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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

EDITORA UFPB
UFPB
A CIÊNCIA,

A TÉCNICA

E A ARTE

DA PARAÍBA

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João Pessoa
2020
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ACERVO FOTOGRAFICO ORIEL FARIAS
ARQUIVO REVISTA UFPB.BR
ARQUIVO GERAL
EDITORA UNIVERSITÁRIA
NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO HISTÓRICA REGIONAL - NDIHR
"Outros vos darão asas;
eu vos dou as raízes.
Dou o selo da perpetuidade."

JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA


Discurso de instalação da
Universidade Federal da Paraíba, 2 de dezembro de 1955
10
Prefácio
MARGARETH DE FÁTIMA FORMIGA MELO DINIZ, Reitora

Parte 1 - Reflexões Históricas


13
Fundamentos históricos da UFPB: das origens à estadualização

25
Da FAFI ao CCHLA em cinqüenta anos de história e recordações
Sumário

27
O processo de federalização da Universidade Federal da Paraíba

30
A Escola Politécnica da Universidade Federal da Paraíba

34
A UFPB no século XXI

42
A Ditadura militar e a repressão politica na UFPB

50
Movimento cultural e artístico na UFPB

60
Raízes e asas do Movimento Estudantil da UFPB
Parte 2 - Ensino e Pesquisa
76
A Pró-Reitoria de Graduação e suas ações

78
Relatório de Gestão da PRPG

83
UFPB tem cerca de 2 mil estudantes em projetos de iniciação científica

87
Centros de Ensino

103
UFPB em números

Parte 3 - Movimento das Categorias


125
O Movimento Docente e a UFPB: balanço sumário

127
65 anos da UFPB: o SINTESPB faz parte dessa história

Parte 4 - Os Reitores
133
Galeria de Reitores
Parte 5- Administração Setorial e Conselhos Superiores
144
DIRETORES DE CENTRO
CONSELHOS SUPERIORES
DOCUMENTOS
TÍTULOS HONORÍFICOS

Parte 6 - UFPB em ação


159
COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS
ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE
CENTRO DE REFERÊNCIA E ATENÇÃO À SAÚDE
EDITORA DA UFPB
BIBLIOTECA CENTRAL
SUPERINTENDÊNCIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
ORQUESTRA SINFÔNICA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY
COMISSÃO DE GESTÃO AMBIENTAL (CGA)
COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE (CIA)
FORUM UNIVERSITÁRIO
AGÊNCIA DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
AGÊNCIA UFPB DE COOPERAÇÃO TECNOLOGICA
SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA - SINFRA
SUPERINTENDÊNCIA DE ORÇAMENTO E FINANÇAS - SOF
SUPERINTENDÊNCIA DE LOGÍSTICA DE TRANSPORTES - SULT
SUPERINTENDÊNCIA DE SERVIÇOS GERAIS - SSG
SUPERINTENDÊNCIA DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL - SSG
TVUFPB
RESTAURANTE E RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS
PROCURADORIA FEDERAL - UFPB
OUVIDORIA GERAL
SUPERINTENDÊNCIA DE ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E TECNOLÓGICO (SEBTT)

Parte 7 - Iconografias
Álbum
Árvore centenária do Campus I (1980)
Prefácio
Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz
Reitora da UFPB

C
elebrar os 65 anos da UFPB é, principalmente, reverenciar todos que pensaram,
idealizaram, implementaram, construíram e fizeram crescer um grande sonho,
um grande projeto, enfim, esta realidade em que se transformou a nossa UFPB.

A UFPB se impôs num numa região pouco favorecida no contexto nacional. Ela
não se formou de repente. No início, em 1955, as faculdades isoladas de nosso estado
se unificaram e formaram a Universidade da Paraíba. O governador José Américo de
Almeida, em seu discurso inaugural lançou um desafio às futuras gerações:
conclamou-as a ampliar com o selo da perpetuidade o vôo que ali se inaugurava.
Em 1960, com a federalização, passou a ser denominada Universidade Federal
da Paraíba.
Os últimos anos foram marcados por grandes desafios orçamentários e
financeiros que exigiram da UFPB um esforço coordenado para manter suas
atividades e garantir o seu funcionamento em conformidade ao estabelecido no seu
planejamento estratégico.
Apesar deste cenário, a UFPB conseguiu avançar e alcançar indicadores de
excelência de qualidade em algumas áreas estratégicas. Na inovação tecnológica,
somos 1º lugar no número de depósitos de patentes. Na produção de artigos, somos 1º
lugar no número de artigos de alto fator de impacto na área de matemática. Na gestão
pública, ocupamos a posição de 6º lugar no Índice Integrado de Governança e Gestão
Pública (IGG) do TCU no universo das universidades federais de ensino superior. No
Ranking Universitário Folha (RUF), do ano de 2019, no qual foram avaliadas 197
instituições, ocupamos a 5ª colocação no Nordeste e 31º no Brasil.
Elaboramos e aprovamos um novo Plano de Desenvolvimento Institucional
para o período de 2019-2023 e avançamos na elaboração do um novo estatuto para
UFPB.
A nossa política de capacitação e qualificação reforçou um quadro de
profissionais de elevado nível. Temos 81% dos docentes com doutorado e 38% dos
técnico-administrativos com pós-graduação que garantem a marca da excelência do
corpo de servidores da UFPB.
Ressaltamos que o trabalho criativo e planejado, realizado nos Centros, nos
Conselhos Superiores e demais Instâncias de Deliberação Coletiva, tem contribuído
de forma decisiva para que seja alcançado o alto índice de qualidade do nosso
desempenho.
Assim, com a alegria e orgulho pelo trabalho que realizamos todos os dias,
acreditamos ser esse o espírito que deve nos impulsionar agora e sempre. São os
sonhos, esforços e ações efetivas de todos nós que mantêm a UFPB viva, inclusiva,
democrática, gratuita e socialmente comprometida.

10 |
Vista aérea do Campus I em construção
Parte 1

Reflexões
Históricas

Faculdade de Direito
Fundamentos históricos da UFPB
das origens à estadualização
Maria das Dores Limeira e Zeluiza da Silva Formiga
Professoras Aposentadas do
Departamento de História da UFPB
Especialistas em História do Brasil

A COMPOSIÇÃO POLÍTICA E SOCIAL DA DÉCADA DE 30 nova ou conservadora, vinculados a uma estrutura social baseada

A
nos modelos agrário-exportador e urbano-industrial. O discurso dos
crise de 1929 colocou em confronto os setores escolanovistas conclamava a se estudarem formas de fazer o Brasil
economicamente dominantes no Brasil: as oligarquias sair do sub-desenvolvimento periférico e integrar-se ou ajustar-se à
agrárias comerciais exportadoras e os grupos urbano- engrenagem desenvolvimentista dos países capitalistas centrais.
industriais. Essa divergência proporcionou condições A Constituição de 34 estabeleceu vinte e um capítulos inteiros,
para a derrubada do poder do bloco agrário-comercial exportador, tentando contemplar interesses das velhas e das novas linhas de
novos horizontes se visualizaram e novos princípios se pensamento ideológico-educacional. Criou os Conselhos Nacional e
estabeleceram, com base na política desenvolvimentista e em Estadual de Educação e determinou a aplicação de nunca menos de
moldes compatíveis com a realidade brasileira e com o contexto 10% da parte dos municípios e nunca menos de 20% da parte dos
econômico internacional: o modelo "substituição de importações". Estados, da renda resultante dos impostos, na manutenção e
Setores industriais da economia, insatisfeitos com a política desenvolvimento dos sistemas educacionais. Além disso, criou
econômica vigente até então, valeram-se do Tenentismo como um Fundos Especiais de Educação.
canal muito forte de expressão de seus descontentamentos. Intelectuais e artistas, componentes da classe média, por sua
Utilizando os meios de que dispunham, aqueles setores vez, na década de 20, buscando um modelo autóctone de brasilidade,
reivindicaram representação política que pudesse respaldar seus foram cooptados pela nova ordem pós-30 e atrelados ao aparelho de
negócios financeiros, já que os moldes políticos em vigor lhes estado, como as demais categorias irrequietas da sociedade. Esse foi
fechavam espaços no poder. Os tenentes, pois, serviram de meios de o suceder histórico entre a semana de Arte Moderna de 1922 e o status
defesa dos interesses daqueles grupos. político-cultural instaurado depois de 1930. No âmbito da cultura,
Na área educacional, essa inquietude gerou o movimento de portanto, o movimento modernista tentou criar ou redescobrir um
renovação conhecido por Escola Nova, na década de 30. Pela modelo cultural autóctone, enquanto, no âmbito da economia, o
expansão das redes escolares, pensaram os escolanovistas integrar projeto de "substituição de importações" intentou contra o velho
camadas da população ao progresso nacional. A série de reformas na modelo comercial agrário-exportador. O movimento modernista
década de 20 espelhou esse liberalismo educacional. Houve a gerou correntes intelectuais, quase todas infiltradas nos quadros
identificação entre o modelo educacional e o político-econômico políticos de pós-30, como forma de cooptação desses setores
basicamente burguês que se instalou na década de 30. irrequietos da sociedade. Assim atrelava-se a " intelligentzia"
Sobre a área da Educação, Maria Luiza Ribeiro afirmou que, brasileira à nova ordem pós-30. Sobre a relação entre tenentismo e
"para o ensino de grau médio, o objetivo propagado era o movimento modernista, deve-se considerar a importância dessas
desenvolvimento do espírito científico, a organização envolvendo manifestações como anúncio de um movimento de transformação, no
múltiplos tipos de cursos e integrado com o primário e superior. Para o qual os integrantes da Semana de Arte Moderna passam a ocupar
Ensino Superior, os escolanovistas defendiam a organização cargos políticos, além de procurar dar forma a seus projetos de
universitária visando ao atendimento das necessidades profissionais construção de uma cultura nacional. Introjetando a concepção
e de pesquisa, e a criação da Faculdade de Filosofia e Letras" (1978, elitista de guiadores da cultura, os intelectuais atuaram fora ou
p.70). Já em 1930 criou-se o Ministério da Educação e Saúde, sob a dentro dos partidos tradicionais. Para muitos nacionalistas
direção de elementos reformistas da Escola Nova. nordestinos, segundo os quais o modernismo devia abranger o
O movimento escolanovista pôs em relevo as discordâncias universo e o particular do regional, o movimento modernista do
entre grupos nitidamente capitalistas. Na realidade, esse "conflito de Nordeste assumia a postura de que o enfoque regional não
idéias" se estabeleceu entre interesses sempre particulares, de forma contradizia a unidade cultural brasileira, antes contribuindo para

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Fachada do CCA, Areia

uma visão mais nítida desta, conforme o Manifesto Regionalista. Os cursos técnicos eram raros, ainda, e se restringiam ao nível médio
Os intelectuais se colocaram nos anos 20 e 30 como de formação profissional. Então, por que Agronomia? A explicação
portadores pensantes de um novo ideário cultural, postando-se está num pacto político firmado entre Juarez Távora e José Américo
assim explicitamente contra o antigo ideário oligárquico-agrário. depois de 30.
Essa elite entrou, pois, na composição orgânica do tenentismo e se O modernismo, que trouxe em seu organismo o movimento
deixou acoplar pelas novas mudanças pertinentes a 1930 e ao Estado regionalista e que contribuiu para atrelar ao Estado pós-30 a classe
Novo. Foi nesse contexto intelectual e político que, enquanto nos dos intelectuais, repercutiu na Paraíba. Após 1930, José Américo de
focos de efervescência cultural, como o Rio de Janeiro e São Paulo, Almeida, elemento atuante nas mobilizações tenentistas e no
universidades já se impunham como instrumentos de ascensão social movimento regional modernista, encampou o governo estadual. A
e intelectual, na Paraíba se registrava a criação da primeira Escola de Escola de Agronomia do Nordeste despontou como uma das
nível superior - A Escola de Agronomia do Nordeste, no município de iniciativas governamentais regionais, naquele momento.
Areia. Mas o secular agrarismo-coronelismo do Nordeste imprimiria Por outro lado, a nova ordem pós-30 guardou em si própria, no
ao Ensino Superior da Paraíba as marcas do clientelismo, por muito Nordeste, fortes resquícios do antigo modelo político com o
tempo. coronelismo e o clientelismo se conservando, por muito tempo, nos
traços gerais dos procedimentos políticos, mesmo na área cultural.
No caso da criação da Escola de Agronomia, esses traços se
CRIAÇÃO DA ESCOLA DE AGRONOMIA DO NORDESTE: um apresentaram com nitidez, conforme depoimento de José Américo,
compromisso político (1934) em entrevista ao NDIHR - UFPB, em agosto de 1979. José Américo e
Juarez Távora estabeleceram entre si compromisso, segundo o qual
A Revolução de 30 sintomatizara a inquietação das classes José Américo usaria de seu prestígio junto a Getúlio Vargas e carrearia
médias urbanas. O oligarquismo rural e seus valores éticos-sociais o Ministério da Agricultura para Juarez. Em troca, Juarez Távora usaria
experimentaram duas mudanças, sobretudo no que tange à de seu futuro cargo para proceder à criação de uma escola superior
transferência do eixo coronelístico que já tinha feições nitidamente vinculada ao Ministério da Agricultura. Explica-se, portanto, o porquê
urbanas. Ao coronel de terras, sucedeu o coronel de anelão, o da criação de uma escola de Agronomia em Areia e não de outra que
bacharel. Setores da classe média, assimiladores das ideologias fosse ligada ao humanismo ou à saúde. A par desse pacto entre
sociais das camadas superiores, inquietavam-se no sentido de galgar Governo Estadual e Ministério da Agricultura, há que se considerarem
status. Estrangulados pela impossibilidade disto através de grandes também as bases em que o compromisso se firmou: a Escola de
negócios, estes setores do Nordeste visualizavam no diploma o Agronomia, além de se mostrar como projeto viável, serviria como
instrumento eficaz de subida nos patamares sociais. Médico, fator de revitalização da cidade de Areia, à época bastante defasada
engenheiro, advogado, ou padre eram estados profissionais que economicamente.
honravam as famílias de elite, sobretudo realizavam anseios de Em termos regionais, muito se poderia esperar de uma escola
cidadãos de nível médio de vencer na vida. Médicos, advogados, superior de Agronomia, no que tange aos problemas técnicos da
engenheiros, para se formar no conceito comunitário, além de terra, que tão dramaticamente se vinculavam ao fenômeno das secas.
portarem anelões e de distinguirem-se como honrados profissionais, Entretanto a grande estiagem de 1932, "antes criou dificuldades ao
tinham que ser letrados e possuir "boa formação de espírito" e projeto de que lhe facilitou o andamento" (Almeida, 1979). Mais do que
talento. os imperativos sociais, imposições político-partidárias facilitaram o
A Universidade tem sua origem em 1934, com a criação da emergir de cursos técnicos antes dos cursos humanísticos. Da mesma
primeira escola isolada de nível superior - Escola Agronomia do maneira que a criação dos primeiros cursos superiores na Paraíba
Nordeste, em Areia. Se as tendências profissionais da comunidade tinha ficado à deriva de situações político-partidárias, o profissional
ainda eram fortemente acentuadas para Medicina, Advocacia ou vivia mais ao sabor da política de que ao sabor de sua profissão -
Sacerdócio, carreiras já tradicionais, a procura se dava, sobretudo, na desvinculado de sua vocação, como disse Serafim Rodriguez Martinez
área humanística, incluindo-se os Seminários de formação religiosa. em entrevista à equipe do NDIHR - UFPB. É importante se verificar que

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os escassos contingentes de pessoal formado pela Escola de pessoal. Essa situação pressionou o corpo docente e a direção,
Agronomia de imediato se dispersaram num mercado de trabalho sobretudo da Escola "Epitácio Pessoa", mais conceituada, no sentido
pouco significativo em termos de absorção, pois nem junto ao IFOCS, de que fosse encampada a iniciativa da criação de uma escola
mais tarde DNOCS, tiveram facilidade de acesso profissional. superior de Ciências Econômicas. As pressões se fizeram sentir,
A Escola de Agronomia, nos primeiros anos de funcionamento, sobretudo de setores sociais de renda inferior ao nível social médio.
pouco rendeu. O índice de graduados aumentaria a partir da década Em contrapartida, as famílias de elite enviavam seus filhos a outros
de 50, que coincidiu com a fundação e ativação da Escola Politécnica estados, para serem titulados em Medicina, Advocacia ou
de Campina Grande e da Escola de Engenharia em João Pessoa. Engenharia.
Verifica-se, assim, que a receptividade da comunidade às áreas de A Faculdade de Ciências Econômicas despontou no quadro
estudo técnico-científico se deu somente duas décadas depois da cronológico da história do ensino superior da Paraíba como sendo a
criação da Escola de Agronomia. A relativa dificuldade de acesso a transição para a fase do ensino superior. "A Faculdade representa um
esta, o funcionamento de instituições congêneres nos Estados marco divisório entre duas épocas: uma em que predominavam os
vizinhos do Ceará e Pernambuco e as dificuldades de funcionamento estabelecimentos de ensino secundário, e outro que se iniciava com a
provenientes da escassez de recursos afastaram a clientela potencial instituição de cursos superiores", segundo o que consta em ata de
estudantil para outros centros e contribuíram para a pouca fundação da Faculdade de Ciências Econômicas. Obstáculos político-
densidade de demanda daquela instituição. partidários estiveram ausentes do processo, pois o mesmo não
Sobre os problemas financeiros da Escola de Agronomia, José parecia conflitar com interesses partidários situacionistas.
Américo (1979) disse que dificuldades de repasse de verbas para a Efetivamente, o governador do Estado desenvolveu uma legislação
escola criaram uma cadeia de outras dificuldades, desde as que serviria de respaldo ao funcionamento da Faculdade, inclusive
relacionadas com equipamentos até a remuneração de pessoal concedendo à mesma subvenção anual de cento e vinte mil cruzeiros
e "abrindo o crédito especial de cento e vinte mil cruzeiros para
acorrer às despesas decorrentes desta Lei" (Lei Estadual, n. 85, de
03/08/1948). Ao mesmo tempo, verificou-se a cobertura municipal à
nova faculdade com uma "subvenção de doze mil cruzeiros",
conforme a Lei n. 10, de 13/09/48. Apesar de todo o apoio político nas

Antiga sede da FACE - Faculdade de Ciências Econômicas,


Praça Venâncio Neiva, João Pessoa (1969)

docente e administrativo. Aquelas verbas deveriam afluir via Laboratório de Energia Elétrica Escola Politécnica (1967)
Ministério da Agricultura, mas, por força de obstáculos burocráticos, o
Governo estadual é que intervinha com auxílios financeiros. diversas esferas partidárias, a longa tramitação burocrática
retardaria o reconhecimento do Curso de Ciências Econômicas, o que
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS: profissionais só ocorreria passados três anos após sua fundação. O corpo docente
fundador dessa Faculdade, bem como sua direção administrativa, se
para um mercado de trabalho em ascensão constituiu, em sua totalidade, de bacharéis em Ciências Jurídicas,
conforme Anuário da Faculdade de Ciências Econômicas da Paraíba.
A criação da Escola de Agronomia do Nordeste abriu (1947-57, p. 34)
perspectivas de criação de outras escolas isoladas, o que, no entanto,
só aconteceria a partir de 1947, com a fundação da Faculdade de
Ciências Econômicas. Até então, somente duas escolas formavam
ESCOLA POLITÉCNICA: a "vocação industrial" de
pessoal na área do comércio - Escola Técnica de Comércio "Epitácio Campina Grande
Pessoa" e Escola Comercial "Underwood". Os entraves profissionais
ao pessoal formado naquelas escolas se davam na medida em que já N a d é c a d a d e 5 0 , a i n t e n ç ã o d e " i n t e g ra ç ã o n o
se registrava a existência de um mercado de trabalho emergente e desenvolvimento técnico-industrial do Estado" fez de Campina
cuja tendência era exigir níveis mais avançados na qualificação de Grande um novo foco científico-cultural na Paraíba (Morais, 1980). A

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dinâmica histórica de Campina Grande se desenrolou com bases no
ESCOLA DE ENGENHARIA: atuação do general Leite e
comércio: de feira social e economicamente vital, evoluiu para a mobilização de homens e idéias.
categoria de "Vila Nova da Rainha", e daí para centro urbano de
dimensão maior, constituindo ativo entreposto comercial Zona da Quem melhor registrou os fatos mais relevantes sobre as
Mata-Sertão-Brejo. Esta situação imprimiu à cidade peculiaridades origens da Escola de Engenharia foi o general Leite, em entrevista
culturais que a distinguiriam marcadamente das outras cidades concedida à equipe do NDIHR-UFPB, em 1979. Entusiasmado defensor
interioranas. da idéia de criação da Escola, ele afirmou que o ano de 1952 abriu o
Professor Antônio Morais, um dos fundadores da Politécnica, leque para a criação de novos cursos técnicos superiores na Paraíba.
em entrevista à equipe NDIHR-UFPB, em abril de 1980, disse que "a Aliás, a década de 50 registrou a criação de quase todas as escolas
rede de esgotos da cidade, a energia local, os serviços de isoladas que mais tarde delineariam o corpo da Universidade
comunicação principalmente na área eletrônica, como rádio e Estadual, iniciativa geralmente levada a efeito por movimentos
telefone", foram algumas das preocupações que orientaram para um classistas e liderada por entidades representativas desses
projeto de escola técnica em nível superior, projeto que contaria movimentos. O Clube de Engenharia encampou o movimento pela
desde o início com o respaldo do mundo local dos negócios criação da Escola Superior de Engenharia da Paraíba, inicialmente
financeiro-comerciais que coerentemente assumiram de forma criando um curso de preparação às Escolas Preparatórias de Cadetes
concreta compromisso de colaboração com a iniciativa. Mobilizaram- (1948), em cujo exame de seleção a Paraíba se colocou em primeiro
se entidades particulares, federais e estaduais que se beneficiariam lugar, determinando este fato que no ano seguinte os exames fossem
da realização do projeto, cujos recursos forneceram à escola toda a realizados em João Pessoa, em vez de serem realizados em Recife,
infra-estrutura necessária ao seu funcionamento, daí a boa como tradicionalmente vinha se fazendo.
qualidade do seu equipamento. Faz-se necessário considerar que O êxito daquele evento motivou não somente a criação da
firmas estrangeiras também estiveram presentes nesse arrolamento Escola de Engenharia, mas o desencadeamento de todo o processo de
de recursos, a exemplo da Sanbra e Anderson Clayton, o que não se formação do Ensino Superior. A criação da Faculdade de Direito da
registraria em projetos relativos a áreas humanísticas e de saúde. Paraíba resultaria da euforia dos que se envolveram no movimento. A
Antonio Morais (1980) considerou a Escola Politécnica como partir dessa euforia e das perspectivas que se abriam, o Governo
tendo sido gerada no "Ciclo Mineral" da história da cidade de Estadual estabeleceu uma Comissão de Planejamento do Ensino
Campina Grande. Na época da guerra, Campina Grande tinha figurado Superior cujos membros, representantes das diversas profissões
como dos maiores exportadores de minérios do mundo, tendo
obtido, na época, know-how em atividades exploradoras de minérios.
Tal como ocorreu às Faculdades de Direito e Medicina, a Escola
Politécnica foi suscetível de críticas e restrições, que se colocavam
principalmente pelo fato de estar situada na Paraíba e com o
agravante de se localizar no interior do Estado: "Havia já as Escolas de
Engenharia do Ceará, de Pernambuco e da Bahia. Estas abasteciam
todo o Norte e Nordeste de engenheiros. Pernambuco e Ceará, com
escolas em Recife e Fortaleza, respectivamente, criaram grandes
dificuldades" (Morais, 1980). Intelectuais de Pernambuco alegaram a
tradição de seu Estado na área e se expressaram ceticamente a
respeito da POLI, reproduzindo e explicitando o colonialismo cultural
de Pernambuco no Nordeste, desde a efervescência sócio-econômica
do açúcar em Olinda e Recife. As primeiras dificuldades práticas
surgiram quando da tramitação do processo no MEC. As críticas
levantadas contra o projeto repercutiram desfavoravelmente e
criaram obstáculos nos trâmites jurídico-administrativos do Ensino
Superior. A conclusão favorável do processo somente foi viável graças
à atuação das então chamadas "classes conservadoras", que se
expressaram através da imprensa e dos debates parlamentares. Estes
grupos constituíram o suporte político da iniciativa, que gozaria,
desde o início de seu funcionamento, de amplo conceito junto à
comunidade paraibana.
O quadro docente da Politécnica foi recrutado entre as
diversas áreas do conhecimento técnico, sobretudo engenharia. A
raridade de cursos de pós-graduação no país e a sua inexistência na
Paraíba explicam a contingência de se terem convidado docentes de
outros Estados, mormente Pernambuco, para exercer o magistério.
Aproveitaram-se também integrantes do corpo docente do Lyceu
Paraibano na área técnica.
Antiga Escola de Engenharia, praça Rio Branco, João Pessoa (1963)

16 |
Imediatamente após instalada, a FAFI se isolaria num
círculo de dificuldades, a partir de suas instalações físicas.
Funcionando em dependências restritas ao Lyceu Paraibano, a
instituição contaria com elementar material de ensino: algumas
carteiras, quadros, giz, duas ou três salas daquele prédio, cuja
finalidade original tinha sido ensino secundário, mas que agora
aglutinava também os poucos alunos da FAFI, sendo a maioria
do sexo feminino. Formariam a clientela estudantil, em regra,
componentes de setores médios e altos da sociedade local.
Os seminários arquidiocesanos e cursos jurídicos foram
notadamente as fontes de fornecimento do pessoal docente da
FAFI. "Os seminários católicos e a Faculdade de Direito de Recife,
além de suas funções peculiares, exerciam vigorosa atividade
cultural, considerados mesmo focos de irradiação do saber
humanístico", segundo entrevista do ex-reitor Mário Moacyr
Porto, cedida à equipe do NDIHR - UFPB. Assim, egresso de
Auditório da FAFI
seminários católicos de Recife, o corpo docente da FAFI se
caracterizaria, mais tarde, como dos mais conservadores da
FACULDADE DE FILOSOFIA: qualificação do magistério Universidade. Esse traço influiria marcadamente diversos
secundarista andamentos e possíveis tentativas de renovação da futura
Universidade. Exemplo disso foi a resistência de órgãos
A Constituição Estadual de 1947 previa a criação de uma deliberativos superiores à contratação de Virgínius da Gama e
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na Paraíba. No ato das Melo e Juarez da Gama Batista, ambos tidos como "comunistas".
disposições constitucionais, Art. 16: "O Estado promoverá a criação de Surgindo da necessidade de se qualificar pessoal para o
uma Faculdade de Filosofia e Letras, com sede nesta capital". Este magistério secundarista, a FAFI se propunha inicialmente
dispositivo serviria de apoio legal, mais tarde, à ação inicial dos que especializar professores de Português, Francês, Espanhol,
encamparam o movimento pela criação da FAFI. Somente dois anos Italiano, Latim (Curso de Línguas Neo-Latinas), Geografia,
após, a Faculdade estaria criada oficialmente e teria a finalidade de: História (curso unificado) e Pedagogia. Urgia a necessidade de
"a) preparar trabalhadores intelectuais para o exercício das altas
implantação imediata desses cursos. Havia disponibilidade de
atividades culturais de ordem filosófica, cientifica, literária ou técnica;
pessoal docente a ser recrutado, com exceção do corpo docente
b) preparar candidatos ao exercício do magistério do Ensino
de línguas estrangeiras, ao qual se tinha que oferecer algumas
Secundário e Normal; c) realizar pesquisas nos vários domínios da
regalias em troca de seus serviços, o que de regra ocorreria a
cultura que constituem o objetivo do seu ensino", conforme decreto
quase todas as disciplinas que exigissem pessoal docente com
governamental. A Faculdade, além de cumprir a finalidade
maior nível de qualificação.
profissionalizante de formar professores, preencheria os vazios
O processo burocrático de criação da FAFI correu livre,
humanísticos deixados, até então, por outros cursos superiores
visto não despertar interesses politicamente conflitantes e
existentes.
Sobre a caracterização orgânica da Faculdade de Filosofia, seus custos não significarem ônus significativos para seus
assim se expressou o professor José Pedro Nicodemos em entrevista à empreendedores, ao contrário do que aconteceria mais tarde
equipe do NDIHR-UFPB, em 05 de maio de 1980: "O objetivo da cultura com algumas escolas da área de saúde, em cujo processo
humanística ficava evidenciado através da procura dos cursos por entrariam conflitos de interesses político-partidários e cujo
parte de alguns profissionais de nível superior, tais como padres e investimento deveria exigir mais recursos aos seus
bacharéis, num percentual relativamente expressivo. Havia, pode se idealizadores, conforme disse o professor Humberto Nóbrega
afirmar, uma preocupação elitista e intelectual que começava por um em entrevista cedida à equipe NDIHR-UFPB, em outubro de
vestibular ainda não massificado". Somente a partir de 1952 a FAFI 1979.
entrou em funcionamento. O desenlace tardio desse processo Iniciativa do governo do Estado, a FAFI desfrutou de
explica-se pela "generalizada descrença nas potencialidades prestigio junto ao corpo social, mais do que sua congênere, de
intelectuais dos grupos interessados, sentimento que contaminou as caráter particular, mantida pela Ordem da Imaculada Conceição
esferas oficiais, absorvidas, à época, nas disputas político- (Faculdade de Filosofia das Lurdinas), que, não suportando a
partidárias" (Nicodemos, 1980). concorrência da FAFI estadual, acabou se desativando.

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FACULDADE DE DIREITO DA PARAÍBA: um desafio à
hegemonia cultural de Recife.
A presença de altos representantes do Tribunal de Justiça e da
Ordem dos Advogados na Comissão de Planejamento do Ensino
Superior atesta os interesses da classe jurídica que se envolveria
mais diretamente no processo de criação da Faculdade de Direito.
Uma das expectativas com relação à criação da Faculdade de
Direito consistiu em que, do bacharelado paraibano, deveriam sair
em futuro próximo as novas composições do parlamento estadual e
municipal, do magistério; enfim, os novos quadros dirigentes locais. O
anelão de advogado era perseguido tanto por componentes de
classes altas, como reforço ao status, como pela classe média, como
forma de ascensão social. As famílias portadoras de recursos
sanavam o problema da inexistência de cursos jurídicos locais
enviando os filhos para outros estados. Quanto às famílias de baixa
renda, empecilhos irremediáveis se interpunham.
Como ocorrera a todas as escolas superiores na Paraíba,
críticas se fizeram à Faculdade de Direito, principalmente por parte
de juristas pernambucanos. Essas críticas aqui se internalizavam e
eram assumidas até por juristas paraibanos, conforme entrevista do
professor Hermes Pessoa à equipe NDIHR - UFPB, em novembro de
1979.
A Ordem dos Advogados concedeu a Hermes Pessoa plenos
poderes para que cuidasse "desde as primeiras providências até os
trâmites burocráticos para que (a faculdade) fosse reconhecida pelo
Ensino Superior" (Nicodemos, 1980). Para que seu funcionamento
fosse liberado pelo MEC, a legislação impunha que fossem
apresentadas às instancias superiores todas as condições de
funcionamento. É significativo o que diz o professor Hermes Pessoa a
respeito de como foram carreados os recursos para funcionamento
da Faculdade de Direito: "O prédio, consegui-o através de uma lei
apresentada à Assembléia Legislativa por Luis de Oliveira Lima.
Quanto aos recursos, consegui-os através de leis estaduais
apresentadas por Ivan Bichara e Luis de Oliveira Lima; os municipais,
através de uma lei municipal; os federais, através de duas figuras:
Samuel Duarte e Fernando Nóbrega. Além dessa colaboração oficial, Pátio interno da Faculdade de Direito

consegui doações particulares de firmas como: Fábrica de Tecidos Rio


Tinto e doações dos irmãos Ribeiro Coutinho". No âmbito federal, as Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil, secção da Paraíba, de
pressões dos parlamentares da bancada paraibana se juntaram ao quem Hermes Pessoa se fazia porta-voz nos labirintos burocráticos
reforço em torno de se criar a Faculdade de Direito. José Américo de do MEC. A imprensa local contribuía para a criação do clima de
Almeida, então governador e figura de relevo na política nacional, expectativa quanto ao desenlace do processo, veiculando no dia-a-
interferiu junto ao MEC, na etapa final do processo, direcionando dia as noticias de sua tramitação.
providências para que fosse liberado o quanto antes a licença para Concretamente, os fatos se impuseram. Havia alunos,
seu funcionamento. Pereira Lira, paraibano e chefe da Casa Civil da professores, espaço físico, recursos e o apoio da comunidade.
Presidência da República, atuou para que a faculdade fosse Parlamentares, nas diversas instâncias, se sensibilizaram. Vale
reconhecida pelo MEC. lembrar que 1951 está inserido na realidade democrático-populista, o
No entanto, o Conselho de Educação submetera o processo a que permitiu o esforço das bancadas parlamentares. De fato, a
demorado exame e levantara muitas questões, criando, assim, Faculdade de Direito foi criada legalmente em 1951 e sua turma inicial
embaraços ao jurista Hermes Pessoa, que se tinha deslocado ao Rio tinha 40 vagas, sendo que todos os candidatos foram aprovados e
de Janeiro para acompanhar e fazer avançar o processo. A aproveitados, porque as pressões atuaram no sentido do
morosidade e os empecilhos legais sensibilizaram e inquietaram o aproveitamento de todos, na interpretação de Hermes Pessoa.

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Foi nesse contexto que se idealizou uma Escola de Serviço
Social de nível superior, iniciativa encampada pelos grupos que
anteriormente se tinham envolvido no patrocínio daqueles cursos
acima citados, sobressaindo-se nessa campanha a Sociedade
Feminina de Instrução e Caridade. O início da campanha se deu com
esclarecimentos junto à comunidade, objetivando-se buscar o apoio
da opinião pública. Dos meios de comunicação, o radio foi o
instrumento mais usado para veiculação de palestras de
esclarecimento. Enquanto a campanha se desenvolveu através da
imprensa, boletins informativos sobre o assunto foram enviados para
autoridades e para alunos secundaristas concluintes.
O ano de 1951 marcou a fundação da Escola de Serviço Social,
que contou com o apoio da Igreja e do governo do Estado, justamente
no momento em que se abriu o processo histórico de criação do
Ensino Superior na Paraíba, quando a realidade já estava favorável à
proliferação de escolas superiores em todo o país. Porém, dado o seu
caráter de instituição particular, a Escola de Serviço Social não
escaparia ás dificuldades resultantes da escassez de recursos e
Antiga Escola de Serviço Social, Av. Cel. João Luis Ribeiro sobreviveria à sombra dessas dificuldades, até que fosse absorvida
de Moraes, João Pessoa (1967)
pela Universidade Federal.

ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL: do assistencialismo FACULDADE DE MEDICINA DA PARAÍBA: a pressão da


espontâneo ao assistencialismo planificado classe médica

Da atividade assistencial nos âmbitos restritos de instituições


religiosas e em algumas áreas oficiais, partiu-se para iniciativas de
caráter mais abrangente, desde 1949. Nos últimos anos da década de
40 e nos primeiros anos da década de 50, criaram-se três cursos
intensivos de auxiliares de serviço social, cuja clientela se compunha
basicamente de "senhoras e jovens da Ação Católica, funcionários do
SESI, do SESC, da Prefeitura Municipal, do Departamento de Serviço
Social do Estado", que procuraram "noções básicas" de Serviço Social
para desempenhar o trabalho social que aqueles órgãos já vinham
realizando na capital, como está expresso no Relatório Comemo-
rativo dos 22 anos de funcionamento da Escola de Serviço Social.
Instituições católicas, tais como ordens religiosas
missionárias, mostravam-se interessadas em desenvolver
tecnicamente um trabalho de assistência social aos que quisessem
realizar tarefas beneficentes junto a populações periféricas da
sociedade, sem vínculos com os órgãos beneficentes públicos. O fato
de essa clientela buscar "noções básicas" está indicando que esses
cursos não possuíam caráter qualificante, mas restringiam-se a
instruções básicas para um pessoal que, na prática, já exercia as
Curso de Microscopia, Faculdade de Medicina - 1969
funções de assistente social.
Os idealizadores e a clientela daqueles pequenos cursos
realizados consecutivamente em 1949, 1950 e 1951, dali em diante, A Faculdade de Medicina foi fundada em 1951, estimulados os
sentiriam a necessidade de que se abrissem perspectivas mais largas seus idealizadores pelo êxito obtido nas demarches em prol da
no setor do Ensino do Serviço Social, tanto pelo êxito alcançado na Faculdade de Direito. A criação da Faculdade de Medicina se colocou
realização daqueles pequenos cursos, como pela expectativa criada como o estopim desencadeador do processo de abertura dos demais
por um mercado de trabalho que tendia a se alargar, sobretudo pela cursos superiores na área da saúde.
expansão do assistencialismo oficial. A conjuntura política, A ausência, na Paraíba, de curso superior de Medicina até 1951
favorecendo o populismo empreguista, abre possibilidades de implicava transtornos para o alunado de nível social mediano,
funções ocupacionais nas centenas de repartições públicas estrangulado entre o status quo e o status aspirado. A necessidade de
municipais, estaduais e federais, além das autarquias. deslocamento para outros estados se configurava como um desses

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transtornos, mesmo em se pensando que a locomoção se desse faculdade destacaram o apoio das várias camadas sociais e
somente até Recife. Nessas condições se verificaram acontecimentos atribuíram o sucesso da campanha ao "prestígio da classe médica, já
ligados a estudantes que saíam da Paraíba e se expunham à sob o ponto de vista moral, já sob o ponto de vista sócio-cultural",
submissão ditada pelo clientelismo urbano de pós-30. conforme depoimento de Humberto Nóbrega (1979). Enquanto na
O municipalismo da constituição de 1934 carreara para os comunidade local se verificou essa receptividade à escola de
municípios considerável parcela da arrecadação do imposto de Medicina, certos setores da comunidade mais ampla do país
renda, que se colocaria à disposição, inclusive, de serviços sanitários mostraram-se avessos à iniciativa, considerando, sobretudo, que o
municipais. Ao Departamento Estadual da Saúde chegavam saber não tinha condições de penetrar regiões economicamente
solicitações das prefeituras do interior, no sentido de que se fechadas e atrasadas. Assim é que, no VIII Congresso Brasileiro de
instalassem postos de higiene nas diversas cidades do Estado, Higiene, em Recife, às vésperas da fundação da Faculdade de
arcando as prefeituras com despesas de manutenção e oferecendo Medicina da Paraíba, presentes expressivas figuras nacionais e
vantagens em vencimentos aos sanitaristas. Ainda assim, não internacionais do mundo médico-científico, os médicos paraibanos
apareceram os candidatos, porque o pessoal, rarefeito, se dispersava tentaram positivamente ocupar aquele espaço e dali retirar moções
entre os consultórios médico-sanitaristas, ambulatórios e hospitais em favor da Faculdade de Medicina; essa tentativa, depois
de iniciativa particular. De modo geral, mostrava-se precário o concretizada, recebeu aplausos da plenária, mas ao mesmo tempo foi
funcionamento das faculdades de Medicina do país, conceituando-se cravada de críticas por parte de alguns daqueles setores já
somente as do Rio e Bahia como centros formadores tradicionais de mencionados. O professor Geraldo de Paula Souza, médico de nome
médicos e pontos de confluência da clientela estudantil socialmente internacional, foi um dos que se colocaram de viva voz contra o
bem situada. Pernambuco, que tinha hegemonia econômica sobre os empreendimento, protestando contra "a proliferação de faculdades
demais estados do Nordeste, sustentava também essa hegemonia na de medicina que estava ocorrendo no país", contra "fábricas de
área cultural: os cursos jurídicos de Olinda e Recife eram pólos doutores que não preparavam médicos, mas somente concediam
irradiadores do saber e constituíam focos de produção acadêmica no títulos a vaidosos elementos de cidades do interior". Os discursos em
Nordeste. Na área de saúde, Pernambuco se diferenciava dos estados torno da Faculdade de Medicina punham em relevo as desigualdades
vizinhos. Era para este Estado que confluíam os interesses estudantis regionais e a hegemonia econômica de outras regiões sobre o
da área, mesmo porque sua proximidade geográfica facilitava o nordeste.
acesso à estudantada. Em seu livro "História da Faculdade de Medicina da Paraíba",
O presidente do Conselho Nacional de Educação teria Humberto Nóbrega relata que a imprensa local, quando das últimas
declarado ao dr. Humberto Nóbrega, membro da cúpula interessada providências de fundação da escola, ressaltou a importância do
no processo, que pensava emitir parecer aprovando a criação da evento, mas também traduziu as inquietudes céticas de
Faculdade de Medicina da Paraíba, tal como já fizera com a de determinadas pessoas da comunidade diante do que se considerava
Alagoas. A Faculdade de Medicina de Alagoas, sem apresentar como empreendimento faraônico, para um Estado pobre. Assis
condições ideais de funcionamento, não teve o seu processo de Chateaubriand, por ser paraibano e por dirigir empresa publicitária
criação submetido às exigências do MEC, ao contrário do que se de longo alcance nacional, foi convidado a participar da campanha na
procederia com a Faculdade de Medicina da Paraíba. esfera federal, mas não se mostrou receptivo, argumentando sobre a
No âmbito estadual, o governo reconhecia ser Medicina o pobreza da região e concluindo ser "mais útil aos paraibanos reduzir
curso superior de que mais se necessitava na Paraíba, mesmo porque tudo a arados e implementos agrícolas do que fundar faculdades".
todas as cidades do interior se ressentiam da ausência de unidades As eleições de 1950 alteraram a ordem política do Estado e a
sanitaristas, metas de muitas prefeituras, o que só se concretizaria se própria estrutura administrativa que vinha articulando a organização
o pessoal da área de saúde fosse qualificado. Nesse contexto e dentro da Faculdade de Medicina. Contatos foram mantidos com o novo
das possibilidades de abertura de um mercado de trabalho, governador, José Américo de Almeida, que teria opinado que na
concebeu-se uma Faculdade de Medicina, Odontologia e Farmácia. Paraíba não havia condições de funcionamento de uma Faculdade de
Através de articulações com as esferas estaduais, municipais, Medicina, sobretudo em se pensando que havia em Recife escola
federais e com a Santa Casa da Misericórdia, foi possível se obter congênere, muito bem conceituada na comunidade paraibana. A
ajuda concreta, materializada em local de funcionamento e idéia da escola superior, gerada no governo anterior, oposicionista,
equipamentos adequados ao funcionamento da Faculdade, ao começava a ser colocada em dúvida nos novos escalões
mesmo tempo em que se estabeleceram contatos com os cirurgiões governamentais paraibanos, segundo Nóbrega (1979).
dentistas locais, avaliando-se que atraí-los ao empreendimento era O Conselho Nacional de Educação só veio a se pronunciar em
aglutinar mais forças em torno desse movimento. A Faculdade de definitivo a favor da Faculdade de Medicina três anos depois, quando
Medicina mereceria, mais tarde, notas de apoio por parte da o próprio governador do Estado enviou ao Legislativo o projeto de
imprensa, ressaltando o "dinamismo da classe médica na Paraíba" e criação da Universidade, sob pressão do alunado pré-vestibulando,
considerando que a faculdade recém-criada deveria aumentar o reivindicando que fosse agilizado o processo.
número de unidades a serem aglutinadas, futuramente, em
Universidade. Não calharia o argumento de que a Paraíba estava
muito perto de Recife, porque no Recife mesmo já se estava cogitando
criar mais uma Faculdade de Medicina. Os discursos de fundação da

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FACULDADE DE ODONTOLOGIA:
reação à marginalização dos dentistas
Os dentistas, que pouco tinham se movimentado pela
Faculdade de Medicina, alegando sua situação de dependência face à
nova instituição, já que o Curso de Odontologia funcionaria anexo ao
de Medicina, acorreram para providenciar a documentação exigida
para a implantação da futura Faculdade de Odontologia, estimulados
com a onda gerada pelas pressões estudantis secundaristas e pelas
recentes atitudes governamentais favoráveis à Faculdade de
Medicina.
Na época, apenas noventa e nove dentistas havia em todo o
Estado da Paraíba. O mercado de trabalho era estreito, pois ainda não
havia órgãos assistenciais, particulares ou oficiais, capazes de
absorver o pessoal qualificado que saía das faculdades dos estados
vizinhos (Nóbrega, 1979a, p. 341). Os estados receptores da clientela Faculdadde de Farmácia, Av João da Mata, Jaguaribe (1967)
estudantil de Saúde eram: Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas
e Ceará. Os alunos mais bem dotados financeiramente chegavam ao
Rio ou à Bahia. A maioria, porém, se não conseguia bolsas de estudos
através de apadrinhamento político, abandonava os estudos
(Entrevista do professor Péricles Gouveia à equipe do NDIHR - UFPB,
em janeiro de 1980).
O movimento pela criação da Faculdade de Odontologia foi
encabeçado pela Associação Paraibana de Cirurgiões-Dentistas,
apoiado pela Comissão de Planejamento do Ensino Superior.
Entraves financeiros na Paraíba e dificuldades burocráticas na esfera
do MEC emperrariam a iniciativa. As barreiras colocadas se firmariam
em razão de já existirem em estados vizinhos escolas superiores
daquele gênero. Enquanto a iniciativa se desenrolava em caráter
particular, as dificuldades se agudizavam, o que forçou o governo do
Estado a encampar as primeiras providências, arcando formalmente
com a responsabilidade de encaminhá-las em nível burocrático, bem
como se comprometendo a assumir as iniciativas pertinentes à sua
manutenção. Obras na Faculdade de Odontologia,
Rua das Trincheiras, Jaguaribe, João Pessoa
A idéia anterior de se criar a Faculdade de Medicina,
Odontologia e Farmácia encontrou sérios obstáculos, vez que aqueles vias legais das instâncias federais do ensino superior. Na Assembléia
cursos, funcionando conjuntamente numa só faculdade, feriam
Legislativa, a idéia encontrou respaldo em parlamentares que
exigências jurídicas do ensino superior, pois Odontologia e Farmácia
também eram dentistas; discursos se sucederam em favor da
deveriam funcionar na condição de cursos anexos ao de Medicina,
Faculdade de Odontologia. Defender a iniciativa era defender a classe
sem nenhuma autonomia. A Associação Paraibana de Cirurgiões-
de odontólogos, marginalizados pela classe dos médicos. Os
Dentistas afirmava que se inviabilizaria o funcionamento satisfatório
parlamentares se expressavam no sentido de que se fizessem dividir
e eqüitativo daqueles três cursos de saúde, além de que o setor
odontológico poderia se tornar passível de ingerências dos médicos, os recursos constantes em projetos que beneficiaram unicamente o
gerando futuras divergências no mercado de trabalho, já bastante curso de Medicina. Em documento lido no plenário do Legislativo,
limitado, para os dentistas. Os odontólogos anteviam que mais declarava-se o desconhecimento oficial da classe dos dentistas com
recursos seriam trazidos para Medicina, visto que este curso era mais relação à criação da Faculdade de Medicina, uma vez que estes se
tradicional e de mais alto custo (Nóbrega, 1979a, p.342). informaram do fato através dos jornais, não chegando para eles
A entidade de classe dos dentistas tratou de criar a "sua" nenhuma comunicação oficial, apesar de que alguns dentistas,
faculdade, correspondendo "a antigas aspirações da classe". individualmente, tinham recebido convite informal para ministrar
Pretendia-se que seu funcionamento começasse dentro do prazo aulas, alguns deles tendo declinado visto terem assumido
mais ágil possível. A Associação dos Dentistas designou uma compromisso anterior com a Associação dos Cirurgiões-Dentistas.
comissão que encaminharia e acompanharia a documentação pelas Para os dentistas parlamentares, o clima era propício à Faculdade de

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Odontologia da Paraíba, pois a de Recife estava se federalizando e décadas de 30 e 40 assinalaram na Paraíba a existência de alguns
seu número de vagas vinha se estreitando ultimamente. Os debates cursos de pequena envergadura no setor de Enfermagem. Esses
na Assembléia Legislativa e na Associação Paraibana de Cirurgiões- cursos não atingiam sequer o nível de média qualificação
Dentistas destacavam a posição desvantajosa da Faculdade de profissional. Eram pequenos cursos que se promoviam nas esferas
Odontologia na condição de curso anexo à Faculdade de Medicina, governamentais de saúde e pretendiam atender à clientela que
acarretando aborrecimentos aos docentes e ao alunado que deveria atuar sub-profissionalmente em rarefeitos consultórios
objetivava a profissionalização. O deputado Asdrúbal Montenegro médicos e hospitais particulares e nos poucos serviços médicos
enfatizava que, enquanto em nível nacional o objetivo era a públicos. Na promoção desses cursos, mobilizavam-se a Diretoria de
autonomia das faculdades de Odontologia, aqui na Paraíba criava-se Assistência Pública da Prefeitura e o Departamento Estadual de
um curso de Odontologia atrelado à Faculdade de Medicina. Saúde.
O impasse só foi quebrado pela intervenção, no processo, de Foi na década de 40 que a contingência da II Grande Guerra
propostas alternativas e de adendos que beneficiariam parcelas impulsionou a proliferação daqueles pequenos cursos de
maiores de profissionais da saúde. Uma proposta que previsse a Enfermagem Emergencial, encampados por órgãos públicos de saúde
criação de três entidades autônomas entre si pareceu consensual e do Estado e do Município. O nível ainda era, no entanto, muito
viável: Faculdade de Medicina, Faculdade de Odontologia e Faculdade acanhado, sem horizontes profissionalizantes definidos. Até o início
de Farmácia. Dificuldades financeiras e burocráticas, aparecendo da década de 50, o mercado de trabalho para o pessoal de
como primeiros obstáculos concretos, se abrandariam tão logo o Enfermagem não vislumbrava perspectivas de abertura. O caráter
governo do Estado encampasse a iniciativa. A imprensa divulgaria, esporádico, não-sistemático e não-profissionalizante de tais cursos
mais tarde (1955), informes sobre o reconhecimento da Faculdade de determinaram sua fraca procura, que se registrava notadamente
Odontologia, pelo MEC, enfocando a boa receptividade do numa clientela de baixa renda. Essa contingência se agravava, na
acontecimento junto à comunidade. A falta de recursos, porém, medida em que se concebia a profissão de enfermeiro atrelada ao
determinou o não-funcionamento imediato do Curso de Farmácia, o serviço hospitalar privado, aos consultórios e laboratórios médicos e
que só ocorreria a partir de 1956. aos serviços beneficentes de saúde, resultando na limitação do
mercado de trabalho, visto que esses serviços ainda se mostravam de
ESCOLA DE ENFERMAGEM: pouca significação, tanto em termos de absorção de pessoal como em
pressão de um mercado em abertura termos de sua existência se restringir à Capital do Estado.
No governo de Oswaldo de Trigueiro, houve a tentativa de se
criar no Estado "uma Escola de Enfermagem de alto padrão",
atentando-se para as condições de enfermagem existentes e
aproveitando-se a oportunidade de a ONU ter aprovado a criação do
FISI (Fundo Internacional de Socorro à Infância), como parte do plano
colonialista de ajuda a países vítimas das guerras e aos países em
crise de alimentação. O plano do governador Oswaldo Trigueiro,
porém, esbarrou em dificuldades de repasse de verbas e se
amorteceu diante das exigências de outros Estados nordestinos de
serem incluídos na distribuição dessas verbas, redundando numa
" iniciativa fracassada", considerando a inviabilidade e a
insignificância do montante que caberia a cada Estado, caso a verba
fosse assim repartida (Nóbrega, 1979a, p. 361).
A população paraibana era de 1.685.400 habitantes, com 169
médicos e apenas 03 enfermeiras (1950). Constatou-se que
necessitava-se de um médico por cada mil habitantes e dois
enfermeiros por cada médico. Essa alarmante contingência levaria o
Antiga Faculdade de Enfermagem posteriormente Residência Feminina, Governo Estadual, com recursos próprios, a encampar a criação da
Rua D. Pedro II, João Pessoa (1960) Escola Auxiliar de Enfermagem em 1953. A criação da Faculdade de
Medicina, assim como a ampliação da assistência médica estadual e
O rush desencadeado pelo processo de criação das municipal, com abertura de mais postos de saúde em todo o Estado,
Faculdades de Medicina e de Odontologia abriu perspectivas à impunham cada vez mais a necessidade de mais enfermeiros para
formação de mercado de trabalho para os profissionais de prestarem serviços nas áreas de saúde que se ampliavam. A Escola de
Enfermagem. Este fato criaria as condições históricas para o arremate Enfermagem, pois, apareceu no bojo mesmo do processo de criação
do processo de criação da Escola Superior de Enfermagem. As da Faculdade de Medicina.

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Almoxarifado do Campus I (1980)

UNIVERSIDADE DA PARAÍBA: o difícil caminho histórico elementares para o desempenho didático satisfatório. Chegava-se ao
extremo de se fecharem os olhos à inexistência de bibliotecas em
Dificuldades materiais levariam o governo a encampar algumas dessas Escolas. Os auxílios federais eram concedidos
algumas Escolas para que pudessem sobreviver. Assim ocorrera com a através de convênios entre as direções das escolas e o MEC, após
Faculdade de Odontologia e Farmácia no governo de José Américo, aprovação de planos de aplicação nos quais as verbas eram
mesmo em se pensando que não eram dos mais graves os problemas destinadas exclusivamente à aquisição de equipamentos e materiais
de manutenção daquela Escola, cujo suporte infra-estrutural de consumo. Determinadas escolas adquiriam montantes mais
"conferia-lhe posição privilegiada diante (das Escolas) do Recife, significativos de recursos, dado ao aparato tecnológico, como ocorria
Fortaleza, e das demais Escolas (de Odontologia) do Nordeste" (Leite, visivelmente com a Faculdade de Medicina. A carência de recursos
1980). afetava principalmente as escolas particulares, visto serem mantidas
Os equipamentos didáticos chegavam a atender quase que exclusivamente com as mensalidades dos alunos, sem
razoavelmente às necessidades de sua clientela, então pouco outros meios estáveis de manutenção. (Leite, 1979).
numerosa. Quanto à Faculdade de Medicina, os custos elevados de As condições de funcionamento das Escolas, precárias por
sua operacionalização forçaram a que fossem mobilizados "recursos falta de elementos materiais, e o mercado de trabalho que começava
de maior durabilidade". As escolas particulares eram mantidas por a se esboçar nos setores referentes aos diversos ramos de ensino já
grupos associados - associações de classe, fundações, empresas instalados, pressionavam para que providências fossem tomadas no
privadas, e recebiam mensalidade dos alunos, reforçadas por sentido da criação da Universidade, sob a cobertura do Estado. O
pequenas verbas federais e estaduais. fator mercado de trabalho se aliava ao fator ascensão sócio-
A manutenção das escolas oficiais se viabilizava através dos econômica da classe média "que procuraria justificar através da
governos estadual e federal, sendo que, no mais das vezes, as verbas Universidade, a condição de elite", conforme diria mais tarde o
federais advinham de atuações e esforços políticos de parlamentares primeiro reitor da Universidade, Prof. Durmeval Trigueiro Mendes.
paraibanos no âmbito do Legislativo estadual e do Congresso (Depoimento à equipe do NDIHR-UFPB).
Nacional. A dificuldade de locomoção para outros centros em busca de
A escassez de recursos da maioria das Escolas seria um dos especialização profissional sensibilizava a sociedade, contribuindo
fatores de mobilização pela criação da Universidade. A primeira para a formação do clima favorável à criação da Universidade. As
dificuldade apareceu nas instalações físicas das Escolas. A Faculdade camadas médias, em via de ascensão social, seriam as mais
de Direito, por exemplo, criada na intenção de nivelar elementos de beneficiadas, "A universidade serviu a que muitos rapazes pobres não
classe média da sociedade à elite bacharelada, situava-se de início precisassem se deslocar para outros centros" conforme afirma Mário
num acanhado prédio do Estado onde funcionava também um grupo Moacyr Porto(1979).
escolar, sem a mínima postura para funcionamento acadêmico. Em entrevista cedida à equipe do NDIHR - UFPB em 1980,
Dificuldades desse tipo levariam o governo do Estado a encampar Lindenberg Farias dizia que, aos descrentes, difícil e faraônica era a
iniciativas particulares de ensino, tal como ocorrera à Faculdade de concepção de uma universidade na Paraíba à época. Se faraônico era
Odontologia durante o governo de José Américo de Almeida. se conceber uma Universidade, difícil se pensar na pequena classe
Segundo professor Péricles Gouveia (1980), fundador da Faculdade de média com possibilidade de adquirir um diploma.
Odontologia, tão desalentadoras se apresentavam as condições Agravando o quadro, havia Escolas, notadamente na área de
materiais da maioria das Escolas, que algumas delas, no processo de saúde, onde apareciam sinais de afilhadismo político e social; "havia
seleção dos docentes, ressaltavam que, na apresentação do currículo uma formação de verdadeira casta, só se permitindo a formatura com
do candidato, se exigisse um "voto explícito de pobreza e renúncia às maior facilidade para aquele pessoal de classes mais elevadas, no
vantagens materiais". A situação se fazia mais nítida em escolas da caso de Medicina, especificamente", como disse Antônio Augusto
área humanística, cuja infra-estrutura carecia de materiais os mais Arroxelas, em entrevista ao NDIHR - UFPB, em 1980.

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Primeiro vestibular da Faculdade de Medicina da Paraíba (1952)

Apesar das críticas, construtivas e destrutivas, da falta de diversos ramos profissionais, como Medicina, Odontologia,
recursos para as escolas em geral e do caráter seletivo dessas Magistério Secundarista, Advocacia e Engenharia. Foi justamente no
Escolas, a clientela estudantil pressionava exigindo ampliação de governo de José Américo que essas condições sociais e políticas se
instalações, o que gerava certos impasses, somente solucionáveis reuniram para amadurecer uma concepção universitária. Advogado,
através de medidas mais abrangentes e duradouras. Isso se escritor, parlamentar e figura de destaque nos círculos políticos
verificava, sobretudo, em relação às escolas particulares. Sem nacionais, José Américo encarnava o ideário da classe média, que se
condições de suportar financeiramente seu corpo docente, as acreditava estrangulada entre o status quo e o status almejado, entre
diversas Escolas, principalmente Medicina, exigiam, no início, a falta de especialização legal e um mercado de trabalho que se
sacrifício aos professores, de quem se pedia uma contribuição inicial esboçava em vários setores profissionais especializados. Essa cadeia
para financiar "as despesas urgentes e inevitáveis", como afirma de fatos e situações sensibilizou o governador José Américo e o levou
Humberto Nóbrega (1983). a tomar providências agilizadoras em prol da Universidade,
No ato de recrutamento do pessoal docente das escolas isoladas, o tencionando "evitar o êxodo dos valores da terra e aqui formar um
nível de exigência acadêmica era mediano, naquela situação em que núcleo cultural", nas palavras do professor Durmeval Trigueiro,
no Brasil pouco se conhecia sobre Cursos de Pós-Graduação. O grau primeiro reitor da Universidade da Paraíba, em entrevista já citada.
de doutor se concedia a quem fizesse concurso aos cargos de Ao longo dessa longa epopéia, o Ensino Superior da Paraíba vem
catedrático e livre-docência. Esse concurso consistia em cumprindo seu destino e sua História. "Eu vos dei raízes, outros vos
apresentação e defesa de uma tese, pronunciamento de uma aula darão asas", foram algumas palavras do Governador José Américo no
chamada "aula magistral" e exame do curriculum do candidato. ato solene da criação da Universidade da Paraíba.
Depois de tudo isso se concedia o título honorifico de "doutor". O
corpo docente da área humanística de ensino superior na Paraíba,
inicialmente recrutado em seminários católicos e cursos jurídicos de
REFERÊNCIAS
Recife, apresentava influências culturais marcadamente católicas.
Isso se verificava mais acentuadamente em relação à Faculdade de NÓBREGA, Humberto C. da C. As Raízes das Ciências da Saúde na Paraíba.
Filosofia. Deve se acrescentar a esses dois focos de suprimento de Medicina, Farmácia, Odontologia e Enfermagem. João Pessoa: Editora
pessoal docente, parcela do contingente de professores de nível Universitária / UFPB, 1979a.
secundarista que também era aproveitada. Explica-se, portanto, o ________. História da Faculdade de Medicina da Paraíba. João Pessoa:
funcionamento inicial da FAFI com Cursos de Geografia e História, Editora Universitária / UFPB, 1980/1983, 4 vols.
Letras Neo-Latinas e Pedagogia, cujo quadro de docentes aproveitava RIBEIRO, Maria Luísa Santos. Introdução à História da Educação
o potencial humano existente na Paraíba e no vizinho Estado de Brasileira (Coleção Educação Universitária). São Paulo: Cortez & Morais,
Pernambuco. Funcionários, docentes e toda a clientela estudantil 1978.
restringiam suas atividades a salas do Lyceu Paraibano, onde
funcionavam cursos secundaristas. Salas e material didático Entrevistas à Equipe do Projeto História da UFPB, do Núcleo de
elementar eram os recursos de que dispunha a comunidade escolar, Documentação e Informação Histórica Regional:
ampliados mais tarde com a integração da escola à Universidade ALMEIDA, José Américo de. 1979; ARROXELAS, Antônio Augusto. 1980;
Estadual. Em 1955, as condições existentes já propiciavam a FARIAS, Lindenberg. 1980; GOUVEIA, Péricles. 1980; JUREMA, Abelardo.
criação da Universidade Estadual da Paraíba. Eis algumas dessas 1979; LEITE, José de Oliveira (Gal.). 1979; LEITE, Newton. 1980; MARTINEZ,
condições: o funcionamento efetivo das escolas superiores isoladas Serafim Rodriguez. 1980; MENDES, Durmeval Trigueiro; MORAIS, Antônio.
estaduais e particulares, o satisfatório contingente de alunos, 1980; NICODEMOS, José Pedro. 1980; NÓBREGA, Humberto C. da C. 1979;
abrindo margem para uma crescente procura de cursos, o andamento OLIVEIRA, Hermes Pessoa de. 1979; PAIVA, Milton Ferreira de. 1979;
precário de algumas escolas por falta de infra-estrutura financeira, a PESSOA, Hermes; PORTO, Mário Moacyr. 1979.
formação a curto e médio prazos de mercados de trabalhos nos

24 |
Da FAFI ao CCHLA em cinqüenta
anos de história e recordações
José Octávio Soares, Falcone, Moraes, Brito e Brayner, essas moças eram quase
Professor Aposentado do
Departamento de História da UFPB
todas de classe média alta, o que emprestava à FAFI dos primeiros
Doutor em História Social pela USP tempos recorte nitidamente conservador.

