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E-BOOK

Agro, o motor
do Brasil
Tudo o que você precisa
saber para investir no setor

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 1


Sumário

Capítulo 1
BRASIL, O CELEIRO DO MUNDO 04

Capítulo 2
RAIO-X AGRO 15

Capítulo 3
OPÇÕES DE INVESTIMENTOS NO AGRO 24

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 2


Introdução

O agro responde por quase 1/3 do Produto Interno Bru-


to (PIB) nacional e vem atraindo cada vez mais investi-
dores. O número de pessoas físicas que investem em
CRAs, LCAs e Fiagros praticamente dobrou de 2021
para 2022. E as perspectivas para 2023 são ainda me-
lhores. Confira neste e-book tudo sobre o Agro, enten-
da como e por que investir no setor que é o motor do
Brasil!

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 3


Capítulo 1

BRASIL, O CELEIRO
DO MUNDO

“O Brasil é o celeiro do mundo. Somos top 5 nas 25


maiores commodities e devemos continuar a ocupar a
posição de grande provedor de alimentos para o mun-
do pelos próximos 70 anos, pelo menos”.

Quem afirma a frase acima é Eça Correia, co-head de


Agronegócio na EQI Asset.

E ele dá todas as justificativas para tamanha expecta-


tiva com o Agronegócio.

“Quem poderia competir com o Brasil seria a África,


porque o país está em altitude parecida e tem qualida-

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 4


de de solo parecida. Mas existem diversos problemas
políticos, o que inviabiliza tal crescimento do setor nos
países de lá”, diz.

Outros países que poderiam competir com o Brasil, ele


explica, têm inverno rigoroso, o que faz com que te-
nham uma safra única por ano.

“Aqui, temos duas ou três safras ao ano. Temos tama-


nho continental, água em abundância, quantidade de
sol suficiente para as culturas e tecnologia de ponta. A
gente tem tudo para fazer render o nosso solo e esta-
mos constantemente batendo recordes”, explica.

Fora isso, uma verdadeira revolução está prestes a


acontecer no país, e promete quase que duplicar a
produção da lavoura brasileira. Trata-se da migração
da pecuária extensiva para a intensiva.

“Hoje, temos 200 milhões de hectares dedicados à pe-


cuária. E 70 milhões de hectares dedicados à lavoura,
sendo soja e milho as principais culturas. Só que a pe-
cuária está se transformando, deixando de ser exten-
siva e caminhando para o confinamento”, diz.

“No confinamento, você consegue tratar o boi com a


alimentação necessária e a temperatura ideal, o que
resulta em uma qualidade maior da carne”.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 5


Com isso, ele diz, dos 200 milhões de hectares atual-
mente ocupados pela pecuária, irá sobrar muita terra.
“O que é que se vai fazer com essa terra? Vai virar la-
voura. Se o Brasil transformar ¼ do pasto atual em
lavoura, serão 50 milhões de hectares a mais para a
lavoura. E hoje temos 70 milhões de hectares”.

Ou seja: sem derrubar uma árvore, será possível quase


que duplicar o espaço da lavoura nos próximos anos.
“Os números podem surpreender quem não é do agro-
negócio, mas para quem lida com o tema no dia a dia
já sabe que isso certamente irá acontecer. Não haverá
nenhuma cultura em que o Brasil não vai ser líder mun-
dial”, enfatiza.

Atualmente, ele explica, 95% dos alimentos consumi-


dos no mundo são feitos a partir de 6 animais e 12
plantas. E o Brasil já está entre os maiores produtores
de todos eles.

“A gente é top 5 nas 25 maiores commodities do mun-


do. Só não somos mais relevantes no trigo porque ainda
dependemos de uma tecnologia para ambiente tropi-
cal, mas é algo que já estamos avançando, e a Embra-
pa tem um papel fundamental nisso. Vamos chegar lá
com trigo também”, afirma.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 6


O AGRONEGÓCIO E
OS INVESTIMENTOS
Um dos carros-chefes da economia brasileira, o Agro-
negócio vem atraindo um número cada vez maior de
investidores.

Segundo a B3, bolsa de valores brasileira, os produtos


ligados ao agronegócio tiveram um salto em números
de investidores pessoas física e do volume aplicado
em 2022.

Dentre LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), CRAs


(Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e Fiagros
(Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais),
houve um crescimento de público no varejo de 95%,
chegando a 1,6 milhão de CPFs, e de 79% em volume
aportado, alcançando R$ 411 bilhões em recursos.

