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Fábrica de palitos de

picolé
Expediente
Presidente do Conselho Deliberativo
Roberto Simões
Diretor-Presidente
Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho
Diretor Técnico
Carlos Alberto dos Santos
Diretor de Administração e Finanças
José Claudio Silva dos Santos
Gerente da Unidade de Capacitação Empresarial
Mirela Malvestiti
Coordenação
Nídia Santana Caldas
Equipe Técnica
Carolina Salles de Oliveira
Autor
Roberto Chamoun
Projeto Gráfico
Staff Art Marketing e Comunicação Ltda.
http://www.staffart.com.br
Apresentação do Negócio

Quando o verão chega o que todo mundo quer é se refrescar, o


aumento na temperatura nas estações mais quentes do ano (de
setembro a março) eleva a produção de sorvete no Brasil em
70%. Consumido por pessoas de todas as idades, em 2007, a
venda de picolé correspondeu cerca de 20% dos 900 milhões
de litros de sorvete produzidos por cerca 10 mil
empreendimentos, de diversos portes, em todo pais.

Mas nem só de fabricantes de sorvete vive o setor. Por trás


deste alimento popular, esta um negócio que reúne
revendedores, fornecedores de equipamentos, embalagens,
ingredientes e empreendedores como os fabricantes de palitos
para picolé. São empresários que não querem apenas se
refrescar, mas aproveitar as oportunidades de geração de
renda e trabalho, num setor de números bastante quentes.

Este documento não substitui o plano de negócio. Para


elaboração deste plano consulte o SEBRAE mais próximo.

Mercado

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes


(ABIS). O aumento na temperatura nos meses mais quentes do
ano eleva o consumo de sorvete em 70% da produção
nacional, que já ultrapassa 900 milhões de litros, incluindo
sorvetes de massa, picolés e o sorvete “soft”, batido em
máquinas e servido na casquinha. Em 2007, o setor faturou
aproximadamente R$ 1,3 bilhões.

Embora não existam estatísticas oficiais sobre os números

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relativos à fabricação de palitos para picolé (total de
fabricantes, produção, empregados no setor etc), a ABIS afirma
que a fabricação de picolés represente cerca de 20% do
mercado nacional de sorvete, isto é, aproximadamente 182
milhões de litros, o que significa aproximadamente 2,5 bilhões
de unidades por ano.

Segundo a ABIS, existem hoje cerca de 8 mil empresas,


responsáveis pela produção industrial e artesanal, número que
sobe para 10 mil quando se incluem empresas que fabricam e
também direcionam parte de sua produção para revendas.

Apesar da expressiva produção nacional, o mercado brasileiro


tem potencial para expansão, quando comparado ao consumo
de habitantes de países mais frios. Cada brasileiro consome
4,7 litros anuais, três vezes menos que os 15 litros consumidos
anualmente pelos habitantes de países nórdicos, como a
Dinamarca e a Finlândia. Mesmo sendo um país tropical, o
Brasil ainda apresenta um baixo consumo per capita/ano, em
relação aos países nórdicos - onde o sorvete é consumido o
ano todo, e não apenas no verão.

Localização

Segundo a ABIS, embora não existam números exatos sobre o


total de fabricantes de sorvete em cada região do país, devido
a informalidade; além da entidade não trabalhar com números
regionais, estima-se que, atualmente, as regiões Sul e Sudeste
respondam juntas por cerca de 60% do consumo nacional de
sorvete e que 30% da produção esteja localizada em São
Paulo. Vale ressaltar que a produção de sorvete no país já foi
mais concentrada. Em 2003, as Regiões Sul e Sudeste
respondiam por 83% da produção nacional, seguidos pela

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região Nordeste (13%) e pelas regiões Norte e Centro-Oeste
(4%).

Contudo, ao se decidir pela localização de uma fábrica de


palitos para sorvete o empreendedor deve considerar outros
fatores além do mercado consumidor (fabricantes de picolé).
Dentre outros fatores igualmente importantes citamos:
proximidade dos fornecedores e acesso as matérias-primas,
atuação da concorrência, infra-estrutura do imóvel escolhido e
custos envolvidos na instalação e operação do negócio etc.

