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Mauricio dos Santos Palazzuoli

PERFIL DE EVASÃO DISCENTE NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO


SENSU NA ÁREA DA SAÚDE NA UNIFESP

Dissertação apresentada à Universidade


Federal de São Paulo - Escola Paulista
de Medicina para obtenção do título de
Mestre em Ciências.

São Paulo
2022
Mauricio dos Santos Palazzuoli

PERFIL DE EVASÃO DISCENTE NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO


SENSU NA ÁREA DA SAÚDE NA UNIFESP

Dissertação apresentada à Universidade


Federal de São Paulo - Escola Paulista de
Medicina para obtenção do título de
Mestre em Ciências.

Orientadora:
Profa. Dra. Claudia Galindo Novoa

Linha de Pesquisa: Tecnologias


educacionais e de colaboração em saúde

Área: Interdisciplinar

São Paulo
2022
Palazzuoli, Mauricio dos Santos
Perfil de evasão discente na pós-graduação stricto sensu na área da
saúde na Unifesp / Mauricio dos Santos Palazzuoli. – São Paulo, 2022.
xvi, 113f.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola


Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Gestão e
Informática em Saúde.

Título em inglês: Dropout profile of student in graduate studies in


health area at Unifesp

1. Evasão Escolar. 2. Educação de Pós-Graduação.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

GESTÃO E INFORMÁTICA EM SAÚDE

Coordenadora da Câmara de Pós-graduação e Pesquisa da Escola Paulista de

Medicina: Profa. Dra. LD Monica Levy Andersen

Chefe do Departamento de Informática em Saúde: Prof. Dr. Paulo Bandiera Paiva

Coordenador do Programa de Pós-Graduação: Prof. Dr. LD Ivan Torres Pisa

iii
Mauricio dos Santos Palazzuoli

PERFIL DE EVASÃO DISCENTE NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO


SENSU NA ÁREA DA SAÚDE NA UNIFESP

Presidente da banca

Profa. Dra. Claudia Galindo Novoa (orientadora)


Professora Adjunta do Departamento de Informática em Saúde, Escola Paulista de
Medicina, Universidade Federal de São Paulo.

Banca examinadora

Prof. Dr. Paulo Bandiera Paiva (interno ao PPG)


Professor Adjunto do Departamento de Informática em Saúde, Escola Paulista de
Medicina, Universidade Federal de São Paulo.

Prof. Dr. Cícero Inácio da Silva (externo ao PPG)


Professor Adjunto da Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de São
Paulo

Prof. Dr. Vicente Sarubbi Júnior (externo à instituição)


Docente do Departamento de Medicina, Universidade Estadual de Mato Grosso do
Sul - UEMS

Suplente
Prof. Dr. Antonio Valério Netto (externo ao PPG)
Professor Visitante no Departamento de Informática em Saúde, Escola Paulista de
Medicina, Universidade Federal de São Paulo

iv
Dedicatória

Dedico este trabalho a meus pais Anna e Nicola (in memoriam),


à minha esposa Thaís e
a todos os professores e alunos de pós-graduação.

v
Agradecimentos

À minha orientadora Profa. Dra. Claudia Galindo Novoa, pelo carinho


dedicado ao projeto, pela Havruta, suas valiosas lições e enormes doses de paciência.

Ao Prof. Dr. Paulo Schor pelo apoio ao projeto enquanto Coordenador de


Pesquisa na PROPGPq da Unifesp.

Aos professores Vicente Sarubbi Júnior, Cícero Inácio da Silva e Paulo


Bandiera Paiva pelo tempo cedido e suas contribuições a este trabalho.

Aos colegas do grupo de pesquisa, Kellen Falcão, Louise Pavini e Mauricio


Segobia, pela amizade, apoio, colaboração na pesquisa e “sessões de terapia”.

Ao Programa de Pós-Graduação em Gestão e Informática em Saúde da


Unifesp, na figura de sua Coordenação e sua Comissão de Ensino, pela perseverança
em tempos difíceis.

Aos ex-alunos de pós-graduação que participaram da pesquisa por


compartilharem suas ricas experiências, permitindo que este trabalho se
concretizasse. Minha empatia e muito obrigado.

À minha esposa e minha família por sempre me incentivarem das mais diversas
formas.

vi
Sumário

Dedicatória ...................................................................................................................v
Agradecimentos ......................................................................................................... vi
Lista de figuras ........................................................................................................... ix
Lista de quadros ......................................................................................................... xi
Lista de tabelas ......................................................................................................... xii
Lista de abreviaturas e siglas ................................................................................... xiv
Resumo .................................................................................................................... xv
Abstract ……... ......................................................................................................... xvi
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
1.1 Histórico, fundamentação teórica e problema ................................................ 2
1.2 Motivação ....................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 5
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 5
2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 5
3 MÉTODOS .............................................................................................................. 6
3.1 Metodologia .................................................................................................... 6
3.2 Método............................................................................................................ 7
3.2.1 Roteiro.................................................................................................... 7
3.2.2 Análise dos instrumentos ..................................................................... 10
3.2.3 Descoberta de perfis ............................................................................ 10
3.3 Aspectos éticos............................................................................................. 12
3.4 Delimitação dos casos .................................................................................. 12
3.4.1 Justificativas ......................................................................................... 12
3.5 Instrumentos de obtenção dos dados ........................................................... 13
3.5.1 Banco de dados institucional................................................................ 13
3.5.2 Inquérito online ..................................................................................... 14
3.5.3 Entrevista ............................................................................................. 15
3.6 Processo de obtenção de dados .................................................................. 16
3.7 Materiais ....................................................................................................... 16
3.8 Processos de pesquisa: transformações, análise e apresentação ............... 17
3.8.1 Transformações realizadas nos dados................................................. 17
4 RESULTADOS ...................................................................................................... 20
4.1 Dados institucionais ...................................................................................... 20
4.2 Inquérito online ............................................................................................. 21
4.2.1 Adesão à pesquisa: saturação ............................................................. 21
4.2.2 Inquérito online ..................................................................................... 24
4.3 Entrevistas .................................................................................................... 52
4.4 Classificação dos casos ............................................................................... 56
4.5 Potencial para conclusão.............................................................................. 62
5 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 63
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 69
7 ESTUDOS FUTUROS .......................................................................................... 71
8 DIFICULDADES e LIMITAÇÕES .......................................................................... 72
9 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 73
Anexo 1 – Autorização de uso dos dados das matrículas dos alunos....................... 75
Anexo 2 – Cadastro do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa ............................. 76
Anexo 3 – Situação do Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa ............................ 82

vii
Anexo 4 – Inquérito online (Formato visualizado pelo participante) .......................... 83
Anexo 5 – Inquérito online (Formato do documento final gerado) ............................. 94
Anexo 6 – Roteiro para entrevistas ......................................................................... 102
Anexo 7 – Texto do primeiro e segundo disparos por e-mail de mensagens convite a
participar da pesquisa ............................................................................................. 106
Anexo 8 – Texto do terceiro e último disparo por e-mail de mensagem convite a
participar da pesquisa ............................................................................................. 108
Anexo 9 – Textos para contato sobre a entrevista .................................................. 110
Bibliografia consultada ............................................................................................ 113

viii
Lista de figuras

Figura 1. Adesão à pesquisa: Momentos de convite x Participação ......................... 22


Figura 2. Gráfico de percentual de nascimento dentro ou fora do Campus onde
estudou. .................................................................................................................... 29
Figura 3. Gráfico de percentual do domicílio atual em relação ao Campus onde
estudou. .................................................................................................................... 30
Figura 4. Gráfico de percentual de mudança de município domiciliar para cursar a pós-
graduação. ................................................................................................................ 30
Figura 5. Gráfico de percentual de mudança de Unidade da Federação de domicílio
para cursar a pós-graduação. ................................................................................... 30
Figura 6. Nuvem de palavras dos termos associados à resposta para outros motivos
de evasão. ................................................................................................................. 40
Figura 7. Árvore de palavras - Outros motivos de evasão – Termos da categoria
“trabalho” ................................................................................................................... 40
Figura 8. Árvore de palavras - Outros motivos de evasão – Termos da categoria
“orientação” ............................................................................................................... 41
Figura 9. Árvore de palavras - Outras influências - Categoria "orientador" ............... 43
Figura 10 (continuação). Árvore de palavras das - Item "Ficou faltando perguntar
algo..." ....................................................................................................................... 50
Figura 11. Árvore de palavras - Item "Gostaria de contar algo" ................................ 51
Figura 12. Nuvem de palavras das categorias emergentes das entrevistas. ............ 54
Figura 13. Árvore de palavras, evidências da categoria "orientação" – termo
“orientador”. ............................................................................................................... 54
Figura 14. Árvore de palavras, evidências da categoria "orientação" – termo
“orientadora”. ............................................................................................................. 55
Figura 15. Árvore de palavras, evidências da categoria "orientação" – termo
“orientação”. .............................................................................................................. 55
Figura 16. Árvore de palavras, evidências da categoria "orientação" – termo
“orientadores”. ........................................................................................................... 55
Figura 17. Árvore de palavras, evidências da categoria "bolsa”. ............................... 55
Figura 18. Gráfico do percentual de evadidos por ano de início do curso. ................ 56
Figura 19. Gráfico do percentual de evadidos pelo tempo até a pesquisa (2020)..... 56
ix
Figura 20. Diagrama de distribuição da idade no início do curso. ............................. 57
Figura 21. Diagrama de distribuição do tempo de matrícula. .................................... 57
Figura 22. Gráfico de participantes por gênero. ........................................................ 58
Figura 23. Gráfico participantes por cor. ................................................................... 58
Figura 24. Gráfico de participantes por estado civil................................................... 58
Figura 25. Gráfico de participantes por Unidade da Federação de nascença. .......... 59
Figura 26. Gráfico de participantes por Unidade da Federação de residência atual. 59
Figura 27. Gráfico de participantes por região de residência atual em relação ao
campus. ..................................................................................................................... 59
Figura 28. Gráfico de situação empregatícia no momento da matrícula. .................. 60
Figura 29. Área de formação dos participantes. ........................................................ 61
Figura 30. Gráfico do Conceito CAPES dos PPGs da amostra................................. 61
Figura 31. Gráfico percentual do potencial de conclusão. ......................................... 62
Figura 32. Relação entre a figura do orientador e as principais categorias-motivo. .. 65

x
Lista de quadros

Quadro 1. Roteiro de estudo de caso adaptado às peculiaridades do presente


estudo. .................................................................................................................. 7
Quadro 2. Hierarquia análise dos dados qualitativos. ......................................... 10

xi
Lista de tabelas

Tabela 1. Matrículas e Cancelamentos de 1971 a 2019 por área da saúde e outras20


Tabela 2. Matrículas e Cancelamentos de 2010 a 2019 por área da saúde e outras21
Tabela 3. Momentos de envio de convites, quantidade de respostas e inquéritos
in/completos .............................................................................................................. 22
Tabela 4. Deseja receber os resultados do estudo após publicação? ...................... 25
Tabela 5. Qual era o nível do curso do qual você desistiu na Unifesp? .................... 25
Tabela 6. Equívocos na seleção do nível do curso ................................................... 26
Tabela 7. Nível correto do curso evadido pelos participantes ................................... 26
Tabela 8. Forma de saída do curso (n=89) ............................................................... 26
Tabela 9. Forma de saída do curso ajustadas a partir dos dados qualitativos .......... 28
Tabela 10. Domicílio atual em relação ao Campus ................................................... 28
Tabela 11. Migração domiciliar: Local de nascimento x Campus do curso ➝ Domicílio
atual .......................................................................................................................... 29
Tabela 12. Disponibilidade para entrevista ............................................................... 31
Tabela 13. Nível do curso na Unifesp x Desistência anterior de outro curso de pós-
graduação ................................................................................................................. 31
Tabela 14. Rede de ensino que cursou no nível Fundamental ................................. 32
Tabela 15. Rede de ensino que cursou no nível Médio ............................................ 32
Tabela 16. Rede de ensino que cursou no nível Superior......................................... 33
Tabela 17. Migração de rede de ensino (n=89)......................................................... 33
Tabela 18. Escolha do curso: Dúvidas quanto à escolha do curso ........................... 34
Tabela 19. Escolha do curso: Motivos (n=89) ........................................................... 34
Tabela 20. Escolha do curso: Motivos ajustados pelo campo aberto “Outros” (n=89)
.................................................................................................................................. 35
Tabela 21. Incentivo ou apoio e sua influência na desistência .................................. 36
Tabela 22. Motivos da evasão (n=89) ....................................................................... 38
Tabela 23. Os 7 termos motivo mais frequentes (73 palavras em 20 documentos,
n=89) ......................................................................................................................... 39
Tabela 24. Atividade remunerada durante o curso.................................................... 41
Tabela 25. Influência de outras pessoas na decisão (n=89) ..................................... 42
Tabela 26. Outras influências na decisão (n=89) ...................................................... 42
xii
Tabela 27. Situação de moradia antes do curso ....................................................... 43
Tabela 28. Situações de moradia durante o curso (n=89)......................................... 44
Tabela 29. Situação de moradia no momento de desistência do curso .................... 45
Tabela 30. Arrependimento e consequências ........................................................... 46
Tabela 31. Continuidade nos estudos ....................................................................... 46
Tabela 32. Sucesso em curso posterior .................................................................... 47
Tabela 33. Pretensão em ainda cursar pós-graduação............................................. 47
Tabela 34. Área e instituição onde pretende cursar .................................................. 48
Tabela 35. Área e instituição onde pretende cursar com sobreposição .................... 48
Tabela 36. Faltando perguntar algo (n=39 termos, n=34 documentos)..................... 48
Tabela 37. Gostaria de contar algo ........................................................................... 50
Tabela 38. Quadro geral de situação dos convites e respostas ................................ 52
Tabela 39. Metadados das entrevistas realizadas .................................................... 52
Tabela 40. Categorias emergentes das entrevistas .................................................. 53
Tabela 41. Participantes da pesquisa por Programa de Pós-Graduação.................. 60
Tabela 42. Quantidade de evadidos por orientador .................................................. 61

