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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Graduação em Nutrição

Carla Lourenço de Moura


Fabiana Campos Martins de Souza
Isabella Carla da Silva Mendes
Michely Cristina Gonçalves Silva
Rariana de Cassia Rodrigues
Sâmara Ferreira Cezar
Tagla Aparecida Moreira Silva

TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA EM ESTUDANTES


UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE:
Caracterização e fatores associados

Belo Horizonte
2018
Carla Lourenço de Moura
Fabiana Campos Martins de Souza
Isabella Carla da Silva Mendes
Michely Cristina Gonçalves Silva
Rariana de Cassia Rodrigues
Sâmara Ferreira Cezar
Tagla Aparecida Moreira Silva

TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR EM ESTUDANTES


UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE:
Caracterização e fatores associados

Monografia apresentada ao curso de Nutrição


da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Nutrição.

Orientadora: Profª Drª. Tatiana Resende Prado


Rangel de Oliveira

Belo Horizonte
2018
RESUMO

Estudantes e profissionais de saúde são apontados na literatura como grupos


vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos alimentares, dentre eles o transtorno
de Compulsão Alimentar Periódica. Portanto o objetivo deste estudo foi avaliar a
prevalência e risco para esse transtorno entre universitários dos cursos de nutrição,
enfermagem, medicina e educação física, bem como os seus fatores associados.
Para análise da prevalência de Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica foi
realizado um questionário online autoaplicável que incluía dentre outros
questionários, a Escala de Compulsão Alimentar Periódica. A amostra foi composta
por 147 estudantes, sendo 74,83% do sexo feminino (n=110) e 27,17% do sexo
masculino (n=37) com idade média de 23,5 anos. Os estudantes receberam um link
do questionário da pesquisa desenvolvido no Google Forms via email e mensagem
no sistema da instituição. Do total de estudantes analisados, 22,2% apresentaram
comportamento sugestivo de compulsão alimentar, sendo que destes, 12,2%
apresentam risco de Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica de intensidade
moderada a grave. A média de pontuação obtida com a ECAP nos participantes foi
de 9,43 pontos (± 6,94 pontos). Não foram encontradas diferenças significativas
entre satisfação corporal, IMC, sexo, idade, e os comportamentos de risco para
Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica. Se faz necessária a continuidade de
investigações na área, a fim de dar compreender melhor a grande incidência de
transtornos alimentares entre estudantes universitários.

Palavras-chave: Transtornos alimentares; Compulsão alimentar; estudantes


universitários.
ABSTRATCT

Students and health professionals are referred to in the literature as groups


vulnerable to the development of eating disorders, including Binge Eating Disorder
(BED). Therefore, the study compared the BOD in university courses in nutrition,
nursing, medicine and physical education, as well as their own associated factors.
Methods: The analysis of the prevalence of BED was performed in a self-
administered online questionnaire that included the other questionnaires, a Periodic
Feed Compulsion Scale (ECAP).Results: The sample consisted of 147 students, with
74.83% female (n = 110) and 27.17% male (n = 37) with a mean of 23.5 years. The
data contained in the survey questionnaire link is not available in Google Forms, via
email and message on the institution's system. The total number of students
attended, 22.2% is what is a compulsive food order, and these, 12.2% have
moderate BED. The mean coincidence obtained with ECAP in the participants was
9.43 points (± 6.94 points). Conclusion: Volume is found in physical condition, BMI,
sex, age and risk behavior for BED. It is necessary to continue investigations in the
area in order to better understand the high incidence of eating disorders among
university students.
Keywords: Eating disorders; binge eating; University students.
SUMÁRIO
Artigo a ser submetido ............................................................................................ 6
1 Introdução ............................................................................................................ 6
2 Metodologia ......................................................................................................... 7
3 Resultados ........................................................................................................... 8
3.1 Perfil dos participantes da pesquisa ............................................................. 8
3.2 Avaliação dos escores obtidos pelos participantes por meio da ECAP ........ 9
4 Discussão .......................................................................................................... 13
5 Conclusão .......................................................................................................... 15
Referências........................................................................................................... 16
Apêndice A – Questionário aplicado aos alunos ................................................. 18
Anexo A – Escala de Compulsão Alimentar Periódica ........................................ 29
Anexo B – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa .......................................... 31
Anexo C – Normas de Submissão da Revista Brasileira de Nutrição ................ 34
6

1 INTRODUÇÃO

O excesso de peso e a obesidade são considerados uns dos maiores


problemas de saúde da atualidade, possuindo, causas multifatoriais que perpassam
desde distúrbios metabólicos à transtornos psicossociais. (BOHRER; FORBUSH e
HUNT, 2015; ALVES, 2018). Segundo dados do sistema de vigilância de fatores de
risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL), no Brasil
a obesidade vem crescendo cada vez mais sendo que, nos últimos dez anos houve
um aumento de 60% do número de obesos no país sendo que mais de 50% da
população apresenta excesso de peso (BRASIL, 2017).
Pessoas com excesso de peso são susceptíveis a estereótipos e estigmas
relacionados ao peso, os quais levam a depressão, ansiedade e sentimento de culpa
que, quando negligenciados, induzem a comportamentos compensatórios e
inadequados diante da insatisfação corporal levando, assim, ao surgimento de
transtornos alimentares (ALVES, 2018; MURAKAMI, ESSAYLI, LATNER, 2016).
Desde as primeiras descrições contemporâneas dos transtornos alimentares,
o padrão de magreza e os fatores emocionais têm sido considerados decisivos para
o desencadeamento da obesidade e destes transtornos, sendo um deles em grande
escala o Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) (FRANÇA, 2010;
MARQUES e BALDESSIN, 2016).
A compulsão alimentar pode ser definida como o ato de comer, durante um
determinado período de tempo descontínuo, uma quantidade de alimentos que é
definitivamente maior em relação ao que a maioria das pessoas comeria em um
período de tempo similar e em circunstâncias similares. Além disso, caracteriza-se
por uma sensação de perda de controle sobre o ato de comer, em que o indivíduo
não consegue parar de comer ou controlar o que ou quanto está comendo. Quando
há a presença de episódios de compulsão alimentar recorrentes por pelo menos dois
dias por semana nos últimos seis meses, associados a alguma característica de
perda de controle e sem a presença de comportamentos compensatórios dirigidos
para a perda de peso tem-se o TCAP (WIETZIKOSKI, 2015).
A perda de controle sobre o ato de comer tem sido considerada aspecto
central dos episódios de compulsão alimentar, sendo essa, geralmente associada a
marcadores psicológicos importantes, como sintomas de depressão, insatisfação
7