Podemos considerar que todos estes fatores devem ser


analisados de um ponto de vista bem amplo. Quando falamos,
por exemplo, da proximidade dos fornecedores, estamos nos
referindo não só aos fornecedores de matérias-primas; como
também, o acesso e proximidade da fábrica à residência dos
empregados e do empreendedor, à possibilidade da fábrica
estar conjugada a um negócio já estabelecido (e funcionar
como uma atividade secundária, exemplo, serraria, fazenda de
plantação de pinus etc.); ou mesmo, da conveniência de ser
instalada próxima à residência do empreendedor, permitindo a
geração de trabalho e renda também para seus familiares,
dentre outras particularidades.

A concorrência deve ser analisada não só pela quantidade de


empreendedores no mesmo segmento, mais sim, pela forma de
atuação destes, considerando similaridade com seu produto e
disputa pelo mesmo público alvo, mercado e canais de
distribuição. Existem situações, em que a presença de vários
produtores de pequeno porte, de um mesmo produto, na
mesma região, ao contrário de prejudicar, favorece a formação
de parcerias, a melhoria da qualidade do produto e a união
destes, pela formação de pólos de produção.

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Em relação ao mercado consumidor (proximidade dos clientes),
a análise da localização deve considerar a proximidade da
fábrica aos consumidores finais, canais de comercialização,
custos envolvidos no transporte (frete) e tipo de
comercialização a ser adotada.

Quanto ao imóvel escolhido para instalação da fábrica, ele deve


oferecer a infra-estrutura necessária para a instalação do
negócio e, ainda, propiciar o seu crescimento. Dentre os
aspectos de infra-estrutura que devem ser observados citamos
a disponibilidade de água, gás, eletricidade, rede de esgoto,
vias de transportes e de comunicação etc. Cuidado com
imóveis situados em locais sem ventilação, úmidos, sujeitos a
inundações ou próximos às zonas de risco. Consulte a
vizinhança a respeito.

Lembramos que a estrutura do imóvel deverá estar de acordo


com as normas de higiene e limpeza da Vigilância Sanitária e
com o Plano Diretor Urbano (PDU) do município. Para maiores
informações o empreendedor deve consultar a prefeitura de
sua cidade, visto que o PDU é segundo a Lei Federal 10.257,
de 10 de julho de 2001, obrigatório para todos os municípios
brasileiros com mais de 20.000 habitantes. Verifique também
na Prefeitura Municipal:
i) se o imóvel está regularizado - se possui o HABITE-SE;
ii) se os impostos que recaem sobre o imóvel estão em dia -
IPTU, ITR;
iii) a necessidade de aprovação pelo Corpo de Bombeiros.

Em relação aos custos, na tomada de decisão para localização


do negócio, analise fatores tais como custo de adaptação do
imóvel para a atividade, aluguel, manutenção, necessidade de
vale-transporte para os empregados, dentre outros fatores.

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Exigências legais específicas

Não identificamos legislação específica aplicável à atividade de


fabricação de palitos de picolé. Entretanto, é interessante para
o empreendedor deste ramo, fazer a consulta à seguintes
normas:

- Decreto-Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969, publicado no


Diário Oficial, em 29 de outubro de 1969, institui normas
básicas sobre alimentos. Neste Decreto-Lei são apresentadas
definições da área de alimentos, visando harmonizar os
conceitos sobre a nomenclatura de processos, materiais e
insumos utilizados na indústria de alimentos.

- Lei nº. 6.514, de 22 de dezembro de 1977, publicado no Diário


Oficial, de 23 de dezembro de 1977, dispõe sobre a segurança
e medicina do trabalho e dá outras providências.

Recomenda-se fazer uma consulta ao PROCON para adequar


seus produtos às especificações do Código de Defesa do
Consumidor (Lei nº. 8.078/1990 - Código de Defesa do
Consumidor – Alterada pela Lei nº. 8.656/1993 Lei nº.
8.703/1993, Lei nº. 8.884/1994, Lei nº. 9.008/1995, Lei nº.
9.298/1996 e Lei nº. 9.870/1999).