xiii
Lista de abreviaturas e siglas

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


EAD Educação a Distância
EPM Escola Paulista de Medicina
GEOCAPES Sistema de Informações Georreferenciadas da CAPES
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IES Instituições de Ensino Superior
MEC Ministério da Educação
PROPGPq Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Unifesp
QDA Qualitative Data Analysis – Análise de Dados Qualitativos
REDCap Research Electronic Data Capture – Captura eletrônica de dados
de pesquisa
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

xiv
Resumo

Introdução: Evasão discente é o ato de saída definitiva do aluno de um curso


sem completá-lo. A evasão discente na pós-graduação é um fenômeno reconhecido
e considerado pela administração das instituições, porém é um tema menos discutido
do que a evasão na graduação e outros níveis de ensino. Tem possíveis
consequências, na formação de profissionais, econômicas e sociais. Entender os
motivos que levam à evasão deve ser do interesse de gestores dos cursos de
quaisquer instituições de ensino. Objetivos: Este projeto tem como objetivo investigar
o perfil da evasão discente na pós-graduação stricto sensu da área da saúde na
Unifesp através da investigação das ocorrências de evasão nessa instituição.
Métodos: A metodologia contará com o estudo do caso Unifesp através do
levantamento de dados históricos da evasão na pós-graduação stricto sensu na área
da saúde, inquérito sobre as ocorrências de evasão via questionário e entrevistas,
análise mista qualitativa e quantitativa dos dados e triangulação dos resultados.
Resultados: Foram convidados para a pesquisa 583 ex-alunos evadidos, 89
responderam ao inquérito online sendo realizadas 6 entrevistas. Os dados
apresentam evidências da temática do relacionamento discente-orientação como
ponto focal do motivo da evasão. Outro tema emergente correlato é o da exigência de
dedicação exclusiva por parte dos orientadores. Conclusão: A grande maioria dos
alunos não desistem espontaneamente, são forçados a cancelar, por uma série de
fatores e pressões que somados desencadeiam a ocorrência. Assim como o discente
se sente pressionado pelo sistema da pós-graduação stricto sensu, a orientação
também sofre do mesmo problema.

Descritores: Evasão Escolar (D013332), Educação de Pós-Graduação (D004500)

xv
Abstract

Introduction: Student evasion is the act of the student's final departure from a course
without completing it. Student evasion in graduate school is a phenomenon recognized
and considered by the administration of institutions, but it is a less discussed topic than
evasion in undergraduate and other levels of education. It has possible consequences,
on the training of professionals, economic and social. Understanding the reasons that
lead to dropout should be in the interest of course managers at any educational
institution. Objectives: This project aims to investigate the profile of student evasion
in graduate studies in the health area at Unifesp through the investigation of evasion
occurrences in this institution. Methods: The methodology will include the study of the
Unifesp case through the collection of historical evasion data in the graduate programs
in the health area, a survey on the occurrences of evasion via questionnaire and
interviews, qualitative analysis of the data and triangulation of the results. Results: 583
dropouts were invited to the survey, 89 responded to the online survey and 6 interviews
were conducted. The data show evidence of the student-orientation relationship as a
focal point for the reason for dropping out. Another related emerging theme is the
requirement of exclusive dedication on the part of supervisors. Conclusion: Most
students do not give up spontaneously, they are forced to cancel, due to a series of
factors and pressures that together trigger the occurrence. Just as the student feels
pressured by the stricto sensu postgraduate system, supervisors also suffer from the
same problem.

Keywords: Student Dropouts (D013332), Education, Graduate (D004500)

xvi
1 INTRODUÇÃO

Embora não exista consenso na definição de evasão nem de seus indicadores,


o fenômeno é visto sob algumas perspectivas definidas pela Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes): evasão do curso,
quando o aluno evade de um curso para outro dentro da mesma instituição; evasão
da instituição, quando o aluno sai definitivamente se transferindo para outra
instituição; e evasão do sistema, quando o aluno abandona os estudos.(1) Essa é uma
visão superficial, já que existem muitos outros aspectos a serem considerados sobre
a evasão, porém compreensível dos pontos de vista administrativo e do planejamento.
Evasão discente pode ser definida de modo simples como o ato de saída
definitiva de alunos de um curso sem completá-lo. Um passo além nessa definição é
considerar as possíveis situações da ocorrência de saída do aluno e não apenas os
casos de cancelamento de matrícula.
A saída do aluno de um curso pode acontecer de, pelo menos, 4 formas: 1.
Abandono, quando o aluno deixa de frequentar o curso sem comunicar essa intenção;
2. Cancelamento voluntário de matrícula onde o aluno expressa o desejo de cancelar
sua matrícula comunicando informalmente a seu orientador ou formalmente via
documento, o que permitiria aproveitar esse momento para avaliar suas motivações;
3. Por reprovação, em disciplinas ou na fase final da arguição ou defesa, o que em
primeira vista pode não ser visto como desistência já que naturalmente não seria de
vontade do aluno reprovar, entretanto, a reprovação em disciplinas ou mesmo na
arguição e defesa pode desencadear a desistência por uma nova tentativa, além de
que em sistemas institucionais pode-se não registrar a causa da situação final, mas
apenas o resultado que no caso da reprovação em disciplinas pode constar apenas
como “cancelado” e não “reprovado”. Por fim, na 4ª forma de saída, o aluno pode ser
desligado de forma compulsória devido a algum evento que justifique.
Nesta pesquisa será considerado como evasão toda situação acadêmica de
matrículas constando em sistema como “cancelado”, independente de qual tenha sido
o motivo. Cada ocorrência de cancelamento merece ser investigada pois gera ônus
de algum tipo para a instituição.

1
As motivações, em sentido amplo, que levam à evasão diferem muito em
relação aos níveis de escolaridade. Não se pode utilizar estritamente o mesmo
inquérito sobre evasão para alunos do ensino médio e para alunos da graduação. É
justo que se considere cada caso como especial, na educação infantil, ensino
fundamental, ensino médio, ensino superior e nas pós-graduações lato sensu
(especializações) e stricto sensu (mestrados e doutorados), cada um em separado.
Também faz sentido estudar em separado a educação a distância (EAD) pois, assim
como em cada um dos níveis de escolaridade mencionados, a EAD possui inúmeras
peculiaridades. Diante isso, são necessários estudos específicos, desenhados para
atender as peculiaridades de cada caso.
Encontram-se na literatura diversos estudos sobre evasão no ensino superior,
específicos para cursos de graduação, enquanto a pós-graduação stricto sensu não
recebe a mesma atenção.
A pós-graduação sempre associada à pesquisa constitui-se da mais alta
posição no sistema de ensino em todo o mundo e é diretamente ou indiretamente
essencial para o desenvolvimento pessoal, profissional, econômico, tecnológico,
industrial e social no mundo.(2) Faz-se necessária especial atenção ao fenômeno da
evasão na pós-graduação.

1.1 Histórico, fundamentação teórica e problema

A evasão discente é um fenômeno percebido tardiamente em cursos de pós-


graduação stricto sensu. A pós-graduação no Brasil tem seus primórdios na década
de 1930 e surge com essa terminologia em 1940. Em 1951 é criada a Campanha
Nacional de Aperfeiçoamento de Nível Superior, atual Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mas apenas em 1972 é que
se discute os rigores dos cursos de mestrado no país. Duas décadas depois, o diretor
de avaliação da Capes, em 1998, Adalberto Vasquez, reconhece que os programas
de mestrado eram rígidos demais o que era considerado como um dos fatores que
levavam à evasão. (3)
Apenas em 1995 tiveram início ações governamentais em relação à
preocupação com a evasão no ensino superior com o “Seminário sobre evasão nas
2
universidades públicas brasileiras” realizado pela Secretaria de Educação Superior
(SESu) e pelo Ministério da Educação (MEC) cujo objetivo era o de analisar o
fenômeno e discutir uma conceituação em comum. O tema também foi discutido no
VI Fórum de Pró-Reitores de Graduação preocupados com os indicadores serem
ineficazes em apontar as causas da evasão.(1,4)
No Brasil, um levantamento baseado no GEOCAPES, Sistema de Informações
Georreferenciadas da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior, aponta o índice de evasão acumulado de 38,4% no período de 2000-
2016. (5,6)
As consequências da evasão vão desde o abalo psicológico, passando pelo
prejuízo na formação do profissional até os prejuízos socioeconômicos. Entender esse
fenômeno é objeto de estudos, entretanto, limitados por falta de interesse das
organizações já que a evasão normalmente é vista pelas instituições como falha do
aluno e não da instituição. Como possíveis causas destacam-se as associadas à
cultura institucional, falta de comunidade de referência e o isolamento.

1.2 Motivação

Dentre as motivações que me levaram a estudar a evasão discente em pós-


graduação estão: minha experiência pessoal como estagiário probatório em um
laboratório de genética e biologia evolutiva do Instituto de Biociências (IB) da
Universidade de São Paulo (USP) me preparando para cursar o mestrado após minha
graduação em ciências biológicas em 2001; e minha experiência profissional como
servidor público lotado na Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Unifesp de
2011 até 2018.
A partir desses pontos de vista surgem, minha empatia e meu reconhecimento
da importância do impacto desse fenômeno nas esferas do desenvolvimento pessoal,
da formação profissional, suas consequências de relevância social, dos aspectos
financeiros tanto do ponto de vista dos cofres públicos como dos gastos da própria
instituição, das agências de fomento e patrocínio, do ônus em esforços e custos aos
indivíduos envolvidos, sendo eles, principalmente os próprios alunos em conjunto com
os orientadores, professores, funcionários e familiares.

3
Minha motivação culmina no entendimento de que a evasão discente deve ser
do interesse dos gestores dos cursos de quaisquer instituições de ensino como
recurso auxiliar no planejamento, permitindo formas inovadoras de administrar cursos
de todas as áreas do conhecimento, desde o momento da declaração de interesse
por parte do candidato à vaga até os estágios derradeiros da formação.

4
2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo da pesquisa é o de investigar o perfil de evasão discente nos cursos


de pós-graduação stricto sensu da área da saúde na Unifesp. Perfil deve ser entendido
no presente estudo como um conjunto de características dos eventos-causa do
fenômeno da evasão.

2.2 Objetivos Específicos

1. Analisar as ocorrências de evasão dos ex-alunos da pós-graduação stricto


sensu da área da saúde da Unifesp a partir de 3 fontes:
a. dados institucionais oriundos do cadastro das matrículas;
b. dados sobre as experiências de evasão através de inquérito;
c. dados aprofundados sobre as experiências de evasão através de
entrevistas.
2. Estudar os casos, identificar padrões e descrever perfil ou perfis de evasão;
3. Formular hipóteses ou teorias a respeito desse fenômeno consciente das
limitações.

