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SUMÁRIO Página
Com relação às exportações, o Gráfico 2 mostra que o Brasil exporta hoje para
55 países. Porém, gostaria de indagar: perante esse gráfico, qual é o país que mais
consome frutas frescas? É o Brasil? Colocamos esse gráfico para mostrar algumas
armadilhas da estatística e esta é uma delas. Realmente o maior mercado brasileiro hoje
é a Comunidade Europeia e a maior parte dos países que funcionam como entrada para
as frutas nacionais são dois: Inglaterra e Holanda. Porém, o maior consumidor de frutas
brasileiras e o qual temos mantido com muito carinho, é o alemão. Porque a maior parte
das importações alemãs são feitas indiretamente. Este é um viés que estamos
procurando modificar, porque se conseguirmos deixar essa intermediação por nossa
conta, iremos, além de uma melhor rentabilidade, termos um maior controle sobre
odestino das nossas frutas. Hoje é possível se encontrar melão na Rússia, cujo produtor,
o Rio Grande do Norte, nem imagina que seu produto esteja sendo vendido lá. É
necessário que passemos a controlar o destino e a forma como os produtos nacionais são
comercializados, pois precisamos valorizá-los. O alvo brasileiro para os próximos anos
não é nenhum desses países do Gráfico 2. Dentro dos próximos seis a oito anos, o futuro
grande mercado para as frutas brasileiras é o constituído pelos países árabes, os países
do Leste Europeu, os do Sudoeste Asiático, mais a China.
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Estados Unidos; dos Estados Unidos para o Canadá; da Alemanha para a França; da
França para a Espanha; e, consequentemente, se fecham as nossas perspectivas de
entrada. O que nos resta? Os mercados de longa distância, que se subdividem em apenas
um mercado, o de banana. Só a banana representa 29,6% da comercialização mundial de
frutas, o que explica a famosa “guerra das bananas”, para a conquista desse mercado,
que não é nada desprezível. As frutas exóticas e tropicais representam somente 8,4%.
Assim, temos que nos concentrar nos mercados de contra-estação, que
representam 15,8%. Que mercados são esses? Na Europa, quando começa a esfriar, não
há mais disponibilidade de frutas, sendo necessário importá-las, se a população quiser
continuar comendo frutas. Por exemplo, a Espanha hoje é o maior produtor do mundo
de melões mas, paradoxalmente, é o nosso maior importador do produto na Europa,
justamente nos meses mais frios, ou seja, em novembro, dezembro e uma parte de
janeiro.
As uvas que estamos exportando, além de uma série de outras frutas, como a
maçã são produtos de contra-estação. Salvo a manga, as nossas estrelas de exportação
têm como estratégia buscar esse mercado de contra-estação. Por quê? Porque são
produtos normalmente já conhecidos naqueles mercados, como a uva e a maçã não
sendo necessário se investir em marketing, em promoção de forma substancial para que
as pessoas se acostumem com essas frutas. Isso já não acontece com as frutas tropicais,
apesar de termos um mercado de 8,4%, e sermos hoje o terceiro exportador mundial de
manga e o primeiro de mamão papaia. O Brasil tem 70% do mercado europeu em suas
mãos, mas ele consome pouco e precisamos ensiná-los a consumir melhor. Para isso,
precisamos aperfeiçoar nossos sistemas de promoção e nossas estratégias de divulgação
das frutas brasileiras.
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Oportunidades
O Brasil tem um grande potencial de crescimento no setor da fruticultura com o
aumento, por exemplo, do cultivo de melões nobres (outras variedades); de frutas
orgânicas – se há um país que poderá realmente abastecer, não só o Brasil, como todo o
mundo, com frutas orgânicas, esse país chama-se Brasil, não tenham dúvidas sobre isso.
Outro fator de indução desse crescimento será o aumento do cultivo de uvas sem
sementes, que hoje predominam no mercado americano; com as uvas sem sementes
voltamos também a comercializar e a vender frutas para os Estados Unidos. Há também
a possibilidade de habilitação de mais packing houses para mangas, ou seja, sistemas de
manipulação de frutas para mangas. Não sei se todos sabem mas, para vendermos para o
Japão, para os Estados Unidos, os exportadores de manga têm que fazer um tratamento
quarentenário que pressupõe colocar a manga em temperatura de 58ºC durante tantos
minutos. Então, por favor, não comam manga nos Estados Unidos ou no Japão porque
elas já estão meio cozidas. Mas é o único jeito de se vender.
Precisamos mudar este tipo de mentalidade através de negociações
internacionais, porque não vamos matar nenhuma criancinha vendendo manga tirada do
pé. Mais uma oportunidade de crescimento do setor é a expansão do cultivo de banana
no Rio Grande do Norte e no Ceará, com qualidade e logisticamente mais competitiva.