É preciso manter-se atualizado em relação à legislação


brasileira de materiais de embalagens para contato com
alimentos, publicada pela ANVISA (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) do Ministério da Saúde (MS), dentre elas
citamos:

- Portaria nº 1.428/MS, de 26 de novembro de 1993. Aprova, na

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forma dos textos anexos, o "Regulamento Técnico para
Inspeção Sanitária de Alimentos" - COD-100 a 001.0001, as
"Diretrizes para o Estabelecimento de Boas Práticas de
Produção e de Prestação de Serviços na Área de Alimentos" -
COD- 100 a 002.0001, e o "Regulamento Técnico para o
Estabelecimento de Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ's)
para Serviços e Produtos na Área de Alimentos"- COD- 100 a
003.0001 e COD- 100 a 004.0001.

- Resolução RDC nº 91, de 11 de maio de 2001, publicada no


Diário Oficial, em 13 de junho de 2001. Regulamento Técnico -
Critérios gerais para embalagens e equipamentos em contato
com alimentos.

Ainda que a legislação brasileira não estabeleça punição para


quem usa madeira ilegal, as fábricas de palitos para picolé
devem começar a ficar em alerta, pois alguns estados já
começam a restringir o uso da madeira obtida irregularmente.
Em junho de 2008 o governo paulista assinou um decreto que
institui o CADMadeira - Cadastro Estadual de Pessoas
Jurídicas que comercializam produtos e subprodutos de origem
nativa da flora brasileira. Com entrada em vigor prevista para
junho de 2009, a nova regulamentação tem os objetivos de
orientar a política de compras sustentáveis dos produtos e
subprodutos florestais, permitir o controle sobre a origem
dessas matérias-primas e tornar público o rol de pessoas
jurídicas que fornecem madeira.

A pessoa jurídica não está sujeita à responsabilidade técnica,


ou seja, não se exige do empreendimento a manutenção, em
seus quadros, de profissional habilitado junto a órgão ou
conselho de classe fiscalizador de profissão regulamentada.

O empreendimento está dispensado de obter registro ou

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autorização de funcionamento específica, junto às entidades ou
órgãos fiscalizadores de atividades regulamentadas, bastando
ao empreendedor obter a inscrição junto aos órgãos exigíveis
das sociedades empresárias em geral.

Etapas do Registro
a) Registro da empresa nos seguintes órgãos:
- Junta Comercial;
- Secretaria da Receita Federal (CNPJ);
- Secretaria Estadual de Fazenda;
- Secretaria Municipal de Fazenda;
- Prefeitura do Município para obter o alvará de funcionamento;
- Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (empresa ficará
obrigada a recolher por ocasião da constituição e até o dia 31
de janeiro de cada ano, a Contribuição Sindical Patronal);
- Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema
“Conectividade Social – INSS/FGTS”.
- Corpo de Bombeiros Militar.

b) Visita à prefeitura da cidade onde pretende montar a sua


fábrica de palitos de picolé para fazer a consulta de local e
emissão de alvará e das certidões de Uso do Solo e Número
Oficial.

Estrutura

A estrutura básica deve contar com uma área de cerca de 60


m², dividida entre área de recepção e armazenagem de
matéria-prima, sala de fabricação, depósito de embalagens e
produtos acabados, expedição, além de escritório e áreas de
apoio (banheiros para os empregados, refeitório, almoxarifado
etc.).

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O local deverá receber luz e ventilação (natural ou artificial); o
piso deverá ser revestido de material resistente (piso de
cerâmica ou piso de cimento); parede de 2 m de altura, lisa, de
alvenaria; forro interno, liso e de fácil limpeza com material
impermeável tipo madeira ou PVC; janelas e portas com telas;
área mínima necessária: 20 m, para
preparação/industrialização; área total de aproximadamente 60
m².

As áreas externas devem ser pavimentadas para evitar a


formação de poeira e facilitar o escoamento das águas pluviais.

Pessoal

A mão-de-obra irá variar de acordo com a estrutura do


empreendimento, quantidade e variedade produzida e forma de
comercialização. Fábricas de pequeno porte de palitos de
picolé, em geral, trabalham com três a cinco empregados
incluindo, o próprio empreendedor, um operador de guilhotina e
um auxiliar de produção, além de vendedores.