A
O curso em que me engajei foi o de História, ainda conjugado
linho-me entre os que podem associar História e com o de Geografia, o que nos assegurou as excelentes aulas de Clóvis
observações pessoais aos cinqüenta anos da Faculdade de Lima. Sem dispor de auditório, a FAFI continuava dependente do
Filosofia que ora transcorrem, constituindo Centro de Liceu. À tarde dos sábados funcionava o Centro de Estudos Históricos
Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFPB sua (CEH), onde convivi com o capitão Jamil Daher e as futuras geógrafas
atual denominação. A razão consiste em que, aluno do Liceu, que a Leda Rafael e Dalcy Cruz. Foi aí que, realizando as primeiras palestras,
albergou, assisti ao desabrochar da FAFI, onde estudei, em 1958 e de decidi-me pelo magistério. Só que pelo caminho mais comprido,
1964 a 66, a ela retornando, como professor, de 1976 a 1995, nela ora primaciando o conhecimento sobre os cursos.
me encontrando como aposentado. Foi uma rica experiência -
embora por vezes dramática - que a seguir sumario. DA REORIENTAÇÃO DA FAFI ÀS AGITAÇÕES DE 68

DO LICEU À DUARTE DA SILVEIRA De 1959 a 63, cursei Direito, na mesma Universidade, então
federalizada, mas não me afastei da FAFI. Duas razões contribuíam
Criada pelo governador Oswaldo Trigueiro, mas somente para isso. A biblioteca, a que continuava recorrendo, e o
implementada por José Américo, a Faculdade de Filosofia do Estado funcionamento, no primeiro andar, da Reitoria da UFPB. Nela teve
ocupou o lado da rampa do Liceu Paraibano, desocupado pelo lugar a escolha do orador geral de 1963, em que fui derrotado, com
Instituto de Educação, que ganhou sede própria, na Av. Camilo de meu concorrente, elegantemente, reconhecendo a superioridade de
Holanda. minha preleção. O concurso foi visivelmente manipulado.
A condição dos primeiros tempos da FAFI era muito precária, o Por essa época, a FAFI experimentava profunda reorientação
que levava professores, como o então reitor Durmeval Trigueiro, a social e pedagógica. Com a sociedade de massas substituindo a de
ministrarem aulas até na sala de professores do Liceu. Outros se classe média, o perfil da instituição alterou-se, com a classe média
aboletavam na mapoteca, do lado oposto. baixa, que a hegemoneizava, tendendo ao radicalismo. Em pleno
O relacionamento entre o Liceu e a nascente FAFI era muito consulado militar, o auditório da FAFI, já então implantado para servir
íntimo, o que se acentuava porque os alunos do turno da manhã do à Reitoria, sediou assembléias estudantis cada vez mais inflamadas.
curso clássico, como eu, eram mobilizados para as solenidades e Em resposta, o grosso do corpo docente da escola superior,
conferências da congênere universitária. Graças a isso, familiarizei- favorável ao regime autoritário, caiu na direita, professando espécie
me com mestres como Martinez y Martinez, de Espanhol, François de clericalismo à Julien Benda. Com este eu me incompatibilizava por
Luc-Charmont, de Francês, e Dante Tomei, de Italiano. Deste último, duas razões: atividade jornalística, em que louvava o livre
assisti à segura exposição sobre Maquiavel.
O governador José Américo caprichava na na importação de
professores, alguns dos quais, como Geraldo Lafaiete e José Lavareda,
recrutados ao Recife. Os demais, ou provinham do Liceu, como Aníbal
Moura e filho Hugo, Kleber Cruz Marques, Milton Paiva, Emanuel
Miranda, Manoel Cavalcante, Pedro Nicodemos, Carmem Isabel e
Vitória de Oliveira Lima, ou do Seminário - os dois padres Luiz
Gonzaga, monsenhor Afonso e o cônego Francisco Lima.
No rebatizado Colégio Estadual de João Pessoa, havia sido
aluno da maioria, de modo que, em 1958, me senti à vontade para
freqüentar a FAFI, já localizada no prédio da Av. Duarte da Silveira,
onde se encontra a Escola Estadual Olivina Olívia.
Devido ao peso do Curso de Letras, a FAFI fazia-se
predominantemente feminina, o que induziu um de seus alunos mais
polêmicos - o advogado Alfredo Pessoa de Lima - a fustigá-la em
contundente artigo - "A Revolução das Anáguas" - publicado no
Correio da Paraíba. Pertencentes às "melhores famílias", Maroja, Prédio da FAFI (1969)

| 25
pensamento da República Espanhola da Frente Popular, de Manuel PRODUÇÃO ACADÊMICA E CONCLUSÕES
Azanã e Fernando de Los Rios, e predileção, em Historiografia, por
autores como José Honório Rodrigues e Nelson Werneck Sodré, A transição da antiga Faculdade de Filosofia para o Centro de
ambos mal vistos pelos donos do poder da época. Ciências Humanas, Letras e Artes, de que me fiz privilegiado
As coisas pioraram quando, em 1967, fundamos o Grupo José espectador e participante, significou, na área de História, algo de
Honório Rodrigues, vivíssimo até hoje. Ele surgiu na FAFI, embora muito relevo. Ou seja, a passagem de escola superior, destinada a
reagindo contra ela. Isso nunca nos perdoaram. formar professores, a poderoso centro gerador de conhecimentos,
assegurados por teses, dissertações, monografias e livros,
DA PROSCRIÇÃO AO ENSINO resultantes de pesquisas individuais e coletivas.
A esse surto ofereci efetiva contribuição. Daí porque, ao
Com o Ato Institucional número cinco, de 13 de dezembro de aposentar-me, em 1995, era um dos dois professores de maior
1968, a FAFI mergulhou na fase mais obscura de sua História. produção acadêmica em toda UFPB. Tal condição sempre creditei
Mediante conversão em Instituto de Filosofia e Ciências Humanas mais à instituição, considerada em conjunto, que a mim mesmo.
(IFCH), formulação destinada ao prevalecimento do acordo
MEC/USAID e sombrio decreto punitivo 477, verdadeiro cérebro de
saias instalou-se, raivosamente, na direção, delatando e perseguido.
Professores foram demitidos, alunos tiveram as matrículas REFERÊNCIAS
suspensas e livros foram retirados da biblioteca. Dos de fora,
intelectuais foram "desaconselhados" a não freqüentar suas Revista da Faculdade de Filosofia nº 2. J. Pessoa: A Imprensa, 1958.
dependências. Para honra minha, tornei-me um deles. LEAL, Wills. O Discurso Cinematográfico dos Paraibanos - A História
Data dessa época a edificação de um muro, que não foi do Cinema na/da Paraíba. João Pessoa: A União Editora, 1989.
desfeito, separando a FAFI do Liceu, e destinado a dificultar a MOURA, Aníbal Victor de Lima e. Lutas de Classe em Roma. João
participação dos estudantes desse nas assembléias universitárias Pessoa: SEC, 1995, acompanhado de vários estudos, inclusive do autor
daquela. Eliminava-se, pois, e de forma grotesca, a idéia de José - "Aníbal Moura - no centenário de um tipo inesquecível", p. 83/117.
Américo de agrupar, na mesma área, os níveis de ensino primário, MELLO, José Octávio de Arruda. Historiografia e História em Pedro
com a Escola de Aplicação, médio, com o Liceu, normal, na base do Nicodemos. João Pessoa: Edições FUNESC, 2002.
Instituto de Educação, e superior, através da FAFI. RODRIGUES, Leda Boechat e MELLO, José Octávio de Arruda. José
Rompendo com as conveniências, Wellington Aguiar publicou, Honório Rodrigues: um Historiador na Trincheira. Rio de Janeiro:
recentemente, revelador artigo. Foi doublée de militar e aluno da Civilização Brasileira, 1994.
FAFI, o qual se jactava de haver indicado a sra. Vilma Monteiro para a FARIAS, Wellington. "Wellington Aguiar - Golpe Tirou Zé Américo do
direção, quem nos denunciou como "marxistas-leninistas"(sic). Ele se Ostracismo" in Correio da Paraíba, João Pessoa, 2 de novembro de
encontrava aparceirado com sua chefe e vários professores da antiga 2003, p. R-2.
FAFI. Uns agiram e outros silenciaram - era a mão de Calibã. MELLO, José Octávio de Arruda. "Um garibaldino na historiografia
Proibido de lecionar, no Liceu, em 1969, mas a ele retornando brasileira - Nelson Werneck Sodré" in Revista do Instituto Histórico e
no ano seguinte, refiz carreira profissional, em bases dificílimas. Ou Geográfico Brasileiro nº 165. Rio de Janeiro: DIN, out / dez. 2004.
seja, ministrando aulas em escolas superiores particulares e do _____________. "Fora de forma: dialética e fraternidade no ensino" in
interior, além de cursinhos. Jornalismo e assessorias administrativas Revista da Academia Paraibana de Letras nº 16, João Pessoa: SEC,
tomavam-me bastante tempo. O que me salvou, culturalmente, foram dezembro de 2000.
as vinculações externas, asseguradas pelo GJHR.
Isso só principiaria a mudar em 1976, com Lynaldo Cavalcanti à
frente da Reitoria da UFPB. Pouco antes, o IFCH abrandara a
repressão, graças à direção do antropólogo Aécio Aquino, que
exorcizou os maus espíritos e suprimiu o dedo-durismo.
Em março de 1976, por sugestão do prof. Damião Ramos
Cavalcanti, um dos que não se conformavam com minha exclusão da
UFPB, inscrevi-me em concurso de provas e títulos do CCHLA.
Anteriormente, já o fizera, mas, discriminado, tivera de cancelar a
inscrição, com recolhimento de documentos. A intenção da repressão
consistia em apagar os próprios rastros. A FAFI tinha outro nome e se
transferira para a Cidade Universitária, onde se encontra até hoje.
Aprovado no primeiro lugar de duas cadeiras e segundo em
uma outra, optei por História da Paraíba, na qual, juntamente com
algumas outras disciplinas como História do Nordeste e História das
Idéias Políticas no Brasil, lecionei dezenove anos a fio.

26 |
O processo de federalização da
Universidade Federal da Paraíba
Zélia Cavalcante de Melo
Professora Aposentada do
Departamento de História da UFPB

O GOVERNO JK Novas formas de ascensão social foram apontadas à

E
sociedade. Enquanto na década de 50 essa ascensão se fazia pela
m 31 de janeiro de 1956, toma posse, na presidência da tentativa de reprodução do capital, agora, novas oportunidades se
República, Juscelino Kubitschek. Com ele inicia-se uma apresentavam ao indivíduo. Quanto mais se acentuava a
nova forma de intervenção do Estado na economia, visando monopolização da indústria, mais entraves surgiam para a pequena
o desenvolvimento industrial. É no governo juscelinista que empresa, o que dificultava a ascensão por esta via. Para ocupar os
o Estado brasileiro se transforma num instrumento deliberado do mais altos cargos burocráticos públicos ou privados, fazia-se
desenvolvimento do país. necessário um elevado grau de escolarização. É aí que a Universidade
A industrialização é a característica principal do período, surge com a possibilidade de ascensão desse segmento. A demanda
representando o setor dinâmico da economia. Com o objetivo de social pela educação, por sua vez, exerceu pressão na expansão não
recuperar-se do atraso em que se encontrava e modernizar o país, somente do ensino superior, mas em todos os níveis de escolaridade.
lançou o Plano de Metas, que pretendia "acelerar o processo de
acumulação, aumentando a produtividade dos investimentos A FEDERALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR NA PARAÍBA
existentes e aplicando novos investimentos em atividades produtoras.
Como fim último, propunha elevar o nível de vida da população, Estado pequeno, de poucos recursos, era difícil a Paraíba
através de novas oportunidades de emprego, visando um futuro manter a Universidade, principalmente com os elevados custos de
melhor". (Benevides, 1979) algumas faculdades como as de Medicina e Odontologia que
O desenvolvimento da indústria no país, resultou na oneravam sobremaneira os cofres estaduais. O governo do Estado
aceleração do processo de urbani-zação e na busca de novas formas tinha condições apenas de manter precariamente o aparelho
de ascensão das camadas médias, o que vai repercutir nas mudanças administrativo, continuando as faculdades e escolas com as mesmas
que vão ocorrer na área educacional. Afirma Otaíza Romanelli (1978): carências.
"O crescimento da urbanização que a industrialização Quando da posse de Mário Moacyr Porto no cargo de reitor em
favorece e o número cada vez maior de pessoas que esse crescimento abril de 1960, a Reitoria enfrentava dificuldades. Afirma o reitor, que
atrai para a área de influência da civilização de consumo acabam por todo mês precisava ir ao Rio e a Brasília para acompanhar o processo
se transformar em mecanismo de pressão em favor da expansão da de federalização e tentar obter verbas junto ao Ministério para o
escolaridade". funcionamento da Universidade, o que fazia às suas próprias custas,
As transformações econômicas porque passou o país sem qualquer ajuda institucional.
repercutiram de forma marcante na sua estrutura social, exigindo "As condições econômicas do meu tempo eram precaríssimas.
qualificação profissional e conseqüente necessidade de expansão do Nós tínhamos uma pequena dotação para a Universidade no
ensino. O uso de uma tecnologia mais avançada provocou uma orçamento federal.... Havia, por exemplo, um trabalho do Reitor que
demanda de profissionais especializados de nível superior. A própria era muito grande; era conseguir dotação no orçamento para a
máquina administrativa do Estado foi reformulada. Engenheiros e Universidade. E depois um trabalho maior, e até penoso e
economistas foram recrutados, na medida em que o "Estado humilhante, que era o de obter que essa verba que estava no
precisava agora de técnicos que soubessem identificar os pontos de orçamento passasse a ser paga, portanto a Universidade lutava com
estrangulamento de movimento do capital e, diante de recursos uma enorme dificuldade financeira".
limitados, apontou as alternativas mais benéficas" (Cunha, 1989). A idéia de federalização surgiu como uma forma de salvação.
Pela distribuição dos alunos por curso nas escolas de nível Representava a sobrevivência da Universidade, bem como a liberação
superior do País, no período que se estende de 1960 a 1964, pode-se do Estado do pesado encargo de manter a instituição, embora
constatar o aumento no número de matrículas dos cursos de Ciências precariamente. Para os professores e funcionários, apresentava-se
Econômicas e nas diversas especialidades da Engenharia. Ao mesmo como uma perspectiva de melhoria salarial e para o alunado
tempo, verifica-se uma sensível diminuição ou estagnação em cursos significava o ensino gratuito, ampliando dessa forma as
outrora bastante procurados, como Filosofia, Letras, Geografia e oportunidades de acesso das camadas menos favorecidas da
História. sociedade ao ensino superior.

| 27
Inicialmente, a possibilidade de federalização da federalização em massa das universidades particulares e estaduais,
Universidade da Paraíba era encarada com desconfiança e até sem nenhuma preocupação em verificar as condições de ensino, o
descrença. O ato público, realizado em frente à Faculdade de Direito, que trouxe consequências graves para estas instituições, que se
que daria início à campanha de Federalização, conseguiu mobilizar refletem nos dias atuais, segundo observação de Miguel Reale: “A
reduzido número de professores, o que demonstra a pouca crise universitária, que se arrasta há vários anos, tem no concernente
credibilidade no êxito da campanha. às universidades federais e particulares, causas remotas que vale a
No entanto, em nível nacional, as condições se apresetavam pena ressaltar. No caso das primeiras, (...), a raiz dos males se prende à
favoráveis. Em 1950, elevado número de escolas isoladas foram maneira precipitada com que, no governo do presidente Jusceiino
federalizadas, e 1960/61 representou o grande marco de criação de Kubitschek, se procedeu à chamada 'federalização do ensino superior
universidades federais e federalizações de universidades estaduais e privado', pela qual foram convertidas as autarquias federais da União,
particulares, ou seja, o número de universidades federais aumentou sem serem estabelecidas condições prévias de progressiva
significativamente em 1960, atingindo quase o dobro das existentes adaptação, dos níveis pedagógicos vigentes nas antigas
em 1955. Não obstante o crescimento das federais, observa-se que as universidades federais, casas de ensino deficitárias, sobretudo do
universidades particulares também tiveram aumento considerável, Norte e Nordeste, desprovidos de corpo docente especializado, bem
enquanto que em nível estadual as mudanças são pouco como de biblioteca ou de laboratórios condignos. Essa oficialização
significativas. abrupta, com dispensa dos mínimos requisitos pedagógicos, tornou-
Poucas vozes se fizeram ouvir contra essa avalanche de se ainda mais nociva, dado o afluxo descomunal de alunos atraídos
federalizações. Entre elas estava a do senador Mem de Sá, que em pela gratuidade do ensino" (Folha de São Paulo, 1990).
sessão do Senado afirmava que as federalizações estavam sendo A Universidade Federal da Paraíba não fugiu à regra, teve um
feitas por atacado, às grosas, sem que o Senado soubesse em que crescimento significativo no número de alunos. No período que se
estava votando. Na verdade, o governo Kubitschek efetuou a estende de 1961 a 1969, obteve um aumento percentual de 22% ao ano,

Telegrama de Abelardo Jurema comunicando sanção da Lei de Federalização da Universidade da Paraíba - 1960

28 |
superior ao do Nordeste e do país que atingiu apenas 16%. Outro José de Oliveira Leite (Diretor da Escola de Engenharia) - Lindenberg
importante dado se refere aos cursos de graduação que entre 1961 e Farias (Presidente da UEEP).
1968, superaram três vezes mais o crescimento do país. O crescimento O estudante teve papel destacado no movimento pela
do número de matrículas na UFPB, no período que se estende de 1961 federalização, como também na fase posterior correspondente à luta
a 1970, foi bastante relevante, tendo em vista que, em 1961, contava pela transferência de patrimônio, quando a representação discente
com apenas 705 alunos, número que se elevou a 5.072 em 1970, fez parte da Comissão composta pelo governador do Estado, prefeito
portanto em apenas 9 anos. da Capital e professores, com a finalidade de solicitar junto ao
A situação política da Paraíba era, pelo menos, confortável. A presidente João Goulart, condições necessárias ao funcionamento da
reduzida bancada, composta de apenas onze parlamentares, era UFPB.
compensada petas presenças dos paraibanos Abelardo Jurema, na A federalização da Universidade da Paraíba beneficiou outras
liderança da maioria no governo JK, e João Agripino, na UDN, universidades, como as de São Carlos, Rio Grande do Norte e Alagoas,
liderando a oposição. Cabia à Paraíba as duas principais lideranças na que se acoplaram ao projeto inicial de Abelardo Jurema. A adesão
Câmara Federal. dessas Universidades permitiu o aumento da bancada na Câmara,
Convocado pelo professor general José de Oliveira Leite, então viabilizando a aprovação do projeto.
diretor da Escola de Engenharia, a "assumir a responsabilidade Com a federalização, a Universidade da Paraíba conseguiu se
parlamentar da federalização" da Universidade da Paraíba, Abelardo estruturar como instituição de ensino superior. Com recursos
Jurema fez uma solicitação pessoal ao presidente Kubitschek, a qual obtidos, foi possível organizar o quadro docente e de funcionários. O
foi prontamente atendida, segundo seu depoimento: ensino superior gratuito implantado teve reflexos na comunidade,
"Durante o almoço, o Presidente escreveu no cardápio ao Ministro permitindo o acesso das camadas menos favorecidas à Universidade.
Clóvis Salgado, seu Ministro da Educação, determinando a feitura, a Por fim, vale ressaltar a atuação em favor da federalização das
elaboração de uma exposição a Câmara, ao Congresso, pedindo a forças políticas e intelectuais, com a mobilização da comunidade, de
federalização da Universidade. Eu, imediatamente, depois do almoço professores e estudantes, bem como o prestígio político dos líderes
voei para o Rio de Janeiro, peguei a mensagem de Clóvis Salgado, paraibanos na Câmara, decisivo na agilização do processo.
trouxe para Brasília, o Presidente assinou e levei para a Câmara". Em
nível local, diversos segmentos da sociedade se manifestaram e
exerceram vários tipos de pressão. Além das discussões e debates em REFERÊNCIAS
torno do assunto, foram realizados atos público e enviados
telegramas às autoridades reivindicando a federalização da ALMEIDA, José Américo de. Entrevista/Projeto História da UFPB.
Universidade da Paraíba. Da mesma forma, posicionava-se a NDIHR. Agosto de 1979.
imprensa, com manifestações de apoio à iniciativa. BENEVIDES, Maria Vitória de Mesquita. O Governo Kubitschek. Rio de
Os estudantes tiveram uma atuação marcante nesse processo. Janeiro: Paz e Terra, 1979.
Participaram do movimento através dos diretórios acadêmicos, CUNHA, Luiz Antonio. A Universidade Crítica: O Ensino Superior na
principalmente das Faculdades de Medicina, Engenharia e Direito, os República Populista. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989.
mais destacados da época, e da UEEP (União Estadual dos FARIAS, Luís Lindenberg de. Entrevista/Projeto História da UFPB.
Estudantes). A partir de meados da década de 50, percebe-se em nível NDIHR. Fevereiro de 1980.
nacional uma maior preocupação dos estudantes com a ordem social JUREMA, Abelardo. Entrevista/Projeto História da UFPB. NDIHR.
vigente. As mudanças econômicas da época, as exigências cada vez Dezembro de 1979.
maiores do nível de escolaridade para obtenção de emprego LEITE, José de Oliveira. Entrevista/Projeto História da UFPB. NDIHR.
favorecem o engajamento do aluno nos movimentos reivindicatórios. Janeiro de 1979.
Escolaridade e competência são requisitos necessários ao MARTINEZ, Serafim. Entrevista/Projeto História da UFPB. NDIHR. Maio
preenchimento de vagas oferecidas no mercado de trabalho. de 1980.
A UNE (União Nacional dos Estudantes), fundada em 1938, PORTO, Mário Moacyr. Entrevista/Projeto História da UFPB. NDIHR.
representava uma força política capaz de mobilizar os estudantes Outubro de 1979.
quando necessário. Em nível estadual, funcionavam as UEES, que REALE, Miguel. Folha de São Paulo, 05/09/1990.
atuavam junto às bases, no movimento estudantil. Entre 1957 e 1961, a RODRIGUES, Cláudio José Lopes. Sociedade e Universidade: um
UNE realizou quatro seminários onde foram discutidas questões estudo de caso. João Pessoa: SEC/Pb, 1986.
pedagógicas e políticas. Na pauta das reivindicações, estava a defesa ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil, 1930-
da escola pública. 1973. Petropólis: Vozes 1978.
Na campanha pela federalização, o presidente da UEEP,
juntamente com o diretor da Escola de Engenharia, principal
articulador do movimento, enviaram o seguinte telegrama, citado por
Lindenberg Farias em entrevista ao NDIHR, ao líder do governo
juscelinista, Abelardo Jurema: "Cumpra com inteligência e coração
sua brilhante meta pela federalização da Universidade da Paraíba que
os professores e universitários cumprirão com o seu patriótico dever,
erguendo em praça pública a sua gloriosa estátua". Assinado: General

| 29
A Escola Politécnica da
Universidade Federal da Paraíba
Rosilene dias Montenegro ampliação de sua importância política. O contexto histórico do pós-
Professora do Centro de Humanidades/UFCG segunda guerra colocou na ordem do dia o debate sobre progresso e
Vice-diretora do CH
Doutora em História pela Unicamp desenvolvimento econômico. As mudanças econômicas em curso
desde os anos trinta e o discurso desenvolvimentista ganhavam cada
vez mais espaço político no cenário mencionado, conquistando
Introdução

F
amplos setores da sociedade e fazendo da década de mil novecentos
e cinqüenta um período de profunda expectativa no progresso e de
alar do papel da Universidade Federal da Paraíba no
acalorado debate sobre as propostas de desenvolvimento econômico
contexto de desenvolvimento econômico local e regional
(Montenegro, 2001). De modo que todos os projetos de nação do
nesses seus cinqüenta anos de existência é, sem sombra de
período, seja o de influência liberal, o intervencionista, seja o
dúvida, uma honra. Nesta data marcante de comemoração
marxista, apontavam para a necessidade de implementação de uma
de meio século de sua existência, nos propomos relembrar uma
orientação política estatal que, efetivamente, possibilitasse o
experiência exitosa que seguramente contribuiu na construção da
desenvolvimento econômico do país. E, para isso, a melhoria da
identidade institucional da UFPB e na conquista de um lugar
educação, como um todo, e da educação em nível superior, em
significativo na memória social. Tentaremos, pois, apresentar aos
particular, se apresentava como uma imposição política, estratégica,
leitores algumas passagens da história da Escola Politécnica, da
para o desenvolvimento. Não é, pois, sem propósito que nesse
origem do Campus II, da UFPB, e da origem, também, da atual
período a educação aparece com destaque nos planos econômicos
Universidade Federal de Campina Grande, criada com o
concebidos pelo Estado.1
desmembramento do Campus da UFPB, em abril de 2002. Fundada
As idéias de progresso e desenvolvimento econômico faziam
pela Lei Estadual nº 792, de 6 de outubro de 1952, sancionada pelo
parte dos anseios e do debate político desse contexto histórico.
governador José Américo de Almeida, a Escola Politécnica se
Estavam incutidas no imaginário social e, especialmente, nos
vincularia à Universidade Federal da Paraíba, instituída pela Lei nº
movimentos de interesse das classes médias, ciosas por uma
3.835, de 13 de dezembro de 1960, que transformou a Universidade da
formação de nível superior, necessária à conquista de ascensão
Paraíba em instituição federal de ensino superior. A Escola
econômica e à ocupação de espaços de poder, conforme podemos
Politécnica tem seu nome alterado quando de sua transformação em
verificar, também, no estudo "Engenheiros do Brasil", do historiador
Centro de Ciências e Tecnologia, em 1973, com a reforma cêntrica. O
José Luciano de Mattos Dias (1994). Foi na década de cinqüenta do
processo de federalização da Universidade da Paraíba também
século passado que surgiu a maioria das escolas superiores de
incluiria a Faculdade de Ciências Econômicas (FACE), de Campina
engenharia no Nordeste.
Grande, que originou o Centro de Humanidades.
Em nosso trabalho de constituição do acervo da memória da
ciência e tecnologia em Campina Grande2, temos realizado - a partir
SOB O SIGNO DO PROGRESSO: nasce a Escola da metodologia em história oral - registros orais dos depoimentos3
Politécnica da Paraíba de testemunhas-sujeitos da história e memória da Escola Politécnica.
Nessa pesquisa, constatamos que os depoimentos de seus
As historiadoras Maria das Dores Limeira e Zeluíza da Silva fundadores, ex-alunos e funcionários, são recorrentes quanto à
Formiga (1986) mostram que entre 1947 e 1955 ocorreram vários referência a sentimentos predominantes no grupo que criou e
movimentos pela criação de cursos de nível superior no Estado, consolidou essa instituição: uma enorme vontade de criar, realizar,
4
culminando com a criação, em 12 de outubro de 1955, da Universidade construir possibilidades propulsoras de desenvolvimento da região .
da Paraíba. Havia, já, desde 1934, a Escola de Agronomia do Nordeste, Um dos principais fundadores da Escola Politécnica, o
na cidade de Areia, da qual se originou a Universidade Federal da engenheiro químico Antônio da Silva Morais, professor e, também,
Paraíba, apontando tendências de investimentos em outros campos primeiro diretor dessa instituição - cargo que ocupou por mais de dez
de formação profissional, que não os ligados às tradicionais carreiras anos -, em depoimento a nós concedido (18/12/2004, p.4), falou sobre
de médico, advogado ou sacerdote. Essas tendências estavam seus anseios pela criação da Politécnica e o clima de discussão
relacionadas ao crescimento quantitativo da classe média e à daqueles tempos:

¹. A esse respeito ver Otávio Ianni (1971); Maria Vitória Benevides (1979); dentre outros.
². Referimo-nos ao projeto "Organização e preservação da memória da ciência e tecnologia em Campina Grande", o qual obteve para sua realização o apoio do CNPq, e da UFCG na forma de bolsas de iniciação científica.
³. Esse projeto, a que chamamos de Projeto Memória encontra-se em sua fase primeira que tem por objeto a constituição da memória da Escola Politécnica. A proposta é organizar a documentação impressa, oral e iconográfica da
memória da Politécnica, da FACE, levantar dados sobre a origem do Centro de Humanidades, da Faculdade de Medicina de Campina Grande, do Centro de Ciências Biológicas da Saúde e, por fim, das demais instituições de produção
em ciência e tecnologia na cidade e região. O acervo iniciado com esse projeto conta já com 15 entrevistas, totalizando mais de 20 horas de gravação em fitas cassete e audiovisual e aproximadamente 700 páginas transcritas.
⁴. Stênio Lopes, em:"Escola Politécnica de Campina Grande. Uma experiência de desenvolvimento tecnológico no Nordeste", informa sobre os órgão e empreendimentos realizados em Campina Grande e João Pessoa na década de
1950 e corrobora com o testemunho dos fundadores no tocante a um determinado espírito de realização marcante nesse tempo.

30 |
«[...] Tinha uma livraria excelente para aquela época (...) criada a Escola Politécnica, instituição de ensino técnico em nível
[Era a Livraria Pedrosa] lá a gente - professores, superior, sendo seu primeiro curso o de Engenharia Civil. Por
engenheiros, médicos, químicos, bacharéis, e tudo mais - questões político-administrativas, a Escola Politécnica teve seu nome
(...), depois da tarde, (...), [se reunia]". [...] havia calor alterado para Escola Politécnica da Paraíba, marcando sua vinculação
naquelas discussões, boa intenção, boa vontade de
ao Governo do Estado, sendo adotado posteriormente o de Escola
produzir cada vez mais..."
Politécnica da Universidade Federal da Paraíba, quando de sua
As discussões na Livraria Pedrosa eram bem aceitas pelo seu federalização.
Uma vez criada, à implantação da Escola Politécnica foi
proprietário, o senhor José Pedrosa (lembrado por praticamente
preciso mais do que o apoio do governo estadual e de setores da
todos os depoentes como um grande amigo da Escola Politécnica),
classe média campinense; foi preciso coesão e determinação de seus
que durante décadas fez de sua Livraria o ponto de encontro da elite
fundadores, que se mantiveram unidos pela identificação com a
intelectual. Nessas discussões falava-se, recorrentemente, sobre as
mesma vontade de criar, de realizar, e pela persistência e crença no
carências do Estado, da cidade e, também, eram apontadas
futuro. Por entender que a Escola Politécnica teria que "vir para ficar",
propostas de superação dos problemas identificados como
esse grupo, sob a liderança de Antônio da Silva Morais, firmou o
empecilhos ao desenvolvimento econômico, tais como: carências na
compromisso de edificar uma escola de ensino de qualidade e se
área do acesso e uso da eletricidade, de saneamento, do ensino
colocou como desafio, também, tornar essa escola uma referência
público, em especial o superior, carência de órgãos voltados à oferta
nacional no ensino de engenharia. Para tornar possível essa decisão,
de serviços, e de lazer.5
Segundo depoimento de Antônio da Silva Morais (18/12/2004, era necessário o apoio dos políticos, o que significava o risco de ceder
p.7), a idéia de se criar a Escola Politécnica, em Campina Grande, às suas pressões no sentido de empregar seus apadrinhados, o que
surgiu nessas discussões feitas na Livraria Pedrosa. Naquele clima de poderia interferir na qualidade do corpo docente da Escola
vontade de criar, de efervescência de idéias, propostas, projetos; "[...] Politécnica, naquele momento formado sem concurso público. Do
nesse ambiente, com esse pessoal, com essas idéias, com esse alto ideal de qualidade de ensino perseguido pelo seu grupo
pensamento, com esse desejo de convencer que a gente montou (...) a originário também resultaram as contratações de professores
Escola Politécnica". No particular à sua contribuição nesse processo, convidados do Recife, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e,
pudemos perceber o ideal que o movia, a partir de vários trechos de na década de 1960, de centros de referência de países tais como
sua fala, da qual destacamos: "[A essa altura] eu pensava numa coisa Canadá, França, Japão, dentre outros.
Sobre esse momento da história da Politécnica, José Marques
maior, a essa altura eu pensava numa escola que tivesse nome e
de Almeida Júnior - dr. Zezé Marques -, engenheiro químico, fundador
tivesse respeito, [essa] era [a] escola que eu [ante] via". (Morais,
da Escola Politécnica, professor e administrador dessa instituição
18/12/2004, p.7)
Assim, ao ser informado por José Lopes de Andrade sobre a durante toda sua carreira sendo, posteriormente, professor e
intenção de criar escolas técnicas de nível superior no Estado, membro da administração da UFPB; uma personagem, portanto,
manifestada pelo governador José Américo de Almeida, esse grupo muito importante à reconstituição da memória dessas duas histórias
de engenheiros, técnicos, profissionais liberais e estudante, que se juntam com a federalização do ensino superior no Estado,
constituído por Antônio da Silva Morais, José Marques de Almeida inquirido sobre a importância da Escola Politécnica para o
Junior, Austro de França Costa, Giuseppe Gióia Filho, Valdez Cunha desenvolvimento da Paraíba, respondeu:
“Imensurável. [Era grande] o volume de engenheiro de todas as áreas
Cavalcanti, Lindalvo Farias, Milton Paiva, Josemir de Castro, e Edvaldo
6 que saíram daqui bons técnicos...! As pessoas vinham procurar mão-de-obra
de Souza do Ó , discutiu e firmou a proposta de criação da Escola especializada aqui. A Politécnica exportou engenheiros civis, eletricistas,
Politécnica, dando início, a partir de então, às ações efetivas para sua técnico de toda qualidade para todo esse Nordeste, sem precisar de importar
criação. O nome Politécnica se justificava na referência a grandes do Sul. Tudo gente boa." (Almeida Jr, 25/06/2004, p.36)
instituições, tais como a Escola de Minas de Ouro Preto, a Politécnica Para a qualidade da formação dos engenheirandos
de São Paulo e a Politécnica da França, mas, principalmente, porque contribuíram, além dos currículos referendados nas principais
esse nome permitia a criação futura de outros cursos técnicos de escolas de engenharia do país - ITA, Recife e São Paulo, as
nível superior, demonstrando a perspectiva ambiciosa que tinham os cooperações realizadas, ainda na década de 1950, entre a Escola
idealizadores do projeto. Politécnica e o Departamento Nacional de Estradas e Rodagens
A reunião de fundação dessa escola se deu em 6 de outubro de (DNER), o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS),
1952 e, com exceção de Josemir de Castro, todos os nomes acima
por meio de seu Laboratório de Solos; e, na década de 1960, com as
referidos se fizeram presentes, sendo convidados, por Antônio da
empresas de saneamento do Município e do Estado, a empresa de
Silva Morais, mais dois outros: o general José Oliveira Leite e Vinícius
telefonia (TELINGRA), a empresa de eletricidade do Município, a
Londres da Nóbrega, ambos de João Pessoa. A pretensão era agregar
Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco (CHESF) e os convênios
forças, ampliar o envolvimento da sociedade paraibana com o
projeto. Com um voto contrário - o do general José Oliveira Leite -, foi feitos com instituições estrangeiras7 . As experiências decorrentes

⁵. Cf. Stênio Lopes (s/d); e, Edvaldo Souza do Ó (1991)


⁶. Baseamo-nos nas informações obtidas por meio de Stênio Lopes (op. cit. s/d); Edvaldo de Souza do Ó, no livro "Primeira escola superior de Campina Grande" (s/d); e nos depoimentos obtidos de Antônio da Silva Morais (18/12/2004) e José
Marques de Almeida Junior (25/06/2004).

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Vista aérea do Campus de Campina Grande, 1978.

dessas cooperações fazem parte da memória dos antigos alunos da alunos do quinto para estagiarem permanentemente.
POLI - nome carinhoso pelo qual era chamada essa Escola. Independente de qualquer outro aluno que quisesse
Existia por parte desse grupo de fundadores uma acentuada estagiar o escritório estaria aberto.
vontade de criar, que nos lembra o conceito "vontade de potência" do 8
Era um campo de treinamento para o pessoal de engenharia."
filósofo alemão Nietzsche (1844-1900). Segundo esse pensador,
"vontade de potência" é por natureza o princípio plástico de todas as
avaliações e a força criadora de novos valores; significando ao mesmo
tempo "criar", "dar" e "avaliar". No desejo dos que se preocupavam
A CONCRETIZAÇÃO DE UM SONHO: tornar-se uma
com a superação dos limites, com que se deparava a realidade do referência regional/nacional em ensino
ensino superior na região, bem como nas suas iniciativas nesse
sentido, está presente uma experiência subjetiva marcada pela A Politécnica esteve sob a tutela do Governo do Estado até
vontade de criar, de dar, de realizar, revelada em todos os 1960, quando de sua federalização, por meio de projeto de autoria de
depoimentos por nós obtidos até o momento. Abelardo Jurema, então deputado federal, da base aliada do Governo
Dos fatos mais marcantes dessa memória da Politécnica, um é Juscelino Kubitschek, com o apoio da bancada paraibana no
especialmente reavivado por José Marques de Almeida Júnior. Trata- Congresso e pressionado por membros da elite campinense, os quais
se da construção, por ele coordenada, da sede definitiva da exigiam a federalização, também, da FACE. Esse era um anseio das
Politécnica, em Bodocongó, na qual trabalharam os próprios alunos comunidades acadêmicas da capital e interior do Estado, como
da Escola, orientados por seus professores. também de outros segmentos da sociedade paraibana. A condição de
instituição federal de ensino superior ajudou a superar algumas das
"[...] O doutor Max Liebig era encarregado da construção. dificuldades financeiras decorrentes da condição de instituição de
O doutor Lynaldo Cavalcanti era encarregado dos ensino superior municipal ou estadual, em um Estado pobre como era
cálculos estruturais. Naquela época não havia dinheiro,
a Paraíba.
tudo era difícil. Comecei a instalar o Escritório Técnico de
A repercussão da Escola Politécnica constitui uma das mais
Construção e não tinha dinheiro ... Eu montei o escritório
com doações dessas firmas construtoras, com meus
significativas experiências acadêmicas ocorridas no Estado, sendo o
amigos. Pedia máquina de escrever usada, máquina de respeito e credibilidade acadêmicas alcançados por ela responsáveis
calcular usada..., e montei um ambiente em que pela projeção não somente dos cursos de engenharia dessa
pudéssemos trabalhar e prestar o serviço na construção instituição, como também da bem sucedida experiência multicampi
da Escola. O escritório funcionou maravilhosamente bem, da Universidade Federal da Paraíba. Pudemos constatar nos
(...), nós dávamos doze alunos do quarto ano e dois depoimentos obtidos que era uma honra para os egressos de
engenharia civil e engenharia elétrica terem pertencido à Escola
⁷. O Rural Industry Technical Assistence (R.I.T.A.), em 1964, foi o primeiro de muitos convênios firmados entre a Politécnica e Universidades e entidades estrangeiras.
⁸. Entrevista concedida ao Projeto Memória por José Marques de Almeida Junior, em 25/06/2004. A construção se deu entre os anos de 1959 e 1963 (Cf. Stênio Lopes, s/d, p. 28-36)

32 |
Politécnica da UFPB. E, embora não seja esse o objeto do presente REFERÊNCIAS
texto, podemos afirmar que esse sentimento de pertencimento e
orgulho era compartilhado por todas as unidades de ensino superior
BENEVIDES, Maria Vitória de Mesquita. O Governo Kubitschek:
em Campina Grande.
desenvolvimento econômico e estabilidade política (1956-1961). Rio
Foi fundamental o papel desempenhado pela UFPB na
de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
consolidação do ensino superior no Estado e no desenvolvimento
DIAS, José Luciano Mattos. Engenheiros do Brasil. In: GOMES, Ângela
regional, não obstante as disputas que fazem parte da afirmação
de Castro (coord.). Engenheiros e economistas: novas elites
identitária das cidades de João Pessoa, a capital, e, Campina Grande, a
burocráticas. Rio de Janeiro: FGV, 1994.
maior cidade do interior paraibano, disputas essas muitas vezes
IANI, Otávio. Estado e planejamento econômico no Brasil (1930-1970).
marcadamente provincianas que, seja de um lado, seja de outro,
São Paulo: Civilização Brasileira, 1971.
limitaram a UFPB, por vezes, aos interesses locais de grupos. Assim, LIMEIRA, Maria das Dores; FORMIGA, Zeluíza da Silva. UFPB:
não obstante os interesses eminentemente políticos das elites Implicações Políticas e Sociais de sua História. Textos UFPB-NDIHR,
paraibanas, ou eleitorais de grupos locais, em geral dissonantes com nº 11, João Pessoa, abril de 1986.
as reais necessidades do ensino e da comunidade acadêmica, a LOPES, Stênio. Escola Politécnica de Campina Grande. Uma
expansão da UFPB pelo interior da Paraíba, possibilitando a criação experiência de Desenvolvimento Tecnológico no Nordeste. Campina
de novos Campi, como Campina Grande, Areia, Bananeiras, Cajazeiras, Grande/PB: s/d.
Sousa e Patos e/ou a implantação de novos cursos, a exemplo do MONTENEGRO, Rosilene Dias. Juscelino Kubitschek: mitos e
ocorrido no antigo Campus II de Campina Grande, a UFPB foi mitologias políticas do Brasil moderno. Tese de Doutorado.
fundamental para a consolidação do ensino superior na Paraíba. Para IFCH/UNICAMP, 2001.
esse capítulo da expansão da UFPB contou-se com a contribuição Ó, Edvaldo de Souza. Politécnica: Primeira Escola Superior de
histórica de uma figura impressionante, o senhor Lynaldo Cavalcanti Campina Grande. Campina Grande/PB: Editora Campina Grande Ltda,
de Albuquerque, como é do conhecimento do público.9 1991.
Convidando o leitor ao engajamento na luta pela preservação
de nossas instituições de ensino superior, bem como da memória a ENTREVISTAS
elas relativas, finalizamos esse texto apresentando um trecho do ALMEIDA JUNIOR, José Marques de. 25/06/2004;
testemunho de Adalberto Machado Moita, aluno da segunda turma da MOITA, Adalberto Machado. 28/04/2004;
Escola Politécnica, em entrevista a nós concedida, em (28/04/2004): MORAIS, Antônio da Silva. 18/12/2004.

“Dr. Morais mantinha a escola aberta, simplesmente, 24


horas por dia, domingos e feriados. Nunca fechava. Nunca
fechava! Podia até arrancar a porta da Escola, porque
agora nunca ficava sem ninguém lá, nunca! (...) Tinha vigia
à noite e, mais, tinha aluno lá. Isso era a noite toda. Não
tinha exceção. Então aquilo dava a gente um prazer
enorme, enorme mesmo, porque pra gente era um ponto
de encontro de todo mundo ali. E a gente se divertia até
com isso, então com esse espírito ele [Antônio da Silva
Morais] deixava a escola entregue a gente. Mas entregue
no bom sentido; não era no sentido de depredar, (...), a
gente tinha um cuidado. (...) a gente não estudava em casa
porque morava em pensão sem condição onde estudar; e,
lá, não. A gente pegava uma sala de aula daquelas e ficava
estudando. (...) Dr. Morais achava bom quando chegava lá,
de noite, ou dia de domingo e encontrava a gente lá, e
vibrava. E, com isso, todo mundo gostava da Escola
Politécnica, da saudosa Escola Politécnica, e a gente se
entusiasmava e se orgulhava de ser aluno de lá, mesmo
pessoas que não eram paraibanas, tal como eu, que não
sou paraibano.” Fachada sul do Edifício da Escola Politécnica

⁹. Devido a opção por apresentar a memória da origem da UFPB no Campus II, a partir dos depoimentos coletados, de Campina Grande, e por infelizmente não termos, ainda, conseguido o depoimento do professor Lynaldo Cavalcanti de
Albuquerque, não apresentamos momentos de sua contribuição enquanto administrador da Politécnica e, posteriormente, Reitor da UFPB.

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A UFPB no Século XXI
Lúcio Flávio Vasconcelos
Professor Titular do Departamento de História do CCHLA - UFPB

Introdução Educação Superior e Globalização

A
Refletir sobre o papel da Universidade dentro do processo de
globalização é um processo histórico aparentemente globalização está condicionado, inexoravelmente, a pensar sobre a
irreversível. É difícil precisar exatamente quando ele sociedade, a democracia e os diversos grupos sociais que interagem
começou, mas é consenso que, na virada do século XX para o cotidianamente, com interesses diversos e conflitantes. Segundo o
XXI, ele adquiriu uma grande aceleração. As alterações sociais, professor José Dias Sobrinho: "Uma universidade não está fora,
econômicas, políticas e culturais advindas com a globalização têm separada, mas está dentro da tessitura complexa e contraditória da
causado profundos impactos em todos os países, em diferentes sociedade, em relações de mútuas interatuações.³"
níveis e estágios¹. Nas últimas décadas do século XX, dentro do processo de
A bibliografia sobre o processo de globalização é extensa. aceleração da globalização, ocorreram sensíveis mudanças nopapel
Historiadores, economistas, sociólogos, cientistas políticos, atribuído às universidades, principalmente às instituições públicas
educadores e antropólogos vêm discutindo exaustivamente o tema de ensino. Essas alterações estão dentro de um contexto mais amplo
nos últimos 30 anos, com o objetivo de tentar explicar todas as de internacionalização da educação superior. As novas exigências
implicações decorrentes desse intenso intercâmbio de mercadorias e estão associadas diretamente ao incremento da produção do
ideias. Como o processo ainda está em curso e alcançando uma conhecimento, tecnologias e inovações que ampliem as
velocidade cada vez maior, seus aspectos se tornam mais complexos características competitivas das empresas e do país, nos âmbitos
e difusos. internacional, nacional, regional e local⁴.
Ao mesmo tempo em que a globalização aproxima as A partir da década de 1990, teve início o processo de discussão
sociedades via internet e redes sociais, rompendo barreiras culturais do papel das universidades públicas brasileiras diante das demandas
e dinamizando a troca de informações pelas infovias, também tem de um mercado capitalista cada vez mais mundializado e competitivo.
gerado uma forte onda nacionalista, movimentos de intolerância O discurso hegemônico passa a ser que o ensino superior brasileiro
religiosa e ações xenófobas em todos os continentes. O processo de estava sofrendo uma profunda crise na sua relação com a sociedade,
globalização é dialético, permeado de grandes contradições e precisando se adaptar às novas finalidades em que a ciência, o
incomensuráveis consequencias. conhecimento e a inovação tecnológica têm que ser entendidos como
Para o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, em estratégicos para a competividade e produtividade do país.
seu artigo Os Processos de Globalização, o princípio norteador dessa Em 1994, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi eleito
nova fase da humanidade é o neoliberalismo, conjunto de diretrizes presidente do Brasil, derrotando Lula (PT) já no primeiro turno.
econômicas, sociais e políticas gestadas nos países capitalistas mais Sociólogo, professor da USP e senador pelo estado de São Paulo, FHC
desenvolvidos, notadamente Estados Unidos da América. Essa nova havia sido ministro da Fazenda do governo Itamar e responsável pela
política internacional foi denominada "Consenso de Washington". implantação do Plano Real, programa econômico exitoso de controle
De acordo com Boaventura, "[...] estamos perante um da inflação. Defensor de uma agenda neoliberal, FHC havia formado
fenômeno multifacetado com dimensões econômicas, sociais, uma aliança política com setores empresariais que almejavam
políticas, culturais, religiosas e jurídicas interligadas de modo implantar no país um projeto de privatizações das estatais visando à
complexo²." Ainda segundo Boaventura, o processo de globalização diminuição do papel do Estado na sociedade⁵.
não é consensual e, dentro do próprio grupo hegemônico, apresenta Tomando como referência estudos desenvolvidos pelo Banco
contradições e fissuras, características do próprio sistema capitalista. Mundial (BM), Organização das Nações Unidas para a Educação, a

¹GENTILI, Pablo (Org.). Globalização excludente: desigualdade, exclusão e democracia na nova ordem mundial. Petrópolis, RJ: Vozes; Buenos Aires: CLACSO, 2000.
²SANTOS, Boa Ventura de Sousa (Org.). A globalização e as ciências sociais. São Paulo: Cortez, 2005, p. 26.
³SOBRINHO, José Dias. "Educação superior, globalização e democratização. Qual Universidade". Revista Brasileira de Educação. Jan/Fev/Mar/Abr 2005, Nº 28, p. 164.
⁴FERREIRA, Suely e OLIVEIRA, João Ferreira. "As reformas da educação superior no Brasil e na União Europeia e os novos papéis das universidades públicas". Revista Nuances: estudos sobre a educação. Ano XVII, v. 17, n. 18, p.50-67, jan/dez. 2010.
⁵JÚNIOR, José Carlos Martines Baleiro. "Notas de Análises sobre a Era FHC (1994-2002)". Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPR. S/D.

34 |
Ciência e a Cultura (UNESCO), Organização para a Cooperação e tornou-se referência para os setores políticos que almejavam a
Desenvolvimento Econômico (OCDE), e as discussões que culminaram implantação do projeto neoliberal na educação superior pública
no Acordo de Bolonha, o governo FHC (1995-2002) deu início ao brasileira.
processo de reformulação do ensino superior público no Brasil. Em 2002, Luís Inácio Lula da Silva (PT) ganhou a eleição
Os principais eixos norteadores dessas diretrizes primavam presidencial. Líder sindical, fundador do Partido dos Trabalhadores,
pela: a) maior articulação entre os sistemas educativos e o setor Lula havia se candidatado à presidência do Brasil em 1989, 1994 e
produtivo; b) expansão e absorção de um número crescente de 1998, sendo derrotado em todas as eleições. Crítico do programa de
alunos; c) racionalização na utilização de recursos públicos e reformas neoliberais implantado no país por FHC, Lula defendia uma
prestação de contas; d) adoção de gestão estratégica e de gestores política desenvolvimentista, tendo o Estado como principal
empreendedores para as universidades; e) diferenciação hierárquica articulador e indutor do crescimento econômico⁷.
entre Instituições de Ensino Superior (IES); f) diversificação das Apesar de diferentes discursos quanto às estratégias de
fontes de financiamento; g) expansão dos cursos e vagas via desenvolvimento econômico e social, Lula manteve os mesmos
crescimento dos IES privados; h) reorganização e flexibilização princípios macroeconômicos implantados ao longo do governo FHC.
curricular, tendo em vista a adoção dos chamados currículos por O sistema de metas de inflação, superávits primários e câmbio
competências⁶. flutuante foram as diretrizes econômicas mantidas pelo governo do
Durante o governo de FHC, ocorreram mudanças significativas PT. Além disso, o programa de privatizações do governo anterior,
com relação às universidades. Diante da pressão do mercado e duramente criticado por Lula durante a campanha eleitoral, não foi
tomando como referência as diretrizes dos organismos revertido.
internacionais já citados, FHC estabeleceu como prioridade Nos governos FHC e Lula, os objetivos para a educação
mudanças na legislação educacional, redução significativa no superior convergiram em muitos pontos. Tanto as diretrizes
financiamento das universidades federais, diminuição na autonomia apresentadas pelo Banco Mundial, principalmente no documento La
universitária, incentivo à diversificação das fontes de financiamento, enseña superior (1994), quanto a Declaração de Bolonha (1999),
parcerias com o setor industrial, suspensão de contratação de serviram como referenciais para os dois governos. Nas propostas de
professores e técnicos, expansão do acesso ao ensino superior ambos, as universidades deveriam contribuir para o desenvolvi-
mediante o incremento de vagas no setor privado e implantação do mento econômico do país, ao mesmo tempo em que promoviam a
exame de avaliação do ensino superior (provão). inserção do Brasil no processo de globalização produtiva. Sendo
Na gestão do professor Jader Nunes de Oliveira à frente da assim, o sistema universitário brasileiro deveria ampliar o número de
UFPB (1996-2004), a universidade passou por um longo período de estudantes, aumentar a relação aluno/docente, diminuir as taxas de
dificuldades. Sem verba para expansão e contando com poucos reprovação e abandono e adaptar os cursos e currículos às demandas
recursos para manutenção, além de estar proibida de contratar da sociedade.
professores efetivos, a UFPB teve a infraestrutura deteriorada, os A política de expansão das vagas do ensino superior
laboratórios sucateados, as bibliotecas defasadas e uma significativa implantada nos governos FHC e Lula alcançou o objetivo proposto. Em
diminuição na produção científica, prejudicada pela falta de apoio do 1995, o Brasil contava com cerca de um milhão e setecentos mil
governo federal. estudantes universitários. Já em 2010, o número passou a ser de seis
milhões e trezentos mil⁸.
Ensino Superior no Governo Lula (2003-2010) Em 2003, no primeiro ano do governo Lula, o Banco Mundial
lançou o documento intitulado Construir Sociedades del
Em 1999, foi assinada a Declaração de Bolonha, inicialmente Conocimiento. Ao longo das suas 244 páginas, os técnicos do BM
subscrita por 29 países europeus. A partir dessa data, ocorreu um reiteram as teses que norteiam o documento de 1994: "Desde la
forte processo que culminou numa série de diretrizes para o ensino publicación del estúdio em 1994, el conocimiento se há convertido,
superior semelhantes para serem implantadas por todas as nações más que nunca, em um fator primário de producción em todo el
europeias. espectro de economia mundial.⁹" A ênfase maior na educação
Implantação de um sistema de ensino que estabelece uma continuava sendo a preparação de mão de obra para um mercado
forte hierarquização das Instituições de Ensino Superior, incremento mundial cada vez mais competitivo.
do financiamento privado, parceria com o setor produtivo e modelo O governo Lula enfrentou o problema da expansão de vagas
gerencial de administração das universidades são os principais no ensino superior de maneira diferenciada do governo FHC. Mas não
pontos contido no processo desencadeado com a Declaração de houve um redirecionamento total na política educacional. Enquanto
Bolonha. o governo FHC decidiu expandir o quantitativo de vagas
Essas foram algumas das mudanças colocadas em prática no exclusivamente mediante o incentivo às universidades e faculdades
espaço europeu de ensino superior (EEES) para tornar a Europa mais particulares, o governo Lula passou a apoiar, com bastante ênfase, o
competitiva no mercado internacional. A Declaração de Bolonha

⁶FERREIRA, Suely e OLIVEIRA, João Ferreira. "As reformas da educação superior no Brasil e na União Europeia e os novos papéis das universidades públicas". Revista Nuances: estudos sobre a educação. Ano XVII, v. 17, n. 18, jan/dez. 2010. p. 54.
⁷SUELY, Ferreira. "As políticas de expansão para a educação superior dos governos do Partido dos Trabalhadores (2003-2016): inclusão e democratização". Revista de Educação Unisinos. 23 (2), abril-junho, 2019, 258.
⁸Aguiar,Vilma. "Um balanço das políticas do governo Lula para a educação superior: continuidade e ruptura". Rev. Sociol. Polit. vol.24 no.57 Curitiba Mar. 2016. p. 113.
⁹Banco Mundial de Reconstrucción y Fomento/Banco Mundial."Construir Sociedad del Conocimiento: Nuevos desafios para la educación terciária." Washington, DC. 2003, p. X.

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setor público. O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE/2007)
teve, como principal objetivo, expansão no número de vagas na rede
federal, mas sem excluir a rede privada.
Durante os governos Lula e Dilma foram criadas várias
universidades federais e Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia (IFs) e consolidada a expansão de muitos outros mediante
programas específicos. As universidades federais e os Institutos
Federais de Educação voltaram a contratar maciçamente professores
e técnicos para preencher as vagas existentes e atender a demanda
crescente de novos cursos. Ao total, foram estabelecidas 18 novas
universidades federais, 173 campi universitários e 38 institutos
Federais de Educação.¹⁰
Para assegurar a expansão das vagas das IFES, o governo Lula
criou o Programa de Apoio e Planos de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (Reuni); o Programa Nacional de
Assistência Estudantil (PNAES); estabeleceu a Universidade Aberta do
Brasil (UAB) para incrementar o ensino a distância de cursos de
Pró-Reitora de Extensão, Lúcia Guerra; Reitor Rômulo Polari e a Vice-Reitora Yara Matos
cortam a fita da Exposição UFPB 50 ANOS
graduação e pós-graduação em diversas áreas; implantou
distribuição de bolsas para alunos em universidades e faculdades
privadas, o Programa Universidade para Todos (ProUni) e do
Programa de Financiamento Estudantil (Fies).
O Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação das
Universidades Federais (Reuni), desenvolvido a partir de 2007, seguiu
as diretrizes propostas pelo Banco Mundial, pois preconizava que as
universidades teriam que: 1) cumprir metas de desempenho para
receber aumento nos recursos; 2) reduzir a evasão escolar; 3)
incrementar as taxas de conclusão dos estudantes; 4) ampliar a
proporção estudante/professor; 5) reduzir as vagas ociosas; 6)
expandir novas vagas; 7) revisar a estrutura curricular para adaptação
às novas demandas do mercado; 8) estabelecer contrato de gestão
mediante cumprimento de metas.

¹⁰Ministério da Educação."A democratização e expansão da educação superior no país (2003-2014)". 2015.

Criação do CCTA

Centro de Arte e Cultura, inicio das obras Vistoria das obras da Escola de Música

36 |
Gestão Rômulo Polari (2004-2012) formação, Dilma havia atuado na guerrilha urbana na década de 1960,
sendo presa e torturada por agentes da ditadura. Durante o governo
Rômulo Soares Polari assumiu a reitoria da Universidade Lula, ela havia sido ministra das Minas e Energia e, em seguida,
Federal da Paraíba em 11 de outubro de 2004. Economista, mestre em assumiu o Ministério da Casa Civil. Mesmo só tendo se filiado ao
engenharia de produção e professor do Departamento de Economia Partido dos Trabalhadores em 2001, Dilma foi escolhida para suceder
desde 1974, Rômulo Polari foi coordenador do Mestrado em Economia Lula na presidência do Brasil.
(1980-85), diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (1993-96) e Ao assumir o governo, a partir de 1º de janeiro de 2011, Dilma
pró-reitor de planejamento da UFPB entre 1996 e 2004. Rousseff deu continuidade ao processo de expansão das
No ano de 2002, quando Polari era Pró-reitor de universidades federais e institutos federais, como também à criação
Planejamento, a Universidade Federal da Paraíba passou por uma de novas vagas no ensino superior, processo iniciado no governo Lula.
profunda modificação. Naquele ano, a instituição foi desmembrada, No primeiro ano de governo, Dilma anunciou a construção de
formando assim duas novas universidades: a UFPB e a UFCG. 4 novas universidades federais, 47 novos campi universitários e 208
A UFPB, com sede em João Pessoa, passou a ser constituída novos campi dos institutos federais. Além disso, foi formulado e
por três campi (João Pessoa, Areia, Bananeiras) e a UFCG, com sede em implantado o programa Ciência Sem Fronteiras, com o objetivo
Campina Grande, com quatro campi (Campina Grande, Patos, Sousa e estimular a mobilidade de pesquisadores, professores e estudantes
Cajazeiras). para estágios em universidades estrangeiras.¹²
Dessa maneira, Polari assumiu uma universidade menor, mas Segundo o documento do Ministério da Educação, o programa
com muitos desafios acadêmicos e, principalmente, com problemas Ciência Sem Fronteiras tinha como objetivos:
de infraestrutura, em decorrência da falta de investimentos durante o
governo FHC. Avançar ciência, tecnologia, inovação e competitividade
No final de 2005, Polari formulou a proposta de implantação industrial através da expansão da mobilidade
de um novo campus da UFPB, no Litoral Norte do estado da Paraíba, internacional; Aumentar a presença de estudantes e
compreendendo os municípios de Rio Tinto e Mamanguape. Com a pesquisadores brasileiros em instituições de excelência
nomenclatura de Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE), o no exterior; Promover maior internacionalização das
universidades brasileiras; Aumentar o conhecimento
novo campus foi aprovado, por decisão do Conselho Universitário
inovador do pessoal das indústrias brasileiras; Atrair
(CONSUNI), através da Resolução 05/2006.
jovens talentos e pesquisadores altamente qualificados
Dentro da política de expansão proposta pelo reitorado para trabalhar no Brasil.¹³
Polari, foi criado, no ano de 2007, o Centro de Ciências Médicas (CCM),
desmembrando o curso de medicina dos demais cursos da área de Em 2011, a gestão Polari continuou com o processo de
saúde que integravam o Centro de Ciências da Saúde (CCS). Nesse expansão da UFPB. Foram estruturados o Centro de Informática (CI), o
mesmo ano, a UFPB teve seu plano Reuni aprovado. Sendo assim, a Centro de Energias e Alternativas Renováveis (CEAR), o Centro de
partir de 2007, a UFPB ingressou num período de expansão mediante Biotecnologia da UFPB (CBiotec), o Centro de Comunicação, Turismo e
a criação de vários novos centros.¹¹ Artes (CCTA), o campus V (Lynaldo Cavalcanti) e o Instituto UFPB de
No ano de 2009, foi criado o Centro de Tecnologia e Desenvolvimento da Paraíba (IDEP-UFPB).
Desenvolvimento Regional (CTDR). Em 2010, a reitoria e o Hospital Internamente, a reitoria também criou órgãos no sentido de
Universitário Lauro Wanderley (HULW) elaboraram o Plano de dar mais celeridade e racionalidade ao desempenho administrativo e
Reestruturação do Hospital (REHUF-HULW). Foi feito o diagnóstico ampliar o atendimento aos docentes, técnicos administrativos e
situacional da infraestrutura física, tecnológica e de recursos discentes da instituição. No ano de 2010, foram formalizadas a Pró-
humanos, identificando as necessidades de reestruturação da Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) e a Pró-Reitoria de
infraestrutura tecnológica e física, como também análise do impacto Assistência e Promoção ao Estudante (PRAPE).
financeiro previsto para desenvolvimento das ações de As ações implantadas na UFPB, principalmente após a adesão
reestruturação do hospital. Além disso, foi realizado um diagnóstico ao Programa Reuni, possibilitaram uma expansão significativa no
da situação de recursos humanos e proposto um cronograma para número de vagas para estudantes de graduação e pós-graduação. No
implantação do Plano de Reestruturação, estabelecendo um vínculo último relatório de gestão do professor Polari, pulicado em março de
de desenvolvimento de atividades e metas. 2012, a UFPB contava com 41.932 alunos matriculados, sendo 29.441 na
Graduação Presencial, 7.022 na Graduação a Distância e 5.469 na Pós-
Governo Dilma Rousseff (2011 - 2016) Graduação, destes últimos, 3.287 stricto sensu e 2.182 lato sensu.¹⁴
Naquele ano, o corpo docente da instituição era formado por
Em 2010, os brasileiros elegeram, pela primeira vez, uma 2.239 professores, sendo 2.142 efetivos, 96 substitutos e 1 visitante. Do
mulher para presidir o país, Dilma Vana Rousseff (PT). Economista de total de docentes efetivos, 1.290 tinham doutorado, 717 eram mestres,

¹⁰Ministério da Educação."A democratização e expansão da educação superior no país (2003-2014)". 2015.


¹¹Relatório de Gestão da UFPB. Março de 2012. pp. 12-13.
¹²SUELY, Ferreira. "Reformas na Educação Superior: de FHC a Dilma Rousseff". Revista Linhas Críticas, Brasília, DF, n. 36, maio/ago. 2012, p. 466.
¹³BRASIL. Ministério da Educação. Expansão da educação superior e profissional e tecnológica: mais formação e oportunidades para os brasileiros, 2011a. Disponível em: http://portal.
mec.gov.br/expansao/images/APRESENTACAO_EXPANSAO_EDUCACAO_SUPERIOR14. pdf.
¹⁴Relatório de Gestão da UFPB. Março de 2012. p. 7.

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88 especialistas e 47 graduados. 120 servidores eram docentes do 1º e
2º graus. Os servidores técnicos administrativos somavam 2.670 do
quadro efetivo, sendo 223 de apoio, 1.738 de nível médio e 709 de nível
superior.¹⁵
A graduação contava com 130 cursos, sendo 123 presenciais e 7
na modalidade ensino a distância. A pós-graduação tinha 91 cursos,
16 deles de Especialização, 47 de Mestrado Acadêmico, 2 de Mestrado
Profissionalizante e 26 de Doutorados. A UFPB também contava com 2
Escolas de Ensino Médio e Profissionalizantes: Escola Técnica de
Saúde (CCS) e Colégio Agrícola Vidal de Negreiros (CCHSA). Em 2012, a
UFPB realizava 391 atividades de extensão, envolvendo 1.184
professores e 1.417 estudantes.¹⁶
Quanto à produção acadêmica, a UFPB possuía 352 grupos e
2.152 linhas de pesquisa, envolvendo 2.741 alunos em projetos do
programa stricto sensu. Com a produção de 1.998 trabalhos
completos publicados em periódicos, 555 dissertações de mestrado e
164 teses de doutorado defendidas. Publicação de 958 livros, 941
resumos apresentados, 2.075 produções técnicas e 70 produções Reitora Margareth Diniz inaugura Laboratorio para Testagem do COVID-19
artísticas.¹⁷
A rápida expansão da UFPB durante a gestão do professor
Polari, em decorrência do plano REUNI, enfrentou alguns problemas,
reconhecidos pela própria administração superior, principalmente
quanto à construção e estruturação do novo campus V, situado em
Mamanguape e Rio Tinto. De acordo com o último relatório,
apresentado em 2012, "O stress pela intensificação do trabalho
(aumentando o risco de equívocos/falhas administrativas) e o
avançado tempo de serviço da maior parte dos servidores [...]
associam-se a uma organização acadêmica-administrativa que ainda
não atende as novas demandas, na qualidade e no volume
requerido."¹⁸
Além disso, algumas obras iniciadas com recursos do
Reuninão foram concluídas, por falta de recursos ou problemas
administrativos, a exemplo do Centro de Arte e Cultura, obra
abandonada no campus I, em João Pessoa, trazendo grande prejuízo
para a comunidade acadêmica e prejuízo ao erário público federal.