corporal e prejuízos à qualidade de vida relacionada à saúde mental (FRANÇA,


2010).
Dentre os instrumentos utilizados para avaliar o TCAP, destaca-se a Escala
de compulsão alimentar periódica (ECAP), que se constitui de um questionário
autoaplicável constituído em três etapas: na primeira, são definidas as
características da Compulsão alimentar periódica, na segunda etapa, são verificadas
a frequência, a quantidade de comida e o grau de emoção envolvida em um episódio
de compulsão alimentar (FREITAS et al, 2001).
Estudos apontam que a rotina acadêmica está diretamente relacionada ao
comprometimento do estado nutricional de universitários devido à fatores como
alimentação inadequada por modismos dietéticos, omissão de refeições, consumo
de fast-foods e rejeição a certos grupos de alimentos. Em um estudo com 164
estudantes universitárias do sexo feminino verificou-se que a percepção do peso
corporal se mostrou significativamente associada à ocorrência de comportamentos
alimentares anormais, o que sugere um importante papel da autoimagem na adoção
de práticas consideradas inadequadas (GUIMARÃES, 2018).
Diante do exposto, e dado a importância do autoconhecimento do profissional
de saúde sobre a alimentação, o objetivo do presente estudo é avaliar a prevalência
e risco para TCAP entre universitários dos cursos de nutrição, enfermagem,
medicina e educação física, bem como os seus fatores associados.

2 METODOLOGIA

Estudo descritivo e exploratório, com abordagem quanti-qualitativo, apoiando-


se em um questionário autoaplicável acerca de TCAP, encaminhado via Sistema de
Gestão do Aluno (SGA). Foi utilizada, como instrumento de coleta, a ECAP (Escala
de Compulsão Alimentar Periódica) e um questionário semiestruturado através do
Google Forms, criado para coletar os dados, que também continham informações
sobre sexo, idade, peso, altura, curso, período, autoimagem, redes sociais e
presença de dietas anteriores. O estudo foi realizado entre abril e maio de 2018.
Os sujeitos foram classificados de acordo com a pontuação designada por
Freitas e colaboradores 2001, que definem que indivíduos com pontuação menor ou
igual a 17 são considerados sem TCAP; com pontuação entre 18 e 26 são
8

considerados com TCAP moderada; e aqueles com pontuação maior ou igual a 27,
com TCAP grave.
Primeiramente foi realizada uma revisão de literatura, utilizando-se das bases
de dados Portal Capes, Pubmed, Scielo e Bireme, através das palavras chaves
“TCAP”, “transtorno da compulsão alimentar”, “transtorno nutricional”, “obesidade”.
Utilizou- se artigos do período de 1994 a 2018, em português e inglês.
A amostra foi composta por 147 alunos, regularmente matriculados nos
cursos de Nutrição, Enfermagem, Educação Física e Medicina da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
Os dados obtidos foram analisados com auxílio do software SPSS. Realizou-
se análise descritiva dos dados, com cálculo das distribuições de frequência,
medidas de tendência central e de dispersão. Realizou- se ainda teste qui-quadrado
ou exato de Fisher para avaliar associações entre as variáveis em estudo. Para
todas as análises foi adotado o valor de significância de 5%.
Para o cálculo amostral, utilizou- se o critério de cálculo proposto por Bolfarine
e Bussab (1994) para estimação de uma média. No cálculo, considerou-se a média
de 36,08±3,73 encontrada na pontuação de questões para avaliar a ortorexia entre
nutricionistas brasileiras identificada no estudo de Alvarenga e colaboradores (2012),
um erro de estimativa de 5% e nível de significância de 5%. Deste modo, o número
amostral mínimo necessário para cada curso estudado foi de 16, totalizando 64
participantes.
Neste estudo, o peso e altura foram auto relatados e o estado nutricional foi
classificado de acordo com as categorias do índice de massa corporal (IMC) (WHO,
2006).
O projeto foi aprovado pelo Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (CAAE:
82481717.5.0000.5137) e, para o uso dos dados foi elaborado um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

3 RESULTADOS

3.1 Perfil dos participantes da pesquisa


A amostra foi constituída por 147 estudantes, sendo 74,8% do sexo feminino
(n=110) e 25,2% do sexo masculino (n=37). A idade média foi de 23,5 anos (± 4, 2
9

anos) e os participantes foram classificados em três grupos, de acordo com a faixa


etária.
Simultaneamente a aplicação do questionário foram solicitados dados
antropométricos dos universitários com o intuito de determinar o estado nutricional
dos participantes da pesquisa. Na tabela 1, pode-se observar os valores de IMC dos
indivíduos entrevistados.

Tabela 1- IMC dos alunos participantes do estudo, abril/2018.

Estado nutricional Entrevistados (n) Porcentagem (%)

Desnutrição 15 10,6

Eutrofia 87 61,3

Excesso de peso 40 28,2

Total 147 100

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Dos estudantes que responderam ao questionário, 34% eram do curso de


Nutrição (n=50), 27,9% do curso de Educação física (n=41), 20,4% do curso de
Medicina (n=30) e 17,7% de Enfermagem (n=26). Destes, 75,5% encontravam-se
nos períodos iniciais do curso enquanto 24,5% dos participantes estavam nos
períodos finais.

