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INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO NO DESEMPENHO DOS

ACADÊMICOS DO CURSO DE ENFERMAGEM DA UERR

Adrielly Vasconcelos Pinheiro¹


Alessandro Nascimento Pinto¹
Mateus Zanis Martins¹
Bruno Miranda da Rocha²

RESUMO

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi analisar de que forma a alimentação


afeta o rendimento acadêmico dos alunos do curso de enfermagem da
Universidade Estadual de Roraima, campus Boa Vista, no ano de 2018.
Métodos: este trabalho de natureza básica, com abordagem quantitativa,
realizado com 30 acadêmicos de enfermagem dos semestres 2018.1, 2017.1 e
2015.2. A coleta de dados se deu por meio de questionários com perguntas
abertas e fechadas. As respostas foram transcritas e analisadas para o
Microsoft Excel 2016. Resultados: diante das respostas dos acadêmicos 75%
deles, afirmaram que não notam diferença no desempenho acadêmico quando
se alimentam de forma saudável ou não saudável. E 53% dos entrevistados
não possui o hábito de comer qualquer tipo de hortaliça, mostrando que 74%
deles costumam comer algo mais prático para economizar tempo.

Palavras-chaves: Alimentação saudável. Desempenho acadêmico.

Abstract: Of this study was to analyze how feeding affects the academic
performance of the nursing students of the State University of Roraima, Boa
Vista campus, in the year 2018. Methods: this work of a basic nature, with a
quantitative approach, carried out with 30 nursing students from the 2018.1,
2017.1 and 2015.2 semesters. The data collection was done through
questionnaires with open and closed questions. The answers were analyzed
and transcribed into Microsoft Excel 2016. Results: on the academic response
75% of them stated that no noticeable difference in academic performance
feeding on healthy or not healthy. And 53% of respondents donot have the habit 
of eating any type of vegetable, showingthat 74% of them usually eat something 
more practical to savetime. Conclusion:

Key-words: Healthy eating. Academic achievement.


1 INTRODUÇÃO

Um dos hábitos mais inerentes do ser humano é a alimentação, em


virtude de fornecer energia para o desempenho de atividades diárias, que na
rotina dos estudantes está diretamente ligado ao desempenho acadêmico.
De forma geral, sem excluir nenhum nutriente é essencial que o aluno
tenha uma alimentação regrada¹, ou seja, uma alimentação saudável garante
todos os nutrientes necessários para o bom desempenho físico e mental do
acadêmico. Diante disso, percebe-se a relevância de ter uma alimentação
saudável, visto que pode trazer benefícios na saúde e consequentemente no
âmbito acadêmico.
Sendo assim, o estudo da alimentação voltada para o desempenho
acadêmico é de grande relevância, posto que tem influência direta no processo
de aprendizagem e de qualidade de vida dos estudantes. A alimentação torna-
se um fator determinante para o desenvolvimento cerebral e cognitivo do
estudante, por afetar de maneira significativa fatores como inteligência,
aprendizagem e memória que são fundamentais em sala de aula, como a
concentração e o estado de alerta².
Desse modo, a má alimentação pode ser um fator para explicar o baixo
rendimento em determinados momentos da vida acadêmica. Segundo Oliveira:

O consumo alimentar inadequado por períodos prolongados resulta


em esgotamento de reservas orgânicas de micronutrientes trazendo
como consequência para jovens e adolescentes um retardo no
desenvolvimento redução na atividade física diminuição na
capacidade de aprendizagem baixa resistência a infecções e maior
suscetibilidade a doenças².

Levando em consideração que se alimentar nos dias de hoje é mais que


uma necessidade biológica, a alimentação passa a ser um fator cultural na
sociedade, criando padrões e estilos de vida, os estudantes são grandemente
influenciados pela cultura do imediatismo alimentar o que os leva a recorrer a
alimentos considerados não saudáveis. De acordo com estudo da Revista de
Saúde Pública de São Paulo determina que a falta de tempo para realizar as
refeições completas, é causada pela intensa atividade acadêmica. Dessa
forma, há uma substituição de refeições completas por lanches práticos e
rápidos, com baixo valor nutricional³.
Portanto, esse artigo teve como objetivo analisar qual a influência da
alimentação no desempenho acadêmico dos estudantes de enfermagem do
primeiro, terceiro e do sexto semestre da Universidade Estadual de Roraima
(UERR).

2 METODOLOGIA

Este é um estudo de natureza básica realizado por meio de uma


pesquisa de campo, com delineamento descritivo e de abordagem quantitativa
com o objetivo de identificar de que forma a alimentação pode influenciar no
desempenho dos alunos de enfermagem, dos semestres 2015.1, 2017.1 e
2018.1
O local de estudo, a Universidade Estadual de Roraima, fundada em
2006 comporta 23 cursos, dentre os integrais. Situa-se no bairro Canarinho,
Rua Sete de Setembro, nº 231.
A coleta de dados se deu por meio de questionários com perguntas
abertas, em que foi analisado, se a alimentação influencia no desempenho
acadêmico. Foram escolhidos de forma direcionada 30 acadêmicos de um
universo de 70, nos quais foram selecionados apenas os acadêmicos que
ficam em tempo integral na UERR.
As respostas foram transcritas para o Microsoft Word 2016 e analisadas
por meio do método de estatísticas descritivas, com elaboração de gráficos e
tabelas. A análise de dados foi feita a partir da transcrição das respostas
subjetivas para o Microsoft Excel 2016.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Pesquisa e conduzido conforme a
Resolução 466/2012, CONEP.