Os grandes produtores de banana estão vindo para o Brasil, aliás, já estão aqui e os
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estados para exportarmos para a União Européia chamam-se Rio Grande do Norte e
Ceará. Por quê? Os custos de produção são menores e, consequentemente,
logisticamente estão mais perto da Europa, que recentemente abriu um mercado para a
banana e todos agora deverão concorrer em igualdade de condições, desde que paguem
E$ 176 por tonelada. Mas como são todos, creio que teremos vantagens.
Outro fator é o aumento das áreas certificadas de mamão no Nordeste, que vão
nos permitir entrar nos Estados Unidos que são, sem sombra de dúvidas, o maior
mercado de papaia. Outras frutas, a médio prazo, poderão entrar nos Estados Unidos
como o limão, as laranjas e as tangerinas. Obviamente, o Brasil pode aumentar a
produção de frutas o quanto quiser. Existem também oportunidades em novos
mercados, como, por exemplo, o Leste Europeu, países árabes, Sudeste Asiático e
China.
A potencialidade de aumento de competitividade internacional é real, mas temos
muito a melhorar em termos de custos e podemos melhorar nossa competitividade mais
ainda. Para se ter uma ideia, se considerarmos o custo “SIF” da uva sem semente
colocada no mercado de Rotterdam, com os economistas fazendo detalhamento da
planilha de custos, verificar-se que 80% dos custos provêm do custo de produção e de
embalagem, ou seja, se me derem o transporte de graça, ótimo, porque o meu problema
está com a produção e com as embalagens.
Barreiras e dificuldades
Não são poucas as barreiras que dificultam a expansão da competitividade da
fruticultura brasileira. Os custos de produção altos e pouca tradição no mercado
internacional estão entre elas. Normas e exigências diferentes são mais outras barreiras.
As diversidades de exigências são realmente significativas, não só as advindas das
legislações agro-alimentares, como agora, mais modernamente, as dos compradores e
consumidores.
Quem pretende exportar para determinada rede de supermercados precisa
cumprir os requisitos exigidos. Outra barreira enfrentada pela fruticultura é a baixa
capacitação dos pequenos produtores, apesar de o setor estar fundamentado em
pequenas propriedades, há muito o que se fazer para transformá-los de produtores em
empresários, porém é um trabalho gigantesco.
Mais uma dificuldade é a ausência de sistemas de organização competitivos para
a comercialização. Este é realmente o nosso grande “calcanhar de Aquiles”: sabemos
produzir, sabemos beneficiar, mas, na hora de comercializar, somos extremamente
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As estacas herbáceas são aquelas cujos tecidos não estão lignificados, ou seja,
estão com tecidos tenros e de coloração verde. São retiradas da parte apical dos ramos
no período de primavera/verão, épocas em que ocorrem os fluxos de crescimento
vegetativo. Como é um material sensível à desidratação, a coleta deve ser feita
preferencialmente pela manhã. As folhas (inteiras ou pela metade) devem ser mantidas.
A função da manutenção das folhas é a continuação do processo fotossintético
que fornecerá fotoassimilados tanto para a manutenção da estaca, quanto para a
formação das raízes. A utilização de estacas herbáceas é muito utilizada na produção de
mudas de goiabeira.
Estacas semilenhosas são obtidas de ramos parcialmente lignificados, após o
mesmo ter completado seu crescimento. Para enraizar, essas estacas ainda com folhas,
devem ser mantidas, assim como as estacas herbáceas, em ambiente com umidade
relativa alta para reduzir a perda de água pelas folhas. É bastante utilizada na
propagação de algumas espécies tropicais e subtropicais.
As fruteiras que perdem as folhas no outono (caducifólias), como figo e uva, por
exemplo, apresentam seus ramos lenhosos com boa capacidade de enraizamento. As
estacas são obtidas de ramos lenhosos, bastante lignificados, sem folhas, com idade
superior a um ano, sendo coletadas geralmente no período de dormência da planta
(inverno).
A propagação com esse tipo de estaca é mais fácil e mais barata, pois são mais
resistentes e não exigem ambiente com controle de temperatura e umidade.
Após a coleta das estacas da planta matriz, faz-se o preparo das mesmas,
colocando-as para enraizar em substrato adequado que possua boa capacidade de
retenção de água, drenagem satisfatória e esteja livre de patógenos de solo, planta
daninha e nematóide. Um dos principais substratos utilizados para o enraizamento de
estacas é a vermiculita.
Nessa etapa é importante garantir que o substrato esteja bem aderido à estaca.
Então se faz uma leve compactação do substrato ao redor das estacas, para evitar a
permanência de bolsões de ar, que impeçam a aeração na base das mesmas. É
importante lembrar que para algumas espécies frutíferas o uso de reguladores vegetais
auxilia no enraizamento, principalmente os produtos com ação auxínica comercializados
no mercado com os nomes de ácido indolbutírico (AIB) e ácido naftalenoacético
(ANA).