Equipamentos

Para a área de produção de uma fábrica de pequeno porte, o


maquinário é simples. Dentre os equipamentos básicos
citamos:
- Guilhotina para palitos de picolé e pazinha de sorvete;
- Máquina embaladora / seladora;
- Mesa de apoio para embalamento;
- Mesa vibratória (este equipamento tem a finalidade de facilitar

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a seleção e de posicionar os palitos na mesma posição para
abastecer a embalagem);
- Tambor rotativo para polimento.
- Equipamentos de proteção individual, incluindo óculos, luvas,
protetores auriculares e capacete.

Há também a necessidade de equipamentos para a área


administrativa da empresa como: armários e utensílios de
escritório, bancada de trabalho para vendedores, arquivos;
mesas de escritório; computador e impressora.

Matéria Prima / Mercadoria

O palito de picolé vai à boca, principalmente das criança, não


podendo levantar farpas, nem transmitir gosto. A madeira
utilizada deve ter talho doce para facilitar a confecção, com
bom acabamento. A escassez de pinho (araucária) tem
obrigado os fabricantes a utilizarem madeiras provenientes de
espécies coníferas (pinus e podocardus) e diversos tipos de
pinhos tropicais.

Os palitos são produzidos nos formatos quadrado, Já-Já


(arredondado) e KW, além de pazinhas comuns de madeira
para sorvetes.

Organização do processo produtivo

Dentre as atividades envolvidas no processo produtivo de uma


fábrica de palitos para picolés destacamos:

1 - A preparação dos palitos começa na derrubada das árvores.

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Para que a madeira possa ser processada pelo maquinário
industrial, cada tronco é dividido em blocos menores, medindo
2,4 metros de comprimento e com um diâmetro de 30 a 50
centímetros.

2 - Na serraria, os troncos já divididos passam por uma serra


quádrupla (que corta em quatro pontos) e cada um deles viram
cinco toras de 41 centímetros. Em seguida, as toras vão para
um torno, onde duas garras as prendem pelas extremidades e
as fazem girar. Ali, elas são descascadas por uma lâmina como
se fosse um rolo de papel higiênico.

3 - A madeira que sai do torno é uma lâmina de 2,4 milímetros


de espessura, 41 centímetros de largura e 2 metros de
comprimento. Na etapa seguinte, uma esteira leva essa lâmina
para uma câmara aquecida, que mantém a madeira seca para
facilitar o corte dos palitos.

4 – Em geral as três etapas anteriores são realizadas por


serrarias que fornecem a madeira já laminada para a fabricação
dos palitos. Na fábrica de palito, a lâmina de madeira é
retalhada várias vezes por uma guilhotina múltipla. Primeiro, o
aparelho corta a lâmina na largura adequada. O segundo corte
transforma cada retângulo em palitos no comprimento
desejado.

5 – Na etapa final os palitos seguem para um tambor de


polimento, que retira as rebarbas e dá acabamento, para serem
embalados.

Automação

No processo de produção prevalecem às atividades manuais

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apoiadas por máquinas especificas para a fabricação de palitos
de picolé e pazinhas de madeira (vide item ENTIDADES EM
GERAL).

Para o gerenciamento do negócio, estão disponíveis no


mercado de softwares, aplicativos integrados que possibilitam o
controle da produção, controle do estoque de insumos,
cadastro de clientes, controle de contas a pagar e a receber,
controle de fornecedores, folha de pagamento, fluxo de caixa,
fechamento de caixa etc.

Canais de distribuição

As fábricas de palitos de picolé comercializam seus produtos


por meio de representantes e/ou vendedores comissionados,
responsáveis pelo contato com os principais canais de
distribuição, dentre eles: distribuidoras especializadas em
produtos para sorveterias, além de vendas diretas para fábricas
de sorvetes, sorveterias, papelarias, supermercados, lojas de
artesanato, dentre outros estabelecimentos.

Nas fábricas de pequeno porte é comum à distribuição e


vendas dos palitos ficarem sob a responsabilidade do próprio
empresário, assim como, é comum às fábricas
responsabilizarem-se pela entrega do produto aos
compradores, exigindo do empreendedor investimento em um
meio de transporte próprio ou na contratação deste serviço de
prestadores terceirizados.