3 RESULTADOS
A referida pesquisa contou com a participação de 30 acadêmicos do
curso de enfermagem, sendo 26 mulheres e 4 homens, com idade de 18 a 21
anos. De acordo com a análise dos questionários, foram encontrados os
seguintes dados:
Cerca de 75% dos alunos entrevistados afirmaram que não notam
diferença no desempenho acadêmico quando se alimentam de forma saudável
ou não saudável. No gráfico 1, é ilustrada tal opinião.

Gráfico 1- Percepção dos alunos sobre a influência da alimentação no


desempenho acadêmico.

25%

75%

Há influência

Não há influência

Fonte: Pesquisa de campo, 2018

No que tange o gráfico 2, referente a frequência do consumo de


hortaliças pelos acadêmicos de enfermagem, verificou-se que os 53% dos
alunos não possui o costume de comer qualquer tipo de verdura ou legume.
7%

Todos os dias
40% Às vezes
Nunca

53%

Gráfico 2- Frequência do consumo de hortaliças pelos acadêmicos de


enfermagem da UERR no ano de 2018.
Fonte: Pesquisa de campo, 2018

O gráfico 3 demonstra que 74% dos acadêmicos utilizam alimentos de


preparo rápido ou alimentos industrializados, a fim de economizar tempo.

Gráfico 3- Consumo de alimentos práticos.

Fonte:
Pesquisa de
campo, 2018

26%

Sim Não

74%
4
DISCUSSÃO

O
presente estudo teve como objetivo identificar a influência da alimentação no
desempenho acadêmico dos alunos do curso de enfermagem da UERR.
Os hábitos alimentares atuais acompanharam as mudanças ocorridas
na sociedade e são reflexos do estilo de vida agitada da maioria dos
brasileiros, os estudantes fazem parte dessa parcela da sociedade, umas das
consequências dessa rotina é a alteração na alimentação, na maioria dos
casos essa alteração ocorre de forma negativa. De acordo com Feitosa et al
2010 em seu estudo sobre os hábitos alimentares de estudantes de uma
universidade pública do Nordeste brasileiro:

Hábitos alimentares de universitários apresentam-se constantemente


inadequados, caracterizado pelo baixo consumo de frutas e hortaliças
e alta ingestão de alimentos ricos em gorduras e açúcares,
representando assim maior risco de desenvolver doenças crônicas
não transmissíveis4.

O estudo realizado mostrou que a percepção dos alunos em relação a


alimentação e o desempenho acadêmico é baixa, a maioria dos acadêmicos
(75%) não percebeu nenhuma alteração na sua rotina de estudos, seja ela se
alimentando bem ou mal, diante disso, percebe-se que os efeitos da
alimentação refletem em outros fatores como qualidade de vida e saúde, e
estes podem influenciar no desempenho acadêmico, ou seja, a alimentação, no
ponto de vista dos estudantes não é um influenciador direto.
O consumo de frutas e hortaliças evidenciado na amostra desse trabalho
é considerado baixo, não sendo diferente do consumo da população brasileira,
sobretudo da população mais jovem. Segundo A Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), entre maio de 2008 e maio de 2009, menos de 10% da população
atinge as recomendações de consumo de frutas, verduras e legumes
preconizadas pelo Guia Alimentar5.
Esse dado mostra como o hábito alimentar do ocidente afeta a vida de
milhares de pessoa, sobretudo os universitários pela falta de tempo que
acarreta na mudança de hábito.
O estudo mostrou que 74% dos estudantes utilizam alimentos
considerados práticos para suprir suas necessidades nutricionais durante o dia,
seja por falta de tempo ou pela praticidade que esses alimentos proporcionam.
Tais dados expõem a tendência dos estudantes atualmente, o estilo de vida
cada vez mais sedentário por conta da rotina universitária afetará,
consequentemente, o estilo de vida dos acadêmicos, levando-os a terem
problemas de saúde a longo prazo.
O baixo consumo de frutas, verduras e legumes pela população
brasileira é um fenômeno que vem sendo identificado nas últimas
Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) conduzidas pelo IBGE
entre os anos de 1987 e 2003. Este quadro se configura
possivelmente por conta do aumento na aquisição de produtos
industrializados e redução de alimentos in natura por parte das
famílias. Soma-se ainda a constatação do aumento das despesas
com alimentação fora do domicílio entre a população residente em
áreas urbanas e de maior renda6.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

1. De Caroline Melo. 2016. Uninassau. Saiba como a sua alimentação


influencia no seu desempenho acadêmico. Disponível em:
<https://www.uninassau.edu.br/noticias/saiba-como-sua-alimentacao-influencia-
noseu-desempenho-academico>. Acesso: 19/05/2018.

2. CAVALCANTI, L. A. Efeitos de uma intervenção em escolares do ensino


fundamental I, para a promoção de hábitos alimentares saudáveis. 2009. 92 f.
Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Católica de
Brasília, Brasília, 2009. Acesso: 22/05/2018.

3. MATTOS, L. L.; MARTINS, I. S. Consumo de fi 21. bras alimentares em


população adulta. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, p. 50-55, 2000

4. FEITOSA, E. P. S. et al. Hábitos alimentares de estudantes de uma


Universidade pública no Nordeste, Brasil. Alim. Nutr. Araraquara, v. 21, n. 2, p.
225-230, 2010.

5. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Coordenação


de Índices de Preços. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: análise
do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil. Rio de Janeiro, 2011. 106p

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