Gestão Margareth Diniz (2012-2020)

Margareth de Fátima Formiga de Melo Diniz assumiu a reitoria V-Libras, projeto de pesquisa inovador do CI-LAVID
da UFPB em 2012, sendo a primeira mulher a ser eleita para o cargo
máximo da instituição. Graduada em Farmácia e Medicina (UFPB),
Mestre e Doutora em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos (UFPB), Os primeiros anos do governo Dilma Rousseff ocorreram em
pós-doutora em Biotecnologia (UECE) e professora do Departamento meio a uma crise econômica mundial. Queda internacional no preço
de Farmácia desde 1984, Margareth Diniz foi diretora técnica do do petróleo, desaceleração da economia chinesa e crise nos países da
Hospital Universitário Lauro Wanderley (1996-2005) e diretora do União Europeia tiveram fortes reflexos na economia brasileira.
Centro de Ciências da Saúde (CCS), entre os anos 2005 e 2012. O projeto desenvolvimentista de Lula, que teve continuidade
Durante o primeiro mandato da presidente Dilma, foi tomada no governo Dilma, voltado para promover o crescimento econômico
uma importante medida que envolveu diretamente as universidades com valorização do salário mínimo e inclusão social, começou a ser
federais. Na tentativa de incorporar os setores sociais mais carentes ameaçado por uma forte crise fiscal. Mesmo assim, Dilma Rousseff
ao ensino superior, o governo Dilma instituiu, em 2012, a Lei de Cotas. continuou com as mesmas diretrizes traçadas para a expansão do
Essa lei estabeleceu que o sistema federal de ensino superior ensino superior brasileiro.
reservasse 50% das matrículas para estudantes do ensino médio
público, cujas famílias tenham uma renda igual ou inferior a 1,5
salário-mínimoper capita. Com essa medida, a UFPB passou a ter ¹⁵Idem.
estudantes carentes que até então não tinham acesso ao ensino ¹⁶Idem.
¹⁷Idem, p. 8.
superior. ¹⁸Relatório de Gestão da UFPB. Março de 2012. p. 35.

38 |
No segundo relatório de gestão, relativo ao ano de 2013 e
datado de março de 2014, a reitora Margareth Formiga apresentou a
UFPB com as seguintes características: 45.067 alunos matriculados,
sendo 32.829 na Graduação Presencial, 6.776 na Graduação a Distância
e 5.462 na Pós-Graduação.Destes últimos, 3.754 stricto sensu e 1.708
lato sensu.¹⁹
O corpo docente era formado por 2.453 professores, sendo
2.380 efetivos, 71 substitutos e 2 visitantes. Do total de docentes
efetivos, 1.587 eram doutores, 683 mestres, 80 especialistas e 30
graduados. Com 115 docentes de 1º e 2º graus. O quadro de técnicos
administrativos era composto da seguinte forma: 2.739 do quadro
efetivo, sendo 202 de apoio, 1.823 de nível médio, 714 de nível
superior, além de 1.044 terceirizados.²⁰
A Graduação contava com 139 cursos, sendo 130 presenciais e
09 a distância. A Pós-Graduação tinha 106 Cursos, sendo 15 de
Especialização, 52 de Mestrado Acadêmico, 05 de Mestrado
Profissionalizante e 34 de Doutorado. Foram registradas 431
Glorinha Gadelha, Reitora Margareth Diniz e o Governador João Azevedo, discutem Memorial Sivuca atividades de extensão, envolvendo 1.315 professores, 2.751 discentes
e 228 técnicos administrativos. ²¹
A produção acadêmica apresentou os seguintes números: 353
grupos e 1.367 linhas de pesquisa, que envolveram 1.476
pesquisadores, sendo 2.092 estudantes e 308 técnicos adminis-
trativos. Os resultados foram os seguintes: apresentação de trabalho
(1.586), artes visuais (16), artigos em jornal ou revista (116), artigos em
periódicos (2593), cursos de curta duração (251), desenvolvimento de
aplicativos (5), desenvolvimento de material didático e instrucional
(31), desenvolvimento de produto(39), desenvolvimento de técnicas
(8), editoria (80 Livros), maquete (1), música(17), Organização de
eventos (299), outras produções culturais (5), outros (258), programas
de rádio ou TV (116), relatórios de pesquisa (91), serviços técnicos
(654), trabalhos publicados em Anais (2.885), traduções(28).²²
Várias ações foram implementadas na UFPB a partir de 2012.
Podemos destacar, no âmbito da graduação, a instalação do Fórum de
Coordenadores e criação do Fórum de Assessores de Graduação.
Essas duas instâncias tinham o objetivo de discutir e estabelecer
políticas acadêmicas que estimulassem o acolhimento, a
permanência e a conclusão dos cursos dos estudantes, evitando a
retenção e a evasão.
Também foi implantado o Programa de Melhoria da Educação
Básica (PROMEB), com a finalidade de implantar uma política
acadêmica que envolva a educação superior com o Ensino Médio,
Ensino Fundamental e Educação Infantil, promovendo assim a
integração de todos os níveis educacionais na esfera universitária.
Houve a implantação do instrumento de avaliação do corpo
docente pelos discentes, com o objetivo de estabelecer parâmetros
para mensurar o desempenho dos professores e dos estudantes, de
forma a efetivar um acompanhamento sistemático das atividades
acadêmicas, no sentido de que as partes possam compartilhar as
aspirações, dificuldades e propor conjuntamente soluções.

¹⁹Relatório de Gestão UFPB. Março de 2014, p. 12.


²⁰Idem.
²¹Idem.
²²Idem, p.13.

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Em 2013, foi criado o Comitê Gestor de Formação Continuada cursos de mestrado e doutorado. Em 2016, o quantitativo havia
da UFPB. Seu objetivo era organizar e gerenciar a formação de subido para 4.730. No mesmo período, o índice de pós-graduandos
profissionais da educação da rede pública do estado e dos que obtiveram o título foi de 897 em 2012 e 1.146 em 2016.
municípios da Paraíba, vinculados à União Nacional dos Dirigentes A produção científica da UFPB também cresceu entre os anos
Municipais de Educação (UNDIME). Essa formação foi financiada pela de 2012 e 2016. Tomando como referência as bases acadêmicas de
Secretaria de Educação Básica (SEB) e a Secretaria de Inclusão dados Scopus e a Web of Science, em 2012, a comunidade universitária
(SECADI) do MEC. tinha registrado 1017 trabalhos na Scopus e 706 na Web of Science. Em
Outra importante ação da reitoria, através da Pró-Reitoria de 2013, foram 1147 na Scopus e 741 na Web of Science. Em 2014, a Scopus
Graduação, e de forte impacto no corpo discente, foi o incremento no apresentava 1310 e a Web of Science 838. Em 2015, a Scopus registrava
número de bolsas e aumento no valor pago nas bolsas do PROLICEN 1351 e a Web of Science 1085. Em 2016, a Scopus tinha 1376 e a Web of
(Programa de Apoio às Licenciaturas), da Monitoria e do Estágio, Science 1181.²⁵
equiparando-as às bolsas do PIBIC. Uma das principais medidas no campo tecnológico foi a
Na Pós-Graduação, foram criados três cursos de mestrado criação da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (INOVA) em 2013.
(Energias Renováveis, Modelagem Matemática e Computacional e Sendo órgão suplementar da universidade, tem como objetivo
Economia do Setor Público) e três de doutorado (Engenharia Civil e planejar, coordenar e controlar todas as atividades de inovação
Ambiental, Arquitetura e Urbanismo e Ciência da Nutrição). tecnológica, como incubação de empresa de base tecnológica,
Em 2014,a presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita em propriedade intelectual, transferência e licenciamento de
segundo turno. Mesmo sob o lema Pátria Educadora, o governo Dilma tecnologias mantidas pela UFPB. Com a estruturação da INOVA, a
iniciou o segundo mandato com um profundo corte no orçamento da universidade deu um salto qualitativo no registro de patentes, como
União. Todos os ministérios foram afetados. Mas a redução mais será apresentado mais na frente.
drástica atingiu a educação. O MEC, sob o comando do ministro Cid Em 2016, as crises política e econômica se agudizaram no
Gomes, teve seu orçamento reduzido em 7 bilhões de reais nos 4 anos Brasil. Nesse ano, o país vivenciava uma recessão que vinha se
seguintes, atingindo principalmente as universidades federais. agravando desde 2014. Em 2015, a economia havia encolhido 3,5% e o
A partir de 2015, com o corte anunciado pelo governo federal, desemprego atingira o patamar de 9,6% da população²⁶. No início de
a UFPB teve sua verba para investimento drasticamente reduzida, 2016, os índices econômicos apontavam para um agravamento da
processo que já vinha ocorrendo nos anos anteriores. Em 2012, recessão e aumento do desemprego. Somado a isso, as denúncias de
segundo ano do primeiro mandado de Dilma Rousseff, a reitoria havia corrupção trazidas à tona pela operação Lava-Jato ampliaram o clima
recebido o montante de 62.027.677 milhões para investimento. Em de oposição ao governo Dilma e, consequentemente, ocorreram
2016, essa verba atingiu 32.492.091 milhões, um corte de quase 50%.²³ várias manifestações contra a presidente em todo o país.
O Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação das Em dezembro de 2015, Eduardo Cunha (PMDB), presidente da
Universidades Federais (Reuni), que havia sido desenvolvido a partir Câmara Federal, havia aceitado o pedido de Impeachment contra a
de 2007, já havia sido extinto em dezembro de 2012. Com a diminuição presidente Dilma Rousseff, sob o argumento de que ela tinha
paulatina na verba de investimento, a UFPB foi obrigada a restringir o cometido crime de responsabilidade fiscal. Durante o primeiro
plano de expansão para assegurar o pleno funcionamento das semestre de 2016, a crise econômica se agravou. Em 12 de maio, o
unidades acadêmicas já existentes. Senado afastou a presidente por um período de 180 dias. Em 31 de
Mesmo enfrentando dificuldade orçamentária, a UFPB, agosto de 2016, Dilma Rousseff foi retirada definitivamente do cargo.
durante a primeira gestão do reitorado Margareth, criou 5 novos No mesmo dia, Michel Temer (PMDB), assumiu a presidência
cursos de graduação: Administração Pública (presencial - 70 vagas - do país. A prioridade do governo Temer, que contava com ampla
Campus I), Letras Língua Espanhola (EAD - 1200 vagas - Campus IV), maioria no Congresso Nacional, era limitar mais ainda os gastos
Letras Língua Espanhola (EAD - 1200 vagas - Campus IV). Dança públicos. Sua primeira medida foi encaminhar uma proposta de
(presencial - 30 vagas - Campus I) e Gestão Pública (presencial - 100 emenda constitucional, a PEC 241, que congelava as despesas do
vagas - Campus I). Governo Federal, corrigidas pela inflação, por um prazo de até 20
Em consequência da redução nas verbas de investimento por anos. Aprovada tanto na Câmara Federal quanto no Senado, a emenda
parte do governo federal, houve uma diminuição no número de constitucional que criou o teto para os gastos públicos passou a
alunos matriculados. Somados os estudantes presenciais e os vigorar no ano seguinte, e só iria atingir os orçamentos da educação e
inscritos em EAD, temos em 2012, o número de 38.239 alunos e, em da saúde a partir de 2018.
2016, 32.991 estudantes. Enquanto isso, o número de diplomados Mas o presidente Temer queria diminuir imediatamente o
aumentou significativamente. Em 2012, foram 2.947 e, em 2016, repasse de recursos para a educação. Em 10 de outubro de 2016, o
totalizaram 3.984.²⁴ Ministério da Educação, sob o comando do deputado federal José
Quanto ao número de alunos na pós-graduação, houve Mendonça Filho (DEM), havia baixado a Portaria Normativa nº 20, que
crescimento expressivo. Em 2012, foram 3.433 matriculados nos tratava da redução de vagas para as universidades federais. Na

²³A UFPB em números. PROPLAN. 2012-2019. 11 de abril de 2020, p.5.


²⁴Idem, p. 10.
²⁵Idem, p. 18.
²⁶UOL - Economia. 25/11/2016.

40 |
mesma portaria, o MEC reduziu em torno de 20% as verbas para as conhecimento e troca de experiências implementada pela UFPB, no
IFES para o ano de 2017. A política de sucateamento do ensino público contexto da globalização que interliga todos os continentes.
superior ganhou novo impulso no governo Temer. Outra relevante para a comunidade acadêmica da UFPB foi a
A professora Margareth Diniz foi reeleita em 27 de abril de iniciativa em desencadear o processo da Estatuinte. Planejado e
2016, com 53,8% dos votos. Em novembro do mesmo ano, foi conduzido pela Pró-reitoria de Planejamento, a reforma do estatuto
reempossada para exercer o cargo de reitora até 2020. Durante o da universidade visa a modernização, racionalização e
segundo mandato, mesmo enfrentando dificuldade orçamentária, democratização de todas as instâncias administrativas da UFPB. Com
Margareth deu continuidade ao processo de estruturação dos cursos ampla participação dos três segmentos da universidade (docentes,
existentes e expansão da graduação. discentes e corpo técnico-administrativo) nas discussões e
Em 2017, o orçamento para investimento foi de 34.418.127 elaboração de propostas, a UFPB altera seu estatuto para adequar-se
milhões. No ano de 2018, caiu para 9.453.632 milhões e, em 2019, às novas exigências de um ensino superior inclusivo e de qualidade
baixou para 7.088.632 milhões²⁷. Mesmo com a redução no repasse no terceiro milênio.
das verbas, a UFPB criou, nesse período, três novos cursos.
Biomedicina (60 vagas - Campus I). Administração (80 vagas - Campus Considerações finais
IV) e Ciências de Dados e Inteligência Artificial (60 vagas - Campus I).
Todos na modalidade presencial. Nas duas primeiras décadas do século XXI, a Universidade
Na eleição presidencial ocorrida em 2018, Jair Messias Federal da Paraíba passou por profundas transformações. Criada em
Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente do Brasil em segundo turno, no 1955, a UFPB tem contribuído, ao longo da sua história, para o
dia 28 de outubro. Ele obteve 55,13% dos votos, contra Fernando desenvolvimento local, regional e nacional. Através de seus cursos de
Haddad (PT), que teve 44, 87% dos votos. Ex-capitão do Exército, Jair graduação, pós-graduação, produção científica, ações de extensão e
Bolsonaro foi deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro durante atividades culturais, a universidade tem formado profissionais
26 anos e consagrou-se nas urnas prometendo combater a corrupção, qualificados para o mercado de trabalho e atuação na gestão das
flexibilizar o porte de armas, acabar com "ideologia de gênero" e diversas esferas públicas.
retomar o crescimento econômico com o receituário neoliberal Nos últimos 20 anos, os desafios enfrentados pela UFPB no
proposto pelo economista Paulo Guedes. Nos primeiros 18 meses do seu processo de expansão e consolidaçãoforam enormes. Contando
seu governo, o MEC foi ocupado por quatro ministros diferentes. com um corpo docente e técnico administrativo altamente
A partir do segundo mandato da reitora Margareth Diniz, a qualificado, muitos deles oriundos de diversas partes do país e
UFPB ampliou sua capilaridade na Paraíba e expandiu suas ações alguns até mesmo do exterior, a UFPB tem se destacado nos cenários
para outros estados da região. Em 2019, a universidade estava regional e nacional. O processo de globalização e maior dinâmica
presente em 35 municípios do estado, sendo 29 deles na modalidade regional tem atraído estudantes das mais variadas regiões do Brasil e
EAD. Também atuava em mais 4 estados do Nordeste: Pernambuco (1 do planeta para os seus vários campi.
unidade), Rio Grande do Norte (5 unidades), Ceará (1 unidade) e Bahia No ano de 2019, a UFPB contava com 2.606 docentes (81% com
(5 unidades). doutorado), 3.264 técnicos administrativos (16% com mestrado),
Em termos de produção acadêmica, a UFPB continuou 30.385 alunos de graduação e 5.937 estudantes de pós-graduação. A
ampliando sua participação em publicações nacionais e universidade possuía 124 cursos de graduação (75% com conceito
internacionais. De acordo com os índices existentes nas bases de MEC igual ou superior a 4) e 112 de pós-graduação, (72% conceito
dados, em 2017 a Scopus registrou 1477 e a Web of Science 1254. Em Capes igual ou superior a 4).³⁰
2018, a Scopus apontou 1603 e a Web of Science 1252. Em 2019, a Scopus As diversas crises e ameaças de ordem econômica, política e
indicou 1662 e a Web of Science 1347.²⁸ social que têm assolado o Brasil nos últimos anos não foram
Através da Agência de Inovação Tecnológica (INOVA), órgão suficientes para redirecionar as diretrizes que norteiam a UFPB ao
suplementar da reitoria, a UFPB atingiu o 1º lugar no ranking de longo da sua existência. A sua política de inclusão social, ampliação
depósitos de patentes no Brasil do Instituto Nacional da Propriedade democrática nas esferas decisórias e maior integração com a
Industrial (INPI) em 2019. Em 2012, foram patenteados 10 produtos. Em sociedade têm andado pari passu com uma qualificação acadêmica
2016, foram 40. Em 2019, foram registrados novos 98 produtos, um cada vez mais elevada, formando milhares de estudantes conscientes
aumento de 880%.²⁹ de seu papel no mundo globalizado.
Em 8 de janeiro de 2019, o Conselho Universitário, por
proposta da reitoria, criou a Agência UFPB de Cooperação
Internacional (ACI-UFPB), em substituição à Assessoria Internacional.
Com o objetivo de ampliar a cooperação científica e educacional com
os demais países da Europa, Américas, Ásia e África, a ACI passou a ter
um papel estratégico dentro da política de internacionalização do

²⁷A UFPB em números. PROPLAN. 2012-2019. 11 de abril de 2020, p.5.


²⁸Idem, p. 18.
²⁹Idem, p. 28.
³⁰Idem, p. 4.

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A ditadura militar
e a repressão política na UFPB
Monique Cittadino
Professora Titular do Departamento de História (DH/CCHLA/UFPB)
Rodrigo Freire de Carvalho e Silva
Professor Associado do Departamento de Ciências Sociais (DCS/CCHLA/UFPB)

Arbítrio e perseguições: A UFPB em tempos sombrios julgamento por parte dos Conselheiros uma vez que, naquela
ocasião, após longa discussão, o Conselho deliberou aguardar o
A ditadura que se estabeleceu no Brasil após o golpe de resultado do inquérito instaurado na Faculdade de Direito para
primeiro de abril de 1964, quando militares e civis perpetraram um apuração do caso. E quando tal inquérito voltou ao CONSUNI, na
golpe de Estado que derrubou o governo João Goulart, e que só reunião ocorrida em 05 de maio, a conjuntura nacional já havia
findaria após longos 21 anos, além de subverter a ordem mudado radicalmente, posto que o país se encontrava imerso na
constitucional então vigente, impondo um sistema jurisdicional ditadura. Nesse momento, de promotores de uma acusação, os
paralelo, traduzido nos diversos e sucessivos Atos Institucionais estudantes passaram a ser alvo da voracidade punitiva do novo
emitidos pelo governo federal, também buscou promover uma guerra regime e seus prepostos.
interna contra potenciais inimigos explícitos ou ocultos nos mais A reunião do CONSUNI dia 08 de maio se deu sob a
diferentes setores da sociedade e da política nacional. De acordo com presidência do novo interventor da Universidade, o médico e ex-
a Doutrina de Segurança Nacional e Desenvolvimento, esteio oficial do Exército, prof. Guilardo Martins Alves, nomeado em 14 de
ideológico do Estado ditatorial que se instalou, o principal risco à abril pelo Comando Revolucionário, em ato assinado pelo general
ordem interna repousava na ameaça comunista infiltrada nos Joaquim Justino Alves de Bastos, após o afastamento do Reitor de
diversos segmentos vinculados às estruturas de poder então então, Prof. Mário Moacyr Porto² . O seu discurso à frente do Conselho
vigentes, bem como nos movimentos sociais que haviam se Universitário foi uma mera reprodução do discurso oficial dos
estruturado ao longo do Estado populista e que haviam ampliado militares, para quem o país estaria sendo atingido pelo binômio
suas esferas de ação. Em decorrência, iniciou-se no imediato pós- "corrupção e ameaça à democracia", cabendo aos castrenses reverter
golpe um processo repressivo visando a "limpeza" e o controle dos tal estado de coisas:
setores considerados ameaças à nova ordem, que passaram a ser alvo
de intensa perseguição e desmobilização (ALVES, 1989; NAPOLITANO, ...a corrupção política e administrativa, aliada à demagogia e
2014). Dentre tais setores, as Universidades e o movimento estudantil, irresponsabilidade, presidiam a intranqüilidade e a
aquela locus de um pensamento crítico, e este sujeito social de subversão em toda parte, com evidente sacrifício e ameaça à
intensa capacidade de atuação, foram especialmente visados, sendo paz e à convivência democrática no Brasil. As Forças Armadas
duramente atingidos pela virulência dos novos detentores do poder brasileiras agiram com prontidão e eficácia, devolvendo a
(MOTTA, 2014). A UFPB não seria poupada de tempos tão duros e a sua normalidade à Nação e repondo, com austeridade, condições
história carregaria as marcas do arbítrio, da injustiça e da perfídia. favoráveis ao trabalho e desenvolvimento em todo o país.³
Na 3ª Sessão do Conselho Universitário da UFPB, realizada no
dia 23 de março de 1964, o primeiro ponto de pauta foi a discussão
¹ Livro No. 3 de Atas do CONSUNI, p. 135 (3ª. Sessão, 23/03/1964). O episódio da invasão da
acerca da aceitação da denúncia oferecida pelo Diretório Central dos Faculdade de Direito é emblemático da situação de polarização e radicalidade que a Paraíba
Estudantes (DCE) contra o Prof. Joacil de Brito Pereira e o estudante vivia desde final de 1963, em seus mais diversos setores sociais e políticos.O setor estudantil,
seja secundarista, seja universitário, foi aquele que melhor expressou as insatisfações
Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, representantes do latifúndio
generalizadas com o status quo de então.A respeito do episódio e da participação de Joacil
paraibano e apontados como autores e chefes do "quebra-quebra e de Brito e Marcos Odilon no evento cf. COSTA, 2015.
da baderna dirigidos contra o prédio da Faculdade de Direito e seus ² Um mês após a sua nomeação como interventor, Guilardo Martins assumiu a posição de
reitor "pro-tempore" por indicação do Conselho Federal de Educação, permanecendo nesta
ocupantes", ocorrida no dia 04 daquele mês, e que colocou "em perigo condição até o dia 22 de julho de 1964, quando, na 6ª Sessão Extraordinária do CONSUNI,
a vida de dezenas de estudantes superiores e secundaristas de obteve a maioria dos votos na eleição para preenchimento da lista tríplice para escolha do
diversas escolas, no momento em que discordavam da visita do novo reitor, tendo sido então nomeado pelo presidente Castelo Branco para um mandato de
três anos, até julho de 1967. Nesta ocasião, foi novamente conduzido ao cargo de reitor para
governador Carlos Lacerda" a João Pessoa¹ . Contudo, tal denúncia um segundo mandato que se estendeu até 1971.
oriunda do corpo discente nunca chegaria a ser objeto da avaliação e ³ Livro No. 3 de Atas do CONSUNI, pp. 152-3 (5ª. Sessão, 08/05/1964).

42 |
reunião, o Conselho deliberou por unanimidade pela exclusão dos
alunos durante aquele ano letivo, além de que eles também foram
indiciados no Inquérito Policial Militar - Atividades Subversivas⁵ .
Mas a temporada sombria de perseguições e punições na
Universidade estava apenas começando. Na mesma reunião em que o
CONSUNI referendou o nome de Guilardo Martins como novo reitor,
foram lidos ofícios de diversos Diretórios Acadêmicos informando a
constituição de suas novas diretorias, a exemplo dos DAs da
Faculdade de Odontologia, da Escola Politécnica, da Faculdade de
Ciências Econômicas de Campina Grande e da Faculdade de Farmácia.
Na verdade, os órgãos de representação estudantil foram alvo de um
processo de intervenção que afastou as suas diretorias, impondo o
nome de novos dirigentes, o que ficou oficializado através da leitura
de ofício-circular da Reitoria que sugeria aos "interventores" dos DAs
que procedessem a normalização administrativas dos respectivos
órgãos⁶. Para a ditadura que se desenhava, era de vital importância o
controle sobre o movimento estudantil combativo, com o
desmantelamento da sua estrutura organizativa e substituição de
suas lideranças por delegados da confiança da cúpula universitária. A
título de ilustração, segue abaixo os nomes dos representantes de
Ao colocar em pauta o resultado do inquérito instaurado na faculdades e escolas junto ao CONSUNI presentes nas reuniões
Faculdade de Direito, o reitor Guilardo Martins buscou salientar que imediatamente antes e imediatamente após o golpe de 1º de abril:
os atos ocorridos constituíam "uma nódoa na vida universitária da
Paraíba" por representarem a "agitação comunista"⁴. Neste
Diretório Representante Estudantil Representante Estudantil
momento, o binômio discursivo presente no início da fala do reitor no Pré-Golpe no Pós-Golpe
tornava-se o trinômio que tantas e tantas vezes foram e são repetidos
DCE Edvaldo de Goes (da FACE) João Luiz R. de Moraes Neto
na história republicana deste país como justificativa dos tradicionais
setores detentores do poder para romperem com a legalidade Escola de Engenharia Francisco das Chagas Lopes Gutemberg de Castro
institucional nas ocasiões em que as correlações de força na
Odontologia Joaquim Fernandes Martins Joaquim Fernandes Martins
sociedade não se lhes parece conveniente: "corrupção, comunismo e
ameaça à democracia". Farmácia Alaôr Gomes de Sá Ediláudio Luna de Carvalho
É importante destacar que a Comissão responsável pelo Medicina Expedito Cavalcanti Antonio Eudes Vieira
inquérito não levantou uma relação nominal dos estudantes
implicados no ocorrido na Faculdade, o que coube à Reitoria, através Direito José Tarcísio Fernandes Severino Ramalho Leite
de uma relação fornecida pela Polícia Militar. Com isto, os estudantes, Ciências Econômicas(JP) Raimundo Alves da Costa Jorge Scavuzzi dos Santos
antes no papel de acusadores de Joacil de Brito Pereira e Marcus
Odilon, agora se tornavam réus e deveriam ser punidos pelo ocorrido, Escola Politénica Gil Teixeira Filho João Ednaldo Alves dos Santos

cabendo aos conselheiros deliberarem a pena a ser aplicada. A este Ciências Econômicas(CG) Geraldo de Oliveira Antonio Augusto Silva
propósito, deve-se destacar que a posição dos Conselheiros
Filosofia Ciências Letras Maria de Lourdes Soares Artur Gonçalves Ribeiro
pertencentes ao quadro docente pautou-se pela defesa de uma pena
moderada, a exemplo do Prof. Milton Paiva, para quem a pena de FONTE: Livro No. 3 de Atas do CONSUNI (3ª. Sessão, 23/03/1964) e (5ª. Sessão, 08/05/1964)

exclusão era duríssima e "cortaria o futuro de jovens envolvidos


naqueles acontecimentos". A exceção a esse posicionamento veio do O controle exercido pelas instâncias superiores sobre o
Presidente do Conselho, o reitor Guilardo Alves, que enfatizou "o movimento estudantil avançou com o advento do novo Estatuto da
sentimentalismo de todos os povos latino-americanos" e defendeu Universidade que estabelecia, como atribuições dos órgãos de
"uma punição cabal para os responsáveis", e do Prof. Ednaldo Luna representação estudantil, dentre outros itens, a manutenção de
Pedrosa, da Faculdade de Odontologia, por entender que uma pena serviços de assistência para estudantes carentes de recursos, a
menor que a exclusão significaria "uma generosidade para quem, promoção de reuniões de caráter "cívico", a par com reuniões sociais,
como esquerdistas ostensivos, não agiriam do mesmo modo se o culturais, científicas, artísticas e esportivas, e, ironicamente, a luta
contrário se desse no País". O interventor do Diretório Acadêmico da
Faculdade de Ciências Econômicas da Paraíba, Jorge Scavuzzi dos ⁴ Livro No. 3 de Atas do CONSUNI, pp. 155 (5ª. Sessão, 08/05/1964).
Santos, acostou-se aos proponentes da pena mais radical, ⁵ Idem, pp. 156-161. Os alunos atingidos foram: Aderbal Vilar Sobrinho (Ciências Econômicas);
Antônio Sérgio Tavares de Melo (Direito);Carlos Augusto de Carvalho (Direito);
entendendo "que não se deverá adotar meio termo na aplicação de Evandro Ferreira dos Santos (Direito);Inocêncio Nóbrega Filho (Ciências Econômicas);
penalidades, podendo ser os responsáveis apontados no inquérito José Ferreira da Silva (Ciências Econômicas);José Humberto Espínola Pontes de Miranda (Direito);
privados do direito de estudarem em Escolas Oficiais do país, a José Iremar Alves [Bronzeado] (Ciências Econômicas e História);José Rodrigues Lopes (Medicina);
José Tarcízio Fernandes (Direito);Rubens Pinto Lyra (Direito). (RELATÓRIO DA CEV, p. 445-446)
exemplo do que já foi feito por outras Universidades". Ao final da ⁶ Idem, pp. 162-163.

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"pelo aprimoramento das instituições democráticas". O novo Estatuto ...analfabetíssimo e parece que cheio de ressentimentos
também estabelecia o controle e ingerência da administração pessoais, pela derrota eleitoral que sofrera no dia 31 de
universitária sobre os processos eleitorais no âmbito das entidades março. Scavuzzi revelou-se um desses subprodutos
estudantis⁷, bem como a interferência na elaboração dos novos humanos que aparecem nas épocas de crise, prontos a
delatar, prontos a mentir, prontos a assinar qualquer
estatutos do DCE⁸ .
declaração que comprometa alguém, que prejudique
As transformações por que passaram os órgãos de alguém (COSTA: 1994, p. 459).
representação estudantil podem ser ilustradas através da leitura do
jornal "O Economista", publicação mensal do DA da Faculdade de Em decorrência dos trabalhos da Comissão de Investigação,
Ciências Econômicas. O último exemplar antes do golpe de 1964 foi o entre maio e setembro de 1964, diversos funcionários e professores
de Nº 10, Ano 3, que circulou em outubro de 1963. A matéria principal, foram sumariamente dispensados dos seus empregos na
assinada por Antônio Cavalcanti, Iremar Bronzeado e J. Virgolino de Universidade sob acusação de serem comunistas, corruptos ou
Alencar, trazia uma reportagem sobre quatro artesãos do bairro de subversivos¹³. As diversas faculdades e escolas também tiveram seus
Cruz das Armas, cuja capacidade inventiva lhes permitia superar os diretores substituídos por interventores designado pelo novo Reitor
desafios econômicos presentes ao longo do processo criativo, bem a exemplo do Prof. Cláudio Santa Cruz Costa, diretor da Faculdade de
como as dificuldades "que faz aquela gente simples de Cruz das Armas Ciências Econômicas, que foi substituído pelo Prof. Celso de Paiva
para vencer essa tremenda luta pela existência, separada que vive da Leite. Nas palavras do historiador Rodrigo Patto Sá Motta, no
esfera social dos privilegiados"⁹ . Além da matéria de capa, o jornal reitorado de Guilardo Martins, ocorreu na UFPB "o maior expurgo de
trazia notícias sobre diversas greves que ocorriam no país e, dentre professores da região [Nordeste]" (MOTTA, 2014, 158).
outras, reportagem sobre a tentativa de construção de um posto de As medidas repressivas e de controle sobre o movimento
gasolina na praia de Tambaú, agredindo "um dos mais pitorescos estudantil tomadas pelas instituições superiores da Universidade
lugares daquele logradouro (...) patrimônio do povo, (...) da nossa não foram, entretanto, suficientes para constranger e calar os
Capital, do nosso Estado e dos nossos turistas"¹⁰. universitários. Em setembro de 1966, estudantes de Campina Grande
Após esta edição, "O Economista" só voltaria a circular em e de João Pessoa manifestavam-se contra o avanço do acordo MEC-
junho de 1964, e agora, sob nova direção. A mudança no perfil USAID, por entenderem que isto significava a ingerência do Estado
editorial seria claramente percebida não só pela matéria de capa, que americano na educação brasileira com a implantação do modelo
apresentava a candidata da Faculdade de Ciência Econômicas eleita educacional daquele país no Brasil¹⁴. Além da realização de
Rainha dos Calouros da Universidade, como pelo próprio editorial, passeatas e comícios, alunos da Escola Politécnica de Campina
intitulado "Retorno" que apontava para a mudança ocorrida: Grande e das faculdades de Serviço Social, Engenharia, Ciências
Econômicas, Direito e Filosofia de João Pessoa entraram em greve
Não fosse a recente revolução democrática que tivemos, esta
naquela ocasião. Já no início do ano letivo de 1967 os estudantes
edição teria a mesma característica rotineira das anteriores.
Modificada que foi toda a estrutura governamental, também
voltavam a mobilizar-se com críticas ao sistema político nacional. Em
sofreu profundas alterações a vida estudantil brasileira¹¹ . uma manifestação diante do Palácio de Governo, alunos da Escola de
Enfermagem Santa Emília de Rodat queimaram um esquife com
E salientava o perfil ideológico dos novos integrantes do inscrições como: "Este brasileiro morreu de fome, sífilis e tuberculose"
Diretório Acadêmico: e "O Brasil ia devagar de frente, imagine de Costa", em uma alusão ao
Presidente da República, Artur da Costa e Silva. Entretanto, foi no ano
Legitimando os anseios democráticos, imediatamente de 1968 que os conflitos atingiram seus momentos paroxísticos em
restituiu-se aos universitários a prerrogativa de decidir sobre decorrência da reação ao assassinato, no mês de março, do estudante
seus destinos. Isso foi conseguido através da nova diretoria secundarista Edson Luiz, no Rio de Janeiro, ocasião em que foram
eleita, composta de rapazes e moças totalmente integrados registrados diversos conflitos envolvendo os estudantes e as forças
nos anseios cristãos que serviram de bandeira às nossas policiais estaduais; em protesto à prisão do líder estudantil Vladimir
Forças Armadas. Uma nova concepção sobre o Brasil havia Palmeira, também no Rio de Janeiro, no mês de agosto, em que os
surgido¹² .
⁷ Livro de Atas do CONSUNI Nº 4, pp. 50-54 (9ª. Sessão, 23/08/1965).
⁸ Livro de Atas do CONSUNI Nº 4, pp. 118-123 (10ª. Sessão, 18/11/1966).
Mas, não só os estudantes e seus órgãos de representação ⁹ Jornal O Economista, João Pessoa, outubro de 1963, fl. 01.
foram alvo da repressão. No dia 27 de abril foi constituída uma ¹⁰ Idem, fl. 06.
¹¹Jornal O Economista, João Pessoa, junho de 1964, fl. 01.
Comissão de Investigações, composta pelos professores José Flósculo ¹² Idem.
da Nóbrega e Paulo de Morais Bezerril e do funcionário José Ferreira ¹³ Os professores afastados foram os seguintes: Agassiz Amorim de Almeida (FACE-CG),
Ramos para apurar subversão e corrupção no âmbito da UFPB. As Francisco de Assis Lemos de Souza (FACE-JP), Cláudio Santa Cruz, Juarez de Paiva Macedo,
denúncias formuladas pelo interventor do Diretório da Faculdade de Laurindo Albuquerque Melo (FACE-JP), Luiz Hugo Guimarães (FACE-JP), Nizi Marinheiro, Ronald
Ciências Econômicas (FACE), o estudante Jorge Scavuzzi dos Santos, Queiroz Fernandes, Otávio Sá Leitão, João Santa Cruz de Oliveira (Faculdade de Direito),
incriminando diversos estudantes e professores, municiou a referida Petrônio Filgueiras de Atayde (FACE/JP), Malaquias Batista Filho (Faculdade de Medicina),
Leonardo Moreira Leal (Faculdade de Odontologia), José Florentino Duarte (FACE/JP).
Comissão no seu processo investigativo, passando a constar no
(PARAÍBA-RELATÓRIO DA COMISSÃO ESTADUAL DA VERDADE, 2017, p. 485-486)
processo enviado à Reitoria. Na avaliação do prof. Cláudio Santa Cruz ¹⁴ Acerca do acordo MEC-USAID e do projeto Rita (Rural Industrial Techinical Assistance)
Costa, um dos denunciados, a vingança moveu Scavuzzi: implementado junto a Escola Politécnica de Campina Grande, sob a coordenação do seu
diretor Linaldo Cavalcanti de Albuquerque (SILVA, 2014, pp. 51-54).

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estudantes pessoenses ocuparam durante seis dias o prédio da Politécnica foram dissolvidos, com a nomeação de interventores, o
Faculdade de Filosofia (FAFI); e entre os dias 23 a 26 de outubro, com a que significa que, no que concerne ao movimento estudantil, os
notícia da queda do XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes setores de esquerda haviam conseguido retomar a direção das suas
(UNE) realizado em Ibiúna, São Paulo, quando foram registrados entidades após a onda de intervenções no imediato pós-1964¹⁷. Em
violentos confrontos entre os estudantes e a polícia (RODRIGUES: seguida, a 25 de fevereiro, através do Ofício Reservado Nº 05, do
2000, pp. 249-274; CITTADINO: 2006, pp. 325-335). Gabinete da Reitoria, o reitor encaminhava aos diversos diretores das
Com relação ao episódio da ocupação da Faculdade de Unidades da universidade a relação de alunos e ex-alunos que
Filosofia, um dos setores mais aguerridos e contestatórios do deveriam ter suas matrículas impedidas¹⁸ no âmbito da UFPB. É
movimento estudantil o confronto exigiu a presença in loco do interessante que o reitor ressaltava que tal punição ocorria ad
delegado da Polícia Federal Emílio Romano para proceder a sua referendum do Conselho Universitário, que teve o papel de apenas
desocupação, conforme relatou Washington Rocha à Comissão homologar as punições aplicadas.
Municipal da Verdade (CMV):
Segurança e informação: as ações do "monstro" na UFPB
Na ocupação da FAFI, tem alguns momentos heróicos mais
simbólicos da luta rebelde paraibana que é o enfrentamento Uma das primeiras iniciativas dos militares após sua
de Everaldo Soares Junior, que era um dos brilhantes líderes instalação no poder com o golpe de 31 de março de 1964 foi a criação
oradores universitários, ele era um dos grandes, mas essa de um órgão de inteligência e contra-inteligência, que assessorasse o
passagem é algo impressionante. A FAFI tava ocupada há
presidente da República no processo de tomada de decisões e, mais
vários dias, e veio desocupar sob o comando de uma pessoa
que era notória, Emilio Romano, esse que era o homem de
que isso, mantivesse sob estreita vigilância o ambiente político e
confiança de Felinto Müller, aquele mesmo que foi o homem social. Para liderar essa iniciativa, foi designado pelo presidente
de Getúlio Vargas, chefe da repressão do Estado Novo. E o Castelo Branco o general Golbery do Couto e Silva, expoente da
homem de confiança dele, Emilio Romano, é que veio intelectualidade liberal e favorável ao alinhamento do Brasil com os
comandar a Polícia Federal aqui. Esse Emilio Romano, Estados Unidos no Exército. Golbery foi um dos principais
temido no Brasil todo, comandou a desocupação da FAFI. (...) formuladores da chamada "Doutrina de Segurança Nacional e
Quando ele entra, arrodeado de agentes com metralhadora Desenvolvimento" na Escola Superior de Guerra durante os anos 1950
em punho, metralhadoras apontadas... quem enfrenta ele e tinha experiência na atividade de inteligência, tendo inclusive
cara-a-cara é Everaldo Junior. Faz o discurso histórico, realizado cursos nesta área nos Estados Unidos. O novo órgão
esculhambando cara-a-cara Emilio Romano, dizendo: "-
resultado dessa iniciativa foi o Serviço Nacional de Inteligência (SNI),
Emilio Romano, nós sabemos quem você é… torturador..."¹⁵
instituído pela Lei Nº 4.341, sancionada em 13 de junho de 1964,
menos de dois meses após a posse de Castelo Branco na presidência
Contudo, o recrudescimento do movimento estudantil
da República. O primeiro chefe do SNI - que tinha status ministerial-
paraibano que acompanhava seus congêneres em âmbito nacional,
foi justamente o general Golbery. No decorrer dos anos, a atividade
muito em breve seria sufocado em decorrência das repercussões do
de inteligência coordenada pelo SNI foi ganhando mais relevo, sendo
Ato Institucional Nº 5, editado pelo Governo Federal no mês de
objeto de reforço político e institucional durante os períodos
dezembro daquele ano, e do Decreto-Lei Nº 477, dispositivo de caráter
presidenciais de Costa e Silva e de Emílio Garrastazzu Médici, dois
repressivo extremo, lançado em fevereiro de 1969, através do qual
generais identificados com a chamada "linha dura" militar, cujos
toda manifestação de caráter reivindicatório, grevista ou político,
governos se empenharam em fortalecer os instrumentos de arbítrio à
praticada por alunos, professores ou funcionários da rede pública ou
disposição da ditadura.
privada de ensino, seria passível de penas que variavam da demissão
Em 1970, foi criado o Sistema Nacional de Informações
ou proibição de contratação por cinco anos, expulsão da instituição e
(SISNI), produto do Plano Nacional de Informações. O SNI era seu
impedimento de nova matrícula por três anos. A UFPB, em plena
órgão central. O SISNI era integrado ainda pelos "Sistemas Setoriais
sintonia com o aprofundamento do caráter autoritário e repressor da
de Informação" dos ministérios civis e pelos "Sistemas Setoriais de
ditadura, e antecipando-se ao Decreto 477, através do Ofício
Informação" dos ministérios militares. Compunham os sistemas de
Reservado Nº 03/SSI/69, de 01 de fevereiro de 1969, iniciou nova onda
informação dos ministérios civis as "Divisões de Segurança e
de perseguições a docentes e estudantes. Assim, o prof. Paulo Pires
Informação" (DSI), que, por sua vez, eram integradas por "Assessorias
foi exonerado da direção do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Especiais de Segurança e Informação" (AESI), as agências das DSIs nas
(IFCH)¹⁶, sendo substituído pela profa. Vilma Cardoso; diversos outros
fundações, autarquias, repartições ou outros órgãos congêneres
docentes tiveram suas contratações não renovadas ou seus
vinculados a cada ministério civil. As AESIs das universidades federais
pagamentos suspensos para fins de esclarecimento e o DCE e os DAs
foram criadas em 1971, após o MEC aprovar seu Plano Setorial de
de Medicina, da FACE de João Pessoa e de Campina Grande e da Escola
Informações (MOTTA, 2014). O Decreto nº 75.640, de 22 de abril de 1975,
já no governo de Ernesto Geisel, transformou as AESIs em
"Assessorias de Segurança e Informação" (ASI), e estabelecia como
requisito para a ocupação dos cargos de Diretor de DSI ou de Chefe de
¹⁵Relatório da CMV, p.255. ASI a realização do "Curso A" da Escola Nacional de Informações
¹⁶ Desde 1974, tornado Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA).
¹⁷ Ofício Nº 03/SSI/69. (ESNI). A ESNI também integrava o SISNI, e havia sido criada pelo
¹⁸ Impedimento definitivo, ou por um ou dois anos. Decreto nº 68.448, de 31 de março de 1971.

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É evidente que tamanho aparato tornou o setor de considerando o montante de documentos produzidos pela ASI/UFF
inteligência - a chamada "comunidade de informações" - um grupo ora arquivados naquela universidade, é de se supor que fosse
muito forte no Estado ditatorial. Desenvolvendo ações de igualmente grande a quantidade de documentos produzidos pela
inteligência, tais órgãos eram fundamentais para auxiliar as ASI/UFPB e armazenados nos seus arquivos. Certamente, não deve ter
atividades da repressão política propriamente dita. Mais ainda, os sido uma operação simples fazer sumir dos arquivos da UFPB tão
órgãos de informação tinham condições de bloquear ou destruir volumosa coleção documental.
carreiras, ou simplesmente prejudicar as vidas das pessoas, com a O artigo primeiro do Regimento Interno da AESI da UFPB
simples inserção do rótulo de "subversivo" em uma ficha ou estabelecia como sua função principal a de assessorar ao reitor "em
prontuário individual, que inevitavelmente repercutiria em diversos todos os assuntos pertinentes à Segurança Nacional e às
órgãos governamentais. Com tal poder, a comunidade de informações informações, no âmbito da Universidade", sem prejuízo da sua
se constituiu como uma grande opositora do processo de abertura condição de órgão integrante da comunidade de informações do MEC.
política "lenta, gradual e segura" iniciado pelo governo Geisel, Assim, a ASI/UFPB produzia informações e exercia vigilância sobre a
temerosa que tal processo resultasse em perda do seu status, ou comunidade universitária, de modo impedir a participação de
mesmo que o novo regime político liberalizado se voltasse contra ela, supostos "esquerdistas" e "subversivos" nos quadros da UFPB, seja
apurando ou até punindo seus muitos abusos e violações de direitos. como docentes ou estudantes. Para tais atividades, havia intensa
Não à toa a frase atribuída a Golbery - de volta ao governo e tornado colaboração entre as distintas assessorias da DSI/MEC, que se
Chefe da Casa Civil do presidente Geisel: "criamos um monstro". auxiliavam e trocavam informações rotineiramente. Esta colaboração
A UFPB, certamente por ter um capitão-médico do Exército entre as ASIs podia ser feita através dos Pedidos de Busca (PB) e dos
como seu reitor, esteve entre as pioneiras, dentre as universidades Levantamentos de Dados Biográficos (LDB). Por exemplo, o eminente
federais do país (MOTTA, 2014), em matéria de segurança e zoólogo francês Pierre Louis Dekeyser se submeteu a uma vaga de
informação. O supracitado documento reservado, firmado pelo reitor professor visitante do Departamento de Biologia do CCEN/UFPB, com
Guilardo Martins e dirigido ao General Vinitius Notare, comandante vistas a atuar no Laboratório de Zoologia, no ano de 1977. Ato
da Guarnição Federal, identificado como "Ofício nº 03/SSI/69", contínuo, a ASI/UFPB remeteu um Pedido de Busca à ASI/UnB,
datado de 01 de fevereiro de 1969 foi emitido pelo "Serviço de universidade onde o referido professor havia atuado anteriormente.
Segurança e Informação" da UFPB (CITTADINO, 1993, 41). Ou seja, em Em resposta, foi remetida a Ficha de Qualificação do candidato, onde
1969, dois anos antes que o Plano Setorial de Informações do MEC se dizia que "nada consta" a seu respeito nos "O.I. [Órgãos de
criasse as AESIs nas universidades federais, a UFPB já tinha seu Informação] da área"²². Um registro negativo nos órgãos de
próprio órgão de segurança e informações, diretamente vinculado ao informação, entretanto, representaria um forte óbice à contratação
gabinete do reitor. de um eventual candidato à docência²³ .
A AESI da UFPB¹⁹ foi criada formalmente em 1971, e teve como Por isso mesmo, a ASI da UFPB, particularmente durante a
seu primeiro chefe o professor de Farmácia Ediláudio Luna de primeira metade da década de 1970, vigiava de perto o ambiente
Carvalho, um ex-sargento do Exército, nomeado para o cargo pelo cultural e intelectual paraibano, visando identificar as manifestações
reitor Guilardo Martins. Quando estudante, Ediláudio havia integrado "esquerdistas" - mesmo quando elas não passavam de uma
o CONSUNI da UFPB em 1964, representando o Diretório Acadêmico de convicção dos integrantes da ASI. Um bom exemplo está na
Farmácia, e participou das reuniões daquele conselho nas quais Informação Nº 38/84/ASI/UFPB, de 02 de outubro de 1984, que tinha
Guilardo Martins foi empossado como interventor e, posteriormente, como assunto os dirigentes da UFPB, recém-nomeados através de
eleito como reitor da UFPB. Durante o período em que Ediláudio portaria do então reitor, Jackson de Carvalho²⁴ . Anexo a esta
esteve à frente da AESI da UFPB, ela foi destacada como uma das mais informação, estava o prontuário do professor Rui Gomes Dantas,
eficientes dentre as assessorias especiais das universidades federais
pelo diretor da DSI do MEC, Pedro Vercilo²⁰.
O Regimento da AESI da UFPB foi tomado como modelo pelas ¹⁹ A denominação original de “AESI/UFPB”, adotada na sua fundação em 1971, será utilizada
como sinônimo da utilizada a partir de 1975, “ASI/UFPB”, que se tornou mais popular. Ambas
demais assessorias especiais de universidades federais (MOTTA, denominações se referem à mesma assessoria.
2014), às quais era remetido, publicado em um livro-coletênea, junto ²⁰ Of. Circ. Nº 1269/SIPL/72, de 30 de maio de 1972, firmado pelo Diretor da DSI/MEC, Pedro
com outras leis relacionadas com a atividade de segurança e Vercilo. Consta do documento BR_DFANBSB_AA1_0_LGS_0023_d0001de0001, do acervo do
Arquivo Nacional, disponível na internet no sítio http://sian.an.gov.br. Consultado em 03 out.
informação (UFPB, 1971). Atualmente, um exemplar deste livro está
2019.
sob a guarda da Coordenação de Arquivos (CAR) da UFF, em Niterói-RJ, ²¹ Nesse caso, os documentos encontram-se digitalizados e disponíveis à consulta através do
entre as 27 caixas que compõem o acervo documental da ASI/UFF. Não sítio do SIAN (Sistema de Informações do Arquivo Nacional) na internet. Uma consulta
há um exemplar desses em nenhuma biblioteca da UFPB, assim como simples no SIAN sobre “AESI UFPB”, realizada em 13 de junho de 2020, resultou em 39
registros. Já quando a consulta foi sobre “ASI UFPB”, apareceram 152 registros. Cada registro
não estão disponíveis nos arquivos da UFPB a documentação corresponde a um arquivo em formato pdf, onde podem constar vários documentos
produzida pela sua ASI. Alguns dos documentos da ASI/UFPB, digitalizados.
entretanto, remetidos às assessorias de informação de outras ²² Consta do documento BR_DFANBSB_AA1_0_INF_0030_d0001de0001, do acervo do Arquivo
universidades federais, ao próprio SNI ou a outros órgãos de Nacional, disponível na internet no sítio http://sian.an.gov.br. Consultado em 03 out. 2019.
²³ O professor Pierre Louis Dekeyser foi contratado pela UFPB, onde trabalhou entre 1977 e
informação, sobreviveram e estão atualmente à disposição do 1981, quando finalmente se aposentou. Vide: In Memoriam: Pierre Louis Dekeyser (1914-1984).
público e dos pesquisadores em arquivos como o da UFF e o Arquivo Rev. Bras. Zool., Curitiba, v. 5, n. 1, p. 167-178, July 1988.Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
Nacional²¹. Considerando que a ASI/UFPB era tida como uma das 81751988000100012&lng=en&nrm=iso>. access on 28 June 2020.
mais eficientes dentre suas congêneres da DSI/MEC, e igualmente https://doi.org/10.1590/S0101-81751988000100012.

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A presença de Nogui Vilar de Aquino na ASI/UFPB
produzido pela AESI/UFPB (Prontuário Nº 174) e atualizado desde representou uma flexibilização do ambiente radical e fechado que até
1969. A primeira informação do prontuário foi inserida pelo 1º então prevalecera naquela assessoria. Tal mudança não passou
Grupamento de Engenharia de Construção em 16 de janeiro de 1969, e despercebida pela comunidade de informações que, em documento
dizia: difundido em 1977, queixou-se da contratação pela UFPB de docentes
que possuíam "registros nos OI da área"²⁵ . Isso não quer dizer que a
Em resposta ao Ofício nº 01/69-GAB/UFPB, de 04/01/69, o ASI/UFPB não tenha seguido com sua missão de vigiar de perto os
Cmt do 1º Gpt E informa ao Magnífico Reitor o seguinte: "julga docentes, estudantes e técnicos-administrativos dessa universidade.
o Comando da Guarnição, após criterioso trabalho de nossa Especial atenção era dedicada aos movimentos sociais que, no
Seção de Informações, que o professor em pauta não possui ambiente de abertura política do fim dos anos 1970, renasciam ou
condições ideológicas para continuar como principal eram criados - como o DCE, a UNE, a ADUFPB, a AFUFPB e a ASSUFEP - e
responsável pela formação de nossos jovens, além de haver
a atividades acadêmicas cujas temáticas ou participantes eram tidos
contribuído consideravelmente para a agitação estudantil
como "subversivos", por tratar de temáticas que desagradavam à
no meio universitário no ano recém findo".
ditadura militar, e à comunidade de informações em particular.
Em 15 de fevereiro de 1969, o já citado SSI/UFPB, o pioneiro Um bom exemplo é a Informação Nº 153/79/ASI/UFPB, de 17
antecessor da AESI, inseriu no referido prontuário a seguinte de julho de 1979²⁶ , cujo assunto era a participação de estudantes de
observação: "Professor contratado do Instituto de Filosofia e Ciências Comunicação Social da UFPB na XXXI Reunião Anual da SBPC, que
Humanas/UFPB. Seu contrato foi rescindido em 31/dez/68, por naquele ano acontecia em Fortaleza. As reuniões da SBPC vinham se
motivos de ordem política". Ou seja, uma vez identificado pelo órgão constituindo como um momento de resistência democrática e de luta
de informação do Exército como subversivo, o professor Rui Gomes pela anistia ampla, geral e irrestrita. Em 1977, a reunião da SBPC foi
Dantas foi demitido da UFPB, só sendo recontratado no final da impedida de se realizar na UFC, em Fortaleza, sendo emergen-
década de 1970. cialmente recebida pela PUC-SP, por interferência de D. Paulo Evaristo
Este duro cenário, que prevaleceu durante toda a primeira Arns²⁷. Com esse histórico, a ASI/UFPB incluiu na informação
metade daquela década, começou a ser alterado com a posse de supracitada uma lista com os nomes e informações detalhadas sobre
Lynaldo Cavalcanti como reitor da UFPB, em 1976. Identificado com o os estudantes da UFPB que foram à reunião da SBPC em 1979. Já em
processo de abertura política promovido pelo governo Geisel, e muito 1984, a DSI do MEC produziu um informe detalhado sobre a 1ª Reunião
próximo de Ney Braga, o titular do MEC, Lynaldo empreendeu uma Regional da SBPC, realizada na UFPB. Constavam do informe sete
bem sucedida modernização da UFPB, o que incluiu a contratação de fichas individuais de professores da UFPB, participantes da reunião e
docentes destacados no cenário intelectual nacional, das distintas tidos como "subversivos"²⁸ . Nestes casos, entretanto, permaneceu o
áreas de conhecimento. Para isso, precisou assumir uma postura mais clima da abertura política e, apesar de fichados, nada de mais grave
flexível com relação às "condições ideológicas" dos candidatos, e ocorreu aos envolvidos.
vários intelectuais eminentemente de esquerda foram contratados Nem sempre foi assim, entretanto. Em 1980, Francisco Ilzon
para compor o quadro docente da UFPB. Um exemplo evidente foi o Ribeiro Pereira, um servidor técnico-administrativo da UFPB, foi
da professora Eleonora Menicucci de Oliveira, uma ex-presa política surpreendido por Nogui Vilar de Aquino com um panfleto de
mineira que foi contratada para trabalhar no Departamento de conteúdo "subversivo", que fazia críticas à ditadura militar e defendia
Ciências Sociais da UFPB. o governo comunista da Albânia. Francisco Ilzon foi denunciado por
Em já célebre declaração, Lynaldo explicou sua posição: Nogui Aquino à Polícia Federal, onde respondeu um inquérito, que
resultou na sua denúncia formal à Justiça Militar, enquadrado no
artigo 42, item I (propaganda subversiva através de jornais), e no
...[na] Paraíba foi uma das Assessorias [de Segurança e artigo 47 (tentativa de crime) da Lei 6.620/1978, a Lei de Segurança
Informação] que mais funcionaram, tinha o Ediláudio, (...) Nacional então vigente. Numa das muitas excrescências produzidas
era um aluno de Farmácia e sargento do Exército que depois pela ditadura militar, os civis podiam ser processados na Justiça
foi professor e assessor de Segurança do Reitor Guilardo, e Militar quando se tratava de crimes contra a segurança nacional. No
participou daquele processo de afastamento de alunos e de
professores, aquela coisa todinha, e continuou com o dr.
Humberto. (...) Agora eu não, disse logo a Orlando, que ia ser
o meu vice, "Orlando, você vai assumir por 3 meses, (...) eu só
²⁴ Consta do documento BR_DFANBSB_V8_MIC_GNC_III_84006521_d0001de0001, do acervo do
lhe peço uma coisa, afaste o Ediláudio (...), eu quero chegar Arquivo Nacional, disponível na internet no sítio http://sian.an.gov.br. Consultado em 03 out.
lá com essa área limpa". Aí ele colocou o general Nogui Villar 2019.
de Aquino. Era um general da reserva, uma pessoa ligada a ²⁵ Consta do documento ARE_ACE_2193_81, do acervo do Arquivo Nacional/DF.
²⁶ Consta do documento ARE_ACE_562_79, do acervo do Arquivo Nacional, disponível na internet
uma família ilustre, com muito conceito na área militar (...),
no sítio http://sian.an.gov.br. Consultado em 03 out. 2019.
mas se revelou muito compreensivo e me ajudou bastante ²⁷ http://memorialdademocracia.com.br/card/cientistas-se-reunem-contra-a-ditadura
nessa luta que foi a expansão do corpo docente, sem levar ²⁸ Consta do documento BR_DFANBSB_V8_MIC_GNC_AAA_84043979_d0001de0001, do acervo do
muito em conta os antecedentes políticos (FERREIRA; Arquivo Nacional, disponível na internet no sítio http://sian.an.gov.br. Consultado em 03 out.
2019.
FERNANDES, 2006, 105).
Consta do documento ARE_ACE_1540_81, do acervo do Arquivo Nacional, disponível na
internet no sítio http://sian.an.gov.br. Consultado em 03 out. 2019.

48 |
decorrer da apuração do episódio, entretanto, surgiram versões REFERÊNCIAS
divergentes sobre o que realmente ocorrera, que aparecem no
Encaminhamento Nº 002/116/ARE/81, de 06 de janeiro de 1981, ALMEIDA, Marlene da Costa; CITTADINO, Monique; SILVA, Rodrigo F. de
produzido pela Agência Recife do SNI²⁹ . Carvalho e; ZENAIDE, Maria Nazaré T. Relatório da Comissão Municipal
No Inquérito Policial conduzido pela Polícia Federal, da Verdade de João Pessoa (CMV-JP). No prelo.
Francisco Ilzon contou que foi surpreendido por Nogui Aquino ALVES, Maria Helena Moreira. Estado e oposição no Brasil. (1964-1984).
quando pregava o referido panfleto num quadro de avisos no 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1989.
corredor do prédio da reitoria que dava acesso à sala da ASI. CITTADINO, Monique. A UFPB e o golpe de 1964. Cadernos da ADUF-JP
Confirmando esta versão, Nogui Aquino declarou que, ato contínuo ao nº 10. João Pessoa, 1993.
flagra, conduziu o servidor à sala da ASI, onde o interrogou e, lendo o _____________ ____. Poder local e ditadura militar. O governo João
panfleto, concluiu que se tratava de um documento "de cunho Agripino - Paraíba (1965-1971). Bauru: EDUSC, 2006.
nitidamente comunista, pois, além de fazer apologia referente ao COSTA, Fernando Luiz Araújo da. Um corvo sobre a paraíba: da invasão
Partido Comunista, tecia considerações a respeito do Exército à ocupação da Faculdade de Direito. 50 anos depois. TCC (Curso de
Brasileiro, assim como pregava a mudança do regime capitalista, Licenciatura em História) CCHLA/UFPB. João Pessoa, 2015.
adotado em nosso País, por outro, através da luta armada". Francisco FERREIRA, Lúcia de Fátima Guerra; FERNANDES, David (Orgs). UFPB 50
Ilzon confirmou ainda que havia escrito o panfleto, e que queimara anos. João Pessoa: Editora Universitária, 2006.
todos os exemplares que tinha do mesmo após ser surpreendido por MOTTA, Rodrigo Patto Sá. As universidades e o regime militar: cultura
Nogui Aquino. política brasileira e modernização autoritária. Rio de Janeiro: Zahar,
Outra foi a versão apresentada por Francisco Ilzon à justiça 2014.
militar, quando foi interrogado pela Auditoria da 7ª CJM, em Recife, NAPOLITANO, Marcos. 1964. História do regime militar brasileiro. São
em 16 de janeiro de 1981. Na ocasião, o acusado desmentiu a autoria Paulo: Contexto, 2014.
do panfleto, e afirmou que foi obrigado pelo próprio Nogui Aquino a NASCIMENTO,Talita Hanna Cabral. Do fragmento à reorganização:
assumir tal autoria, sob pena de perder o seu emprego. Seguindo com movimento estudantil da UFPB (1975-1979). Dissertação (Mestrado em
seu depoimento, Francisco Ilzon afirmou que, na Polícia Federal, em História). CCHLA/UFPB. João Pessoa, 2015.
João Pessoa, "foi interrogado na presença de mais ou menos uns PARAÍBA. Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da
quinze homens armados com metralhadoras", ocasião em que "eles Memória do Estado da Paraíba. Relatório final. Paulo Giovani A.
mesmos perguntavam e eles mesmos respondiam", de modo que, Nunes, [et al.] João Pessoa: A União, 2017.
sendo "arrimo de família, não teve outra alternativa senão confessar a RODRIGUES, Cláudio José Lopes. Alienados e subversivos. A aventura
autoria". Ainda segundo o que o acusado afirmou em seu depoimento estudantil. (1950/1999). João Pessoa: Ideia, 2000.
à justiça militar, toda vez que seu advogado tentou tomar a palavra SILVA, Rosicleide Henrique da. O movimento estudantil em Campina
durante o seu interrogatório na Polícia Federal, "eles [os policiais] não Grande-PB: entre sonhos, frustrações e lutas (década de 60).
permitiam", de modo que "não adiantava nada" a presença do Dissertação (Mestrado em História) UFCG. Campina Grande, 2014.
advogado. Francisco Ilzon findou absolvido pela justiça militar, UFPB. Regimento Interno da AESI. João Pessoa: Imprensa
atendendo ao próprio Ministério Público Militar, que entendeu que "a Universitária, 1971.
atividade do acusado estancou nos atos preparatórios". Na mesma
linha, os juízes entenderam que "delito tentado não é delito
consumado", e assim justificaram sua decisão de absolvição. A
situação narrada por Francisco Ilzon era muito comum nos processos
que chegavam à justiça militar, e pode ser observada em diversos
documentos que constam do projeto "Brasil Nunca Mais": no
ambiente do judiciário, sob a presença de juízes, promotores,
testemunhas e de algum público, os acusados de crimes contra a
"segurança nacional", sentindo-se mais protegidos, mudavam as
versões que constavam dos inquéritos policiais, que haviam sido
obtidas sob tortura física e/ou psicológica.
Esse caso específico, mesmo tendo sido vivenciado num
ambiente de abertura política e protagonizado por um assessor de
segurança e informação que tinha como missão "ser compreensivo" e
"limpar a área" da repressão política na UFPB, é uma boa
demonstração de como as instituições de arbítrio das ditaduras só
podem se prestar ao propósito de gerar violências físicas e
simbólicas, violando direitos humanos.

²⁹ Consta do documento ARE_ACE_1540_81, do acervo do Arquivo Nacional, disponível na


internet no sítio http://sian.an.gov.br. Consultado em 03 out. 2019.