3.2 Avaliação dos escores obtidos pelos participantes por meio da ECAP

Para a interpretação dos resultados, foram quantificados os escores


individuais obtidos na TCAP. Do total de estudantes analisados, 22,2%
apresentaram comportamento sugestivo de compulsão alimentar, sendo que destes,
12,2% apresentam risco para TCAP de intensidade moderada a grave. A média de
pontuação obtida com a ECAP nos participantes foi de 9,43 pontos (± 6,94 pontos).
10

Figura 1- Prevalência e grau de compulsão alimentar de acordo com a Escala


de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP) nos estudantes que participaram do
estudo, abril/2018.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Ao relacionar o grau de satisfação corporal com o acometimento de TCAP,


pôde-se perceber que dentre os participantes que apresentaram comportamentos de
risco para TCAP, 33,3% estavam satisfeitos com o corpo.
Em relação ao IMC os resultados revelaram que dos participantes que
apresentaram tendência ao transtorno de compulsão alimentar, 22,2% eram
desnutridos, 55,6% eutróficos e 22,2% apresentavam sobrepeso, não havendo
diferenças significativas entre os resultados (p valor = 0,221).
Entre os participantes identificados com risco para TCAP as variáveis sexo e
idade não apresentaram diferenças significativas.
A tabela 2 apresenta a prevalência de compulsão alimentar de acordo com as
variáveis estudadas.
11

Tabela 2- Prevalência de compulsão de acordo com sexo, faixa etária, dietas


anteriores, satisfação corporal e IMC entre os participantes da pesquisa,
abril/2018.
Variáveis Total Compulsão Valor de p
Não Sim

Sexo

Feminino 74,8% 88,2% 11,8% 0,786

Masculino 25,2% 86,5% 13,5%

Faixa etária

Até 20 anos 32,7% 88,2% 11,8% 0,695

Entre 21 e 29 51,7% 82,6% 17,4%

30 anos ou mais 15,6% 87,8% 12,2%

Período cursado

Início do curso 75,5% 76,0% 72,2% 0,719

Final do curso 24,5% 24,0% 27,8%

Segue blogueira(o) fitness

Não 46,3% 48,1% 33,3% 0,240

Sim 53,7% 51,9% 66,7%

Faz ou já fez dieta

Não 39,5% 38,8% 44,4% 0,644

Sim 60,5% 61,2% 55,6%

Satisfação corporal

Satisfação 29,3% 28,7% 33,3% 0,404

Insatisfação por magreza 57,1% 58,9% 44,4%

Insatisfação por excesso 13,6% 12,4% 22,2%

IMC

Desnutrição 10,6% 8,9% 22,2% 0,221

Eutrofia 61,3% 62,1% 55,6%

Excesso de peso 28,2% 29,0% 22,2%

Fonte: Elaborado pelas autoras.


12

Não foram encontradas diferenças significativas quanto ao surgimento de


TCAP entre os alunos que já fizeram ou não algum tipo de dieta (p=0,644) e nos
participantes que seguem algum tipo de perfil fitness em redes sociais (p=0,240).
Quando verificada a variável período, 72,2% dos alunos que se encontravam
no início do curso apresentaram características indicadoras de compulsão alimentar
e 27,8% dos estudantes que se encontravam nos últimos períodos apresentaram
tendência ao distúrbio alimentar, entretanto, esta diferença não foi significativa (p
valor =0,719).

Tabela 3- Distribuição percentual da prevalência de compulsão alimentar entre


os cursos de Nutrição, Enfermagem, Medicina e Educação Física, abril/2018.

Compulsão
Curso Total Valor de p
Não Sim

Nutrição 34,0% 33,3% 38,9%

Enfermagem 17,7% 29,5% 16,7%


0,719
Educação Física 27,9% 29,5% 16,7%

Medicina 20,4% 20,2% 22,2%

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Ao observar o questionário transtorno de compulsão alimentar periódica no


grupo de estudantes de Nutrição, 38,9% dos participantes apresentaram risco de
TCAP, enquanto a prevalência no grupo de estudantes de Medicina foi de 22,2% e
Enfermagem e Educação física apresentaram prevalência de 16,7% cada (tabela 3).
No entanto, esta diferença não foi estatisticamente significativa (p valor =
0,719). Vale ressaltar que trata-se de um instrumento de rastreamento, não sendo
utilizado como ferramenta diagnóstica, devendo sua confirmação ocorrer através de
uma entrevista clínica subsequente.
13

4 DISCUSSÃO

Estudos apontam que a rotina acadêmica está diretamente relacionada ao


comprometimento do estado nutricional de universitários, principalmente em
acadêmicos de cursos da área da saúde como nutrição, educação física,
enfermagem e medicina, em que a aparência física é altamente valorizada
(BITTENCOURT, 2013; BERENGUI et al, 2016).
Os índices elevados de transtorno de compulsão alimentar encontrados no
presente estudo corroboram o exposto por Guimarães (2018), que em uma pesquisa
com 164 estudantes demonstrou uma alta prevalência de TCAP na comunidade
acadêmica, concluindo que o meio universitário se encontra diretamente relacionado
ao comprometimento do consumo alimentar dos estudantes.
Apesar dos altos índices de compulsão alimentar, não foi encontrada
diferença significativa entre os cursos estudados, reforçando o encontrado por
Sarhan e colaboradores (2015), que em seu estudo afirmam que, quando se
comparam os cursos da área da saúde separadamente, não se observa grandes
diferenças entre eles. Isto demonstra uma suscetibilidade geral ao desenvolvimento
de transtornos alimentares nesta área.
No presente estudo foram observados maiores índices comportamentos de
risco para TCAP nos estudantes classificados como eutróficos de acordo com o IMC
(55,6%), entretanto, os valores não foram significativos. Esses dados contradizem o
encontrado por Wietzikoski (2014), que em um estudo com 120 mulheres na faixa
etária entre 20 a 59 anos observou uma relação diretamente proporcional entre IMC
e escores mais elevados na ECAP.
Não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos, o que
contrapõe a ideia exposta por Mascarenhas e colaboradores (2011), em que se
destaca que práticas perigosas para controle de peso e as atitudes alimentares
inadequadas são exercidas por uma parte significativa de mulheres jovens e em sua
maioria apresenta peso adequado para estatura e idade. Outro estudo mais antigo
realizado por Johnson, Rohan e Kirk (2002), na população afro-americana foi
encontrado maior prevalência de compulsão alimentar entre os meninos em relação
aos outros grupos incluindo meninas.
Segundo os dados apresentados a relação entre TCAP e o ato de
acompanhar blogueiros fitness em redes sociais demonstrou que 33,3% destes não
14