Por apresentarem difícil diluição em água, esses produtos podem ser dissolvidos
em solução alcoólica ou hidróxido de potássio para serem aplicados na forma líquida ou
misturados em talco para serem aplicados em pó. Depois de prontas, as estacas são
levadas para ambientes propícios ao enraizamento.
Ambiente para enraizamento
Devido à evapotranspiração, estacas semilenhosas e herbáceas requerem
instalações com sistema de nebulização intermitente, que permite a emissão de
pequenas gotículas de água, de tempo em tempo, mantendo a superfície das folhas
molhadas. No caso de estacas lenhosas, essas instalações não são necessárias, podendo
ser colocadas em canteiros de areia ou saquinhos contendo substrato com no máximo
uma tela de sombreamento para evitar os efeitos do excesso de radiação solar e chuva
(Figura 3 a, b, c).
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Figura 3 - Nebulizador com alta umidade relativa (a); canteiros de areia com
estacas lenhosas (b e c).
Alporquia
A alporquia é um método de propagação em que se faz o enraizamento de um
ramo ainda ligado à planta matriz (parte aérea), que só é destacado da mesma após o
enraizamento.
O método consiste em selecionar um ramo da planta, de preferência com um ano
de idade e diâmetro médio. Nesse ramo, escolhe-se a região sem brotação e faz-se um
anelamento, de aproximadamente dois centímetros, retirando toda a casca (floema) e
expondo o lenho. Depois disso, deve-se cobrir o local exposto com substrato
umedecido, a base de fibra de coco e envolvê-lo com plástico, cuja finalidade é evitar a
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A enxertia deve ser realizada para propagar espécies que não podem ser
facilmente multiplicadas por outros métodos, para obter benefícios do porta-enxerto,
mudar a cultivar copa em plantas adultas (sobreenxertia) ou substituir o porta-enxerto
(subenxertia).
O sucesso da cicatrização entre as partes após a prática da enxertia dependerá da
espécie que se estará trabalhando; da habilidade do enxertador; da atividade fisiológica
do enxerto e do porta-enxerto; das condições a que as plantas serão submetidas durante
e após a enxertia; dos problemas de pragas e doenças e da incompatibilidade que possa
ocorrer entre as partes.
É importante destacar também que existem alguns limites na enxertia
relacionados à combinação copa e porta-enxerto. A maior facilidade da enxertia ocorre
entre plantas de um mesmo clone, aumentando o grau de dificuldade à medida que se
enxertam diferentes cultivares da mesma espécie, diferentes espécies e diferentes
gêneros.
O sucesso da enxertia intergenérica (entre gêneros) é bastante limitado, sendo
conhecidos alguns casos como o de pereira sobre marmeleiro, por exemplo. Em
fruticultura não se conhece sucesso de enxertia entre plantas de famílias botânicas
diferentes.
Tipos de enxertia
São três os tipos de enxertia: borbulhia, garfagem e encostia. No primeiro caso,
o enxerto é uma borbulha, ou gema; no segundo, um pedaço de ramo ou garfo destacado
da planta matriz com uma ou mais gemas e no terceiro, a união de duas plantas inteiras.
Borbulhia
A borbulhia consiste na justaposição de uma única gema sobre um porta-enxerto
enraizado. Embora haja vários tipos de borbulhia, serão descritas as formas em “T”
normal, “T” invertido, placa ou janela aberta e janela fechada. Cada denominação varia
em função do tipo de corte efetuado e na forma de fixação das gemas (borbulhas) no
porta-enxerto (Figura 5).
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Figura 5 - Borbulhia “T” normal (a); Borbulhia “T” invertido (b); Borbulhia em
placa ou janela aberta(c); Borbulhia janela fechada (d). Fonte: Adaptado de
Hartmann et al. (2002)
As borbulhias em “escudo” e em “T” referem-se a uma mesma técnica (“T”
designa a aparência do corte no cavalo, onde a gema será introduzida e o “escudo”
refere-se ao formato dessa gema). O corte em “T” no porta-enxerto é feito abrindo uma
incisão transversal e outra longitudinal, onde será inserida a borbulha. A borbulha é um
fragmento de forma triangular, retirada da planta matriz após o corte do ramo que a
contém, também chamado de ramo porta-borbulha. Esse fragmento deve ter dimensões
proporcionais ao corte em “T” efetuado no porta-enxerto.
Com a ponta do canivete de enxertia, abre-se a região da casca abrangida pelas
incisões, levantando-a para inserção da borbulha que é introduzida com a gema voltada
para o lado externo. Em seguida, deve-se amarrá-la de cima para baixo, com o auxílio
de um fitilho plástico ou fita biodegradável. Toda essa operação deve ser rápida, para
que não ocorra ressecamento das regiões de união dos tecidos ou cicatrização dos cortes
antes que ela seja finalizada.
