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Cartilha
Adubação
Verde
Cartilha
Adubação
Verde
Parceria: Projeto Agente Jovem de ATER / Escola Família Agrícola de Goiás – EFAGO.
Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia – CNPq
- SECIS / MCTI (Edital Nº 81/2013).
Impressão pelo Projeto Agente Jovem de ATER (EFAGO/PETROBRAS)
C322
Cartilha adubação verde / Milton Sérgio Dornelles...[et al.]. --
Urutaí, GO: IF Goiano, 2016. -- 37 fls.
CDU 631/635
2016
Todos os direitos reservados
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Agroecologia - NEPA
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EQUIPE INTERDISCIPLINAR DO
NEPA 2015
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Outro benefício do uso de adubos verdes é o controle da erosão do solo,
que a cobertura viva ou cobertura morta pode propiciar ao terreno. A
cobertura gerada evita o impacto direto das gotas da chuva e promove
maior infiltração e menor escoamento superficial de água (MONEGAT,
1991).
A prática da adubação verde é realizada com o corte da parte aérea das
plantas por meio de uma roçadeira, triton ou rolo-faca, em pleno estágio de
florescimento, deixando a matéria cortada sobre o solo. É nesse período
que as plantas têm uma quantidade de nitrogênio (N) e umidade elevadas,
servindo de fonte de alimento ideal para os organismos decompositores.
Com essas condições ideais, a matéria orgânica e os nutrientes são
liberados no solo, tornando-os disponíveis para as plantas (Lima Filho et
al., 2014).
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Tem como características a capacidade de vegetar satisfatoriamente em
condições de acidez elevada e de baixa fertilidade natural de solos. Tem
enorme tolerância à seca e potencial de uso como adubo verde. Como
cobertura, é capaz de fixar nitrogênio que retorna ao solo pela
incorporação da planta ou queda das folhas, sendo uma das leguminosas
mais comuns entre produtores (Vilela, 2001).
O calopogônio é usado em cultivos associados ou em consórcio, tendo a
capacidade de fixar nitrogênio para as gramíneas. Seu estabelecimento é
fácil, com preparo mínimo do solo, sendo um fornecedor natural de
nitrogênio. Pode ser utilizado na pastagem para completar a adubação de
fósforo e micronutrientes.
Deste modo, o calopogônio pode ser usado sob a forma de feno, pastejo
direto, fornecido puro ou consorciado com gramíneas, para a formação de
bancos-de-proteína ou através de cortes para fornecimento em cochos.
Consórcio de Calopogônio
com pastagem
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Consórcio em Sistemas
Agroflorestais
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Plantio consorciado com milho
Propagação: Sementes
Espaçamento: 50 cm
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Má hospedeira de nematoides, contribui para a diminuição da população
destes, por isso é muito utilizada na sucessão da soja em áreas com
infestação mista dos nematoides das galhas e das lesões radiculares, com
destaque para o Pratylenchus brachyurus. Apresenta boa produção de
biomassa e fixação de nitrogênio, sendo também recomendada para
recuperação da capacidade produtiva do solo. Possui efeito supressor de
plantas espontâneas, em especial, no controle de Digitaria spp. e Cynodon
spp.
A alelopatia é vista com o propósito de se complementar os métodos de
controle de plantas espontâneas, evitando o uso de herbicidas, que
durante muito tempo foram apresentados como única alternativa.
Consórcio
com sorgo
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Crotalária spectabilis (Crotalaria spectabilis)
(NEVES, 2009)
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Feijão-de-Porco (Canavalia ensiformis DC.)
O feijão-de-porco (cv. Comum), é uma planta tropical, originária das
Américas, pertencente à família Fabaceae. É uma planta anual e ereta,
com porte de arbusto, muito tolerante à seca e com bom crescimento em
solos pobres e ácidos, sendo bastante resistente à insetos e pragas.
Suas folhas grandes fornecem boa cobertura. É comestível: suas folhas
são usadas como verdura, e as sementes são cozidas como feijão comum,
embora tenham que passar por tratamento prévio para eliminar as várias
toxinas da planta.