seguem estes tipos de perfil e 66,7% que seguem estes perfis são tendenciosos ao
desenvolvimento do transtorno. Quanto ao dado estatístico a diferença entre as
variáveis não se apresentou significativa (p valor = 0,240).
Dada à insatisfação com corpo e o desejo de diminuir o peso e medidas
corporais, as dietas restritivas para perda de peso são cada vez mais divulgadas e
seguidas, tornando a população mais susceptível ao desenvolvimento dos
transtornos alimentares (FORTES; ALMEIDA; FERREIRA, 2013). Entretanto, no
presente estudo não houveram diferenças significativas para o acometimento de
TCAP entre os alunos que já fizeram ou não algum tipo de dieta.
Não foi encontrada diferença significativa entre os grupos analisados para a
variável insatisfação corporal, resultado este que corrobora com o encontrado por
Oliveira e colaboradores (2017), que em um estudo com 129 estudantes da área da
saúde verificaram uma alta incidência de transtornos alimentares,
independentemente dos índices de satisfação corporal.
Dentre as formas de tratamento existentes para este transtorno estudado,
destaca-se a terapia cognitivo-comportamental (TCC), considerada a forma de
intervenção psicoterápica mais investigada no TCAP nos últimos anos e que tem
sido crescentemente utilizada em diversos centros especializados no tratamento dos
transtornos alimentares. Esse método baseia-se no pressuposto de que um sistema
de crenças anormais está associado ao desenvolvimento e manutenção do TCAP.
Dessa forma, as emoções e o comportamento estão subordinados às cognições e
interpretações do indivíduo, construídos desde a infância e que, quando falhos
possibilitam o surgimento de crenças disfuncionais que passam a ser entendidas
como regras, entretanto esse método se baseia em técnicas que busca a
reestruturação cognitiva do paciente, possibilitando mudanças acerca do que
causam prejuízos (MARQUES e BALDESSIN, 2016).
O quadro geral de saúde pública traz a necessidade de exposição de
estratégias para a conscientização dos quadros de obesidade no Brasil, com
perspectiva de prevenção e controle de doenças. É necessária a criação de políticas
públicas para auxílio aos portadores de TCAP e outros transtornos alimentares para
que a prevenção de doenças e promoção à saúde se dê de forma efetiva.
15

5 CONCLUSÃO

Os resultados encontrados demonstram não haver diferenças significativas


entre satisfação corporal, IMC, sexo, idade, e os comportamentos de risco para
transtorno de compulsão alimentar entre estudantes dos cursos de Medicina,
Educação Física, Nutrição e Enfermagem. Encontrou-se uma elevada prevalência
de TCAP (22,2%) entre os participantes do estudo, confirmando o pressuposto de
que o meio universitário encontra-se diretamente relacionado ao comprometimento
do consumo alimentar.
É importante ressaltar os fatores relacionados ao desenvolvimento do
transtorno da compulsão alimentar periódica, sendo que a cobrança atual por fatores
estéticos impecáveis pode ser considerada como determinante para a depreciação
da auto aceitação, favorecendo assim o desenvolvimento de transtornos
alimentares.
A elevada prevalência de risco para o desenvolvimento de TCAP encontrada
nos participantes eutróficos e do sexo masculino revela a importância de se expandir
os estudos na área para essas populações, dado que na literatura atual encontram-
se, em sua maioria trabalhos que envolvem apenas pessoas obesas e do sexo
feminino.
O apoio de uma equipe multiprofissional se mostra como imprescindível para
o sucesso do tratamento e para que o atendimento humanizado e eficiente aconteça
de forma pertinente.
O nutricionista possui influência direta sobre o âmbito alimentar na vida de
seu paciente, portanto, sua consciência e cuidado ao transmitir uma informação é
necessária, evitando assim o surgimento de comportamentos perigosos à saúde.
Nesse âmbito, é se faz importante a expansão dos conhecimentos do profissional
nutricionista de modo este possa abranger o paciente não somente na área
dietética, mas também nos aspectos comportamentais e psicológicos de forma que
este não seja tratado somente como modelo de um regime biomédico restrito, mas,
como um ser completo que envolve diversos fatores.
Este estudo apresenta como limitação seu delineamento transversal, que não
permite observar a relação de causa-efeito. Outra limitação refere-se à amostra
reduzida e centrada em estudantes de uma instituição de ensino superior de uma
16

única cidade brasileira, não permitindo fazer inferência a todos os universitários


brasileiros.
O presente trabalho buscou dar evidências às possíveis relações entre os
aspectos relacionados ao estudante universitário e TCAP. Entretanto, se faz
necessária a continuidade de investigações na área, a fim de dar compreender
melhor a grande incidência de transtornos alimentares entre estudantes
universitários.
17

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19

APÊNDICE A – Questionário aplicado aos alunos

Email:

Termo de consentimento Livre:


Este questionário visa coletar dados para a realização de uma pesquisa que visa
avaliar alterações no comportamento e atitudes alimentares e fatores associados
entre estudantes universitários da área da saúde da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais (PUC Minas). A participação é voluntária e toda a informação
recolhida é estritamente confidencial. Agradecemos antecipadamente a sua
colaboração, sem a qual não seria possível concretizar este projeto. Lembre-se de
que não há boas ou más respostas, não hesite em responder: Eu aceito participar
desta pesquisa:
( ) Sim ( ) Não

