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Produção de Olerícolas e Métodos

de Propagação

Patrícia Menegaz de Farias


Engenheira Agrônoma (UNISUL)
Mestre em Fitotecnia, ênfase Entomologia (UFRGS)
Doutora em Ecologia, ênfase Ecossistemas Terrestres (UFSC)
A olericultura exige um alto input de insumos e é
considerada uma atividade de alto risco

– Problemas fitossanitários
– Sensibilidade a condições climáticas
– Anomalias de ordem fisiológica

Alta tecnologia
Produção de mudas em bandejas
Polinização manual de flores
Raleio de frutos
Desbaste de plantas em excesso
Irrigação e fertirrigação
Cultivo protegido e hidropônico
Galpões de beneficiamento
PROPAGAÇÃO
CONCEITO: conjunto de práticas destinadas a perpetuar as espécies de
forma controlada

OBJETIVO: aumentar o número de plantas, garantindo a manutenção das


características agronômicas essenciais das cultivares

MÉTODOS
Propagação Sexuada ou Reprodução
Baseia-se no uso de sementes
Meiose
Variabilidade

Propagação Assexuada ou Multiplicação


Baseia-se no uso de estruturas vegetativas
Mitose
Clone
Propagação ASSEXUADA

Alho Batata
(bulbilho) (tubérculo)

CLONE: Plantas geneticamente idênticas e originárias de uma


única planta-matriz propagada assexuadamente, ou seja, sem
utilização de sementes botânicas
As plantas obtidas apresentam mesmo fenótipo,
mantendo a cultura uniforme, entretanto
mutações podem ocorrer, gerando uma nova
cultivar-clone
Propagação ASSEXUADA
CAULES

Bulbos
Cormos
Tubérculos
Rizomas
Batata-doce
Caules tuberosos (rama)
Estolões
Pseudobulbos
RAÍZES

Tuberosas

Morango
(estolho)
Propagação SEXUADA

SEMENTES

Abóbora Cebolinha
Tomate

Repolho
Pimenta
SEMENTES

SEMENTES PELICULIZADAS: aplicação de um polímero nas sementes que


protege da falta ou excesso de umidade e melhora a aderência de
produtos químicos

SEMENTES INCRUSTADAS: cobertura mínima (minimum coating) é a


aplicação de material inerte e polímero, incolor ou colorido, mantendo
quase que integralmente a forma original da semente, facilita o seu
deslizamento e aderência de produtos químicos

SEMENTES PELETIZADAS: revestimento da semente com um material


seco, inerte, de granulometria fina, material cimentante (adição de peso;
aumento do tamanho; alteração de formato; aplicação de químicos)
SEMENTES

PELICULIZADAS

INCRUSTADAS

PELETIZADAS
Qualidade das sementes

A boa semente deve possuir:

Genótipo favorável
Sanidade
Germinação elevada
Umidade baixa
Embalagem hermética

Procurar por empresas idôneas

ESCOLHA DA CULTIVAR

MELHORADAS OU HÍBRIDAS
Fatores que afetam a germinação das sementes

Qualidade da semente

Vigor (estabelecimento rápido e uniforme no campo)

Viabilidade (porcentagem de germinação)

Potencial de germinação da espécie


ANÁLISE DAS SEMENTES

É o exame de uma amostra com o objetivo de estabelecer a


qualidade das sementes de um lote, sendo a qualidade definida
por parâmetros genético, físico, fisiológico e sanitário

Amostragem

Pureza

Teste germinativo

Teste Tetrazólio

Determinação de Umidade

Teste de sanidade

Teste de vigor

Regras para Análise de Sementes


AQUISIÇÃO DAS SEMENTES

Latas

Envelopes

Baldes
PRODUÇÃO DE MUDAS
SUBSTRATO
Meio onde se desenvolvem as plantas fora do solo

SUBSTRATO é todo material sólido, natural, sintético ou residual, mineral


ou orgânico, puro ou em mistura, que proporciona condições favoráveis
para o desenvolvimento do sistema radicular (Abad & Noguera, 1998)

