizantes em operação no Brasil, até recentemente,
com fonte de captura de CO2, permaneceu sendo a planta da antiga FOSFÉRTIL em Cubatão, a qual foi vendida pela
PETROBRAS à VALE e, em curto período de tempo, revendida à uma gigante Multinacional do setor, empresa essa
que detém cerca de 40% de toda a produção mundial de fertilizantes nitrogenados. Essa planta é responsável por
cerca de 50% de todo o CO2 consumido no Brasil.

Em condições normais de operação, apenas essa fonte de CO2 seria suficiente para abastecer praticamente toda a
demanda do mercado nacional, sendo as demais fontes mantidas basicamente apenas por questões logísticas para
oferta local e redução de custos de transporte desse produto em um país de dimensões continentais como o nosso,
porém com condições de transporte praticamente todo rodoviário e com rodovias em condições deterioradas.

Assim, a situação conjuntural de oferta desse importante gás para a indústria e mercado alimentício e medicinal
do país passou a ter sua dependência, praticamente total, dessa fonte mencionada. Ou seja, apenas uma fonte é
capaz de suprir a demanda do mercado e, ainda assim, opera com certa ociosidade de capacidade, já que outras
fontes distribuídas pelo país suprem parte dessa demanda regionalmente.

Por esse motivo, a relação de oferta e demanda de CO2 no país tem sido equilibrada basicamente por uma única
fonte e não convém aos produtores de CO2 realizarem investimentos em novas plantas, já que em condições
normais de operação, “sobra” CO2 no país. Então, a única alternativa para termos mais disponibilidade de produto
através de fontes alternativas seria a operação de novas plantas, cujo “core business” é produzir fertilizantes, tendo
o CO2 como um subproduto.

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Na realidade até então, não se justificava, como economicamente viável, a criação de novas plantas apenas para
geração de CO2, entretanto, ficamos à mercê de uma única fonte, a qual, quando necessário parar por qualquer
motivo, como manutenção, por exemplo, o que ocorre em média a cada dois anos, desestabiliza toda relação de
oferta do produto no mercado.

Também, temos conhecimento de mercado e pela mídia, de que a Empresa atual proprietária dessa planta,
diferentemente da política praticada anteriormente pela PETROBRAS, a qual considerava o CO2 apenas como um
subproduto, tem como prática em todo o mundo, não obstante seu “core business” seja a produção de fertilizantes,
considerar o CO2 como uma “commodity” e estar em constante busca por incremento de seu preço nos mercados
em que atua.

Os impactos da concentração do mercado de fertilizantes sobre a disponibilidade de


CO2 no Mundo
Todo esse cenário mencionado anteriormente se intercala com uma série de variáveis que nos levam a acreditar
que de fato não se trata apenas de uma questão de parada para manutenção, mas que também tem aspectos
relacionados à busca pela elevação de preços dos fertilizantes, mercado conjunturalmente afetado pela guerra
entre Ucrânia e Rússia, como pode ser atestado pelas notícias publicadas na mídia em geral, onde observamos
inclusive empresas protelando a oferta de fertilizantes para obter melhores preços:

“Empresas protelam vendas


de fertilizantes, e preços
explodem”
Cenário é de custos elevados para o produtor e comida mais
cara na mesa
Folha de São Paulo – 12 de março de 2022

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/03/empresas-protelam-vendas-de-fertilizantes-e-precos-
explodem.shtml

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Também existe globalmente uma pressão pela redução do custo do gás natural, insumo esse responsável pela
maior parte dos custos de produção dessas empresas, fatores esses que, associados ao conhecimento da
dependência do mercado de CO2 dessas fontes, criam a “tempestade perfeita” para o mercado, como o descrito.

Vimos esse mesmo movimento acorrer na Europa e Mexico em 2018 e mais recentemente na Inglaterra no segundo
semestre de 2021, sempre, sem exceção, com a justificativa de paradas para manutenção, mas com pleitos relativos
à necessidade de redução do preço do gás natural, sob o risco de falta de fertilizantes e de CO2 para o mercado,
principalmente alimentício:

“Como a falta de CO² está


deixando europeus sem
cerveja durante a Copa”
Europa sofre escassez de gás utilizado para produzir cerveja e cidra,
entre outras bebidas; no Reino Unido, supermercados impõem
racionamento a clientes, em meio demanda alta por causa de jogos.
BBC e G1 – 28 de junho de 2018

"É a situação mais grave no suprimento de dióxido de carbono europeu em décadas", disse a revista especializada Gas
World, que revelou o problema.”

https://g1.globo.com/mundo/noticia/como-a-falta-de-co2-esta-deixando-europeus-sem-cerveja-durante-a-
copa.ghtml

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“Reino Unido alerta setor
alimentício para disparada do
preço de CO2”
Terra – 22 de setembro de 2021

https://www.terra.com.br/noticias/mundo/reino-unido-alerta-setor-alimenticio-para-disparada-do-preco-de-
co2,d2747647d11b6a7c76f73e6bef69fe29wf2ftoyg.html