1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino


Idade:
2. Você é estudante de qual curso da PUC-Minas?
( ) Nutrição ( ) Educação Física ( ) Enfermagem ( ) Medicina

3. Em qual período você está?

4. Qual o seu peso (em kg) atual?

5. Qual a sua altura (em metros) atual?

6. Você segue algum perfil de blogueira fitness ou outro digital influencer que
aborde sobre temas relacionados à alimentação e atividade física na rede social
(ex: facebook, instagram, twitter...)?
( ) não ( ) Sim

7. Se sim, quantos? ( ) Não se aplica ( ) até 3 ( ) 4 ou mais


20

8. Com que frequência você visualiza as postagens destes perfis na rede social?
( ) Todos os dias ( ) Quase todos os dias ( ) Algumas vezes no mês ( ) Raro ou
nunca
9. Se você visualiza as postagens da rede social todos os dias, por quanto tempo
você fica visualizando estas postagens por dia?
( ) não se aplica ( ) menos de 10 min ( ) 10 a 30min ( ) 31-60min
( ) Mais de1h

10. O conteúdo que você visualiza nas postagens das redes sociais influenciam o
seu consumo alimentar?
( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) As vezes ( ) Raro ou nunca

11. Você faz ou já fez dietas?


( ) Sim ( ) Não

12. Se sim, de onde você obteve esta dieta? (Nesta pergunta você pode selecionar
mais de uma resposta)
( ) Foi prescrita pelo nutricionista
( ) Foi prescrita por outro profissional da saúde
( ) Foi obtida pela internet
( ) Outros
( ) Não se aplica

13. Com que frequência você utiliza algum aplicativo para editar foto que modifique a
forma corporal?
( ) Nunca ( ) As vezes ( ) Quase sempre ( ) Sempre

14. Os comentários ou as curtidas nas suas postagens do seu perfil de rede social
(ex: facebook, instagram, twitter...) influenciam a sua autoestima?
( ) Sim ( ) Não

15. Ao olhar as fotos das pessoas que você segue no Facebook ou Instagram, com
que frequência você compara seu corpo com o deles? "
( ) Nunca ( ) As vezes ( ) Quase sempre ( ) Sempre

Considerando a escala de silhuetas abaixo (homens acima e mulheres abaixo),


responda às seguintes perguntas:
21

Qual a forma corporal mais parecida com o seu corpo?


( ) Forma 1 ( ) Forma 2 ( ) Forma 3 ( ) Forma 4 ( ) Forma 5 ( ) Forma 6 ( )
Forma 7 ( ) Forma 8 ( ) Forma 9
Qual a forma corporal que gostaria de ser?
( ) Forma 1 ( ) Forma 2 ( ) Forma 3 ( ) Forma 4 ( ) Forma 5 ( ) Forma 6 ( )
Forma 7 ( ) Forma 8 ( ) Forma 9
Abaixo, seguem 16 questões de múltipla escolha. Você deverá assinalar
somente uma opção (aquela que mais te representa) em cada questão:

#1
( ) 1. Eu não me sinto constrangido (a) com o meu peso ou o tamanho do meu corpo
quando estou com outras pessoas.
( ) 2. Eu me sinto preocupado (a) em como pareço para os outros, mas isto,
normalmente, não me faz sentir desapontado (a) comigo mesmo (a).
( ) 3. Eu fico mesmo constrangido (a) com a minha aparência e o meu peso, o que
me faz sentir desapontado (a) comigo mesmo (a).
( ) 4. Eu me sinto muito constrangido (a) com o meu peso e, frequentemente, sinto
muita vergonha e desprezo por mim mesmo (a). Tento evitar contatos sociais por
causa desse constrangimento.
22

#2
( ) 1. Eu não tenho nenhuma dificuldade para comer devagar, de maneira
apropriada.
( ) 2. Embora pareça que eu devore os alimentos, não acabo me sentindo
empanturrado (a) por comer demais.
( ) 3. Às vezes tendo a comer rapidamente, sentindo-me então desconfortavelmente
cheio (a) depois.
( ) 4. Eu tenho o hábito de engolir minha comida sem realmente mastigá- la. Quando
isto acontece, em geral me sinto desconfortavelmente empanturrado (a) por ter
comido demais.

#3
( ) 1. Eu me sinto capaz de controlar meus impulsos para comer, quando eu quero.
( ) 2. Eu sinto que tenho falhado em controlar meu comportamento alimentar mais do
que a média das pessoas.
( ) 3. Eu me sinto totalmente incapaz de controlar meus impulsos para comer.
( ) 4. Por me sentir tão incapaz de controlar meu comportamento alimentar, entro em
desespero tentando manter o controle.

#4
( ) 1. Eu não tenho o hábito de comer quando estou chateado (a).
( ) 2. Às vezes eu como quando estou chateado (a) mas, frequentemente, sou capaz
de me ocupar e afastar minha mente da comida.
( ) 3. Eu tenho o hábito regular de comer quando estou chateado (a) mas, de vez em
quando, posso usar alguma outra atividade para afastar minha mente da comida.
( ) 4. Eu tenho o forte hábito de comer quando estou chateado (a). Nada parece me
ajudar a parar com esse hábito.

#5
( ) 1. Normalmente quando como alguma coisa é porque estou fisicamente com
fome.
( ) 2. De vez em quando como alguma coisa por impulso, mesmo quando não estou
realmente com fome.
23

( ) 3. Eu tenho o hábito regular de comer alimentos que realmente não aprecio para
satisfazer uma sensação de fome, mesmo que fisicamente eu não necessite de
comida.
( ) 4. Mesmo que não esteja fisicamente com fome, tenho uma sensação de fome
em minha boca que somente parece ser satisfeita quando eu como um alimento, tipo
um sanduíche, que enche a minha boca. Às vezes, quando eu como o alimento para
satisfazer minha “fome na boca”, em seguida eu o cuspo, assim não ganharei peso.