O “T” invertido é muito parecido, apenas o sentido do corte que o difere do
anterior, sendo o corte horizontal feito na extremidade inferior do corte perpendicular
do porta-enxerto. O escudo retirado da planta matriz agora tem sua base invertida. O
objetivo da variação na técnica é evitar a infiltração de água na região da enxertia. É
importante observar que a posição da borbulha não muda. A amarração do escudo deve
iniciar-se de baixo para cima no porta-enxerto. A facilidade operacional é maior, além
de impedir o acúmulo de água nos cortes, por isso é o tipo mais utilizado quando
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Figura 6 - Garfagem fenda cheia (a); Garfagem meia fenda (b); Garfagem inglês
simples (c); Garfagem inglês complicado (d). Fonte: Adaptado de Hartmann et al.
(2002)
Na garfagem em meia fenda, o garfo é cortado em bisel duplo. O porta-enxerto
é cortado transversalmente, fazendo-se, em seguida, uma incisão igual a largura do
bisel. Aprofunda-se a incisão para baixo, por meio de movimentos com o canivete de
enxertia, então introduz-se o garfo na fenda, de tal modo que as camadas das duas partes
fiquem em contato em pelo menos um dos lados. Esse tipo de garfagem é utilizado
quando os garfos são de diâmetros diferentes do porta-enxerto, sendo necessário que
pelo menos um dos lados esteja em contato com os tecidos para que ocorra o processo
de cicatrização e sobrevivência do enxerto.
Já na garfagem em fenda cheia, a obtenção do garfo é idêntica ao caso anterior.
O porta-enxerto é cortado transversalmente à altura desejada, praticando-se em seguida
uma fenda cheia, do mesmo tamanho do garfo que será introduzido nessa fenda, de
maneira que os dois lados desse garfo coincidam por completo com o diâmetro do
porta-enxerto. Para a prática da enxertia por inglês simples é necessário que o garfo e o
porta-enxerto tenham o mesmo diâmetro. Corta-se o porta-enxerto a uma altura
conveniente do solo, talhando-o em um bisel simples enquanto o garfo também é
cortado em bisel, exatamente para encaixar no porta-enxerto, a fim de que possam
coincidir em toda sua extensão.
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A garfagem por inglês complicado é realizada como no caso anterior, mas com
um encaixe mais perfeito. Coloca-se a lâmina do canivete um pouco acima do meio do
bisel do porta-enxerto e, a partir deste ponto, em sentido longitudinal e paralelo ao eixo,
fende-se o próprio cavalo, até que a fenda atinja o nível da base do seu bisel.
Faz-se o mesmo no bisel do enxerto. Então encaixa-se o garfo no porta-enxerto,
tomando o cuidado de fazer com que as cascas de ambos se coincidam. Os instrumentos
utilizados para a prática da garfagem são tesoura de poda e canivete.
Após a realização da garfagem, é importante amarrar bem forte o garfo no porta-
enxerto para manter as partes perfeitamente unidas. Depois, cobre-se o enxerto com um
saquinho plástico, os mesmos utilizados para sorvetes, para evitar que ocorra perda ou
infiltração de água na região de enxertia.
Quando iniciar a brotação do enxerto, retira-se o saquinho plástico o que deve
ocorrer por volta de 30 dias, dependendo da espécie. Já o fitilho plástico será retirado
após 60 dias, para garantir a união das partes enxertadas. Então é só esperar o
desenvolvimento da brotação para que as mudas possam ser plantadas em campo.
Encostia
A encostia é um método de enxertia usado para árvores frutíferas que
dificilmente se propagam por outros métodos. Em resumo é uma técnica que consiste na
junção de duas plantas inteiras, que são mantidas dessa forma até a união dos tecidos
(Figura 7).
Corta-se uma porção do ramo de cada uma das plantas, de mesma dimensão, e
encostam-se as partes cortadas, amarrando-as em seguida com fita plástica para haver
união dos tecidos.
O enxerto é representado por um ramo da planta matriz, sem dela se desligar até
que ocorra a soldadura ao porta-enxerto. Após 30-60 dias, havendo a união dos tecidos,
faz-se o desligamento da nova planta, cortando-se acima do ponto de união do porta-
enxerto.
Nessa fase, retira-se o fitilho plástico que estava amarrado e destaca-se o ramo
da planta original, formando uma nova copa. Tem-se, assim, a muda, constituída de
copa e porta-enxerto.
A primavera é a estação mais adequada para a prática da encostia e as que são
realizadas no outono desenvolvem-se muito lentamente.
Incompatibilidade entre copa e porta-enxerto
A compatibilidade pode ser definida como a capacidade que duas plantas ou
parte de plantas enxertadas possuem de se desenvolverem satisfatoriamente como se
fossem uma única planta. Já a incompatibilidade pode ocorrer devido a diferenças
fisiológicas, bioquímicas e anatômicas entre as plantas que podem ser favoráveis ou
desfavoráveis à união do enxerto.