Entre estas as aplicações, pode ser utilizada como cultura intercalar em
rotação com milho e feijão, nas entrelinhas de cafeeiro e mamoeiro.
Também é um ótima opção para cobertura e forração do solo. Do feijão-de-
porco têm sido extraídos os princípios ativos que agem como inseticidas,
herbicidas - a planta apresenta alelopatia - e fungicidas naturais. Muito
usado em adubação verde, no controle de nematoides e de tiririca.
É uma leguminosa de verão com crescimento inicial e fechamento rápido.
Excelente no controle de ervas espontâneas, principalmente da tiririca
(Cyperus rotundus). Devido ao seu porte baixo, recomenda-se cultivá-la
nas entrelinhas de culturas perenes, como citrus, cafeeiro, pupunha, etc. É
boa produtora de biomassa e na fixação de nitrogênio.
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(Piraí Sementes, 2014)
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É uma planta semi-perene de porte semi-ereto (ramificado), podendo
chegar de 2 a 3 m de altura (cv. IAC Fava Larga). Desenvolve-se bem em
solos ácidos e apresenta ótima adaptação em solo com deficiência hídrica.
Confere boa capacidade de cobertura do solo, chegando a produzir uma
massa verde de 20 a 30 ton/ha.
Tem como forte característica o sistema radicular agressivo, robusto, que
descompacta solos adensados, fazendo uma subsolagem “biológica” e
recicla nutrientes. É rústica e se desenvolve bem em solos de baixa
fertilidade, por isso é utilizada na recuperação de solos degradados. É
usada também como adubo verde, fornecendo nutrientes para o solo, e no
plantio de mudas no campo, evitando a radiação solar direta. Na
alimentação animal pode ser usada como fonte de proteína (folhas e
grãos), em pastejo e ensilagem.
Levando em consideração os cultivos agroecológicos, plantios em faixas e
consórcios entre culturas, o guandu-forrageiro tem papel na estruturação
do solo devido ao seu sistema radicular agressivo, e alta fixação de
nitrogênio.
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Florescência de Feijão Feijão Guandu-forrageiro na
Guandu-forrageiro cultura da banana
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Pode ser usada para recuperar solos compactados e pobres, e como
adubo verde nas entrelinhas de culturas perenes como café, citrus e outras
frutíferas.
Propagação: Sementes
(DENUCCI, 2007)
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Lab-Lab (Dolichos lablab L.)
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Clima e Solo: Tropical, não tolera frio. Solos de baixa a média fertilidade
Propagação: Sementes
Espaçamento: 0,5 m
(Matsuda, 2014)
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Formação de cobertura morta ou palhada em sistema de plantio direto,
assim como no pastejo direto, forragem, silagem e produção de grãos.
O milheto apresenta elevado acúmulo de biomassa e nutrientes na parte
aérea das plantas, mostrando-se altamente promissor como adubo verde.
O momento mais adequado para o manejo do milheto para fins de
adubação verde ocorre quando os grãos encontram-se nos estágios
leitosos e pastosos.
Propagação: Sementes
Espaçamento: 20 e 25 cm
Densidade: 50 a 55 sementes / m - 12 kg / ha
Mucuna-cinza em Mucuna-cinza em
consórcio com milho consórcio com manga
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Possui toxinas que não possibilitam o pastejo. Podem ser realizados
coquetéis, como por exemplo em trabalhos com feijão-de-porco e nabo
forrageiro.
A mucuna-cinza apresenta melhores resultados como planta cobertura do
solo e adubo verde em relação aos demais adubos verdes, mesmo
plantada no final do período de chuvas. Indicada nos plantios nas
entrelinhas de culturas perenes e semi-perenes.
O nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) é uma planta anual da família das
crucíferas, de hábito de crescimento ereto, herbáceo, com intensa
ramificação e altura variada. É uma planta muito vigorosa, com sistema
radicular pivotante e agressivo, capaz de romper camadas de solo
extremamente adensadas e/ou compactadas e a profundidades elevadas.