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Movimento Cultural e
Artístico na UFPB
Chico Pereira (Francisco Pereira da Silva Júnior)
Professor aposentado do Departamento de Artes Visuais/CCTA/UFPB
Membro da Academia Paraibana de Letras

A ntes da intensificação do movimento das artes plásticas que


caracterizou os anos 60, em João Pessoa, um aglomerado de
artistas de cavalete, reunidos no Centro de Artes Plásticas da
Paraíba, assumiu a pintura de paisagem e de retratos da cidade
daquela época. A esses artistas, envolvidos no bucolismo da Filipéia,
Janeiro; Breno Mattos, que iniciando-se na modelagem com argila,
viria na frente ser o primeiro experimentalista de novos matérias e
formas, sem dúvida o pioneiro da escultura contemporânea na
Paraíba. As atividades do grupo, do qual faziam parte, entre outros,
Raul Córdula, Bento da Gama e Jurandy Moura, misturam-se à
leitores de Rilke e Proust, decupadores dos tons de verde vegetal e atividades poéticas e literárias, audiências musicais e quase sempre
marinho, seguidores dos pintores franceses, de Monet a Matisse, se envolvimento com montagens teatrais que se utilizavam de criações
devem o sereno exemplo da humildade. Foi no Centro de Artes artísticas do grupo em cenografias e, ás vezes, da mão-de-obra
Plásticas que Ivan Freitas, Archidy Picado e Breno Mattos iniciaram-se desses abnegados jovens que tudo faziam - de graça - para atender os
através da orientação de José Lyra, Olívio Pinto Serrano e Hermano apelos do então diretor da casa Walfredo Rodrigues, o pioneiro do
José. Ivan deixou a Paraíba em 57 mas continuou aqui seu gesto cinema paraibano, que tudo fazia para que o velho teatro cumprisse a
criador como lenda que servia de apoio às novas atitudes dos então sua função como a mais importante casa de arte paraibana.
"enumerados" artistas jovens advindos da Geração 59. Foi então criado no final do ano de 1962 o Departamento
A citação acima está na introdução do livro OS ANOS 60 - Cultural da Universidade Federal da Paraíba, tendo à frente
REVISÃO DAS ARTES PLÁSTICAS DA PARAÍBA, de autoria de Francisco Hildebrando Assis, sertanejo de Cajazeiras, com experiência no trato
Pereira da Silva Junior (autor destes registros) e Raul Córdula Filho, das coisas da cultura, que residindo na Capital assumia a
artista advindo da Geração 59, movimento cultural acontecido na responsabilidade de tocar adiante um projeto cultural de ensino
Paraíba, envolvendo poetas, cronistas, atores e dramaturgos, e artístico que não se resumiria apenas às artes plásticas mas à outras
artistas plásticos do qual Raul, muito jovem, fez parte. Alguns desses atividades, entre elas a música erudita, que viria a ser a base
atores do movimento viriam se engajar na UFPB, criada nesse histórica para formação de muitos talentos, espelhando-se no ensino
período, como estudantes e também professores. O livro, publicado dos conservatórios, consagrados no Brasil desde o Império.
em 1979 pelo MEC/Funarte/UFPB, veio a ser a primeira publicação Nessa fase de definição do Departamento Cultural coube a
paraibana dedicada às artes plásticas, que registra também a Archidy Picado a montagem do Serviço de Artes Plásticas, que se
contribuição da UFPB nesse campo, desde a sua fundação à época em instalaria no velho sobrado de azulejos conhecido como solar do
que se editou a referida obra. Comendador Santos Coelho, situado em frente à Igreja do Carmo, no
O livro, hoje preciosa fonte de consulta, documenta o quanto centro da Capital, - uma das únicas casas na Paraíba forradas na
foi importante a contribuição da UFPB no campo das artes visuais fachada com azulejos portugueses -, que abrigou ao longo do tempo
paraibana, desde quando a universidade encampou, no reitorado de diferentes atividades, entre elas a Secretaria de Cultura do Estado.
Mario Moacyr Porto, as ações desenvolvidas pelo Grupo Santa Roza, Nesse edifício deu inicio o curso de artes plásticas, dotando a UFPB a
instalado no porão do velho teatro do mesmo nome, constituído por necessária infraestrutura para formar os ateliers de pintura, desenho,
artistas que mais tarde viriam se transformar em referências da arte modelagem e salas para a administração e teorias, além de cavaletes,
local, e até nacional, entre eles Vladimir de Carvalho, que se iniciando suportes, papéis, telas, tintas pincéis, solventes e tudo mais que se
em entalhes de madeira viria ser figura emblemática do cinema- fizesse necessário para atender essa nova demanda que até então
documentário; Archidy Picado, pioneiro da pintura modernista desde estava restrita a alguns artistas de forma particular e isolada. Agora
os anos 50; Pontes da Silva, gravurista e futuro editor, inclusive eram jovens da cidade que teriam a oportunidade de uma
dirigindo anos depois a editora da universidade; Leonardo Leal, outro aprendizagem artística, muitos sem os meios para cobrir despesas
pioneiro da modernidade, depois se transferindo para o Rio de com materiais, grande parte importados e de difícil acesso.

50 |
Eventos do NAC (2019)
Era uma época de muita movimentação cultural e de Américo de Almeida, fundador da UFPB, tinha sido peça chave na
engajamento político atraído por acontecimentos e ideias de um criação e reconhecimento da UFPB, inclusive no envio de professores
mundo e de um Brasil que rapidamente se transformava, por conta da estrangeiros para a universidade. Não seria difícil para ele colaborar
Revolução Cubana, do muro de Berlim, do Rock, da Nouvelle Vague, nesse sentido, já que além dessa função era também professor,
das ligas camponesas, da Bossa Nova, das reformas de base, da crítico de arte e importante colecionador de obras modernas. Através
consolidação de Brasília, da conquista do espaço, da poesia concreta, de Simeão chegou à Paraíba Domenico Lazzarini com seus
enfim: a Paraíba bucólica não seria a mesma, pois verdejavam no seu apetrechos, dando início a reciclagem desses artistas-professores
solo fértil de ideias alguns talentos astuciosos na música, no teatro e em tempo integral, passando com afinco e dedicação seus
na poesia, que haviam sido gestados desde o final dos anos 50 e que conhecimentos de entelamento e embasamento, impressão,
agora retomavam com a presença de novos atores como Pedro Santos esboços, fabricação de tintas e têmporas, aplicações de óleos e
e Geraldo Medeiros, a partir do Liceu Paraibano, de onde saiu o Grupo solventes, atividade tão intensiva e proveitosa que Virginius da Gama
Sanhauá, editando em mimeógrafo os escritos de Marcus Vinicius de e Melo dedicou-lhe uma crônica no jornal "O Norte."
Andrade (que viria a ser importante compositor e maestro), Marcus Segundo Raul Córdula, a passagem de Lazzarini por João
dos Anjos, Marcos Tavares, Anco Márcio, e Sérgio de Castro Pinto, Pessoa foi pródiga de bons acontecimentos. Além dos ensinamentos
considerado hoje pela crítica como uma das principais vozes da que receberam, Lazzarini montou no DC o primeiro espaço expositivo
poesia paraibana. para a arte contemporânea na cidade, uma sala adaptada com
No início de 1963, o Departamento Cultural, que agora se painéis e iluminação adequada. A Galeria do DC da UFPB foi
compunha de quatro serviços - Artes Plásticas, Música, Teatro e inaugurada com a exposição do mestre, com obras pintadas em João
Cinema - se instalara na rua Princesa Isabel, local que posteriormente Pessoa. No final desse mesmo ano o DC realizou a primeira exposição
veio estar a maternidade Dr.Granville, sendo os primeiros mestres de seus alunos. Um folheto impresso em tipografia, com
em artes plásticas Archidy Picado, Breno Mattos, ArhurCantalice, Raul apresentação de Vanildo Brito, documentou o acontecimento. O
Córdula e Vanildo Brito, este responsável pela disciplina História da "Curso de Introdução às Artes Plásticas" mostrava 15 alunos de
Arte. Para o atelier de arte infantil foi contratada a Profa. Lourdes pintura, 3 de xilogravura, 12 de escultura e 10 do curso infantil. Entre
Medeiros. O ensino de música esteve a cargo de Rino Vizzani, Joseph esses alunos nomes que se tornaram conhecidos no panorama das
Kaplan e Arlindo Teixeira. O Teatro ficou sob a responsabilidade de artes plásticas, a exemplo de Celene Sitônio, Flávio Tavares, Guy
Rubens Teixeira, e o cinema a cargo de Linduarte Noronha e Ipojuca Josepf, Luzardo Alves e Alice Vinagre . Fazia parte desse alunado o
Pontes. Essas atividades agregadas à universidade, desenvolvidos médico José Arnaldo Tavares, pai de Flávio, que mesmo já exercitando
por artistas práticos, maior parte sem formação acadêmica, tinham a gravura se integrava ao grupo como forma de envolvimento e
como objetivo não só contribuir com a ilustração cultural da apreensão de novas técnicas.
sociedade, mais ocupar o vazio da ausência de instituições públicas Em 1964 as atividades de artes plásticas passaram a funcionar
ou privadas que pudessem, de forma organizada e sistematizada, em galpões construídos para ateliers que ficavam atrás da então
oferecer esses benefícios. Eram cursos livres sem vinculações Faculdade de filosofia, vizinha ao Liceu, todos equipados e sob o
profissionalizantes mas que, pelos seus aspectos práticos e teóricos, comando de Raul Córdula. Entre os artistas atuantes estavam entre
ofereciam oportunidades no incipiente mercado de trabalho. outros Celene Sitônio, Flávio Tavares, Régis Cavalcanti, José Altino,
Nesses ateliers passaram jovens e adolescentes que mais Nadieje Paiva e Terezinha Camelo que veio a ser professora de
tarde se notabilizariam no panorama da arte paraibana e nacional, gravura durante anos no DC. Foi nesse atelier que surgiu José Lucena,
entre eles Flávio Tavares, Régis Cavalcanti, Celene Sitônio, Guy Joseph pintor referencial da arte primitiva paraibana. Zé era auxiliar técnico
e tantos outros que mesmo não se dedicando às artes plásticas no colocado pela universidade à disposição do Atelier. Limpava os
futuro destacaram-se noutras atividades, vindo alguns deles a ser pincéis, esticava telas e arrumava o espaço. De tanto acompanhar as
professores na universidade, atividade que seria também exercidas atividades dos artistas resolveu também pintar, aproveitando as
por artistas-professores desse departamento cultural, mesmo não tintas que ficavam nas paletas que ele limpava no final do
sendo, alguns deles, em áreas dessas atividades, a exemplo de expediente. Foi nesse atelier que se iniciou uma atividade de
Archidy Picado (Letras) e Vanildo Brito (Filosofia). Nesse período, nas mercado quando aficionados vinham comprar obras desses artistas,
quatro áreas, mais de 300 alunos matricularam-se nos diversos entre eles o médico Maurílio Almeida e o industrial Marcelo Veloso
cursos oferecidos pelo DC, número de matrículas, exuberante, para Borges, os primeiros colecionadores de arte da Paraíba.
uma cidade que tinha uma população em torno de 150 mil habitantes. 1964 foi e sempre será um ano emblemático para o Brasil,
Segundo depoimento de Raul Córdula, registrado no livro OS quando nesse período se instalou no país o regime militar. Houve
ANOS 60, os professores sem ser professores, chefes de ateliers livres, intervenção na UFPB com a saída do Reitor Mário Moacyr Porto,
despreparados ainda para as tarefas que desempenhavam, substituído pelo capitão-médico do exército Guilhardo Martins. O
começaram sentir a necessidade de treinamento. E foi buscar ambiente universitário brasileiro havia se tocado pelas mudanças
Hildebrando Assis, diretor do DC, ajuda a Simeão Leal, no Rio de políticas e sociais que vinham ocorrendo desde o início da década de
Janeiro, na época o todo poderoso Diretor do Serviço de 1960. Não seria diferente na Paraíba, onde professores, estudantes e
Documentação do Ministério de Educação e, paraibano de Areia, outros segmentos participavam ativamente de movimentos político-
figura de destaque no panorama nacional, pelo trabalho que ideológicos. Afinal a Paraíba era um importante fulcro desses
realizava à frente desse Serviço e pela a influência que exercia em acontecimentos, especialmente no que se refere à reforma agrária,
diferentes setores da cultura brasileira. Simeão, sobrinho de José por conta do assassinato de camponeses, entre eles João Pedro

52 |
Teixeira, que veio a ser o símbolo-mártir dessa luta. Nesse clima que
antecedia o golpe militar, segmentos ditos reacionários acusavam a
universidade de acobertar pessoas do seu quadro que tinham
envolvimentos com os movimentos de esquerda, entre eles ligados
ao DC.
Nesse momento de pré e pós golpe de 1964, havia no DC uma
câmera filmadora, de procedência soviética, equipamento adquirido
pela UFPB, através de compra privilegiada de comércio entre o Brasil
e o Leste Europeu, que se intensificara nos últimos anos, dentro da
política de ampliação do comércio brasileiro, tradicionalmente
OS ANOS 60: revisão das artes
plásticas na Paraíba, dependente dos Estados Unidos e da Europa Ocidental. Atuava no
de Francisco Pereira Jr. setor de cinema do DC Linduarte Noronha, que se notabilizara com o
e Raul Córdula Filho filme Aruanda, considerado um marco no cinema antropológico e
referência para o "Cinema Novo"no Brasil. O filme- documentário,
tratava de uma comunidade descendente de escravos, no alto sertão
paraibano, que se dedicava à produção de cerâmica utilitária
tradicional. Esteticamente verdadeiro, fotografia de alto contraste,
sem artifícios e realista, a película causou enorme repercussão no
Brasil e no Exterior. Possivelmente a câmara soviética e a estética
"pobre" de Linduarte só poderia estar destinada à subversão da
ordem política e do cinema bem comportado, patrocinada pelo
comunismo internacional em plena guerra fria. A UFPB estaria assim
macomunada com esses propósitos.
Apesar do clima de vigilância e cerceamento das liberdades
cívicas e de expressão, a UFPB deu continuidade do seu projeto de
formação e de educação artístico-cultural. No final desse ano o DC fez
a sua segunda exposição na Faculdade de Direito, ainda funcionando
no histórico edifício colonial dos jesuítas, ao lado do Palácio da
Redenção. Pela primeira vez foi instituído premiações para os alunos
da exposição, aberta com a presença do governador Pedro Gondim,
que viria se notabilizar com ações governamentais no campo da
cultura, contando em grande parte com a colaboração da UFPB.
Em l965 as atividades do DC mudou-se para a rua Princesa
Isabel, no centro da Capital, uma grande casa que comportava todos
Aula de desenho do Professor Arthur Cantalice no antigo Departamento Cultural. os setores do DC. Cresciam as atividades dos cursos e se ampliava o
Celene Sitônio como modelo. alunado e o número de professores, entre eles o americano Steve
Hettenbach, recém-formado pela Escola da Pensilvânia, que se
encontrava na Paraíba, a serviço do Corpo da Paz. Importante lembrar
que nesse período outros jovens americanos colaboraram com ações
culturais na Paraíba, entre elas junto a artesões, deixando marcas
ainda hoje visíveis como a produção de batik e intervenções artísticas
nas tradicionais gamelas.
Nesse ano a UFPB completava seu primeiro decênio. E para
comemorar o DC promoveu uma exposição conjunta de seus alunos e
seus professores, divulgada através de cartaz produzido por Raul
Córdula e Steve Hettenbach, talvez a primeira peça produzida na
Paraíba por um designer, com todo o rigor da arte industrial,
aproveitando os recursos possíveis da gráfica universitária. Essa
exposição foi um marco divisor entre a fase de instalação do DC e seu
amadurecimento, quando novos atores se fariam presentes à cena,
sejam como professores, colaboradores e novos alunos.
Entre os anos de 1965 e 1966, para atender a crescente
demanda e diversificada atividade, a universidade deu continuidade
às suas atividades culturais que envolviam participação em festivais
Pioneiros da arte moderna paraibana. Em pé: Elcir Dias, Hermano José, José Lyra, João P. Serrano. de teatro, de cinema, música, recitais de corais e de orquestras, além
SENTADOS: Leon Clerot, Leonardo Leal, Arnaldo Tavgares, Sady Casimiro e Geraldo Pinto
do ensino musical que no futuro se transformaria no grande legado

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de hoje, há mais de trinta anos formando gerações de profissionais,
colaborando para a formação de orquestras, coros, grupos e fazendo
da Paraíba uma legenda no Brasil. No campo das artes visuais, o DP
passou a contar com a presença de Gilvan Samico, que veio dirigir o
atelier de gravura, contando com as presenças de Terezinha Camelo,
Celene Sitônio, José Altino, Régis Cavalcanti, Miguel Ciavarella (então
diretor da fábrica de cimento Matarazzo) e Miguel dos Santos, este
funcionário da UFPB, tal como José Lucena veio a ser na pintura
ingênua, Miguel transformou-se em referência paraibana no Brasil e
no Exterior, notadamente no campo da cerâmica. Samico deixou um
grande legado seu ensino e da sua arte na Paraíba. Outro importante
legado pessoal na arte local foi a presença de João Câmara. Natural da
Capital paraibana, esse artista transferiu-se para Recife nessa
década, ingressando na UFPE, formando-se em Psicologia e depois no
curso de Belas-Artes, fazendo da pintura sua principal atividade. Da
sua época na UFPB tem a Pinacoteca da universidade uma obra da sua
autoria, datada de 1968, uma grande tela onde o artista revela a
linguagem que viria nortear sua produção até hoje. João Câmara teve
seu atelier no DC, auxiliado por Celene Sitônio, e por ele passaram
artistas que certamente vieram ter a sua influência.
Sendo uma atividade não comprometida com formação
acadêmica, provavelmente foi esse espírito de liberdade que sempre
norteou as atividades do DC, levando os cursos práticos e teóricos
não fazer exigências quanto à frequência a acessos das pessoas. Daí Linduarte Noronha e cena de seu filme Aruanda
por que um permanente fluxo de artistas e pessoas de fora
transitarem nos seus espaços, interessados e exercitar seus impulsos
artísticos ou simplesmente ouvir aulas e palestras que ali
aconteciam, entre elas a profa. Carmem Isabel Carlos Silva, Saulo
Barreto, Gilvan Navarro e outros que ocuparam cargos e funções
relevantes na UFPB ou na administração pública. Nessa época a UFPB
intensificava sua presença na vida cultural da Capital e do interior,
através de exposições coletivas e de artistas individualmente, nos
seus espaços ou noutras instituições, colaborando com impressão de
material gráfico referente, oferecendo passagens para artistas
visitarem outros centros o para fazerem cursos, participando de
eventos a exemplo das Semanas Universitárias, que aconteciam em A curadora norte-americana de arte eletronica
cidade do interior, promovidas por estudantes da instituição em Flávio Tavares e Miguel dos Santos
Mary Feldestein, apresentando no NAC seu acervo
período de férias.
Esse perfil de ensino-aprendizagem-difusão cultural
prolongou-se durante o período de criação do DC, entrando na
década seguinte sem mudar de curso, adaptando-se em novos
espaços, convivendo com suas limitações e possibilidades e até
contemporizando de certa forma com os impedimentos causados
pelo regime militar, a exemplo de uma exposição de Raul Córdula,
realizada no hall da Reitoria em 1968, quando o artista, depois de
uma temporada no Rio de Janeiro, retornando à Paraíba cheio de
novas ideias e reintegrado ao DC, apresentava suas mais recentes
criações, entre elas cenas de cenas violência, de corpos nus e de
resistência ao regime. Não deu outra! A exposição foi proibida de
continuar sendo exibida por decisão do Conselho Universitário, que
considerou a mostra um atentado aos bons costumes, portanto
indigno de estar exposto naquele espaço nobre. A Casa Civil do
governador João Agripino publicou uma nota repudiando a medida
repressiva, oferecendo ao artista qualquer espaço governamental
para reinstalar a exposição, escolhendo o pintor o hall do Teatro
Sede do NAC na rua das Trincheiras
Santa Roza, o mesmo velho teatro palco de tantas cenas históricas.

54 |
Não foi a única repressão contra a arte paraibana. Muitas outras Estado com seu antigo curso de agronomia e zootecnia, na cidade de
aconteceriam na cena da cultura local. areia, e em Campina Grande com o campus originado da antiga Escola
Do período entre o final da década de 60 e início dos anos de Politécnica, depois absorvendo outras instituições de ensino
1970, ampliou-se a atividade cultural na Paraíba. Continuaram os superior, na época já sendo reconhecido seu ensino como dos
festivais de teatro tendo como referência o Teatro Santa Roza, dando melhores do Brasil no campo da engenharia. Estava por vir grande
continuidade à tradição histórica do seu palco-platéia que de tudo evolução na universidade, a partir de 1976, quando iniciou o reitorado
servia, das encenações aos festivais de música, esses embalados do prof. Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, um dos fundadores da
desde os meados da década de 60 pelos festivais nacional da Record, antiga "Poli", na época exercendo a Secretaria de Educação Superior
que revelaram os talentos a nova geração de compositores e do Ministério da Educação.
intérpretes - Gil, Caetano, Gal, Chico Buarque, Torquato, Os Mutantes, Lynaldo era reconhecido como excelente administrador e
Capinam, Edu Lobo, Geraldo Vandré, Nara, Elis Regina - paralelamente técnico, além de habilidoso no trato da coisa pública, numa época em
à Jovem Guarda, outra face musical, mais popular e distante das que o regime militar ainda exercia enorme pressão sobre a política e a
questões sociais e ideológicas, cujos principais atores tinham em administração pública. Sem nunca se vincular a partidos ou a facções
Roberto Carlos o principal ícone dessa geração. A UFPB, como ideológicas, sabia exercer seu talento à frente das instituições que
principal instituição de fomento à cultura e às artes não estaria dirigia sem comprometimentos que não fosse a paixão pela causa
distante dessas manifestações. Numa época de acanhadas, ou que assumia competentemente. Daí a confiança adquirida junto a
inexistentes transmissões televisas locais, o jornal impresso era diferentes segmentos do Estado e na esfera federal, além de sua
praticamente a única fonte de difusão e de registro desses eventos, peculiar liderança dos seus comandados.
principal fonte de consulta para quem deseje entender e estudar os Nomeado reitor da UFPB, em 1976, Lynaldo assumiu seu
acontecimentos culturais dessa época. mandato no início desse mesmo ano, numa época em que a escolha
As atividades culturais da UFPB, na ausência de um ensino de reitor pela Presidência da República se dava por eleição indireta,
superior, dá continuidade aos seus cursos de arte, assumindo uma em lista de professores mais votados pelo restrito voto do Conselho
aparente aprendizagem "academizante", notadamente na área de Universitário. Além de encabeçar a lista é natural que com seu
música, pela natural exigência de conhecimentos sistematizados sem prestígio fosse o escolhido. Assumindo, portanto, o mandato
o qual o aluno não poderia evoluir, mas sem dotar um diploma legal. duplamente consagrado.
Nas artes plásticas não seria diferente. Os alunos frequentavam os À frente da UFPB, Lynaldo e equipe passou a incrementar um
ateliers de pintura, desenho, gravura, complementado por aulas de novo estilo na administração ampliando o ensino com novos cursos
História da Arte, que mesmo seguindo os cânones da arte moderna, de graduação e pós-graduação, instalando novos campos no interior
tinha uma sequencia de aprendizagem com exercícios práticos, cuja do Estado e abrindo espaços a iniciativas que pudessem se adequar à
produção se apresentava no final de cada período, quase sempre ao missão da universidade enquanto instituição de pesquisa e extensão.
lado de trabalho dos professores. Para isso contando com mais recursos financeiros que permitiriam
O espaço dedicado às crianças, desde a sua criação sob a atender essas novas demandas e ampliação do seu quadro de
supervisão da professora Lourdes Medeiros, era um celeiro de futuros servidores. Foi iniciada intensa atividade, com a presença de
artistas. De lá saíram vários talentos, entre eles o garoto Flávio contratados de todas as partes do país, e também do exterior. De
Tavares, que viria no futuro se transformar numa importante repente a Paraíba transformou-se numa pequena "Torre de Babel",
referência da arte paraibana. Nesse período o DC criara seu próprio diante das falas estrangeiras e diferentes sotaques brasileiros.
lugar de exibição, a Galeria de Arte José Américo, que esteve em Foram sendo criados novos setores e núcleos de pesquisas e
diferentes localizações, servindo de espaço para essas mostras, extensão, entre eles núcleos destinados às demandas culturais, a
recebendo também exposições de artistas locais ou convidados, que exemplo do Nuppo, para desenvolver pesquisa e documentação da
em troca dessa hospedagem deixava uma obra sua para compor um cultura popular; o Nudoc, responsável pelo cinema; o NAC, destinado
acervo de arte para a universidade, coleção esta que mais adiante a estimular às artes contemporâneas, e o NTU que teria por missão
comporia o acervo inicial da futura pinacoteca criada na década desenvolver as artes cênicas. Estruturalmente esses núcleos eram
seguinte, que viria se instalar na Biblioteca Central do Campus I. formados por docentes dos cursos afins, com a finalidade de
No campo da música, aconteciam recitais de alunos, promover intercâmbio de informações das áreas específicas,
apresentados quase sempre no auditório da reitoria, edifício contribuindo com a formação dos alunos, troca de experiências e
construído na Avenida Getúlio Vargas, próximo ao Parque Solon de aproximação com a sociedade, beneficiada por essas atividades.
Lucena (Lagoa), onde também se exibiam os conjuntos oficias da Os núcleos foram instituídos por resoluções do Conselho
universidade, entre eles sua orquestra de câmera e seu coral, Universitário e ligados à pró-reitorias específicas, no caso da cultura
formados por professores, alunos e funcionários da instituição. Três à Pró-Reitoria para Assuntos Comunitários - Prac, e à Coordenação de
professores e regentes se destacaram nesse período: Arlindo Teixeira, Extensão Cultural - Coex, dessa Pró-Reitoria. À frente do setor o Prof.
Joseph Kaplan e Gerardo Parente, cuja passagem pela universidade Iveraldo Lucena, que durante o reitorado teria papel importante para
deixou um enorme legado na formação de jovens músicos na Paraíba a implantação dos núcleos e suas atividades, setores ainda hoje
e além fronteiras, contribuindo para afirmação do Estado como atuando, mesmo sem a intensidade daquela época, em razão de
centro de formação e difusão da música erudita no meio social. diversos fatores até hoje não devidamente compreendidos.
Ao se aproximar 20 anos de fundação a universidade, já se Nessa mesma época foi criado o Departamento de Artes e
transformara numa grande instituição, ampliando-se pelo interior do Comunicação, destinado à formação de arte-educadores e

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QUINTETO ARMORIAL DA UFPB: Antônio Fernando "Pintassilgo" Farias, Antônio Madureira, Fernando Torres Barbosa, Edilson Eulálio Cabral e Antônio Nóbrega.

jornalistas, bem como o Departamento de Música, para a formação de Como se vê, há uma trajetória histórica iniciada com a criação
bacharéis nessa área. Importante lembrar que dessa iniciativa foi do antigo Departamento Cultural no início dos anos de 1960, que se
possível a recriação da Orquestra Sinfônica da Paraiba - OSPB, no consolidando contribuiria para o surgimento de uma Coordenação de
governo de TarcisioBurity, formada por professores do Extensão (Coex), que se integraria à nova Pró-Reitoria para Assuntos
Departamentode Música da UFPB e músicos contratados pelo Estado. Comunitários, - Prac - convocando-se pessoas da instituição e de
A OSPB se transformaria no grande laboratório de onde sairiam fora, através da realização de encontros, seminários e cursos,
excelentes profissionais para o ensino e para o mercado musical nos algumas se incorporando às atividades acadêmicas e administrativas
mais diferentes níveis. da instituição. Importante lembrar a presença do dramaturgo Ariano
Pela dificuldade para formar o corpo docente desses cursos, a Suassuna, nessa época assessor da reitoria, que colaborou para a
universidade se valeu na época da prerrogativa legal do "Notório criação do Nuppo, que teve como primeiro coordenador o prof.
Saber", contratando pessoas sem graduação mas de reconhecido Osvaldo Meira Trigueiro, e do NTU, este surgido a partir da encenação
domínio no campo dessas atividades, ou graduados noutras áreas da peça "O Auto da Compadecida", comemorativa dos vinte anos do
mas atuantes nesses diferentes campos desses saberes. Dessa forma seu lançamento, com participação do Grupo de Danças Folclóricas do
deu início uma fecunda atividade universitária, hoje com novas Liceu paraibano, que tinha à frente a profa. Dalvanira Gadelha, grupo
disciplinas profissionais no campo das artes, da comunicação social, este que incorporado à peça se transformou no atual Grupo de
do turismo e hotelaria, das novas mídias, atendendo inclusive a pós- Danças Populares da UFPB. Segundo Ariano, esta foi a melhor
graduação, abrigadas em sofisticadas instalações, que além das encenação da "Compadecida", que teve como diretor Fernando
confortáveis salas de aula contam com teatro, galeria de arte, Teixeira, Ednaldo do Egypto como Chicó, e Saint-Clair Avelar como
laboratórios, uma TV (aberta), estúdios de gravação de áudio e TV, João Grilo. Esta foi a base para a criação do NTU.
entre outros espaços que inclui uma sala de concertos, uma das O surgimento dos outros núcleos seguiria o mesmo modelo:
melhores do país - espaço público que se destina a apresentação da exemplo o Nudoc, nascido a partir de um encontro para discutir e dar
sua recém criada orquestra sinfônica e dos vários grupos musicais e novos rumos ao cinema paraibano, acontecido na reitoria, com a
coralísticos, frutos da permanente atuação do Departamento - tudo presença de cineastas, críticos e fotógrafos, entre eles Vladimir de
concentrado no CCTA - Centro de Comunicação, Turismo e Artes, a Carvalho, Pedro Santos, Wllis Leal, Alex Santos, Paulo Melo, Fernando
mais recente conquista da UFPB se projetando nos 65 anos da sua Pereira, entre outros paraibanos e convidados, onde na oportunidade
fundação, iniciativa que teve à frente o professor David Fernandes, se discutiu a perspectiva da criação na Paraíba, com apoio da UFPB,
seu primeiro e atual Diretor e os professores Eli-Eri de Moura e Ulisses de um núcleo para produção cinematográfica. Se o objetivo não foi
Carvalho, os vice-diretores. alcançado, pode-se afirmar, no entanto, que dessa iniciativa surgiu

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uma geração de cineastas e de produções que têm contribuído para das ações desenvolvidas, em que o núcleo foi na época exemplo
afirmação da Paraíba como referência cinematográfica, restaurando nacional de uma experiência de ação cultural fora do eixo Rio/São
inclusive para a cena atual realizações antológicas como a filmografia Paulo, na época o polo hegemônico da arte brasileira. Estão
de Walfredo Rodrigues, de Linduarte Noronha e de outras incorporados a essa fase inicial, além dos já citados, as pessoas de
importantes cineastas, além da contribuição ao curso de Silvino Espínola, Sergio de Castro Pinto e Breno Mattos, entre outros.
comunicação da instituição. Ainda nessa gestão outras ações e núcleos foram
O Núcleo de Arte Contemporânea teve uma origem singular. implantados, ampliando a ação da UFPB na Capital e no interior do
Havendo na UFPB um ensino de arte desde os anos 60, seguindo Estado. Duas delas se destacando pela dimensão cultural em busca
padrões tradicionais, durante os últimos anos a atividade não da restauração de práticas artesanais da cultura popular e da
atendia as mudanças ocorridas na arte, seja no ensino e na própria literatura folclórica, resultando na criação da Superintendência do
realidade das enormes variantes do que já se consagrara como arte Artesanato - Sudarte, e do NELL - Núcleo de estudos Linguísticos e
contemporânea. Havia a necessidade de um redirecionamento, Literários, o primeiro convocando artesões portadores de antigas
quando já se criara o curso de educação-artística, que seria práticas dos fazeres manuais para se organizarem em cooperativas e
responsável pela formação de profissionais para atuarem nas escolas passarem suas experiências para os mais jovens, tendo à frente
obedecendo a lei que obrigava as escolas adotarem o ensino de arte. dessas ações a profa. Teresa Aquino. O outro destinado a catalogar,
A UFPB cumpria seu papel em suprir o vazio dessa atividade. republicar e identificar poetas e repentistas, contadores de história e
A perspectiva desse redirecionamento se deu em 1977, quando outras formas de expressões da poética nordestina, que veio resultar
da realização de encontro em Campina Grande, para comemorar os 10 num importante acervo de folhetos impressos e de estudos
anos de criação do Museu de Arte daquela cidade, evento realizado acadêmicos sobre o assunto, extrapolando as fronteiras nacionais
com iniciativa da UFPB e com a presença de vários artistas plásticos através de intercâmbios com instituições estrangeiras, despertando
paraibanos, professores da universidade e outros convidados entre vocações para a pesquisa e produção de teses e livros. Esse Núcleo
eles Antonio Dias, artista paraibano de projeção internacional, na teve na Profa. Neuma Fechine sua grande incentivadora. No campo II,
época residindo durante anos na Europa, de Paulo Sérgio Duarte, em Campina Grande, na gestão do Pró-Reitor do Interior, prof.
psicólogo-clínico e crítico de arte, também residente na Europa, e da Sebastião Guimarães, foi criado o Departamento de Artes, inspirado
profa. Laís Aderne, arte-educadora, que voltara ao Brasil depois de no antigo Departamento Cultural, para atender cursos livres de
uma pós-graduação no exterior, e que fora principal articuladora para música e artes plásticas. Esse setor veio depois se transformar em
a criação do curso de Educação-Artística na UFPB. cursos superiores de arte mídia e bacharelato em música.
Surgiu então, a partir de um documento elaborado pelo prof. Importante registrar a realização de simpósios, seminários,
Paulo Sergio Duarte, aprovado em assembleia do encontro, a ideia encontros, cursos e exposições nessas e noutras áreas, a exemplo dos
para a criação de um Núcleo de Arte Contemporânea, que se instalaria Encontros de Folclore, acontecidos em Cabedelo, Pombal, Patos e
a partir de 1988, com as presenças, além do próprio Antonio Dias e de noutras cidade paraibanas, destinados ao estudo e discussão das
Paulo Sergio Duarte, Raul Córdula Filho, que retornaria a UFPB e seria expressões populares e folclóricas, com apoio da Campanha Nacional
o primeiro coordenador do NAC, e Francisco Pereira da Silva Júnior, de Defesa do Folclore, na época dirigido pelo Folclorista Bráulio
autor deste texto, entre outros que dariam significativa contribuição Nascimento, eventos que levaram a apresentações e reconhecimento
ao núcleo. O NAC, desenvolveu intensa atividade durante o reitorado de grupos e práticas da cultura popular, alguns deles que se
em curso, envolvendo alunos e professores da UFPB, artistas locais e encontravam em vias de desaparecimento e com apoio da UFPB
de fora, entre esses artistas brasileiro de referência como Miguel Rio foram revitalizados, além da publicação de documentos e gravação
Branco, Claudio Tozzi, Cildo Meirelles, Rubens Gerchman, Tunga, de discos.
ArturAlipio Barrio, Roberto Burle Marx, Vera Chaves Barcelos, Anna Esse sentido de valorização da cultura popular levou à criação
Maria Maiolino, Marcelo Nistche, Paulo Roberto Leal, Paulo Klein, do Quinteto Itacoatiara, por inspiração de Ariano Suassuna, formado
entre outros importantes artistas que atualmente se destacam no por jovens músicos, que vieram depois se tornar professores, grupo
Panorama internacional, todos contribuindo com suas intervenções e que tinha como principal orientação a produção musical erudita a
obras para a mudança do olhar artístico na Paraíba e no Nordeste, partir das fontes musicais folclóricas e populares nordestinas, nos
complementado pela presença de críticos e estudiosos como Roberto moldes da música armorial, que teve em Ariano um dos seus
Pontual e Fábio Magalhães, contribuindo para disseminação de novas principais mentores. Em razão desses valores o próprio Ariano criou
ideias e teorias no campo das artes. artisticamente o símbolo do grupo, baseado num dos "sinais"
Importante foi a atuação do NAC com eventos expositivos e gravados na Pedra do Ingá, monumento lítico de origem ainda não
encontros para discutir diferentes assuntos da arte e suas relações no decifrada até hoje, localizado na Paraíba. Algumas das (re)criações do
campo da filosofia, da Semiótica, da sociologia, e das outras artes grupo foram pioneiramente registradas num disco vinil, editado em
onde a visualidade se faz presente. Alem da enorme fortuna crítica e 1984, no reitorado do Prof. Berilo Ramos Borba, em 1984, pela Funarte,
jornalística, o NAC teve publicado pela Funarte, em 2004, dentro da ao lado de outros registros de grupos eruditos ligados ao
coleção FALA DO ARTISTA, livro organizada por Dyógenes Chaves, uma Departamento de Música da Universidade.
síntese das ações do NAC durante o período que vai da sua instalação Inspirado também pela tradição popular, a universidade
até 1986, entre os quais reflexões sobre suas dificuldades em dar produziu, através da Empresa Marcus Pereira, outro vinil com a
continuidade ao seu projeto para o qual foi criado. À Funarte se deve gravação de uma peça sinfônica, a "Grande Missa Nordestina", com a
importante contribuição como financiadora do primeiro momento orquestra da universidade e seu coral, cuja sequencia se inspirou em

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cânticos das nossas tradições, como o aboio, o coco-de-roda, a
ciranda, o pastoril e outras expressões folclóricas, composta e
dirigida pelo maestro Clovis Pereira, na época titular da orquestra.
Passados seis décadas e meia de fundação percebe-se
claramente como tem sido influente, industriosa e fecunda a atuação
da UFPB, através de sucessivas gerações de pessoas por ela formadas,
pela produção e difusão de conhecimentos e pela extensão de ações
que fazem da Paraíba uma referência nacional na cultura, nas artes e
nas ciências.
Por tudo que testemunhamos diretamente ou através de
registros histórico, em torno de meio século, poderíamos estender
em muitos detalhes este depoimento. Limitamo-nos, no entanto, em
grande parte, descrever sinteticamente de memória essa face
cultural da instituição. Tarefa certamente a ser ampliada por olhares
mais rebuscados, ou quem sabe, por cuidados mais acadêmicos. Por
mais de três décadas gozamos da sua convivência e nela deixamos,
como tantos outros, um pedaço da nossa vida.
Big Band Rubacão Jazz

Orquestra Sinfônica da UFPB

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Raízes e Asas do Movimento
Estudantil da UFPB
Agamenon Travassos Sarinho
Técnico Administrativo aposentado da UFPB
Edson de Souza Neves
Médico
Romero Antônio de Moura Leite
Professor aposentado da UFPB
Severino Dutra de Medeiros Filho
Professor da UFPB
(Estudantes nos anos 1970)

U m golpe. Mais um golpe. Esse em 2016. Desta vez um


pouco diferente porque quem o sacramentaé o
Congresso Nacional, que funcionava plenamente. Não
que fossem outras as forças que o gestou. Também nesse, os
descomprometidos com a democracia e a soberania nacional
político inevitável que a necessidade de enfrentá-las põe como
intrínseco componente da vida estudantil.
A nossa Universidade Federal da Paraíba (UFPB) somente
veio a se tornar uma instituição federal cinco anos após a sua
constituição como entidade de educação superior. Para tanto,
usaram o surrado discurso contra a corrupção e o combate a agregou outros cursos a partir do curso agronomia de Areia.
pretenso descaminho econômico para impedir a continuidade Cursos isolados existentes em João Pessoa e Campina Grande
de políticas públicas, sociais e econômicas voltadas aos vieram a compor a configuração inicial que o governo estadual
interesses dos mais desprivilegiados da sociedade. sustentava e financiava. Uma crescente demanda pelo ensino
Alguns dos incomodados, desde sempre democratas, superior pressionava na direção da expansão e ampliação da
líderes estudantis no passado relativamente recente, decidem universidade, denominação que passava a assumir face a nova
se encontrar para viver a emoção e os sentimentos após mais configuração.
de 40 anos desde que reorganizaram o Movimento Estudantil A UFPB começa a se configurar com a criação pelo
na UFPB durante a Ditadura Militar resultante do golpe de 1964. governo federal da Escola de Agronomia do Nordeste (EAN), em
Um feliz reencontro, uma reafirmação do espírito democrático. 1934,para atender interesses políticos e econômicos da Região
Uma forma de enfrentamento de mais um golpe. do Brejo Paraibano, em franca decadência decorrente da
A memória andou, voou, passeou, nadou de braçada situação falimentar dos engenhos produtores de rapadura. A
naquele Encontro. Aqui queremos que ela nos ajude a construir iniciativa contou com o decisivo apoio do governo estadual. Em
um panorama, certamente incompleto, desse Movimento na 1947, a iniciativa privada fundou a Faculdade de Ciências
UFPB em seus 65 anos. É pretensioso e, por si só, desafiador. Econômicas, em João Pessoa.Na Constituição Estadual de 1948,
Mas, longe de ser conclusivo. foi inserida a criação da Faculdade de Filosofia, ato que
reafirmou a importância da presença do Estado nos rumos e
1. UM BANHO COM MERGULHO NAS ORIGENS destinos do ensino superior na Paraíba.
São fundadas, na sequência, as faculdades de Direito
O que leva estudantes a se juntarem e se organizarem em (1949), de Medicina (1951), de Odontologia (1951), de Filosofia,
um movimento, em entidades estudantis? Desconfiamos, e a Ciências e Letras do Instituto Nossa Senhora de Lourdes (1953),
história tem contribuído para firmar a compreensão, que a de Ciências Econômicas de Campina Grande (1955), de Farmácia
realidade da vida concreta, recheada de insuficiências de (1956), e as Escolas de Serviço Social da Paraíba (1951), de
políticas públicas, de injustiças assentadas no mais mesquinho Engenharia da Paraíba (1952), Politécnica de Campina Grande
dos discursos governamentais, de ausências de plena (1952) e de Enfermagem (1955). Levando em consideração a
liberdade dos cidadãos, mas também, de um aprendizado quantidade e a concentração de faculdades e escolas em João

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Pessoa, o Governador do Estado, José Américo de Almeida, luta pela construção do Restaurante Universitário (RU), está
propôs a instalação da Universidade da Paraíba, resultante da inserida nas reivindicações pela existência de recursos
reunião das faculdades isoladas então existentes e, em 12 de financeiros oriundos do governo federal que parecia ter
dezembro de 1955, autorizada pela Diretoria de Ensino federalizada e abandonada a filha. Foi vitoriosa e o RU passou a
Superior, se deu a sua fundação. Após cinco anos, é funcionar no Clube dos Estudantes Universitários (CEU), a partir
federalizada, contando com uma estrutura que envolvia de 1960, quando o presidente da UEEP era Lindberg Farias, pai
também escolas e faculdades de outras cidades paraibanas do ex-presidente da UNE e ex-senador. A UFPB sofre de
como Campina Grande e Areia. inanição de recursos desde a sua origem e isto sempre foi
Destacamos a formação do ensino superior em Campina motivo para a mobilização estudantil.
Grande, principalmente com o surgimento da Fundação para o Mais da metade do ano de 1961 se passou sem que se
Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FUNDACT) em 1960, visse a cor do dinheiro federal. Professores e servidores sem
transformada posteriormente na UNIVERSIDADE REGIONAL DO receberem salários há nove meses, sentiam saudades dos
NORDESTE (URNE), de responsabilidade do governo Municipal. tempos estaduais. Estudantes protestam e encontram no
Integravam a URNE, em sua origem, as faculdades de Filosofia, esquete a forma de dizer da insatisfação. Num ato público,
de Serviço Social, de Direito, de Arquitetura e Urbanismo e a de Mocidade, interpretando o Ministro da Educação Antonio
Odontologia. Anos depois foi assumida pelo Governo Estadual e Ferreira de Oliveira Brito, é julgado, condenado, fuzilado e
recebeu a denominação de Universidade Estadual da Paraíba enterrado num ritual burlesco. E a greve geral pela atualização
(UEPB). do pagamento dos salários é deliberada pelo Conselho
Durante a década de 1970, no reitorado de Lynaldo (formado pelos Diretórios Acadêmicos). A sede do movimento é
Cavalcanti, a UFPB experimenta uma grande expansão que a Faculdade de Direito, ocupada pelos estudantes. E os as
permite a existência de unidades acadêmicas do Litoral ao formas de se viabilizar os recursos financeiros para amenizar a
Sertão, distribuídas em estrutura multicampi sediadas em João inanição da instituição nessa área, levou representantes
Pessoa, Campina Grande, Areia, Bananeiras, Cajazeiras, Patos e estudantis ao ministro da educação e até ao presidente da
Sousa. república, no governo João Goulart. Conta Cláudio Rodrigues
Esses processos de crescimento e desenvolvimento que a UEEP conseguiu incluir numa delegação de sindicalistas
descritos de forma sintética tem o intuito de contribuir para a que se encontraria com o Presidente, o estudante Tarcísio
compreensão do Movimento Estudantil na UFPB ao lado das Burity. O clima político assustou-o, mas conversou e o
lutas estudantis sintonizadas com as demandas educacionais, problema foi encaminhado ao ministro da educação para uma
mas também as de ordem social e política postas nos diversos solução. Mas, a condição de término da greve para os
contextos históricos. encaminhamentos seguintes não foi aceita pelo movimento
estudantil.
1.1. COMEÇANDO A FUNÇÃO Nova viagem, outra comitiva. Dela faziam parte o
governador Pedro Gondim, o reitor Mário Moacyr Porto, o
A situação da educação na Paraíba dos anos 1950 prefeito da capital Luís de Miranda Freire, o deputado estadual
desafiava estudantes e educadores na sua construção, Assis Lemos, e os representantes da UEEP, Antonio Augusto
consolidação e reorganização. Não seria difícil de prever que a Arroxelas (presidente), o Fininho, e Carlos Pereira de Carvalho
dor de um certo crescimento educacional, mesmo que frágil, (secretário). Após audiência com o primeiro ministro Tancredo
embutia as necessárias reivindicações estudantis desaguadas Neves e o presidente Jango que dispensou a condição
em lutas coletivas. Mas, não somente a especificidade dos anteriormente imposta, o grupo se reuniu com o ministro da
problemas educacionais moviam os estudantes paraibanos educação a quem cabia tomar as providências necessárias ao
secundaristas e universitários. Relacionadas ou não com a área atendimento da decisão presidencial. Audiência marcada, uma
educacional, as questões de ordem política penetraram nos comitiva estudantil, acompanhada por alguns parlamentares,
corações e mentes desde a origem das lutas estudantis. A sem a presença do reitor, foi recebida pelo ministro. Este tinha
criação de entidades torna-se imperativo para a melhor uma relação inamistosa com o reitor devido as manifestações
organização e condução dos movimentos. estudantis e também não era razoável o relacionamento com o
Uma importante organização fundada em 1951, a União diretor de Ensino Superior, Dumerval Trigueiro, primeiro reitor
Estadual dos Estudantes da Paraíba (UEEP), reuniu as entidades da UFPB, por não ter sido ele o seu candidato à sucessão. Os
estudantis universitárias e conduziu as lutas reivindicatórias e estudantes definiram a escolha de Mário Moacyr Porto.
políticas durante as décadas de 1950 e 1960. Algumas dessas O fato é que quando tudo se encaminhava para as
lutas ficaram como marcos na história onde as gerações finalizações, o presidente da UEEP pediu o abono das faltas dos
seguintes beberam seu aprendizado militante. Uma delas, a estudantes em greve há um mês. Dissimulando as outras

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razões, o ministro disse do respeito a autonomia universitária
para não atender ao pleito e remeter a decisão aos professores.
Arroxelas, não satisfeito, indagando, disse se eram dois pesos e
duas medidas já que abonara as faltas dos estudantes do curso
de Direito de Recife. O ministro levantou-se para agredi-lo e o
Fininho para enfrentá-lo. Ânimos serenados, o ministro deixou
a sala dizendo não resolver nada sob coação. De fininho ou de
Fininho?
As histórias relatadas nos ajudam a compreender,
dentre outras coisas, os motivos que levam a elaboração das
reivindicações, as formas de luta adequadas ao seu
desenvolvimento e os instrumentos organizativos que
contribuem para coesionar o movimento.
No início da década de 1960, os estudantes criaram o
Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPB, um passo
significativo na forma organizacional do movimento estudantil.
Manifestação estudantil no Ponto de Cem Réis (Agosto-1979)
As diversas lutas então desencadeadas, coordenadas pela UEEP
com reforço do DCE, levam o segmento social ao CEU.
Explicando, o Clube dos Estudantes Universitários (CEU) acabou
sendo também um restaurante por uma campanha estudantil
que envolveu setores do legislativo e do executivo estadual
para a criação e o financiamento do Restaurante Universitário
(RU). Virou Cassino. Até hoje é restaurante, privado, na Lagoa,
onde poucos dos que ajudaram a sua criação dispõem de
recursos para usufruir do seu menu. Os movimentos tendo
como mote o RU vão acompanhar toda a história do ME, na
UFPB.
Mas também naquela época não se queria apenas
comida. A fome era mais complexa, alcançava dimensões social
e política. Em janeiro de 1960, no Congresso Universitário
Protesto dos Estudantes (1967)
Paraibano, o acirramento da luta no campo em razão da
truculência dos proprietários rurais, defensores da mais injusta
distribuição de terras e da exploração inaceitável dos
necessitadosde terra para o cumprimento da sua função social,
e a combatividade das Ligas Camponesas, levou a ser pautado e
aprovado o apoio do movimento estudantil a organização dos
camponeses. Decorrente do aumento da violência no campo foi
criado o Bloco Estudantil Operário Camponês que contribuía na
organização de atos contra o latifúndio. Na política interna, a
luta pela renúncia do reitor e pela participação na indicação do
próximo,sob a liderança de Lindberg Farias, pai do ex-senador,
mobilizou os estudantes e desencadeou uma greve vitoriosa,
após manifestações de rua e debates na Assembleia Legislativa.
Invasão do Restaurante Universitário, hoje Cassino da Lagoa
Foi nomeado o Prof. Mário Moacyr Porto, apoiado pelos
estudantes.
Acentua-se nesse período histórico a participação da
UEEP nas causas populares, confirmando o outro tipo de fome
acima mencionado. Amilton Gomes, sucessor de Lindberg na
presidência, conduziu a entidade para a defesa de uma
universidade para o povo, terra para quem trabalha,
socialização da medicina e a defesa das Reformas de Base

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apresentadas pelo governo João Goulart. Essas e mais outras Em julho de 1964, o Conselho Nacional dos Estudantes da UNE,
bandeiras políticas e algumas de cunho mais específico entidade banida pelos militares, realiza reunião e elege uma
nortearam a UEEP também na gestão do estudante de medicina junta governativa e em seguida, já em 1965, é escolhido um
Zé Sabino (José Rodrigues Lopes), no biênio 1963/1964. presidente provisório para condução dos destinos da entidade
Ainda no primeiro quarto dos anos 1960, algumas lutas até a realização do seu Congresso, na clandestinidade. O XXIX
desenvolvidas e conquistas alcançadas merecem também ser Congresso aprovou a Carta Política da UNE, baseada no Plano de
destacadas. Por exemplo a abertura do RU ao acesso das Ação definido no XXVIII Congresso, e trazia como proposições a
estudantes e a greve pela defesa da lei que assegurava 50% de luta pela escola pública gratuita, pela reforma universitária, pela
abatimento nas passagens de transportes coletivos. Nesta, revogação da lei Suplicy, contra o acordo MEC-USAID, pela
houve confronto com a polícia e saldo de um morto, um policial. alfabetização de todo o povo, dentre outras. Nos planos político,
Segundo líderes do movimento, obra de infiltrados que econômico e social, se posiciona contra a política econômica do
buscavam desmoralizar e desmobilizar a luta. Algumas governo, pela revogação dos atos institucionais, contra a lei do
repartições públicas foram depredadas. arrocho, pela anistia geral dos presos políticos, pela reforma
O ano de 1964 inicia com a resistência camponesa em agrária, por eleições livres e diretas.
Mari, onde o enfrentamento com capangas de usineiros Aqui na Paraíba, os estudantes realizaram o Congresso de
resultou na morte de 11 pessoas. Vários atos foram realizados Reconstrução da UEEP, em 1967, organização fundamental e
em apoio aos trabalhadores do campo e denunciando a necessária, como ficou demonstrado, para as lutas do
violência com que era tratada uma questão social. No início do movimento estudantil em 1968, desde as específicas, como a
mês de março, estudantes secundaristas ocuparam a questão dos "excedentes", até as de ordem política como o
Faculdade de Direito em protesto pela presença do governador enfrentamento da ditadura militar.
Carlos Lacerda, conhecido como o corvo, um direitista
reacionário conspirador do golpe contra a democracia. Não 2. 1968, O ANO QUE NÃO ACABOU E O TRANSPORTE PARA A LUTA:
somente obtiveram o apoio dos alunos de Direito como a sua OS TICKETS
incorporação ao ato. A ação simbólica de enforcamento de um
boneco do governador da Guanabara, provocou a ira de seus O Movimento Estudantil, marca a história da UFPB, criada
apoiadores que tentaram entrar na faculdade utilizando um pela Lei Estadual 1.366, de 02 de dezembro de 1955.O ano de 1968,
tronco de árvore para derrubar a porta de entrada. Este marca a mais intensa participação dos estudantes
episódio e mais a tragédia de Mari, implicou no rompimento da universitários, ao lado dos secundaristas. As universidades
UEEP com o governador Pedro Gondim, em razão da postura ainda conservavam as entidades estudantis (Diretórios
adotada e não aceita pelo movimento estudantil. Acadêmicos) e isto permitia uma maior organização e uma
E se instala o golpe civil-militar de 1964. Começa a militância melhor preparada. João Pessoa e Campina Grande
Ditadura. Todas as entidades estudantis são fechadas e em seu registraram grandes embates de rua envolvendo os estudantes e
lugar são criados pela Lei Suplicy de Lacerda, os Diretórios as forças policiais. Ainda ecoava a repercussão da invasão da
Acadêmicos, o Diretório Central dos Estudantes, o Diretório Faculdade de Direito por membros do CCC e policiais em 1964, no
Estadual dos Estudantes (DEE) e o Diretório Nacional dos protesto estudantil contra a visita de Carlos Lacerda, governador
Estudantes (DNE). Líderes estudantis são proibidos de do Estado da Guanabara.
continuar seus estudos universitários, outros são impedidos de O projeto político educacional da ditadura assentado em
ter acesso a universidade. Na UFPB, muitos deles foram poucos recursos financeiros para a educação superior impedia a
delatados pelo interventor do Diretório Acadêmico da sua expansão bem como o aumento de vagas. Essa a razão
Faculdade de Ciências Econômicas, Jorge Scavuzzi dos Santos, principal do surgimento do problema dos chamados
no âmbito da Comissão de Investigação criada pelo Reitor- "excedentes". Eram considerados "excedentes" todos os
interventor Guilhardo Martins. A Comissão era integrada pelos estudantes que embora tivessem atingido a nota mínima para
professores Flósculo da Nóbrega e Paulo Bezerril, além do aprovação, não ingressavam na universidade devido a
servidor José Ferreira Ramos, tendo como atribuição instalar inexistência de vagas. No período 1964/1968, o número de vagas
processos contra alunos e professores, com base em cresceu apenas 56%, enquanto os vestibulandos aumentaram
informações repassadas pelos órgãos de informação. As 120%.Tal situação desencadeia uma série de manifestações
punições apresentadas pelo interventor ao Conselho reivindicatórias e de enfrentamento da política educacional do
Universitário foram aprovadas e somente no reitorado do Prof. governo com destaque para o repúdio ao acordo MEC-USAID.
Jader Nunes, o CONSUNI reparou o seu erro. Greves, ocupações, manifestações em favor dos "excedentes",
A violência e a perseguição ditatorial não foram acrescidas pela insatisfação com o clima de repressão
suficientes para arrefecer o ânimo do movimento estudantil. implantado pela ditadura ocupam a cena política.

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A UEEP, o DCE e os Diretórios Acadêmicos, além do apoio Em vários países como França, EUA, Inglaterra e
através de notas, convocam um ato em frente à residência do Alemanha, por exemplo, os estudantes saem às ruas recusando
Reitor Guilhardo Martins, onde montam acampamento para a lógica do sistema universitário, pondo em xeque a própria
provocar o diálogo em busca de solução. Posteriormente, o estrutura em que estava alicerçado, exigindo reformas
acampamento foi transferido para as proximidades da Reitoria, universitárias. A meritocracia era execrada, jogada às calendas.
localizada na Lagoa, onde também pais de alunos se Fortes e justas também as demandas políticas e sociais. A
incorporam e o transformam num grande espaço político onde guerra do Vietnã assanhava os ideais de paz entre os povos e
predominava a causa dos "excedentes", mas também a revolta todo um processo de questionamento dos costumes
contra a ditadura. Um dos embriões da UFCG passou pela alimentava sonhos realizáveis da juventude.
solução encontrada com a criação do curso de medicina em "Neste luto, começou a luta", foi o juramento de mais de
Campina Grande. Os aprovados em direito foram matriculados. cinquenta mil estudantes que acompanharam o sepultamento
Alguns fatos foram determinantes para o crescimento da de Edson Luís e também foi a senha para o desencadeamento
luta estudantil naquele ano. O assassinato do estudante Edson de inúmeras atividades políticas em todo o país.
Luís no confronto com a polícia carioca no restaurante Além da UEEP e do DCE, em João Pessoa os diretórios
universitário Calabouço e a prisão de centenas de líderes do acadêmicos mais atuantes eram os de Medicina, Filosofia,
movimento quando da tentativa de realização do 30º Ciências e Letras, Engenhariae Economia. Em Campina Grande,
Congresso da UNE, em Ibiúna-SP, foram emblemáticos do o tradicional 11 deAgosto. Marca essa história, a batalha do CEU.
embate com a ditadura militar instalada. Afora o que acontecia Ilustrativo o depoimento do Jornalista Sérgio Botelho, em
no mundo com fortes repercussões internas. artigo, deste episódio: "O CEU marcou boa parte da vida

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pessoense das décadas de 50 e 60. Lembro de uma das mais incomodados e com enorme vontade de engajamento em ações
importantes greves estudantis daquela época, que mobilizou contra o regime militar. Estes alunos dispostos a participarem
universitários e secundaristas. A polícia do estado a serviço da de um movimento existiam, mas dispersos, espalhados nos
ditadura estava acantonada no anel interno da Lagoa. De frente vários centros e cursos.
para o restaurante universitário. Mas, não entrava no CEU. Por
alguns dias, foi assim. Em determinado momento, no entanto, e 2.1. GÊNESE
para correria geral, começou a invasão. Mais uma vez, jovens
que lutavam pela liberdade e pela paz no mundo inteiro eram De forma isolada alguns alunos tentavam romper este
levados à prisão como se fossem simples bandidos". Expulsos marasmo com iniciativas diversas principalmente no terreno
do CEU, os estudantes foram em passeata até o auditório da cultural. Quase paralelamente ao movimento dos tickets, uma
FAFI - Faculdade de Filosofia (atual Colégio Estadual Olivina das iniciativas que busca atingir todo o campus de João Pessoa
Olívia), onde instalaram o comando do movimento. Dias depois é a distribuição e divulgação do jornal estudantil GÊNESE.
nova invasão policial e o desalojamento previsível. Criado por três alunos (Edson Neves, Paulo Tavares e Romero
O CEU foi também um espaço de movimentação e Antonio), sendo dois do curso de Medicina e um do curso de
articulação cultural, onde alguns dos mais conhecidos Psicologia, esse jornal estudantil foi o primeiro a ser lançado na
intelectuais paraibanos como Linduarte Noronha, Paulo UFPB na década de 1970, portanto após a edição do AI-5 e ainda
Pontes, Wladimir Carvalho, dentre outros,começavam a na vigência do 477 e do 228, leis autoritárias repressoras da
dominar a cena. Também existia, com igual importância liberdade estudantil.
cultural, um CEU em Campina Grande. Deliberadamente inspirado no jornal alternativo O
A juventude universitária da UFPB pagou um elevado PASQUIM, o GÊNESE, cujo slogan era "um jornal malcriado",
preço pela ousadia de enfrentar a ditadura. Ao cabo de 68, a continha artigos políticos, contos, poesias, humor e charges.
repressão havia recrudescido e com a edição do AI-5, o regime Não era anarquista, mas anárquico como pensavam ser seus
assume seu caráter fascista, passando a perseguir todo e criadores. A capa foi de Flávio Tavares (por mares nunca dantes
qualquer opositor. Foi, em seguida, editado o decreto 477, que navegados), charges de Bonifácio Imperiano (Boni, estudante
visava exatamente punir os ativistas do ME. A partir do decreto de Medicina), poemas de Walter Dantas (estudante de Letras),
477, a repressão ao movimento intensificou-se: ocorreram Gil Messias (estudante de Direito), Edson Neves e Agamenon
expulsões de estudantes em diversos estados, tanto de Sarinho (estudante de Direito), também diagramador e
colégios como de universidades. Na Bahia, Pernambuco, ilustrador do jornal, e artigos de Carlos Tavares (estudante de
Paraíba, Guanabara e Brasília as expulsões atingiram centenas Letras), Assis Pires (estudante de Medicina), e dos fundadores
de estudantes, praticamente desarticulando as lutas locais. do GÊNESE.
Mas, dois dias antes da publicação do 477, o Reitor da UFPB, O Gênese foi distribuído nos campi da UFPB de João
exclui 29 alunos e suspende mais 57, por 1, 2 ou 3 anos. Antes, em Pessoa e Campina Grande, despertando a atenção entre
31 de janeiro de 1969, interveio nas entidades estudantis e estudantes e professores progressistas e preocupação na
suspendeu contratos de diversos professores. Assessoria Especial de Segurança e Informações da UFPB (AESI)
O clima de repressão e medo se estabelece e só em 1975 é comandada pelo general da reserva Nogue Villar de Aquino.
que o Movimento Estudantil da UFPB começa a dar sinais de Edson Neves teve que acompanhar o estudante Franco Neto
reanimação. A UFPB, em 1974, abrangia os campi de João Pessoa (estudante de medicina e interventor no DCE), a pedido deste,
e Campina Grande. Existiam cinco Centros, sendo quatro em numa "audiência" convocada pelo general para "dar
João Pessoa e um em Campina ao qual pertencia também o explicações sobre o Gênese". O general, de posse do Gênese,
Curso de Agronomia, sediado na cidade de Areia. Não existia quis saber sobre diversas matérias, contos e poemas, mas
participação do movimento estudantil e havia somente o principalmente sobre uma nota que manda um deputado
Diretório Central dos Estudantes, em local distante do Campus estadual da Paraíba à PQP por ele ter elogiado o Decreto n°
(situado no bairro Castelo Branco), no bairro de Jaguaribe e com 477/1969 que estabelecia bases legais para repressão contra
um interventor nomeado. A atuação do Diretório resumia-se a professores e estudantes. Outro foco do general da AESI/UFPB
um salão de beleza e a existência de um grupo musical. Na foram as charges de Boni.
universidade o clima geral era de apatia, indiferença e medo. Depois da retomada dos DAs e DCE, alguns membros do
Esses marasmo e silêncio, no entanto, escondiam uma participaram ativamente do ME, como militantes ou dirigentes
insatisfação crescente por parte de muitos. Havia alunos em de Das − Edson Neves, presidente de Diretório Acadêmico do
vários cursos revoltados com a ditadura militar. Alguns com Centro de Ciências da Saúde (depois DA Josué de Castro),
passado de militância estudantil, ainda nos anos sessenta, no Romero Antonio (presidente) e Carlos Tavares (membro da
movimento secundarista. Outros, sem esta experiência, mas diretoria) do DA do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes.

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Greve de fome dos estudantes (1984)

2.2. A LUTA DOS TICKETS: REFAZENDO A CAMINHADA imprensa, possibilitando uma negociação com o governo do
Estado. O ME não conseguiu evitar a adoção dos "tickets",
Certamente o momento mais importante e aglutinador criticada por ser uma espécie de moeda paralela, mas
para romper o isolamento e iniciar uma retomada do conseguiu ampliar a quantidade de 60 para 200 e garantir seu
movimento estudantil ocorreu a partir da "Luta contra os uso nos feriados, sábados e domingos, apesar da tentativa dos
Tickets". A proposta dos empresários do transporte público em empresários em sabotar a vitória com a exigência de uso do
acabar com a gratuidade do transporte estudantil e instituir fardamento e não da carteira estudantil como condição de
"tickets" pagos desencadeou uma luta em toda a grande João utilização do ticket. Este movimento possibilitou uma
Pessoa. No momento em que foi divulgada a extinção do organização inicial para tentar reorganizar o ME, reabrindo as
benefício de que gozavam os estudantes, havia já um pequeno entidades estudantis.
grupo na UFPB que se reunia com o intuito de desenvolver No país, em alguns Estados, já havia uma mobilização
ações tendo em vista a retomada do movimento estudantil. importante e crescente cuja atuação já havia dada mostras de
Alguns egressos do movimento secundarista de 68 e outros força por ocasião da morte do jornalista VladimirHerzog, em
estudantes da instituição começam a se reunir de forma 1975, durante as manifestações em São Paulo.
sigilosa para traçar um caminho de enfrentamento a essa A mobilização contra os tickets, parcialmente vitoriosa,
ameaça, constituindo um grupo coeso e, em conjunto com teve como consequência imediata o encontro dos grupos
alunos da então Escola Técnica Federal, da Associação dispersos e a imediata ampliação do contingente de estudantes
Universitária de Santa Rita e da Associação Universitária de interessados em uma participação e fortalecimento do
Bayeux, fazem abaixo assinados, com grande repercussão na movimento estudantil.