O montante sob custódia já representa 19,5% do total


investido em renda fixa (R$ 1,6 trilhão) e na renda vari-
ável (R$ 459 bilhões) somados. Para efeito de compa-
ração, no fim de 2021, a participação desses produtos
ligados ao agronegócio no mercado de investimentos
era de 14%.

Somente em 2022, os produtos do agro negociados


na B3 atraíram R$ 180,9 bilhões em recursos e 792 mil
investidores.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 7


O saldo mediano ficou em R$ 51,7 mil por pessoa. Até
dezembro de 2021, o saldo mediano nesse setor era
de R$ 51,5 mil por investidor.

RECUO EM 2022
O agronegócio foi responsável por 24,8% do PIB brasi-
leiro em 2022. Mas, em 2021, seu peso era de 26,6%.
Isso porque os anos de 2020 e 2021 foram muito po-
sitivos para o setor, com recordes de produção.

Contudo, 2022 foi desafiador, devido ao conflito entre


Ucrânia e Rússia, que provocou um aumento expressi-
vo dos custos com insumos, como fertilizantes, defen-
sivos, combustíveis e sementes.

Em razão disso, o PIB do agronegócio brasileiro regis-


trou queda em 2022. Ainda assim, o Brasil segue sen-
do uma potência mundial.

AGRO E O AVANÇO NO
MERCADO DE CAPITAIS
Para Eça Correia, alguns aspectos explicam a evolução
do Agronegócio no mundo dos investimentos. Confira
ponto a ponto.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 8


MUDANÇA DE GERAÇÃO E
CHEGADA DO COMPLIANCE
Em primeiro lugar, ele aponta, houve uma mudança de
geração relevante no Agro.

“Se pensarmos no mapa do Agro no Brasil, o destaque


sempre foi o Sul do país. Na década de 1980, esses
mesmos sulistas foram incentivados a ocupar o Centro-
-Oeste, com alguns produtores também de São Paulo,
mas o grosso mesmo vindo do Sul. Quarenta anos de-
pois, está havendo uma passagem de bastão e os fi-
lhos desses produtores estão assumindo as fazendas.
Mas são administradores diferentes, que fizeram gran-
des faculdades, foram estudar fora do país e têm uma
visão completamente diferente de governança, exata-
mente a visão que é exigida no mercado de capitais”,
avalia.

“Até pouco tempo, os fazendeiros atuavam com CPF


próprio, CPF da esposa e dos parentes. Era um setor
pouco profissionalizado e isso está mudando”, com-
plementa.

“Se antes o mercado financeiro tinha restrições em ofe-


recer produtos ao Agro por falta de governança, isso
começa a mudar”.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 9


ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO
GERA OPORTUNIDADE
O segundo aspecto, diz Eça, é que existe no campo
uma assimetria de informação que gera valor para o
mercado financeiro.

“Imagine que você tem dois produtores vizinhos. Um


toma crédito do banco com taxa de 15% ao ano. O ou-
tro, a 25%. Mas eles são vizinhos de cerca, têm a mes-
ma qualidade da terra, tem produção parecida e ta-
manho parecido. Então, por que tomam empréstimo a
um custo diferente? Porque ainda não existe um fluxo
de informação constante no Agro para que o produtor,
no ‘meio do mato’ saiba qual o preço correto da ope-
ração. O produtor conversa com alguém do mercado
financeiro, ouve um monte de termo em inglês e vê
restrição para negociar”, diz.

“Essa assimetria levou o mercado a perceber que no


Agro existe oportunidade. Alguém está pagando muito
barato ou alguém está pagando muito caro. Então, um
bom gestor consegue encontrar bons negócios que
não necessariamente têm o risco projetado”.

Ou, em outras palavras: cobra-se mais caro não por-


que o negócio é arriscado, mas porque o setor ainda
não tem as formalidades exigidas pelo mercado.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 10


SUBSÍDIOS DO GOVERNO
VÊM DIMINUINDO
O terceiro aspecto apontado por Eça que explica o
crescimento do Agro no mercado financeiro é que as
linhas de empréstimos subsidiadas pelo Governo vêm
diminuindo.

“A gente teve por muitos anos o Governo emprestan-


do a 2%, 3% ao ano, com 15 anos para pagar. E era uma
verdadeira festa. Mas isso chegou ao fim e acaba por
empurrar o Agronegócio para o mercado de capitais.
Na visão do co-head da EQI Asset, esse movimento é
bastante favorável.