5
3 MÉTODOS

3.1 Metodologia

A metodologia empregada no presente trabalho é a de um estudo de caso,


através de um processo de pesquisa misto, qualitativo e quantitativo, com prioridade
no enfoque qualitativo.
Embora processos mistos sejam trabalhos únicos e com desenho próprio, no
processo quantitativo o desenho não experimental transversal tem alcance
exploratório, descritivo e correlacional. E no processo qualitativo o desenho está
embasado, porém não limitado, na teoria fundamentada emergente de Glaser (1992,
2007) por codificação aberta, que insiste na importância dos dados e não das
categorias, e inspirado no desenho construtivista que tem foco no significado fornecido
pelos participantes.(8–11)
Teoria fundamentada ou Grounded theory (GT) é, ao mesmo tempo, um
método e uma metodologia. Proposta no livro The discovery of grounded theory de
1967 pelo sociólogo estadunidense Barney Galland Glaser (1930-2022) em coautoria
com, o também sociólogo estadunidense, Anselm Leonard Strauss (1916-1996), fruto
de uma colaboração em pesquisa que gerou o livro Awareness of Dying (Consciência
da morte), a respeito da consciência sobre a morte e as interações entre o moribundo
e seus familiares em razão dessa consciência.(12,13) Estudo realizado na
Universidade da California, utilizando o “método comparativo constante”, um rascunho
do que iria se tornar a GT. Existem diferentes formas de abordagem, resultantes dos
pontos de vista divergentes dos autores, sobre esse método de conduzir uma
pesquisa qualitativa. Glaser recomenda que a literatura seja consultada somente após
as análises, os conceitos encontrados determinam o escopo da revisão bibliográfica.
Strauss adota uma postura mais pragmática recomendando consultas à literatura
durante todo o processo, devendo, o pesquisador, estar consciente de que isso pode
influenciar o desenvolvimento da teoria. Apesar das divergências e independente da
escolha, todas as formas de aplicar a GT têm como essência chegar a uma
compreensão êmica, na perspectiva ou ponto de vista interno de um membro daquele
grupo, alguém que tenha a experiência do fenômeno. A compreensão êmica

6
considera os pensamentos, percepções, sentimentos e comportamentos. O foco da
Teoria fundamentada está em gerar teoria baseada em dados e moldada pela visão
dos participantes, transpondo a descrição em direção à explicação teorética do
fenômeno. Em relação à metodologia, a GT alicerça os princípios para sustentação
do método através do posicionamento transparente do pesquisador, com uma
abordagem indutiva, do caso particular para a generalização. Quanto ao método, a
GT delineia como os dados serão coletados, analisados e interpretados, geralmente
através de coletas de dados concorrentes com as análises, o uso de códigos e
anotações do pesquisador.(14)
Neste estudo foi adotado o modelo “Glaseriano” no intuito de minimizar os
efeitos de uma contaminação literária. Foi realizada uma consulta bibliográfica limitada
nas bases Eric, Web of Science e Google Scholar apenas com os propósitos de
estruturar o projeto quanto à sua introdução e metodologia, e de investigar a existência
de literatura na área e não de absorver conceitos. No entanto, é preciso registrar que
a leitura de textos anteriores à execução da pesquisa e o senso comum influenciaram
nas definições do método.

3.2 Método

3.2.1 Roteiro

Para guiar o desenvolvimento do trabalho e estruturar o estudo de caso foi


escolhido o roteiro proposto por Eisenhardt (1989), apresentado no Quadro 1, utilizado
para pela autora para construção de teoria a partir de estudo de caso.(15,16)

Quadro 1. Roteiro de estudo de caso adaptado às peculiaridades do presente estudo.


Passos Atividades Razões
1. Início do • Definição das questões da pesquisa • Restringir o volume de dados e
trabalho (qual é ou quais são os perfis da obter dados relevantes
evasão discente na pós-graduação
stricto sensu na área da saúde na
Unifesp; quais fatores disponíveis ou
alcançáveis podem ser relevantes
para compreender o fenômeno da
evasão discente)

• Construtos a priori e a posteriori • a priori: fundamentar métricas


(a priori: gênero, idade, dos inquéritos e entrevistas;
localidade/distância, apoio/fomento,
7
Passos Atividades Razões
tempo disponível, orientador, curso, • a posteriori: enxergar novas
estado civil/família, trabalho/vínculo métricas e/ou novos construtos
empregatício, tipo de formação,
outras desistências, assertividade
pelo curso ou área, interesses /
oportunidades, incentivos/influências;
a posteriori: poderão surgir no
decorrer da pesquisa)

• Sem lente teórica, teorias ou • Permitir flexibilidade teórica;


hipóteses preestabelecidas não se contaminar nem se
(não serão preestabelecidas prender aos limites de estudos
hipóteses ou utilizadas teorias e preexistentes
estudos pré-existentes, o estudo tem
como meta alcançar essas questões
de forma natural, autônoma e vieses
durante seu desenvolvimento)
2. Seleção dos • Especificação da população • Aumenta a validade externa
casos (extensa o suficiente para ser
representativa do universo; limitada a
ponto de trazer significado e
contemporaneidade; evadidos
matriculados nos últimos 10 anos,
2010 a 2019)

• Amostragem inicial não-probabilística • Aumentar a profundidade do


por conveniência (participantes significado pelo voluntariado
voluntários, por resposta ativa a um
convite realizado em 3 etapas)

• Amostragem final teórica • Concentrar esforços em casos


(amostragem final será realizada por relevantes que replicam ou
avaliação dos dados quantitativos e estendem a teoria, eliminar
qualitativos obtidos durante o casos com informações
processo e não por percentual do omissas, duvidosas,
total) conflitantes ou enviesadas
3. Elaboração • Múltiplos métodos de coleta de dados • Fortalecer a fundamentação da
dos (arquivo de dados do cadastro teoria pela triangulação de
instrumentos institucional, inquérito com perguntas evidências
e protocolos abertas e fechadas direcionadas,
entrevista estruturada de narrativa
livre)

• Dados quantitativos e qualitativos • Visão comparativa e


separados e posteriormente confirmativa, posteriormente
combinados sinérgica das evidências
(dados de natureza diferentes serão
mantidos, analisados e avaliados
separadamente; posteriormente
unificados ou não, por avaliação das
peculiaridades de cada unidade)
4. Coleta de • Coleta múltipla de dados e análise • Acelera a análise e revela
dados (coletar dados utilizando os múltiplos ajustes úteis na coleta de dados
métodos de coleta descritos no passo
3, de forma simultânea e paulatina;
analisar dados – passo 5)

8
Passos Atividades Razões
• Métodos de coleta de dados flexíveis • Permite que o investigador
e oportunistas aproveite os temas emergentes
(características micro e macro dos e os recursos exclusivos do
métodos de coleta podem ser próprio caso
ajustadas de acordo com o avanço da
investigação; questionários, e
entrevistas revistos e alterados)
5. Análise dos • Análise estatística • Conhecer o perfil quantitativo da
dados (apresentação dos dados evasão permitindo triangulação
quantitativos utilizando estatística de evidências
descritiva)

• Análise interna de caso • Obtém familiaridade com os


(familiarização com cada caso interno; dados e geração de teoria
a fim de transformar cada conjunto de preliminar
dados em uma entidade
independente; avaliação de cada
conjunto de dados como uma
unidade)

• Padrão de caso cruzado utilizando • Forçar o investigador a olhar


técnicas divergentes além das impressões iniciais
(buscar por similaridades e
divergências dentro dos grupos e
entre grupos e por fonte de dados;
buscar por evidências que possam
refutar a ideia concebida)
6. Modelagem • Replicação, não amostragem, lógica • Confirma, estende e aprimora a
de hipóteses entre casos teoria
(formular construtos baseado na
sobreposição ou replicação de
evidências, e não pela amostragem,
entre os grupos de dados do estudo;
relacionamentos entre construtos)

• Buscar evidências do "por que" por • Constrói validade interna


trás dos relacionamentos
(buscar os motivos dos
relacionamentos entre os construtos)
7. Cobrindo a • Comparação com literatura conflitante • Constrói validade interna
literatura e semelhante • Aumenta a validade externa
(examinar literatura por hipóteses e
teorias conflitantes e semelhantes
com as obtidas)
8. Alcançando • Saturação teórica quando possível • Encerrar o processo quando as
o (dar por finalizado o processo ao melhorias são insignificantes
fechamento observar repetições de construtos,
pouco ou nenhum incremento no
aprendizado pela análise dos dados)

9
3.2.2 Análise dos instrumentos

Para a análise dos diversos dados qualitativos dos instrumentos foi utilizada a
hierarquia sempre em contexto de motivo/causa apresentada no Quadro 2.

Quadro 2. Hierarquia análise dos dados qualitativos.

Códigos e subcódigos Asserções


Categorias Temas/Conceitos
simbólicos ou in vivo de motivação

É importante notar que, codificar é apenas uma maneira de organizar e analisar


os dados qualitativos e não a maneira derradeira. Deve-se entender por código, uma
palavra ou uma frase curta que simbolicamente resume, salienta e captura a essência
dos dados que estão sendo analisados. Códigos in vivo são aqueles extraídos
literalmente do texto.
A análise qualitativa foi realizada em ciclos durante o desenvolvimento da
pesquisa. O primeiro ciclo após a coleta dos dados do inquérito online de uma maneira
superficial, o primeiro contato com o material, sem realizar codificação. O segundo
ciclo, incluindo dados complementares, fazendo anotações, destacando pontos
notados e particionando informações complexas. O terceiro ciclo, relendo todo o
material criando códigos, ordenando de forma sistemática de acordo com os
contextos. No quarto ciclo, o material é lido novamente na íntegra e os códigos se
transformam em categorias. No quinto ciclo de análise as categorias são revistas em
busca de temas que possam gerar asserções. Por fim o fechamento pela reflexão do
pesquisador baseado em toda sua imersão no conteúdo e consideração dos temas e
asserções obtidas nos dados, concluindo o estudo.

3.2.3 Descoberta de perfis

Perfil a partir do banco de dados


• Levantamento e descrição da população;
• Levantamento e descrição dos casos de evasão;

10
Perfil a partir do inquérito online
• Análises dos dados do inquérito por variáveis do inquérito;

Perfil a partir das entrevistas


• Análise dos depoimentos das entrevistas;

Perfil a partir do inquérito + entrevistas


• Sobreposição entre perfil do inquérito e perfil das entrevistas;

Perfil ou perfis encontrados


• Sobreposição de perfis com o objetivo de encontrar similaridades e
divergências.

11
3.3 Aspectos éticos

Foi obtida autorização prévia de uso dos dados anonimizados das matrículas
dos alunos da pós-graduação stricto sensu junto à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e
Pesquisa da Unifesp para o projeto de pesquisa sobre evasão, vide Anexo 1, e
aprovação prévia junto ao comitê de ética, cadastro número 07021418.1.0000.5505
com parecer número 3.201.423, vide Anexos 2 e 3.
Os dados dos ex-alunos utilizados no estudo limitam-se aos seguintes: data de
matrícula, código de endereçamento postal, nível do curso, nome do programa de pós-
graduação, e-mail (utilizado apenas para envio de convite da pesquisa), estado civil,
cor, formação profissional, data de nascimento (utilizada apenas para cálculo da idade
no início e cancelamento do curso), nacionalidade, naturalidade, sexo, orientador(es)
e se existia vínculo empregatício. Não foram fornecidos ou coletados dados sensíveis
como números de documentos e endereço. Apesar da anonimização, existe o risco
mínimo de identificação dos participantes pela natureza dos dados necessários para
a realização da pesquisa e pelos depoimentos fornecidos. O risco foi comunicado ao
participante, no TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que tem a
liberdade de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento.

3.4 Delimitação dos casos

A pesquisa tem como escopo a população de ex-alunos que tiveram suas


matrículas realizadas nos 10 anos antes da execução da pesquisa, 2010 a 2019, e
que constavam com situação "cancelado" no cadastro institucional em dezembro de
2019. A amostragem inicial de participantes foi não-probabilística por conveniência
onde houve a tentativa de convidar todos os 583 indivíduos evadidos em 3 momentos
espaçados.