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Um número pequeno, mas articulado em seus máximo cuidado de assegurar nos postos chaves os dirigentes
propósitos, decidiu desencadear uma ação para reabertura dos já previamente pensados e escolhidos em reuniões restritas.
diretórios acadêmicos e retomar o Diretório Central. Um As eleições ocorreram no início de 1976. Chapas com o
estudo, tendo como foco as leis e decretos da legislação sobre o nome REFAZENDO foram lançadas em todos os cursos, nessa
ensino superior e sobre o Estatuto e Regimento interno da etapa em que o processo era direto, tendo sido eleitas de forma
Universidade Federal da Paraíba foi realizado e passou a consagradora, mesmo no curso de Direito onde houve a disputa
nortear as discussões e avaliações das possibilidades mais acirrada. Em Direito, concorreram o estudante Severino
concretas de reabertura dos órgãos estudantis. Dutra de Medeiros Filho, pela Refazendo, e a outra chapa
A análise das normas internas da Universidade revelou formada por Solon Benevides (assessor do deputado Humberto
que, pelo seu Regimento interno, deveria haver em cada Centro Lucena) e Luciano Maia (sobrinho do deputado Antonio Mariz).
um Diretório Acadêmico, vinculado a um Diretório Central dos No processo posterior em eleição indireta foram eleitos os
Estudantes. Toda a normatização existente tinha o intuito claro presidentes e vices para os Diretórios Acadêmicos e para o DCE,
de tolher e impedir a existência livre e com regras próprias das sendo o então estudante de direito Severino Dutra de Medeiros
instâncias estudantis. Mas apontava, assim foi entendido, um Filho, escolhidoo primeiro presidente da entidade central, por
caminho que permitia a criação de cinco diretórios e a indicação prévia da Refazendo.
eliminação da figura de interventor do Diretório Central dos A carta-programa de Refazendo, distribuída em todos os
Estudantes. A avaliação consensual, neste primeiro momento, cursos no decorrer das eleições, trazia propostas relativas aos
era que não havia mobilização e força própria do movimento problemas dos alunos como matrícula, taxas, estágios, cursos
para a criação de diretórios totalmente independentes. noturnos e ressaltava a importância da participação e das
O Regimento da Universidade permitia eleição direta de entidades estudantis, como também a necessidade de
representantes em todos os cursos existentes. Estes atividades culturais. Causou impacto pelo seu cuidado gráfico e
representantes elegiam, no âmbito dos seus Centros, escolhido pelas suas 12 páginas com textos sucintos e atrativos sobre o
entre eles, o presidente do Diretório Acadêmico e estes, o valor da representação estudantil, programa de atuação,
presidente do Diretório Central dos Estudantes. A eleição, desenhos e ilustrações. Abaixo de uma destas ilustrações, em
portanto, dos dirigentes dos órgãos estudantis era de forma meio corpo de página, versos de uma música de Chico Buarque
indireta, embora tendo sido eleitos, de forma direta, em seus retratava a determinação do grupo e a compreensão que tinha
respectivos cursos. das dificuldades de mobilização e da repressão existente:
Ao decidir solicitar o cumprimento do Estatuto e do
Regimento e assim as eleições e abertura dos Diretórios, o (...)
movimento nascente tinha consciência das limitações E na gente deu o hábito
impostas e concebeu toda uma estratégia para reabrir os De caminhar entre as trevas
órgãos com pessoas comprometidas com o propósito político De murmurar entre as pregas
de fortalecimento das lutas estudantis e enfrentamento do De tirar leite das pedras de
regime militar vigente. Ver o tempo correr
Um abaixo assinado exigindo o cumprimento das
normas estatutárias foi entregue ao Reitor Lynaldo Cavalcanti, Logo após a eleição do presidente e do vice do Diretório
recém-empossado, tendo como pró-reitor para Assuntos Central houve a ameaça de impedimento da posse dos eleitos.
Comunitários, o professor Iveraldo Lucena. Não houve reação Queriam proibir, por determinação dos órgãos de segurança, a
contrária da nova reitoria, seja porque implicava em posse do vice-presidente José Erivalder Guimarães de Oliveira,
cumprimento regimental e reconhecimento de uma situação porter ficha e passado de militância estudantil. Pelos estudos
que poder-se-ia dizer irregular do ponto de vista legal, seja pelo realizados da legislação, as lideranças sabiam desta restrição e
fato do novo Reitor ter perfil liberal (o que somente foi quando escolhido os candidatos pelo grupo o maior cuidado foi
entendido pelas lideranças estudantis muito depois). dado a esta questão. Pegos de surpresa e criado o impasse não
Tratava-se, então, para os integrantes à frente do houve outra saída a não ser o recuo a um enfrentamento direto.
movimento estudantil, visando alcançar o objetivo de assumir Restou a submissão a realização da posse com uma carta
as entidades, de planejar de forma detalhada a participação renuncia antecipada do vice-presidente. Assim permitia a
nessas eleições lançando candidatos em todos os cursos com o correlação de forças, no momento. A primeira diretoria foi

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complementada pelos estudantes Vladimir Dantas (diretor de restaurante universitário junto aos diretórios acadêmicos,
cultura), Walter Aguiar (tesoureiro) e um conselho deliberativo facilita as atividades e reuniões abertas entre a diretoria e os
informal do qual fizeram parte Walter Dantas, Ieda Cabral, alunos mais atuantes.
Annelsina Trigueiro, Manoel Campos, Geraldo Maciel (Barreto), Em um momento em que os debates eram escassos,
Raimundo Nunes, Antônia Trigueiro (Vanda) e Agamenon quase inexistentes, o DCE passou a ser o polo aglutinador de
Sarinho. iniciativas culturais dos estudantes e também de intelectuais e
Nos Diretórios Acadêmicos, nos Centros, as primeiras pessoas fora dos quadros da Universidade. Tornou-se, além de
mobilizações nas lutas reivindicatórias e nas atividades espaço próprio universitário, um lugar da cidade, das
culturais tinham a presença atuante dos estudantes José possibilidades diversas, de reuniões, discussões e promoção
Ricardo de Holanda, Ozinaldo, Ieda Cabral, Edson Neves, de eventos.
Rosânia Araújo, Argeu, Hélia Siqueira, Maria Luiza Rosas, Myres Em julho de 1976 é realizado o I Ciclo de Debates sobre
Cavalcanti, Verônica Alencar, Eleumar Menezes, Zilene, Marcos cultura e arte, promovido conjuntamente pelo DCE e os
César e Ronaldo Barbosa (Saúde); Washington Rocha, Francis Diretórios Acadêmicos.Mostra de fotografias e um caderno de
Zenaide, Irlânio Pereira, Sérgio Botelho, Walter Dantas, Carlos poesias, o Caderno de Poesia Marginal, escolhidas através da
Henrique (Peninha), Marconi Braz, Salomé Sarmento, Aristeu, participação de alunos dos diversos cursos, foi publicado.
Maria Euthália, Maúde Viscardi, Romero Antonio, Carlos Alberto, Esquetes abordando problemas educacionais e políticas
Joselí Bastos, José Secundino, Jomário, Onélia, Nazaré Zenaide, públicas de uma forma crítica e humorada, assim como peças
Elmano, Marcos da Paz, Fábia Assis, Emília, David Fernandes, de teatro e eventos musicais foram realizados, incluídos os
João de Lima, Chico Noronha, Pedro Nunes, Fernando cantadores de viola, dentre estes, Oliveira de Panelas e Ivanildo
Pintassilgo, Silvana Sorrentino, Aninha Sá, Fernando Moura, Vilanova.
Jussara, Walter Santos e Adeildo Máximo (Humanas); Annelsina
Trigueiro (Neta), Vanda Trigueiro, Walter Aguiar, Sonia
Germano, Berthonio, Clístenes, Manoel Campos, Assis, Piedade,
Eurípedes, Francisco (Gato), Lúcio, Barreto e Raimundo
(Tecnologia); Anchieta, Alberto Nunes, Hugo Moura, João Costa,
Hilton Lima, Chico Veneno, João Bosco de Melo, Agamenon e
Dutra (Sociais Aplicadas); Flaubert Ubaldini, Gerizaldo(Exatas);
Xangai, Josias e Manoel Donato (Agronomia).
Em Campina Grande, o Diretório Acadêmico 11 de Agosto
também já reunia lideranças estudantis que tiveram um papel
significativo na reconstrução e fortalecimento do ME na UFPB.
Inicialmente representava os estudantes das duas áreas,
tecnologia e humanidades. Posteriormente foi criado o
Diretório Acadêmico Honestino Guimarães para representar os
alunos das humanidades. Importante destacar a participação
de Leimar Oliveira, Maria Inês Lopes, Reginaldo Leal (Nino),
Emília Correia Lima, Carlos Alberto Silva (Carlinhos), Noaldo,
Leozinho, Antonio Felinto Neto (Pombal), Márcio Rocha, Teresa
Bezerra, Rosalina Rosas, Sibele Padilha e muito outros de uma
lista qualificada de lideranças. Em muitos momentos definiram
a direção dos caminhos seguidos pelo Movimento.

2.3. AS CALOURADAS E O RETORNO DA VIDA POLÍTICO-CULTURAL

A abertura dos diretórios acadêmicos em cada Centro e o O cineclubismo existente em João Pessoa e Campina
Diretório Central, agindo em conjunto, deu uma nova dinâmica Grande, à frente Silvio Osias, Romulo Araújo, Umbelino de
ao movimento estudantil local que passou a ser protagonista Freitas e Bráulio Tavares, ajudou na formação do cineclube do
de uma vida universitária que extrapolava a sala de aula DCE, em outubro 1976, após o Ciclo de Debates. Filmes em 16mm,
possibilitando a alunos e professores um cotidiano de debates alugados em Recife, eram exibidos e debatidos semanalmente,
e atividades culturais. O Diretório Central dos Estudantes, até sendo os primeiros "O Profeta da Fome", de Maurice Copovilla, e
então com sede fora do campus, transferido para o antigo "O Encouraçado Potemkin", de Serguei Eisenstein.

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A Calourada, evento de recepção aos feras, implantada aos diretórios e possibilitaram uma atuação mais
pelo movimento em substituição ao "trote", tinha uma independente, mais política, livre das amarras estatutárias e
programação instigante com debates com professores da culminaram com a criação dos Centros Acadêmicos vinculados
instituição e temas diversos que marcaram, logo no início da aos cursos e desligados da estrutura normativa da
abertura dos diretórios, a mudança radical que estava se universidade, os denominados centros acadêmicos livres.
implantando no ambiente universitário.
A Calourada de 1977 se constituiu em um evento que, pela
sua programação, repercutiu dentro e fora da universidade,
inclusive com registro na grande imprensa do país e na
chamada imprensa alternativa. Um debate sobre a Imprensa
Nanica foi o ponto alto, com a participação do cartunista e
jornalista Henrique de Souza Filho (Henfil) e do cartunista
Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe ( Jaguar), representando
O Pasquim; do jornalista Antônio Carlos Carvalho Ferreira
(Tonico), do Jornal Movimento, do jornalista Marcus Faerman,
representando a revista Versus e Ivan Maurício, da imprensa
pernambucana. O auditório do Centro de Tecnologia lotou e os
corredores externos encheram-se de pessoas de dentro e fora
da Universidade. Embora convidados, os jornais locais
recusaram-se a participar do debate. A imprensa nacional deu
cobertura, a exemplo do Jornal do Brasil.
Na Calourada de 1978, o debate que atraiu igualmente as Estudantes secundaristas, do grupo de teatro GETEX (1970)
atenções foi com o antropólogo e fundador da Universidade de
Brasília (UnB), o ex-ministro da Educação Darcy Ribeiro, que
havia retornado recentemente do exílio. Também o debate com
Dom José Maria Pires, arcebispo da Paraíba, com forte atuação 2.4. O MURO SEPARA, UMA PONTE, UNE. ENCONTROS POR CURSO
na defesa dos direitos humanos, juntamente com o advogado E OS ENEs
Vanderley Caixe, que chegara para morar em João Pessoa, em
1976, a convite do arcebispo, haviam fundado o primeiro Centro A retomada do ME ocorrida principalmente a partir de
de Direitos Humanos no Brasil. 1974, em todo o país, com forte incremento nos anos
O DCE que vinha elaborando um jornal e que tinha imediatamente seguintes, acompanhoua volta dos
recebido um ofício da direção da Universidade proibindo encontrosde estudantes por cursos. Toda a efervescência da
qualquer publicação da entidade, lançou enfrentando a vida universitária colocava em cena o questionamento da
proibição, o primeiro número do Jornal Refazendo. formação e do ensino, além de suas relações com a realidade
O Jornal, o primeiro lançado após a retomada do social, econômica e política. Psicologia, Serviço Social,
movimento estudantil paraibano, abordava questões relativas Medicina, para citar alguns, realizaram encontros regionais e
aos problemas cotidianos dos estudantes, taxas, restaurante, nacionais, se colocando como importantes fóruns científicos e
vestibular, registro sobre o I Encontro de Psicologia da Paraíba, políticos, tendo importante papel na reorganização das
além de matérias diversas. Um artigo denso sobre a realidade entidades estudantis.
da Universidade, um comentário crítico sobre uma palestra de Cabe destacar o ECEM (Encontro Científico de Estudantes
Ariano Suassuna, um artigo sobre a Fundação José Américo e de Medicina), com história consolidada entre os estudantes.
uma entrevista com Affonso Romano de Sant´Ana, compunham Uma de suas edições, o XI ECEM, foi realizado aqui na UFPB, no
o seu corpo. campus I - João Pessoa, no período de 28/07 a 04/08/79,
Jornais por curso seguiram o novo momento político e reunindo 3500 estudantes de vários estados. O encontro previa
cultural vivido. São lançados pelos estudantes de comunicação a realização de sessões plenárias para a apresentação de
o Bocão, analisando a imprensa em nosso Estado, e O Berro trabalhos elaborados pelos estudantes; oferecimento de
(1978). cursos científicos e reuniões em grupos para discussão dos
Essas primeiras conquistas como jornais, debates, temas abordados nas sessões plenárias. A abertura do evento
cineclube, assembleias e encontros estudantis, primeira greve, pela presidente da comissão organizadora, Rosanea Araújo,
que se davam de forma gradual, representavam, naquele contou com a participação do representante da UNE, Rui César,
momento, um grande avanço em relação a realidade anterior do presidente da ADUF, Paulo Ignácio, de Vanderley Caixe, do

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Centro de Defesa de Defesa dos Direitos Humanos,e do Reitor comemoração à realização do ENE, foi duramente reprimido
Lynaldo Cavalcanti., além de outros responsáveis pela com forte violência e utilização de bombas de gás lacrimogênio.
realização do ECEM em João Pessoa, dentre eles, Edson Neves e No enfrentamento com a polícia 500 participantes foram
Ieda Cabral.Os participantes do XI ECEM também foram detidos e vários ficaram feridos. A violência da repressão
protagonistas principais de um grande evento pela Anistia repercutiu em todo o País e aumentou ainda mais o desgaste do
Ampla, Geral e Irrestrita, quando em passeata do campus I até o governo, principalmente nas universidades. Representaram a
Ponto de Cem Réis chegaram para lotar o Centro de João UFPB, Walter Aguiar e Carlos Alberto. Em Belo Horizonte, foram
Pessoa. representantes João Costa e Walter Aguiar, escolhidos na
Os estudantes de psicologia realizaram o I ENEP assembleia do Dia Nacional de Lutas.
(Encontro Nacional dos Estudantes de Psicologia), no ano de A realização do XXXI Congresso de Reconstrução da UNE
1976, esucedia ao ENEPsi interrompido pela repressão da foi deliberada, portanto, no III ENE e seguiram-se diversas
ditadura militar. O ENEP tencionava a integração dos reuniões preparatórias que mobilizavam aComissão Pró-UNE,
estudantes de todo o país, tornando-se instrumento de troca os DCEs, como também ainda outra edição do ENE, o IV, e alguns
de ideias, informações e variados assuntos, buscando a encontros por curso que pautaram a questão. Numa das últimas
unificação das lutas e reivindicações específicas com as reuniões da Comissão, Walter Dantas e Romero Antonio,
questões gerais. Em discussões plenárias e em grupos discutia- representando o DCE-UFPB, receberam a senha das mãos e no
se o exercício profissional em relação a formação universitária, peito de Rui César, em frente ao cinema na Praça Castro Alves, o
a universidade, a conjuntura nacional, o movimento estudantil, disco "meus caros amigos", sinalizando caminho livre para o
a UNE, todas as questões relativas à realidade. É possível dizer local da reunião. Era a segurança.
que o ENEP ajuda no aprofundamento da especificidade do Nesse período de lutas intensas e importantes
curso com a realidade social em que se insere. Não à toa, a luta mobilizações, já assumira a segunda gestão do DCE pós
mais importante do período foi centrada na reforma do retomada das entidades. Era presidida por Walter Dantas,
currículo nacional, em que tais aspectos estavam presentes. O tendo como vice, Geraldo Maciel (Barreto), e também eram seus
movimento atingiu quase a totalidade dos objetivos. Na UFPB, a integrantes Hugo Misael, Severino Dutra, Hugo Aníbal,
coordenação das mobilizações tinha, na maioria das vezes, a Raimundo Nunes e Joaquim de Almeida.Seguiram-se as
participação ativa de Marconi Braz, Maúde Viscardi, Salomé diretorias presididas por Sonia Germano e Berthonio Job Meira,
Sarmento, José Secundino, Joselí Bastos e Romero Antonio. com igual disposição de luta. Os movimentos contra a
O I ENESS (Encontro Nacional de Estudantes de Serviço implantação e ampliação de taxas, vistas como tentativas de
Social) foi realizado em Londrina, reunindo 800 estudantes de privatização das universidades públicas, e a administração do
alguns estados brasileiros. A formação profissional e sua RU, a cargo da Fundação José Américo, apelidada pelos
relação com a realidade brasileira também estiveram no centro estudantes de FUJA, davam a tonalidade das lutas estudantis
dos debates como também o movimento estudantil. A conduzidas pelo DCE no âmbito interno.
conjuntura nacional provoca a necessidade de realização de Na abertura do Congresso de Reconstrução,
mais um importante encontro nacional de estudantes. aproximadamente 10 mil estudantes se encontravam no Centro
Concomitantemente aos Encontros por curso, a partir de de Convenções de Salvador - BA, ainda em construção. A
1976, começa a ser organizado o Encontro Nacional de importância política do movimento estudantil naquele
Estudantes (ENE), cujo objetivo primordial era a reconstrução momento mobilizou diversos líderes sindicais, trabalhadores
da UNE e se construía também na ampliação e consolidação do rurais e personalidades políticas. Nas diversas falas, o centro
movimento estudantil por área ou curso. O I ENE teve a era o grande significado da entidade reconstruída, não apenas
participação de 600 estudantes, ainda sem delegados da UFPB. para a luta estudantil, mas também para as lutas democráticas
No ano seguinte, o II ENE foi reprimido e impedido de ser visando o fim da ditadura, e as homenagens a todos os
realizado e estudantes foram presos em Minas Gerais. desaparecidos e mortos pela ditadura militar, sendo Honestino
Transferido para São Paulo, o III ENE foi realizado após uma Guimarãeso que emprestou o nome ao Congresso.
manobra vitoriosa sobre as forças de segurança do Cel. Erasmo Naquele Congresso foram aprovadas a Carta de
Dias. Cerca de 200 estudantes anunciaram a realização do Princípios da UNE, contendo sete itens, dentre eles a defesa
Encontro e foram detidos e conduzidos para prestar dos direitos e interesses dos estudantes, sem qualquer
depoimentos, após a invasão da USP pela polícia. Ao mesmo distinção de raça, cor, nacionalidade, convicção política,
tempo, setenta delegados representando 10 estados reuniram- religiosa ou discriminação social; incentivar e preservar a
se nas dependências da PUC-SP e abriram o III ENE cuja pauta cultura nacional e popular; lutar pelo ensino voltado aos
principal era a reorganização do movimento estudantil com a interesses da população brasileira, pelo ensino público e
reconstrução da UNE. Um ato público no pátio da PUC, em gratuito, estendido a todos; lutar contra toda a forma de

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opressão e exploração, prestando irrestrita solidariedade à Faerman e Antônio Carlos são esmiuçados de forma rigorosa
luta dos trabalhadores de todo o mundo, como também a destacando as denúncias sobre a censura.
realização de eleições diretas para a escolha da diretoria Todas as atividades do movimento receberam um
definitiva, a ser realizada no segundo semestre daquele ano. acompanhamento cuidadoso dos órgãos de segurança. Em
Até lá, uma diretoria provisória conduziria os destinos da UNE. outro dossiê colhido e tendo como origem a AESI/UFPB, de 9 de
A delegação paraibana contou com 109 estudantes, novembro de 1978, um debate sobre Eleições Parlamentares e
sendo três de Bananeiras, sete de Areia, trinta de Campina Momento Político Atual, ocorrido no DCE, são citados os nomes
Grande e sessenta e nove de João Pessoa. do Deputado Federal Otacílio de Queiroz, de João Fernandes,
vereador em Campina Grande e os representantes dos jornais
"Em Tempo", "Movimento" e " O Trabalho", participantes do
2.5. QUE MEDO VOCÊ TEM DE NÓS, OLHA AÍ: A REPRESSÃO evento que contou com cerca de 300 pessoas conforme o
informante. Sobre a discussão que predominou no debate
As atividades promovidas pelos diretórios acadêmicos e acrescenta que a campanha do voto nulo foi defendida pelo
DCE, na forma de murais, assembleias, jornais, debates eram Jornal O Trabalho e pelos líderes do Movimento Estudantil
sempre objeto de manobras repressivas que se manifestavam "Alternativa", representados pelos estudantes Walter Aguiar,
através de intimidações e boicote. Jornal Alternativa e Luta, do Alberto Nunes de Oliveira, Carlos Alberto Dantas Bezerra e
movimento Alternativa, de dezembro de 1977, denuncia a Myres Maria Cavalcanti. Em defesa do voto dado ao PMDB
proibição e impedimento da encenação da peça de teatro "A destaca os estudantes Romero Antônio de Moura Leite, Eliomar
noite dos homens nus" que seria encenada no auditório do Meneses Sarmento, Severino Dutra de Medeiros Filho, Walter
Centro de Tecnologia. A conquista do espaço da universidade e Dantas de Oliveira, Maria Euthália Jenner Rosas, Flaubert
da liberdade de expressão dava-se aos poucos em passos Ubaldini, Annelsina Trigueiro, Sergio Mário Botelho de Araújo,
curtos e cotidianos, mas de grande importância. Agamenon Travassos Sarinho, Ieda Maria Cabral da Costa, Paulo
Todo este movimento era acompanhado pelos órgãos de de Tarso Gomes de Oliveira e Washington Alves da Rocha.
segurança e investigação atuantes na época e em plena Entre os anos de 1975 até meados de 1978 o debate
ditadura militar. político e cultural tinha como protagonista o movimento
Um dossiê, liberado em 18/09/2008, por solicitação de estudantil e somente depois surge o movimento dos
integrantes do ME, pela Coordenação Regional do Arquivo professores que cria a ADUFPB em setembro daquele ano. Uma
Nacional, consta a informação N. 780, do Centro de Informação intensa participação passa então a existir através da ação
do Exército - C.I.E, um extenso e minucioso documento conjunta dos dois segmentos.
descrevendo todos os debates ocorridos na Calourada/77. O Na eleição para Reitor, em que foi indicado pelos
relator ressalta a Mostra de Fotografia intitulada Realidade Conselhos Superiores o Professor Berilo Ramos Borba, a
Brasileira, onde "predominavam fotografias de casebres, ADUFPB juntamente com as lideranças do Movimento Estudan-
crianças pobres, pescadores, operários, velhos, salientando a til, entregam um documento em que pedem o adiamento das
fome, a miséria, o desemprego". Segue registrando os cartazes, eleições. A Mesa Diretora dos Trabalhos não submete a moção
murais e os incentivos a leitura de jornais críticos. Detalha o para a apreciação da Assembleia e o presidente da ADUFPB,
debate com o tema "O papel da Mulher na Sociedade" com as Paulo Ignácio de Almeida, exige a devolução e faz a leitura em
professoras Maria Tereza de Mello Campelo, Maria Luiza de voz alta com cada frase dita sendo repetida em coro por mais de
Almeida e Luiza Maria Nunes de Moura e Silva, informando o 100 vozes solicitando além do adiamento da eleição, a defesa
teor de cada fala das integrantes do debate. A apresentação de de eleições diretas para escolha do reitor com a participação de
um esquete é registrada como severas críticas a universidade e professores, funcionários e alunos.
criticando a distensão, o regime vigente, o FUNRURAL e o INPS Novamente os informantes dos setores de segurança do
cuja sigla "afirmaram significar INDIGENTE NASCEU PARA regime relatam em detalhes o acontecimento e registram a
SOFRER". Sobre outro esquete ocorrido no Centro de participação dos professores Sylvio Frank Alem, Eleonora de
Tecnologia é comentado que disseram "no Brasil se gasta mais Oliveira Soares, Joana Neves, Paulo José Adissi, Rubens Pinto
dinheiro com a CAVALARIA DO EXÉRCITO, já ultrapassada do que Lyra, Elisa Bezerra Mineiros, Neiliane Maia, Moema Selma da
com a educação". Ao referir-se ao debate sobre a Imprensa Silva D'Andréa, Francisco José Batista de Albuquerque,
nanica começa citando o exemplar n. 403, de 18 a 24 de março Vanderlei Américo Amado, Rui Gomes Dantas, Sandro Meira,
1977, do Jornal o Pasquim que informa sobre o evento. Em Joana Bosco Moreira, Maurício Roriz, Francisco Muniz de
seguida, passa a analisar de forma longa e minuciosa a Medeiros, Rômulo Raimundo Maranhão do Valle, Wagner Braga
exposição de cada um dos participantes. Detalhes das falas dos Batista, Sandra Maria Craveiro de Albuquerque e Maria Ignez
jornalistas e cartunistas Henfil e Jaguar e dos jornalistas Marcos Novais Ayala.

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Em seguida informam os estudantes que mais se Muitos acontecimentos estranhos, além das prisões
destacaram indicando os nomes de Romero Antônio de Moura eventuais, eram constantemente relatados pelos estudantes
Leite, Berthonio Job e Meira, Antônia Trigueiro, Eliane Viscardi, mais à frente do movimento. Fato profundamente grave foi a
Walter Aguiar, Sérgio Mário Botêlho de Araújo, José Alves da prisão do Presidente do DCE, Walter Dantas, no Centro de
Silva, Eurípedes de Oliveira Filho, Pedro Nunes Filho, Maria das Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), portanto nas
Neves Valentim, Altemir de Brito Garcia, Adeildo Máximo dependências da UFPB, pela distribuição de um Manifesto pela
Bezerra, Severino Dutra de Medeiros Filho, Marcos César Lopes Redemocratização durante a realização de um vestibular, às
Silva, Eolita Floresta de Oliveira, José Ribamar Guimarães vésperas de um 7 de setembro, uma violência contra a
Corrêa, Edson Weber da Silva, Aristheu José Formiga de Oliveira, autonomia universitária e ao dirigente máximo do DCE.
Inês Pedrosa de Araujo Monguilhott. Telefonemas, figuras sem nenhum perfil estudantil surgiam
A repressão procurou intimidar de várias formas os como engajados, carros que seguiam e às vezes trancavam a
membros da delegação paraibana ao Congresso de moto vermelha "cinquentinha" , único veículo disponível do
Reconstrução da UNE, realizado em Salvador, em 1979. Os grupo e que era uma espécie de bem coletivo resistente aos
ônibus foram parados nas rodovias e os estudantes revistados. tombos dos pilotos iniciantes e ainda hoje constantemente
Além da violência durante o próprio Congresso quando jogaram lembrada nas histórias, inúmeras folclóricas, pelos
um pó químico sobre a plenária e apagaram as luzes, causando sobreviventes da época.
irritação nos olhos e pânico. No retorno, membros da comissão O presidente do DCE, Severino Dutra de Medeiros Filho,
organizadora das eleições diretas para escolha dos dirigentes agente administrativo concursado do INAMPS, recebeu
da UNE e alguns candidatos foram acompanhados pelas forças comunicado "determinado por ordem superior", no início de
de informação e segurança, tendo seus nomes registrados em 1977, para comparecer e foi intimado a pedir demissão. Ao
BOs: Agamenon Sarinho, BO 062376; Annelsina Trigueiro, BO recusar, foi demitido, sem processo, e sem justa causa uma vez
062340; Berthonio Job e Meira, BO 261543; Ieda Cabral, BO que em sua ficha não constava nem um ilícito e nenhuma falta.
062364; Romero Antonio, BO 062327; Sonia Germano, BO 062388; Não somente as ações explícitas e silenciosas da
Walter Dantas, BO 247420; Walter Aguiar, BO 243449; Washington repressão institucionalizada estava presente. Setores internos
Rocha, BO 062315. da Universidade, professores claramente aliados ao regime
A repressão não se limitou a acompanhar as atividades militar agiam agressivamente contra a participação estudantil.
através dos informantes do exército e dos vários órgãos de Vários impediram os estudantes de divulgarem os eventos em
segurança nacionais e estaduais e da Assessoria de Segurança salas de aula e, em pelo menos um caso célebre, houve agressão
(AESI) existente na Universidade. À proibição de se física e ameaças aos gritos invocando o famigerado decreto 477,
candidatarem, no primeiro momento, vários estudantes que por um professor do curso de Direito, contra o estudante Hugo
tinham registro de militância anterior, como foi o caso de Moura.
Agamenon Sarinho que para se matricular teve de assinar
vários documentos, situações as mais diversas explicitavam às 2.6. ME ABRE AS PORTAS DA UFPB E VAI ÀS RUAS: A ANISTIA
vezes de forma clara e outras vezes dissimuladas e sutis a ação
repressiva. A crescente luta política contra a ditadura desenvolvida
A primeira Calourada foi acusada de privilegiar em sua por setores cada vez mais amplos da sociedade civil encontra no
programação temas "polêmicos e políticos". O presidente do DCE da UFPB a vontade militante de ir às ruas, rompendo os
DCE foi chamado, em um sábado, e informado da proibição do limites dos muros universitários. Ainda em 1977, se articula com
evento. Reagiu dizendo que toda a programação estava o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) da
divulgada em cartazes, murais e boletins em toda a UFPB e que Arquidiocese nas denúncias da repressão, das prisões, do apoio
o movimento estudantil teria que denunciar a repressão em aos perseguidos, num movimento pelos direitos humanos. Com
toda a universidade e em jornais locais. O então Pró-Reitor para a criação da ADUFPB (Associação dos Docentes da UFPB), forma-
Assuntos Comunitários, prof. Iveraldo Lucena, subiu para o se um tripé de entidades que é a principal referência para a
andar em que supostamente estavam reunidos os dirigentes difusão das lutas pelas liberdades democráticas numa frente
com o setor de segurança e possivelmente, pela sua postura contra o regime militar.
liberal, os convenceu do conflito e da repercussão negativa da Importante destacar o papel do Centro de Defesa criado
proibição. O detalhe era que nenhuma divulgação havia ainda por D. José Maria Pires e o advogado Vanderley Caixe, na
sido feita. A "mentira" surtiu efeito e o fim de semana foi articulação com os movimentos sociais do campo e da cidade,
integralmente dedicado as tarefas de divulgação. A segunda em apoio as justas reivindicações desses segmentos da
amanheceu com a Universidade coberta de cartazes, murais, sociedade civil. Dois dos conflitos de terra mais tensos, opondo
informativos e a divulgação dos debates e encontros. agricultores e latifundiários, foram os de Alagamar, situado

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entre os municípios de Salgado de São Félix e Itabaiana, e o de 2.7. QUEM SÃO VOCÊS? OS ESTUDANTES NA RUA OUTRA VEZ...
Camucim, em Pitimbu. Ambos tiveram o apoio e assessoria da
Arquidiocese através do CDDH. Essas lutas mobilizaram a Pouco tempo depois da abertura dos diretórios o
solidariedade de estudantes e professores, inclusive quando movimento quebrou sua unidade original com o surgimento do
da ameaça de morte ao advogado Vanderley Caixe, uma nota do grupo Alternativa que através de informativos já em 1976 se
DCE foi divulgada na íntegra pelo jornal O Momento sob o título anunciava como grupo de oposição a Refazendo. Em seus
"Nota dos estudantes do DCE". primeiros informes defendia em sua plataforma "a luta contra a
Nunca é demais recordar que também o arcebispo D. política educacional do governo (PEG) e seu caráter de classe",
José Maria Pires sofreu ameaças de morte por parte dos contra "a privatização do ensino" e "contra a integração
latifundiários. universidade-empresa".
Nesse movimento de entranhamento com a sociedade, Passa então a existir um debate e um confronto entre os
as lutas dos professores estaduais por melhores salários e dois grupos e concorridas reuniões abertas no DCE em relação a
condições de ensino receberam do DCE a primeira encaminhamentos e definições de propostas. As discussões
manifestação pública de uma entidade representativa de outro embora intensas entre as lideranças não eram percebidas com
segmento. Como também ocorreu o envolvimento com clareza pelo conjunto dos estudantes. Alternativa, inicialmente
movimento de bairros, principalmente com Conselhos de centrada em torno da PEG, muda de orientação. No jornal
Moradores, Associações e comunidades eclesiais de base Alternativa e Luta, publicado em dezembro de 1977, declara ser
criados em bairros populares que reivindicavam melhores correta a "luta pelas liberdades democráticas e por uma
condições de vida, saneamento e moradia dignas, a exemplo do assembleia constituinte, democrática e soberana", antes
Conselho de Moradores do Rangel. O Movimento pela Anistia defendida apenas por Refazendo.
aglutinou diversos setores da sociedade civil organizada num Este movimento do grupo Alternativa guardava relação
sinal indiscutível de que a ditadura estava para vir abaixo, como com as tendências políticas em nível nacional e suas ligações
gritavam os estudantes em seus atos públicos: abaixo a com as organizações e partidos de esquerda. Para uma breve
ditadura! Sob a bandeira da anistia ampla, geral e irrestrita, os caracterização, a REFAZENDO reunia alguns estudantes
estudantes se encontravam com professores universitários, simpatizantes ou militantes do PCdoB, PCB, PCR e
estaduais e municipais, com setores da igreja e de movimentos independentes sem qualquer filiação partidária. ALTERNATIVA
de bairro, engrossando a luta pelos direitos de expressão, de aglutinava os simpatizantes e também alguns militantes de
reunião, fimdo AI-5, contra a censura e extinção do 228, do 477 e organizações trotskistas, filiadas a OSI (Organização Socialista
retorno dos exilados. Internacionalista), cuja maior expressão nacional é a tendência
Apesar de não ter sido criado nenhum núcleo do Liberdade e Luta, a Libelu.
movimento pela anistia na UFPB, era forte a presença Ainda nesse sentido, a eleição para a diretoria da UNE
estudantil no Comitê Brasileiro pela Anistia, em João Pessoa, nos dá um panorama dos grupos então existentes e de suas
sendo presidente Washington Rocha, Walter Aguiar, secretário articulações nas chapas disputantes. Concorreram as chapas
geral, e José Ricardo e Ozinaldo, membros da diretoria dessa NOVAÇÃO, reunindo as tendências Centelha (MG), PELEIA (RGS),
entidade, em momentos distintos. No entanto, a primeira CONVERGÊNCIA SOCIALISTA e TRAVESSIA (PE) que se
iniciativa em torno da anistia na Paraíba foi do Movimento consideravam a corrente socialista do ME. Defendiam o apoio
Feminino pela Anistia. ao movimento sindical, construção de um governo dos
Nos vinte anos da Lei de Anistia, a UFPB resolveu assumir trabalhadores e de um partido dos trabalhadores. LIBERDADE e
o erro do passado e se limpar dos esqueletos da ditadura LUTA - LIBELU, conhecida nacionalmente pelos
retratando-se dos atos cometidos contra estudantes e posicionamentos radicais, era uma outra chapa. Além dessas, a
professores punidos durante o reitorado de Guilhardo Martins. MAIORIA, que se reivindicava do socialismo democrático, a
Em solenidade presidida pelo Reitor Jader Nunes de Oliveira, no MUTIRÃO, composta por membros das tendências REFAZENDO e
auditório da Reitoria lotado, com a participação de vários CAMINHANDO, ligadas a APML e ao PCdoB, e a UNIDADE, próxima
antigos líderes estudantis e de centenas de membros da do PCB, considerada reformista.
comunidade, é lida a Resolução 16/99, aprovada pelo Conselho Na UFPB, as tendências nacionais se expressaram
Universitário (CONSUNI), revogando as "decisões do Conselho internamente através da Liberdade e Luta, da Refazendo (agora
Universitário que homologaram punições da Reitoria aplicadas vinculada a Ação Popular), Unidade e de Caminhando, que
a alunos e ex-alunos da UFPB e confere à presente Resolução cindiu posteriormente dando nascimento a Viração, estas
efeito de Retratação Institucional perante todos aqueles últimas próximas do PCdoB. Nessa nova configuração de forças
punidos nesta Universidade nos termos da legislação de foram eleitos, posteriormente, presidentes do DCE, os
exceção vigente no regime militar". estudantes Carlos Alberto, Marcos César e Avenzoar Arruda.

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2.8. E TODOS OS DESTINOS IRÃO SE ENCONTRAR

À flor da pele. Para tentar responder ao grito de quem


são vocês ou atualizando, como estão vocês, quarenta anos
depois, em dezembro de 2017, nos reunimos num encontro
descontraído, alegre, festivo cujo mote era a comemoração da
Calourada de 1977. A sugestão inicial de Agamenon foi assumida
também por Dutra, Edson e Romero, responsáveis pela
organização.
Setenta pessoas diretamente envolvidas na
reconstrução do movimento estudantil, que lutaram pela
democracia, pelas liberdades e o fim da ditadura, voltam a se
abraçar, jogar conversa fora, e, mais que tudo, saber do outro,
rememorar, como caros amigos.Registros da presença dos que
já foram, uma lista lida (presente!), fotografias, documentos,
música e poesias compuseram a foto que se pendura na parede.
Certamente não é apenas um retrato na parede, poeta.
O Movimento Estudantil na UFPB dos anos 1980 até o
presente continua mantendo a liberdade necessária para
alavancar a imaginação de um futuro que se faz hoje. Nesse
intervalo de tempo, para reivindicar melhorias assistenciais
fechou o campus I e ocupou a Reitoria, foi às ruas em grandes
manifestações, como a bela e numerosa passeata da UFPB à
Praça da Paz, nos Bancários, contra a ameaça de bloqueio de
verbas para a educação superior. Sinalizou para uma outra
sociedade, justa e fraterna. Mas, também experimentou fases
de declínio, acompanhando em alguns momentos o vivenciado
pelos movimentos sociais em todo o país.
Na verdade, são as asas da UFPB.
Este trabalho é propositalmente não acadêmico. Aqui os sentimentos
ocupam a razão e esta os invade. É dedicado aos companheiros Geraldo
Maciel (Barreto), Berthonio Job Meira, Clístenes, Lamarck e Carlos Tavares,
que já foram, e aos ainda vivos, também construtores da liberdade do futuro
que se faz desde hoje, sempre.

Nossos reconhecimentos e agradecimentoscalorosos a Talita Hanna, Waldir


Porfírio, Cláudio Rodrigues, Vinícius Ximenes e Lamarck B. de Melo.

MELO, Lamarck Bezerra. A propósito da criação dos centros acadêmicos.


Campina Grande, 1980.
NASCIMENTO, Talita Hanna Cabral. Do fragmento à reorganização:
movimento estudantil da UFPB (1975-1979). 2015. 171f. Dissertação (Mestrado
em História).
RODRIGUES, Cláudio José Lopes. Alienados e subversivos - a aventura
estudantil (1950-1999). João Pessoa: Ideia, 2000.
ROCHA, Vinícius Ximenes M da Rocha. Os estudantes e a universidade
brasileira: a luta pela educação pública, gratuita, de qualidade e para todos
não pode parar. 2015.
SILVA, Waldir Porfírio da. Um sonho afogado: ditadura militar e movimento
Lideranças estudantis, reunidos para comemorar a Calourada de 1977 (2017)
estudantil no Estado da Paraíba - o caso de João Roberto Borges de Sousa
(1958-1969).

74 |
Parte 2

Ensino e
Pesquisa

Pesquisa em Biocombustíveis
A Pró-Reitoria de Graduação
e suas ações
Ariane Norma Sá
Pró-Reitora de Graduação

A Pró-Reitoria de Graduação (PRG) tem a função de planejar, IV - Coordenação de Regulação e Avaliação (CRA): manter a
coordenar e supervisionar as atividades de ensino de graduação da interlocução entre a UFPB e os órgãos técnicos do Ministério da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), de forma articulada com o Educação, no que se refere aos atos de regulação e avaliação dos
Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), com as cursos de graduação.
V - Coordenação de Currículos Acadêmicos (CCA): fazer a gestão
demais Pró-Reitorias Acadêmicas, com os Centros de Ensino,
curricular no âmbito do ensino de graduação na UFPB, incluindo o
Departamentos e com as Coordenações de Cursos da Instituição. acompanhamento da elaboração e revisão dos projetos
Compete-lhe, ainda, propor e coordenar as formas de acesso aos pedagógicos dos cursos de graduação, bem como dos demais
cursos de graduação da UFPB e interagir com órgãos governamentais, processos de alteração curricular.
com Fóruns Nacionais de Pró-Reitores de Graduação e com VI - Coordenação de Programas e de Projetos Acadêmicos (CPPA):
Instituições de Ensino Superior do país e do exterior, visando ao assessorar, coordenar e acompanhar os programas e projetos de
desenvolvimento de políticas e de parcerias que favoreçam a ensino institucionais ou financiados por órgãos ou agências
elevação da qualidade de formação em nível superior governamentais vinculados à PRG, tais como: Pibid (Capes/UFPB),
A missão da PRG, definida no Regimento Interno da Pró- Residência Pedagógica (Capes/UFPB), Pet (Capes/UFPB),
Reitoria de Graduação (Resolução 20/2019/Consuni), é propor e Prodocência (UFPB), Prolicen (UFPB), Monitoria (UFPB), Protut
(UFPB), Promeb (UFPB) e Monitoria Remota (UFPB), sendo esses
executar políticas acadêmicas de ensino, coordenar projetos de
três últimos criados na atual gestão.
ensino, dar suporte e supervisionar as atividades dos cursos de VII - Coordenação Geral de Estágio (CGE): supervisionar o processo
graduação, bem como gerenciar dados, o que, de certa forma, reflete pedagógico e a formalização dos documentos das atividades de
a compreensão da equipe de gestão que se encontrava no ano de estágio da UFPB.
2019, quando a proposta foi encaminhada e aprovada pelo Conselho
Universitário (Consuni). Portanto, a narrativa que segue é baseada no
referido Regimento, em virtude deste documento representar a Foram criados e integrados à organização administrativa da
síntese do entendimento que se tem dos avanços alcançados nos PRG, o Observatório de Dados da Graduação (ODG), que tem a
últimos anos de gestão da graduação na UFPB. finalidade de coletar, selecionar e difundir dados evolutivos sobre a
A referência de organização administrativa da PRG está situação dos cursos de graduação, contribuindo para a tomada de
balizada no atendimento às demandas dos cursos de graduação e, em decisão e de gestão, e o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão
decorrência disso, os eixos que dão sustentação a seu funcionamento (LIEPE), que tem por objetivo auxiliar a PRG na realização de projetos
estão relacionados ao ingresso, à permanência e ao egresso dos que contribuam para o estabelecimento de parcerias da UFPB com a
discentes. Portanto, a estrutura administrativa está disposta de sociedade e com o setor produtivo. Também, foram criadas
forma a que os setores funcionem integrados, mas com funções bem Assessorias ad hoc constituídas para auxiliar o processo de tomada
definidas no aspecto operacional: de decisão, de acordo com as necessidades da PRG.
Por se tratar de uma Pró-reitoria acadêmica que tem como
I - Pró-Reitoria: propor, coordenar e executar políticas acadêmicas responsabilidade precípua formar profissionais e cidadãos que
e supervisionar as atividades de ensino dos cursos de graduação. acumulem conhecimentos com qualidade científica e pertinência
II - Secretaria Executiva: coordenar o fluxo dos assuntos social e, dada a sua amplitude de atuação, necessitar promover
administrativos. reflexões sobre políticas públicas educacionais, foram criados vários
III - Coordenação Acadêmica(CA ): planejar, executar e
fóruns com a finalidade de subsidiarem as discussões e as
supervisionar os processos de admissão, permanência e
diplomação dos discentes da Graduação.
formulações de políticas acadêmicas a serem encaminhadas pela

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PRG aos órgãos superiores e à comunidade acadêmica. Esses fóruns edital, realizou a seleção e implementou o programa de Monitoria
estão estruturados da seguinte forma: Remota, com a oferta de 1.600 bolsas, com a finalidade de contribuir
com o processo de aprendizagem dos discentes e de dar suporte aos
I - Fórum de Assessores de Graduação composto pelos Assessores docentes nas atividades do ensino remoto nesse período de
de Graduação dos Centros de Ensino; pandemia.
II - Fórum de Graduação formado por Coordenadores de Cursos e por Ainda em 2020, a PRG propôs e acompanhou a apreciação
Chefes de Departamentos, constituído por quatro Câmaras, que pelo Consepe de um novo Regulamento Geral da Graduação (RGG),
poderão ser convocadas de acordo com as especificidades e
com previsão de homologação até final de outubro. Também nesse
necessidades de discussão de política acadêmica a ser
encaminhada pela PRG ao pleno do Fórum de Graduação: Câmara de
ano, a UFPB celebrou um acordo de parceria para pesquisa,
Coordenadores de Cursos; Câmara de Chefes de Departamentos; desenvolvimento e inovação com a Associação Nacional de Dirigentes
Câmara de Coordenadores de Cursos de Licenciatura; Câmara de das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e a Fundação
Coordenadores de Cursos de Bacharelado e de Tecnólogos. de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE (FADE) para executar o projeto
EcoGrad - Ecossistema de Gestão das Graduações das Instituições
Durante os anos de 2013 a 2020, a PRG criou e implantou Federais de Ensino Superior. O projeto é uma consequência do
programas acadêmicos e cursos de graduação. Entretanto, é trabalho que a UFPB, liderado pela PRG, vem desenvolvendo na área
importante ressaltar algumas ações que modificaram a rotina na de Ciência de Dados aplicada a gestão da graduação, e que vem se
graduação, a partir do ano de 2015:sistematização e aprovação do tornando referência para outras IFES. Tem o objetivo de desenvolver
Regulamento dos Cursos de Graduação da UFPB (Resolução Nº modelos, metodologias e ferramentas, envolvendo sistematização e
16/2015-CONSEPE); implantação, em parceria com a STI, do SIGAA - integração de dados, que auxiliem a gestão da graduação para a
Módulo Graduação; adesão da UFPB ao ENEM e ao SISU; ativação, em melhoria de índices de diplomação e a diminuição da evasão e da
parceria com a STI, do módulo de estágio do SIGAA; ativação, em retenção. O projeto também visa analisar os indicadores de
parceria com a STI, do Módulo de Monitoria no SIGAA; registro das qualidade dos cursos e o potencial de empregabilidade dos egressos.
ementas dos componentes curriculares no sistema SIGAA; criação de
instrução normativa para o Programa Bolsa-Estágio; ampliação do
número de instituições conveniadas, para fins de estágio; aplicação
de questionários de avaliação dos docentes; acompanhamento dos
processos de avaliação institucional dos cursos de graduação e
tecnológicos; organização dos arquivos da PRG; reorganização dos
setores administrativos; planejamento e participação em reuniões
departamentais nos quatro campi da UFPB para apresentar e discutir
- a partir de dados gerados pelo ODG - políticas e estratégias para
tratar os fenômenos de evasão e retenção nos cursos de graduação;
participação em eventos pedagógicos e administrativos locais,
regionais e nacionais e coordenação do Colégio de Pró-reitores de
Graduação (CoGrad/Andifes) no ano de 2017.
Dada a excepcionalidade do ano de 2020, em decorrência da
pandemia, a PRG estabeleceu uma nova rotina administrativa de
trabalho remoto para o funcionamento dos setores e propôs à
comunidade acadêmica a realização de períodos letivos, por meio de
calendários suplementares, planejados para serem executados por
meio do ensino remoto. Foi responsável pela elaboração e
acompanhamento do processo de aprovação, pelo Consepe, das
resoluções 13/2020 e 19/2020, que regulamentaram os períodos
suplementares e das resoluções 14/2020 e 20/2020, que
regulamentaram as atividades docentes. Desse modo, a PRG
contribuiu com o processo de transformação digital exigido durante o
período de pandemia, posicionando a UFPB na vanguarda entre as
IFES, como modelo de referência na continuidade do ensino da
graduação por meio do ensino remoto emergencial.
Com o propósito de instruir a comunidade acadêmica ecriar
condições para oferta do ensino remoto, a PRG, em parceria com a
Superintendência de Ensino a Distância (SEAD), ofertou cursos de
capacitação, contemplando conteúdos que possibilitam a utilização
de ferramentas digitais e de tecnologias de comunicação e de
informação, para docentes e para discentes. Elaborou, publicou o Ariane Sá, Pró-Reitora de Graduação

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Relatório de Gestão da PRPG
Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer Feitosa
Pró-Reitora de Pós-Graduação
Professora doutora Márcia Batista da Fonseca
Coordenadora CAAPG
Duina Mota de Figueiredo Porto
Coordenadora COAPG
Débora de Oliveira Lopes
Coordenadora DAF

I. INTRODUÇÃO qualidade aos eixos desmembrados (pós-graduação e pesquisa). Era


preciso consolidar os cursos e programas de pós-graduação da UFPB,
1. APRESENTAÇÃO E HISTÓRICO no contexto nacional pouco propício, diante da vigência da Emenda
Constitucional n.º 95, também conhecida como a Emenda
A UFPB foi aprovada como estrutura federalizada, com Constitucional do Teto dos Gastos Públicos, encaminhada pelo
Estatuto e Regimento próprios, pela Lei nº. 3.835 de 13/12/1960, que presidente Michel Temer e aprovada em 15.12.2016, que alterou a
incorporou as estruturas universitárias existentes nas cidades de Constituição brasileira para instituir novo regime fiscal de pagamento
João Pessoa e Campina Grande. de precatórios, congelando, por 20 anos o financiamento público em
Mais tarde, em 05/12/1975, mediante Parecer nº 4.524-75 do educação e saúde, nos patamares da despesa primária e da correção
extinto Conselho Federal de Educação (CFE), foi publicado no D.O.U. o da inflação (7,2%) de 2016.
Estatuto da UFPB, onde constava, no art. 37, a então "Pró-Reitoria para Ainda assim, entre 2013 e 2019 o número de programas de
Assuntos de Pós-Graduação e Pesquisa" como órgão auxiliar de pós-graduação stricto sensu da UFPB aumentou em 30,6%, sabendo-
direção superior. Na mesma publicação, estava incluído o Regimento se que hoje são 81 programas e 113 cursos de Pós-graduação, com 73
da Reitoria da UFPB, aprovado pela Resolução nº 52/75 do Conselho mestrados (60 acadêmicos e 13 profissionais) e 40 doutorados, 5 dos
Universitário, que, em seu art. 12, estabelecia as "funções delegadas" quais em associação e 1 doutorado profissional. Das 49 áreas do
da citada Pró-Reitoria. conhecimento estabelecidas pela Capes, a UFPB possui cursos de
Na sequência, em 06/10/78, o CFE foi favorável à nova versão pós-graduação em 42 delas, revelando o crescimento horizontal da
do Estatuto e do Regimento da UFPB, aprovando o Parecer nº 6.710/78, pós-graduação na UFPB. Segundo a pontuação atribuída pela Capes,
homologado pela Portaria nº 1.029, de 16/11/78. A partir dessa versão a UFPB possui 23,9% dos cursos no conceito 3 (a média do Nordeste é
do Estatuto da UFPB, a "Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa" 43,4% e a do Brasil é 31,9%); 48 % no conceito 4; 21,2% no conceito 5 e
passou a ter esta denominação, assim se mantendo até o ano de 2017, 3,5% no conceito 6. A pós-graduação stricto sensu possui
quando o Conselho Universitário (Consuni), mediante proposta do aproximadamente cinco mil e cem alunos ativos.
Gabinete da Reitoria, aprovou a Resolução Consuni nº 01/2017,
alterando o Regimento da Reitoria para desmembrar a antiga Pró- 2. DESAFIOS ENCONTRADOS NA PRPG
Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa em Pró-Reitoria de Pós-
Graduação (PRPG) e Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq). 2.1. Separação e partilha entre as duas Pró-Reitorias
A atual PRPG passou a ter, em seu organograma, duas
coordenações acadêmicas - a Coordenação-Geral de De início, os principais desafios encontrados foram dar
Operacionalização das Atividades da Pós-Graduação (COAPG) e a sequência o desmembramento das Pró-Reitorias do ponto de vista da
Coordenação-Geral de Acompanhamento e Avaliação da Pós- reforma dos espaços físicos. Havia diversas decisões a tomar no que
Graduação (CAAPG) - e uma coordenação técnica, o Departamento de diz respeito à recomposição das equipes técnicas e à reorganização
Assuntos Financeiros (DAF), além da Secretaria e do Gabinete da Pró- física e orgânica das duas unidades desmembradas (PRPG e Propesq),
Reitoria. As competências das coordenações acadêmicas da atual sem, entretanto, poder ampliar as equipes. Toda a documentação
PRPG são derivadas da antiga Coordenação-Geral de Pós-Graduação oficial das unidades precisava ser revisada, especialmente os
(CGPG). formulários e o papel timbrado com marcas d'água, incluídos
Assim, em 02 de janeiro de 2017, tomaram posse a Professora diplomas e certificados, de responsabilidade da PRPG, agora
doutora Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer Feitosa, na PRPG, e o designada Pró-Reitoria de Pós-Graduação, sem menção à pesquisa.
professor doutor Isac Ameida de Medeiros, na Propesq, para O apoio ao Gabinete da Pró-Reitora era realizado pelas
enfrentar os desafios dessa distribuição de tarefas, conferindo servidoras técnicas Hélia de Fátima Ramalho Ventura, Assistente em

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Administração, com função de Chefe de Gabinete e Agente de Com o falecimento da professora Lenilde Sá, assumiu a CAAPG
Pessoas, e Iolanda Oliveira, Assistente em Administração, a professora Márcia Batista da Fonseca, do Departamento de
proveniente do CCJ, com função de Secretária. A CAAPG contava com 4 Economia e do Programa de Pós-Graduação em Economia do Centro
servidores técnicos e 1 docente; a COAPG possuía 8 servidores de Ciências Sociais Aplicadas. Docente com formação completa em
técnicos; o DAF possuía 2 servidores técnico e 1 docente e o setor de Economia (brasileira e internacional), mestrado e doutorado pela
bolsas funcionava com 3 servidores técnicos. Este grupo foi UFPE e pós-doutorado pela Universidade de Ghent - Belgica, Márcia
responsável pela construção e reinvenção da nova PRPG. A essas possuía experiência de gestão de pós-graduação através da
pessoas, nosso reconhecimento. coordenação do curso de Especialização em Gestão Pública
Ao tempo em que o desmembramento ia acontecendo, era Municipal, especialmente na modalidade EAD, viés considerado
necessário separar e organizar os arquivos das unidades internas e importante para as alterações que precisavam ser feitas na pós-
das desmembradas. A ação de organização dos arquivos documentais graduação lato sensu, assim como no incremento da inovação digital,
da PRPG e da Propesq, aqui incluída a imensa documentação relativa perfil que mostrou essencial diante do quadro de pandemia da
ao PIBIC (Programa de Iniciação Científica, que ficou com a Propesq, atualidade.
mas que estava fisicamente no espaço da nova PRPG) recbeu o aopio
do Arquivo Geral da UFPB e de estagiárias contratadas. 2.3. Resultado da Quadrienal 2013-2016 e mudança de critérios de
Além dos arquivos documentais, havia a separação avaliação pela Capes dentro da quadrienal
documental das unidades orçamentárias, de onde decorre a
responsabilização relativa a restos a pagar, dívidas de anos A pós-graduação se subdivide em atividades stricto sensu
anteriores, extinção da unidade gestora PRPG, que havia ocorrido em (mestrados e doutorados acadêmicos e profissionais) e lato sensu
2014, no entanto, não existia registro documental disso e outras (especializações e residências). Registre-se que o sistema nacional
medidas, sem contar com a partilha de patrimônio e bens e a gerência de avaliação conduzido pela Capes abrange apenas o stricto sensu,
do novo almoxarifado. Naquele momento, como não havia através de relatórios coletados anualmente, mas avaliados com nota
possibilidade de recebimento, mediante concurso ou remoção, de e classificação em períodos quadrienais.
novos servidores, o suporte foi dado por estagiários remunerados e O relatório conclusivo da quadrienal 2013-2016, por Programa
por pessoal terceirizado. de Pós-Graduação (PPG), foi encaminhado para a Capes em 10 de
Por outro lado, da separação das unidades não decorria fevereiro de 2017, último dia para envio. Assim, em meio às obras, a
somente partilha de patrimônio, mas igualmente de missões e de PRPG centrou sua atenção na CAAPG, setor responsável por esse
responsabilidades, como as grandes ações de políticas acadêmicas, acompanhamento. Enviado em fevereiro, o resultado preliminar da
muitas vezes expressas pelo lançamento de editais conjuntos, como quadrienal saiu em setembro de 2017. Para a UFPB, foi muito bom em
os casos da política de internacionalização da UFPB, o programa de termos de consolidação do conceito 4 (e consequente redução dos
contratação de docentes visitantes e os editais de publicação de cursos no extrato 3), mas preocuparam alguns descredenciamentos,
artigos, entre outros. nomeadamente nas Engenharias, quais sejam o mestrado em
Engenharia de Produção e os doutorados em Engenharia Mecânica,
2.2. Perda e gratidão Engenharia de Materiais, e nas Ciências do Solo (campus de Areia),
com a perda do curso de doutorado.
Em janeiro de 2017, a PRPG dispunha de 23 servidores O resultado da quadrienal indicava a necessidade de agir em
federais, sendo 19 técnicos-administrativos e 4 docentes. Em algumas direções. Foram selecionadas as seguintes metas: (i)
dezembro de 2017, a PRPG dispunha de 24 servidores federais, sendo monitorar os sistemas SIGA e Sucupira para qualificar os relatórios e
21 técnicos-administrativos e 4 docentes, mais 6 estagiários. os procedimentos; (ii) controlar os processos seletivos dos PPGs,
Cabe registrar e lamentar que a PRPG e a UFPB sofreram uma mediante emissão de Edital de referência e Nota Técnica Individual,
perda irreparável no seu quadro de pessoal. Trata-se da professora para garantir o cumprimento igualitário das regaras do sistema,
pesquisadora Lenilde Duarte de Sá, docente do Centro de Ciências da assim como reduzir o elevado índice de judicialização dos resultados;
Saúde, com formação completa (graduação, mestrado, doutorado e (iii) planejar e discutir as APCNs (Apresentações de Propostas de
pós-doutorado) em Enfermagem e atuação nas linhas de pesquisa Cursos Novos) de maneira a evitar sobreposições e sombreamentos
Epidemiologia e Políticas de Saúde, além de larga experiência em assim como a adequá-las ao Plano de Desenvolvimento Institucional
gestão da PRPG, que faleceu prematuramente em julho de 2017. A (PDI); (iv) recuperar imediatamente os cursos descredenciados, por
professora Lenilde assumiu, na gestão da Reitora Margareth Diniz e sua importância em termos de impacto social; (v) subir na escala de
do Pró-Reitor Isac Medeiros, a antiga Coordenação Geral de Pós- nota os PPGs com conceito 3 há mais de duas avaliações, de igual
Graduação (CGPG), tendo realizado intenso e relevante trabalho, modo, elevar os patamares da pós-graduação da UFPB entre os
especialmente no sentido da consolidação da pós-graduação e da extratos, atingindo a nota 7 do sistema, ainda não alcançada pela
modernização das estruturas normativas da pós-graduação da UFPB. UFPB.
O compromisso da professora Lenilde Sá mereceu De imediato, em parceria com as coordenações dos PPGs
reconhecimento institucional, ainda em 2017, mediante a proposição prejudicados, a PRPG recorreu das decisões do Conselho Técnico-
da professora Maria Luiza Alencar, do seu nome para personificar o Científico da Educação Superior (CTC-ES) da Capes, e conseguiu
Prêmio PRPG de Teses, nos termos da Resolução Consuni nº 05/2017. recuperar Engenharia de Produção, mediante novo APCN

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apresentado em 2018, assim como os doutorados de Mecânica e de acadêmicas e de gestão administrativa, disciplinando o
Materiais, que ficaram com conceito 3, sem descredenciamento, financiamento inclusive dos PPGs profissionais stricto sensu; (ii)
devendo retornar ao conceito 4 na próxima quadrienal, segundo garantir, junto à STI, a inserção e a integração das especializações e
dados da avaliação preliminar realizada pela PRPG em 2019, software residências no sistema SIGAA, bem como os editais para ingresso dos
específico chamado "PRPG Semente". alunos nesses Cursos e Programas, meta finalmente alcançada em
Outro importante fator que atingiu o sistema nacional de julho de 2109, com a inserção das residências no sistema.
pós-graduação foi a alteração das regras de avaliação após o
primeiro biênio, através da publicação de nova ficha de avaliação, 2.5. Emissão de diplomas, processo de arquivamento e
anunciada no processo chamado "avaliação de meio termo". Ao longo operacionalização da plataforma Carolina Bori para reconhecimento
dos anos de 2017 e 2018, a Diretoria de Avaliação (DAV) da Capes de títulos
instituiu diversas comissões, em parceria com o Fórum Nacional de
Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP), para alterar as diretrizes gerais Este triplo desafio ficou a cargo da COAPG. De início, fez-se
do sistema para a Avaliação Quadrienal a ocorrer em 2021 (2017 a necessário cuidar do sistema arquivístico do setor, conforme
2020), assim, os três Colégios - Ciências da Vida, Humanidades e mencionado, depois, havia a meta de atualização da emissão de
Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar - que compõem as 49 títulos, alcançada ainda em 2017, mas que, no entanto, voltou a ficar
áreas da avaliação alteraram suas fichas de avaliação, incluindo comprometida em 2020, diante dos problemas gerados pela
novos critérios qualitativos, com pontuação, relativos a pandemia do corona vírus. Portaria recente voltou a disciplinar o
planejamento, autoavaliação, inserção social e identificação dos processo de diplomas, com redução nos prazos previstos para
egressos, bem como critérios mistos relacionados à presença da emissão.
produção discente e docente no sistema. Os principais documentos Na sequência, a conclusão dos processos de reconhecimento
da avaliação foram, de igual modo, alterados, como Documento de de títulos estrangeiros, iniciados sob a égide de normas anteriores à
Área, Documento orientador de APCN, Relatório sobre os critérios de Resolução Consepe nº 20/2017, foi acelerada, restando pendências
Qualis livros e periódicos, entre outros. em alguns PPGs mais sobrecarregados, como é o caso do PPg em
No segundo semestre de 2019 ocorreram em Brasília os Educação. Essa normativa do Consepe, de 2017, disciplina a gestão
Seminários de Meio Termo de cada uma das 49 áreas e todos os PPGs dos processos de reconhecimento de títulos mediante a utilização da
da UFPB participaram de seu respectivo Seminário. Concluído o ciclo Plataforma Carolina Bori, meta alcançada pela COAPG em 2020. Houve
de discussões em Brasília, a PRPG abriu 5 dias úteis de discussões n e ce s s i d a d e d e ge ra r Po r t a r i a i n te r n a p a ra c u m p r i r a
internas, agregando os PPGs por área e por centro de ensino, para excepcionalidade dos prazos de reconhecimento de títulos do
compreensão e discussão dos novos parâmetros, assim como para o Programa de Professores Visitantes da UFPB, lançado pelas Pró-
desenvolvimento de critérios internos relativos a planejamento e Reitorias PRPG, Propesq e Progep, assim como apresentação de
autoavaliação, detalhados adiante. minuta de resolução para disciplinar o casos de notório saber, no
âmbito desse Programa.
2.4. Problemas na Pós-Graduação lato sensu Por fim, cabe mencionar a efetiva implantação dos projetos
de internacionalização e os impactos causados em termos de
A pós-graduação lato sensu da UFPB abrange os cursos de emissão de títulos em cotutela, assim como a meta de tornar o
especialização e as residências (de início, apenas médicas e não sistema de emissão de diplomas inteiramente eletrônico, que se
médicas, mas hoje encontra-se em regulamentação nos Conselhos encontra em análise.
Superiores da UFPB resolução para residências em geral, incluindo
ciências da saúde, sociais, agrárias, artes e outras). 3. AS NOVAS POLÍTICAS DA PÓS-GRADUAÇÃO PARA MÉDIO E LONGO
Em 2017, a pós-graduação lato sensu encontrava-se em PRAZO
declínio, diante da proibição de cobrança de mensalidade a
estudantes, por violação ao princípio da gratuidade do ensino 3.1. Política de Internacionalização e Plano de Internacionalização
público em estabelecimentos oficiais, decorrente do art. 206, IV, da Capes Print
CF/88. No entanto, em 26 de abril de 2017, o Plenário do Supremo
Tribunal Federal, em deliberação no caso do RE 597854/GO, da O primeiro grande projeto institucional da PRPG, em parceria
relatoria do Ministro Edson Fachin, decidiu, em regime de com a Propesq, foi o incremento da política de internacionalização da
repercussão geral, que a garantia constitucional da gratuidade de UFPB. Desse modo, foram aprovadas pelo Conselho Universitário
ensino não obstava a cobrança de mensalidade em cursos de duas importantes normativas, a saber, a Resolução 6/2018 CONSUNI
especialização, quando a atividade do curso for relacionada à UFPB, aprovada em 23.03.2018, e a Resolução 44/2018, que cria e
pesquisa ou à extensão. A normativa interna da UFPB estava obsoleta regulamenta a Agência UFPB de Cooperação Internacional.
e necessitava de ajustes urgentes. Ainda em 2018, a UFPB foi selecionada entre as 36 (de 109
Por outro lado, a pós-graduação lato sensu não se encontrava concorrentes) Instituições de Ensino Superior nacionais que
no módulo SIGAA. Nesse contexto, a determinação da PRPG, mediante disputaram vaga no Plano de Internacionalização da Capes (Capes
solicitação à CAAPG, deu-se nesta dupla diretriz: (i) gerar o PrInt). Esse projeto demandou compromissos institucionais
regulamento geral da pós-graduação lato sensu, com regras importantes, conferiu a marca de internacionalização à UFPB, além

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de exigir contrapartidas inovadoras, como a definição e aplicação de 3.3. Políticas de Planejamento e Avaliação
indicadores e metas de internacionalização. No âmbito da UFPB, os
indicadores são a celebração de parcerias, mediante acordos e O processo de avaliação e autoavaliação dos PPG's foi
convênios internacionais; os programas de mobilidade acadêmica; as construído em várias frentes, como a avaliação através de uma
chamadas públicas para programas e projetos internacionais; o Plano parceria CAPES e STI, a autovaliação através da parceria com a
Institucional de Internacionalização seguido de planos setoriais; CPA/UFPB, o acompanhamento e a oferta de diretrizes para a
ações de formação e capacitação linguística, com oferta de cursos em autoavaliação feita pelos próprios PPGs. Podem ser indicadas as
língua estrangeira para brasileiros e cursos em língua portuguesa seguintes ações:
para estrangeiros na estrutura curricular da graduação e da pós-
graduação; o fortalecimento e a ampliação dos programas de a) plataforma SEMENTE / Capes Sucupira, gerada da parceria UFPB,
leitorado em línguas estrangeiras; as home pages dos PPGs em 3 UNESP, PPG em Ciência da Informação da UFPB e TI Capes, como
idiomas; a contratação de visitantes estrangeiros; o incremento da preliminar ao envio da Sucupira, para verificação de pendências e
publicação em periódicos internacionais, entre outros. Estas e outras redirecionamento do relatório;
b) Autoavaliação Institucional da Pós-Graduação da UFPB, gerada
metas estão detalhadas nas atividades dos anos de 2018 0 2020,
pela parceria PRPG, CPA, STI, depois da definição das diretrizes da
adiante neste relatório. Capes em 2018. A Portaria 07/PRPG/2019 lançou o processo
institucional de autoavaliação da Pós-graduação na UFPB ao instituir
3.2. Política de Inovação Tecnológica, com identificação de Áreas comissão mista, com representação da Propesq e Proplan, além da
Estratégicas, para fins acadêmicos ou de gesto administrativa PRPG e um representante dos coordenadores dos PPG's. A aplicação é
feita institucionalmente via SIGAdmin e o relatório final foi enviado
Em 2018, a UFPB aprovou projeto institucional pelo Programa aos PPGs, em junho de 2020;
de Doutorado Acadêmico em Inovação (DAI), do CNPq, contemplada c) Planejamento Estratégico, com base nas metas do PDI vigente; no
entre as vinte oito instituições no Brasil selecionadas sentido de atuar em eixos estratégicos; incentivar o aumento da
(https://prpg.ufg.br/up/85/o/Chamada23-2018.pdf ). Essa ação produção científica da UFPB em periódicos com fator de impacto e em
periódicos classificados nos dois estratos superiores do Qualis;
resulta de trabalho conjunto entre a PRPG e a FIEP e o programa está
reduzir em 30% o número de Programas de Pós-Graduação (PPG's)
sendo coordenado pelo Professor Euller Macedo do CEAR. A UFPB com nota mínima, entre outras.
recebeu 10 bolsas de doutorado do CNPQ e forma doutores para o d) Ciclos de debates de autoavaliação da pós-graduação da UFPB,
atendimento das empresas parceiras. Com a aprovação do DAI, pós rodada de avaliação de meio termo, programação ocorrida entre
pretende-se ampliar a cultura da produção de inovação na os dias 8 e 16 de outubro de 2019, campus I e II da UFPB. Desse evento,
instituição, mediante aliança estratégica entre empresas-instituição, foi encaminhado relatório aos coordenadores com Orientações para
aumentando a competitividade das empresas locais e da UFPB na Planejamento Estratégico do PPG, observando a articulação da Pós-
chamadas nacionais e internacionais. graduação com o PDI da Instituição; a relação oferta e demanda nos
Ainda em 2018, a UFPB aprovou projeto institucional para o processos seletivos; o equilíbrio do quadro docente; os processos
Programa de Doutorado em Áreas Estratégicas, igualmente do CNPq. seletivos dos PPG's em face de atendimento a demandas especificas;
incentivo e transparência na aplicação do PROAP - criação de regras
Depois, em 2020, a UFPB apresentou projeto para a Fapesq PB
especificas para a concessão dos recursos dentro dos PPG's,
concorrer pelo Programa de Áreas Emergentes da Capes, assim como priorizando qualidade e impacto das pesquisas; o processo de
foram selecionados diversos PPGs da UFPB para programas de credenciamento/descredenciamento no meio termo (metade do
combate à pandemia do novo corona vírus da Capes, do CNPq e da quadriênio); o mapeamento da produção individual discente e da
Fapesq (detalhamento adiante). produção vinculada docente-discente; produção de impacto não
Por outro lado, houve ações efetivas para cadastro de novas declarada no lattes; produção com qualis ou com fator de impacto; o
Fundações de Apoio, com a FADE, da UFPE, para cuidar dos projetos impacto dos Grupos de Pesquisa; a situação de professores
que abrangem o novo marco legal da inovação, tendo sido aposentados no PPG's, e o quadro docente pós aposentadorias;
intensificada a parceria com a Agência Inova UFPB. incentivo ao jovem doutor para ingresso e permanência na pós-
No âmbito da gestão administrativa da PRPG, cabe ressaltar graduação; levantamento do Indice H dos Pesquisadores, entre outros
fatores. Foram também realizadas palestras sobre a autoavaliação,
ações como o projeto de geração dos diplomas em bases eletrônicas;
como a palestra com o professor Dr. Robert (Bob) Evan Verhine,
a reopção pelas homepages dos PPGs no sistema SIGA, com ajustes no coordenador da Área de Educação - Capes e coordenador do GT Capes
programa segundo o demandado pelas regras da Capes; a aquisição sobre autoavaliação, e o Workshop sobre os planos e programas
do programa de controle de plágio; a ativação dos módulos lato sensu institucionais de internacionalização da UFPB, em parceria com a
e residências pelo SIGA; o software para o autodepósito de teses e Propesq.
dissertações, em parceria com a Biblioteca Central e o Arquivo Geral; a
geração da plataforma inédita chamada PRPG Semente, para 3.4. Políticas de Inclusão, Estímulo e Premiação
monitorar preliminarmente a inserção dos dados na plataforma
Sucupira; a adesão e funcionamento da plataforma Carolina Bori; a Há vários modos de promover inclusão. A PRPG tem agido no
adesão ao moodle e o trabalho conjunto com a EAD para as sentido da inclusão de pessoas com deficiência e das pessoas em
normativas do ensino à distância, diante da pandemia, assim como o situação de vulnerabilidade socioeconômica. No primeiro caso,
uso de plataformas de virtual meetings, entre outras ações.