#6
( ) 1. Eu não sinto qualquer culpa ou ódio de mim mesmo (a) depois de comer
demais.
( ) 2. De vez em quando sinto culpa ou ódio de mim mesmo (a) depois de comer
demais.
( ) 3. Quase o tempo todo sinto muita culpa ou ódio de mim mesmo (a) depois de
comer demais.

#7
( ) 1. Eu não perco o controle total da minha alimentação quando estou em dieta,
mesmo após períodos em que como demais.
( ) 2. Às vezes, quando estou em dieta e como um alimento proibido, sinto como se
tivesse estragado tudo e como ainda mais.
( ) 3. Frequentemente, quando como demais durante uma dieta, tenho o hábito de
dizer para mim mesmo (a): “agora que estraguei tudo, porque não irei até o fim”.
Quando isto acontece, eu como ainda mais.
( ) 4. Eu tenho o hábito regular de começar dietas rigorosas por mim mesmo (a), mas
quebro as dietas entrando numa compulsão alimentar. Minha vida parece ser “uma
festa” ou “um morrer de fome”.
( ) Não se aplica.

#8
( ) 1. Eu raramente como tanta comida a ponto de me sentir desconfortavelmente
empanturrado (a) depois.
( ) 2. Normalmente, cerca de uma vez por mês, como uma tal quantidade de comida
que acabo me sentindo muito empanturrado (a).
24

( ) 3. Eu tenho períodos regulares durante o mês, quando como grandes


quantidades de comida, seja na hora das refeições, seja nos lanches.
( ) 4. Eu como tanta comida que, regularmente, me sinto bastante desconfortável
depois de comer e, algumas vezes, um pouco enjoado (a).

#9
( ) 1. Em geral, minha ingestão calórica não sobe a níveis muito altos, nem desce a
níveis muito baixos.
( ) 2. Às vezes, depois de comer demais, tento reduzir minha ingesta calórica para
quase nada, para compensar o excesso de calorias que ingeri.
( ) 3. Eu tenho o hábito regular de comer demais durante a noite. Parece que a
minha rotina não é estar com fome de manhã, mas comer demais à noite.
( ) 4. Na minha vida adulta tenho tido períodos, que duram semanas, nos quais
praticamente me mato de fome. Isto se segue a períodos em que como demais.
Parece que vivo uma vida de “festa” ou de “morrer de fome”.

#10
( ) 1. Normalmente eu sou capaz de parar de comer quando quero. Eu sei quando
“já chega”.
( ) 2. De vez em quando, eu tenho uma compulsão para comer que parece que não
posso controlar.
( ) 3. Frequentemente tenho fortes impulsos para comer que parece que não sou
capaz de controlar, mas, em outras ocasiões, posso controlar meus impulsos para
comer.
( ) 4. Eu me sinto incapaz de controlar impulsos para comer. Eu tenho medo de não
ser capaz de parar de comer por vontade própria.

#11
( ) 1. Eu não tenho problema algum para parar de comer quando me sinto cheio (a).
( ) 2. Eu, normalmente, posso parar de comer quando me sinto cheio (a) mas, de vez
em quando, comer demais me deixa desconfortavelmente empanturrado (a).
( ) 3. Eu tenho um problema para parar de comer uma vez que eu tenha começado
e, normalmente, sinto-me desconfortavelmente empanturrado (a) depois que faço
uma refeição.
25

( ) 4. Por eu ter o problema de não ser capaz de parar de comer quando quero, às
vezes tenho que provocar o vômito, usar laxativos e/ou diuréticos para aliviar minha
sensação de empanturramento.

#12
( ) 1. Parece que eu como o mesmo tanto quando estou com os outros (reuniões
familiares, sociais), como quando estou sozinho (a).
( ) 2. Às vezes, quando eu estou com outras pessoas, não como tanto quanto eu
quero comer porque me sinto constrangido (a) com o meu comportamento alimentar.
( ) 3. Frequentemente eu como só uma pequena quantidade de comida quando
outros estão presentes, pois me sinto muito embaraçado (a) com o meu
comportamento alimentar.
( ) 4. Eu me sinto tão envergonhado (a) por comer demais que escolho horas para
comer demais quando sei que ninguém me verá. Eu me sinto como uma pessoa que
se esconde para comer.

#13
( ) 1 Eu faço três refeições ao dia com apenas um lanche ocasional entre as
refeições.
( ) 2. Eu faço três refeições ao dia, mas, normalmente, também lancho entre as
refeições.
( ) 3. Quando eu faço lanches pesados, tenho o hábito de pular as refeições
regulares.
( ) 4. Há períodos regulares em que parece que eu estou continuamente comendo,
sem refeições planejadas.
( ) Eu não tenho uma rotina alimentar

#14
( ) 1. Eu não penso muito em tentar controlar impulsos indesejáveis para comer.
( ) 2. Pelo menos, em algum momento, sinto que meus pensamentos estão “pré-
ocupados” com tentar controlar meus impulsos para comer.
( ) 3. Frequentemente, sinto que gasto muito tempo pensando no quanto comi ou
tentando não comer mais.
26

( ) 4. Parece, para mim, que a maior parte das horas que passo acordado (a) estão
“pré-ocupadas” por pensamentos sobre comer ou não comer. Sinto como se eu
estivesse constantemente lutando para não comer.

#15
( ) 1. Eu não penso muito sobre comida.
( ) 2. Eu tenho fortes desejos por comida, mas eles só duram curtos períodos de
tempo.
( ) 3. Há dias em que parece que eu não posso pensar em mais nada a não ser
comida.
( ) 4. Na maioria dos dias, meus pensamentos parecem estar “pré-ocupados” com
comida. Sinto como se eu vivesse para comer.