“Se você vai para o mercado de capitais, passa a se


preocupar mais com governança, isso faz com que
você fique conhecido, o que por sua vez faz com que
consiga captar recursos de forma mais barata, porque
as instituições passam a enxergar menos risco. É um
ciclo virtuoso”, resume.

INVESTIDOR MAIS
ESCLARECIDO E
PRODUTOS MAIS ACESSÍVEIS
Outro ponto relevante, destaca Eça, é que o mercado
já dispõe de produtos mais acessíveis ao Agro, caso do

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 11


Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroin-
dustriais (Fiagro).

“O Fiagro facilita muito a inserção de players do Agro


no mercado de capitais e gera uma curva de aprendi-
zado importante. Quanto mais o investidor conhece o
mercado agro, menos prêmio de risco ele exige. Isso
faz com que o setor literalmente exploda em número
de operações. Em um ano e meio de Fiagro no mer-
cado brasileiro, já são 43 deles disponíveis, com R$ 12
bilhões em alocação, e muita gente pedindo mais. Isso
mostra que setor precisa de recurso alternativo”, ava-
lia.

SETOR FUNCIONA
COMO HEDGE
Ele salienta ainda que o investidor está, cada vez mais,
entendendo que o setor Agro é resiliente e descorre-
lacionado do ambiente macroeconômico. O que trans-
forma ativos do setor em hedge, ou seja, estratégia de
proteção.

“Se você, por acaso, investe em turismo porque gosta


desse setor, você fica suscetível ao macro. Se tivermos
uma recessão, as pessoas vão deixar de viajar e você
vai sentir o impacto. O Agro não tem essa correlação,

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 12


porque as pessoas não vão deixar de comer”, diz.
O setor também tem descorrelação do ambiente polí-
tico: “Você pode avaliar todos os governos, de Itamar,
Collor, Fernando Henrique, até mesmo Dilma. O setor
sempre registrou crescimento”.

VALOR DA PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIA EM CADA 1.189
GOVERNO (em R$ bilhões)
936 921
786

579 projeção para 2023


R$ 1,26 tri
(+ 6,3%)
258

1995 2003 2011 2016 2019 2022*

FHC LULA DILMA | TEMER BOLSONARO

(Fonte: IPEA/Ministério da Agricultura)

CUIDADOS AO
INVESTIR NO AGRO
Um cuidado relevante que o investidor deve ter é que
alguns setores do Agronegócio são bastante suscetí-
veis às chuvas.

95% dos produtores no Brasil são classificados como


pequenos. Ou seja, o grosso dos tomadores de recur-

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 13


sos são ainda negócios que não têm uma governança
sofisticada. Por isso, é preciso escolher muito bem o
gestor dos ativos. Este precisa ser alguém com bas-
tante conhecimento do setor, para conseguir separar
“o joio do trigo”.

O setor é muito dependente do mercado externo, bas-


ta observar que, na guerra da Ucrânia o preço dos fer-
tilizantes foi multiplicado por sete, o que impactou for-
temente no resultado de 2022.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 14


Capítulo 2

RAIO-X AGRO

O QUE É O AGRONEGÓCIO?
O agronegócio compreende as atividades econômicas
ligadas à agropecuária, ao manejo de florestas para
comércio e serviços (silvicultura) e ao extrativismo ve-
getal.

Mas empresas que fornecem insumos agrícolas aos


agricultores, remédio ao gado, máquinas para a agri-
cultura, os setores de armazenamento, logística, distri-
buição e até marketing das atividades agrícolas tam-
bém estão agrupados no agronegócio.

E os bancos que fornecem empréstimos financeiros


aos grandes empresários do agro também estão, indi-
retamente, relacionados com o agronegócio.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 15


O AGRONEGÓCIO NO BRASIL
Com extensão territorial privilegiada, sendo o quinto
maior país do mundo, e com diversidade natural, com
biomas, hidrografia e solos férteis, o Brasil é um dos
grandes protagonistas do agronegócio mundial.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricul-


tura e Pecuária, o Valor Bruto de Produção Agropecu-
ária em 2022 foi de R$ 1,18 trilhão.

O valor representa uma redução de 0,08% (R$ 880 mil)


em relação a 2021 (R$ 1,19 trilhão). Mas, ainda assim, foi
o segundo maior em 33 anos.