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atualmente temos 41 alunos de pós-graduação stricto sensu O gerenciamento adequado dos recursos orçamentários,
matriculados no SIGAA autodeclarados com algum tipo de deficiência ação coordenada pelo Departamento de Atividades Financeiras
e a PRPG vem realizando aproximação sistemática com o Comitê de (DAF), PRPG, cumpre o papel de garantir eficiência e transparência
Inclusão e Acessibilidade (CIA), com vistas a dar mais apoio e dos recursos que custeiam e financiam as ações da Pós-graduação no
visibilidade aos alunos com necessidades especiais, estudantes com âmbito da Universidade Federal da Paraíba.
depressão e transtornos não enquadrados no Decreto 3.298/99. Por fim, uma meta importante não alcançada foi a finalização
Assim, a Portaria PRPG nº 77/2017, de 23.10.2017, instituiu a Comissão da Unidade Gestora da PRPG. Esse processo teve início com a DAF
de Acompanhamento das Ações Afirmativas no âmbito da PRPG, que encerrando todos os pagamentos de passivos, pendente o
diagnosticou lacunas normativas na pós-graduação no que diz levantamento do Patrimônio das duas Pró-Reitorias, mediante o
respeito ao aluno apoiador e propôs algumas metas, como alterações tombamento dos bens encontrados sem tombamento e
no Edital de Referência dos processos seletivos da pós-graduação; confeccionada a lista de todos os bens da Unidade, tendo sido
acessibilidade nos moldes da Resolução Consepe nº 16/2015 (relativa necessário proceder ao rastreio de todos os equipamentos que
à graduação); criação de Base de Dados para implementação de ações pertencem à PRPG e localizados em outras Unidades para fazer um
de inclusão; abrir espaço na ficha de inscrição no SIGAA para registro completo das entradas e saídas, mas ainda resta pendente a
candidatos dos cursos de Pós-Graduação para inserção de finalização completa da UG.
informações acerca da deficiência; apresentar relatório de discentes
PcDs, detalhando a quantidade e o tipo de deficiência do candidato 4. CONSIDERAÇÕES
na aba Relatório e Consultas no SIGAA no módulo Stricto Sensu etc.
São medidas em execução. Estas e outras ações da PRPG encontram-se devidamente
Sobre a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade, detalhadas no corpo do Relatório Final de Gestão da PRGP, referente
a PRPG criou o setor de Assistência Estudantil, em dezembro de 2017, ao período 2017-2010, sob a responsabilidade das gestoras que a este
instituindo a partir de então os seguintes auxílios financeiros para subscrevem. Aproveitamos para agradecer à Reitora, professora
estudantes não-bolsistas: auxílio-moradia; auxílio-restaurante Margareth Diniz, pelo apoio concedido a todas as ações da PRPG.
universitário; auxílio-residência universitária para mulheres (na
Residência Universitária Feminina Elizabeth Teixeira - RUFET). Em
2020, com a pandemia, a PRPG ofereceu o auxílio inclusão digital, para
dados e para compra de equipamento.
Sobre as Premiações, cabe mencionar (i) a política de eventos
regulares através da inserção da PRPG no Encontro Unificado Anual
de Ensino, Pesquisa e Extensão, com premiação e publicação em livro
dos melhores trabalhos do ENIP (Encontro Unificado da Pós-
Graduação da UFPB) que em 2020 está na IV edição; (ii) a instituição de
critérios para suporte aos PPGs aderentes ao Programa de
Qualificação de Sevidores (PQI); (iii) a instituição do Prêmio PRPG de
Teses e do Grande Prêmio Lenilde Duarte de Sá de Teses, mediante a
Res. Nº 05/2017, do Consuni, para contemplar os grupos de grandes
áreas do conhecimento, como Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e
Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra e Engenharias e Ciências
Humanas, Ciências Sociais e Aplicadas e Linguística, Letras e Artes.

3.5. Políticas de democratização da gestão financeira e orçamentária

Os principais gargalos encontrados na gestão orçamentária


na PRPG foram o planejamento tardio das aquisições a serem
realizadas, a definição tardia do montante de recursos a serem
disponibilizados pelo orçamento próprio da UFPB e a baixa
participação dos programas de pós-graduação em encaminhar suas
demandas ainda no primeiro trimestre do exercício.
Diante disso, foi estabelecido um calendário de
planejamento, com a participação dos programas, de maneira que as
aquisições de bens e serviços fossem definidas com antecedência,
até o mês de março/abril de cada ano. Esta ação foi acompanhada do
desenvolvimento de mecanismos e/ou canais eficazes de
comunicação entre a PRPG e os programas de pós-graduação,
detalhados adiante no relatório geral.

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UFPB tem cerca de 2 mil estudantes
em projetos de iniciação científica

Débora Freire
Jornalista

A Universidade Federal da Paraíba tem se A Propesq ainda oferece programas de iniciação


destacado quando o assunto é pesquisa. E não é apenas científica para o estudante que deseja ser voluntário, nesse
pela qualidade nos trabalhos desenvolvidos, mas pela caso, sem percepção de bolsa. O discente voluntário está
quantidade de estudantes e servidores engajados. submetido ao mesmo sistema de deveres e direitos dos
De acordo com a Pró-Reitoria de Pesquisa bolsistas. Dentre os compromissos, o aluno tem a obrigação de
(Propesq), a instituição mantém 7 programas de iniciação submissão do relatório final e apresentação de trabalho no
científica, distribuídos nos 16 Centros de Ensino.Os Encontro de Iniciação Científica da UFPB (ENIC).
Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica O processo de seleção de projetos de iniciação científica
são voltados para o desenvolvimento do pensamento do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
científico e iniciação à pesquisa de estudantes de acontece uma vez ao ano por meio do cadastro de projetos de
graduação do ensino superior. pesquisa e planos de trabalho por professores ou
Segundo o Pró-Reitor Isac Medeiros, dados do CGEE pesquisadores em estágio pós-doutoral na UFPB.
(Centro de Gestão de Estudos Estratégicos) revelam que o O último processo seletivo (2017/2018) registrou
país tem em média 4,5 bolsistas PIBIC por cada mil inscrição de 855 proponentes/pesquisadores e 2.120
discentes matriculados na graduação. Na UFPB projetos/planos, dos quais 1.984 foram aprovados.
aproximadamente mil alunos participam de algum projeto
de pesquisa na UFPB como bolsista em uma das
modalidades PIBIC, o que corresponde a cerca de 25
PROGRAMAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA NA UFPB
bolsistas por cada 1000 alunos matriculados na graduação
“Isso é o reflexo dos investimentos e da atenção que a
PIBIC Programa de Bolsas de Iniciação Científica
universidade tem dado ao campo da pesquisa. Quem
ganha com isso são os estudantes que têm a oportunidade PIBIC-AF Programa de Bolsas de Iniciação Científica para Ações Afirmativas
de por em prática os conhecimentos e ganha a sociedade
que vai ter no mercado um profissional de qualidade”, PIBIC-EM Programa de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio
ressalta o Pró-Reitor.
Dos cerca de 2 mil estudantes, 500 têm bolsas de PIBITI Programa de Bolsas de Iniciação Tecnológica
Iniciação Científica, para estudantes de graduação,que
são custeadas com recursos próprios da UFPB. Já outros PIVIC Programa de Voluntários de Iniciação Científica
cerca de 509 contam com bolsas de Iniciação Científica do
PIVITI Programa de Voluntários de Iniciação Tecnológica
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ), além de bolsas advindas de outras PIVIC-EM Programa de Voluntários de Iniciação Científica para o Ensino Médio
parcerias, além de 100 bolsas custeadas pelo CNPQ para
estudantes do ensino médio atuarem em grupos de
pesquisa da UFPB.

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Laboratório de Forragicultura, Centro de Ciências Agrárias

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A Propesq

A Pró-Reitoria de Pesquisa é a mais nova das 8 pró-


reitorias. Sua criação se deve principalmente pelo aumento
expressivo da dimensão das atividades institucionais de
pesquisa.
O órgão está incumbido de propor, planejar, coordenar,
controlar, executar e avaliar as políticas de pesquisa científica e
tecnológica mantidas pela universidade conforme Resolução
do CONSUNI 01/2017.
Para uma melhor otimização das ações coordenadas a
Propesq possui a Coordenação-Geral de Pesquisa (CGPq); a
Coordenação-Geral de Programas Acadêmicos e de Iniciação
Laboratório de Biologia Bucal, Centro de Ciências da Saúde
Científica (CGPAIC);  a Divisão de Atividades Orçamentário-
Financeiras (DAOF); e por fim o Gabinete do Pró-reitor.

Ações

Com o objetivo a de ampliar ainda mais o corpus da


produção científica na UFPB, a Propesq vem desenvolvendo
uma série de ações. Entre elas estão o pagamento para de
revisão de artigos, tradução de manuscritos por empresa
especializada, com o objetivo de publicação em revistas
científicas com qualis A e B, além de custear publicação de
artigos aceitos em periódicos classificados como A1, A2 ou B1,
segundo os critérios do sistema Qualis da CAPES.
Para se ter uma ideia, só em 2017, em publicação de
artigos foram investidos mais de 140 mil reais e cerca de 30
cursos utilizaram o serviço de tradução de artigos. Laboratório de Entomologia, Centro de Ciências Exatas e da Natureza
E esses investimentos têm dado resultado. Segundo
último levantamento da Propesq, 49% da produção científica
institucional foi divulgada em periódicos A1, A2 e B1, e, de 2013 a
2016, quase 10 mil artigos foram publicados pelos programas de
pós-graduação da UFPB. BOLSISTA DO PIBIC POR CENTRO DE ENSINO
Ainda sobre fomento à pesquisa, a Propesq, em parceria
com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) do Ministério
da Ciência e Tecnologia, e da Fundação Parque Tecnológico da 382
400
Paraíba, deverá receber recursos da ordem de 20 milhões que
serão utilizados na aquisição de equipamentos e construção de 300
laboratórios. 216
185
200 179
Outras ações que vêm movimentando o campo da 153
pesquisa na UFPB são o Programa Pesquisa em Cena, o Projeto 105 100 94
Retratos da Ciência e o Encontro de Iniciação Científica (ENIC). 100 44
68
38
65 69
45
25 30
O programa Pesquisa em Cena, realizado mensalmente, 0
discute junto à comunidade acadêmica temas transversais
CBIOTEC

CCHSA
CCHLA

pertinentes à Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo é

CTDR
CCEN

CEAR
CCAE

CCSA

CCTA
CCM
CCA

CCS

propiciar palestras com pesquisadores de várias partes do


CCJ

CE

CT
CI

Brasil, oferecendo assim oportunidades para que os

| 85
pesquisadores da UFPB fiquem ainda mais por dentro sobre o
que acontece na pesquisa nacional e mundial.
Já o projeto Retratos da Ciência na UFPB, é o registro
fotográfico do trabalho de todos os laboratórios da universidade.
Uma exposição que programamos a cada ano durante a Semana
Nacional de Ciência e Tecnologia.
O ENIC, é um grande encontro anual para apresentação da
produção científica. Envolve dezenas de estudantes e professores
das mais diversas áreas do conhecimento da UFPB. A ideia desse
evento é fazer circular dentro da instituição o que está sendo
pesquisado e produzido, além de estimular o espírito de cooperação.
Ano passado, o ENIC trouxe duas novidades: a
descentralização do evento, que agora percorre todos os campi da
UFPB; e todas as 1.500 apresentações foram realizadas de forma oral.

% DISTRIBUIÇÃO DE BOLSAS PIBIC/ CENTROS DE ENSINO


foto: RENATA RUFINO

Isac Medeiros, Pró-Reitor de Pesquisa

86 |
Centro de Ciências Humanas,
Letras e Artes - CCHLA
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
CIÊNCIAS SOCIAIS LETRAS (M/D) 4
COMUNICAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS SERVIÇO SOCIAL (M) 3
FILOSOFIA SOCIOLOGIA (M/D) 4
HISTÓRIA FILOSOFIA (M) 3
HISTORIA ( MSC) FILOSOFIA INTEGRADO (D) 2
LETRAS NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E COMPORTAMENTAL (M/D) 4
LETRAS / EAD PSICOLOGIA SOCIAL (M/D) 5
LETRAS - LIBRAS HISTÓRIA (M) 3
LETRAS (LÍNGUA ESPANHOLA) LINGUÍSTICA (M/D) 6
LETRAS (LÍNGUA FRANCESA) COMUNICAÇÃO E CULTURAS MIDIÁTICAS (M) 3
LETRAS (LÍNGUAS CLÁSSICAS) LINGUÍSTICA E ENSINO (MP) 4
LETRAS (LÍNGUAS INGLESA) CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS (M) 3
LÍNGUAS ESTRANGEIRAS APLICADAS ÀS NEGOCIAÇÕES DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E POLITICAS PÚBLICAS (M) 3
INTERNACIONAIS
PSICOLOGIA
SERVIÇO SOCIAL
TRADUÇÃO

| 87
Centro de Ciências
da Saúde - CCS
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
BIOMEDICINA ENFERMAGEM (M/D) 5
EDUCAÇÃO FÍSICA PRODUTOS NATURAIS E SINTÉTICOS BIOATIVOS (M/D) 6
EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA GERONTOLOGIA (MP) 4
ENFERMAGEM ODONTOLOGIA (M/D) 4
FARMÁCIA CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO (M/D) 4
FISIOTERAPIA EDUCAÇÃO FÍSICA (M/D) (UPE/UFPB) 4
FONOAUDIOLOGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (MP/RENASF) 4
NUTRIÇÃO SAÚDE COLETIVA (M) 3
ODONTOLOGIA DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
TERAPIA OCUPACIONAL EM MEDICAMENTOS (D) 4
FISIOTERAPIA (M) 3
FONOAUDIOLOGIA (M) 3

88 |
Centro de Ciências
Agrárias - CCA
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
AGRONOMIA AGRONOMIA (M/D) 5
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BIODIVERSIDADE (M) 3
MEDICINA VETERINÁRIA CIÊNCIA ANIMAL (M) 4 4
QUÍMICA CIÊNCIA DO SOLO (M/D) 3/2
ZOOTECNIA ZOOTECNIA (M) 4
ZOOTECNIA INTEGRADO (D) 5

| 89
Centro de Ciências
Sociais Aplicadas - CCSA
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO (M/D) 4
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (M/D) 4
ARQUIVOLOGIA GESTÃO PÚBLICA E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL (M) 3
BIBLIOTECONOMIA ECONOMIA (M/D) 5
CIÊNCIAS ATUARIAIS ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO (MP) 4
CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS (M/D) 4
CIÊNCIAS ECONÔMICAS
GESTÃO PÚBLICA
RELACÕES INTERNACIONAIS
TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA

90 |
Centro de
Biotecnologia - CBIOTEC
CURSO DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
BIOTECNOLOGIA BIOTECNOLOGIA (RENORBIO) (D) 5
BIOTECNOLOGIA (M) 3
MULTICÊNTRICO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS (M/D) 4

| 91
Centro de
Educação - CE
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES EDUCAÇÃO (M/D) 4
CIÊNCIAS NATURAIS GESTÃO EM ORGANIZAÇÕES APRENDENTES (MP) 3
PEDAGOGIA CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES (M/D) 4
PEDAGOGIA - EAD POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E AVALIAÇÃO
PEDAGOGIA (EDUCAÇÃO DO CAMPO) DA EDUCAÇÃO SUPERIOR (MP) 3
PEDAGOGIA (MSC)
PSICOPEDAGOGIA (BACH)

92 |
Centro de Ciências Aplicadas
e Educação - CCAE
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
ADMINISTRAÇÃO ECOLOGIA E MONITORAMENTO AMBIENTAL (M) 3
ANTROPOLOGIA PROFLETRAS (MP) 4
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DESIGN
ECOLOGIA
LETRAS
LETRAS (LÍNGUA ESPANHOLA)
LETRAS (LÍNGUA INGLESA)
MATEMÁTICA (LICENCIATURA)
PEDAGOGIA
SECRETARIADO EXECUTIVO BILÍNGUE
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

| 93
Centro de Ciências Exatas
e da Natureza - CCEN
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
CIENCIAS FÍSICA (M/D) 5
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (M/D) 5
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROFBIO (MP) 4
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - EAD QUÍMICA (M/D) 5
ESTATÍSTICA DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE (M) 4
FÍSICA DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE (EM REDE) (D) 5
GEOGRAFIA MATEMÁTICA (M) 4
GEOGRAFIA MATEMÁTICA (UFPB/UFCG) (EM REDE) (D) 5
MATEMÁTICA MATEMÁTICA PROFMAT (MP) 5
MATEMÁTICA - EAD GEOGRAFIA (M/D) 4
QUÍMICA MODELOS DE DECISÃO E SAÚDE (M/D) 5
BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR (M) 3

94 |
Centro de Ciências Humanas,
Sociais e Aplicadas - CCHSA
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
ADMINISTRAÇÃO TECNOLOGIA AGROALIMENTAR (M) 3
AGROECOLOGIA CIÊNCIA AGRÁRIAS (AGROECOLOGIA) (M) 3
AGROINDÚSTRIA
CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CIÊNCIAS AGRÁRIAS -EAD
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM
COOPERATIVISMO
GRADUAÇÃO DE PROF. DA PARTE DE FORMAÇÃO ESPEC.
DO CURRÍCULO DO ENSINO DO 2º GRAU
PEDAGOGIA

| 95
Centro de Ciências
Jurídicas - CCJ
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
DIREITO - Campus I CIÊNCIAS JURÍDICAS (M/D) 4
DIREITO - Santa Rita

96 |
Centro de Ciências
Médicas - CCM
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
MEDICINA SAÚDE DA FAMÍLIA (REDE NACIONAL) (MP/ABRASCO) 3

| 97
Centro de Comunicação,
Turismo e Artes - CCTA
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
ARTES VISUAIS MÚSICA (M/D) 4
CINEMA E AUDIOVISUAL PROFARTES (MP) 4
COMUNICAÇÃO SOCIAL ARTES VISUAIS (M) 3
DANÇA JORNALISMO (MP) 3
EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
HOTELARIA
JORNALISMO
MÚSICA
MÚSICA - BACHARELADO
MUSICA POPULAR
RADIALISMO
REGÊNCIA DE BANDAS E FANFARRAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
TEATRO (BACHARELADO)
TEATRO (LICENCIATURA)
TURISMO

98 |
Centro de Energias Alternativas e
Renováveis - CEAR
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
ENGENHARIA DE ENERGIAS RENOVÁVEIS ENGENHARIA ELÉTRICA (M) 3
ENGENHARIA ELÉTRICA ENERGIAS RENOVÁVEIS (M 3

| 99
Centro de
Informática - CI
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO INFORMÁTICA (M) 4
CIÊNCIA DE DADOS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL MODELAGEM MATEMÁTICA E COMPUTACIONAL (M) 3
COMPUTAÇÃO COMPUTAÇÃO, COMUNICAÇÃO E ARTE (M) 3
ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO
MATEMÁTICA COMPUTACIONAL

100 |
Centro de
Tecnologia - CT
CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Conceito
ARQUITETURA E URBANISMO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (M) 2
ENGENHARIA AMBIENTAL ENGENHARIA MECÂNICA (M/D) 3/2
ENGENHARIA CIVIL ENGENHARIA QUÍMICA (M) 4
ENGENHARIA DE ALIMENTOS CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS (M/D) 4
ENGENHARIA DE MATERIAIS ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL (M/D) 4
ENGENHARIA DE PRODUCAO ARQUITETURA E URBANISMO (M/D) 4
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS (M/D) 3
ENGENHARIA MECÂNICA
ENGENHARIA QUÍMICA
QUÍMICA INDUSTRIAL

| 101
Centro de Tecnologia e
Desenvolvimento Regional - CTDR
CURSOS DE GRADUAÇÃO
GASTRONOMIA
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
TECNOLOGIA EM PRODUÇÃO SUCROALCOOLEIRA

102 |
UFPB em números
fonte:
A UFPB em números
PROPLAN. 2012-2019
Editora UFPB, 2020
Dados
de 2019

104 |
Dotação orçamentária
atualizada das
principais despesas

Dotação orçamentária
atualizada das
despesas discricionárias

| 105
A Missão
Institucional da UFPB

106|
Cursos de
Graduação

| 107
matriculados e diplomados
nos cursos de graduação
presencial e a distância

Bolsas para o Ensino


Recursos próprios

108 |
Bolsas para o Ensino
Recursos Externos

Formação inicial e
continuada de
profissionais

| 109
Avaliação dos
cursos de
graduação

110 |
Matriculados e
Diplomados
na Pós-Graduação

Expansão no número
e na qualidade dos
cursos de Pós-Graduação

| 111
Resultado da
Avaliação Quadrienal
CAPES 2014-2018

112 |
Produção
Acadêmica

Produção
Acadêmica:
UFPB versus Brasil

| 113
Bolsas
de Iniciação Científica
e Tecnológica

Discentes na Iniciação
Científica e Tecnológica

114 |
| 115
116 |
| 117
Aquisição de
Livros

118 |
| 119
120 |
| 121
Qualificação
dos Docentes

Docentes afastados
para Pós-Graduação

122 |
Qualificação dos
Servidores Técnicos-
Administrativos (TAES)

| 123
Parte 3

Movimento
das Categorias

Assembleia da ADUFPB
O Movimento Docente e a UFPB:
balanço sumário

A Associação dos Docentes da UFPB - ADUFPB-JP - depois


transformada em Seção Sindical do ANSDES-SN, passando a ser
chamada apenas por ADUFPB - foi criada em uma assembleia geral de
docentes da UFPB no dia 25 de outubro de 1978. Desde aquela data,
não há como contar a história da Universidade Federal da Paraíba
sem o registro da participação ativa do movimento docente. De
pronto, afastemos duas críticas superficiais ao movimento docente:
as principais lutas não foram jamais as salariais e as corporativas,
embora essa dimensão seja ineliminável, nem os professores nelas
envolvidos eram de baixa qualificação acadêmica. Ao contrário, nas
lutas do movimento docente da UFPB, a ADUFPB contou com muitos
dos melhores quadros acadêmicos da universidade e todas as lutas
tinham uma participação massiva e de alto poder de mobilização e
aglutinação da categoria, e muitas dessas lutas ultrapassam as Comemoração dos 15 anos de fundação da ADUFPB. Pela ordem: Fernando Monte,
fronteiras das demandas trabalhistas e salariais de professores e Silvio Frank Alem, Paulo Coelho,Francisco de Assis, Socorro Xavier, Natanael Rohr,
Sandro Meira, Joana Neves, Jader Nunes e Alexandre Nader (1993)
professoras.
27 anos depois, o intervalo de uma geração, é tempo de contar processo de modernização, que, no final dos anos setenta, havia
uma aventura. Ao fundar a ADUFPB e encarar os primeiros desafios plasmado no envelope da "modernização conservadora" uma
políticos e as assembleias massivas, a geração fundacional estava sociedade nova e sequiosa por reaver o tempo perdido. A ADUFPB é
completando o trabalho interrompido em 1968 com o AI-5 e a parte desse processo mais amplo, jogada nas vicissitudes do tempo e
brutalidade da ditadura. Diante da grave derrota que se seguiu, com a do ser, tradução política de uma geração no espaço de João Pessoa.
desarticulação da esquerda e o quase absoluto fechamento de Vale ressaltar: dois processos de raízes distintas, mas de uma
horizontes para a ação política aberta, essa geração, advinda dos matriz estrutural comum, plasmam a UFPB atual, feito duas faces de
anos 1960, soube reinventar a política, capilarizando-se, por algum uma mesma moeda: a modernização conservadora (especialmente o
tempo em silêncio, numa sociedade civil em acelerado e brutal projeto do governo Geisel) e o movimento docente.
Com efeito, na segunda metade dos anos setenta,
presenciamos a transformação de uma universidade periférica de
uma das unidades mais pobres da Federação em uma instituição que,
só para ficar num exemplo contábil, foi o segundo orçamento das
Universidades Federais por vários anos.
Mesmo crescendo à sombra do leviatã, o movimento docente
soube confrontá-lo exigindo democracia. Saiu do movimento
docente, junto com o movimento estudantil, a consigna da
democratização da Universidade, através principalmente da eleição
direta dos dirigentes universitários. Vivemos uma época em que as
eleições fazem parte do cotidiano, não espanta mais ninguém - as
conquistas quando viram rotina estão consolidadas. A ADUFPB
sempre elaborou sobre universidade e educação, de seus grupos de
trabalho sempre saíram ideias progressistas e inovadoras, desde os
tempos da Assembleia Nacional Constituinte até o debate atual sobre
a reestruturação do ensino superior brasileiro, sempre de acordo
com o princípio de defesa intransigente da universidade como
instituição pública e autônoma. Defesa intransigente da
Assembléia dos professores (2005)
universidade como instituição pública. Democracia e público -
palavras que não são sinônimos, mas compõem uma síntese política.

| 125
Diretorias da ADUFPB
COMISÃO PROVISÓRIA - 1978 12ª DIRETORIA - 1989/1990 23ª DIRETORIA EXECUTIVA -2000/2001
PRESIDENTE: SANDRO MEIRA GESTÃO“CONVOCAÇÃO” GESTÃO”ADUF PARATODOS”
PRESIDENTE: NEROALDO PONTES DE AZEVEDO PRESIDENTE: Mª APARECIDA RAMOS MENESES
1ª DIRETORIA - 1978/1979 VICE- PRESIDENTE: JOÃO MEDEIROS E SILVA VICE-PRESIDENTE: GALDINO T. DE BRITO
GESTÃO“CONSOLIDAÇÃO”
PRESIDENTE: SILVIO FRANK ALEM 13ª DIRETORIA - 1990/1991 24ª DIRETORIA EXECUTIVA -2001/2003
1º VICE-PRESIDENTE: CESAR A. BONATO GESTÃO"ORGANIZAR, RESISTIR, AVANÇAR" GESTÃOADUF PARATODOS”
PRESIDENTE: JADER NUNES DE OLIVEIRA PRESIDENTE: Mª APARECIDA RAMOS MENESES
2ª DIRETORIA - 1979/1980 VICE- PRESIDENTE: ALEXANDRE A. G. NÁDER VICE-PRESIDENTE: IEDO LEITE FONTES
GESTÃO“PARTICIPAÇÃO”
PRESIDENTE: PAULO IGNÁCIO F. DE ALMEIDA 14ª DIRETORIA - 1991/1992 25ª DIRETORIA EXECUTIVA -2003/2005
1º VICE-PRESIDENTE: JOSÉ CARLOS DA SILVA GESTÃO "CONSOLIDANDO, RESISTINDO, AVANÇANDO» GESTÃO”ADUF PARATODOS”
PRESIDENTE: ALEXANDRE ANTÔNIO G. NÁDER PRESIDENTE: IEDO LEITE FONTES
3ª DIRETORIA - 1980/1981 VICE- PRESIDENTE: VERA L. AMARAL E SILVA VICE-PRESIDENTE: VALTER INÁCIO DE PAIVA
GESTÃO“CONSTRUÇÃO DEMOCRÁTICA”
PRESIDENTE: JOSÉ CHASIN 3ª COMISSÃO GESTORA 26ª DIRETORIA EXECUTIVA -2005/2007
VICE- PRESIDENTE: RUBENS PINTO LYRA PERÍODO: 24.11 A 20.12.1992 GESTÃO”ADUF PARATODOS”
COORDENADOR: ANTONIO RUFINO VIEIRA PRESIDENTE:Mª APARECIDA RAMOS MENESES
4ª DIRETORIA - 1981/1982 TESOUREIRO: TURÍBIO JOSÉ G. DOS SANTOS VICE-PRESIDENTE: TADEU A. DE A. MELO
GESTÃO“UNIDADE NA AÇÃO”
PRESIDENTE: FRANCISCO DE ASSIS F. DE CARVALHO 15ª DIRETORIA - 1992/1993 27ª Diretoria - 2007/2009
VICE- PRESIDENTE: WOJCIECH KULESZA GESTÃO"ORGANIZAR E AVANÇAR PELA BASE" GESTÃO “ADUF PARATODOS”
PRESIDENTE: MARIA DO SOCORRO B. XAVIER PRESIDENTE: GALDINO TOSCANO DE BRITO FILHO
5ª DIRETORIA - 1982/1983 VICE- PRESIDENTE: ZAQUEU ERNESTO DA SILVA VICE-PRESIDENTE: CLODOALDO DA SILVEIRA COSTA
GESTÃO“ATUA AÇÃO”
PRESIDENTE: PEDRO ANTÔNIO CECATO 16ª DIRETORIA 1993/1994 28ª Diretoria – 2009/2011
VICE- PRESIDENTE: LINDOYA M. CORREIA GESTÃO"AUTÔNOMA E DEMOCRÁTICA" GESTÃO “ADUF PARATODOS”
PRESIDENTE: VERA LÚCIA DO AMARAL E SILVA PRESIDENTE: JALDES REIS DE MENESES
6ª DIRETORIA - 1983/1984 VICE- PRESIDENTE: ALEXANDRE A. G. NÁDER VICE-PRESIDENTE: HELEODÓRIO HONORATO DOS SANTOS
GESTÃO“ARTICULAÇÃO”
PRESIDENTE: PAULO RAMOS COELHO FILHO 17ª DIRETORIA 1994/1995 29ª Diretoria – 2011/2013
VICE- PRESIDENTE: RUBENS FREIRE RIBEIRO GESTÃO"AUTÔNOMA E DEMOCRÁTICA" GESTÃO “ADUF PARATODOS”
PRESIDENTE: IÊDO LEITE FONTES PRESIDENTE: RICARDO DE FIGUEIREDO LUCENA
7ª DIRETORIA - 1984/1985 VICE-PRESIDENTE: ADEMIR ALVES DE MELO VICE-PRESIDENTE: TEREZINHA DINIZ
GESTÃO“AVANÇANDO A LUTA”
PRESIDENTE: NATANAEL ROHR DA SILVA 18ª DIRETORIA EXECUTIVA - 1995/1996 30ª Diretoria – 2013/2015
VICE- PRESIDENTE: MARIA APARECIDA SILVA GESTÃO"ADUF PARATODOS" GESTÃO “ADUF PARATODOS”
PRESIDENTE: JALDES REIS DE MENESES PRESIDENTE: JALDES REIS DE MENESES
1ª COMISSÃO GESTORA - 1985 VICE-PRESIDENTE: MARIA DAS GRAÇAS TOSCANO VICE-PRESIDENTE: ROMILDO RAPOSO FERNANDES
COORDENADOR: PEDRO ANTÔNIO CECATO
19ª DIRETORIA EXECUTIVA 1996/1997 31ª DIRETORIA - 2015/2017
2ª COMISSÃO GESTORA - 1985 GESTÃO"AUTONOMIA E MOBILIZAÇÃO" GESTÃO “PLURAL E DE LUTA”
COORDENADOR: JOSÉ LUIZ WARREN BRAGA PRESIDENTE: JOSÉ JONAS DUARTE DA COSTA PRESIDENTE: MARCELO SITCOVSKY SANTOS PEREIRA
VICE-PRESIDENTE: EVANIZIO R. DE ARRUDA JR. VICE-PRESIDENTE: FRANCILEIDE DE ARAÚJO RODRIGUES
8ª DIRETORIA - 1985/1986
GESTÃO“MOBILIZAÇÃO DOCENTE” 20ª DIRETORIA EXECUTIVA – 1997/1998 32ª DIRETORIA – 2017/2019
PRESIDENTE: SILVIO FRANK ALEM GESTÃO”UNIDADE E LUTA» GESTÃO “UNIDADE E LUTA”
VICE- PRESIDENTE: LEONCIO C. R. LARRAIN PRESIDENTE: TADEU A. DE AZEVÊDO MÉLO PRESIDENTE: CRISTIANO BONNEAU
VICE-PRESIDENTE: JOSÉ E. PIMENTEL FILHO Vice-Presidente: FERNANDO JOSÉ DE PAULA CUNHA
9ª DIRETORIA - 1986/1987
GESTÃO“ADUF SEMPRE” 21ª DIRETORIA EXECUTIVA - 1998/1999 33ª DIRETORIA DA ADUFPB – 2019/2021
PRESIDENTE: FRANCISCO FERNANDO R MONTE GESTÃO“AUTONOMIA COMEÇA AQUI” GESTÃO “UNIDADE E LUTA”
VICE- PRESIDENTE: LAÉRCIO LOSANO PRESIDENTE: WOJCIECH ANDREJ KULESZA PRESIDENTE: FERNANDO JOSÉ DE PAULA CUNHA
VICE-PRESIDENTE: ROMBERG R. GONDIM Vice-Presidente: FRANCILEIDE DE ARAÚJO RODRIGUES
10ª DIRETORIA - 1987/1988
GESTÃO“ADUF SEMPRE” 22ª DIRETORIA EXECUTIVA - 1999/2000
PRESIDENTE: IGNEZ NAVARRO DE MORAES GESTÃO“ADUF PARATODOS”
VICE- PRESIDENTE: VERA LÚCIA DO AMARAL PRESIDENTE: TADEU ANTONIO DE A. MELO
VICE-PRESIDENTE: GERALDEZ TOMAZ
11ª DIRETORIA - 1988/1989
GESTÃO“ADUF DEZ ANOS”
PRESIDENTE: JOANA NEVES
VICE-PRESIDENTE: ANTÔNIO SALES DA SILVA

126 |
65 anos da UFPB: SINTESPB
faz parte dessa história
Por AsCom Sintespb

Nesses 65 anos de existência da Universidade Federal da RJU, o Plano de Cargo, Carreira dos Técnico-administrativos da
Paraíba, o movimento organizado de seus trabalhadores técnico- Educação-PCCTAE, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, pela
administrativos, há 40 anos, escreve um dos mais importantes autonomia das universidades, em defesa do ensino público de
capítulos dessa história, por meio das suas entidades qualidade, contra a terceirização da gestão dos hospitais
representativas, responsáveis pela emancipação e empoderamento universitários, através da Empresa Brasileira de Serviços
da categoria, com um trabalho da conscientização política e Hospitalares (EBSERH).´
mobilização do segmento. Além das lutas em defesa dos direitos da categoria, o Sintespb
A caminhada de luta dos servidores técnico-administrativos sempre esteve comprometido com a participação nas agendas
que originou o Sintespb começou, em 1980, na Universidade Federal políticas em defesa dos interesses gerais da classe trabalhadora, da
da Paraíba, quando um grupo de funcionários fundou a Associação democracia, contra o projeto neoliberal de desmonte do Estado e
dos Funcionários da Universidade Federal da Paraíba - AFUF, no mais recentemente contra as reformas trabalhista, previdenciária e
Campus I da UFPB, tendo como objetivos principais lutar por contra a PEC da reforma administrativa, que acaba com conquistas
melhores condições de trabalho e salariais, sem descuidar da significativas do servidor público e precariza os serviços públicos,
questão política com vistas a uma participação efetiva do segmento prejudicando o atendimento à população usuária mais necessitada e
dos trabalhadores técnico-administrativos na vida da instituição. na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). O Sintespb luta também
Através da atuação aguerrida da AFUF, a categoria conseguiu se por um projeto de universidade cidadã, comprometido com os
inserir nos órgãos colegiados superiores da UFPB (CONSEPE e anseios do Estado, da região e do país.
CONSUNI) e obteve muitas outras vitórias. Toda essa caminhada percorrida só comprova a importância
Com a regulamentação do direito de sindicalização pelos do movimento dos trabalhadores em ensino superior da Paraíba e
trabalhadores do serviço público, previsto na Constituição Cidadã, de credencia o Sintespb como sujeito indispensável à vida da UFPB,
1988, a AFUF é transformada em entidade sindical. Então, em 12 de UFCG e UEPB.
setembro de 1989, nasce o Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Veja a seguir algumas diretorias do SINTESPB, da década de
Superior da Paraíba, filiado à Federação de Sindicatos de 2000 até 2020, formadas por homens e mulheres comprometidos com
Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino a luta e que com certeza já têm seus nomes inscritos no livro e na
Superior Públicas do Brasil-FASUBRA e à Central Única dos memória da UFPB e das outras duas instituições, cuja base
Trabalhadores-CUT/PB, sendo um dos sindicatos pioneiros na representaram ou representam.
fundação também dessas duas entidades.
O Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado
da Paraíba surgiu já como referência de luta no âmbito do movimento
sindical paraibano e por que não dizer do Brasil, com sua história de
greves vitoriosas e de perfil progressista, que prima pela
democratização no sistema de participação.
O Sintespb tem sede em João Pessoa, com secretarias
sindicais adjuntas instaladas nos campi das três universidades
públicas do Estado (UFPB, UFCG e UEPB), a exemplo de Areia,
Bananeiras, Litoral Norte, duas em Campina Grande (UFCG e UEPB),
Patos, Cajazeiras e Sousa. Atualmente, o sindicato representa uma
base de 4.055 filiados, entre ativos e aposentados, a maioria desse
total, servidores da UFPB.
O Sintespb, desde a época que era Associação, tem uma
trajetória marcada por históricas lutas (a exemplo da greve de 100
dias) em torno de pautas específicas e unificadas com os demais
segmentos das universidades e em parceria com outras entidades do
serviço público na Paraíba e em todo Brasil. Entre as conquistas mais SINTESP em manifestação
significativas destacam-se a implantação do Regime Jurídico Único-

| 127
Diretorias do
SINTESPB
DIREÇÃO COLEGIADA ESTADUAL – 2000

COORDENAÇÃO GERAL - JOSÉ EDVALDO ROSAS


COORDENAÇÃO GERAL - LUCIANO DE SOUZA RANGEL
COORDENAÇÃO GERAL - AGAMENON TRAVASSOS SARINHO
COORDENAÇÃO DE FINANÇAS - ALOYSIUS ROBERTO DE CASTRO MENESES
COORDENAÇÃO DE FINANÇAS - JOSÉ SÉRGIO DA CUNHA
COORDENAÇÃO DE ADM. E PATRIMÔNIO - RIVALDO VIRGÍNIO CABRAL JÚNIOR
COORDENAÇÃO DE ADM. E PATRIMÔNIO - MARIZETE DA SILVA FIGUEIREDO
COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO - EDNALDO ALVES COSTA
COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO - JOÃO LUÍS SANTOS
COORDENAÇÃO JURÍDICA - JOSÉ CORIOLANO DE ANDRADE SILVEIRA
COORDENAÇÃO JURÍDICA - ANTÔNIO PINHEIRO DA SILVA FILHO
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO - SEVERINO RAMOS DE SANTANA
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO - MANUEL ALVES DE SOUZA
COORDENAÇÃO DE ARTE E ESPORTES - JOÃO FRANCISCO DOS SANTOS FILHO
COORDENAÇÃO DE ARTE E ESPORTES - CLAUDIONOR CAVALCANTE COSTA
COORDENAÇÃO DE SAÚDE - ZORAIA ALVES DE FREITAS
COORDENAÇÃO DE SAÚDE - ANTÔNIO DE PÁDUA DE MELO VIEIRA
COORDENAÇÃO DE APOSENTADO - RITA DE FRANÇA
COORDENAÇÃO DE APOSENTADO - MARIA DAS NEVES TEIXEIRA DE AGUIAR
COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS - VICENTE FERRER GOMES
COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS - ZILMA MARIA RAMOS SARRY
EVANILDO BARBOSA DE ARAÚJO - SUPLENTE
DIVANILDO PEREIRA DA SILVA - SUPLENTE
ANTÔNIO VALMIR ALVES DE LUCENA - SUPLENTE
CRISTIANO ZENAIDE PAIVA - SUPLENTE
LUIZ PINTO RIBEIRO - SUPLENTE

DIREÇÃO COLEGIADA ESTADUAL – TRIÊNIO 2006/2009

COORDENAÇÃO GERAL - VICENTE BERNARDO DE SOUZA


COORDENAÇÃO GERAL - LUCIANA DE SOUZA RANGEL
COORDENAÇÃO GERAL - MARÇONILIA MARIA DIAS ARNAUD
COORDENAÇÃO DE FINANÇAS - JOSÉ RÔMULO BATISTA XAVIER
COORDENAÇÃO DE FINANÇAS - MARIZETE DA SILVA FIGUEIREDO
COORDENAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO E PATRIMÔNIO - EVANILDA DOS SANTOS SILVA
COORDENAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO E PATRIMÔNIO - VERÔNICA PACHECO DA SILVA
COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO - PEDRO LEONARDO DA SILVA COSTA
COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO - DIVANILDO PEREIRA DA SILVA
COORDENAÇÃO JURÍDICA E RELAÇÕES DE TRABALHO - MOISÉS FERREIRA DE SOUSA
COORDENAÇÃO JURÍDICA E RELAÇÕES DE TRABALHO - LYGIA DA SILVA BRITO
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL - JARDES JOSÉ CAIÇARA
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL - JOSÉ CORIOLANO ANDRADE DA SILVEIRA
COORDENAÇÃO DE ARTES E CULTURA - JOÃO BATISTA MAFALDO JÚNIOR
COORDENAÇÃO DE ARTES E CULTURA - ROCIANE TRAJANO DA FONSECA
COORDENAÇÃO DE SAÚDE - MARIANI DE OLIVEIRA E SILVA
COORDENAÇÃO DE SAÚDE - LUIZ CARLOS COSTA
COORDENAÇÃO PARA ASSUNTOS DE APOSENTADORIAS - WILSON LEAL
COORDENAÇÃO PARA ASSUNTOS DE APOSENTADORIAS - GLÁUCIA NUNES VIÑAS
COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS - MANOEL AVES DE SOUZA
COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS - JOSÉ DE ANCHIETA DA COSTA ARAÚJO
COORDENAÇÃO DE ESPORTE E LAZER - ARNALDO BEZERRA DE MENEZES
COORDENAÇÃO DE ESPORTE E LAZER - WELLINGTON FEITOSA DE VASCONCELOS

128 |
DIRETORIA EXECUTIVA ESTADUAL - 2009/2012 DIRETORIA EXECUTIVA ESTADUAL - 2015/2018

PRESIDENTE - MARIZETE DA SILVA FIGUEIREDO


PRESIDENTE - JOSÉ RÔMULO BATISTA XAVIER VICE-PRESIDENTE - SEVERINO RAMOS MENDONÇA DE SANTANA
VICE-PRESIDENTE - GIDEON SOARES DA SILVA SECRETÁRIO GERAL - JOSÉ RÔMULO BATISTA XAVIER
SECRETÁRIA GERAL - MARIZETE DA SILVA FIGUEIREDO ADJUNTO SECRETÁRIO GERAL - ISRAEL LOURENÇO DA SILVA
1ª SECRETÁRIA GERAL - ÂNGELA MARIA TARGINO SILVA SECRETÁRIO DE FINANÇAS - EVANILDA DOS SANTOS SILVA
SECRETÁRIO DE FINANÇAS - SEVERINO RAMOS MENDONÇA DE SANTANA ADJUNTO SECRETÁRIO DE FINANÇAS - JOSÉ FERREIRA DE PONTES NETO
1º SECRETÁRIO DE FINANÇAS - JOSÉ FERREIRA DE PONTES NETO DIRETORIA ADM. E PATRIMONIAL - JOSÉ ALVES PESSOA
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL - ROBERTO SOARES DA SILVA ADJUNTO DA DIRETORIA ADM. E PATRIMONIAL - JOÃO MIGUEL DE SOUZA FILHO
DIRETORIA ASSUNTOS JURÍDICOS - MARINA TORRES COSTA LIMA
DIRETORIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS - FRANCISCA HENRIQUE DAS C. GUIMARÃES
ADJUNTO DA DIRETORIA ASSUNTOS JURÍDICOS - MANOEL ALVES DE SOUSA
DIRETORIA DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO - PEDRO LEONARDO DA SILVA COSTA DIRETORIA DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO - ABDIAS DE LUNA FREIRE MEDEIROS
DIRETORIA ADMINISTRATIVA E PATRIMONIAL - EVANILDA DOS SANTOS SILVA ADJUNTO DA DIRETORIA DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO - HENRIQUE JORGE PONTES SAMPAIO
DIRETORIA DO APOSENTADO E PENSIONISTA - WILSON LEAL DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL - JOÃO BATISTA MAFALDO JÚNIOR
DIRETORIA DE ARTE E CULTURA - FERNANDO ANTONIO DE BRITO ADJUNTO DA DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL - ROSA VIRGÍNIA DE OLIVEIRA
DIRETORIA DE ESPORTES E LAZER - JOSÉ AMINTHAS DE FARIAS JUNIOR DIRETORIA DO APOSENTADO, PENS. E ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS - NIVALDO BATISTA DOS SANTOS
DIRETORIA DE SAÚDE - JOSÉ FERNANDES DE ARAÚJO LEITE ADJUNTO DA DIR. DO APOSENTADO, PENS. E ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS - PEDRO GUEDES DA SILVA
DIRETORIA DE MULHERES - GERALDA VICTOR DOS SANTOS DIRETORIA DE ARTE E CULTURA - DIGENALVA ISAIAS DA SILVA
ADJUNTO DA DIRETORIA DE ARTE E CULTURA - JOÃO MANOEL DOS ANJOS
DIRETORIA DE ESPORTE E LAZER - WILSON JOSÉ DA SILVA
ADJUNTO DA DIRETORIA DE ESPORTE E LAZER - EDINALDO BEZERRA DE OLIVEIRA
DIRETORIA EXECUTIVA ESTADUAL - 2012/2015 DIRETORIA DE SAÚDE - ROSILDA VICENTE DO NASCIMENTO
ADJUNTO DIRETORIA DE SAÚDE - MARIA JOSÉ ROZADO DE OLIVEIRA
DIRETORIA DE MULHERES - EURÍDICE FERREIRA DE ALMEIDA
PRESIDENTE - SEVERINO RAMOS MENDONÇA DE SANTANA ADJUNTO DA DIRETORIA DE MULHERES - MARIA SELMA CIPRIANO
VICE-PRESIDENTE - JOSÉ RÔMULO BATISTA XAVIER DIRETORIA DE POLÍTICAS SOCIAIS - NEWTON MARTINHO ELOY RAMALHO
SECRETÁRIA GERAL - GIDEON SOARES DA SILVA ADJUNTO DA DIRETORIA DE POLÍTICAS SOCIAIS - ANGELA MARIA TARGINO SILVA
DIRETORIA DE GÊNEROS, RAÇAS E ETNIAS - EDNA MORAIS DA SILVA
1ª SECRETÁRIO GERAL - JOÃO MANOEL DOS ANJOS
ADJUNTO DA DIRETORIA DE GÊNEROS, RAÇAS E ETNIAS - WELLINGTON FEITOSA DE VASCONCELOS
SECRETÁRIA DE FINANÇAS - MARIZETE DA SILVA FIGUEIREDO
1º SECRETÁRIA DE FINANÇAS - EVANILDA DOS SANTOS SILVA
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL - JOSÉ SÉRGIO DA CUNHA DIRETORIA EXECUTIVA ESTADUAL - 2018/2021
DIRETORIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS - MOISÉS SOARES ROCHA
DIRETORIA DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO - ABDIAS DE LUNA FREIRE MEDEIROS PRESIDENTE - GERALDA VICTOR DOS SANTOS
DIRETORIA ADMINISTRATIVA E PATRIMONIAL - MAURO BARBOSA DA SILVA VICE-PRESIDENTE - MIRELLA ROCHA RIBEIRO PINTO
DIRETORIA DO APOSENTADO E PENSIONISTA - WILSON LEAL SECRETARIA GERAL - CLODOALDO GOMES DE OLIVEIRA
SECRETARIA GERAL ADJUNTA - VALDINEZ DA SILVA LIMA
DIRETORIA DE ARTE E CULTURA - NEWTON MARTINHO ELOI RAMALHO
DIRETORIA ADMINISTRATIVA E PATRIMONIAL - ANGELA MARIA TARGINO SILVA
DIRETORIA DE ESPORTES E LAZER - MOISÉS FERREIRA DE SOUSA DIRETORIA ADMINISTRATIVA E PATRIMONIAL ADJUNTA - DANIEL MENDES CAVALCANTE
DIRETORIA DE SAÚDE - DAVANICE DOS SANTOS SECRETARIA DE FINANÇAS - RAQUEL HELENA SOARES
DIRETORIA DE MULHERES - GERALDA VICTOR DOS SANTOS SECRETARIA DE FINANÇAS ADJUNTA - EDINALDO BEZERRA DE OLIVEIRA
EURÍDICE FERREIRA DE ALMEIDA - SUPLENTE DIRETORIA DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO - LENA LEITE DIAS
NIVALDO BATISTA DOS SANTOS - SUPLENTE DIRETORIA DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO ADJUNTA - MAELSON DE LUCENA ALVES
DIRETORIA DE ASSUNTOS JURÍDICOS - SINVAL GLERYSTON MACIEL QUIRINO
WILSON JOSÉ DA SILVA - SUPLENTE DIRETORIA DE ASSUNTOS JURÍDICOS ADJUNTA - SALMON CARLOS VITORINO
JOSÉ FERREIRA DE PONTES NETO - SUPLENTE DIRETORIA DE MULHERES - GLÁUCIA NUNES VINAS
JOÃO PEREIRA LEITE - SUPLENTE DIRETORIA DE MULHERES ADJUNTA - AVENA MEIRELLES TEIXEIRA DE SOUZA
ÂNGELA MARIA TARGINO SILVA - SUPLENTE DIRETORIA DE ARTE E CULTURA - JOSÉ VASCONCELOS ALVES JUNIOR
DIRETORIA DE ARTE E CULTURA ADJUNTA - ANA PATRICIA ALVES DE BRITO FORMIGA
ROSILDA VICENTE DO NASCIMENTO - SUPLENTE DIRETORIA DE APOSENTADOS, PENSIONISTAS E ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS - JOÃO MANOEL DOS ANJOS
JOSÉ FERNANDES DE ARAÚJO LEITE - SUPLENTE DIRETORIA DE APOSENTADOS, PENSIONISTAS E ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS ADJUNTA - MARIA ARAÚJO
DIGENALVA ISAIAS DA SILVA - SUPLENTE NASCIMENTO DE ALMEIDA
DIRETORIA DE SAÚDE - CLEONICE OLIVEIRA DOS SANTOS
DIRETORIA DE SAÚDE ADJUNTA - ROSILDA VICENTE DO NASCIMENTO
DIRETORIA DE ESPORTES E LAZER - JADSONVIDERES PAMPLONA
DIRETORIA DE ESPORTES E LAZER ADJUNTA - FAGNER PATRÍCIO DOS SANTOS
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL - MARCELINO RODRIGUES DA SILVA
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL ADJUNTA - CARLOS THIAGO DE FARIAS BELÉM
DIRETORIA DE RAÇA, GÊNERO E ETNIAS - MARIA DE LOURDES TEIXEIRA DA SILVA
DIRETORIA DE RAÇA, GÊNERO E ETNIAS ADJUNTA - JOSÉ MARIANO NETO
DIRETORIA DE POLÍTICAS SOCIAIS - HENRIQUE JORGE PONTES SAMPAIO
DIRETORIA DE POLÍTICAS SOCIAIS ADJUNTA - ROZIBERTO DAS NEVES NUNES

| 129
Parte 4

Os Reitores

Antonio Houaiss, Doutor Honoris causa da UFPB (1995)


Conselho Universitário
Reitor Vice-Reitor

Durmeval Bartolomeu Trigueiro Mendes -----


(1955 a 1956)
José Américo de Almeida
João Toscano Gonçalves de Medeiros
(1956 a 1957)
João Toscano Gonçalves de Medeiros Humberto Carneiro da Cunha Nóbrega
(1957 a1960) Emmanuel de Miranda Henriques
Mário Moacyr Porto Emmanuel de Miranda Henriques
1960 a 1964) Serafim Rodriguez Martinez
Guilardo Martins Alves Serafim Rodriguez Martinez
(1964 a 1971) José Rolderick da Rocha Leão
Humberto Carneiro da Cunha Nóbrega José Rolderick da Rocha Leão
(1971 a 1975) Orlando Cavalcanti Gomes
Orlando Cavalcanti Gomes* -----
(1975 a 1976)
Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque Orlando Cavalcanti Gomes
(1976 a 1980) Serafim Rodriguez Martinez
Milton Ferreira de Paiva
Serafim Rodriguez Martinez
(1980)
Serafim Rodriguez Martinez* -----
(1980)
Berilo Ramos Borba José Jackson Carneiro de Carvalho
(1980 a 1984) Serafim Rodriguez Martinez
José Jackson Carneiro de Carvalho
(1984 a 1988) Antonio de Souza Sobrinho

Antonio de Souza Sobrinho Sebastião Guimarães Vieira


1988 a 1992) Flávio Colaço Chaves
Flávio Colaço Chaves* -----
(1992)
Neroaldo Pontes de Azevedo
Roberto Silva de Siqueira
(1992 a 1996)
Jader Nunes de Oliveira Marcos Antonio Gonçalves Brasileiro
Thompson Fernandes Mariz
(1996 a 2004) Múcio Antônio Sobreira Souto
Rômulo Soares Polari
Maria Yara Campos Matos
(2004 a 2012)
Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz Eduardo Ramalho Rabenhorst
(2012 a 2020) Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira
* Vice-Reitor no exercício da Reitoria

132 |
Galeria
de Reitores
DURMEVAL BARTOLOMEU TRIGUEIRO MENDES
Data de Nascimento: 09.02.1927
Filiação: João Mendes da Silva e Souza e Maria da Conceição Castelo Branco Mendes de Souza
Naturalidade: Cuiabá-MT
Faleceu: 09.12.1987

Formação:
Curso de Filosofia no Seminário Arquidiocesano de João Pessoa.
Curso de Letras Clássicas na Universidade Católica de Pernambuco - 1950.
Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife - 1951.

01 Cargos que ocupou na UFPB:


Professor Titular de Sociologia da Educação, na Faculdade de Filosofia da Paraíba, a partir de 1952.
Primeiro Reitor - 12.1955 a 12.1956.

JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA

Data de Nascimento: 10.01.1887


Naturalidade: Areia - PB
Filiação: Ignácio Augusto de Almeida e Josepha Leopoldina de Almeida.
Faleceu: 10.03.1980

Formação:
Bacharel pela Faculdade de Direito do Recife - 1908.
Cargos que ocupou na UFPB:
Reitor - 12.1956 a 04.1957.

02

| 133
JOÃO TOSCANO GONÇALVES DE MEDEIROS
Data de Nascimento: 19.12.1902
Naturalidade: João Pessoa - PB
Filiação: Francisco Eugenio Gonçalves de Medeiros e Thereza Amélia Toscano de Medeiros
Faleceu: 05.05.1974
Formação:
Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia.
Cargos que ocupou na UFPB:
Professor fundador da Faculdade de Medicina.
Professor da Escola de Enfermagem da Paraíba.

03
Professor Medicina Pediátrica - 1952/1961.
Diretor do Instituto de Puericultura (Universidade da Paraíba).
Vice-Reitor - 1956/1957
Reitor - 06.04.1957 a 05.04.1960.

MÁRIO MOACYR PORTO


Data de Nascimento: 03.01.1912
Naturalidade: João Pessoa - PB
Faleceu: 20.11.1997

Formação:
Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife.

Cargos que ocupou na UFPB:


Professor fundador da 1ª cadeira de Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade da
Paraíba - posse 19.06.1961

04 Diretor da Faculdade de Direito da Paraíba.


Reitor - 04.1960 a 04.1964.

GUILARDO MARTINS ALVES


Data de Nascimento: 07.09.1919
Naturalidade: Salvador - BA
Filiação: Juvenal Martins Alves e Anatildes Paraná Alves
Formação:
Formado pela Faculdade de Medicina da Bahia.
Capitão-Médico do Exército Brasileiro
Cargos que ocupou na UFPB:
Professor fundador da Faculdade de Medicina e de Enfermagem.
Professor de Farmacologia.
Professor de Terapêutica Clínica.

05 Diretor da Faculdade de Medicina, Odontologia e Farmácia.


Interventor nomeado em 14.04.64
Reitor nomeado em 12.08.1964
Reconduzido ao cargo de Reitor em 27.07.67.