3.4.1 Justificativas

3.4.1.1 Período de amostragem (2010 a 2019)

12
As matrículas de pós-graduação stricto sensu dos 10 últimos anos anteriores
ao início da pesquisa (n=12597) representam 42,1% do total de matrículas da
instituição em 48 anos (1971-2019) (n=29922), um número expressivo da população
total de matriculados. Aumentando o período para um intervalo maior que 10 anos
aumentariam também as dificuldades, como exemplos: aumento dos casos de erros
e omissões no cadastro, falta de endereços de e-mail para contato ou endereço
incorreto, sendo que no período utilizado apenas 1 ex-aluno não possuía endereço de
e-mail no cadastro e 1 tinha endereço incorreto, com o aumento do período de
amostragem esses erros e omissões tenderiam a aumentar; redução em percentual
da adesão na participação; redução da qualidade dos resultados por esquecimento e
um possível impacto do deslocamento do senso de contemporaneidade nos contextos
social, econômico, político e familiar da ocorrência da evasão, ou seja, a situação de
evasão dos matriculados de mais de uma década atrás pode não representar bem o
contexto atual.

3.4.1.2 Indivíduos convidados

Foram convidados 583 ex-alunos com situação “cancelado” e matriculados


entre janeiro de 2010 e dezembro de 2019.
A amostragem inicial foi não-probabilística por conveniência, todos os ex-
alunos, na esperança de uma taxa de resposta suficiente para a saturação, e na fase
final da pesquisa, para as entrevistas, amostragem teórica onde são selecionados
apenas ex-alunos cujos casos são mais significativos em relação às categorias
emergentes no decorrer da execução do trabalho.

3.5 Instrumentos de obtenção dos dados

3.5.1 Banco de dados institucional

O banco de dados institucional foi utilizado como fonte de dados das matrículas
dos ex-alunos para o levantamento e descrição estatística dos ex-alunos e dos casos
de evasão, e para os atributos de casos do inquérito e entrevistas. Os seguintes
campos foram obtidos e utilizados no estudo: data de matrícula, código de

13
endereçamento postal, nível do curso (mestrado acadêmico, mestrado profissional ou
doutorado), nome do programa de pós-graduação, e-mail (utilizado apenas para envio
do convite da pesquisa), estado civil, cor, formação profissional, data de nascimento
(utilizado ano e mês apenas para cálculo da idade no início e cancelamento do curso),
nacionalidade, naturalidade, sexo, orientador(es) e se existia vínculo empregatício.
Esses dados foram informados pelo próprio aluno em um primeiro momento na
pré-matrícula, onde o aluno, já autorizado pelo(a) orientador(a) a efetivar a matrícula,
preenche um formulário online. Os dados cadastrados, normalmente não sofrem
atualizações durante a vida acadêmica do aluno, sendo atualizados apenas por força
da necessidade burocrática, como exemplos, ao alterar o nome por motivo de
casamento ou na validação dos documentos para emissão de diploma, ou seja, os
dados normalmente não são atualizados no decorrer do curso, o que pode
comprometer sua qualidade e portanto os dados podem não expressar a verdade no
momento de ocorrência da evasão, por esse motivo faz-se necessário coletar dados
atualizados através de questionários e/ou entrevistas.

3.5.2 Inquérito online

O inquérito online foi elaborado contendo o Termo de Consentimento Livre e


Esclarecido (TCLE) e seu respectivo campo para aceite e assinatura, mais 22 itens
de resposta opcional mistas abertas e fechadas (Anexo 4). A resposta ao instrumento
gerou um documento em formato Portable Document Format - Formato de Documento
Portável (PDF) armazenado e exportado como documento pela ferramenta REDCap
(Research Electronic Data Capture), no Anexo 5 encontra-se um exemplo de tal
documento e as respostas do participante com ID 112 são fictícias.
Os dados do inquérito foram coletados usando a ferramenta de captura
eletrônica de dados de pesquisa REDCap(17,18) hospedada no Departamento de
Informática em Saúde da EPM-Unifesp. REDCap é uma plataforma de software
seguro, baseado na web (Internet), projetada para a captura de dados de pesquisa,
que fornece: uma interface intuitiva para captura de dados e sua validação; auditoria
para rastrear manipulação de dados; procedimentos para exportação automatizada e
integração de dados com fontes externas.

14
3.5.3 Entrevista

A roteiro de entrevista (Anexo 6) foi elaborado no formato semiestruturado


como uma conversa informal inspirado no Método de Explicitação do Discurso
Subjacente (MEDS)(19–21). De acordo com o MEDS as perguntas podem ser
alteradas em conteúdo, formato e ordem conforme o contexto das respostas dos
participantes, direcionando a entrevista para a confirmações das respostas e
consequente explicitação de informações que poderiam ter ficado ocultas.
Foram seguidas as seguintes diretrizes:
Data, horário, local e meio de comunicação escolhidos pelo participante com o
intuito de se sentirem à vontade como em uma conversa cotidiana; uso de entrevistas
online realizado por necessidade, a fase de entrevistas foi realizada em período de
pandemia de Covid-19 entre agosto de 2020 e julho de 2021;

Fases do MEDS
Fase 1: Seleção da amostra
Recrutamento intencional de participantes de forma homogênea e ampla;
Número de participantes não estipulado a priori almejando o ponto de
saturação;

Fase 2: Construção do roteiro para entrevistas


A língua em uso, soar natural;
Início como uma conversa informal;
Perguntas abertas que comportem qualquer tipo de resposta;
Perguntas de esclarecimento e/ou aprofundamento;
Perguntas fechadas;
Perguntas abstratas que gerem opiniões e reflexões;

Fase 3: Entrevistas
Individuais;
Entrevistador único;
Data, hora, local e meio de comunicação de escolha do participante;
Não ultrapassar 1 hora de entrevista;

15
Gravadas na íntegra com consentimento;
Ter em mãos o roteiro que será usado de forma flexível;
Introdução espontânea de perguntas de aprofundamento ou esclarecimento;

Fase 4: Transcrição dos depoimentos


Transcrição minuciosa e com detalhes úteis como risos, hesitações e longas
pausas quando julgado imprescindíveis;
Manter erros gramaticais, palavrões e outras expressões;

Fase 5: Análise dos depoimentos


Interpretação do depoimento a partir de categorias emergentes;
Abordagem êmica (categorias emergem das falas);
Buscar o ponto de saturação (não apresentam mais novidades);

3.6 Processo de obtenção de dados

Os dados das matrículas foram fornecidos previamente ao início dos trabalhos


para planejamento do estudo, em formato de planilha Excel pela Pró-Reitoria de Pós-
Graduação e Pesquisa da Unifesp autorizados pela Coordenação de Pesquisa.

3.7 Materiais

Foram utilizados os seguintes materiais e recursos:

Banco de dados institucional


• Planilha em formato Excel contendo os dados cadastrais de matrícula
anonimizados de todos os alunos de Pós-Graduação stricto sensu desde 1971
até 2019;
• Planilha em formato Excel contendo listagem dos Programas de Pós-
Graduação, data de início e término e conceito CAPES.

16
Ferramentas para convite e comunicação
• E-mail;
• WhatsApp;
• Google Meeting.

Softwares para coleta, tratamento e análise de dados


• REDCap (Research Electronic Data Capture): software de captura eletrônica
de dados de pesquisa; licença institucional da Unifesp, uso livre; foi utilizado na
coleta de dados do inquérito online;
• Microsoft Excel: software de planilha eletrônica; licença particular do
pesquisador; foi utilizado no tratamento dos dados institucionais e do inquérito:
organização, limpeza e formatação para carga e posterior análise em outros
softwares; utilizado também como ferramenta para produzir novas colunas de
dados calculados, análises e construção de tabelas e gráficos;
• OpenRefine: software livre, para limpeza, organização e reparo de dados; foi
utilizado na limpeza, reparo e padronização dos dados institucionais e do
inquérito;
• NVIVO 12: software de QDA (Qualitative Data Analysis) Análise de Dados
Qualitativos; licença particular do pesquisador; utilizado na codificação e
análise qualitativa, bem como na análise quantitativa e construção de gráficos
e diagramas;
• MAXQDA Analytics Pro 2022 Student: software de QDA (Qualitative Data
Analysis) Análise de Dados Qualitativos; licença particular do pesquisador;
essa versão contém o módulo Stats para análises estatísticas em métodos
mistos; foi utilizado na análise dos dados qualitativos e sua codificação, bem
como na análise quantitativa e construção de gráficos, figuras e diagramas;

3.8 Processos de pesquisa: transformações, análise e apresentação

3.8.1 Transformações realizadas nos dados

Estado civil

17
O código do estado civil e sua respectiva descrição apresentaram-se dos dados
institucionais conforme listado abaixo:
• CAS – Casado
• COMP – Companheiro – categoria que juridicamente não existe, na
união estável ambos continuam sendo solteiros;
• DES – Desquitado – existente até 1976, equivalia à separação pois não
existia divórcio;
• DIV – Divorciado – existente a partir de 1977
• SEP – Separado – existente a partir de 1977
• SOL – Solteiro
• VIU – Viúvo
• S/DECL – Sem declaração

Apesar da categoria “Companheiro” não existir juridicamente, não foram


mesclados os dados dessa categoria com a de “Solteiro” pois ela traz uma informação
que pode ser interessante para o estudo e a situação “Desquitado” foi convertida para
“Separado”.
A fim de padronizar os dados referentes ao estado civil foram utilizadas as
seguintes categorias:
• Casado
• Companheiro
• Divorciado
• Separado
• Solteiro
• Viúvo
• Sem declaração

Cor

O código de cor e sua respectiva descrição apresentaram-se dos dados


institucionais conforme listado abaixo:

18
• AMA – Amarela
• BR – Branca
• IND – Indígena
• MOR – Morena – categoria nunca existiu no censo do IBGE;
• MUL – Mulata – categoria nunca existiu no censo do IBGE;
• NEG – Negra – O IBGE não utiliza a classificação “Negra”, mas sim
“Preta”, pois, por convenção, população negra é o somatório de pretos
e pardos;
• OUT – Outras – categoria nunca existiu no censo do IBGE, pois não se
trata como outra cor a ausência ou indeterminação do dado;
• PAR – Parda

A fim de padronizar o estudo de acordo com a classificação corrente do Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram convertidos para “Parda” as cores
“Morena” e “Mulata” e para “Preta” a cor “Negra”. A categoria “Outras” e a ausência
do dado, foram apresentadas como “Desconhecida”. Seguindo a classificação do
Censo do IBGE 2020 com a adição da categoria “Indeterminada” para incluir os casos
omissos, no presente estudo as cores estão descritas como:
• Branca
• Preta
• Amarela
• Parda
• Indígena
• Indeterminada

19
4 RESULTADOS

A seção de resultados traz as seções conforme a obtenção dos dados


planejada no item 1 dos objetivos específicos, seção 2.2:
• 4.1 Dados institucionais: dados institucionais oriundos dos cadastros
das matrículas;
• Error! Reference source not found. Inquérito online: dados sobre as
experiências de evasão através de inquérito;
• 4.3 Entrevistas: dados aprofundados sobre as experiências de evasão
através de entrevistas;
• 4.4 Classificação dos casos: dados sociodemográficos e metadados dos
ex-alunos;
• 4.5 Potencial para conclusão: análise subjetiva dos casos
individualmente.

4.1 Dados institucionais

Foram analisados os dados institucionais obtidos dos cadastros das matrículas.


A taxa de evasão acumulada na pós-graduação stricto sensu da Unifesp desde o início
da pós-graduação até o ano de 2019 foi de 11,7% (n=3510). Sendo mais acentuada
no Mestrado Profissional em áreas fora do eixo da saúde com 18,8% (n=58) e a menor
taxa também fora do eixo da saúde no nível do Doutorado com 8,0% (n=30).
Considerando taxas entre níveis o Mestrado Profissional possui a maior taxa de
evasão, 16,9% (n=380), vide Tabela 1.

Tabela 1. Matrículas e Cancelamentos de 1971 a 2019 por área da saúde e outras

Período 1971-2019
Matrículas Cancelamentos (% de matrículas)
Nível Área Área
Saúde Outras Todas Saúde Outras Todas
Mestrado Acadêmico (ME) 15235 2510 17745 1868 (12,3%) 256 (10,2%) 2124 (12,0%)
Doutorado (DO) 9549 374 9923 976 (10,2%) 30 (8,0%) 1006 (10,1%)
Mestrado Profissional (MP) 1946 308 2254 322 (16,5%) 58 (18,8%) 380 (16,9%)
Total 26730 3192 29922 3166 (11,8%) 344 (10,8%) 3510 (11,7%)

20
Considerando o escopo do presente estudo, período de 2010 a 2019 e área da
saúde, a taxa de evasão foi de 6,2% (n=587) e o número de matrículas consideradas
no estudo representa 35,2% (n=9405) do total histórico de matrículas, vide Tabela 2.