Condutividade elétrica (CE) relacionada ao teor de sais solúveis


Ideal = 1,0 ds/m (deciSiemes por metro)

pH dos substratos absorção de nutrientes pelas


plantas, na vida microbiana e no
desenvolvimento do sistema
radicular
Ideal próx. neutralidade

pH < 5 diminui absorção de N, K, Ca, Mg, B


pH > 6,5 diminui a absorção de P, Fe, Mn, B, Zn e Cu
PRODUÇÃO DE MUDAS
SUBSTRATO
Origem Animal Origem Vegetal

esterco

húmus tortas, bagaços, xaxim, serragem, pó de coco

Origem Artificial Origem Mineral

Espuma fenólica vermiculita, perlita, areia


PRODUÇÃO DE MUDAS

DENSIDADE: relação entre a massa e o volume do substrato, expressa em


kilograma por metro cúbico (Kg/L)

1. Células/bandejas:100 a 300 Kg/m3


2. Vasos de até 15 cm de altura:200 a 400 Kg/m3
3. Vasos de 20 a 30 cm de altura: 300 a 500 Kg/m3
4. Vasos >: 500 a 800 Kg/m3
PRODUÇÃO DE MUDAS

CONDICIONADOR
Produtos que concentram grandes quantidades de matéria orgânica e
ácidos húmicos e fúlvicos

Componente que irá melhorar significativamente as propriedades


do meio de cultivo
Aumentam a CTC do solo
Melhoram a estrutura física dos solos
Favorecem os processos energéticos das plantas
Melhoram a germinação das sementes
Melhoram o desenvolvimento radicular
PRODUÇÃO DE MUDAS

CONDICIONADOR
Turfa: formada por resíduos vegetais que proporcionam melhorias físicas, químicas,
biológicas do substrato

Vermiculita: matéria orgânica ótima para a descompactação de solos. Retém a água e


fertilizantes sem prejuízo da drenagem. É uma argila, que submetida à ação do calor,
aumenta seu tamanho em até quarenta vezes. Quantidade utilizada de 5 a 50% do volume
do solo

Fibra de coco: substitui o xaxim. Usado para enraizamento e crescimento das plantas

Serragem de madeira: apresenta baixo teor de nutrientes. Muito utilizada na


descompactação de solos e como cobertura morta para gramados e canteiros recém
formados. É aconselhado molhar a serragem com uma solução de 2 g de nitrato de sódio
(salitre) para cada litro de água , para evitar perdas de nitrogênio (N)

Chorume de algas: rico em NPK e utilizado em adubação foliar

Composto: produto fornecedor de nitrogênio (N): formado por resíduos de vegetais, de


alimentos oriundos de indústrias e residências
PRODUÇÃO DE MUDAS

SEMENTEIRA
Canteiros especialmente preparados:
Solo fértil e com MO
Adequada temperatura
Porosidade e arejamento
Retenção de umidade
Dimensões que facilitem a semeadura e execução dos tratos culturais

Semeadura:

– Sulcos transversais distanciados 10-15 cm (sulcador de ripas)


– Profundidade de 1 cm
– Cobrir com material do próprio canteiro, vermiculita, areia fina ou
casca de arroz
PRODUÇÃO DE MUDAS

VIVEIROS

A repicagem de mudas de tomate ramifica as


raízes, fazendo-as crescer em largura e volume

Mudas de alface ( Lactuca sativa L.) em canteiros

A utilização de viveiros que recebem mudas repicadas de sementeiras já foi


técnica comum em olericultura, sendo pouco utilizada (e recomendada)
atualmente
PRODUÇÃO DE MUDAS

RECIPIENTES - Copinhos
Década de 70...

A produção de mudas em copinhos confeccionados com papel de


jornal é vantajosa para certas espécies em relação ao uso de
sementeiras e viveiros

– Solanáceas fruto: tomate, pimentão, pimenta, berinjela...

– Cucurbitáceas: pepino, abóbora, moranga, melancia, melão...