#16
( ) 1. Eu normalmente sei se estou ou não fisicamente com fome. Eu como a porção
certa de comida para me satisfazer.
( ) 2. De vez em quando eu me sinto em dúvida para saber se estou ou não
fisicamente com fome. Nessas ocasiões é difícil saber quanto eu deveria comer para
me satisfazer.
( ) 3. Mesmo que se eu pudesse saber quantas calorias eu deveria ingerir, não teria
idéia alguma de qual seria a quantidade “normal” de comida para mim.

Abaixo, seguem 15 questões de múltipla escolha. Você deverá assinalar


somente uma opção (aquela que mais te representa) em cada questão:
1. Você fica atento (a) às calorias dos alimentos quando come?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

2. Quando você vai a um mercado de alimentos, se sente confuso a respeito do que


deve comprar?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
27

Algumas vezes ( )
Nunca ( )

3. Nos últimos três meses, pensar sobre sua alimentação tem sido uma
preocupação?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

4. As suas escolhas alimentares são determinadas pela preocupação com seu


estado de saúde?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

5. O sabor é a qualidade mais importante que você leva em consideração ao


escolher um alimento?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

6. Normalmente, você se dispõe a pagar mais por alimentos saudáveis?


Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

7. A preocupação com alimentação saudável toma mais de três horas do seu dia?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
28

Nunca ( )

8. Você se permite alguma quebra da sua rotina alimentar?


Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

9. Para você, o seu humor influencia o seu comportamento alimentar?


Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

10. Você acredita que a convicção de se alimentar saudavelmente aumenta sua


autoestima?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

11. Você acha que o consumo de alimentos saudáveis modifica seu estilo de vida
(ida a restaurantes, amigos...)?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

12. Você acredita que consumir alimentos saudáveis pode melhorar o seu aspecto
físico?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
29

Nunca ( )

13. Sente-se culpado(a) quando sai da sua rotina alimentar?


Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

14. Você pensa que no mercado existem alimentos não saudáveis?


Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

15. Ultimamente, você costuma estar sozinho (a) quando se alimenta?


Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

32. Você tem necessidade de sempre ensinar/orientar as pessoas sobre


alimentação saudável?
Sempre ( )
Muitas vezes ( )
Algumas vezes ( )
Nunca ( )

ANEXO A – Escala de Compulsão Alimentar Periódica


30

Fonte: Freitas, 2001.


31

ANEXO B – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa


32
33
34

ANEXO C – Normas de Submissão da Revista Brasileira de Nutrição

Artigo Original: contribuições destinadas à divulgação de resultados de pesquisas


inéditas, tendo em vista a relevância do tema, o alcance e o conhecimento gerado
para a área da pesquisa (limite máximo de 3.500 palavras - incluindo: resumo,
abstract, tabelas, gráficos, figuras e referências).

O texto deve ser preparado em:

● Espaçamento 1,5 entre linhas;


● Com fonte Arial 12;
● A quantidade total de palavras deve estar de acordo com a categoria do artigo
(Contabiliza-se a partir do resumo, até a última página do conteúdo do artigo. Não
devem ser consideradas a folha de rosto, referências e ilustrações);
● A seguinte ordem de apresentação deverá ser respeitada, incluindo-se os
itens em páginas distintas:

Folha de rosto (página 1);


Resumo/Abstract (página 2);
Texto (página 3);
Referências (em uma página separada, após o final do texto);
Ilustrações (iniciar cada uma em uma página separada, após as referências).

● O arquivo deverá ser gravado em editor de texto similar à versão 2010 do


Word;
● O papel deverá ser de tamanho A4 com formatação de margens superior e
inferior (2,5 cm), esquerda e direita (3 cm);
● A numeração das páginas deve ser feita no canto inferior direito;
● A formatação das referências deverá facilitar a tarefa de revisão e de
editoração. Para tal, deve-se utilizar espaçamento 1,5 entre linhas e fonte tamanho
12, e estar de acordo com o estilo Vancouver;
● As Ilustrações (Figuras e Tabelas) deverão ser inseridas após a seção de
referências, incluindo-se uma ilustração por página, independentemente de seu
tamanho.
35

Página de rosto deve conter:

a) Título completo em português: (i) deverá ser conciso e evitar palavras


desnecessárias e/ou redundantes, (ii) sem abreviaturas e siglas ou localização
geográfica da pesquisa.
b) Sugestão obrigatória de título abreviado para cabeçalho, não excedendo 40
caracteres (incluindo espaços), em português (ou espanhol) e inglês.
c) Título completo em inglês, compatível com o título em português.
d) Nome de cada autor, por extenso. Não abreviar os prenomes. A indicação dos
nomes dos autores logo abaixo do título do artigo é limitada a 6. A revista
recomenda fortemente que todos os autores e coautores tenham seus currículos
atualizados na Plataforma Lattes, para submissão de artigos.
e) Informar os dados da titulação acadêmica dos autores (se é mestre, doutor, etc.),
a afiliação institucional atual (somente um vínculo por autor, em 3 níveis, sem
abreviaturas ou siglas), além de cidade, estado e país.
f) Indicação do endereço completo da instituição à qual o autor de correspondência
está vinculado.
g) Informar telefone e e-mail de todos os autores.
h) Informar, explicitamente, a contribuição de cada um dos autores no artigo. O
crédito de autoria deverá ser baseado em contribuições substanciais, tais como
concepção e desenho, análise e interpretação dos dados, revisão e aprovação da
versão final do artigo. Não se justifica a inclusão de nomes de autores cuja
contribuição não se enquadre nos critérios acima. Redigir a contribuição no idioma
que o artigo será publicado.
i) Informar o número de Registro ORCID® (Open Researcher and Contributor ID).
Caso não possua, fazer o cadastro através do link: <https://orcid.org/register>. O
registro é gratuito. Saiba mais aqui.
j) Informar se o artigo é oriundo de Dissertação ou Tese, indicando o título, autor,
universidade e ano da publicação.
k) Indicar os seguintes itens:
Categoria do artigo;
área temática;
Quantidade total de ilustrações (tabelas, quadros e figuras);
Quantidade total de palavras (de acordo com a categoria do manuscrito).
36

● Poderá ser incluída nota de rodapé contendo apoio financeiro e o número do


processo e/ou edital, agradecimentos pela colaboração de colegas e técnicos, em
parágrafo não superior a três linhas. Observação: esta deverá ser a única parte do
texto com a identificação dos autores, e outros tipos de notas não serão
aceitos (exceto em tradução de citações).