134 |
HUMBERTO CARNEIRO DA CUNHA NÓBREGA
Data de Nascimento: 03.02.1912
Naturalidade: João Pessoa -PB
Filiação: Francisco de Gouveia Nóbrega e Maria da Cunha Nóbrega
Faleceu: 18.06.1988
Formação:
Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia.
Cargos que ocupou na UFPB:
Contratado como Catedrático de Higiene da Faculdade de Medicina em 25.03.1950
Vice- Diretor da Faculdade de Medicina, Odontologia e Farmácia da Paraíba.
Diretor da Faculdade de Medicina e Escola anexa de Enfermagem - 27.03.1950 a 17.12.1950, 23.12.55

06
a 06.05.1956, e 16.07.1956 a 30.07.1956.
Vice-Reitor - 1957
Diretor do Museu da Imagem e do Som da UFPB - 1967
Reitor - 1971/1975

LYNALDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE


Data de nascimento: 08.12.1932
Naturalidade: Campina Grande - PB
Filiação: Arnaldo Cavalcanti de Albuquerque e Maria Marly Cavalcanti de Albuquerque
Faleceu: 06.01.2011
Formação: Graduado em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia da UFPE, em 10.12.1955.
Cargos que ocupou na UFPB:
Professor Catedrático da Escola Politécnica de Campina Grande da Universidade da Paraíba - de
1957 a 1961.
Diretor da Escola Politécnica de Campina Grande da Universidade da Paraíba - Com dois

07
mandatos: 03/01/64 a 03/01/67 e de 17/03/67 a 17/03/71.
Professor Titular do Departamento de Engenharia Civil do Centro de Ciência e Tecnologia do
Campus II da UFPB - de 1967 a 1984.
Reitor da UFPB, nomeado em 24/12/1975, e mandato de 13.02.76 a 13.02.80.

MILTON FERREIRA DE PAIVA


Data de nascimento: 07.06.1923
Naturalidade: Pilar - PB
Filiação: Sebastião Bastos de Paiva e Maria do Carmo Ferreira de Paiva.
Faleceu: 28.09.2002.
Formação:
Formado em Filosofia pelo Seminário Arquidiocesano da Paraíba - 1943.
Bacharel em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manoel Nóbrega
(Universidade Católica de Pernambuco) - 1950.
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - 1954.
Especializado em Lingüística - 1975.
Cargos que ocupou na UFPB:

08
Professor de Filosofia Romana, contratado em 1961, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
Chefe do Departamento de Letras da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. - 1962/1965
Diretor do Instituto Central de Letras.
Diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, de 1977 a 1979.
Professor titular de Língua Portuguesa
Reitor - 05.03 a 11.06.1980 (nomeado em 25.02.1980)

| 135
SERAFIM RODRIGUEZ MARTINEZ
Data de nascimento: 31.01. 1916
Naturalidade: Salvador - BA
Faleceu: 01.01.1998

Formação:
Engenheiro Civil - Escola Politécnica da Bahia - 1942

Cargos que ocupou na UFPB:


Professor - Escola de Engenharia
Membro do Conselho Curador
Pró-Reitor para Assuntos Administrativos - 1976/1979 - 1980-1984

09 Prefeito Universitário
Vice-Reitor - 1962/1964 - 1964/1968 - 1978/1980
Reitor - 1980

BERILO RAMOS BORBA


Data de nascimento: 08.03.1935
Naturalidade: São João do Cariri - PB
Filiação: Joaquim Borba Filho e Josefa Ramos Borba
Formação:
Bacharel em Teologia - Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma - Itália - 1963;
Bacharel em Direito: Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa-PB - 1989;
Mestrado em Teologia: Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma- Itália - 1965.
Mestrado em Administração Pública: Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro-RJ - 1977.
Cargos que ocupou na UFPB:
Professor - 1966 - 1991
Professor Titular de Sociologia da Faculdade de Ciências Econômicas de Campina Grande - 1976
Chefe do Departamento de Ciências Sociais, do Instituto Central de Filosofia e Ciências Humanas -

10
01.08.1972 a 07.10.1976.
Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - 1977-1979.
Diretor do Departamento de Pessoal - 1979
Reitor - 14.08.1980 a 13.08.1984.
Pró-reitor para Assuntos Comunitários, Universidade Federal da Paraíba, 1990-1991

JOSÉ JACKSON CARNEIRO DE CARVALHO


Data de Nascimento: 28.11.1940
Naturalidade: Caiçara - PB
Filiação: Severino Cavalcante de Carvalho e Maria Carneiro de Carvalho

Formação:
Bacharelado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma - Itália - 1963.
Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma - Itália - 1965.
Graduado em Licenciatura em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco - 1971.
Mestrado em Educação pela Universidade Federal da Bahia - 1975.
Doutorado em Psicologia do Escolar na Universidade de São Paulo - 1977.

Cargos que ocupou na UFPB:


Professor da FAFI, a partir de 1965, afastado em 1968

11 Reintegrado em 1979, ao quadro docente da UFPB pela Lei da Anistia.


Pró-Reitor de Graduação - 08.08.1980 a 21.05.1981.
Vice-Reitor - 22.05.1981 a 16.04.1983.
Reitor - 25.09.1984 a 25.09.1988.

136 |
ANTÔNIO DE SOUZA SOBRINHO
Data de nascimento: 26.08.1939.
Naturalidade: Cajazeiras - PB
Filiação: Benedito Gomes de Souza e Maria do Carmo de Souza
Faleceu: 08.08.2019
Formação:
Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana - Roma - 1961.
Mestre em Filosofia (Pura) pela Pontifícia Universidade Gregoriana - Roma - 1962.
Bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana - Roma - 1964.
Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana - Roma - 1966.
Especialista em Sociologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana - Roma - 1966.
Cargos que ocupou na UFPB:
Professor titular de Sociologia, a partir de 1973.
Chefe do Departamento de Ciências Sociais (CCHLA) - 1973.
Coordenador Substituto do Curso de Serviço Social - 1975.

12 Diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes -1975/1976


Pró-Reitor para Assuntos Comunitários - 1980.
Pró-Reitor Administrativo - 1984.
Vice-reitor - 1985.
Reitor - de 25.09.1988 a 24.09.1992.

FLÁVIO COLAÇO CHAVES


Data de nascimento: 29.07. 1928
Naturalidade: Pedra Lavrada - PB
Filiação:
Faleceu: 17.04.2017
Formação:
Licenciatura em Filosofia - UNICAP-PE
Teologia e Direito Canônico - Universidade Gregoriana de Roma - IT
Direito - UFPB
Cargos que ocupou na UFPB:
Professor - CCJ

13 Procurador-Chefe
Vice-Reitor - 1991/1992
Reitor - 1992

NEROALDO PONTES DE AZEVEDO


Data de nascimento: 26.11.1945
Naturalidade: São Caetano - PE
Filiação: Pedro Pereira de Azevedo e Caetana Paulino de Azevedo.
Formação:
Curso de Filosofia pelo Seminário Regional do Nordeste em Olinda-PE - 1965.
Curso de Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana - Roma - 1968.
Licenciatura em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em Mogi das Cruzes-SP - 1969.
Mestrado em Letras na Universidade de Toulouse, França - 1975
Doutorado em Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo - 1983.
Cargos que ocupou na UFPB:
Contratado como professor - 1977.
Sub-chefe do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes -
1979; 1983-1985
Diretor do CCHLA - 1985/1989.
Presidente da ADUFPB - 1989/1990

14 Reitor - 16.10.1992 a 14.10.1996.


Diretor da Faculdade de Medicina, Odontologia e Farmácia.
Interventor nomeado em 14.04.64
Reitor nomeado em 12.08.1964
Reconduzido ao cargo de Reitor em 27.07.67.

| 137
JADER NUNES DE OLIVEIRA
Data de Nascimento: 09.07.1947
Naturalidade: Fortaleza - CE
Filiação: Francisco Nunes de Brito e Ester de Oliveira Nunes
Faleceu: 05.12.2013
Formação:
Formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco - 1967/1971.
Mestrado em Engenharia de Produção na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro -
1975/1978.
Cargos que ocupou na UFPB:
Professor do Departamento de Tecnologia Química e de Alimentos - 1978/1983
Professor do Departamento de Engenharia Produção - 1984

15
Coordenador do Mestrado em Engenharia de Produção - 1981/1984.
Chefe do Departamento de Engenharia de Produção - 1984/1985.
Diretor do Centro de Tecnologia - 1985/1989.
Presidente da ADUFPB - 1990/1991
Pró-Reitor Administrativo - 11.1992 a 12.1994.
Reitor por dois mandatos - 15.10.1996 a 14.10.2000, e 15.10.2000 a 07.11.2004

RÔMULO SOARES POLARI


Data de Nascimento: 24.04.1943
Naturalidade: João Pessoa-PB
Filiação: Antônio Polari e Joana Soares Polari
Formação:
Curso de Economia, na Universidade Federal da Paraíba - 1970
Mestrado de Engenharia da Produção, Universidade Federal da Paraíba -1978
Cargos que ocupou na UFPB:
Professor do Departamento de Economia, do CCSA, desde 1974
Professor do Curso de Mestrado em Economia/CCSA, desde 1980
Coordenador do Curso de Mestrado em Economia/CCSA, desde sua criação (março/80) até março
de 1985.

16 Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) - 17.03.1993 a 23.10.96


Pró-Reitor de Planejamento - 23.10.96 a 11.10.2004
Reitor da Universidade Federal da Paraíba, desde 11.10.2004

MARGARETH DE FÁTIMA FORMIGA MELO DINIZ


Data de nascimento: 13.05.1959
Naturalidade: Sousa - PB
Filiação: José Mariz Melo e Noeme de Menenses Melo

Formação:
Graduada em Farmácia e Medicina pela UFPB - 1981 e 1987.
Mestrado e Doutorado em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos pela Universidade Federal da
Paraiba (2000) e pós-doutorado em Biotecnologia pela Rede Nordeste de Biotecnologia -
RENORBIO.

Cargos que ocupou na UFPB:

17 Contratada como professora - 1985.


Diretora do CCS - 2004/2012.
Reitora - 13.11.2012 a 14.11.2020.

138 |
BRASÃO D’ARMAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA
PARAÍBA
A Universidade Federal da Paraíba ostenta um Brasão d’Armas
concebido como fator de identificação elaborado a partir de
elementos da história, geografia e tradições paraibanas.

ARMAS
ESCUDO – Em estilo português boleado.
CAMPO – Campo de azul, semeado de bezantes de prata. Sobre o
campo uma flor de lis de ouro, estendida e chantada, sobre três
filetes ondados de prata, em banda.

DESCRIÇÃO

OS BESANTES – os círculos de prata sobre o campo azul aludem à


padroeira da Paraíba, Nossa Senhora das Neves. Simbolizam o
milagre realizado por ela ao fazer nevar sobre uma colina, no dia 5 de
agosto, em pleno verão europeu, para sinalizar o local onde deveria
ser edificada uma basílica.
A FLOR DE LIS – traduz-se como o símbolo da pureza e da riqueza
maior do conhecimento humano, obtidos através do ensino superior.
AS BANDAS ONDADAS – indicam o Rio Paraíba, os meandros do seu
leito, representado assim: o Alto Paraíba, desde o seu nascedouro no
planalto caririzense; o Médio Paraíba, no declive da zona
intermediária da Serra da Borborema, e o Baixo Paraíba, desde a
região do Curimataú até a foz do seu estuário ao desaguar no oceano.
AS INSÍGNIAS – três fachos de ouro acesos, representando o ensino, a
pesquisa e a extensão.
O LEMA – em letras de ouro, sobre um mistrel de azul, a expressão em
latim SAPIENTIA AEDIFICAT alude aos benefícios do conhecimento na
formação dos indivíduos e na construção da sociedade. Inspira-se em
antiga inscrição existente na fachada do prédio do Curso Regular de
Humanidades, onde posteriormente funcionaria a Faculdade de
Direito.

REFERÊNCIAS
Autoria do brasão: beneditino Paulo Lachemmayer, OSB, do Mosteiro
de São Bento, da Bahia;
Autoria do lema: professor Afonso Pereira;
Fonte da descrição: professor Nivalson Miranda.

| 139
Pró-Reitores*
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

José Ferreira Ramos (1976/1980)


Luiz Francisco Gonçalves de Andrade (1980)
José Jackson Carneiro de Carvalho (1980/1982)
Harley Paiva Martins (1982/1984)
Lenilda do Nascimento Melo (1984/1988)
José Loureiro Lopes (1988/1990)
Harley Paiva Martins (1990/1991)
Maria do Socorro Silva de Aragão (1991/1992)
Maria Aparecida Silva (1992)
Silvio José Rossi (1993/2000) Ariane Sá, Pró-Reitora de Graduação

Iguatemy Maria de Lucena Martins (2000/2004)


Glória de Lourdes Dutra Escarião (2004)
Umbelino de Freitas Neto (2004/2008)
Valdir Barbosa Bezerra (2008/2012
Ariane Norma de Menezes Sá (2012/2020)

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
E PESQUISA

Antônio Maria Amazonas Mac Dowell(1976/1980)


Ivan Rocha Neto (1980)
Luiz Francisco Gonçalves de Andrade (1980/1984)
Vicente de Paulo Carvalho Madeira (1984/1988)
Noberto de Castro Nogueira Filho (1988/1990)
Isac Medeiros, Pró-Reitor de Pesquisa
José Loureiro Lopes (1990/1992)
Rosa Maria Godoy Silveira (1992/1996)
Marcos Antônio Gonçalves Brasileiro (1996)
Maria José Lima da Silva (1997/2004)
Marcelo Sobral da Silva (2004/2007)
Isac Almeida de Medeiros (2007/2017)

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA

Isac Almeida de Medeiros (2017/2020)

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Maria Luiza Pereira Alencar Mayer Feitosa (2007/2017)

Maria Luiza Alencar, Pró-Reitora de Pós-Graduação

* Na primeira metade da década de 1970, as Pró-reitorias foram criadas sob as denominações de Assuntos Estudantis (Prof. José Pedro Nicodemos), Assuntos Didáticos (Celso de Paiva Leite) , Assuntos Administrativos (Prof. Hermes Pessoa), e
Assuntos de Pós-Graduação (Prof. Oscar Sampaio Visgueiro).

140 |
PRÓ-REITORIA DE ADMINISTRAÇÃO

Serafim Rodriguez Martinez (1976/1979)


Marivardo Toscano de Souza (1979)
Oscar Sampaio Visgueiro (1980)
Serafim Rodriguez Martinez (1980/1984)
Antônio de Souza Sobrinho (1984)
Ruy Gomes Dantas (1984)
Modesto Siebra Coelho (1985/1988)
José Leopoldo de Souza (1988/1990)
Edvaldo Mesquita Beltrão (1990/1992)
Jader Nunes de Oliveira (1992/1996)
Maria Elizabeth Batista Pimenta Braga (1996)
Múcio Antônio Sobreira Souto (1996/2004)
Aluisio Souto, Pró-Reitor de Administração
Jader Nunes de Oliveira (2004)
Marcelo de Figueiredo Lopes (2004/2012)
Rosa de Fátima Gondim do Nascimento (2012)
Clivaldo Silva de Araújo (2013)
Zelma Glebya Maciel Quirino (2013/2015)
Aluísio Mário Lins Souto (2015/2020)

PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS

Francisco Ramalho Albuquerque (2012/2020)

PRÓ-REITORIA DE ASSISTÊNCIA E PROMOÇÃO


AO ESTUDANTE - PRAPE

Thompson Lopes de Oliveira (2012/2016)


João Wandemberg Gonçalves Maciel (2016/2020)

João Wandemberg, Pró-Reitor de Assistência e Promoção ao Estudante

| 141
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO
E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS

Iveraldo Lucena da Costa (1976/1980)


Antônio de Souza Sobrinho (1980/1984)
Maria Auxiliadora Bezerra Borba (1984)
Ruy Gomes Dantas (1985/1986)
Josimar de Lima Viana (1986/1988)
Iveraldo Lucena da Costa (1988/1990)
Berilo Ramos Borba (1990/1992)
William Pinheiro de Vasconcelos (1992)
Ivan Targino Moreira (1992/1996)
Rossana Souto Maior Serrano (1996/2000)
Lúcia de Fátima Guerra Ferreira (2000/2012) Orlando Villar, Pró-Reitor de Extensão
Orlando de Cavalcanti Villar (2012/2020)

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO
E DESENVOLVIMENTO

Álvaro Braga de Abreu e Silva (1976/1980)


Ceciliano de Carvalho Vanderlei (1980)
Edivaldo Teixeira de Carvalho (1980/1984)
Laurentino Fernandes Batista (1984)
José Vitaliano de C. Rocha Filho (1984/1988)
Mirabeau Dias (1988/1992)
Natanael Rohr da Silva (1992/1996)
Rômulo Soares Polari (1996/2004)
Marcelo Lopes de Figueiredo (2004/2012)
Marcelo Sobral da Silva (2012/2016)
Elizete Ventura do Monte (2016/2020)

PRÓ-REITORIA PARA ASSUNTOS Elizete Ventura, Pró-Reitora de Planejamento e Desenvolvimento

DO INTERIOR

Sebastião Guimarães Vieira (1980/1984)


Itan Pereira da Silva (1984/1988)
José Farias da Nóbrega (1988/1990)
Roberto Silva de Siqueira (1990/1993)
José de Arimatéia M. Lucena (1993/1995)
José Luiz Beja (1995/1996)
José de Arimatéia M. Lucena (1996/1997)
Thompson Fernandes Mariz (1997/2001)
Alexandre José de Almeida Gama (2001/2002)

142 |
Parte 5

Administração
Setorial e
Conselhos
Superiores
Reitoria
Diretores de Centro
CENTRO DE BIOTECNOLOGIA - CBIOTEC

Valdir Andrade Braga (2011/2020)


Jailson José Gomes da Rocha (2020-2023)

CENTRO DE CIENCIAS AGRÁRIAS - CCA

Luiz Carvalho Araújo (1936/1938)


Evandro Carvalho Ribeiro (1938/1938)
Raymundo Pimentel Gomes (1938/1941)
Diniz Xavier de Andrade (1941/1942) (1945/1946) (19461947)
Joaquim Moreira de Melo (1942/1944) (1945) (1946 ) (1951/1952)
(1952/1953) (1953/1954) (1954/1955)
Laudemiro Leite de Almeida (1944)
Antonio Lemos Maia (1944/1945) Jailson José Gomes da Rocha - Diretor do CBIOTEC

José Correia de Vasconcelos (1947/1948) (1962/1966)


Abel Barbosa da Silva (1948/1950)
Luiz Carlos de Lyra Neto (1950/1951) (1955/1958)
Paulo Maia de Vasconcelos (1951) (1958/1962)
Moysés Guimarães Coêlho (1952) (1953)
Roberto Pinto C Carvalheira (1954)
Manoel Gouveia da Costa (1970)
Aderaldo Leocádio da Silva (1970/1974)
Prof. Paulo Martins de Abreu (1974/1975)
Normando Melquíades de Araújo (1976 /1981) (1985/1986)
Edvaldo Mesquita Beltrão (1981/1985)
José Ferreira da Costa Filho (1985)
João José de Oliveira Filho (1986/1987)
José Farias da Mata (1987/1987)
José de Arimatéa Menezes Lucena (1987/1990)
Humberto Silva (1990) (1992)
Homero Perazzo Barbosa (1990/1991) (1992/1992) Manoel Bandeira de Albuquerque - Diretor do CCA
José Pires Dantas (1992/1993)
José Ivanildo de Vasconcelos (1993/1997)
Alberício Pereira de Andrade (1997/2005)
Kleymer Julio Freire Coelho (2005/2009)
Djail Santos (2009/2017)
Manoel Bandeira de Albuquerque (2017/2021)

CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO - CCAE

Raimundo Barroso Cordeiro (2006/2007)


Jose Ivanildo de Vasconcelos (2007/2009)
Alexandre Scaico (2009/2015)
Maria Angeluce Soares Perônico Barbotim (2015/2020)

Maria Angeluce Soares Perônico Barbotin - Diretora do CCAE

144 |
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA - CCEN
Antonio Morais (1974/1976)
Kleber Cruz Marques (1976/1978)
Newton de Almeida Braga (1978/1979)
Modesto Siebra Coelho (1979/1985)
Maria Nely Fechine de Araújo Lima (1985)
Josué Eugênio Viana (1985/1989)
Josimar de Lima Viana (1989/1993)
Antonio do Vale Melo Filho (1993/1997)
Benedito R. Vasconcelos Aragão (1997/2001)
Umbelino de Freitas Neto (2001/2004)
Nelson Néri de Oliveira Castro (2004/2005)
Antonio José Creão Duarte (2005/2013)
Ierecê Maria de Lucena Rosa (2013/2017)
José Roberto Soares do Nascimento (2017/2021)
José Roberto Soares do Nascimento - Diretor do CEEN

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES - CCHLA

Aécio Vilar de Aquino (1974)


Waldemir Lopes de Andrade (1974/1975)
Antônio de Souza Sobrinho (1975/1976)
Milton Ferreira Paiva (1977/1979)
Emília Augusta Lins Freire (1980)
Aluísio José Maria de Souza (1980)
Arael Menezes da Costa (1981/1982)
Otília Idalina Maia de Vasconcelos (1983/1984)
Neroaldo Pontes de Azevedo (1985/1989)
Luiz Albuquerque Couto (1989/1992)
Maria Alice Serrano de Andrade (1993/1994)
Maria Ângela Sitônio Wanderley (1995/1996)
Maria Yara Campos Matos (1997/2004)
Marcone José Pimentel Pequeno (2004)
Mônica Nóbrega - Diretora do CCHLA
Lúcio Flávio Vasconcelos (2004/2008)
Maria Aparecida Ramos Meneses (2008-2009)
Ariosvaldo da Silva Diniz (2010-2013)
Mônica Nóbrega (2013/2020)

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS -


CCHSA

Alírio Trindade Leite (1979/1984)


Oséas Almeida Neto (1985/1988)
Alírio Trindade Leite (1989/1992)
Genival Alves de Azeredo (1993/1996)
Roberto Germano Costa (1997/2000)
Chateaubriand P. Bandeira Junior (2001/2004)
Antonio Eustáquio Resende Travassos (2005/2012)
Terezinha Domiciano Dantas Martins (2012/2020) Terezinha Domiciano Dantas Martins - Diretora do CCHSA

| 145
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS - CCJ

Onélia Setúbal R. de Queiroga (1991/1994)


Fátima Santana Lins Braga (1995/1998)
Maria do Livramento Bezerra (1998/2001)
Manoel Alexandre C. Belo (2001/2005)
Eduardo Ramalho Rabenhoust (2005/2012)
Maria Luiza de Alencar Mayer Feitosa (2012/2016)
Fredys Orlando Sorto (2016/2020)

CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS - CCM

Marco Antonio Vivo Barros (2011/2016)


Eduardo Sérgio Soares Sousa (2016/2020) Fredys Orlando Sorto - Diretor do CCJ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

Antonio Dias dos Santos (1974/1976)


Orlando Alves Coelho (1976)
José Cavalcanti de Albuquerque (1976)
Noberto de Castro Nogueira Filho (1976/1980)
Adahylson da Costa Silva (1980/1985)
José Régis de Albuquerque (1985)
Noberto de Castro Nogueira Filho (1985/1988)
Jackson Dantas Maria (1988/1989)
João Batista da Silva (1989/1993)
Gessé Gomes Meira (1993/1996)
Zoraide Margaret Bezerra Lins (1996/2005)
Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz (2005/2012)
Reinaldo Nobrega de Almeida (2012/2016)
João Euclides Fernandes Braga (2016/2020) Eduardo Sérgio Soares Sousa - Diretor do CCM

João Euclides Fernandes Braga - Diretor do CCS

146 |
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA

Noberto de Castro Nogueira Filho (1976)


Berilo Ramos Borba (1977/1980)
Wilson Guedes Marinho (1981/1984)
Rômulo Romero Rangel (1984)
José Décio de Almeida Leite (1985/1988)
Fenelon Medeiros Filho (1989/1992)
Rômulo Soares Polari (1993/1996)
José Edinaldo de Lima (1997/2000)
José Décio de Almeida Leite (2001/2004)
Guilherme de Almeida Cavalcante (2005/2013)
Walmir Rufino da Silva (2013-2021)
Walmir Rufino da Silva - Diretor do CCSA

CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES - CCTA

José David Campos Fernandes (2011/2020)

CENTRO DE EDUCAÇÃO - CE

Ivanildo Coelho de Holanda (1978/1980)


Jamacy da Costa Almeida (1980/1985)
José Soares (1985/1989)
Damião Ramos Cavalcanti (1989/1993)
Onelice de Medeiros Borges (1993/1997)
Anedite Almeida Freitas (1997/2005)
Otávio Machado Lopes de Mendonça (2005/)
Wilson Honorato Aragão (2016/2020)
José David Campos Fernandes - Diretor do CCTA

Wilson Honorato Aragão - Diretor do CE

| 147
CENTRO DE ENERGIAS ALTERNATIVAS E
RENOVÁVEIS - CEAR

Zaqueu Ernesto da Silva (2011/2020)

CENTRO DE INFORMÁTICA - CI

Guido Lemos de Sousa Filho (2011/2016)


Hamilton Soares da Silva (2016/2020)

CENTRO DE TECNOLOGIA - CT

Vitoriano Gonzalez y Gonzalez (1974/1975)


Antonio Guilherme da S. e Silva (1976/1977) Zaqueu Ernesto da Silva - Diretor do CEAR
Ceciliano de Carvalho Vanderlei (1977/1979)
Harley Paiva Martins (1979/1980)
Antonio Wanderley Moreira (1980)
Cleantho da Câmara Torres (1980/1984)
Sílvio Carneiro Leitão (1985)
Jader Nunes de Oliveira (1985/1989)
Orlando de Cavalcanti Villar Filho (1989/1993)
Vinício Duarte Ferreira (1993/1997)
Orlando de Cavalcanti Villar Filho (1997/2005)
Clivaldo Silva de Araújo (2005/2012)
Antonio de Melo Vilar (2012/2020)

CENTRO DE TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO


REGIONAL - CTDR

José Marcelino Oliveira Cavalheiro (2011/2020)


Hamilton Soares da Silva - Diretor do CI

José Marcelino Oliveira Cavalheiro - Diretor do CTDR Antônio de Melo Vilar - Diretor do CT

148 |
Conselhos Superiores
Conselho Universitário
1.Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz (Presidente) Reitora 29. Zaqueu Ernesto da Silva CEAR
2. Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira (Vice-Presidente) Vice-Reitora Suplente: Euler Cássio Tavares de Macedo CEAR
3. Aluísio Mário Lins Souto PRA 30. Isaac Soares de Freitas CEAR
4. Elizete Ventura do Monte PROPLAN Suplente: Gilberto Augusto A. Moreira CEAR
5. Jailson José Gomes da Rocha Cbiotec 31. Hamilton Soares da Silva CI
Suplente: Ulrich Vasconcelos da Rocha Gomes Cbiotec Suplente: Lucídio dos Anjos Formiga Cabral CI
6. Josiane de Campos Cruz Cbiotec 32. Jairo Rocha de Faria CI
Suplente: Tatjana Keesen de Sousa Lima Cbiotec Suplente: Ana Paula Pintado Wyse CI
7. Manoel Bandeira de Albuquerque CCA/ DC 33. Antônio de Mello Villar CT
Suplente: Ricardo Romão Guerra CCA Suplente: Tarciso Cabral da Silva CT
8. Djail Santos CCA 34. Paulo Henrique de Miranda Montenegro CT
Suplente: Sheila Costa de Farias CCA Suplente: Adriano Duarte Tavares CT
9. Maria Angeluce Soares Perônico Barbotin CCAE/DCSA 35. José Marcelino Oliveira Cavalheiro CTDR
Suplente: Erivaldo Pereira do Nascimento CCAE Suplente: João Andrade da Silva CDTR
10. Kelly Emanuelle Oliveira CCAE 36. Angela Maria Tribuzy de M. Cordeiro CTDR/DTA
Suplente: Marco Aurélio Paz Tella CCAE Suplente: Graciele Campelo Borges CTDR
11. José Roberto Soares do Nascimento CCEN 37. Mirella Rocha Ribeiro Pinto STA
Suplente: Severino Francisco de Oliveira CCEN Suplente: Luciana Maria Tavares Alves STA
12. Richarde Marques da Silva CCEN/DGEOC 38. Clodoaldo Gomes de Oliveira STA
Suplente: Laércio Losano CCEN/DF 39. Thiago Antonio Cavalcante Silva STA
13. Mônica Nóbrega CCHLA Suplente: Raquel Helena Soares STA
Suplente: Rodrigo Freire de Carvalho e Silva CCHLA 40. Kariny Nunes Maia Representante Discente
14. Cirineu Cecote Stein CCHLA Suplente: Brandon Weslley Bezerra Gomes Representante Discente
Suplente: Mozart Vergetti Menezes CCHLA 41. Edvaldo de Vasconcelos Vieira da Rocha Filho Representante Discente
15. Terezinha Domiciano Dantas Martins CCHSA Suplente: Ruan Pontes Navarro Lima Representante Discente
Suplente: George Rodrigo Beltrão da Cruz CCHSA 42. Andrea Silva da Costa Representante Discente
16. Jairo de Pontos Gomes CCHSA Suplente: Celestino Albino da Silva Neto Representante Discente
Suplente: Edvaldo Mesquita Beltrão Filho CCHSA 43. Amanda Lins Silva Representante Discente
17. Fredys Orlando Sorto CCJ Suplente: Venâncio de Oliveira Araújo Representante Discente
Suplente: Valfredo de Andrade Aguiar Filho CCJ 44. Bruno Bonnieck da Silva Pereira Representante Discente
18. Maria Creusa de Araújo Borges CCJ/DDP Suplente: Quezia Regina Pereira de Oliveira Representante Discente
Suplente: Nelson Gomes Sant'anna e Silva Júnior CCJ/DCJ
19. Eduardo Sérgio Soares Sousa CCM
Suplente: Eutília Andrade Medeiros Freire CCM
20. Klécius Leite Fernandes
Suplente: Maria José Claudino de Pontes
CCM
CCM
Secretaria dos Órgãos
21. João Euclides Fernandes Braga
Suplente: Fabiano Gonzaga Rodrigues
22. Ângelo Brito Pereira de Melo
CCS
CCS
CCS/DOR
de Deliberação
Antônio Geraldo Cidrão de Carvalho
23. Walmir Rufino da Silva
CCS/DF
CCSA
Superior - SODS
Suplente: Aldo Leonardo Cunha Callado CCSA
24. Adriano Nascimento da Paixão CCSA/DE
Bagnólia Araújo Costa (Coordenadora da SODS)
Suplente: Márcio André Veras Machado CCSA/DA
Mathylde Rosa Cacho Correia (Secretária do C. Curador)
25. José David Campos Fernandes CCTA
Walter Luiz Rocha da Fonseca Júnior
Suplente: Ulisses Carvalho da Silva CCTA
Fabio Borba de Oliveira
26. Carlos Anísio de Oliveira e Silva CCTA - DEMUS
Elizete Ventura
Sandra Regina Moura CCTA - DEJOR
27. Wilson Honorato Aragão CE
Swamy de Paula Lima Soares CE
28. Roberto Rondon CE/DFE
Mariana Lins de Oliveira CE/DP

| 149
Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão
1.Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz (Presidente) Reitora 29. Antônio Manoel Elíbio Júnior CCAE/DCS
2. Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira (Vice-presidente) Vice-Reitora Suplente: Cibelle da Silva Santiago CCAE
3. Orlando Cavalcante Vilar PRAC 30. Ingrid Conceição Dantas Guerra CTDR/DGAS
Suplente: Lincoln Eloi de Araújo PRAC Suplente: Patrícia Pinheiro Fernandes Vieira CTDR/DGAS
4. Ariane Norma Menezes de Sá PRG 31. Adriana Maria Fernandes de Oliveira Golzio CTDR/DTA
Suplente: Ana Cristina de Sousa Aldrigue PRG Suplente: Karlla Karinne Gomes de Oliveira CTDR/DGAS
5. Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer Feitosa PRPG 32. Waslon Terllizzie Araújo Lopes CEAR/DEE
Suplente: Márcia Batista da Fonseca PRPG Rafael de Sousa Marinho CEAR/ DEE
6. Isac Almeida de Medeiros PROPESQ 33. Marçal Rosas F. Lima Filho CEAR/DEER
Suplente: Renate Maria Ramos Wellen PROPESQ Sayonara Andrade Eliziário CEAR/DEER
7. João Wandemberg Gonçalves Maciel PRAPE 34. Dinarte Varela Bezerra CCTA - DEJOR
Suplente: Geysa Flávia Câmara de Lima Nascimento PRAPE Suplente: Geraldo Dias da Rocha Júnior CCTA - DEMUS
8. Marília Gabriela dos Santos Cavalcanti CCS/DFP 35. Fernando Trevas Falcone CCTA - DECOM
Suplente: Jamilton Alves de Farias CCS/DEC Carlos Alberto Farias de Azevedo Filho CCTA - DEJOR
9. Giorvan Ânderson dos Santos Alves CCS/DF 36. Felipe Antonio Garcia Moreno CI/DCC
Suplente: Pablo Queiroz Lopes CCS /DCF Suplente: Kely Diana Villacorta CI/DCC
10. Flávia Cristina Fernandes Pimenta CCM/DMI 37. Vitor Meneguetti Ugulino de Araújo CI/DI
Suplente: José Gomes Batista CCM/DGO Carlos Eduardo Coelho Freire Batista CI/DI
11. Esther Bastos Palitot CCM/DPS 38. Luciano Coutinho Silva CBiotec/ DBCM
Suplente: Aganeide Castilho Palitot CCM Edson Luiz Folador CBiotec/DB
12. Izabel Cristina Evaristo da Silva CT/DEQ 39. Sildivane Valcácia Silva CBiotec/DB
Suplente: Marcelo Barbosa Muniz CT/DEA Kristerson de Luna Freire CBiotec/DBCM
13. Leonardo Vieira Soares CT /DECA 40. Lillian dos Santos Carvalho Representante Discente
Jailson Ribeiro de Oliveira CT/DEP Suplente: Lucas Brendo Pimenta Bandeira Representante Discente
14. Dimas Barreto de Queiroz CCSA/DFC 41. Hiago Pereira Silva Moura Representante Discente
Tiago Farias Sobel CCSA/DE Suplente: Julio Cesar Pinheiro Lúcio de Oliveira Representante Discente
15. Helen Silva Gonçalves CCSA/DA 42. Lucas Bandeira Moreira Representante Discente
Suplente: Moisés Araújo Almeida CCSA/DFC Suplente: Juan Victor Calado Benevides Pereira Representante Discente
16. Ulisses Umbelino dos Anjos CCEN/DE 43. Marizele Coutinho Santos Representante Discente
Suplente: Francisco Elmiro Sousa Filho CCEN/DE Suplente: Wlademir Theotônio Braga Representante Discente
17. Antônio Sales da Silva CCEN/DM 44. Anna Beatryz Vieira Gonçalves Representante Discente
Suplente: Eduardo Gonçalves dos Santos CCEN/DM Suplente: Willians Gonçalves Silva Representante Discente
18. Amanda Batista Braga CCHLA / DLPL
Suplente: Magdiel Medeiros Aragão Neto CCHLA/DLPL

Conselho Curador
19. Luciana de Oliveira Chianca CCHLA/DCS
Suplente: Thaís Augusta Cunha de Oliveira Máximo CCHLA/DP
20. Maíra Lewtchuk Espindola CE/DHP
Amanda Sousa Galvíncio CE/DEB
21. Jean Carlo de Carvalho Costa CE/DFE
Emília Cristina Ferreira de Barros CE/DEB 1. Lauro Santos Filho (Presidente) CCS / DCF
22. Adriana de Abreu Mascarenhas CCJ/DDP Milene Félix de Almeida CCHSA/DCSA
Anne Augusta Alencar Leite CCJ/DDP 2. Edson Franco de Morais (Vice-presidente) CCSA/DFC
23. José Neto Barreto Júnior CCJ/DCJ Rafael Almeida Travassos CBIOTEC/DBCM
Ronaldo Alencar dos Santos CCJ/DCJ 3. Jonas Alves de Paiva CT/DEP
24. Saimonton Tinôco da Silva CCA/DCFS Paulo Amilton Maia Leite Filho CCSA/DE
25. Erika Toledo da Fonseca CCA/DCV 4. José Luiz Simões Maroja CCM/DMI
Wilson José Félix Xavier CCA / DCFS Fabíola Fialho Furtado Gouvêa CCS/ETS
26. Anabelle Camarotti de Lima Batista CCHSA/DA 5. Felipe Avellar Aquino CCTA/DEMUS
Suplente: Ana Patrícia Almeida Bezerra CCHSA Luiz Moreira Coelho Júnior CEAR/DEER
27. Josineide da Silva Bezerra CCHSA/DCBS 6. Márcio Flávio Lins Albuquerque Souto CCJ/DDPPJ
Suplente: Rita Cristina Barbosa CCHSA/DE Sávio Roberto Fonseca de Freitas CCAE/DL
28. Sílvio Luís da Silva CCAE / DL 7. Nayara Xavier de Melo Alves Representante Discente
Suplente: Elaine Cristina Cintra CCAE/DL Luis Henrique Augusto de Lima Representante Discente

150 |
LEI N° 1.366, DE 2 DE DEZEMBRO DE 1955 Art. 11° O patrimônio da Universidade será administrado pelo Reitor, com observância das
Cria a Universidade da Paraíba e dá outras providências. exigências legais e regulamentares, e é constituído:
a) pelos bens móveis e imóveis, instalações, títulos, e outros bens que lhe forem
O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA: cedidos pelos poderes públicos, destinados à sua administração e ao seu funcionamento;
b) pelos bens e direitos que adquirir;
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei: c) pelos legados e doações regularmente aceitos;
Art. 1° É criada a Universidade da Paraíba, com sede na cidade de João Pessoa, capital do Estado, d) pelos saldos das rendas próprias e de recursos orçamentários, quando transferidos
instituição de ensino superior, dotada de personalidade jurídica e de autonomia didática, para a conta patrimonial da Universidade.
financeira, administrativa e disciplinar, na forma da lei. Art. 12° O patrimônio da Universidade tem existência própria e não se confunde com os
Art. 2° A Universidade da Paraíba se regerá pela legislação federal, pelas disposições desta lei, e patrimônios que já possuíam ou venham a possuir cada uma das instituições universitárias
pelas do seu Estatuto, regulamentos e regimentos que forem aprovados. agregadas, as quais continuarão a administrar livremente seus respectivos patrimônios.
Art. 3° A Universidade da Paraíba terá por finalidades: Art. 13° A aquisição, pela Universidade, de bens patrimoniais, independe de aprovação do
a) estimular a investigação e a cultura filosófica, científica, literária e artística; Governo Estadual, mas sua alienação somente poderá ser efetivada para ter nova aplicação
dentro da mesma finalidade, mediante aquiescência de dois terços dos votos do Conselho
b) concorrer para o aprimoramento da educação, entendida no seu conceito integral;
Universitário, e aprovação do Governador do Estado.
c) empenhar-se pela formação e difusão de uma cultura superior, adaptada às
Art. 14° A partir de 1955 o Governo do Estado depositará, anualmente, para constituição do
realidades brasileiras;
patrimônio inalienável da Universidade, a importância que, para esse fim, for consignada no
d) contribuir para a formação das elites dirigentes do Estado e do país; Orçamento.
e) fomentar a cooperação no trabalho intelectual; Art. 15° Os recursos financeiros da Universidade serão provenientes de:
f) concorrer para o desenvolvimento da solidariedade humana. a) dotações que, por qualquer título, lhe forem atribuídas nos orçamentos da União, do
Art. 4° São órgãos administrativos da Universidade: Estado, e dos Municípios;
a) A Assembléia Universitária. b) dotações e contribuições concedidas, a titulo de subvenção, por autarquias ou
b) O Conselho Universitário. quaisquer outras pessoas físicas ou jurídicas;
c) A Reitoria. c) renda de aplicação de bens patrimoniais;
Art. 5° As atribuições dos órgãos acima referidos serão definidas no Estatuto da Universidade. d) retribuição de atividades remuneradas das instituições incorporadas à
Parágrafo único- Nas deliberações da Assembléia Universitária, nenhum professor poderá Universidade;
votar por mais de uma instituição, mesmo que pertença a diversas. e) taxas e emolumentos;
Art. 6° O Reitor será nomeado pelo Governador do Estado, entre professores das diversas f) rendas eventuais.
instituições, incorporadas ou agregadas, devendo a escolha recair em nome constante de uma Art. 16° Os recursos financeiros da Universidade não excluem a existência de recursos
lista tríplice, organizada em votação uninominal e secreta, pelo Conselho Universitário. financeiros distintos, pertencentes às instituições agregadas, e oriundos das mesmas ou de
Parágrafo único. A nomeação do Reitor será pelo prazo de três anos, podendo ser reconduzido, outras fontes.
desde que novamente incluído na lista tríplice. Art. 17° O corpo docente e o pessoal administrativo das instituições particulares que são ou
Art. 7° Constituem inicialmente a Universidade da Paraíba as seguintes instituições: venham a ser agregadas à Universidade, continuarão no gozo dos seus direitos e vantagens, de
a) incorporadas: conformidade com a legislação em vigor, não adquirindo, porém, a qualidade de funcionários
I- Faculdade de Filosofia da Paraíba (criada pelo Decreto Estadual n.° 146, de 5.3.1949 e públicos, estaduais ou autárquicos.
organizada pela Lei Estadual n.° 341, de 1.9.1949). Art. 18° Será disciplinado no Estatuto o funcionamento de cursos de caráter propedêutico,
II- Faculdade de Odontologia da Paraíba, (criada pela Lei Estadual n°646, de 5.12.1951). técnico ou de aplicação de grau médio, anexos a instituições agregadas à Universidade e às
III- Escola Politécnica da Paraíba (criada pela Lei Estadual n.° 792, de 6.10.1952). mesmas subordinados, didática ou administrativamente.
IV- Escola de Enfermagem da Paraíba (criada pela Lei Estadual n.° 1,064, de 10.7.1954). Art. 19° A aquisição de bens pela Universidade ou instituições agregadas fica isenta de
b) agregadas: quaisquer impostos ou taxas estaduais.
I- Faculdade de Direito da Paraíba (reconhecida pelo Decreto Federal n.° 33.404, de Art. 20° Fica criado no Quadro Permanente do Estado e incluído na Tabela de Isolado, o cargo de
28.7.1953). Reitor, com a lotação do seu ocupante fixada na Universidade da Paraíba, no padrão
equiparado do cargo de Secretário de Estado.
II- Faculdade de Medicina da Paraíba (reconhecida pelo Decreto Federal n.°38.011, de
5.10.1955). § 1° Nas faltas e impedimentos ao Reitor será ele substituído por um dos membros do Conselho
Universitário, eleito pelos seus pares, e, se a substituição se prolongar por mais de trinta dias. o
III- Faculdade de Ciências Econômicas da Paraíba (reconhecida pelo Decreto Federal n.°
substituto perceberá uma gratificação correspondente a dois terços dos vencimentos do
30 236. de 4.12.1951).
Reitor.
IV- Escola de Engenharia da Paraíba.
§ 2° Ficam, no mesmo Quadro com idêntica lotação, criada as funções gratificadas de Secretário
V- Escola de Serviço Social. Geral, Diretor da Divisão de Contabilidade, Tesoureiro. Chefe da Secção de Pessoal, Chefe da
Art. 8° Mediante previa aprovação do Conselho Universitário, observado o que dispõe a Secção de Material Chefe do Arquivo, e Chefe da Portaria, mediante as gratificações mensais de
respeito a legislação federal, outras instituições poderão ser incorporadas ou agregadas à Cr$ 2.000,00, Cr$ 1.800,00, Cr$ 800.00. Cr$ 700,00, Cr$ 500,00, Cr$ 400,00, respectivamente.
Universidade, desde que: § 3° As funções gratificadas, ora criadas, serão exercidas por servidores de confiança do Reitor,
a) tenham por fim ministrar ensino que se enquadre nos objetivos da Universidade; mediante ato expresso do Governador do Estado.
b) possuam recursos permanentes, capazes de lhes assegurar funcionamento regular e Art 21° Antes da instalação da Universidade, o Governador do Estado designará um professor de
eficiente; qualquer das instituições universitárias para dirigir os trabalhos da Universidade até a eleição e
c) estejam devidamente reconhecidas pelo governo federal; posse do Reitor, regulados pelo Estatuto.
d) não haja, na mesma cidade, instituição congênere ligada à Universidade. Art. 22° Fica o Governador do Estado autorizado a baixar decreto aprovando o Estatuto da
Art. 9° As instituições agregadas conservarão sua personalidade jurídica, ressalvado o disposto Universidade que for julgado satisfatório pelo Ministério da Educação e Cultura.
no artigo 10, do Decreto Federal n.° 19.851, de 11 de abril de 1931, e, além de outras faculdades Art. 23° Para atender às despesas decorrentes da execução da presente Lei, fica aberto pela
inerentes à sua qualidade de pessoas jurídicas de direito privado poderão, sem interferência da Secretaria de Educação e Saúde, o crédito especial de Quinhentos mil cruzeiros (Cr$ 500.000,00)
Universidade: com vigência em dois exercícios.
a) movimentar e aplicar seus recursos financeiros próprios, inclusive as subvenções Art. 24° Ficam revogadas a Lei n.° 1.070, de 24 de setembro de 1954, e as disposições em
que o Estado lhes houver destinado diretamente; contrário.
b) admitir professores e pessoal administrativo, e fixar os respectivos vencimentos, que
serão pagos com seus próprios recursos; Palácio do Governo do Estado da Paraíba, em João Pessoa, 2 de dezembro de 1955, 67° da
c) administrar seu patrimônio e dele dispor, como proprietários que continuarão Proclamação da República.
sendo;
d) pleitear sua federalização;
e) desagregar-se da Universidade, pelo voto, no máximo, de dois terços dos professores
da instituição.
José Américo de Almeida
Art. 10° A agregação das instituições, a que se referem os artigos 7°, letra b e 8°, é feita Governador
exclusivamente com o objetivo de criar e fortalecer o vínculo universitário, e não acarreta, a
consignação de dotações orçamentárias para a Universidade não exclui as subvenções às
mesmas já concedidas por lei, nem auxílios que o Estado, diretamente, lhes queira prestar.

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LEI Nº 1.871, DE 17 DE NOVEMBRO DE 1958

Autoriza o Chefe do poder Executivo a fazer doação do terreno destinado à construção da LEI N.° 3.835, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1960
Cidade Universitária.
FEDERALIZA A UNIVERSIDADE DA PARAÍBA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA.
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1° -A Universidade da Paraíba, a que se refere o Decreto número 40 160 (*), de 16 de outubro
Art. 1º - Para o fim de ser construída a Cidade Universitária, fica o Chefe do Poder Executivo de 1956, passa a integrar o Ministério da Educação e Cultura - Diretoria do Ensino Superior,
autorizado a doar à UNIVERSIDADE DA PARAÍBA o terreno de propriedade do Estado situado no incluída na categoria constante do item l, do art. 3° da Lei n.° 1 254 (*) de 4 de dezembro de 1950.
município da capital, com 1.154.800 metros quadrados de superfície e as seguintes Parágrafo único - A Universidade terá personalidade jurídica e gozará de autonomia didática.
confrontações: financeira, administrativa e disciplinar, na forma da lei.
Art. 2° - A Universidade compor-se-á dos seguintes estabelecimentos de ensino superior:
AO NORTE: A Fazenda São Rafael, partindo da estaca 48 da linha poligonal do a) Faculdade de Filosofia da Paraíba (Decreto n ° 38.146 (*), de 25 de outubro de 1955);
levantamento da referida Fazenda até a estaca IM, medindo 826 metros com o rumo 84,00 NE; b) Faculdade de Odontologia da Paraíba (Decreto n.° 38.148 (*), de 25 de outubro de
AO SUL: A propriedade de Paulo Miranda, numa extensão de 1475 metros, partindo da 1955);
estaca zero (0), até a estaca 19, do referido levantamento;
c) Escola Politécnica da Paraíba (Decreto n ° 33.286 (*), de 14 de julho de 1953)
A LESTE: A Fazenda São Rafael, numa extensão de 1000 metros partindo da estaca 19
até a estaca IM, com o rumo 15.º 40 NU; d) Faculdade de Direito da Paraíba (Decreto n ° 33.404 (*) de 28 de agosto de 1953);
AO OESTE: Ainda a Fazenda São Rafael partindo da estaca 48 até a estaca 2-A, medindo e) Faculdade de Medicina da Paraíba (Decreto n ° 38.001(*) de 5 de outubro de 1955) e
598 metros, e da estaca 2-A até a estaca 58 igual a zero (0), medindo 733 metros, margeando, pela Escola anexa de Enfermagem da Paraíba (Decreto n ° 37.283 (*), de 29 de abril de 1955 e Portaria
esquerda, a estrada carroçável João Pessoa - Mangabeira, que serve de divisa entre a Fazenda Ministerial n ° 365, de 9 de junho de 1958); f) Faculdade de Ciências Econômicas da Paraíba
São Rafael e a Fazenda do Departamento de Serviço Florestal. (Decreto n.° 30.236 (*), de 4 de dezembro de 1951);
g) Escola de Engenharia da Paraíba (Decreto n.° 39.221 (*), de 21 de maio de 1956);
Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário. Palácio do Governo do Estado da Paraíba, em h) Escola de Serviço Social da Paraíba (Decreto n.° 39.332 (*), de 8 de junho de 1956);
João Pessoa, 17 de Novembro de 1958, 70.º da Proclamação da República. i) Faculdade de Farmácia, da Universidade da Paraíba;
j) Faculdade de Ciências Econômicas de Campina Grande (Lei número 512, de 1 de julho
de 1955).
§ 1° - As faculdades e escolas mencionadas neste artigo passam a denominar-se; Faculdade de
Pedro Moreno Gondim
Filosofia, Ciências e Letras, Faculdade de Odontologia, Escola Politécnica, Faculdade de Direito,
Elzir Nogueira Mattos Faculdade de Medicina e Escola Anexa de Enfermagem, Faculdade de Ciências Econômicas,
Escola de Engenharia, Escola de Serviço Social da Universidade da Paraíba, Faculdade de
(Diário Oficial do Estado de 22/11/1958. Confere com o original, CCP, 09/10/1969) Ciências Econômicas de Campina Grande e Faculdade de Farmácia da Paraíba.
§ 2° - A agregação de outro curso ou de outro estabelecimento de ensino depende de parecer
favorável do Conselho Universitário e de deliberação do Governo, na forma da lei, e assim a
desagregação
Art.3° - O patrimônio da Universidade da Paraíba será formado pelos:
a) bens móveis, imóveis e instalações ora utilizados pelos estabelecimentos
mencionados no artigo anterior e que lhe serão transferidos nos termos desta lei;
b) bens e direitos que adquirir ou que lhes sejam transferidos, na forma da lei;
c) legados e doações legalmente aceitos;
d) saldos da receita própria e dos recursos orçamentários, ou outros que lhe forem
destinados.
Parágrafo único - A aplicação dos saldos referidos na letra "d" deste artigo, depende de
deliberação do Conselho Universitário e somente poderá sê-lo em bens patrimoniais ou em
equipamentos, instalações e pesquisas, vedada qualquer alienação sem expressa autorização
do Presidente da República.
Art. 4° - Os recursos para manutenção e desenvolvimento dos serviços provirão das dotações
orçamentárias que lhe forem atribuídas pela União das rendas patrimoniais; das receitas de
taxas escolares; de retribuição de atividades remuneradas de laboratórios, de doações,
auxílios, subvenções e eventuais.
Parágrafo único - A receita e a despesa da Universidade constarão de seu orçamento, e a
comprovação dos gastos se fará nos termos da legislação vigente obrigados todos os depósitos
em espécie o Banco do Brasil, cabendo ao Reitor a movimentação das contas.
Art. 5° - Independente de qualquer indenização, são incorporados ao patrimônio da
Universidade, mediante escritura pública, todos os bens móveis, imóveis e direitos ora na posse
ou utilizados pelas Faculdades e Escolas referidas no art, 2°.
Parágrafo único - Para a transferência dos bens mencionados neste artigo, e assegurado o
prazo de 180 (cento e oitenta) dias findo o qual será o estabelecimento havido agregado.
Art. 6° - É assegurado o aproveitamento do pessoal administrativo e auxiliar técnico dos
estabelecimentos referidos no art. 2°, em quadro extraordinário aprovado pelo Poder
Executivo, não podendo os vencimentos exceder aos das atividades correspondentes no
serviço público federal.
§ 1° - Os professores das Faculdades e Escolas, referidos no art. 2°, não admitidos em caráter
efetivo na forma da legislação federal, poderão ser aproveitados como interinos.
§ 2° - Para o cumprimento do disposto deste artigo, a administração das Faculdades e Escolas
apresentarão à Diretoria do Ensino Superior a relação, acompanhada de currículo, de seus
professores e servidores, especificando a forma de investidura, a natureza do serviço que
desempenham, a data da admissão e a remuneração.
§ 3° - Serão expedidos pelas autoridades competentes os títulos de nomeação decorrentes do
aproveitamento determinado nesta lei, depois e a contar da data da última das escrituras
públicas referidas no art. 5°.

152 |
Art. 7° - Para execução do que determina o art 1° desta lei, é criado no Quadro Permanente do
Ministério da Educação e Cultura - Diretoria do Ensino Superior - um cargo de Reitor, Padrão 2-C,
uma função gratificada de Secretário 3-F e uma de Chefe de Portaria 15-F para a Reitoria.
Art.8º - Para a execução do disposto no art. 2° são criados, no Quadro Permanente do Ministério
da Educação e Cultura, 47 cargos de Professor Catedrático (FF Upb-DESU), na Faculdade de
Filosofia, 12 cargos de Professor Catedrático (FO Upb-DESU), na Faculdade de Odontologia, 34
cargos de Professor Catedrático (EP Upb-DESU), na Escola Politécnica, 22 cargos de Professor UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CONSELHO UNIVERSITÁRIO
Catedrático (FD Upb-DESU), na Faculdade de Direito, 31 cargos de Professor Catedrático (FM
Upb-DESU), na Faculdade de Medicina, 17 cargos de Professor Catedrático (FCEc Upb-DESU), na Resolução Nº 12/73
Faculdade de Ciências Econômicas, 34 cargos de Professor Catedrático (EE Upb-DESU), na Escola Reformula a estrutura acadêmica da Universidade Federal da Paraíba.
de Engenharia, 31 cargos de Professor Catedrático (EE Upb-DESU), na Faculdade de Ciências
Econômicas de Campina Grande, 14 cargos de Professor Catedrático (EE Upb-DESU), na O CONSELHO UNIVERSITÁRIO da Universidade Federal da Paraíba, no uso de suas
Faculdade de Farmácia da Paraíba, 7 cargos de Professor Catedrático (ESS Upb-DESU), na Escola atribuições, CONSIDERANDO a necessidade de prover esta Universidade de uma
de Serviço Social e uma função gratificada de Diretor 1-F, uma de Secretário 3-F e uma de Chefe estrutura acadêmica adequada à realidade brasileira e consentânea com as atuais exigências
do ensino e da pesquisa básica e da formação profissional;
de Portaria 15-F, para cada uma das referidas Faculdades e Escolas.
CONSIDERANDO o imperativo de dotar a Universidade de condições instrumentais
Art. 9° - Os cargos de Professor Catedrático na Faculdade de Medicina da Universidade da que lhe permitam operar de modo compatível com os altos padrões técnicos e administrativos
Paraíba serão reduzidos, progressivamente a 18 (dezoito) à medida que se forem vagando, por impostos pela conjuntura e pelo desenvolvimento sócio-econômico do país;
extinção das respectivas cátedras, na forma a ser prevista no Regimento da Escola, que deverá CONSIDERANDO que o tipo de organização universitária mais adequado às
circunstâncias é aquele que apresenta estruturas flexíveis, integradas e funcionais, tendo por
ser aprovado dentro de 60 (sessenta) dias após a instalação da Universidade. base o DEPARTAMENTO - constituídos estes dentro dos critérios de homogeneidade e
Parágrafo único - O disposto neste artigo será aplicado às cátedras vagas na data da publicação complementariedade, consoante conclusões do I Encontro dos Reitores de Universidades
desta lei, as quais não deverão ser providas em caráter efetivo até a aprovação do Regimento. Públicas, realizado em Brasília, em agosto/1973;
Art. 10° - Para provimento, em caráter interino, de cátedras de novos cursos, que forem CONSIDERANDO que o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, em reunião
de 23 de julho de 1973, aprovou a Resolução Nº 33, em que opina conclusivamente sobre o
instalados em qualquer escola integrante da Universidade da Paraíba só poderão ser modelo a ser adotado pela Universidade Federal da Paraíba, após estudos procedidos pelo
contratados Docentes livres, ou Professores Catedráticos das mesmas disciplinas ou disciplinas Grupo de Trabalho designado pela Portaria R/DP 280,de 25.06.73;
afins. CONSIDERANDO, ainda, o que dispõe os Decretos-leis Nºs 53, de 18.11.66, e 252, de
28.02.67, e a Lei Nº 5.540, de 28.11.68, em que são lançadas as bases para a formação de CENTROS
Art. 11° - Fica criada a Universidade Federal de São Paulo (U.F S.P.), com sede na cidade de São
como órgãos intermediários e de concentração dos DEPARTAMENTOS por áreas de
Carlos Estado de São Paulo, e que será integrada no Ministério da Educação e Cultura. conhecimentos básicos e profissionais;
Parágrafo único - A Universidade terá personalidade jurídica e gozará de autonomia didática
financeira, administrativa e disciplinar, na forma da lei. RESOLVE:
Art. 12° - A Universidade compor-se-á dos seguintes estabelecimentos de ensino superior: Art. 1º. A partir da aprovação, pelo Ministério da Educação e Cultura, do plano de
a) Escola Paulista de Medicina (Lei n.° 2.712 (*). de 21 de janeiro de 1956); reestruturação, a UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA passa a constituir-se inicialmente de seis
b) Escola de Engenharia de São Carlos (Decreto n.° 41 797 (*), de 8 de julho de 1957); Centros, a saber:
c) Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Araraquara (Decreto número 45.776 (*), de Em João Pessoa
I) de pesquisa e ensino básicos:
13 de abril de 1959); A) Centro de Ciências Exatas e da Natureza
d) Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba (Decreto número 41.557 (*), de 22 II) de pesquisa e ensino aplicados:
de maio de 1957); b) Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
c) Centro de Ciências da Saúde
e) Faculdade Municipal de Ciências Econômicas de Santo André (Decreto n ° 42.706 (*) de
d) Centro de Ciências Sociais Aplicadas
29 de novembro de 1957). e) Centro de Tecnologia
Parágrafo único - São transformados em estabelecimentos federais de ensino superior os Em Campina Grande/Areia
estabelecimentos referidos nas letras b e e deste artigo, sem ônus para a União e mediante a f) Centro de Ciências e Tecnologia
Art. 2º. Os Centros acima referidos, entendidos como coordenações de
incorporação ao patrimônio desta dos bens imóveis em que funcionam as escolas, de departamentos afins, resultarão da transformação ou fusão dos seguintes Institutos, Escolas e
propriedade do Governo do Estado de São Paulo e da municipalidade de Santo André Estado de Faculdades, previstos no Art. 1º do Decreto Nº 61.920, de 19.06.67, da seguinte forma:
São Paulo, bem como suas atuais instalações. a) O CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA, dos Institutos Centrais de
Art. 13°- Dentro de 60 (sessenta) dias, a partir da data da publicação desta lei, o Poder Executivo, Matemática, Química, Física e Ciências Biológicas, e do Departamento de Geografia do Instituto
Central de Filosofia e Ciências Humanas.
enviará ao Congresso Nacional mensagem nos termos constitucionais, para atender ao b) O CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, do Instituto Central de Filosofia
disposto nos artigos anteriores. e Ciências Humanas, do Instituto Central de Letras e da Divisão de Educação Artística.
Art. 14° - Para cumprimento das disposições desta lei, é aberto ao Ministério da Educação e c) O CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, das Faculdades de Medicina, Odontologia e
Farmácia.
Cultura - Diretoria do Ensino Superior - o crédito especial de Cr$ 130.788.000,00 (cento e trinta
d) O CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS, das Faculdades de Direito, de Ciências
milhões setecentos e oitenta e oito mil cruzeiros), sendo; Cr$ 112.760 000,00 (cento e doze Econômicas e de Educação.
milhões setecentos e sessenta mil cruzeiros) para pessoal permanente; Cr$ 5.508.000,00 (cinco e) O CENTRO DE TECNOLOGIA, da Escola de Engenharia.
milhões, quinhentos e oito mil cruzeiros) para o pessoal administrativo; Cr$ 10.020.000,00 (dez f) O CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA, da Escola Politécnica, da Faculdade de
Ciências Econômicas e da Escola de Agronomia.
milhões e vinte mil cruzeiros) para funções gratificadas; Cr$ 1.500.000,00 (um milhão e Art. 3º. Ficam aprovados a distribuição dos Departamentos e os remanejamentos de
quinhentos mil cruzeiros) para a Escola de Enfermagem, e Cr$ 1.000.000,00 (um milhão de disciplinas previstos na Resolução Nº 33/73 - CONSEPE, com as ressalvas que se seguem:
cruzeiros) para a instalação da Reitoria. a) o Centro de Ciências Exatas e da Natureza, a que se refere o Art. 5º, alínea "a", da
Art. 15° - O Estatuto da Universidade da Paraíba que obedecerá à orientação das Universidades mencionada Resolução, fica acrescido de mais um departamento, intitulado Departamento de
Morfologia e Patologia;
Federais será expedido pelo Poder Executivo, dentro de 120 (cento e vinte) dias da data de b) o Departamento de Farmácia, integrante do Centro de Ciências da Saúde, objeto do
publicação desta lei. Art. 5º, alínea "c", VIII, da mesma Resolução Nº 33/73, passa a denominar-se Departamento de
Art. 16° - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em Ciências Farmacêuticas.
Art.4º. A presente Resolução entra em vigor a partir de sua publicação, revogadas as
contrário.
disposições em contrário.
CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, em João Pessoa,
em 02 de agosto de 1973.
Juscelino Kubistchek de Oliveira
Presidente OBSERVAÇÕES:
Transcrito de acordo com cópia do original, onde não consta a assinatura do Presidente do
Conselho.
Esta Resolução foi aprovada pelo Ministério de Educação e Cultura e promulgada pelo Decreto
nº 73.701 de 28.02.74, do Exmo. Sr. Presidente da República.
Em 02.04.74 os Diretores tomaram posse coletiva nos seus respectivos Centros.