Tabela 2. Matrículas e Cancelamentos de 2010 a 2019 por área da saúde e outras

Período 2010-2019
Cancelamentos
Matrículas (% do total histórico)
Nível (% do total de matrículas do período)
Área Área
Saúde Outras Todas Saúde Outras Todas
ME 4838 (31,8%) 2510 (100%) 7348 (41,4%) 271 (5,6%) 256 (10,2%) 527 (7,2%)
DO 3389 (35,5%) 374 (100%) 3763 (37,9%) 178 (5,3%) 30 (8,0%) 208 (5,5%)
MP 1178 (60,5%) 308 (100%) 1486 (65,9%) 138 (11,7%) 58 (18,8%) 196 (13,2%)
Totais 9405 (35,2%) 3192 (100%) 12597 (42,1%) 587 (6,2%) 344 (10,8%) 931 (7,4%)
Nota: ME=Mestrado Acadêmico, DO=Doutorado, MP=Mestrado Profissional

4.2 Inquérito online

4.2.1 Adesão à pesquisa: saturação

Os dados do inquérito foram obtidos via plataforma REDCap. Os ex-alunos


foram convidados de forma automatizada pela plataforma via mensagem por e-mail
em 3 momentos.
O primeiro momento de convite foi realizado no dia 17/07/2020 para 100% dos
583 ex-alunos utilizando o endereço de e-mail principal do cadastro. 41 ex-alunos
completaram à pesquisa nessa primeira chamada.
A segunda tentativa foi realizada, 6 dias após a anterior, no dia 23/07/2020
apenas para os não respondentes utilizando 214 novos endereços de e-mail
secundários do cadastro. Mais 9 ex-alunos completaram a pesquisa nessa segunda
chamada devido ao uso de endereços de e-mail alternativos.
A terceira e última tentativa foi realizada, 5 dias após a anterior, no dia
28/07/2020 para todos os não respondentes, utilizando todos os endereços de e-mail,
principal e alternativos (748 endereços) totalizando 1545 envios desde o primeiro
momento. Mais 39 ex-alunos completaram a pesquisa após essa terceira e última
chamada.

21
Dois respondentes terminaram o preenchimento tardiamente nos dias
25/09/2020 e 03/05/2021 e não constam na Figura 1 pois seriam pontos atípicos e
desproporcionais no gráfico, no entanto, foram incluídos no estudo a tempo.
Não foi possível convidar um dos ex-alunos pois a mensagem enviada por e-
mail não chegou ao destino por inexistência da caixa postal.
Dos 112 inquéritos com preenchimento iniciado na plataforma, 23 foram apenas
abertos na página do TCLE e abandonados. Foram considerados no estudo apenas
os 89 inquéritos totalmente preenchidos. Um inquérito considerado no estudo teve a
questão de número 4 sem resposta, “Você teria disponibilidade para participar de uma
entrevista por telefone ou internet?”. Por não se tratar de uma questão referente à
temática principal do estudo e que pudesse comprometer o entendimento do caso, o
inquérito foi utilizado.

Tabela 3. Momentos de envio de convites, quantidade de respostas e inquéritos in/completos

Momento Data Envios Respostas Incompletos Completos


1 17/07/2020 *583 54 (9,3%) 13 (2,2%) 41 (7,0%)
2 23/07/2020 214 13 (2,2%) 4 (0,7%) 9 (1,5%)
3 28/07/2020 748 45 (7,7%) 6 (1,0%) 39 (6,7%)
Total 1545 112 (19,2%) 23 (3,9%) 89 (15,3%)
Nota: *População; os percentuais são em relação à população de 583 casos.
Momentos de convite e data de resposta completa ao inquérito

Figura 1. Adesão à pesquisa: Momentos de convite x Participação/Conclusão

22
O inquérito online trouxe dados sobre as experiências de evasão através de
perguntas abertas e fechadas. Dos 583 ex-alunos convidados a participar do estudo,
89 (15,3%) completaram o inquérito online via plataforma REDCap. Essa amostra
estava distribuída em 45 Programas de Pós-Graduação stricto sensu classificados
como pertencentes à área da saúde, que possuíam pelo menos um caso de evasão e
estavam em funcionamento regular entre 2010 a 2019, incluídos no estudo e listados
a seguir:

1. Alimentos, Nutrição e Saúde


2. Biologia Estrutural e Funcional
3. Ciência Cirúrgica Interdisciplinar
4. Ciências Biológicas (Biologia Molecular)
5. Ciências da Saúde Aplicada ao Esporte e à Atividade Física
6. Ciências da Saúde Aplicadas à Reumatologia
7. Ciências do Movimento Humano e Reabilitação
8. Ciências Farmacêuticas
9. Cirurgia e Experimentação
10. Cirurgia Translacional
11. Distúrbios da Comunicação Humana (Fonoaudiologia)
12. Economia da Saúde
13. Educação e Saúde na Infância e Adolescência
14. Educação e Saúde na Infância e Adolescência-Do
15. Enfermagem
16. Ensino em Ciências da Saúde
17. Farmacologia
18. Gastroenterologia
19. Gestão e Informática em Saúde
20. Infectologia
21. Interdisciplinar em Ciências da Saúde
22. Medicina (Cardiologia)
23. Medicina (Cirurgia Cardiovascular)
24. Medicina (Endocrinologia e Metabologia)
25. Medicina (Ginecologia)
23
26. Medicina (Hematologia)
27. Medicina (Nefrologia)
28. Medicina (Obstetrícia)
29. Medicina (Otorrinolaringologia)
30. Medicina (Pneumologia)
31. Medicina (Radiologia Clínica)
32. Medicina (Urologia)
33. Medicina Translacional
34. Microbiologia e Imunologia
35. Neurologia - Neurociências
36. Nutrição
37. Patologia
38. Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria
39. Psicobiologia
40. Psiquiatria e Psicologia Médica
41. Saúde Baseada em Evidências
42. Saúde Coletiva
43. Saúde da Família
44. Tecnologia, Gestão e Saúde Ocular
45. Tecnologias e Atenção à Saúde

4.2.2 Inquérito online

Além de uma pergunta de engajamento, os participantes responderam a um


total de 22 itens, sendo 16 de resposta fechada, 4 mistas e 2 de resposta aberta
conforme descritos nas próximas seções.
O conteúdo completo do inquérito, no formato visualizado pelo participante bem
como o formato do documento final gerado pelo REDCap, está disponível nos anexos
4 e 5.

Início do inquérito online

24
Pergunta de engajamento:
Deseja receber os resultados do estudo após publicação?
• Sim
• Não

Dos 89 participantes, 76 expressaram o desejo em receber os resultados da


pesquisa após publicação.

Tabela 4. Deseja receber os resultados do estudo após publicação?

Receber resultados da pesquisa Casos (n=89)


Sim 76 (85,4%)
Não 13 (14,6%)
Total 89 (100%)

Pergunta 01. Qual era o nível do curso do qual você desistiu na Unifesp?
• Mestrado Acadêmico
• Mestrado Profissional
• Doutorado

A Tabela 5 informa o resultado das respostas dos participantes do inquérito,


entretanto, a informação quanto ao nível do curso já era conhecida através do
cadastro. A pergunta sobre o nível do curso foi propositalmente inserida como uma
forma de estimular e avaliar a lembrança do participante quanto às informações
subsequentes.
Cinco (5) participantes informaram equivocadamente o nível do curso conforme
apresentado na Tabela 6.

Tabela 5. Qual era o nível do curso do qual você desistiu na Unifesp?

Nível selecionado Casos (n=89)


Mestrado Acadêmico 44 (49,5%)
Doutorado 26 (29,2%)
Mestrado Profissional 19 (21,3%)
Total 89 (100%)

25
Tabela 6. Equívocos na seleção do nível do curso
Nível no Nível Ano de início
# do Caso (n=5) PPG
cadastro informado do curso (1)
37 ME MP 2018 Saúde Coletiva
72 ME DO 2010 Medicina (Nefrologia)
76 MP ME 2017 Tecnologias e Atenção à Saúde
79 MP ME 2016 Ensino em Ciências da Saúde
88 ME MP 2013 Medicina Translacional
Nota: PPG=Programa de Pós-Graduação, DO=Doutorado, ME=Mestrado Acadêmico, MP=Mestrado Profissional.
(1) Obs. a pesquisa foi respondida em 2020.

O nível correto do curso como consta no cadastro institucional está


apresentado na Tabela 7.

Tabela 7. Nível correto do curso evadido pelos participantes

Nível Casos (n=89)


Mestrado Acadêmico 45 (50,6%)
Doutorado 25 (28,1%)
Mestrado Profissional 19 (21,3%)
Total 89 (100%)

Pergunta 02. Sobre sua desistência do curso de pós-graduação:


• Cancelei (solicitei cancelamento ou comuniquei sobre minha desistência)
• Abandonei (não solicitei cancelamento e não comuniquei sobre minha
desistência)
• Outra situação (por favor, clique aqui e descreva logo abaixo)

Tabela 8. Forma de saída do curso (n=89)

Forma de saída do curso Casos (n=89)


Cancelamento 58 (65,2%)
Outra situação 21 (23,6%)
Abandono 10 (11,2%)
Total 89 (100%)

É notável que 21 (23,6%) participantes declararam que sua situação de


desistência não se tratava de cancelamento nem de abandono.

26
Uma análise aprofundada através dos depoimentos feitos no campo aberto do
inquérito, referentes aos 21 casos “Outra situação” da Tabela 8 revelou:
• Onze (11) casos em que o ex-aluno declara o sentimento de que foi
forçado ou induzido a cancelar o curso:

R003 - ...que o projeto não era bom o suficiente


R010 - ...demonstrou que não queria...
R028 - Venceu meu prazo, solicitei mais 1 ano...
R032 - ...solicitou que eu cancelasse a matrícula
R035 - ...trancar...solicitou que cancelasse a matrícula
R036 - ...não estaria mais disponível para orientar...
R043 - ...forçada a cancelar
R055 - ...não quis mais me orientar...
R066 - ...mudei de estado...não concluiu as correções...
R072 - ...contra a minha vontade, cancelou minha matrícula...
R084 - ...pedido de cancelamento feito...do curso...

• Sete (7) casos em que o ex-aluno deixa evidente uma situação de


cancelamento de livre e espontânea vontade:

R022 - Cancelei a matrícula por...concurso público...


R044 - Alguns problemas particulares e problema de saúde...
R047 - Houve um acordo...compromissos que iriam inviabilizar...
R051 - ...tentando passar na...sem sucesso...
R057 - Solicitei cancelamento...ter filho...
R081 - Estava com problema de saúde...
R082 - Cancelei a matrícula por dificuldades...

• Três (3) casos em que o ex-aluno declara ter sido desligado


compulsoriamente pelo Programa ou Instituição:

R052 - Não houve desistência...houve...desligamento...


R065 - Discordâncias...levaram ao desligamento...
27
R070 - ...comunic. sobre meu desligamento

A Tabela 8 ajustada fica então da maneira apresentada na Tabela 9.

Tabela 9. Forma de saída do curso ajustadas a partir dos dados qualitativos

Forma de saída do curso Casos (n=89)


Cancelamento espontâneo 64 (71,9%)
Cancelamento forçado ou induzido 12 (13,5%)
Abandono 10 (11,2%)
Desligamento compulsório 3 (3,4%)
Total 89 (100%)

Pergunta 03. Atualmente você mora no município de São Paulo?


• Sim
• Não (por favor, clique aqui para informar o município de residência no campo
abaixo)

O item 3 do inquérito tinha 2 propósitos iniciais, o planejamento das entrevistas


presenciais (que foram realizadas online por motivo da pandemia de Covid-19) e
realizar análises migratórias entre o local de nascimento, o campus onde realizava o
curso e o local de domicílio no momento de execução deste estudo.