CONFECÇÃO:

– Corta-se uma página de papel de jornal em


cerca de 5 tiras

– Pode-se utilizar como molde uma garrafa ou


latinha (diâmetro de 6 a 8 cm)

– Marca-se a altura escolhida para o copinho


(geralmente de 7 a 12 cm)

– Enrolar as tiras de papel no molde, dobrando


a ponta de modo a formar o fundo do copinho

– Uma pessoa confecciona de 240 copos por


hora de trabalho
PRODUÇÃO DE MUDAS

BANDEJAS
Sistema “speedling”

Tamanho 68 x 34 cm, variando o número de


células e a profundidade

As células apresentam formato de pirâmide


invertida, com abertura na parte inferior

Impedem o enovelamento de raízes


Fatores que afetam a produção de mudas em BANDEJAS

Qualidade do Substrato Profundidade

Enchimento da Bandeja
Métodos de semeadura em BANDEJA

SEMEADURA
MANUAL
Métodos de semeadura em BANDEJA

SEMEADURA MANUAL
COM EQUIPAMENTO
Métodos de semeadura em BANDEJA

SEMEADURA MANUAL
COM EQUIPAMENTO
Métodos de semeadura em BANDEJA

MECÂNICA
Métodos de semeadura em BANDEJA

MECÂNICA
Métodos de semeadura em BANDEJA

MECÂNICA
Métodos de semeadura em BANDEJA

MECÂNICA
Tratos culturais nas BANDEJAS

Irrigações frequentes

Desbaste: eliminação de plantas excedentes em


cada célula, quando se utilizou mais de uma
semente (5 – 10 dias após a semeadura)

Quando em ponto de
transplante as mudas
são removidas das bandejas

A irrigação prévia facilita a


remoção
Vantagens da utilização de BANDEJAS

Reduz a quantidade de semente (melhor germinação obtida)

Melhora a qualidade da muda

Racionalização do uso do espaço e do tempo na produção

Facilita o manuseio das mudas no campo

Permite que as mudas sejam transplantadas com porte menor

Aumenta a rapidez no desenvolvimento da planta

Reuso por mais de 20 vezes, devido a resistência


PRODUÇÃO DE MUDAS

TRANSPLANTE DAS MUDAS


Idade da plântula

Variável, em geral:

– 4 a 6 folhas definitivas
– 10 a 15 cm de altura

Obs. Varia conforme a espécie e condições agroecológicas

RAIZ NUA: índice de “pegamento” menor

ENDURECIMENTO DAS MUDAS: suspensão da irrigação para melhor


adaptação
PRODUÇÃO DE MUDAS

TRANSPLANTE DAS MUDAS


Profundidade

Depende da espécie olerícola

As plantas de caule distinto devem ser enterradas a uma


profundidade um pouco maior em relação àquela que se encontravam

As mudas devem ser selecionadas, só


sendo transplantadas aquelas com
visível qualidade, eliminando-se
mudas anormais ou com sintomas de
doenças
PRODUÇÃO DE MUDAS

SEMEADURA DIRETA

Grupos de espécies que exigem semeadura direta, aquelas semeadas:

– Em sulcos ou covas, com espaçamentos amplos,


toleram pouco o transplante
Ex. Melancia e outras cucurbitáceas

– Em sulcos, com espaçamentos mais estreitos,


toleram pouco o transplante
Ex. Feijão-vagem, tomate rasteiro

– Em sulcos superficiais
Ex. Hortaliças tuberosas
PRODUÇÃO DE MUDAS

SEMEADURA DIRETA

VANTAGENS DESVANTAGENS
Economia de mão-de-obra Maior quantidade de sementes
requerida
Maior precocidade no Dificuldade com tratos culturais
desenvolvimento da planta Iniciais
Menor disseminação de
fitopatógenos
PRODUÇÃO DE MUDAS

SISTEMA FLUTUANTE
“Float”
PRODUÇÃO DE MUDAS

ENXERTIA
• Resistência às doenças
• Resistência à estresse hídrico
• Resistência aos fatores ambientais como altas e baixas temperaturas
• Melhoria na qualidade do produto a ser colhido
• Aumento da produtividade

Nematóides e a murcha
Estresse hídrico e Fusarium, maior Murcha bacteriana, de Phytophthora capsici
salino qualidade dos frutos murcha de fusário,
nematóides
PRODUÇÃO DE MUDAS

ENXERTIA
Por encostia
PRODUÇÃO DE MUDAS

ENXERTIA
Por garfagem

Retirada do
meristema
apical
PRODUÇÃO DE MUDAS

ENXERTIA
Por garfagem
QUALIDADE DAS MUDAS

Muda estiolada
TRANSPORTE DAS MUDAS

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OBRIGADA!
Patrícia Menegaz de Farias
patricia.menegaz@gmail.com

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