Para 2023, o ministério estima um VBP de R$ 1,26 tri-


lhão, alta de 6,3% em relação a 2022.

PRINCIPAIS PPRODUTOS EM 2022


(em R$ bilhões)
ÍTEM 2022
01 soja 338,1
02 milho 148,6
03 bovinos 151,1
04 frango 112,1
05 leite 58,9
06 algodão 34,6
07 arroz 16,9
08 feijão 15,4
09 trigo 18,5
10 amendoim 3,6
11 mamona 0,1
(Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária)

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 16


POSIÇÃO DO BRASIL NO
CENÁRIO AGRO MUNDIAL
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Ali-
mentação e Agricultura (FAO), o Brasil é o quarto na
produção mundial de grãos (arroz, cevada, milho, soja
e trigo).

A Embrapa aponta que o país alcançou uma produção


de 250 milhões de toneladas em 2021, ficando atrás
de Estados Unidos, China e Índia.

Porém, para 2023, a previsão é a de que o Brasil supe-


re a Índia e se torne o terceiro produtor mundial.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Co-


nab), órgão ligado ao Governo Federal, a produção de
grãos está estimada em 312,5 milhões de toneladas.

Soja
- Brasil representa 1/3 da produção mundial de soja,
sendo o líder mundial.

- O país é também o maior exportador do grão, domi-


nando 50% do comércio mundial.

- O Brasil é seguido por Estados Unidos e Argentina


nessa cultura.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 17


Exportação de soja
ao longo dos anos
Mil Toneladas
18000

16000

14000

12000

10000

8000

6000

4000

2000

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2020 1.397 4.834 10.853 14.855 14.108 12.742 9.955 5.834 4.259 2.422 1.436 274
2021 49 2.646 12.694 16.115 14.966 11.067 8.669 6.481 4.823 3.293 2.587 2.712
2022 2.452 6.271 12.191 11.473 10.640 9.990 7.506 5.944 4.001 3.798 2.525 1.936
2023 840 5.200
5 anos (média) 1.499 4.377 10.601 12.421 12.416 10.554 8.754 6.275 4.461 3.967 3.267 2.469

(Fonte: Conab)

Milho
- O Brasil é o terceiro maior produtor de milho, atrás de
EUA e China.

Arroz
- A produção de arroz não obteve aumentos expressi-
vos no Brasil nas últimas duas décadas. E o país ocupa
a nona posição mundial.

- Do montante produzido, quase a totalidade é desti-


nada ao consumo interno, somente 2% seguem para
exportação.

- Os grandes líderes mundiais em exportação de arroz


são Índia e Tailândia, com 50% do mercado internacio-
nal.
AGRO, O MOTOR DO BRASIL 18
Cevada
- Rússia, França, Alemanha e Austrália dominam a cul-
tura. O Brasil ocupa a 46ª posição mundial.

Trigo
- O Brasil segue comprando trigo no exterior, mas com
estratégia de redução das importações para os próxi-
mos anos.

- É, atualmente, o 23º maior produtor mundial e impor-


tante importador.

- Os maiores produtores mundiais de trigo são histori-


camente China, Índia, Rússia e EUA.

Carne bovina
- O Brasil é o país com o maior rebanho bovino do mun-
do, representando 14,2% do total, com 218 milhões de
cabeças, seguido pela Índia com 193 milhões de cabe-
ças.

- Em relação à produção de carne bovina, o país foi o


segundo maior produtor com 10 milhões de toneladas,
equivalentes a 14,9% do total do mercado internacio-
nal.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 19


- Apesar de ser o maior exportador de carne bovina, o
Brasil fatura menos que Austrália e Estados Unidos em
dólares.

Exportação de carne bovina


Mil Toneladas
ao longo dos anos
350000

300000

250000

200000

150000

100000

50000

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2020 178.706 173.350 197.030 181.418 244.346 235.704 258.945 258.362 222.191 253.044 236.219 224.612
2021 168.530 166.061 210.830 204.560 201.374 221.631 253.854 284.171 280.194 146.424 137.337 203.234
2022 209.553 231.554 256.851 248.483 233.352 234.403 255.939 301.166 304.966 278.719 230.366 229.651
2023 240.833 193.387
5 anos (média) 177.467 183.517 211.483 186.702 205.923 192.195 239.484 258.553 252.362 230.870 215.947 218.389

(Fonte: Conab)

Frangos e suínos
- O Brasil possui o quinto maior rebanho de galináceos
do mundo.