Tabela 10. Domicílio atual em relação ao Campus

Domicílio atual Casos (n=89)


No município do campus 34 (38,2%)
No Estado de São Paulo (fora da Capital) 26 (29,2%)
No Brasil (fora do Estado de São Paulo) 16 (18,0%)
Na Metrópole (fora do município do Campus) 8 (9,0%)
No Exterior 5 (5,6%)
Total 89 (100%)

28
Tabela 11. Migração domiciliar: Local de nascimento x Campus do curso ➝ Domicílio atual

Naturalidade vs.
Domicílio atual vs. Município do Campus
Município do campus Total
Nasceu dentro do (n=89)
Dentro mun. campus Fora mun. campus
município do campus
Mudou para 16 (18,0%) 16 (18,0%)

Não mudou 20 (22,5%) 20 (22,5%)

Subtotal 20 (22,5%) 16 (18,0%) 36 (40,4%)


Nasceu fora do
Dentro mun. campus Fora mun. campus
município do campus
Mudou para 13 (14,6%) 22 (24,7%) 35 (39,3%)

Não mudou 18 (20,2%) 18 (20,2%)

Subtotal 13 (14,6%) 40 (44,9%) 53 (59,6%)

Total 33 (37,1%) 56 (62,9%) 89 (100%)

São notáveis os 56 (62,9%) casos de domicílio atual fora do município do


campus onde realizou o curso e os 53 (59,6%) casos de nascimento fora do município
do campus dos quais 40 (44,9%) têm domicílio atualmente fora município do
respectivo campus do curso.

Figura 2. Gráfico de percentual de nascimento dentro ou fora do Campus onde estudou.

29
Figura 3. Gráfico de percentual do domicílio atual em relação ao Campus onde estudou.

Figura 4. Gráfico de percentual de mudança de município domiciliar para cursar a pós-


graduação.

Figura 5. Gráfico de percentual de mudança de Unidade da Federação de domicílio para cursar


a pós-graduação.

30
Pergunta 04. Você teria disponibilidade para participar de uma entrevista por
telefone ou internet?
• Sim (clique aqui para informar um telefone ou e-mail no campo abaixo)
• Não tenho disponibilidade/não quero participar de entrevista

Tabela 12. Disponibilidade para entrevista

Disponibilidade para entrevista Casos (n=89)


Sim 66 (74,2%)
Não 22 (24,7%)
Não respondeu 1 (1,1%)
Total 89 (100%)

Pergunta 05. Você já havia desistido alguma vez de algum curso de pós-
graduação?
• Sim, já havia iniciado e desistido de um curso de pós-graduação
• Não, eu já havia iniciado e completado um curso de pós-graduação
• Nunca havia iniciado um curso de pós-graduação antes desse

Tabela 13. Nível do curso na Unifesp x Desistência anterior de outro curso de pós-graduação

Nível do curso na Unifesp Casos


Resposta Total
DO ME MP (n=89)
Já havia completado uma PG 22 (24,7%) 21 (23,6%) 11 (12,4%) 54 (60,7%)
Nunca havia iniciado uma PG 2 (2,2%) 23 (25,8%) 5 (5,6%) 30 (33,7%)
Já havia desistido de uma PG 1 (1,1%) 1 (1,1%) 2 (2,2%) 4 (4,5%)
Não respondeu - - 1 (1,1%) 1 (1,1%)
Total 25 (28,1%) 45 (50,6%) 19 (21,3%) 89 (100%)
Nota: PG=Pós-Graduação, DO=Doutorado, ME=Mestrado Acadêmico, MP=Mestrado Profissional.

Pergunta 06. Você cursou (na totalidade ou parcialmente) o Ensino Fundamental


em escola:
(assinale tantas alternativas quantas forem necessárias)
• Particular
• Pública

31
• Outras

Tabela 14. Rede de ensino que cursou no nível Fundamental

Rede Casos (n=89)


Particular 45 (50,6%)
Particular e Pública 37 (41,6%)
Pública 7 (7,9%)
Outras 0 (0,0%)
Total 89 (100,0%)

Pergunta 07. Você cursou (na totalidade ou parcialmente) o Ensino Médio em


escola:
(assinale tantas alternativas quantas forem necessárias)
• Particular
• Pública
• Escola Técnica
• Outras

Tabela 15. Rede de ensino que cursou no nível Médio

Rede Casos (n=89)


Particular 56 (62,9%)
Pública 24 (27,0%)
Técnica 4 (4,5%)
Pública e Técnica 2 (2,2%)
Particular e Pública 2 (2,2%)
Particular e Técnica 1 (1,1%)
Outras 0 (0,0%)
Total 89 (100,0%)

Pergunta 08. Você cursou (na totalidade ou parcialmente) o Ensino Superior em


escola:
(assinale tantas alternativas quantas forem necessárias)
• Particular
• Pública
• Outras

32
Tabela 16. Rede de ensino que cursou no nível Superior

Rede Casos (n=89)


Particular 45 (50,6%)
Pública 37 (41,6%)
Particular e Pública 7 (7,9%)
Outras 0 (0,0%)
Total 89 (100,0%)

A análise conjunta de dados dos itens 6, 7 e 8 do inquérito online permitiram


entender a migração de rede de ensino dos ex-alunos conforme apresentado na
Tabela 17.

Tabela 17. Migração de rede de ensino (n=89)

Superior
Total
Fundamental Médio
Particular (Médio)
Particular Público
e Público
Particular 16 (18,0%) 2 (2,2%) 26 (29,2%) 44 (49,4%)
Particular
Particular e Técnico 1 (1,1%) - - 1 (1,1%)

Total (Fundamental Particular) 17 (19,1%) 2 (2,2%) 26 (29,2%) 45 (50,6%)

Particular 1 (1,1%) - 3 (3,4%) 4 (4,5%)


Particular e
Particular e Público 1 (1,1%) - - 1 (1,1%)
Público
Público 1 (1,1%) - 1 (1,1%) 2 (2,2%)
Total (Fundam. Particular e Público) 3 (3,4%) - 4 (4,5%) 7 (7,9%)

Particular 4 (4,5%) - 4 (4,5%) 8 (9,0%)


Particular e Público 1 (1,1%) - - 1 (1,1%)
Público Público 13 (14,6%) 2 (2,2%) 7 (7,9%) 22 (24,7%)
Público e Técnico 2 (2,2%) - - 2 (2,2%)
Técnico 2 (2,2%) 1 (1,1%) 1 (1,1%) 4 (4,5%)

Total (Fundamental Público) 22 (24,7%) 3 (3,4%) 12 (13,5%) 37 (41,6%)

89
Total (Superior) 42 (47,2%) 5 (5,6%) 42 (47,2%)
(100,0%)
Nota: Percentuais sempre em relação ao n=89 (100%).

33
Pergunta 09. Sobre sua escolha pelo curso de pós-graduação que desistiu, por
quais motivos escolheu esse curso:
(escolha tantas alternativas quantas forem necessárias)
• Na época tive dúvidas sobre qual curso fazer
• Não tive dúvidas sobre qual curso fazer
• Escolhi pela oportunidade dessa área no mercado de trabalho
• Escolhi por incentivo de familiares, amigos ou colegas
• Escolhi por gostar da área
• Escolhi por já ser formado na área
• Escolhi por já trabalhar na área
• Fui influenciado por propagandas sobre a área/curso
• Ganhei uma bolsa ou tive incentivo financeiro
• Outros (por favor, clique aqui e descreva logo abaixo)

Tabela 18. Escolha do curso: Dúvidas quanto à escolha do curso

Dúvidas quanto à escolha do curso Casos (n=89) Ajustados (1)


Não respondeu 64 (71,9%) 63 (70,8%)
Não teve dúvidas 21 (23,6%) 22 (24,7%)
Teve dúvidas 4 (4,5%) 4 (4,5%)
Total 89 (100%) 89 (100%)
(1) Ajuste baseado na resposta aberta do campo “Outros”.

Evidência do campo “Outros” do item 9 do inquérito para Tabela 18:


R006 - ...Quando surgiu a oportunidade de fazer o mestrado não tive
dúvidas sobre a área e pesquisa a seguir.

Tabela 19. Escolha do curso: Motivos (n=89)

Motivos de escolha do curso (múltipla escolha) Selecionado Não selecionado


Por gostar da área 55 (61,8%) 34 (38,2%)
Por já trabalhar na área 30 (33,7%) 59 (66,3%)
Por já ser formado na área 21 (23,6%) 68 (76,4%)
Por incentivo de familiares, amigos ou colegas 11 (12,4%) 78 (87,6%)
Pela oportunidade da área no mercado de trabalho 9 (10,1%) 80 (89,9%)
Por ganhar uma bolsa ou ter incentivo financeiro 9 (10,1%) 80 (89,9%)
Outros 9 (10,1%) 80 (89,9%)
Por influência de propagandas sobre a área/curso 1 (1,1%) 88 (98,9%)

34
A análise do campo aberto “Outros” da pergunta 9 resultou em 5 novas
categorias de motivos e ajustes nas demais categorias como apresentados na Tabela
20.

Tabela 20. Escolha do curso: Motivos ajustados pelo campo aberto “Outros” (n=89)

Motivos de escolha do curso (múltipla escolha) Selecionado Ajustados (1)


Por gostar da área 55 (61,8%) 56 (62,9%)
Por já trabalhar na área 30 (33,7%) 30 (33,7%)
Por já ser formado na área 21 (23,6%) 21 (23,6%)
Por incentivo de familiares, amigos ou colegas 11 (12,4%) 13 (14,6%)
Pela oportunidade da área no mercado de trabalho 9 (10,1%) 9 (10,1%)
Por ganhar uma bolsa ou ter incentivo financeiro 9 (10,1%) 9 (10,1%)
Continuidade de iniciação científica na área - 2 (2,2%)
Continuidade entre mestrado e doutorado - 2 (2,2%)
Indicação da linha de pesquisa do orientador - 2 (2,2%)
Conveniência do local de trabalho entre RM e MP - 1 (1,1%)
Melhoria salarial - 1 (1,1%)
Por influência de propagandas sobre a área/curso 1 (1,1%) 1 (1,1%)
Nota: RM=Residência Médica, MP=Mestrado Profissional.
(1) Ajuste baseado na resposta aberta do campo “Outros”.

Evidências do campo “Outros” do item 9 do inquérito para Tabela 20:


R006 - Já havia feito a iniciação científica na área...
R102 - Já desenvolvia pesquisa na área durante 4 anos de iniciação
científica...
R028 - ...retornar para o laboratório em que fiz o mestrado...
R070 - Linha de pesquisa correlata a que trabalhei no mestrado.
R063 - Relação próxima com orientador e temática de interesse... apesar
de não ter sido o projeto que eu me encantei...
R058 - Indicação da linha de pesquisa do orientador.
R054 - Era um mestrado profissional associado à residência médica.
Contou muito a oportunidade de poder fazer os dois cursos
simultaneamente.
R077 - Escolhi pois era uma oportunidade de melhoria salarial.

35
Pergunta 10. Sobre o incentivo ou apoio de familiares, amigos, chefia e colegas
para fazer o curso do qual desistiu:
• Tive apoio/incentivo para realizar o curso
• Não tive apoio/incentivo para fazer o curso e isso me influenciou a desistir
• Não tive apoio/incentivo para fazer o curso, mas isso não me influenciou a
desistir
• Não procurei apoio/incentivo de ninguém

Tabela 21. Incentivo ou apoio e sua influência na desistência

Incentivo ou apoio Casos (n=89)


Teve incentivo ou apoio 62 (69,7%)
Falta de incentivo ou apoio não influenciou a desistir 10 (11,2%)
Não procurou incentivo ou apoio 9 (10,1%)
Falta de incentivo ou apoio influenciou a desistir 7 (7,9%)
Total 89 (100%)

Pergunta 11. Sobre o(s) motivo(s) para desistir do curso:


(escolha todas as alternativas que tiveram algum impacto em sua decisão)
• Tive problemas com a execução de meu projeto
• Tive problemas com a escrita de meu projeto/dissertação/tese
• Falta de apoio na escrita do trabalho de conclusão, dissertação/tese
• Tive problemas com a arguição/defesa de minha dissertação/tese
• Tive problemas com professores
• Tive problemas com a orientação/orientadores/coorientadores
• Tive problemas com a coordenação do curso
• Tive problemas com a secretaria do curso
• Tive problemas com funcionários da Unifesp
• Tive problemas com a Universidade como um todo (Reitoria, Pró-Reitoria,
Diretorias, Secretarias etc.)
• Tive problemas com colegas ou outras pessoas do departamento
• Tive problemas com documentação e burocracia
• Falta de disciplinas adequadas para o desenvolvimento do projeto
• Insatisfação com a qualidade das disciplinas/professores
• Insatisfação com essa área específica do curso