Investimentos

Estimamos que o investimento básico necessário para abertura

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de uma fábrica de palitos para picolé fique em torno de R$
25.000,00. Contudo, esta é uma estimativa que poderá variar
significativamente conforme cada caso, por esta razão,
recomendamos ao empreendedor a elaboração de um plano de
negócio. Neste documento poderão ser identificados e
estimados itens tais como: necessidade de reformas nas
instalações da fábrica, volume de produção e equipamentos
necessários, tamanho do estoque inicial de matérias-primas
etc. Abaixo elaboramos um pequeno orçamento de
investimento, para uma simples referência do empreendedor:

Item Valor
Estimado em R$
Abertura da empresa
1.500,00
Embaladora / seladora
2.500,00
Estoque inicial de matéria-prima e embalagens 3.800,00
Fax 400,00
Guilhotina 4.900,00
Impressora
350,00
Letreiro
500,00
Linha telefônica
200,00
Marketing inicial
700,00
Mesas e cadeiras
500,00
Microcomputador
1.200,00
Móveis e utensílios de escritório 1.000,00
Reformas e adaptação do imóvel 3.500,00

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Tambor rotativo para polimento
2.200,00
TOTAL
23.250,00

Capital de giro

Em uma fábrica de palitos para picolé a necessidade de capital


de giro é elevada podendo chegar a 40% do investimento
inicial. Este valor poderá variar dependendo em grande parte
do prazo de recebimento das vendas, pois são comuns neste
mercado os revendedores solicitarem 30, 60 e até 90 dias para
pagamento das faturas, enquanto salário, impostos, compra de
insumos, aluguel etc., da fábrica de palitos para picolé são
pagos com prazos mais curtos (30 dias em geral).

Custos

O cuidado na administração dos custos envolvidos na


fabricação de palitos para picolé indica que o empreendedor
poderá ter sucesso ou insucesso, na medida em que encarar
como ponto fundamental a redução de desperdícios, a compra
pelo melhor preço e o controle de todas as despesas internas.
Quanto menores os custos, maior a chance de ganhar no
resultado final do negócio.

Abaixo apresentamos uma estimativa de custos mensal típica


de uma fábrica de palitos para picolé:
1. CMV – custo da mercadoria vendida – R$ 8.500,00;
2. Despesas administrativas – R$ 2.200,00;
2.1. Aluguéis - R$ 650,00;
2.2 Locomoção - R$550,00;

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2.3. Assessoria contábil - R$ 450,00;
2.4. Telefonia - R$ 350,00;
2.5. Aquisição de material de expediente - R$ 200,00;
2.6. Serviços de terceiros (informática, informações cadastrais
etc.) - R$ 1.000,00;
3. Despesas com vendas e marketing (comissão das vendas,
propaganda) – R$ 1.000,00;
4. Tributos, impostos, contribuições e taxas - R$ 1.400,00;
5. Depreciação dos equipamentos – R$ 150,00

Diversificação / Agregação de valor

Agregar valor significa oferecer produtos e serviços


complementares ao produto principal, diferenciando-se da
concorrência e atraindo o público-alvo. Não basta possuir algo
que os produtos concorrentes não oferecem. É necessário que
esse algo mais seja reconhecido pelo cliente como uma
vantagem competitiva e aumente o seu nível de satisfação com
o seu produto.

As pesquisas de mercado podem ajudar na identificação de


benefícios de valor agregado.

No caso de uma fábrica de palitos de picolé, as oportunidades


de diversificação estão limitadas, em grande parte, pelas
máquinas utilizadas no processo de fabricação dos palitos. Em
geral uma guilhotina utilizada na produção dos palitos para
picolé permite somente a ampliação da linha de produtos para
a fabricação de pazinhas de madeira e outros palitos para
sorvete de diferentes tamanhos. A fabricação de outros tipos de
palitos e objetos em madeira laminada irá requerer outros tipos
de equipamentos.

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Divulgação

Esta é uma atividade em que, para vender seus serviços, as


empresas e as pessoas precisarão saber que você existe;
então, é necessário realizar visitas e manter um relacionamento
comercial constante com as empresas de sua região-alvo de
atuação, dentre elas distribuidoras especializadas em produtos
para sorveterias, fábricas de sorvetes, sorveterias, papelarias,
supermercados, lojas de artesanato, dentre outros
estabelecimentos fazendo a divulgação de sua empresa.