- E o terceiro maior rebanho suíno do mundo.

Pescado é desafio
- Apesar da imensa costa marítima e da relativa abun-
dância de águas internas, o Brasil é o 21º maior produ-
tor mundial de pescado.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 20


Açúcar e café
- O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com
mais de um terço da produção do planeta.

- O país também é o maior exportador mundial de açú-


car.

TOP 10 COMMODITIES DO
BRASIL EM VALOR DE
PRODUÇÃO

1000 Int. $
2021
80M

Soya Meat of Sugar Meat of Maize Raw milk Meat of Coffee, Oranges Seed
Beans cattle Cane Chickens (corn) of Cattle pig with... green Cotton,
wit... ungi...

Brasil - Crescimento da produção (em US$ milhares)

(Fonte: FAOSTAT)

O PIB DO AGRONEGÓCIO
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 teve
alta de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 21


O setor de Serviços teve alta de 4,2%; a Indústria, de
1,6%. Mas a Agropecuária recuou 1,7% em 2022.

Segundo o IBGE, órgão oficial que calcula o PIB brasi-


leiro, a soja, que é o principal produto da lavoura bra-
sileira, foi quem mais puxou o resultado da agropecu-
ária para baixo no ano, sendo impactada por efeitos
climáticos adversos.

No entanto, o mesmo IBGE aponta expectativa posi-


tiva para 2023: a produção de cereais, leguminosas
e oleaginosas de 2023 deve ser de 299,7 milhões de
toneladas no ano (segundo projeção de março), 13,9%
maior que a safra de 2022 (263,2 milhões de tonela-
das).

PIB em alta em 2023,


segundo o IPEA
A expectativa para o desempenho do setor agropecu-
ário também é de elevado crescimento em 2023, tam-
bém segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econô-
mica Aplicada (Ipea).

A estimativa é de aumento no valor adicionado (VA) da


agropecuária de 11,6% em 2023. A projeção do VA da
produção vegetal é de 14,2% de alta, enquanto a pre-
visão para a produção animal é de 0,8%.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 22


PIB do Agronegócio: a
participação do setor é de
24,8% do PIB do país
O PIB específico do agronegócio brasileiro, calculado
pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Econo-
mia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA
(Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), teve
queda de 4,22% em 2022. A diferença em relação ao
PIB calculado pelo IBGE é a inclusão da distribuição e
do varejo no cálculo.

Esse cenário foi registado após o PIB ter atingido su-


cessivos recordes em 2020 e em 2021, sendo este bi-
ênio caracterizando como um dos melhores da história
recente do agronegócio brasileiro.

Segundo pesquisadores do Cepea, o principal funda-


mento para o cenário de baixa em 2022 é a forte alta
dos custos com insumos no setor, tanto na agropecu-
ária quanto nas agroindústrias.

A participação do setor no total do PIB do país alcan-


çou 24,8% em 2022, abaixo dos 26,6% registrados em
2021.

Enquanto o PIB do ramo agrícola recuou expressivos


6,39%, o do pecuário avançou 2,11%.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 23


Capítulo 3

OPÇÕES DE
INVESTIMENTOS
NO AGRO

Com tamanha pujança do setor, as aplicações financei-


ras do Agronegócio são bastante atrativas aos investi-
dores, seja na renda fixa ou renda variável.

Conheça agora as opções de investimentos.

LCA
A LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) é um recurso
captado por uma instituição financeira com finalidade
destinada ao agronegócio, com o objetivo de desen-
volver e expandir esse setor.

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 24


Inclui-se aí o financiamento de maquinário de produ-
ção, construção de silos, aquisição de insumos como
fertilizantes, entre outros.

As LCAs funcionam de forma semelhante a qualquer


outro investimento de renda fixa.

Após um determinado tempo previamente combinado,


o recurso aplicado pelo investidor é devolvido com um
acréscimo de uma taxa de juros.

Normalmente, essa taxa pode ser pré ou pós-fixada e,


em alguns títulos, pode ser até mesmo híbrida.

Vale destacar também que a LCA é isenta de Imposto


de Renda.

Quem garante os investimentos em LCA é o FGC (Fun-


do Garantidor de Créditos). Todos os investidores que
aplicam até R$ 250 mil por CPF e por instituição finan-
ceira estão protegidos contra qualquer eventualidade
que venha a ocorrer, como problemas de insolvência
da instituição, por exemplo.