36
• Insatisfação com esse curso específico na Unifesp
• Perda de interesse na área ou interesse em outra área
• Falta de apoio estudantil extraclasse em geral (integração, grupos de estudo,
alimentação, eventos etc.)
• Dificuldade em entender ou acompanhar os conteúdos das disciplinas
• Quantidade de material para estudar em excesso (muito além do necessário)
• Falta de tempo para estudar
• Falta de conhecimentos anteriores para conseguir acompanhar esse curso
• Falta de uma ementa bem definida e disciplinas pré-estabelecidas
• Falta de infraestrutura adequada (salas, cadeiras, equipamentos, banheiros,
biblioteca, computadores etc.)
• Problemas com violência e/ou segurança
• Problemas com preconceito e/ou discriminação
• Dificuldade em me adaptar ao modelo de ensino da pós-graduação (presença
em laboratório, disciplinas obrigatórias e optativas/eletivas, grupo de pesquisa,
estudo de papers, escrita de artigos etc.)
• Custos para cursar/pesquisar (gastos com transporte, materiais, livros,
equipamentos, softwares etc.)
• Dificuldades financeiras pessoais (passei por dificuldades)
• Dificuldades financeiras familiares (precisei ajudar em minha própria casa)
• Dificuldades financeiras de outros (precisei ajudar alguém fora de minha casa)
• Estava para ser pai/mãe na época ou nascimento de filho(a) na época
• Precisei dedicar tempo à família
• Precisei dedicar tempo para cuidar de alguém
• Morava muito longe do local do curso
• Problemas com minha saúde
• Problemas de saúde com alguém da família ou do local onde moro/morava
• Arrumei emprego e não tive como continuar a cursar
• Perdi meu emprego e não tive como continuar a cursar
• Alguém na família/casa perdeu emprego e precisei ajudar
• Mudanças de horário no trabalho ou em outros compromissos
• Falta de flexibilidade no emprego (falta de tempo e/ou excesso de trabalho)
37
• Empreendedorismo (demandou meu tempo e empenho)
• Outros motivos (por favor, clique aqui e descreva logo abaixo)

Tabela 22. Motivos da evasão (n=89)


Não
Motivos da evasão (múltipla escolha) Selecionado
selecionado
Problemas na orientação (Orientadores e/ou Coorientadores) 41 (46,1%) 48 (53,9%)
Problemas na execução do projeto 24 (27,0%) 65 (73,0%)
Outros motivos 20 (22,5%) 69 (77,5%)
Falta de flexibilidade no emprego (tempo/excesso trabalho) 17 (19,1%) 72 (80,9%)
Morava muito longe 15 (16,9%) 74 (83,1%)
Falta de tempo para estudar 14 (15,7%) 75 (84,3%)
Dificuldades financeiras pessoais 14 (15,7%) 75 (84,3%)
Problemas com saúde pessoal 14 (15,7%) 75 (84,3%)
Perda de interesse na área 13 (14,6%) 76 (85,4%)
Dificuldade na escrita do trabalho 12 (13,5%) 77 (86,5%)
Falta de apoio na escrita do trabalho 12 (13,5%) 77 (86,5%)
Arrumou emprego 12 (13,5%) 77 (86,5%)
Insatisfação com a qualidade das disciplinas/professores 9 (10,1%) 80 (89,9%)
Mudança de horário no trabalho ou em outros compromissos 9 (10,1%) 80 (89,9%)
Dificuldade de adaptação ao modelo de ensino da pós 8 (9,0%) 81 (91,0%)
Próximo de ser pai/mãe ou nascimento 8 (9,0%) 81 (91,0%)
Falta de apoio estudantil extraclasse 7 (7,9%) 82 (92,1%)
Dedicar tempo para cuidar de alguém 7 (7,9%) 82 (92,1%)
Problemas com a documentação e burocracia 6 (6,7%) 83 (93,3%)
Disciplinas inadequadas 6 (6,7%) 83 (93,3%)
Dedicar tempo à família 6 (6,7%) 83 (93,3%)
Problemas com a saúde de alguém da família ou residência 6 (6,7%) 83 (93,3%)
Problemas com professores 5 (5,6%) 84 (94,4%)
Custos para cursar/pesquisar 5 (5,6%) 84 (94,4%)
Dificuldades financeiras familiares 5 (5,6%) 84 (94,4%)
Problemas na arguição/defesa 4 (4,5%) 85 (95,5%)
Problemas com a coordenação do curso 4 (4,5%) 85 (95,5%)
Problemas com a secretaria do curso 4 (4,5%) 85 (95,5%)
Insatisfação com essa área 4 (4,5%) 85 (95,5%)
Insatisfação com esse curso 4 (4,5%) 85 (95,5%)
Dificuldade em acompanhar as disciplinas 4 (4,5%) 85 (95,5%)
Infraestrutura inadequada 4 (4,5%) 85 (95,5%)
Problemas com pessoas do departamento 3 (3,4%) 86 (96,6%)
Problemas com preconceito e/ou discriminação 3 (3,4%) 86 (96,6%)
Falta de conhecimentos para acompanhar 2 (2,2%) 87 (97,8%)
Falta de uma ementa bem definida 2 (2,2%) 87 (97,8%)
Alguém na família perdeu emprego e precisou ajudar 2 (2,2%) 87 (97,8%)
Problemas com funcionários da Unifesp 1 (1,1%) 88 (98,9%)
Problemas com a universidade como um todo 1 (1,1%) 88 (98,9%)
Material de estudo em excesso 1 (1,1%) 88 (98,9%)
Problemas com violência e/ou segurança 1 (1,1%) 88 (98,9%)
Dificuldades financeiras de terceiros (precisou ajudar alguém) 1 (1,1%) 88 (98,9%)
Perdeu emprego 1 (1,1%) 88 (98,9%)
Empreendedorismo demandou tempo e empenho 1 (1,1%) 88 (98,9%)

38
Pergunta 11. Sobre o(s) motivo(s) para desistir do curso:
Opção: Outros motivos
Os participantes da pesquisa tiveram a oportunidade de informar em texto livre
outros motivos que tiveram impacto no desfecho do cancelamento do curso, além
daqueles já relacionados no instrumento de múltipla escolha. Dos 89 documentos,
contendo motivos selecionados na listagem, em 20 inquéritos o participante
selecionou a opção “Outros motivos” e inseriu texto.
Analisando o corpus textual do campo “Outros motivos da evasão” da pergunta
11 contendo um total de 876 palavras, encontrou-se 73 palavras significativas que são
termos-motivo dentro de contextos, ou seja, excetuando-se as palavras impedidas
“stop words” ou palavras não contextualizadas, que são em número de 803, as
categorias de termos lematizados estão apresentados na Tabela 23.
Destacam-se os relacionados ao trabalho e à orientação, presentes em 9
documentos cada um. Os mesmos termos foram representados graficamente em uma
nuvem de palavras que pode ser vista na Figura 6.

Tabela 23. Os 7 termos motivo mais frequentes (73 palavras em 20 documentos, n=89)
% do total N° de % dos
Rank Palavras Frequência
de palavras docs. docs.
1 trabalho (1) 28 38,4 9 45,0
2 orientação (2) 24 32,9 9 45,0
3 disciplinas (3) 9 12,3 2 10,0
4 bolsa, bolsas 6 8,2 4 20,0
5 adaptação 3 4,1 1 5,0
6 prorrogação, prazo 2 2,7 1 5,0
7 depressão 1 1,4 1 5,0
Nota: Consideradas apenas ocorrências utilizadas em contexto de motivo.
1. Termos contextualmente relacionados ao trabalho: sustento, salário, financeiro, residência (médica), burnout,
flexibilidade, emprego, concurso, renda, horário.
2. Termos contextualmente relacionados à orientação: ausência, insatisfação, coação, rigidez, relacionamento,
cobranças, humilhações.
3. Termos contextualmente relacionados às disciplinas: aula, disciplina, obrigatoriedade, excesso, desnecessária.

39
Figura 6. Nuvem de palavras dos termos associados à resposta
para outros motivos de evasão.

As árvores de palavras permitem visualizar o contexto em que foram utilizados


os termos.
Seguem as árvores de palavras para as categorias de termos mais significantes
tanto em frequência de ocorrência do termo quanto em número de documentos onde
ocorrem, categoria “trabalho” na Figura 7 e a categoria “orientação” na Figura 8. Os
parágrafos foram truncados para reduzir as chances de identificação dos
participantes.

Figura 7. Árvore de palavras - Outros motivos de evasão – Termos da categoria “trabalho”

40
Figura 8. Árvore de palavras - Outros motivos de evasão – Termos da categoria “orientação”

Pergunta 12. Você exerceu atividade remunerada de qualquer tipo durante o


curso do qual você desistiu?
• Sim, esporadicamente
• Sim, regularmente
• Nunca

Tabela 24. Atividade remunerada durante o curso

Exerceu atividade remunerada durante o curso Casos (n=89)


Sim, regularmente 57 (64,0%)
Sim, esporadicamente 17 (19,1%)
Nunca 15 (16,9%)
Total 89 (100%)

41
Pergunta 13. Sobre a influência de outras pessoas em sua decisão para
desistir do curso: (assinalar uma ou mais alternativas)
• Decidi completamente sozinho
• Não levei em consideração as opiniões de outras pessoas
• Levei seriamente em consideração as opiniões de outras pessoas
• Não consultei a opinião de ninguém sobre eu desistir do curso
• Conversei com pessoas que tiveram opinião neutra
• Conversei com pessoas que me incentivaram a desistir do curso
• Conversei com pessoas que me incentivaram a continuar o curso
• Outras influências (por favor, clique aqui e descreva logo abaixo)

Tabela 25. Influência de outras pessoas na decisão (n=89)

Influência de outras pessoas na decisão Selecionado Não selecionado


Decidiu sozinho(a) 44 (49,4%) 45 (50,6%)
Outras influências 16 (18,0%) 73 (82,0%)
Levou seriamente em consideração as opiniões 15 (16,9%) 74 (83,1%)
Conversou com pessoas que me incentivaram a desistir 15 (16,9%) 74 (83,1%)
Conversou com pessoas que me incentivaram a continuar 15 (16,9%) 74 (83,1%)
Conversou com pessoas que tiveram opinião neutra 8 (9,0%) 81 (91,0%)
Não consultou a opinião de ninguém 7 (7,9%) 82 (92,1%)
Não levou em consideração opiniões de terceiros 4 (4,5%) 85 (95,5%)

Tabela 26. Outras influências na decisão (n=89)


% do total N° de % dos
Rank Palavras Frequência
de palavras docs. docs.
1 orientador 10 71,4 8 53,3
2 família 2 14,3 2 13,3
3 colega 1 7,1 1 6,7
3 consensual 1 7,1 1 6,7

42
Figura 9. Árvore de palavras - Outras influências - Categoria "orientador"

Pergunta 14. Sobre sua situação de moradia ANTES do período do curso:


• Morava com os pais
• Morava com parentes ou familiares
• Morava com cônjuge ou companheiro(a)
• Morava sozinho(a)
• Morava em habitação coletiva do tipo república, pensão ou outros tipos
• Dividia uma moradia com uma ou mais pessoas
• Morava em outra situação de moradia (por favor, clique aqui e descreva logo
abaixo)

Tabela 27. Situação de moradia antes do curso

Moradia antes do curso Casos (n=89)


Morava com cônjuge ou companheiro(a) 30 (33,7%)
Morava com os pais 24 (27,0%)
Morava sozinho(a) 20 (22,5%)
Dividia uma moradia com uma ou mais pessoas 7 (7,9%)
Morava com parentes ou familiares 4 (4,5%)
Morava em habitação coletiva do tipo república, pensão ou outros tipos 3 (3,4%)
Sem resposta 1 (1,1%)
Total 89 (100%)

Pergunta 15. Sobre sua(s) situação(ões) de moradia DURANTE o período do


curso:
(marcar TODAS as situações em que esteve durante o curso)
• Morei com os pais
• Morei com parentes ou familiares
43
• Morei com cônjuge ou companheiro(a)
• Morei sozinho(a)
• Morei em habitação coletiva do tipo república, pensão ou outros tipos
• Dividi uma casa ou apartamento com uma ou mais pessoas
• Morei em outras situações de moradia (por favor, clique aqui e descreva logo
abaixo)

Tabela 28. Situações de moradia durante o curso (n=89)

Moradia durante o curso Selecionado Não selecionado


Morou com cônjuge ou companheiro(a) 34 (38,2%) 55 (61,8%)
Morou sozinho(a) 21 (23,6%) 68 (76,4%)
Morou com os pais 20 (22,5%) 69 (77,5%)
Dividiu uma moradia com uma ou mais pessoas 11 (12,4%) 78 (87,6%)
Morou em habitação coletiva 6 (6,7%) 83 (93,3%)
Morou com parentes ou familiares 1 (1,1%) 88 (98,9%)