“Reino Unido socorre empresa


dos EUA para evitar crise no
abastecimento de alimentos”
CF Industries interrompeu as operações em suas fábricas de
fertilizantes no Reino Unido após o aumento dos preços do gás natural.
BBC e G1 – 28 de setembro de 2021

“O governo do Reino Unido concordou em subsidiar um grande fabricante de fertilizantes dos


Estados Unidos a um custo de vários milhões de libras para os contribuintes, com o objetivo de
reiniciar a produção de dióxido de carbono (CO2), vital para o abastecimento alimentar da Grã-
Bretanha.”

https://www.cnnbrasil.com.br/business/reino-unido-socorre-empresa-dos-eua-para-evitar-crise-no-
abastecimento-de-alimentos/

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“Reino Unido tenta evitar
escassez de alimentos em meio
à crise de energia”
Problema na indústria de processamento de alimentos do país está
relacionado ao aumento do preço do gás natural.
Valor, com Associated Press – 21 de setembro de 2021

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2021/09/21/reino-unido-tenta-evitar-escassez-de-alimentos-em-meio-
crise-de-energia.ghtml

O Cenário passa a se repetir agora também no Brasil, agravado pela Guerra e Conjuntura
geopolítica:
Em 2018, conforme mencionado nas reportagens, na Europa, mas também em outras regiões, Empresas de
alimentos e bebidas chegaram a interromper sua produção, o que voltou a se repetir em 2021, e podemos observar
em várias dessas reportagens, estar sempre envolvido o nome de Empresas do setor de fertilizantes como
responsáveis pela escassez de CO2 nesses mercados. Tal cenário passa agora a ser observado no Brasil, justamente
após a entrada de Empresas do setor privado em nosso mercado Brasileiro, anteriormente pertencente à
PETROBRAS.

Assim, até então, a cada cerca de dois anos, tínhamos uma certa crise de oferta, justificada pela necessidade de
manutenção de planta, a qual era contornada com ações de planejamento logístico, como estocagem (o que
também é limitado), remanejamento de produtos de outras partes do país e até mesmo importação de CO2 de
países vizinho, em especial da Argentina, movimento esse que, dentro de um período médio histórico de cerca de
30 dias, era contornável, motivo pelo qual nossos clientes nunca ficaram sem abastecimento ao longo de todos
esses anos.

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Entretanto, essa maior planta, sob justificativa de manutenção, inicialmente prevista para 30/45 dias, encontra-se
paralisada já há cerca de 120 dias, sendo que logramos manter o abastecimento de nossos clientes dentro dos
primeiros 60 dias, período após o qual todas as ações de planejamento e programação se exauriram, gerando um
efeito cascata em todo o mercado Brasileiro.

As demais plantas em operação, significativamente menores, não são capazes de suportar a demanda do país.
Plantas alternativas com CO2 oriundo da fermentação da cana de açúcar são dependentes das safras de cana de
açúcar e as regiões sudeste e sul do país encontram-se justamente no período de entressafra, com expectativa de
início de safra apenas a partir de maio. A Safra do nordeste, que é defasada das demais regiões e que vinha
ajudando a suprir em parte a demanda, se encerrou precocemente, devido ao elevado nível de chuvas naquela
região no último verão. Assim grande parte da oferta alternativa que tínhamos no Nordeste praticamente se
encerrou.

As limitações às alternativas de importação do produto:

A importação do produto da Argentina, único país além do Brasil com viabilidade logística de importação, está
comprometida devido às questões de abastecimento de gás natural naquele país. A Argentina está em
racionamento de gás natural devido a sua crise econômica e o gás está sendo priorizado para consumo residencial,
com limitações para as indústrias. Sem gás natural não há produção industrial e sem produção industrial não há
geração de CO2 em escala comercial.

Além do fato mencionado, quanto às restrições de gás natural, também a atual greve pelos servidores da Receita
Federal, está impossibilitando as operações de importação de produto já pronto (Gelo Seco) dos países vizinhos,
sendo que conseguimos produto na Argentina e Paraguay, mesmo que a preços muito superiores aos praticados
normalmente no Brasil, em função dos custos logísticos e de importação, especialmente para atendimento ao
mercado da Região Sul do Brasil, mas estamos impossibilitados de importar devido à essa paralização,
principalmente pela natureza do Gelo Seco que se sublima e, portanto, não poderia ficar aguardando dias ou
mesmo semanas por desembaraço aduaneiro.

A alternativa de importação de CO2 de países do hemisfério norte é inviável logisticamente, pois deveria ser
realizada através de navios, com longos tempos de viagem e com a necessidade de uma logística reversa para
retorno dos tanques vazios, além do corremos o risco de que, antes da chegada do produto no Brasil, a mencionada
planta Brasileira retorne à operação.