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Apresenta características alelopáticas muito acentuadas que lhe conferem
a condição de inibir a emergência e o desenvolvimento de uma série de
plantas espontâneas. Até o momento, não existem pragas ou doenças que
causem danos significativos, que mereçam controle e que venham
comprometer economicamente a cultura.
É utilizada como adubação verde, ao fornecimento de massa (palha) para
o plantio direto, como cobertura do solo e reciclagem de nutrientes. Com
menor frequência, destina-se à alimentação animal e ao pasto apícola.
Recentemente seu uso vem sendo ampliado, com destaque para os grãos
que estão sendo considerados como excelente fonte de matéria-prima para
produção de biocombustível.
O nabo forrageiro é uma planta que possui sistema radicular pivotante,
apresentando boa opção para a descompactação do solo, além de poder
ser ótima planta recicladora de nutrientes. É utilizada na alimentação de
bovinos e ainda pode ser utilizada na fabricação do biodiesel.
Propagação: Sementes
Fonte: www.cati.sp.gov.br/new/acervotecnico.php?ID=18
Fonte: www.cpac.embrapa.br/download/1941/t
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Cultivo solteiro de Nabo-forrageiro na entrelinha
Nabo-forrageiro da cultura do café
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Para os cultivos agroecológicos, a soja perene, seja em cultivo solteiro ou
consorciado com outras culturas, desempenha um papel importante na
ciclagem de nutrientes, devido ao seu sistema radicular ser vigoroso e
profundo, e realizar boa fixação de nitrogênio atmosférico no solo.
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Tremoço-branco (Lupinus albus)
Tremoço branco é uma leguminosa da mesma família da ervilha, com ciclo
de 130 a 150 dias. Uma planta herbácea, anual, de porte ereto,
crescimento determinado e adaptado a climas temperados e sub tropicais.
Suas sementes, de tom amarelado, possuem alto teor de proteína. Podem
apresentar também alto teor de alcalóides, eliminados por masseração em
água, antes de seu emprego para consumo humano.
Apresenta excelentes resultados de ganhos de produtividade na cultura do
milho em sucessão. Possui efeito alelopático em soja e alface e atua como
possível herbicida natural de poaia branca (Richardia brasiliensis Gomes)
e picão preto (Bidens pilosa L.).
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Clima e Solo: Climas temperados e subtropicais em solos
medianamente férteis
Propagação: Sementes
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Referências bibliográficas
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Referências bibliográficas
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Agradecimentos
Quem é o NEPA?
O Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia - NEPA é um
grupo de pessoas formado por estudantes, professores, técnicos do
Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí (IF Goiano - Câmpus Urutaí) e
pessoas da comunidade, produtores rurais do município de Urutaí e
outros municípios vizinhos, que cultivam experiências e debatem temas
relevantes na área de agroecologia e sistemas de produção de bases
ecológicas.
O NEPA, com sede no Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí
desenvolve atividades de educação profissional e extensão tecnológica
envolvendo estudantes de nível superior e de nível técnico em diversas
áreas do conhecimento (Agronomia, Engenharia Agrícola, Gestão
ambiental, Biologia, Alimentos, Técnico em Agropecuária) formados para
atuar no desenvolvimento de atividades da produção de alimentos
agroecológicos.
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Missão do NEPA:
O Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia - NEPA tem missão de:
o criar ambiência (estrutura, espaço e tempo) visando à formação de
profissionais preparados para atuar na educação profissional e
extensão tecnológica;
o formar uma massa crítica de profissionais para desenvolver estudos e
pesquisas em agroecologia, enquanto ciência emergente e política
pública inovadora para a agricultura familiar e agricultura camponesa
brasileira;
o contribuir para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da
população, por meio do uso sustentável dos recursos naturais e da
oferta e consumo de alimentos saudáveis, conforme instituído pela
Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica - PNAPO
(Decreto nº 7.794, de 20 de agosto de 2012);
o consolidar-se como um núcleo de referência para a construção e
socialização de conhecimentos relacionados à agroecologia e aos
sistemas orgânicos de produção e comercialização de alimentos,
operacionalizando o princípio da “indissociabilidade do ensino-
pesquisa-extensão” no âmbito do IF Goiano - Câmpus Urutaí e região
do entorno.
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