Os problemas de incompatibilidade ocorrem principalmente em função da
enxertia entre espécies de diferentes famílias e gêneros. Os principais sintomas
associados à incompatibilidade de enxertia são:
• expansão da união do enxerto quando ocorre o super crescimento do diâmetro do
tronco acima ou abaixo do ponto de enxertia;
• quebra ou ruptura do enxerto na ocorrência de ventos fortes ou até mesmo quando a
produção de frutos na planta for muito grande;
• morte prematura da planta;
• amarelecimento e queda prematura das folhas no outono;
• aparecimento de uma linha escura na região da enxertia pela morte dos tecidos.
A presença de um ou mais desses sintomas não significa necessariamente, que a
combinação seja incompatível. Podem ser resultantes de condições ambientais
desfavoráveis, tais como falta de água ou nutrientes, ataques de pragas, doenças ou
inclusive, enxertia mal sucedida.
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Micropropagação
A propagação “in vitro” ou micropropagação, consiste na aplicação da técnica
de cultura de tecidos para a produção de plantas idênticas a planta matriz. Este tipo de
propagação permite produzir mudas com alta qualidade genética e fitossanitária.
É feita em laboratórios a partir de pedaços de tecido vegetal. Estes fragmentos
retirados de vegetais são chamados de explantes e multiplicados em meio artificial (sem
solo), o qual fornece nutrientes e outras substâncias necessárias à multiplicação e
regeneração de novas plantas. A base para o cultivo de pequenas partes de plantas só é
possível pela propriedade da totipotência, que é a capacidade que toda célula vegetal
tem de regenerar uma planta completa, a partir de informações genéticas contidas na
mesma.
As técnicas de propagação “in vitro” permitem multiplicar vegetativamente
espécies de difícil propagação pelos métodos convencionais. Além disso, permite a
produção de um grande número de plantas a partir de um explante em menor tempo que
os métodos tradicionais de propagação. Possibilitam também, a produção de mudas
livres de patógenos causadores de doenças que pelos métodos convencionais de
propagação, podem ser transmitidos pelas mudas.
Entre as fruteiras tropicais multiplicadas pela cultura de tecidos destacam-se as
culturas do abacaxizeiro e da bananeira que estão sendo produzidas em maior escala por
algumas empresas do setor (Figura 8).
além de funcionarem como órgãos de reserva de alimentos podem também ser utilizadas
na propagação. Em condições adversas são esses órgãos que possibilitam a
sobrevivência das plantas.
Vários tipos de estruturas especializadas podem ser utilizadas na produção de
mudas. Em espécies frutíferas, as principais estruturas são estolões, rebentos e rizomas
que são úteis na propagação de algumas espécies, como, por exemplo, o morangueiro, a
bananeira, o abacaxizeiro, a framboeseira e a amoreira-preta.
Os estolões são definidos como caules aéreos especializados, muito comuns na
propagação do morangueiro; já os rizomas são caules subterrâneos que possuem gemas
para formação de novas brotações, as quais originarão novos pseudocaules e passarão a
ter o seu próprio sistema radicular. É o principal método de multiplicação das
bananeiras.
As mudas de bananeira são obtidas a partir do desenvolvimento das gemas do
rizoma. A denominação das mudas é dada de acordo com o desenvolvimento e peso do
rizoma. As mudas obtidas de rizoma inteiro são denominadas popularmente de:
• Chifrinho – apresentam de 20 a 30 cm de altura e têm unicamente folhas lanceoladas
(em forma de lança) com até 1,5 kg;
• Chifre – apresentam de 50 a 60 cm de altura e folhas lanceoladas, com peso variando
de 1,5 a 2,5 kg;
• Chifrão: apresentam de 60 a 150 cm de altura, com uma mistura de folhas lanceoladas
e folhas características de planta adulta, com peso superior a 2,5 kg.
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Figura 9 - Mudas do tipo chifrão, chifre e chifrinho com folhas (a), sem folhas (b);
Pedaços de rizoma (c)
Essas mudas podem ser obtidas diretamente do bananal, tomando o cuidado de
selecioná-las de plantas vigorosas, que represente a variedade a ser propagada, esteja
isenta do ataque de pragas e doenças e com idade que não seja superior a quatro anos.
Embora a propagação por rizomas seja muito utilizada, nos últimos anos tem
crescido muito a produção de mudas de bananeira utilizando a técnica de cultura de
tecidos, ou micropropagação, como visto anteriormente.
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A irrigação por aspersão pode ser de dois tipos: sobrecopa e sub-copa, quando
feita por cima ou por baixo da copa das plantas. A irrigação sobrecopa apresenta como
principais desvantagens o molhamento das folhas, o que aumenta a incidência de
doenças, e maiores perdas por evapotranspiração e pela ação dos ventos. Já a aspersão
sub-copa apresenta como desvantagem principal a interferência do tronco e copa das
plantas, o que dificulta o molhamento uniforme do terreno.