● A tramitação do artigo só será iniciada após a inclusão destas


informações na página de rosto.
● Resumo
● Todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão ter resumo
no idioma original e em inglês, com um mínimo de 150 palavras e máximo de 250
palavras.
● O texto não deve conter citações e abreviaturas. Destacar no mínimo três e
no máximo seis termos de indexação, utilizando os descritores em Ciência da Saúde
- DeCS - da Bireme <http://decs.bvs.br>.
● Os artigos submetidos em inglês deverão vir acompanhados de resumo em
português, além do abstract em inglês.

● Texto
● Com exceção dos manuscritos apresentados como Revisão, Comunicação,
Nota Científica e Ensaio, os trabalhos deverão seguir a estrutura formal para
trabalhos científicos:

Introdução
● Deve conter revisão da literatura atualizada e pertinente ao tema, adequada à
apresentação do problema, e que destaque sua relevância. Não deve ser extensa, a
não ser em manuscritos submetidos como Artigo de Revisão.

Métodos
● Deve conter descrição clara e sucinta do método empregado, acompanhada
da correspondente citação bibliográfica, incluindo: procedimentos adotados; universo
e amostra; instrumentos de medida e, se aplicável, método de validação; tratamento
estatístico.
37

● Em relação à análise estatística, os autores devem demonstrar que os


procedimentos utilizados foram não somente apropriados para testar as hipóteses
do estudo, mas também corretamente interpretados. Os níveis de significância
estatística (ex. p<0,05; p<0,01; p<0,001) devem ser mencionados.
● Informar que a pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética credenciado junto
ao Conselho Nacional de Saúde e fornecer o número do processo.
● Ao relatar experimentos com animais, indicar se as diretrizes de conselhos de
pesquisa institucionais ou nacionais - ou se qualquer lei nacional relativa aos
cuidados e ao uso de animais de laboratório -, foram seguidas.

Resultados
● Sempre que possível, os resultados devem ser apresentados em tabelas,
quadros ou figuras, elaboradas de forma a serem autoexplicativas e com análise
estatística. Evitar repetir dados no texto.

Discussão
● Deve explorar, adequada e objetivamente, os resultados, discutidos à luz de
outras observações já registradas na literatura.

Conclusão
● Apresentar as conclusões relevantes, considerando os objetivos do trabalho,
e indicar formas de continuidade do estudo. Não serão aceitas citações
bibliográficas nesta seção.

Agradecimentos: podem ser registrados agradecimentos, em parágrafo não


superior a três linhas, dirigidos a instituições ou indivíduos que prestaram efetiva
colaboração para o trabalho.

Anexos: deverão ser incluídos apenas quando imprescindíveis à compreensão do


texto. Caberá aos editores julgar a necessidade de sua publicação.

Abreviaturas e siglas: deverão ser utilizadas de forma padronizada, restringindo-se


apenas àquelas usadas convencionalmente ou sancionadas pelo uso,
38

acompanhadas do significado, por extenso, quando da primeira citação no texto.


Não devem ser usadas no título e no resumo.

Referências de acordo com o estilo Vancouver

Devem ser numeradas consecutivamente, seguindo a ordem em que foram


mencionadas pela primeira vez no texto, conforme o estilo Vancouver.
Nas referências com até seis autores, todos devem ser citados. Nas referências com
mais de 6 autores, deve-se citar os seis primeiros, e depois incluir a expressão et al.
As abreviaturas dos títulos dos periódicos citados deverão estar de acordo com
o Index Medicus.
● Citar no mínimo 80% das referências dos últimos 5 anos e oriundas de
revistas indexadas, e 20% dos últimos 2 anos.

Não serão aceitas citações/referências de monografias de conclusão de curso de


graduação, de trabalhos de Congressos, Simpósios, Workshops, Encontros, entre
outros, e de textos não publicados (aulas, entre outros).
● Se um trabalho não publicado, de autoria de um dos autores do manuscrito
e/ou de outras fontes, for citado (ou seja, um artigo in press), é obrigatório enviar
cópia da carta de aceitação (artigo já aprovado com previsão de publicação) da
revista que publicará o referido artigo. Caso contrário, a citação/referência será
excluída.
● Se dados não publicados obtidos por outros pesquisadores forem citados pelo
manuscrito, será necessário incluir uma carta de autorização, do uso dos mesmos
por seus autores.
● Quando o documento citado possuir o número do DOI (Digital Object
Identifier), este deverá ser informado, dispensando a data de acesso do conteúdo
(vide exemplos de material eletrônico). Deverá ser utilizado o prefixo
https://doi.org/...
● Citações bibliográficas no texto: deverão ser expostas em ordem numérica,
em algarismos arábicos, dentro de colchetes (exemplo: [1], [2], [3]), após a citação, e
devem constar da lista de referências.
39

● Em citações diretas traduzidas pelos autores deve constar em nota de rodapé


o trecho no idioma original. Na indicação da fonte deve constar: Tradução minha ou
tradução nossa. Exemplo: (Rodgers et al., 2011, tradução nossa).
● A exatidão e a adequação das referências a trabalhos que tenham sido
consultados e mencionados no texto do artigo são de responsabilidade do
autor. Todos os trabalhos citados no texto deverão ser listados na seção de
Referências.

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