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IV- resultado de operações de créditos e juros bancários, nos termos da lei;
V- receitas eventuais a título de retribuição por serviços de quaisquer natureza prestados a
terceiros; e
VI- saldo de exercícios anteriores, observado o disposto na legislação específica.
Art. 10 A implantação e o conseqüente início do exercício contábil e fiscal da UFCG, como
autarquia, deverão coincidir com o primeiro dia útil do ano civil subseqüente à publicação
desta Lei.
Art. 11 Fica o Poder Executivo autorizado a:
I- transferir saldos orçamentários da UFPB para a UFCG, observadas as mesmas atividades,
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL projetos e operações especiais, com respectivas categorias econômicas e grupos de despesas
SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS previstos na lei orçamentária; e
II- praticar os demais atos necessários à efetivação do disposto nesta Lei.
LEI N.° 10.419. DE 9 DE ABRIL DE 2002. Parágrafo único. Enquanto não for efetivada a transferência autorizada na forma do inciso l,
correrão à conta dos recursos constantes no orçamento da União destinados à UFPB as
Dispõe sobre a criação da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, a partir do despesas de pessoal e encargos, custeio e capital necessárias ao funcionamento da UFCG.
desmembramento da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, e dá outras providências. Art. 12 Enquanto não se efetivar a implantação da estrutura organizacional da UFCG, na forma de
seu Estatuto, os cargos de Reitor e Vice-Reítor serão providos, pro-tempore, pelo Ministro de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a Estado da Educação.
seguinte Lei: Art. 13 As instituições resultantes da edição da presente Lei, no prazo de 180 (cento e oitenta)
Art 1° Fica criada a Universidade Federal de Campina Grande - UFCG por desmembramento da dias, contado da sua publicação, encaminharão suas propostas estatutárias ao Ministério da
Universidade Federal da Paraíba - UFPB, instituída na forma da Lei Estadual n.° 1.366, de 2 de Educação para aprovação pelas instâncias competentes.
dezembro de 1955, e federalizada nos termos da Lei n.° 3.835, de 13 de dezembro de 1960. Art. 14 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 1°A UFCG, com natureza jurídica autárquica, vinculada ao Ministério da Educação, será Brasília, 9 de abril de 2002; 181° da Independência e 114° da Republica.
instalada com sede e foro na cidade de Campina Grande, Estado da Paraíba.
§ 2° Após o desmembramento mencionado no caput deste artigo, a UFPB manterá sua FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
denominação, bem como natureza jurídica autárquica e sede e foro no Município de João Paulo Renato Souza
Pessoa, Estado da Paraíba.
Art. 2° A UFCG terá por objetivo ministrar ensino superior, desenvolver a pesquisa nas diversas
áreas do conhecimento e promover a extensão universitária.
Art. 3° A estrutura organizacional e a forma de funcionamento da UFCG, observado o princípio
da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão serão definidos nos termos desta Lei,
de seu Estatuto e das normas legais pertinentes.
§ 1°Até que seja aprovado seu Estatuto, a UFCG será regida pelo Estatuto atual da Universidade
Federal da Paraíba, no que couber, e pela legislação.
§ 2° Enquanto não for aprovado o novo Estatuto de UFPB, resultante do desmembramento, a
mesma será regida pelo Estatuto vigente na data de publicação deste Lei, no que couber, e pela
legislação federal.
Art. 4° Passam a integrar a UFCG, sem solução de continuidade, independente de qualquer
formalidade, as unidades e respectivos cursos, de todos os níveis, atualmente integrantes dos
campi de Campina Grande (campus II), Patos. Sousa e Cajazeiras.
Parágrafo único. Os alunos, regularmente matriculados nos cursos ora transferidos, passam a
integrar o corpo discente da UFCG, independentemente de adaptação ou qualquer outra
exigência formal.
Art. 5° Ficam redistribuídos para a UFCG todos os cargos, ocupados e vagos, pertencentes ao
Quadro de Pessoal da UFPB, que, na data de publicação desta Lei, estejam lotados nos campi
relacionados no art. 4°.
Art. 6° Ficam criados os cargos de Reitor e Vice-Reitor da UFCG.
Parágrafo único. O Ministro do Estado da Educação providenciará o remanejamento dos Cargos
de Direção - CD e Funções Gratificadas - FG entre a UFPB, o Ministério da Educação e a UFCG, de
modo a compor as respectivas estruturas regimentais.
Art. 7° A administração superior da UFCG será exercida, no âmbito das respectivas
competências, a serem definidas no Estatuto e no Regimento-Geral, pelo Reitor e pelo Conselho
Universitário.
§ 1° A presidência do Conselho Universitário será exercida pelo Reitor da UFCG.
§ 2° O Estatuto da UFCG disporá sobre a composição e as competências do Conselho
Universitário, de acordo com a legislação pertinente.
§ 3° O Vice-Reitor, nomeado de acordo com a legislação pertinente, substituirá o Reitor em suas
faltas ou impedimentos legais.
Art. 8° O patrimônio da UFCG será constituído:
l- pelos bens e direitos que atualmente integram o patrimônio da UFPB tombados nos campi
relacionados no art. 4°, os quais ficam automaticamente transferidos, sem reservas ou
condições, para a UFCG;
II- pelos bens e direitos que a UFCG vier a adquirir ou incorporar;
III- pelas doações ou legados que receber; e
IV- por incorporações que resultem de serviços realizados pela UFCG.
§ 1° A transmissão dos bens imóveis enumerados no inciso l será procedida por escritura após
avaliação.
§ 2° Os bens e direitos da UFCG serão utilizados ou aplicados exclusivamente para consecução
de seus objetivos, não podendo ser alienados, a não ser nos casos e condições permitidos em
lei.
Art. 9° Os recursos financeiros da UFCG serão provenientes de:
I- dotações consignadas no Orçamento Geral da União, créditos especiais, créditos adicionais e
transferências e repasses, que lhe forem conferidos;
II- auxílios e subvenções que lhe venham a ser feitos ou concedidos pela União, Estados e
Municípios, ou por quaisquer entidades públicas ou privadas;
III- recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos celebrados com entidades e
organismos nacionais e internacionais;

154 |
Títulos honoríficos
RESOLUÇÕES DOUTOR HONORIS CAUSA

43/1985- Helmut Boecker - 07/03/85


59/1988 - Joffily Bezerra de Melo
58/1988 - Otto Richard Gottlieb
43/1988 - Durmeval Trigueiro Mendes
05/1990 -Hilton Ribeiro da Rocha - 30/08/91
37/1991 - Ascendino Leite - 25/10/91
34/1991- Carlos Vicente Córdoba- 04/10/91
33/1991- Maria Estrela Legaz Gonzalez - 04/01/91
15/1992- Hélio Jaguaribe de Mattos - 29/05/92
Presidente Castelo Branco - 02 de Maio de 1966
13/1992- Celso Furtado - 29/05/96
40/1992 -Ivo Pitanguy - 19/07/96
11/1995- Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque - 07/10/96
07/1995-Antonio Houaiss- 26/10/95
21/1996-José Antonio Franchine Ramirez- 19/12/96
07/1998-Edgar Morin- 09/06/99
02/1999-Severino Dias de Oliveira(SIVUCA)-26/05/99
12/2000-Oscar Niemeyer- 01/11/2000
11/2000-Álvaro Joaquim Melo Ziza Vieira - 01/11/2000
17/2001-Enio Candotti - 22/03/2002
16/2001-Mário Botta- 17/11/2001
10/2001-Ariano Vilar Suassuna- 29/06/2002
05/2001-Padre Joseph Comblin - 25/04/2002
Lynaldo Cavalcanti - 07 de Outubro de 1996
14/2003 -Djairo Guedes de Figueiredo - 29/01/2004
04/2004-José Marques de Melo - 25/02/2005
09/2005 - Khosrow Ghavani - 08/09/2005
017/2006 - Jean-Marie Dubois - 31/10/2006
01/2007 - Élson Longo da Silva - 02/03/2007
016/2007 - François Laplantine - 10/07/2007
020/2007 - Danilo Zolo - 16/08/2007
 26/2008 - Jorge Correia Jesuino 27/08/2008
29/2008 - Luiz Gonzaga Rodrigues 15/06/2008
030/2008 - Luis Alberto Warat 19/11/2008
27/2009 Antonio Albino Canelas Rubim 22/10/2010
012/2010 - Elisaldo Luiz de Araujo Carlini - 08/09/2010
Antônio Houaiss - 25 de Outubro de 1998 019/2010 - Newton Carneiro Affonso da Costa 17/08/2010
024/2010 - Delby Fernandes de Medeiros - 08/09/2010
033/2011 - Antonio José Avelãs Nunes - 01/09/2011
039/2011 - Luis Inacio Lula da Silva - 26 jul 2011
046/2011 - Aroldo Rodrigues - 29/11/2011
052/2011 - D. José Maria Pires 2/10/2013
023/2013 - D. José de Sousa Martins - 06/08/2013
022/2013 - Antônio Fausto Neto - 2/10/2013
028/2013 - Cristovam Ricardo Cavalcanti Albuquerque - 21/10/2013
030/2013 - Almir Laureano dos Santos 16/12/2013
06/2014 - Maria Fátima de Sousa - 2014 - 31/03/2014
010/2016 - Herman Benjamin - 11/08/2016 
016/2015 - Denise Jodelet - 28/10/2015
017/2015 - Marcilio Reinaux - 28/10/2015
Sivuca - 26 de Maio de 1999 011/2016 - Ana Mae Tavares Bastos Barbosa - 04/05/2016

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022/2016 Antônio Pessoa Gomes (Cacique Caboquinho) - 18/10/2016
22/2006 Rolando Toro Araneda 13/12/2006
07/2017 Dermeval Saviani 7/11/2017
3/2018 Daisaku Ikeda - 01/03/2018
018/2018 - Paulo Affonso Leme Machado - 18/09/2018
018/2019 Mario Giuseppe Losano - 09/09/2019
06/2019 - Luiz Fernando Rangel Tura - 26/04/2019
016/2019 - Zé Katimba (José Inácio dos Santos) - 16/08/2019
022/2019 - Paulo Bonavides - 29/10/2019

Ministro Herman Benjamin - 11 de Agosto de 2016


PROFESSOR EMÉRITO

18/1973-Paulo Valença Neves


05/1973-Asdrúbal Nóbrega Montenegro
03/1974-Osias Nacre Gomes
02/1974-Paulo de Morais Bezerril
/1975-Ednaldo de Luna Pedrosa - 18/07/75
268/1978-José de Oliveira Leite - 11/12/78
202/1988-Maria Zélia Costa de Oliveira
123/1989-José Asdrúbal Marsiglia de Oliveira
49/1989-Marcos Galvão Borges
48/1989-Manuel Viana Correia
47/1989-Elionor Aarão Gonçalves de Oliveira
46/1989-Emanuel de Miranda Henriques
75/1990-Aluisio José Maria de Souza
D. José Maria Pires - 11 de Agosto de 2016
04/1994-Fernando Melo do Nascimento - 30/03/95
10/1995-David Harden Barlow - 02/04/1996
16/1997-Cláudio Santa Cruz - 29/10/1997
18/2006-Sérgio Rolim Mendonça - 13/11/2006
09/2009- Astênio César Fernandes - 23/03/2009
23/2011-Nelson Rosas Ribeiro - 01/09/2011
30/2011-Regina Rodriguez Bôtto Targino - 01/09/2011
10/1995-Cleonice Pereira dos Santos Camiño - 27/10/2011
10/1995-Francisca Arruda Ramalho - 27/04/2012
10/1995-Dalvanira de França Gadelha Fontes - 05/07/2013
21/2013-Clóvis Beltrão de Albuquerque - 05/07/2013
11/2014-Elizabeth Figueiredo Agra Marinheiro - 10/06/2014
07/2016 - Maria da Penha de Lima Coutinho - 04/05/2016
09/2018 - Normando Perazzo Barbosa - 15/05/2018
Cacique Caboquinho (Antonio Pessoa Gomes) - 18 de Outubro de 2016 15/2018 - Rubens Pinto Lyra - 09/07/2018
09/2003 - Guilherme Gomes da Silveira d’Ávila Lins - 11/03/2020
07/2020 - Pedro Nunes Filho - 18/08/2020

05/1973-Asdrúbal Nóbrega Montenegro


03/1974-Osias Nacre Gomes
02/1974-Paulo de Morais Bezerril
/1975-Ednaldo de Luna Pedrosa - 18/07/75
268/1978-José de Oliveira Leite - 11/12/78
202/1988-Maria Zélia Costa de Oliveira
123/1989-José Asdrúbal Marsiglia de Oliveira
49/1989-Marcos Galvão Borges
48/1989-Manuel Viana Correia
Compositor Zé Katimba (José Inácio dos Santos) - 16 de Agosto de 2019
47/1989-Elionor Aarão Gonçalves de Oliveira

156 |
RESOLUÇÕES PROFESSOR HONORIS CAUSA MEDALHA DO MÉRITO EDUCATIVO
23/1963-Jucelino Kubitschek - 29/02/64 01/1971-Newton Lins Buarque Sucupira
23/1963- Abelardo Jurema - 28/09/63 02/1971-Raimundo Valnir Cavalcanti Chagas
32/1966-Raimundo Môniz de Aragão - 21/07/71 03/1971-Mauro Costa Rodrigues
01/1968-Maria Aparecida Pourchet Campos - 27/07/70 08/1971-Serafim Rodriguez Martinez
03/1970-José Américo de Almeida - 27/07/71 09/1971-'Pós-Mortem' Luiz Gonzaga Albuquerque Burity
01/1970-Jarbas Gonçalves Passarinho - 22/12/70 10/1971-João Toscano G. de Medeiros, Humberto Carneiro da Cunha
20/1971-Jean Lagasse - 20/04/72 Nóbrega e em caráter 'Pós-Mortem' Lauro Guimarães Wanderley
14/1971-Kurt Shurmann - 14/12/71 11/1971-Celso Barroso Leite e Enardo D´Avila Melo
07/1971-João Paulo dos Reis Veloso - 01/09/73 13/1971-Milton Ferreira de Paiva, José Paulo Pires Braga, Afonso
06/1971-Emílio Garrastazu Médici Pereira da Silva e Kleber Cruz Marques
12/1972-Hermes Pessoa de Oliveira 06/1975-Rolderik da Rocha Leão
03/1972-Miguel Reale - 20/01/72 35-A/1975-Orlando Cavalcanti Gomes, Oscar Sampaio Visgueiro,
16/1973-Eliseu Resende- 10/08/73 Hermes Pessoa de Oliveira, José Pedro Nicodemos e Valdo Lima do
15/1973-Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo - 12/08/75 Vale.
146/1977-João Lyra Filho- 12/05/78
271/1978-Cezar Cals de Oliveira Filho- 18/12/78
77/1978-José Pelúcio Ferreira- 24/05/78
200/1979-Krishan Dayal Srivastava - 01/08/79
67/1979-Edson Machado de Souza - 06/03/79
54/1980-Guilherme Marcos de La Penha - 01/08/82
167/1983-José Rodrigues Coura - 13/09/83
226/1984-João de Medeiros Calmon - 19/11/84
158/1984-Gilca Alves Weinstein- 04/09/84
159/1984-José Botafogo Gonçalves - 27/08/84
39/1988-Dom José Maria Pires - 27/02/88
68/1990-Dom Zacarias Rolim de Moura
54/1990-Kazuhiro Yoskawa
56/1990-Hélio Ferreira da Silva Guimarães
N° /1966-Humberto Alencar Castelo Branco -02/05/66
05/1992-Geraldina Porto Witter
07/1993-Maria Jacira de Campos Nogueira - 18/11/99
03/1994-Abércio Arantes Pereira
09/2001-Marcos Pereira de Ávila - 21/05/2002
09/2003-Guilherme Gomes da Silveira D´Avila Lins.
14-A/68-Bussâmara Kême -19/09/72
17/1967-Monsenhor Pedro Anísio Bezerra Dantas-11/02/68
SR-1973 - Gilberto de Melo Freire - 06/09/73

MÉRITO UNIVERSITÁRIO
343/1979-Gerson Floriz Costa - 08/02/80
342/1979-Hélio Guedes de Campos Barros - 28/01/80
341/1979-Rui Carlos de Camargo Vieira - 22/11/79
344/1979-Ecilda Ramos de Souza - 08/02/80
199/1979-Rodolfo Pinto da Luz- 22/11/79
70/1979-Lauro Ribas Zimmer
28/1980-Darcy Closs - 28/01/80
122/80- Paulo de Almeida Machado - 15/05/80
19/2004-Antonio Teixeira Marques
18/2004-Jorge Olímpio Bento
11/2006 - Giovanni Guido Cerri

| 157
Parte 6

UFPB
em ação

Clínica de Fisioterapia
Edivaldo Mesquita Beltrão, Diretor do CAVN
COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS
As origens do Centro de Formação de Tecnólogos, em especialização, mestrado ou doutorado e que atuam nos Cursos
Bananeiras, remontam à criação do Patronato Agrícola Vidal de Técnicos Presenciais e nos Cursos Técnicos à Distância.
Negreiros, cuja inauguração se deu em 1924. Quarenta anos depois, Tem como público-alvo alunos que concluíram ou estão em
recebeu a denominação de Colégio Agrícola Vidal de Negreiros fase de conclusão do Ensino Fundamental e Médio e que desejem
(CAVN). Em 1976, foi vinculado à UFPB, quando da criação do Centro de atuar nas áreas da Agricultura, da Zootecnia, da Agroindústria e da
Formação de Tecnólogos, juntamente com o Curso Técnico de Nível Aquicultura.
Superior em Cooperativismo, este último com atividades encerradas. O importante papel profissionalizante do Colégio Agrícola
Atualmente, o CAVN integra o Centro de Ciências Humanas, Sociais e Vidal de Negreiros vai muita além da educação. O CAVN contribui
Agrárias (CCHSA), Campus III da Universidade. fundamentalmente para o desenvolvimento regional, com foco na
O Colégio Agrícola Vidal de Negreiros tem tradição na sustentabilidade e na tecnologia, além de proporcionar, por meio de
excelência de Ensino Técnico, em especial pela alta qualificação de pesquisas e projetos de extensão, melhorias na qualidade de vida da
seu Corpo Docente, contando com profissionais que possuem população.

| 159
ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE (ETS)
A Escola Técnica de Saúde (ETS) da UFPB foi criada pela Lei
Estadual nº 875 de 24.01.1953, com denominação inicial de Escola de
Auxiliar de Enfermagem da Paraíba, e incorporada por ocasião da
federalização da Universidade Federal da Paraíba, em 1960.
A ETS, que integra o Centro de Ciências da Saúde (localizado
no campus I, em João Pessoa) contempla os quatro pilares
institucionais: ensino, pesquisa, extensão e inovação.
A Escola oferece atualmente os cursos: Técnico em
Enfermagem, Técnico em Próteses Dentária, Técnico em Análises
Clínicas e o Técnico em Cuidados de Idosos, este último ofertado na
forma articulada e concomitante à Educação de Jovens e Adultos
(EJA).
Além dos cursos técnicos regulares ofertados, a Escola
Técnica de Saúde trabalha, entre outros, com capacitações, formação Escola Técnica de Saúde em campanha do Outubro Rosa
continuada, projetos de extensão, PIBIC-E, PROTEC, Pós-Graduação
Latu Sensu, além da atuação em vários Programas específicos da
Rede Federal como os Cursos do Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC).
A ETS tem promovido a inclusão de pessoas no mundo do
Em 2020, a ETS implantou os Cursos de Formação Iniciada
trabalho por meio da formação profissional, proporcionando
através do Programa Novos Caminhos (PNP), ofertando mais de 800
conhecimentos contextualizados com fundamentação ético-técnico-
vagas para formação de profissionais para o combate da COVID-19,
científica, com foco ainda na humanização, voltada para a prática do
qualificando um perfil específico para o mundo do trabalho tendo
cuidado ao indivíduo, família e comunidade.
como pressuposto a demanda local.

160 |
CENTRO DE REFERÊNCIA DE ATENÇÃO À SAÚDE (CRAS)
Com o intuito de proporcionar o acesso aos serviços básicos de saúde e atenção médico-
ambulatorial à comunidade universitária, o Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal da
Paraíba, criou em 2010, o Serviço de Atenção à Saúde (SAS), idealizado pela professora Virgínia Lúcia
Siqueira de Melo e pela então diretora do CCS, Margareth Diniz.
Inicialmente, o serviço era direcionado à prestação de atendimento a técnico-administrativos,
professores e estudantes da UFPB, e restringia-se ao atendimento médico e de odontologia clínica.
O projeto piloto tinha como principal objetivo e base de sustentação o fato do atendimento se
localizar dentro da própria UFPB, facilitando o acesso dos usuários da comunidade acadêmica ao
atendimento médico e odontológico.
Com a grande demanda de usuários que procuravam o serviço, surgiu a expectativa de crescimento e
expansão no nível de abrangência do atendimento do SAS e, em 2014, o SAS passou a Centro de Referência
em Atenção à Saúde (CRAS), tornando-se um órgão suplementar da Reitoria.
Hoje, além de atender técnicos, docentes e discentes da UFPB, o CRAS, via o projeto de extensão Virginia Melo, fundadora do CRAS
‘Ampliação do Público Alvo do Centro de Referência em Atenção à Saúde CRAS’, tem oferecido atendimento
gratuito, também, entre outros, a dependentes de servidores da UFPB, trabalhadores terceirizados que
atuam na universidade e servidores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).
O CRAS tem desenvolvido atendimento de qualidade e humanizado, por meio de uma equipe
multiprofissional especializada. A unidade de saúde tem sido espaço de fundamental importância para
estágios nas mais diversas áreas do conhecimento, através de projetos de ensino, pesquisa e extensão.

| 161
EDITORA UFPB
A Editora da UFPB, fundada em 1962 como Imprensa
Universitária, atua como órgão responsável pelo recebimento,
editoração impressa e/ou digital e disponibilização de livros
acadêmicos da Universidade Federal da Paraíba.
Tem como princípios norteadores disseminar conhecimento e
cultura, incentivar a pesquisa e tornar a memória da Universidade
mais evidente enquanto uma instituição promotora do saber
científico, por meio da publicação e divulgação de obras de sua
comunidade acadêmica, em especial.
A Editora UFPB investiu, nos últimos anos, em modernização e
possui um sistema de submissão de livros totalmente digital que
serve para o acompanhamento de todas as etapas de confecção das
obras. Além disso, a ferramenta tem sido usada como vitrine para
divulgacão e venda dos livros físicos e digitais.
A equipe da Editora UFPB é formada por profissionais
qualificados nas áreas de Tecnologia, Administração, Bibliote-
conomia e de Mídias Sociais, e tem em seu catálogo, nos últimos nove
anos, mais de 900 publicações.

BIBLIOTECA CENTRAL

Reinaldo Lucena, Diretor da Editora da UFPB, em evento da Livraria Móvel

162 |
Apesar de prevista desde 1961, no Regimento da UFPB, só a
partir de 11 de agosto de 1967 surgiram os primeiros passos para a
criação de uma Biblioteca Central, estabelecendo como obra
prioritária a construção de um prédio, logo na primeira etapa de
edificação do campus de João Pessoa. O prédio permaneceu
inconcluso até 1980, quando passou a sediar a Reitoria,
transferida da Lagoa no início do reitorado de Lynaldo Cavalcanti
de Albuquerque.
No final de 1976 iniciou-se todo um processo de
estruturação e implantação da Biblioteca Central, a partir da
junção das treze Bibliotecas Departamentais existentes naquela
época.
Ao longo do tempo, a Biblioteca cresceu e se modernizou,
sempre acompanhando as novas tecnologias, com o exemplo da
implantação de uma máquina de autoatendimento, onde o
usuário pode, sozinho, realizar empréstimos e devoluções dos
livros.
Atualmente, seu acervo conta com quase 250 mil livros
físicos, mais de 240 mil livros eletrônicos e cerca de 40 mil
periódicos do Portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes).
Ao lado das Bibliotecas Setoriais, a Biblioteca Central
forma o sistema de bibliotecas da instituição que, até o momento,
contabiliza 22 espaços.

| 163
SUPERINTENDÊNCIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
(STI)
A Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) é um
dos órgãos auxiliares de direção superior da Reitoria da Universidade
Federal da Paraíba. Tem objetivo de prover serviços de Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC) que apoiem a UFPB no
desenvolvimento do ensino, pesquisa, extensão, gestão acadêmico-
administrativa e serviços à comunidade, de acordo com as diretrizes
estratégicas institucionais; com o plano de desenvolvimento
institucional; com os planos específicos para a área de TIC e com as
recomendações emanadas pelo Comitê de Gestão e Tecnologia da
Informação. 
A STI foi instituída em 2013, em substituição ao Núcleo de
Tecnologia da Informação (NTI).
Para promover um trabalho eficaz e eficiente, a STI criou nove
Gerências específicas para o desenvolvimento das atividades, o que
resulta em um atendimento rápido da alta demanda que existe na Hermes Pessoa Filho, Superintendente da STI
UFPB.

ORQUESTRA SINFÔNICA (OSUFPB)

A Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba


(OSUFPB) estreou em 06 de abril de 2013, sob a regência do maestro
Gustavo Paco de Gea.
Ao surgir, a OSUFPB inaugurou uma nova era na cena sinfônica
do estado da Paraíba, pois cumpria finalidades acadêmicas,
estimulando a relação pedagógica entre professores e alunos,
contribuindo ainda para a formação de plateia e para dar escoamento
aos projetos da área de música da UFPB, tanto no campo da
performance como de composição e musicologia.
A OSUFPB tem cumprido papel diferenciado na cena musical e
educacional, pois, além de trabalhar com peças da tradição
orquestral, também executa obras inéditas ou de cunho
experimental, que não atendem aos interesses mercadológicos, mas
que são resultados importantes de trabalhos de pesquisa. OSUFPB (2019)
Ligada ao Laboratório de Música Aplicada (LAMUSI), do Centro
de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) da UFPB, a OSUFPB tem a Sala
Radegundis Feitosa como sua sede oficial.
A orquestra conta hoje com 22 servidores concursados como
técnico-músicos, além da participação de professores e alunos dos
Departamentos de Música e Educação Musical da UFPB, e ainda de
colaboradores voluntários.
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

164 |
No reitorado Guilhardo Martins Alves, ao final da década de
60, teve início a edificação de vários prédios no atual campus I da
UFPB, entre eles o do Hospital Universitário (HU). Por portaria do
reitor Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, foi constituído um grupo
consultivo para orientar e supervisionar a construção e implantação
do HU.
Entre 1976 e 1978 começaram a funcionar algumas unidades de
clínicas e em 12 de fevereiro de 1980 foi inaugurado oficialmente o
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW).
Há 40 anos, o HULW é referência no atendimento pacientes do
Sistema Único de Saúde (SUS), para todo o estado da Paraíba e para
outros Estados. Destaca-se também por sua atuação como hospital-
escola nas áreas de ensino, pesquisa e extensão, apoiando a
formação de qualidade de profissionais da saúde.
O Hospital Universitário Lauro Wanderley conta com 218 leitos
e tem importante papel na atenção à saúde, tendo em vista a
diversificação de especialidades disponíveis. A instituição oferece
serviços de saúde de média e alta complexidade (ambulatorial e
hospitalar), em 15 linhas de cuidado e 48 especialidades médicas.
A cada ano, são realizadas cerca de 200 mil consultas
ambulatoriais e 9,5 mil internações. Em sua estrutura, o HULW dispõe
de laboratórios, oito gabinetes odontológicos, 134consultórios, 11
salas de cirurgia e cinco unidades de internação com diversas
enfermarias (clínica médica; cirúrgica; obstétrica; pediátrica;
doenças infecciosas e parasitárias), além de três Unidades de Terapia
Intensiva (UTIs): neonatal (6 leitos); pediátrica (4 leitos / Tipo III);
adulta (14 leitos).
Desde dezembro de 2013, o Hospital é uma das filiais da
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

Flávia PImenta, Superintendente

| 165
COMISSÃO DE GESTÃO AMBIENTAL (CGA)
A Comissão de Gestão Ambiental (CGA) da UFPB foi criada em
2013 com o objetivo auxiliar a Reitoria no diagnóstico e formulação de
estratégias de enfrentamento do passivo ambiental da universidade,
mediante a elaboração de programas de gestão ambiental.
A CGA é composta por professores, alunos bolsistas e
voluntários, além de um servidor técnico-administrativo, todos da
instituição. Estagiários do CGA
Suas atividades contemplam quatorze programas ou campos
de atuação, são eles: Coleta Seletiva, Compostagem; Resíduos da
Construção Civil; Resíduos Químicos; Monitoramento de Preguiças;
Resíduos Eletroeletrônicos; Restauração Florestal; Gestão de Águas;
Tratamento de Lâmpadas; Área Verde; Uso e Ocupação Sustentável,
Consumo Consciente, Restauração Florestal e Comunicação.
Dessa forma, desde sua criação, a Comissão desenvolve
diversas ações dentro da Universidade, dentre elas, as Pontes de
Corda, o Trote Verde, Papa-Pilhas, Bicho-Preguiça e Descontaminação
de Lâmpadas Fluorescentes trazendo assim, benefícios para a
instituição e também para a sociedade. 
Em 2017, a Comissão conseguiu implementar o Plano de
Gerenciamento de Resíduos Químicos para coletar os resíduos
proveniente dos laboratórios de ciências biológicas e da área de
saúde, e assim, direcioná-losa um destino ainda mais adequado.

Joácio Morais, presidente da Comissão de Gestão Ambiental

COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE (CIA)


O Comitê de Inclusão e Acessibilidade (CIA), criado em 2011, é
um exemplo das iniciativas tomadas pela universidade para melhorar
o acesso e permanência de pessoas com deficiência no Ensino
Superior.
A partir da sua regulamentação, em novembro de 2013, o CIA
expandiu o atendimento para além dos estudantes, englobando
também os servidores. Além disso, incluiu em suas demandas
pessoas com transtornos mentais (como dificuldades de aprendi-
zagem, por exemplo) e, atualmente, conta com uma subsede em
todos os Campi da UFPB.
O Comitê tem o papel de agir para proporcionar a igualdade
de oportunidades para as pessoas com deficiência que circulam
dentro da UFPB.
O CIA conta com a participação de alunos-apoiadores. Eles
são responsáveis por auxiliar os alunos com deficiência durante o
período em que estejam na universidade.

Andreza Polia, Coordenadora CIA

166 |
FÓRUM UNIVERSITÁRIO
O Fórum Universitário da Universidade Federal da Paraíba,
criado em 1976, tem como atribuição promover e ampliar o debate de
ideias, recolher e sintetizar sugestões provenientes das diversas
áreas acadêmicas que constituem a sua comunidade universitária,
bem como das entidades representativas da sociedade civil,
sindicatos e associações comunitárias e organismos de caráter
híbrido que congregam representantes da sociedade e do Estado,
visando apresentar alternativas para soluções de questões regionais
e nacionais e à construção de uma Universidade autônoma,
democrática e competente.
O Fórum Universitário vem desempenhando o papel de
promotor da articulação dos setores acadêmicos da produção do
conhecimento com os órgãos de difusão científica e cultural, através
da promoção de eventos que tenham por finalidade debater e
sintetizar os assuntos escolhidos e ordenados pela rede de entidades
envolvidas.
Nos últimos anos, o Fórum vem passando por algumas
transformações estruturais para que haja ainda mais dinamismo nas
ações, com temas variados e abrangentes. Na abertura da edição de
2013, por exemplo, o Fórum Universitário da UFPB recebeu o
neurocientista Miguel Nicolelis. Na época, ele trabalhava na pesquisa
que possibilitou a um paraplégico caminhar (através da captação das
ondas cerebrais) na abertura da Copa do Mundo de Futebol de 2014,
que ocorreu no Brasil.
Bráulio Tavares no Forum Universitário

AGÊNCIA UFPB DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA


(INOVA-UFPB)
A Agência UFPB de Inovação Tecnológica (INOVA-UFPB) foi
constituída em 2013 e regulamentada um ano depois, sendo um órgão
suplementar da UFPB e tendo como missão planejar, coordenar e
controlar todas as atividades de inovação tecnológica, a exemplo de
incubações de empresas de base tecnológica, propriedade
intelectual, transferência e licenciamento de tecnologias mantidas
pela universidade.
Ao longo da última década, a instituição vem crescendo
exponencialmente em termos de registro de propriedade industrial
e, segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a
UFPB lidera desde 2018 o ranking em depósitos de patentes no país.

AGÊNCIA UFPB DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL (ACI)

| 167
A Agência UFPB de Cooperação Internacional (ACI/UFPB) foi
criada pela Resolução CONSUNI nº 44/2018, em substituição à
Assessoria para Assuntos Internacionais (AAI), com o objetivo de
promover a Política de Internacionalização da Universidade Federal
da Paraíba (UFPB), regulamentada pela Resolução CONSUNI nº
06/2018. A ACI/UFPB conta com uma estrutura que engloba
Presidência, Secretaria, setor de Tradução e três diretorias: Diretoria
de Mobilidade que acompanha o fluxo de saída e entrada de
docentes, discentes e técnicos para fora do país e para a UFPB;
Diretoria de Relações Interinstitucionais que auxilia na efetivação
dos convênios internacionais da UFPB com instituições estrangeiras e
Diretoria de Divulgação de Ações Acadêmicas e Científicas
responsável pelo site, redes sociais e elaboração de material de
apresentação da UFPB.
Universidade Federal da Paraíba tem acumulado boas
práticas institucionais na área da internacionalização. Atualmente,
possui mais de oitenta (80) acordos de cooperação acadêmica com
instituições estrangeiras nos continentes africano, americano,
asiático e europeu. Essas relações internacionais têm a finalidade de
compartilhar soluções para temas convergentes, oferecer
mobilidade entre docentes e discentes, entre outras. Anualmente,
são oferecidas, aproximadamente, cinquenta (50) vagas para
discentes da graduação em universidades no exterior.
Na esteira das ações internacionais, desde 2018 aUFPB
participa do Edital CAPES-PrInt, com duração de quatro (4) anos, cujo
objetivo é incentivar e incrementar o impacto da produção
acadêmica e científica nos Programas de Pós-Graduação da
instituição. Em 2019, a UFPB adere à iniciativa da Organização das
Nações Unidas (ONU), denominada United Nations Academic Impact
(UNAI), uma rede que integra mais de 1.300 instituições de ensino
superior ao redor do mundo e que visa cooperar para a consolidação
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos na
Agenda 2030 da ONU. Em 2020, é classificada entre as 100 melhores
universidades da América do Sul, de acordo com o ranking
internacional The Latin America University Rankings 2020, publicado
pela revista britânica Times Higher Education.

Iure Paiva, ACI

168 |
SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA – SINFRA

A Superintendência de Infraestrutura – SINFRA é um órgão suplementar da Reitoria responsável


pelo gerenciamento da execução das atividades de infraestrutura da Universidade Federal da Paraíba –
UFPB.
Compete à Superintendência de Infraestrutura – SINFRA planejar, coordenar, organizar, executar,
fiscalizar e avaliar as atividades de infraestrutura, com base no Plano de Desenvolvimento Institucional, no
Plano de Gestão, no Plano Diretor e na legislação vigente. Operacionalizar a política de urbanismo e de
gestão ambiental, planejar, elaborar, executar, fiscalizar e receber obras e serviços de engenharia,
arquitetura e manutenção, gerenciar a utilização de espaços físicos comuns e outras atribuições. Antônio Leal, SINFRA

SUPERINTENDÊNCIA DE ORÇAMENTO E FINANÇAS – SOF


A Superintendência de Orçamento e Finanças – SOF foi criada a partir da Resolução nº 42/2018, de
30/01/2019, e iniciou suas atividades em 15/03/2019. A SOF foi criada como parte de um projeto maior de
reestruturação administrativa, que teve como foco o desmembramento da Prefeitura Universitária em
várias Superintendências, ficando a SOF responsável por essa UG após tal desmembramento e tendo
como missão dar suporte orçamentário e financeiro aos Órgãos Suplementares da reitoria da UFPB.

Idacio Rodrgues, SOF


SUPERINTENDÊNCIA DE LOGÍSTICA DE TRANSPORTE – SULT
A Superintendência de Logística de Transporte – SULT é um órgão suplementar da Reitoria
responsável pelo gerenciamento das atividades de logística de transporte e equipamentos da UFPB.
Parágrafo Único. A SULT administra as suas contratações e aquisições através da gestão financeira e
contábil da Superintendência de Orçamento e Finanças – SOF.

SUPERINTENDÊNCIA DE SERVIÇOS GERAIS – SSG


A Superintendência de Serviços Gerais – SSG é um órgão suplementar da Reitoria responsável pelo
gerenciamento das atividades de serviços gerais da UFPB. Compete à SSG planejar, coordenar, organizar, Emanuela Gonçalves, SULT
executar e avaliar as atividades de serviços gerais, com base no Plano de Desenvolvimento Institucional e
no Plano Anual de Gestão. As atividades da SSG englobam os níveis estratégico, tático e operacional.

SUPERINTENDÊNCIA DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL – SSI


A Superintendência de Segurança Institucional – SSI é responsável pelo planejamento, execução e
avaliação de projetos e atividades relacionadas à segurança institucional da Universidade Federal da
Paraíba, nos limites impostos pela Política de Segurança Institucional. Compete à SSI coordenar as ações
do Comitê de Segurança Institucional – CSI, vinculado à Reitoria, que deve atuar como órgão consultivo e
propositivo em questões estratégicas de segurança, ao qual caberá, inclusive, promover a articulação com Amauri Felix, SSG
os órgãos de segurança pública municipal, estadual e federal, dentro de uma concepção sistêmica de
proteção e salvaguarda institucionais. Elaborar o Plano de Segurança Institucional (PSI) e contribuir com a
elaboração da Política de Segurança Institucional da UFPB. Implantar programas de gestão do
conhecimento em segurança institucional no âmbito da UFPB, através da utilização de sistemas
informatizados para controle de segurança e banco de dados de segurança, e estimular uma cultura de
inovação para a área, inclusive promovendo estudos, avaliações e aplicações de novas tecnologias, táticas,
técnicas e procedimentos de segurança.

Saint-Clair Avelar, SSI

| 169
TV UFPB
Inaugurada em 2005, a TVUFPB, afiliada à TV Brasil, tem
investido na aquisição de equipamentos e na modernização das
instalações. Em 2018, a emissora universitária foi totalmente
digitalizada e tem programação em TV aberta pelo canal 43.1. Em 2015,
a TV passou a dedicar esforços para estruturar o estúdio de gravação
que se encontra, atualmente, finalizado e em funcionamento.
A TVUFPB está em consonância com a vocação de todas as TVs
públicas e educativas veiculando programas voltados para toda a
sociedade com informações de serviços disponibilizados pela
universidade.
A grade de programação tem foco na divulgação dos projetos e
das ações de ensino, pesquisa e extensão da UFPB, além de contribuir
com a difusão dos valores e da diversidade cultural do estado e da
região. Entre os principais programas estão: Nordeste Sim Sinhô; Frame da minissérie "O sumiço de Santo Antônio"
Canal de Histórias; Jornal Universidade, UFPB Acontece e Paulo Freire
Vivo, este último tem alcançado vários países da Europa e da América
Latina. Além disso, a emissora tem cumprido seu importante papel de
TV-Escola ao preparar e capacitar estudantes/estagiários dos
diversos Cursos da área da Comunicação: Jornalismo, Radialismo e
Mídias Digitais.
Já foram diretores da TV UFPB os professores David Fernandes,
Sandra Moura, Wilfredo Maldonado. Atualmente, a TV é dirigida pelo
jornalista e técnico-administrativo Bob Vagner.

RESTAURANTES E RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS


A Assistência Estudantil constituiu-se em preocupação da
administração central desde os primórdios da UFPB. Em 1960, iniciou
o funcionamento do restaurante universitário no Clube do Estudante
Universitário, onde atualmente é o Cassino da Lagoa, no Centro de
João Pessoa. Com a construção do campus I da UFPB, em João Pessoa,
foi edificado também o Restaurante Universitário (RU). Em 2018, esse Equipe da minisserie
RU passou por grande reforma estrutural e funcional.
Cada campus conta com um restaurante que oferece
alimentação gratuita para alunos de baixa renda devidamente
cadastrados.
As residências femininas e masculinas também acompanham
a história da UFPB, tendo em vista a existência de alunos de baixa
renda oriundos do interior do estado e de estados vizinhos.
Atualmente atende-se cerca 800 residentes nos quatro campi.

Superintendente Bob Vagner, TVUFPB

170 |
PROCURADORIA FEDERAL - UFPB
A PROCURADORIA FEDERAL-UFPB é uma instância da
Advocacia-Geral da União. Seu objetivo é garantir que o
desenvolvimento da universidade esteja amparado pela legislação. A
função que mais exige atenção é a de consultoria, onde são
respondidas dúvidas e analisadas questões enviadas por membros
de toda a comunidade acadêmica.
O resultado desse trabalho é a produção diária de diversos
pareceres sobre convênios, contratos, licitações, editais, processos
administrativos disciplinares, questões acadêmicas, entre outros.

OUVIDORIA GERAL
Carlos Octaviano de Medeiros Mangueira, Procurador Federal - UFPB
A Ouvidoria Geral na Universidade Federal da Paraíba foi
criada em 2011, por meio da Resolução nº 26/2011, do Conselho
Universitário (CONSUNI), para garantir um espaço que defendesse os
direitos dos servidores, estudantes e de toda a sociedade. Além de
assegurar direitos, hoje, o órgão tem indicadores de qualidade em
relação aos serviços prestados.
Na perspectiva de oferecer serviços públicos ainda mais
eficazes e desburocratizá-los, a Ouvidoria da UFPB atendeu a todas as
normas do Decreto nº 9.094, de julho de 2017, que determinou novas
funcionalidades para o sistema Sistema de Ouvidorias (e-Ouv) que
compõem a Ouvidoria-Geral da União. Além de registrar as
declarações, o e-Ouv permite acompanhar o andamento e verificar a
resposta.
Para facilitar o diálogo entre cidadão e Poder Público, a
Ouvidoria da UFPB oferece cinco opções de manifestação: sugestão,
elogio, solicitação, reclamação, denúncia e o Simplifique. Este último
possibilita que todos os cidadãos realizem pedidos para simplificar
os serviços prestados por órgãos e entidades públicas

Barbara Ferreira de Freitas, Ouvidora Geral da UFPB

SUPERINTENDÊNCIA DE ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E


TECNOLÓGICO (SEBTT)
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio
de resolução do seu Conselho Universitário (Consuni), criou a
Superintendência de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (SEBTT). A
estrutura, ligada à reitoria, deve promover a integração dessas áreas
de ensino na universidade, hoje ofertadas pelo Colégio Agrícola Vidal
de Negreiros (CAVN), localizado no campus III, em Bananeiras, e pelas
Escolas Técnica de Saúde (ETS) e de Educação Básica (EEBAS), que
funcionam no campus-sede, em João Pessoa.
A Superintendência tem a missão de assessorar a gestão no
planejamento, no monitoramento, na integração e na melhoria da
qualidade do EBTT na instituição, além de fortalecer as atividades de
ensino, pesquisa e extensão das unidades de ensino básico, técnico e
tecnológico da UFPB.

Gildeci Alves Lira, Superintendente da SEBTT - UFPB

| 171
Parte 7

Iconografias

Primeira reitoria
Prédio da Reitoria em construção
Instalação da Universidade da Paraíba. 30/11/1956 José Américo de Almeida e o Maestro Arlindo Teixeira

Deputado Abelardo Jurema Evento no reitorado Humberto Nóbrega (José Pedro Nicodemos e outros)

Primeira Congregação da FACE, João Pessoa Evento na FAFI, com Juarez da Gama Batista

174 |
Ciclo de Debates sobre Educação Brasileira, 1979, com Darcy Ribeiro
Virgínius da Gama e Melo, 1975 (Paulo Inácio, Silvio Alem, José Luiz Braga e Carmélio Reynaldo)

Equipe do reitor Berilo Borba (Auxiliadora Borba, Gessé Meira,


Homenagem ao vice-reitor Serafim Rodriguez Martinez Martinho Salgado)

Integrantes da equipe do reitorado Lynaldo Cavalcanti


(Paulo Pires e Edgard Bartollini) Reunião do reitor Jackson Carvalho com Décio Leite e Luciano Maia

| 175
Simpósio Nacional da ANPUH, 1981 (Rosa Godoy, Emília Freire, reitor Rádio Universitária, 1985 (Josinaldo Malaquias,
Jackson de Carvalho, Alice Canabrava-USP, Sílvio Frank Alem e outros) Ruth Avelino, Nódge Filgueiras)

Alunos do Curso de Extensão de Música, 1981(Flávio Fernandes,


Evento do CCHLA, 1984 (Otília Maia, Eleonora M. de Oliveira) Sandoval Moreno, Radegundis Feitosa e o professor Jacques Gesten)

Premiação de evento do Grêmio Desportivo dos Reitor Antonio Sobrinho (Marconi Timóteo, João Batista, Wilson, Anibal
Motoristas (Mirabeau Dias, Wilson e Josildo) Campus I Costa, Mirabeau, Josildo, Ailton e outros)

176 |
Evento no CCHLA (Da esquerda para a direita: Elvira D’amorim, Lais Aderne,
Milton Paiva, Iveraldo Pimentel, Humberto Melo, Carmen Izabel e Altimar Pimentel Encontro de Ensino de Ciências Agrárias (Lauro Pires Xavier e outros)

Reunião do reitor Neroaldo Pontes com Carlos Minor, Vicente


Evento do NAC, com Raul Córdula e outros Albuquerque e outros, do Parque Tecnológico da Paraíba

Equipe do CCS (Guilherme D´Ávila Lins, Dr. Meireles, Zoraide Bezerra Lins, Encontro de Comunidades - PRAC, 1993
Reitor Neroaldo Pontes, Rosa Godoy e outros (Reitor Neroaldo Pontes, Pró-reitor Ivan Targino e outros)

| 177
Visita do reitor Neroaldo Pontes ao CCA (Luiz Custódio, Ivanildo Evento no CH (reitor Neroaldo Pontes, Roberto Siqueira, Jurandir Xavier,
Vasconcelos e outros) João Rodrigues e outros)

Assinatura do Livro Vermelho da Anistia Internacional,


Equipe do CFP com reitor Jader Nunes reitor Jader Nunes, Comissão de Direitos Humanos e outros

Evento A UFPB e as tecnologias educacionais, 2000


Visita do candidato a presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva, 1998 (Mário Assad, Marcos Brasileiro, Edna Brennand, e outros)

178 |
Assinatura de convênio com o INCRA e a FUNAPE, reitorado Jader Nunes Assinatura de convênio com a DEMEC, 1997

Colação de Grau no CCJS (Jader Nunes, Neroaldo Pontes,


Angela Abrantes e outros) Reunião do DCE com o reitor Jader Nunes, gestão Rodrigo Soares - 1997

Encontro Unificado de Ensino, Pesquisa e Extensão, 1998 (Maria José Lima, Lançamento da Coleção História Temática da Paraíba, 1999
Ester Rossini (CNPq), reitor Jader Nunes, Sílvio Rossi, Rossana Souto Maior Serrano) (Neiliane Maia, Irene Rodrigues, Laura Baracuhy)

| 179
Encontro do reitor Jader Nunes, Babyne Neiva (Biblioteca Central) Gil Messias
(Procuradoria Jurídica), Livramento Bezerra, Onélia Queiroga, Fátima Donato Equipe do NEPREMAR com o reitor Jader Nunes (Juraci Alves de
(professores do CCJ) e representantes da Academia de Letras de Pombal Melo, Gilson Ferreira de Moura, Ricardo de Sousa Rosa, Gilson Melo)

Equipe do CCA, reitorado Jader Nunes de Oliveira Equipe do CFT/CAVN (Roberto Germano, Mucio Souto e Genival Azevedo

Congresso Ibero-Americano de Extensão, São Paulo - 2001


(Hector Rossi, José de Melo Neto, André Sassi, Lúcia Guerra,
Rossana Serrano. Amparo Caetano e Nazaré Zenaide). Equipe do CSTR (Carlos Pena e Paulo Bastos)

180 |
Equipe do CCEN com o reitor Jader Nunes (José Vitaliano de Carvalho,
Antonio do Vale Filho, Carmen Alonso, Benedito Vasconcelos Aragão, Equipe do CFT (Marcos Gama - CCT, Chateubriand Bandeira,
Zoraida Davino de Medeiros, Umbelino de Freitas Neto) José Mancinelli e outros)

Equipe da INCUBES e SEAMPO, (Francisco Holanda, Edinaldo Rosendo Encontro Estadual de Residências Universitárias, 2001 (Kleber Salgado
e Francisco Xavier) - 2005 Bandeira e estudantes)

Olimpíada de Matemática - 2004 (Vice-reitora Yara Matos com


alunos premiados) Passeata dos alunos do convênio com os movimentos sociais do campo, 2004

|181
Coordenação do NEUD e da Anjos do Asfalto, 2004 (Almiro Coronel,
Equipe da PRAC, funcionários e bolsistas, 2004 Iolanda Beserra, Frederico Machado, Auxiliadora Pereira)

Equipe do SEAMPO (Bernadete Oliveira, Socorro Borges, Maria Helena,


Aparecida Guimarães) Evento no DECOM (José Luiz da Silva e Jomard Muniz)

Reinauguração da Quadra de Tenis, campus I, 2005 (Pierre Normando


Gomes e Narcildo Cardoso da Silva) Evento na ASUFEP

Pesquisadoras do NDIHR, 2005 (Vitória Barbosa, Ana Andréa Amorim,


Naúgia Araújo, Laudereida Marques) Equipe do NESC (Lindenberg Medeiros e Roseana Meira)

182 |
Equipe do Reitorado Rômulo Polari (2004)

Farmácia-Escola - professores e alunos orientam publico sobre utilização


Cerimônia de Colação de Grau do CCTA (2018) de medicamentos (2019)

Teatro Lima Penante - Núcleo de Teatro Universitário Colação de Grau do CCTA

| 183
Orlando Tejo assinando contrato de edição de Zé Limeira, poeta do absurdo Fachada do Núcleo de Arte Contemporânea. Exposição Projeto Lambe-Lambe

Maestro Pedro Santos, regendo na Igreja de São Francisco Reitor Guilhardo Martins em confraternização na Odontologia

XXX Jogos Universitários Brasileiros (1979) Professores Francisco Junior e Waldir Braga, pesquisadores do CBIOTEC

184 |
Visita do Comitê Paralimpico Brasileiro à Reitora Margareth Diniz Equipe da Editora da UFPB. De camisa cinza a Diretora, Izabel França

Equipe do curso de Fonoaudiologia (CCS), que trabalha a Síndrome de Down Professor João de Lima, Eric Paulino e o professor Linduarte Noronha (1999)

Projeto Casa Nordeste, do curso de Arquitetura e Urbanismo (2019) Diretor do CEAR, Zaqueu Ernesto e alunos da Equipe UFPBFormula

| 185
Natália Almeida (recordista em lançamento de dardo); Petrúcio Ferreira (recordista
mundial nos 100 e 200m); Pedro Almeida (Professor da UFPB e treinador);
Sandra Moura (CCTA), Madrilena Feitosa (CI) e Emilia Barreto (CCTA) e Cícero Valdiran Nobre (Campeão mundial na prova de dardo)

Evento na sala Preta do DAC. Osvaldo Trigueiro, Jeremias Isais, Neroaldo Azevedo, Inauguração do NAC. Silvino Espinola, Mário Pedrosa e Paulo Sergio Duarte.
Reitor Antonio Sobrinho e Alarico Correia Neto (em pé) À direita, de blazer claro, o Deputado Manuel Alceu Gaudencio

Museu Casa de Hermano José Estagiário dirigindo o programa Jornal Universidade, da TVUFPB

186 |
Solenidade de inauguração do NAC. Reitor Lynaldo Cavalcanti, Roberto Pontual,
Desfile dos X Jogos Universitários em João Pessoa (1966) Antônio Dias e Alberto Beuttentmuller. No fundo o professor Chico Viana e Ziraldo.

Participantes do PalhaSUS em ação no HULW Inauguração do Laboratório para testes do COVID 19

Mostra de Cinema Independente. Coordenador Pedro Nunes discursa (1982) Laboratório de Farmácia (1967)

| 187
Reunião na PRAC. Wills Leal, Iveraldo Lucena, Osvaldo Trigueiro, Chico Pereira,
Posse dos Diretores e Vice-Diretores de Centro, eleitos em 2016 Laís Aderne e Altimar Pimentel

Reitor Lynaldo Cavalcanti em solenidade esportiva Inauguração da sede do NAC. Alberto Beuttenmuller, Roberto Pontual e Ziraldo

Equipe do projeto de capacitação de microempreendedores do Vale do Mamanguape,


formado por alunos e professores de Ciências Contábeis - CCAE (2019) Professora Olga Tavares na comemoração dos 60 anos

188 |
XVI Congresso da ANDES. João Pessoa, (1997) Reunião na UFPB para discutir rumos do cinema paraibano

Empresa Júnior PLANEJ, formada por alunos de Engenharia e Arquitetura (2019) Maestro Carlos Anisio, na comemoração dos 60 anos da UFPB

Equipe da Pró-Reitoria de Administração Equipe da Pró-Reitoria de Administração

| 189
Inauguração do fosso da Sala de Concertos Radegundis Feitosa. Regente Carlos Anisio Laboratório de Parasitologia. Faculdade de Farmácia

Ademar Neto, José Maurício Ramos, Eules Macedo e Alexsandro Virgínio,


Intervenção no muro do Departamento de Artes pesquisadores do CEAR

Cristina Aldrigue e o Diretor do CCTA, David Fernandes, na Sala Radegundis Feitosa Conselho Universitário aprova metodologia para modernização do Estatuto

190 |
Professora Laís Aderne, fundadora do curso de Educação Artistica Zaqueu Ernesto (CEAR), Wilson Aragão (CE) e Luiz Júnior (CE)

Reunião para consolidação da Superintencia de EBTTs Posse de Arnaldo Tavares na EBSERH

Vistoria da Livraria Casa do Livro. Carmelio Reynaldo, Reitor Jader Nunes,


José Luiz e José Francisco de Melo Neto Alunos na Sala Preta. No centro professor Sebastião Pedrosa e Eleonora Menecucci

| 191
Equipe da Codeor, coordenada pela professora Renata Câmara Annelsina Trigueiro, Jamile Miriã, Suelly Maux e Severinho Lucena, DECOM

Equipe da Codeor - PROPLAN João Andrade (CTDR), Wilson Aragão (CE) e Swammy Soares (CE)

Guido Lemos, pesquisador do CI, entrega a formando o Diploma Digital Festival Internacional de Coros, coordenado pelo professor Eduardo Nóbrega

192 |
Professor Radegundis Feitosa e seu trombone Concerto de Carnaval 2020 da OSUFPB, Maestro Carlos Anísio

Mostra de Cinema Independente no Lima Penante (1982) Tourneé da OSUFPB pelo Nordeste

Aula de campo, com a professora Suelly Maux (2019) Assembleia dos sindicatos no Centro de Vivência (2018)

| 193
Solenidade na Reitoria em 1980. À direita Francisco Pereira, Arion Farias,
Manoel Clemente, Jurandy Moura, Reitor Milton Paiva, Carmen Isabel Carlos Silva
Trote do curso de Medicina, antes da proibição
e Iveraldo Lucena

Ronaldo Monte, Glória Monte e Rubens Nóbrega em lançamento de livro Jogos Universitários Brasileiros (1964)

Evento do CCHLA. David Fernandes, Terezinha Fialho, Mirabeau Dias, Luiz Couto,
Maria Alice Serrano, Wilfredo Maldonado e Arion Farias Pista olímpica de atletismo do CCS

194 |
Discurso de D. José Maria Pires, Paraninfo geral 1970 Abertura dos Jogos Universitários (1964)

De vestido branco a professora Norma Romano regendo a orquestra infantil do


curso de Música da UFPB Exposição de obras de alunos e professores do Departamento Cultural (1966)

Atelier de arte infantil, coordenado pela professora Lourdes Medeiros Entrevista do Reitor Guilhardo Martins à TV Borborema (1966)

| 195
Evento na ASIP em comemoração ao dia das Mães, com presença da
Equipe do Projeto nas Olimpiadas Paraibana de Educação Financeira - CCSA (2019) Reitora Margareth Diniz

Professor e artista plástico Hermano José Reunião da equipe Lideri, agencia júnior do curso de Relações Internacionais

Professor Eduardo Sérgio (Diretor CCM) em projeto de extensão (2019) Equipe da Biblioteca Central

196 |
Evento em homenagem ao Professor e artista plástico Hermano José Professor Arion Farias rece da Reitoria Margareth Diniz diploma de Honra ao Mérito

Reunião com o Prefeito de João Pessoa sobre licenciamento de obras da UFPB Programa Conexão Ciência, da TVUFPB, dirigido por Edna Brennand

Quinteto da Paraíba: Ronedilk Dantas, Thiago Formiga, Xisto Medeiros, Nilson Galvão
e Ulisses Silva Leocádia Felicio e Vitaliano de Carvalho recebendo título de Professor Emérito

| 197
Universidade Federal da Paraíba
PROPLAN - PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO
ELIZETE VENTURA DO MONTE
PRÓ-REITORA
RENATA PAES DE BARROS CÂMARA
COORDENADORA DE ORÇAMENTO
GUSTAVO TAVARES DA SILVA
COORDENADOR DE PLANEJAMENTO
REITORIA VERÔNICA LINS DE ARAÚJO MACEDO
MARGARETH DE FÁTIMA FORMIGA MELO DINIZ COORDENADOR DE CONVÊNIO
REITORA
BERNARDINA MARIA JUVENAL FREIRE DE OLIVEIRA PRG - PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
VICE-REITORA ARIANE NORMA DE MENEZES SÁ
RAIMUNDO BARROSO CORDEIRO JÚNIOR PRÓ-REITORA
CHEFE DE GABINETE ELIANE FERRAZ ALVES
BAGNÓLIA ARAÚJO COSTA COORDENADOR DE ESTÁGIO E MONITORIA
COORD. DA SECRETARIA DOS ÓRGÃOS DELIBERATIVOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR GERALDO DANTAS SILVESTRE FILHO
CÉSAR EMANOEL BARBOSA DE LIMA COORDENADOR DE ESCOLARIDADE
SECRETARIA GERAL DAS ASSESSORIAS - GABINETE GLÓRIA DAS NEVES D. ESCARIÃO
CARLOS OCTAVIANO DE MEDEIROS MANGUEIRA COORDENADORA DE CURRÍCULOS E PROGRAMAS
PROCURADOR GERAL ANA CRISTINA DE SOUSA ALDRIGUE
IURE PAIVA COORDENADORA COMISSÃO DE MELHORIA DE ENSINO
AGÊNCIA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
JOSÉ ANTÔNIO NOVAIS PRPG - PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUACÃO
PRES. DA COMISSÃO DIREITOS HUMANOS MARIA LUIZA PEREIRA DE ALENCAR MAYER FEITOSA
LÚCIA DE FÁTIMA FERREIRA GUERRA PRÓ-REITORA
COMISSÃO DIREITOS HUMANOS MÁRCIA BATISTA FONSECA
LUIZA ROSA BARBOSA DE LIMA COORDENAÇÃO GERAL DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
COMISSÃO PERMANENTE DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR TEREZA CRISTINA ISMAEL ESPÍNOLA DE ANDRADE
ANTÔNIO MARCUS ALVES DE SOUZA COORDENAÇÃO GERAL DE OPERACIONALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DA PÓS-GRADUAÇÃO
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
MARIA LUCIENE WANDERLEY ALVES PROPESQ - PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
CERIMONIAL ISAC ALMEIDA DE MEDEIROS
PRÓ-REITOR
SUPERINTENDÊNCIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/TV UFPB CLAUDIA DE FIGUEIREDO BRAGA
COORDENAÇÃO DE PROGRAMAS ACADÊMICOS E DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
VAGNER CESARINO DE SOUZA
SUPERINTENDENTE RENATE MARIA RAMOS WELLEN
COORD. GERAL DE PESQUISA

PRAC - PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS


PRA - PRÓ-REITORIA DE ADMINISTRAÇÃO
ORLANDO DE CAVALCANTI VILLAR
ALUÍSIO MÁRIO LINS SOUTO PRÓ-REITOR
PRÓ-REITOR
MARÇONILIA MARIA ARNOUD
SEVERINO GONZAGA NETO COORDENADORA DE PROGRAMAS DE AÇÃO COMUNITARIA
COORDENADOR DE ADMINISTRAÇÃO
ANTÔNIO GUALBERTO FILHO
ANA LÚCIA GONÇALVES DOS SANTOS COORDENADOR DE EXTENSÃO
COORDENADORA DE CONTABILIDADE E FINANÇAS
DAILTON ALENCAR LUCAS DE LACERDA
COORD DE EDUCAÇÃO POPULAR
PRAPE - PRÓ-REITORIA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL
LINCOLN ELOI DE ARAÚJO
JOÃO WANDEMBERG GONÇALVES MACIEL ASSESSOR ESPECIAL
PRÓ-REITOR
GEYSA FLAVIA CÂMARA DE LIMA NASCIMENTO SUPERINTENDÊNCIA DE ORÇAMENTO E FINANÇAS
COORD. DE ASSISTÊNCIA E PROMOÇÃO ESTUDANTIL
IDACIO RODRIGUES
SUPERINTENDENTE
SUPERINTENDÊNCIA DOS RESTAURANTES UNIVERSITÁRIOS
FERNANDO MEDEIROS
SUPERINTENDENTE SUPERINTENDÊNCIA DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL
SAINT-CLAIR AVELLAR
PROGEP - PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS SUPERINTENDENTE
FRANCISCO RAMALHO DE ALBUQUERQUE
PRÓ-REITOR SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA
DEIVYSSON HARLEN PEREIRA CORREIA ANTÔNIO LEAL
COORD. DE PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS SUPERINTENDENTE
TATIANA ADRIANO DE OLIVEIRA REITZ
COORD. QUALIDADE DE VIDA, SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO SUPERINTENDÊNCIA DE SERVIÇOS GERAIS
HARRISON EMANUEL AMAURI DE SOUSA FÉLIX
COORD. DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOA SUPERINTENDENTE

198 |
SUPERINTENDÊNCIA DE LOGÍSTICA E TRANSPORTES  CCTA - CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES
EMANUELA GONÇALVES JOSÉ DAVID CAMPOS FERNANDES
SUPERINTENDENTE DIRETOR
ULISSES CARVALHO DA SILVA
SUPERINTENDÊNCIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - STI VICE-DIRETOR
HERMES PESSOA FILHO  
SUPERINTENDENTE CEAR - CENTRO DE ENERGIAS ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS
ZAQUEU ERNESTO DA SILVA
BIBLIOTECA CENTRAL DIRETOR
LEONARDO DE OLIVEIRA CAVALCANTE EULER CÁSSIO TAVARES DE MACEDO
DIRETORA VICE-DIRETOR
 
EDITORA UNIVERSITÁRIA CI - CENTRO DE INFORMÁTICA
REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA HAMILTON SOARES DA SILVA
DIRETOR DIRETOR
LUCÍDIO DOS ANJOS FORMIGA CABRAL
FÓRUM UNIVERSITÁRIO VICE-DIRETOR
EDUARDO RAMALHO RABENHORST  
CT - CENTRO DE TECNOLOGIA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEI - HULW ANTÔNIO DE MELLO VILLAR
FLÁVIA CRISTINA FERNANDES PIMENTA DIRETOR
SUPERINTENDENTE TARCISO CABRAL DA SILVA
VICE-DIRETOR
INSTITUTO UFPB DE DESENVOLVIMENTO DA PARAÍBA -IDEP  
OTAVIO MACHADO LOPES DE MENDONÇA CTDR - CENTRO DE TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
DIRETOR PRESIDENTE
JOSÉ MARCELINO OLIVEIRA CAVALHEIRO
CARLOS ALBERTO GADELHA DIRETOR
DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
JOÃO ANDRADE DA SILVA
SINEZIO FERNANDES MAIA VICE-DIRETOR
DIRETOR CIENTÍFICO-TECNOLÓGICO E DE INTEGRAÇÃO COM A SOCIEDADE
 
JOSÉ LUIS DA SILVA NETTO JÚNIOR
COORDENADOR CIENTÍFICO-TECNOLÓGICO CCJ - CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
MARCIA CRISTINA SILVA PAIXÃO FREDYS ORLANDO SOUTO
COORDENADORA ADMINSTRATIVO E FINANCEIRO DIRETOR
  VALFREDO DE ANDRADE AGUIAR FILHO
VICE-DIRETOR
CAMPUS I  
CCS - CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CBIOTEC - CENTRO DE BIOTECNOLOGIA JOÃO EUCLIDES FERNANDES BRAGA
VALDIR DE ANDRADE BRAGA DIRETOR
DIRETOR FABIANO GONZAGA RODRIGUES
FABÍOLA DA CRUZ NUNES VICE-DIRETOR
VICE-DIRETORA  
  CCM - CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
CCSA - CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS EDUARDO SÉRGIO MOURA SOUZA
WALMIR RUFINO DA SILVA DIRETOR
DIRETOR EUTÍLIA FREIRE
ALDO LEONARDO CUNHA CALLADO VICE-DIRETORA
VICE-DIRETOR  
  ETS – ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE
CE - CENTRO DE EDUAÇÃO IVANILDA LACERDA PEDROSA
WILSON HONORATO ARAGÃO DIRETORA
DIRETOR MARIA SORAYA PEREIRA FRANCO ADRIANO
SWAMY DE PAULA LIMA SOARES VICE-DIRETORA
VICE-DIRETOR  
 
CCHLA - CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CAMPUS II
MÔNICA NÓBREGA
DIRETOR CCA - CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
RODRIGO FREIRE DE CARVALHO E SILVA MANUEL BANDEIRA DE ALBUQUERQUE
VICE-DIRETOR DIRETOR
  RICARDO ROMÃO GUERRA
CCEN - CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DA NATUREZA VICE-DIRETOR

JOSÉ ROBERTO SOARES DO NASCIMENTO  


DIRETOR
SEVERINO FRANCISCO DE OLIVEIRA
VICE-DIRETOR

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CAMPUS III UFPB
A CIÊNCIA,
CCHSA - CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E AGRÁRIAS A TÉCNICA
TEREZINHA DOMICIANO MARTINS
DIRETORA E A ARTE
PEDRO GERMANO ANTONIO NUNES
VICE-DIRETOR DA PARAÍBA
 
CAVN – COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS
EDVALDO MESQUITA BELTRÃO FILHO
DIRETOR
RODRIGO RONELI DUARTE DE ANDRADE COMISSÃO COMEMORAÇÃO 65 DA UFPB
VICE-DIRETOR
 
CAMPUS IV DAVID FERNANDES - CCTA
PRESIDENTE

CCAE - CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO JULIANNE TEIXEIRA - ARQUIVO CENTRAL


MARIA ANGELUCE SOARES PERÔNICO BARBOTIN IURE DE PAIVA - AGENCIA DE COPERAÇÃO INTERNACIONAL
DIRETORA MARCUS ALVES - ASCOM UFPB
ALEXANDRE SCAICO
VICE-DIRETOR DURVAL LEAL FILHO - ARQUIVO CENTRAL
MARCUS VINICIUS ANDRADE - CCTA

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