Na aspersão, as vazões e pressões são, normalmente, de média a alta, exigindo
motobombas de maior potência e demandando maior consumo de energia em relação ao
gotejamento e à microaspersão. Por outro lado, os aspersores não necessitam de
equipamentos de filtragem e apresentam uma menor necessidade de manutenção.
seja o método utilizado, leva consigo uma perda mais ou menos importante das reservas
contidas na madeira suprimida e na diminuição do número de folhas, ou seja, de órgãos
assimiladores de carbono.
Nos primeiros anos de vida, toda a energia produzida é gasta para o próprio
crescimento da planta. Depois de formada as estrutura da planta, então começa a sobrar
seiva elaborada, que se transforma em reserva e é armazenada na planta. Desta maneira,
a planta, através destas reservas, pode transformar as gemas vegetativas em botões
florais. Esta acumulação é maior nos ramos novos e finos do que nos ramos velhos e
grossos. O equilíbrio entre a fase vegetativa e reprodutiva onde se considera a relação
entre o carbono e o nitrogênio nas diferentes fases da vida da planta.
4.5. Hábito de frutificação das principais espécies frutíferas
Afim de entender as necessidades da poda das plantas cultivadas, é necessário
um conhecimento prático dos seus hábitos de frutificação. De acordo com a natureza
que possuem, as plantas frutíferas podem ser divididas em três tipos:
4.5.1 Plantas que produzem em ramos especializados
Só produzem em ramos especializados, os demais ramos dessas plantas
produzem brotos vegetativos e folhas. Ex.: macieiras e pereiras. Esses ramos
especializados são geralmente curtos e muitos deles denominados esporões, podendo
apresentarem as seguintes denominações:
a) Dardos - são estruturas pequenas e pontiagudas, com entrenós muito curtos.
Apresentam uma roseta de folhas na extremidade, pouco maior que uma gema.
b) Lamburda - ramo curto com nodosidades na base, sem gemas laterais, podendo
terminar em gemas vegetativas ou de frutas (coroadas).
c) Bolsa - parte curta, inchada, constituída por tecido pouco diferenciado, porém com
grande acumulação de substâncias nutritivas, que se formam no ponto de união da fruta
colhida com o ramo. É um órgão de transição que pode dar origem a novas gemas
florais, dardos, lamburdas, brindilas ou vários deles de cada vez. Geralmente, são
formadas a partir de um esporão depois de vários anos.
d) Brindilas - são ramos finos, com diâmetro de 3 a 5mm e comprimento em torno de
20cm. Na ponta, podem apresentar um dardo, gema vegetativa ou floral.
e) Botão floral - forma arredondada e destacado, em geral apresenta maior volume do
que as gemas vegetativas.
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Em altas infestações o dano é visível na casca dos frutos, que apresentam manchas ou
rachaduras que depreciam o seu valor com comercial (Barbosa et al., 2000a; Brandão &
Boaretto,1999).
Fotos: Batista, D. da C.
do meloeiro está relacionado com os danos indiretos, pela transmissão do vírus causador
do amarelão.
Táticas de controle
O planejamento para adoção do manejo da mosca-branca no meloeiro deve ser
feito antes da realização dos plantios, pois trata-se de uma cultura suscetível à essa
praga, e que, na maioria dos casos, segue um modelo de exploração dependente do
mercado, ou seja, realizando-se cultivos escalonados, o que dificulta um bom manejo
fitossanitário. Este manejo deve ser baseado em medidas preventivas e curativas.
As medidas preventivas visam dificultar ou retardar a entrada do inseto na área,
bem como eliminar as suas fontes de abrigo, de alimento e de reprodução. Medidas que
favoreçam o equilíbrio biológico no agroecossistema, também, devem ser consideradas
antes e após a implantação da cultura.
As principais medidas preventivas para o controle e/ou convivência com a
mosca-branca são: a) planejar os plantios de forma que sejam feitos na direção contrária
à dos ventos predominantes. Assim, os plantios novos serão menos infestados pela
mosca-branca oriunda do plantio mais velho; b) fazer plantios isolados ou utilizar como
cerca-viva, plantas não hospedeiras da praga (sorgo, capim-elefante, etc.), intercaladas,
ao redor do plantio ou do lado do vento predominante; c) eliminar fontes de inóculo
como maxixe, abóbora, melancia, ervas daninhas hospedeiras da praga ao redor da área
a ser plantada; d) iniciar o preparo do solo, mantendo a área limpa, pelo menos 30 dias
antes do plantio; e) não intercalar o plantio com culturas suscetíveis à praga; f) rotação
de culturas com plantas não suscetíveis; g) após o plantio, manter a área isenta de
plantas hospedeiras da praga, no interior e ao redor da cultura; h) não permitir cultivos
abandonados nas proximidades da área cultivada; i) eliminar os restos culturais
imediatamente após a colheita.