O estrategista da EQI Investimentos, Denys Wiese, lem-


bra que a LCA é um investimento ideal para quem tem
um perfil mais conservador.

“É um título emitido por um banco, no qual a institui-


ção utiliza o recurso para emprestar dinheiro para o

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 25


agronegócio. Como o devedor não é o agricultor e sim
o banco que emitiu, é garantido pelo FGC, por isso, é
bastante seguro”, observa.

Ele destaca que, no momento atual de juros altos (Se-


lic em 13,75%, devendo permanecer neste patamar até
o final de 2023), tanto os títulos pré-IPCA, como pós
estão bons. “Para quem tem perfil conservador, vale a
pena investir em LCA hoje”, observa.

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CRA
CRA significa Certificado de Recebíveis do Agronegó-
cio. Trata-se de um título do mercado de renda fixa,
com origem no crédito privado.

Isso quer dizer que os emissores desses papéis são


companhias da iniciativa privada que atuam no agro-
negócio, com o objetivo de captar recursos para am-
pliar a produção e lucratividade dessas empresas.

O CRA também é um investimento isento de IR.

Por ser emitido por uma organização que está interes-


sada no levantamento de recursos: a empresa faz a

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 26


emissão do título, antecipando um fluxo financeiro que
só aconteceria no futuro.

No entanto, não é possível fazer todo esse procedi-


mento diretamente com os investidores no mercado
financeiro. É preciso que haja a intermediação de, pelo
menos, dois entes do Sistema Financeiro Nacional.

O primeiro deles é uma securitizadora, que é respon-


sável por “empacotar” os recebíveis futuros em um tí-
tulo que possa ser negociado no mercado.

O segundo participante da operação são os distribui-


dores de títulos: bancos e as corretoras de valores.

“Os CRAs são como um ‘pool’ de recebíveis. O investi-


dor se torna dono de um conjunto, que está lastreado
em operações do agronegócio e com garantias de ter-
ras, maquinário, também provenientes do agronegó-
cio”, explica o estrategista da EQI Investimentos.

Como se trata de uma emissão executada por empre-


sas privadas, não há suporte do FGC. No caso da que-
bra de uma empresa emissora, o investidor fica sem a
proteção dada por esse mecanismo.

“O CRA não tem a cobertura do FGC, pois as garantias


são outras. Então, vamos dizer que o risco é um pouco
maior, porque em caso de não pagamento, será pre-

AGRO, O MOTOR DO BRASIL 27


ciso liquidar as garantias e isso acaba demorando, às
vezes, e sendo um pouco mais burocrático”, comenta
Wiese.

Ele reforça que o CRA tem um risco a mais, mas o re-


torno costuma ser maior.

“Por exemplo, a LCA rende com a taxa de juros atual


de 13% ao ano. Um CRA rende 16%, 17%, 18% ao ano.
Portanto, de 3 a 5 pontos percentuais acima”, esclare-
ce.

Na comparação com a LCA, os CRAs são o segundo


título mais conservador.

“A diferença para a LCA é quanto ao risco e retorno.


A LCA tem um banco por trás, que faz sua emissão e
tem o FGC. No CRA, está se emprestando diretamente
para o agricultor ou diretamente para uma empresa do
agronegócio”.

Wiese destaca que investir em CRAs é uma boa alter-


nativa, principalmente, para o investidor que não é tão
conservador.

“Minha dica é fazer uma carteira com vários CRAs e


não ficar só com um, justamente para pulverizar o ris-
co”, orienta.

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FIAGRO
O Fiagro (Fundo de Investimento das Cadeias Agroin-
dustriais) é um tipo de aplicação criado com o objetivo
de abrir portas para que pessoas físicas, jurídicas e es-
trangeiras invistam no agronegócio brasileiro.

Os Fiagros visam melhorar a captação de recursos do


setor, que antes tinham basicamente apenas os ban-
cos como agentes financiadores. Este investimento é
uma adaptação rural dos Fundos Imobiliários (FIIs).

Os Fiagros ficam à disposição do investidor para se-


rem adquiridos por meio de cotas. O recurso captado
serve para aumentar a participação do agronegócio
no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Como os Fiagros configuram uma categoria de fundo


de investimento imobiliário, eles podem investir tam-
bém em imóveis ligados ao agronegócio, como terras
e galpões logísticos de armazenamento de grãos.