O desenvolvimento de uma marca é essencial para imagem de


seus produtos e reconhecimento pelos seus clientes.

A publicidade em revistas especializadas e a participação em


feiras e eventos do setor são importantes para manter contato
com outras empresas do ramo, principalmente, fabricante de
sorvete.

É recomendável a construção de uma homepage da sua fábrica


de palitos para picolé na internet e a elaboração de um
pequeno “kit” de material de apresentação / divulgação
(mostruário, cartão de visitas, folhetos, folder etc.).

Revistas (eletrônicas) especializadas

Abis
http://abis-sorvetes.blogspot.com

Sorvete Expresso
http://www.revistasorveteexpresso.blogspot.com/

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Informações Fiscais e Tributárias

O segmento industrial de fabricação de palitos para picolé,


poderá optar pelo SIMPLES NACIONAL - Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos
pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, desde
que a receita bruta anual de sua atividade não ultrapasse a R$
240.000,00 (microempresa) ou R$ 2.400.000,00 (empresa de
pequeno porte) e respeitando os demais requisitos previstos na
Lei.

Optando pelo Simples Nacional, o empreendedor deste


segmento poderá recolher por uma única alíquota e por meio
de apenas um documento fiscal – o DAS (Documento de
Arrecadação do Simples Nacional), os seguintes tributos e
contribuições:

IRPJ - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica;


CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;
PIS - Programa de Integração Social;
COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social;
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados;
INSS - Contribuição para a Seguridade Social relativa à parte
da empresa.

As alíquotas do SIMPLES NACIONAL, para este ramo de


atividade, englobando todos os tributos e contribuições
relacionadas acima, variam de 4,50% a 12,11%, dependendo
da receita bruta total auferida pelo negócio no decorrer do ano
anterior.

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No caso de início de atividade no próprio ano-calendário da
opção pelo SIMPLES Nacional, para efeito de determinação da
alíquota no primeiro mês de atividade, o empreendedor deverá
utilizar como receita bruta total acumulada, a receita do próprio
mês de apuração multiplicada por 12 (doze).

Vendas para uma pessoa jurídica não optante pelo Simples


Nacional

A pessoa jurídica não optantes pelo Simples Nacional, quando


adquirir mercadorias de Microempresas ou Empresas de
pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, desde que
destinadas a comercialização ou industrialização, poderá
creditar-se do ICMS correspondente à mesma alíquota em que
as ME ou EPP estiver enquadrada de acordo com sua a receita
bruta anual.
Os percentuais de ICMS devido para este ramo de atividade
variam de 1,25% a 3,95% dependendo da receita bruta total
auferida no decorrer do ano.
Para que a empresa não optante possa creditar-se do ICMS a
ME ou EPP deverá informar na Nota Fiscal de venda do
produto o percentual de ICMS a que está sujeita.
Embora este procedimento não reduza a carga tributária da ME
ou EPP é de fundamental importância no que se refere à
competitividade de seu produto no mercado.

MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL – Se a receita bruta


anual não ultrapassar a R$ 36.000,00, o empreendedor poderá
se enquadrar como empreendedor Individual – MEI, ou seja,
sem sócio. Neste caso, os recolhimentos dos tributos e
contribuições serão efetuados em valores fixos mensais
conforme abaixo:

O empresário não precisa recolher os tributos acima (nem pelo

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sistema unificado), exceto: ISS e ICMS independente do
faturamento, quando devido de acordo com o ramo de negócio
recolherá mensalmente em valores fixos, por meio do
Documento de Arrecadação do Simples Nacional – DAS, para
este caso, os seguintes tributos e contribuições:

Sem empregado

R$ 51,15 mensais para o INSS relativo à contribuição


previdenciária do empreendedor;

R$ 1,00 mensais de ICMS – Imposto sobre Circulação de


Mercadorias

Com um empregado

8% de INSS descontado da remuneração do empregado;


3% de INSS patronal sobre a remuneração do empregado.

Opção pelo SIMEI

Para as empresas criadas a partir de 01/07/2009: no ato da


inscrição junto ao CNPJ;

Para as empresa já existentes em 30/06/2009: somente a partir


de 01/01/2010.