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As consequências econômicas e práticas de mercado condenadas pela CRYOBRAS:

Todo esse cenário tem propiciado a prática de preços de oportunidade por algumas empresas que ainda tem um
pouco de CO2, tendo o produto e seus derivados, como o Gelo Seco, quando há, sendo vendidos com sobrepreço
de até 400%.

A CRYOBRAS é contra essa prática, qual seja, aumentar preços por oportunidade e tão somente o faz em caso de
aumento de custos. Assim nossos clientes que ainda possuem abastecimento, mesmo que limitado, especialmente
na região Nordeste, já que o nosso abastecimento de CO2 nas Regiões Sul e Sudeste em zero, podem observar que
não praticamos aumentos de preço, ou seja, praticamos basicamente o mesmo preço, com pequenas variações em
decorrência de custos logísticos.

Jamais adotamos, ou praticaríamos, uma posição de deixar de abastecer um cliente nosso, para transferir produto
para outros, com preços de oportunidade com 400% ou mais de sobrepreço, como muitas empresas o vem fazendo.
Essa tem sido nossa prática; quando e onde possuímos abastecimento de CO2, por mínimo que seja a
disponibilidade de produto, quando há, o rateamos entre nossos clientes contratados ou cativos, ao mesmo custo,
com pequenas variações devido ao rateio de frete, diferentemente de outras empresas no mercado que estão,
inclusive, simulando indisponibilidade, mesmo tendo alguma coisa de produto, pois eventualmente conseguem CO2
de alguma outra fonte alternativa, para poder vender com tal sobrepreço.

Sabemos que essa é uma situação pontual, momentânea e que em breve, assim esperamos, dentro dos próximos
15/30 dias, tenhamos a situação normalizada, quando, tanto a oferta de CO2 quanto os preços, devem retornar aos
patamares normais, e não desejamos ter nossa imagem e relacionamento junto aos nossos clientes desgastados
apenas pela possibilidade de “ganhar dinheiro” com um oportunismo de poucos dias.

Assim, apresentamos todo esse cenário, reforçando que nossa Empresa é uma das partes mais afetadas em toda
essa situação, com queda de faturamento, renúncia de vendas e perda de margem, colocando inclusive em
desequilíbrio financeiro toda nossa operação, o que apenas tem sido suportado pela certeza de regularização do
cenário a curto prazo e por nossa saúde financeira que nos permite absorver essa situação por um período
considerável.

Entendemos a insatisfação de nossos clientes e parceiros, mas ressaltamos que se trata de uma questão
conjuntural, alheia às nossas ações, e que somos também vítimas dessa cadeia de fatos, que passa por estratégias
políticas e governamentais, como no caso da saída da PETROBRAS de uma atuação Estatal para uma pratica de
mercado privado, o cenário de um mercado global, com a concentração de grandes monopólios globais em
determinados segmentos, agravamentos devidos à guerra, greve da Receita Federal, barreiras aduaneiras, etc.

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A expectativa futura a curto e médio prazo:

Podemos assegurar que dentro de curto prazo, cremos dentro dos próximos 15/30 dias, estaremos em uma
situação relativamente regularizada, pelo menos dentro dos próximos 2 anos, e que já estamos tomando ações
concretas para que essa situação não venha a ocorrer no futuro, inclusive com o desenvolvimento de novas fontes
de CO2 em um modelo sustentável, através de outras soluções para o uso do Gelo Seco, soluções essas desenvolvida
por nós e patenteada mundialmente, sem igual no mundo, o que nos permitirá sair da dependência estabelecida
por esse cenário resumido acima.

Além disso, algumas fontes mencionadas anteriormente, já iniciaram o processo de retomada da produção, como
no caso das plantas citadas de produção de fertilizantes fechadas a partir de 2016, agora sob o regime de
arrendamento. A planta de Três lagoas está agora tendo acelerado o processo de montagem e outros “players”,
em especial do segmento de fermentação de cana de açúcar, começam a instalar unidades de captura, purificação
e liquefação do CO2, somados ao fato de que a safra de cana de açúcar deve se iniciar nos próximos 30 dias,
aumentando assim a disponibilidade de produto no mercado, ajudando a melhorar o equilíbrio da relação de oferta
e demanda do mercado.

Também estamos atuando caso a caso junto aos nossos clientes no sentido de não nos posicionarmos apenas como
um fornecedor de Gelo Seco, mas sim com soluções que visam, principalmente, reduzir o volume consumido de
Gelo Seco para suas operações, seja de limpeza criogênica, seja para refrigeração, minimizando assim a
dependência e os impactos de eventuais crises quanto ao volume demandado.

Esperamos que com nossa política de não majoramento deliberado de preços por oportunidade, mencionada nesse
comunicado, nos garanta a credibilidade de retomarmos à reconstrução de um relacionamento abalado com essa
crise, mesmo que em face de nossa não intenção ou responsabilidade, através das ações sendo tomadas, algumas
das quais já sendo modeladas e compartilhadas com o mercado.

CRYOBRAS GELO SECO

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