Como medida curativa, pode-se adotar o controle químico, porém,
considerando-se o uso das substâncias químicas dentro de um programa de manejo
integrado de pragas (MIP), pois, o uso exclusivo, não criterioso e contínuo de
inseticidas não é a solução permanente para o controle da mosca-branca. Os produtos a
serem utilizados no controle químico devem ser aqueles registrados no Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a cultura do meloeiro, respeitando-
se as doses indicadas e o período de carência de cada produto.
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Amostragem
O processo de amostragem deve ser realizado de preferência em horário com
temperatura do dia mais amena, geralmente, de 6h às 9h. Para o adulto, amostrar uma
folha do terceiro nó, a partir do ápice do ramo, observando-se, a parte inferior da folha.
Para as ninfas, amostrar uma folha do oitavo ao décimo nó do ramo, observando-se,
com auxílio de uma lupa de bolso, uma área de uma polegada quadrada na face inferior
da folha, próxima à nervura central.
Nível de controle
Dois insetos adultos, quando na presença de sintomas de ataque do vírus do
amarelão e dez insetos adultos, na ausência de sintomas do amarelão. Pelos resultados
de pesquisa com a mosca-branca, constataram-se que o nível de controle encontra-se
dentro de uma faixa que é definida em função da variedade e/ou híbrido utilizado,
condições climáticas, bem como condições nutricionais da planta.
Brocas-das-cucurbitaceas – Diaphania nitidalis e Diaphania hyalinata
(Lepidoptera: Pyralidae)
As lagartas podem atingir até 20 mm de comprimento (Figura 2). Contudo,
Diaphania nitidalis e Diaphania hyalinata, são espécies que diferem quanto à coloração
dos adultos. D. nitidalis tem coloração marrom-violácea, com as asas apresentando uma
área central amarelada semitransparente e os bordos marrom-violáceos (Figura 3),
enquanto que a D. hyalinata tem asas com áreas semitransparentes, brancas e a faixa
escura retilínea nos bordos (Figura 4).
A postura é feita nas folhas, ramos, flores e frutos. O período larval é de
aproximadamente 10 dias. O ciclo evolutivo completo é de 25 a 30 dias.
Fotos: José Adalberto de Alencar.
Danos
As lagartas atacam folhas, brotos, ramos, flores e frutos. Quando o ataque é
severo, observa-se na polpa dos frutos abertura de galerias tornando-os inviáveis à
comercialização. A espécie D. nitidalis ataca os frutos em qualquer idade, enquanto D.
hyalinata ataca, geralmente, as folhas, causando desfolha total da planta, quando em
altas populações (Figura 5).
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Danos
Os pulgões atacam brotações e folhas novas do meloeiro, sugando
continuamente uma grande quantidade de seiva. Em elevadas infestações, essas partes
da planta tornam-se deformadas, comprometendo o desenvolvimento da mesma. No
entanto, o maior dano causado pela praga ao meloeiro é a transmissão do vírus-do-
mosaico, que compromete totalmente o desenvolvimento da planta, principalmente se a
transmissão ocorrer nas primeiras fases de desenvolvimento da cultura.
Amostragem
Avaliar em cada ponto do total de 20, uma folha do quarto nó a partir do ápice
do ramo.
Nível de controle
Sugere-se a presença de 10 insetos, em média, nos 20 pontos amostrados.
Táticas de controle
A aplicação de inseticidas para o controle do pulgão requer alguns cuidados e
precauções, pois, esse inseto é preso preferencial para os inimigos naturais das pragas.
Recomenda-se a não aplicação de produtos do grupo dos piretroides nas primeiras fases
de desenvolvimento da cultura, período no qual a presença de inimigos naturais começa
a ocorrer. Os produtos registrados pelo MAPA para o pulgão em meloeiro poderão ser
encontrados no site http://agrofit.agricultura.gov.br.
A eliminação de ervas daninhas hospedeiras do pulgão é uma importante medida
de controle cultural. No polo Petrolina, PE/Juazeiro, BA, constatou-se como ervas
daninhas hospedeiras deA. gossypii: beldroega (Portulacaoleracea L.), bredo
(Amaranthus spinosus L.), pega-pinto (Boerhaavia diffusa L.) e malva branca (Sida
cordifolia L.).
Outras medidas alternativas de controle são citadas como auxiliares na redução
populacional da praga, tais como: a) efetuar os plantios em sentido contrário aos ventos;
b) culturas atrativas aos inimigos naturais, como o sorgo, que é uma das fontes de
desenvolvimento para a fauna benéfica; c) manutenção da vegetação nativa entre os
talhões para preservar a fauna e a flora benéfica; d) eliminação de plantas atacadas pelo
vírus-do-mosaico a fim de reduzir as fontes de inóculo dentro do cultivo e, e) utilização
de quebra-vento com plantas não hospedeiras da praga.