Conclusão: Para este segmento, tanto como empresa


individual, LTDA ou MEI, a opção pelo Simples Nacional
sempre será muito vantajosa sobre o aspecto tributário, bem
como nas facilidades de abertura do estabelecimento e para
cumprimento das obrigações acessórias.

Fundamento Legal: Leis Complementares 123/2006,

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127/2007, 128/2008 e Resoluções do CGSN – Comitê Gestor
do Simples Nacional.

Eventos

BRASIL SABOR
Organização: ABRASEL
http://www.abrasel.com.br

FISPAL TECNOLOGIA - Feira Internacional de Embalagens e


Processos para as Indústrias de Alimentos e Bebidas
Expo Center Norte - São Paulo - Brasil
Organização: BTS Feiras, Eventos e Editora Ltda.
Rua Funchal, 418 - 23° andar - Vila Olimpia 04551-060 - São
Paulo
Tel.: (55 11) 3234-7725 - (55 11) 3234-7700
E-mail: fispal.sp@fispal.com

SABOR-ES - Feira da Gastronomia, Hotelaria e Turismo


Organização: Milanez & Milaneze S/S Ltda.
Av. Jose H. Rato, 1117 - Nossa Senhora Fátima 29160-790 –
Serra - ES
Tel.: (55 27) 3337-6855 - (55 27) 3337-4011
E-mail: milaneze@milanezmilaneze.com.br

TECNOLÁCTEA & SORVETES - Feira Internacional de


Tecnologia para as Indústrias de Leite, Derivados e Sorvetes
Expo Center Norte - São Paulo - Brasil
Organização: BTS Feiras, Eventos e Editora Ltda.
Rua Funchal, 418 - 23° andar - Vila Olimpia 04551-060 - São
Paulo
Tel.: (55 11) 3234-7725 - (55 11) 3234-7700
E-mail: fispal.sp@fispal.com

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Entidades em Geral

ABIMCI - Associação Brasileira da Indústria de Madeira


Processada Mecanicamente.
Endereço: Alameda Dr. Muricy, 474 - 2º andar - Curitiba - PR -
Brasil.
CEP: 80010-120
Tel. / Fax: 55 (41) 3225-4358.
http://www.abimci.com.br

ABIS - Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes


Rua Tapinas, 22 - 8º Andar - Conjunto 82- Itaim Bibi - São
Paulo - SP
CEP 04531-050
Tel.: (11) 2532-2546
http://www.abis.com.br

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária


http://www.anvisa.gov.br

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas


http://www.ipt.br

ITAL - Instituto de Tecnologia de Alimentos


http://www.ital.sp.gov.br

Fornecedores de máquinas para fabricação dos palitos de


picolé:

INARMEG IND. DE ARTEFATOS DE METAIS GÜTZ LTDA.


Rua Machado de Assis, nº 333 - Distrito Industrial - Timbó -
Santa Catarina – Brasil

22 Idéias de Negócios - fabrica-de-palitos-de-picole


CEP 15189.120-000
Tel.: 55 (47) 3312-2600 - Fax: 55 (47) 3382-0623
SAC: 0800-703-2641
E-mail: alexandre@inarmeg.com.br
http://www.inarmeg.com.br

INCOMA IND. E COM. DE MÁQUINAS PARA MADEIRA LTDA.


Av. do Estado 1667 - São Paulo - SP
CEP 01107-000
Contato: Dietmar Raimann Speer
Tel.: (11)3227-4033
E-mail: dietmar@raimann.com.br

RC MÁQUINAS
Contato: Roberto Cuencas
Tel.: (11) 94516437 São Paulo - Capital
E-mail: rc@rc-maquinas.com

Normas Técnicas

As Normas Técnicas são documentos de uso voluntário,


utilizados como importantes referências para o mercado. Elas
contêm especificações técnicas e critérios precisos que servem
como regras, guias, procedimentos ou definições de
características, de forma a assegurar a conformidade de
matérias-primas, produtos, processos e serviços.

Não existem normas técnicas aplicaveis a este segmento


empresarial

Glossário

Idéias de Negócios - fabrica-de-palitos-de-picole 23


Acabamento - Tratamento final (polimento) ou arremate dado
às superfícies com finalidades estéticas e/ou de conservação.

Cisalhamento - Deformação que sofre a madeira quando sujeita


à ação de forças cortantes.