Na prática, um gestor ou instituição financeira fica res-


ponsável pela decisão de onde investir os valores.

O cotista do Fiagro pode obter rendimentos com o au-


mento nos preços dos imóveis do fundo, o que gera
a valorização por conta do aumento do patrimônio; e

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com a receita do investimento – que é periodicamen-
te distribuída para os cotistas.

O Fiagro e os Fundos Imobiliários compartilham da


mesma base legal e regime tributário. Em ambos os
casos, existe a isenção do Imposto de Renda sobre
rendimentos distribuídos por esses fundos a pessoas
físicas.

Para o investidor, existe a vantagem de receber divi-


dendos mensais advindo dos aluguéis e operações de
compra e venda desses imóveis.

Entre as principais vantagens do Fiagro estão também


a diversificação dos tipos de ativos no mercado agríco-
la, como por exemplo imóveis rurais, participação em
sociedades e ativos financeiros que integram a cadeia
produtiva agroindustrial.

A facilidade é outro aspecto bastante positivo. Isto por-


que é possível investir nas cadeias produtivas sem re-
alizar a compra de um imóvel rural, por exemplo.
O conjunto de tarefas relacionadas ao imóvel fica a
cargo dos profissionais responsáveis que irão buscar
todos os trâmites de compra e venda, manutenção e
cobranças de impostos.

O estrategista da EQI reforça como ponto forte do Fia-


gro o acesso a empreendimentos que não teria nor-
malmente.

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“Às vezes o investidor não tem R$ 50 milhões para
comprar uma fazenda, mas pode comprar uma cota de
um Fiagro que tem uma fazenda”, destaca.

Wiese observa que os Fiagros são para investidores


arrojados, uma vez que as cotas são negociadas na
B3. Sendo assim, a oscilação, exigirá ter uma certa pa-
ciência do investidor.

“Existem Fiagros de papel, que vão comprar os CRAs,


o que é muito bom pela questão da pulverização. Tem
Fiagro que compra fazendas, que vão fazer o plantio
ou vão fazer o arrendamento, o que neste último caso,
vai render aluguel. E tem Fiagros que compram em-
preendimentos e empresas do setor”, explica.

AÇÕES
As ações de empresas listadas na bolsa de valores são
uma outra forma de investir no Agronegócio.

As principais ações do
Agronegócio são:
- Brasil Agro (AGRO3);
- Agrogalaxy (AGXY3);
- Raízen (RAIZ4);
- São Martinho (SMTO3);

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- Boa Safra (SOJA3);
- Três Tentos (TTEN3);
- M. Dias Branco (MDIA3);
- Camil (CAML3);
- BRF (BRFS3);
- JBS (JBSS3);
- Minerva (BEEF3);
- Marfrig (MRFG3);
- SLC Agrícola (SLCE3).

ETF
ETF significa “Exchange Traded Fund” e é também co-
nhecido como fundo de índice.

Os ETFs são compostos por uma cesta de diferentes


ativos do mercado.

Esses ativos possuem um índice de referência especí-


fico e operam com o objetivo é replicar o desempenho
desse índice.

Investir em um ETF significa ter acesso a uma carteira


diversificada, realizando a compra de um único ativo.

Existem ETFs que possibilitam ao investidor ter expo-


sição diversificada no setor Agro, sem a necessidade
de investir em empresas individuais.

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Essa diversificação pode ser proveniente de diferentes
segmentos, como empresas de sementes, de fertilizan-
tes, de máquinas agrícolas e qualquer outro segmento
que esteja diretamente ligada com o setor agro.

Um exemplo de ETF do setor é o AGRI11, que replica o


índice IAGRO. O objetivo do IAGRO é ser o indicador
de desempenho médio das ações de companhias lis-
tadas na B3 classificadas como Agronegócio.

Outro ETF é o FOOD11, que acompanha o MVIS, um


índice global que replica a performance das maiores e
mais líquidas empresas do segmento no mundo.

MERCADO FUTURO
Por fim, o investidor tem também a opção de investir
em Agro no Mercado Futuro.

Nele, são negociados contratos que permitem a com-


pra e venda de um produto em uma data futura, com
um preço fixado no momento da negociação. Ou seja,
o preço que será utilizado no ato da venda é definido
antes da venda num acordo pré-fixado.

O investidor pode investir através da compra de con-


tratos atrelados, por exemplo, milho, café e boi gordo.

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