Moscas minadoras – Liriomyza sativae e Liriomyza huidobrensis (Diptera:
Agromyzidae)
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Táticas de controle
Em pesquisas realizadas na Embrapa Semiárido, observou-se uma eficiência de
100% no controle da mosca-minadora em melão com a utilização do princípio ativo
abamectin na dose de 100 ml para 100 L de água, efetuando-se três pulverizações em
intervalos de 10 dias, sendo a primeira quando foi observado as primeiras folhas
minadas na área. No entanto, outros produtos registrados no MAPA para o meloeiro,
poderão ser encontrados no site http://agrofit.agricultura.gov.br.
Como controle cultural recomenda-se a destruição dos restos culturais e a não
implantação da cultura próxima de culturas hospedeiras da mosca-minadora, tais como,
(feijão, ervilha, fava, batatinha, tomateiro, berinjela, abóbora, melancia, pimentão, entre
outras).
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Amostragem
Avaliar a folha mais desenvolvida do ramo em 20 pontos amostrados.
Nível de controle
Sugere-se a presença de cinco larvas vivas, em média, nos 20 pontos
amostrados.
Mosca-das-frutas – Anastrepha grandis (Diptera: Tephritidae)
Os adultos são de coloração amarela e medem cerca de 10 mm de comprimento.
Apresenta duas manchas nas asas, tendo a mancha anterior o formato de "S", enquanto a
posterior assemelha-se a um "V" invertido. Acredita-se que apenas as cucurbitáceas
sejam hospedeiras dessa espécie de mosca-das-frutas, pois, diversas e contínuas
prospecções foram, e estão sendo realizadas no Brasil, tendo sido verificada a presença
de A. grandis em apenas três espécies de cucurbitáceas.
A presença dessa espécie de mosca-das-frutas em áreas de produção de melão
pode inviabilizar a exportação da fruta. Pois trata-se de uma praga de importância
quarentenária.
Danos
As larvas, além de se alimentam da polpa dos frutos, danificando-os pela
abertura, facilitam a entrada de patógenos oportunistas, deixando-os impróprios tanto
para o consumo in natura, como para a industrialização. Os frutos atacados amadurecem
prematuramente.
Amostragem
A. grandis deve ser monitorada com o uso de armadilhas do tipo McPhail.
Devem ser utilizadas três armadilhas por hectare, tendo como atrativo alimentar,
proteína hidrolisada, na proporção de 500 ml para 10 L de água e 200 ml desta solução
por armadilha.
PRINCIPAIS DOENÇAS DO MELÃO
OÍDIO – Oidium spp. [Podosphaera xanthii]
O oídio do meloeiro é causado principalmente pelo fungo Oidium sp., fase
imperfeita de Podosphaera xanthii (=Sphaerotheca fuliginea). No Brasil ocorre apenas
a forma imperfeita do patógeno. O fungo afeta grande número de cucurbitáceas, tanto
cultivadas quanto selvagens, e existem várias raças fisiológicas que diferem quanto a
capacidade de infectar diferentes espécies de cucurbitáceas ou variedades de melão.
Aparentemente, a raça 1 predomina no Brasil, contudo as raça 2, 3 e 4 já foram
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Tripes
Tripes da erupção dos frutos - Frankliniella spp. (Thysanoptera: Aelothripidae)
Apesar do pequeno tamanho (cerca de 1 mm de comprimento) e da agilidade,
são facilmente vistos por causa da coloração branca ou marrom-escura. Os adultos são
encontrados geralmente em flores jovens abertas. Também podem ocorrer nas flores
ainda protegidas pelas brácteas. Os danos provocados por esses tripes manifestam-se
nos frutos em desenvolvimento, na forma de pontuações marrons e ásperas ao tato (Fig.
5), o que reduz o seu valor comercial, mas não interfere na qualidade da fruta. A
despistilagem e a eliminação do coração reduzem a população desses insetos.
Recomenda-se a utilização de sacos impregnados com inseticida, no momento da
emissão do cacho, para reduzir os prejuízos causados aos tripes da erupção dos frutos.
Tripes da ferrugem dos frutos - Chaetanaphothrips spp., Caliothrips bicinctus
Bagnall,Tryphactothrips lineatus Hood (Thysanoptera: Thripidae)
São insetos pequenos (1 a 1,2 mm de comprimento), que vivem nas
inflorescências, entre as brácteas do coração e os frutos. Seu ataque provoca o
aparecimento de manchas de coloração marrom (semelhante à ferrugem) (Fig. 6). O
dano é causado pela oviposição e alimentação do inseto nos frutos jovens. Em casos de
forte infestação, a epiderme pode apresentar pequenas rachaduras em função da perda
de elasticidade. Para o controle desses insetos, deve-se efetuar o ensacamento do cacho
e a remoção das plantas invasoras, tais como Commelina sp. e Brachiaria purpurascens,
hospedeiras alternativas dos insetos.
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Figura 5. Danos provocados pelo tripes da Figura 6. Danos provocados pelo tripes da
erupção dos frutos. ferrugem dos frutos.