Lâmina de madeira - Folha de madeira fina, de espessura


uniforme, que pode ser obtida pela laminação de blocos
maciços de madeiras e toras.

Lâmina faqueada - Lâmina obtida pela movimentação do bloco,


tora ou torete, lateralmente contra a faca ou vice-versa.

Lixabilidade - Propriedade de um material qualquer ter sua


superfície nivelada por intermédio de uma lixa ou de outro
abrasivo.

Madeira resserrada - Produto de resserragem de qualquer


espessura de madeira, de modo a se obterem peças mais
finas.

Secagem - Processo de redução do teor de umidade da


madeira.

Dicas do Negócio

Conseguir os clientes antes de oficialmente abrir as portas da


sua fábrica de palitos para sorvetes, é uma boa estratégia para
inicio de negócio. Faça a divulgação necessária, visitando
potenciais clientes e mostrando o que sua empresa pode
oferecer. Tenha amostras em mãos e apresente os processos

24 Idéias de Negócios - fabrica-de-palitos-de-picole


que utiliza a capacidade de produção de sua empresa e o
preço cobrado pelo produto.

Outras medidas importantes antes de se iniciar neste ramo de


negócio é identificar o equipamento adequado às metas de
produção desejadas e conhecer as técnicas de fabricação de
palitos existentes, em geral através de cursos oferecidos pelos
próprios fabricantes dos equipamentos.

O gerenciamento da produção deve ser feito de acordo com a


demanda e disponibilidade das matérias-primas, sobretudo
daquelas cujo fornecimento sofre com a sazonalidade. Assim,
de modo a garantir a capacidade da empresa de atender a
seus clientes, durante os períodos de variações significativas
nos volumes de fornecimento de matéria-prima e de consumo
do produto. O empreendedor deve contar com níveis
adequados de estoque de matérias-primas, maquinário e
sistema de estocagem.

O uso de equipamentos de proteção individual – EPI é


especialmente importante, na operação das máquinas e
manuseio das lâminas de madeira. Os equipamentos protegem
o trabalhador contra farpas e outros risco que podem prejudicar
a sua saúde.

Características específicas do empreendedor

Dentre as principais características necessárias ao


empreendedor deste ramo de negócio destacamos:

- Conhecimentos técnicos para operar os equipamentos e


selecionar matérias-primas envolvidas no processo de

Idéias de Negócios - fabrica-de-palitos-de-picole 25


fabricação dos palitos;

- Habilidade para executar serviços de manutenção rotineira e


ocasional nos equipamentos;

- Capacidade para trabalhar em equipe;

- Conhecimentos comerciais para prospectar clientes e


negociar condições de preço e prazo com fornecedores e
clientes;

- Conhecimentos administrativos para gerenciar o


empreendimento, incluindo as atividades relativas à gestão do
caixa, estoque, compras, contas a pagar e receber, crédito e
cobrança, recursos humanos, dentre outras atividades;

- Persistência para criar oportunidades e desenvolver


mercados;

- Habilidade de comunicação e postura profissional no


cumprimento de prazos e no atendimento aos clientes;

- Senso de organização para manter ambiente de trabalho


limpo e organizado.

Bibliografia Complementar

ABIMCI. Defeitos de secagem de serrados e lâminas de


madeira. Artigo Técnico, Curitiba, n. 28, dez. 2004. Disponível
em:
<http://www.abimci.com.br/sistadm/arquivos/50/Defeitos%20de%20Secag
Acesso em: 04 fev. 2009.

26 Idéias de Negócios - fabrica-de-palitos-de-picole


SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS.
Resposta técnica: máquinas e equipamentos. Brasília, 2005.
Disponível em: <http://sbrtv1.ibict.br/upload/sbrt1211.pdf>.
Acesso em: 02 fev. 2009.

TOZATO, Regina Célia; SILVA, Rafaela G. G. da; SILVA, Maria


Silvia L. e. Dossiê técnico: sorvetes. Brasília: SBRT; USP, DT,
2007. Disponível em:
<http://sbrtv1.ibict.br/upload/dossies/sbrt-dossie54.pdf?PHPSESSID=e1c
Acesso em: 04 fev. 2009.

Idéias de Negócios - fabrica-de-palitos-de-picole 27

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