Pergunta 16. Sobre sua situação de moradia NO MOMENTO de desistência do


curso:
• Morava com os pais
• Morava com parentes ou familiares
• Morava com cônjuge ou companheiro(a)
• Morava sozinho(a)
• Morava em habitação coletiva do tipo república, pensão ou outros tipos
• Dividia uma casa ou apartamento com uma ou mais pessoas
• Morava em outra situação de moradia (por favor, clique aqui e descreva logo
abaixo)

44
Tabela 29. Situação de moradia no momento de desistência do curso

Moradia no momento da desistência Casos (n=89)


Morava com cônjuge ou companheiro(a) 38 (42,7%)
Morava sozinho(a) 20 (22,5%)
Morava com os pais 17 (19,1%)
Dividia uma casa ou apartamento com uma ou mais pessoas 9 (10,1%)
Morava com parentes ou familiares 3 (3,4%)
Morava em habitação coletiva do tipo república, pensão ou outros tipos 2 (2,2%)
Total 89 (100%)

Situação de moradia antes, durante e


Antes Durante No momento
no momento da saída do curso (n=89)
Com cônjuge ou companheiro(a) 30 (33,7%) 34 (38,2%) 38 (42,7%)
Com os pais 24 (27,0%) 20 (22,5%) 17 (19,1%)
Sozinho(a) 20 (22,5%) 21 (23,6%) 20 (22,5%)
Dividia com uma ou mais pessoas 7 (7,9%) 11 (12,4%) 9 (10,1%)
Com parentes ou familiares 4 (4,5%) 1 (1,1%) 3 (3,4%)
Em habitação coletiva 3 (3,4%) 6 (6,7%) 2 (2,2%)
Sem resposta 1 (1,1%)
Total 89 (100%) (sobreposição) 89 (100%)

Pergunta 17. Você se arrependeu de desistir do curso?


• Não me arrependi de desistir do curso e isso não afetou negativamente minha
vida
• Não me arrependi de desistir do curso, mas afetou negativamente minha vida
• Não me arrependi de desistir do curso, foi bom e positivo para minha vida ter
saído desse curso naquele momento
• Sim, me arrependi de sair do curso, mas isso não afetou negativamente minha
vida
• Sim, me arrependi de sair do curso e isso afetou negativamente minha vida
• Sim, me arrependi de sair do curso, mas foi bom e positivo para minha vida ter
saído desse curso naquele momento

45
Tabela 30. Arrependimento e consequências

Arrependimento e consequências Casos (n=89)


Não se arrependeu e não afetou negativamente 19 (21,3%)
Se arrependeu e afetou negativamente 18 (20,2%)
Se arrependeu, mas foi bom e positivo 16 (18,0%)
Não se arrependeu, foi bom e positivo 15 (16,9%)
Se arrependeu, mas não afetou negativamente 12 (13,5%)
Não se arrependeu, mas afetou negativamente 8 (9,0%)
Sem resposta 1 (1,1%)
Total 89 (100%)

Pergunta 18. Você iniciou algum curso de pós-graduação após esse curso que
desistiu na Unifesp?
• Sim, iniciei um curso de mestrado ou doutorado na Unifesp
• Sim, iniciei um curso de mestrado ou doutorado em outra instituição
• Sim, iniciei um curso lato sensu/especialização na Unifesp
• Sim, iniciei um curso lato sensu/especialização em outra instituição
• Não iniciei nenhum outro curso de mestrado ou doutorado ainda

Tabela 31. Continuidade nos estudos

Continuidade nos estudos Casos (n=89)


Não iniciou outro curso 51 (57,3%)
Iniciou lato sensu em outra instituição 20 (22,5%)
Iniciou stricto sensu em outra instituição 8 (9,0%)
Iniciou stricto sensu na Unifesp 4 (4,5%)
Iniciou lato sensu na Unifesp 3 (3,4%)
Sem resposta 3 (3,4%)
Total 89 (100%)

Pergunta 19. Você completou algum curso de pós-graduação após esse curso
que desistiu na Unifesp?
• Sim, completei um curso de mestrado ou doutorado na Unifesp
• Sim, completei um curso de mestrado ou doutorado em outra instituição
• Sim, completei um curso lato sensu/especialização na Unifesp
• Sim, completei um curso lato sensu/especialização em outra instituição
46
• Não completei nenhum curso de mestrado ou doutorado ainda

Tabela 32. Sucesso em curso posterior

Sucesso em curso posterior Casos (n=89)


Não completou outro curso ainda 51 (57,3%)
Completou lato sensu em outra instituição 20 (22,5%)
Completou lato sensu na Unifesp 8 (9,0%)
Completou stricto sensu na Unifesp 4 (4,5%)
Completou stricto sensu em outra instituição 3 (3,4%)
Sem resposta 3 (3,4%)
Total 89 (100%)

Pergunta 20. Pretende fazer algum curso de pós-graduação no futuro?


• Sim, mestrado e/ou doutorado (por favor, especifique)
• Sim, mas apenas lato sensu/especialização (por favor, especifique)
• Não pretendo mais fazer pós-graduação

Tabela 33. Pretensão em ainda cursar pós-graduação

Pretensão em cursar pós-graduação Casos (n=89)


Ainda pretende fazer mestrado e/ou doutorado 56 (62,9%)
Não pretende mais fazer pós-graduação 23 (25,8%)
Ainda pretende cursar apenas lato sensu 8 (9,0%)
Sem resposta 2 (2,2%)
Total 89 (100%)

Aos respondentes que selecionaram “Sim” na questão 20 era apresentada a


seguinte mensagem:
Especifique em qual área e local pretende cursar:
• Na mesma área, mas em outra instituição
• Na mesma área e na Unifesp
• Em outra área e em outra instituição
• Em outra área, na Unifesp

47
Tabela 34. Área e instituição onde pretende cursar

Área e instituição onde pretende cursar Casos (n=89)


Sem resposta 26 (29,2%)
Em outra área e em outra instituição 19 (21,3%)
Na mesma área e na Unifesp 17 (19,1%)
Na mesma área, mas em outra instituição 17 (19,1%)
Em outra área, na Unifesp 10 (11,2%)
Total 89 (100%)

Tabela 35. Área e instituição onde pretende cursar com sobreposição

Área e instituição onde pretende cursar Casos sobreposição


Outra instituição 36 (40,4%)
Na mesma área 34 (38,2%)
Em outra área 29 (32,5%)
Na Unifesp 27 (30,3%)
Sem resposta 26 (29,2%)
Pergunta 21. Ficou faltando perguntar algo sobre sua desistência do curso? Por
favor ajude dizendo o que ficou faltando perguntar e aproveite para dar a sua
resposta sobre isso:
Texto livre, sinta-se à vontade para detalhar com sinceridade.

Dos 89 participantes, 38,2% (n=34) preencheram esse campo, que foi


analisado e codificado. Do total de 1600 palavras em 34 documentos, 39 termos estão
contextualmente relacionadas com motivo e estão listados na Tabela 36. As árvores
de palavras das 3 primeiras categorias podem ser vistas na Figura 10. Os termos
foram lematizados.

Tabela 36. Faltando perguntar algo (n=39 termos, n=34 documentos)


% do total N° de % dos
Rank Termos lematizados Frequência
de palavras docs. docs.
1 orientação 24 32,9 16 47,1
2 relacionamento 5 6,8 4 11,8
3 bolsa 3 4,1 3 8,8
4 humilhação 2 2,7 2 5,9
4 sofrer 2 2,7 2 5,9
6 abusar 1 1,4 1 2,9
6 abusivo 1 1,4 1 2,9
6 acolhimento 1 1,4 1 2,9
6 acuar 1 1,4 1 2,9
6 acusar 1 1,4 1 2,9

48
% do total N° de % dos
Rank Termos lematizados Frequência
de palavras docs. docs.
6 admirar 1 1,4 1 2,9
6 angústia 1 1,4 1 2,9
6 ansiedade 1 1,4 1 2,9
6 assédio moral 1 1,4 1 2,9
6 boicotar 1 1,4 1 2,9
6 burocracia 1 1,4 1 2,9
6 cansar 1 1,4 1 2,9
6 cobrar 1 1,4 1 2,9
6 complexo 1 1,4 1 2,9
6 compreensão 1 1,4 1 2,9
6 coordenação 1 1,4 1 2,9
6 depressão 1 1,4 1 2,9
6 desencorajar 1 1,4 1 2,9
6 desgastar 1 1,4 1 2,9
6 destratar 1 1,4 1 2,9
6 dinheiro 1 1,4 1 2,9
6 discussão 1 1,4 1 2,9
6 disposição 1 1,4 1 2,9
6 empatia 1 1,4 1 2,9
6 engravidar 1 1,4 1 2,9
6 estacionamento 1 1,4 1 2,9
6 flexíveis 1 1,4 1 2,9
6 grosseria 1 1,4 1 2,9
6 motivação 1 1,4 1 2,9
6 preconceito 1 1,4 1 2,9
6 pressão 1 1,4 1 2,9
6 psicológico 1 1,4 1 2,9
6 punir 1 1,4 1 2,9
6 rispidez 1 1,4 1 2,9
Nota: Consideradas apenas ocorrências utilizadas em contexto de motivo e suas formas lematizadas.

49
Figura 10 (continuação). Árvore de palavras das - Item "Ficou faltando perguntar algo..."

Pergunta 22. Você gostaria de nos contar mais alguma coisa sobre sua
experiência com a pós-graduação na Unifesp?
Texto livre, sinta-se à vontade para detalhar com sinceridade.

Dos 89 participantes, 50,5% (n=45) preencheram esse campo, que foi


analisado e codificado. Do total de 1884 palavras em 45 documentos, 22 termos estão
contextualmente relacionadas com motivo e estão listados na Tabela 37. As árvores
de palavras das 3 primeiras categorias podem ser vistas na Figura 11. Os termos
foram lematizados.

Tabela 37. Gostaria de contar algo


% do total N° de % dos
Rank Termos lematizados Frequência
de palavras docs. docs.
1 orientação 16 37,2 14 31,1
2 bolsa 3 7,0 3 6,7
2 pressão 3 7,0 2 4,4

50
% do total N° de % dos
Rank Termos lematizados Frequência
de palavras docs. docs.
2 sofrer 3 7,0 3 6,7
5 burocrático 2 4,7 2 4,4
5 coordenação 2 4,7 2 4,4
7 abusivo 1 2,3 1 2,2
7 assédio 1 2,3 1 2,2
7 atividades 1 2,3 1 2,2
7 depressão 1 2,3 1 2,2
7 desgastante 1 2,3 1 2,2
7 engravidar 1 2,3 1 2,2
7 flexível 1 2,3 1 2,2
7 injustiçado 1 2,3 1 2,2
7 maternidade 1 2,3 1 2,2
7 professor-aluno 1 2,3 1 2,2
7 prorrogação 1 2,3 1 2,2
7 psicológico 1 2,3 1 2,2
7 sanidade 1 2,3 1 2,2
7 segregação 1 2,3 1 2,2
Nota: Consideradas apenas ocorrências utilizadas em contexto de motivo e suas formas lematizadas.

Figura 11. Árvore de palavras - Item "Gostaria de contar algo"

Fim dos resultados do inquérito online

51
4.3 Entrevistas

As entrevistas foram realizadas online através do meio de comunicação


escolhido pelo participante. As opções eram via quaisquer meios disponíveis. Foram
oferecidos como exemplo, porém deixando claro que não se limitavam a estes, Google
Meeting, Zoom, WhatsApp, Skype e chamada telefônica tradicional. Os convites foram
enviados apenas aos respondentes do inquérito online que declararam o desejo em
participar de entrevista. Inicialmente foram convidados por conveniência os 21
(32,3%) primeiros respondentes que aceitaram participar de entrevista.
Posteriormente foram convidados por amostragem teórica, por interesse nos temas
motivo relacionados ao trabalho e orientação, mais 19 (29,3% do total) indivíduos
dentre os restantes que aceitaram participar de entrevista.

Tabela 38. Quadro geral de situação dos convites e respostas


% em relação à
Situação Casos
amostra anterior
Indivíduos convidados para o inquérito online 583
Total de respondentes do inquérito online 89 15,3% de 583
Aceitaram participar de entrevista (no inquérito) 66 74,2% de 89
Convites para entrevista (amostragem por conveniência) 21 31,8% de 66
Respostas negativas (recusas) 1 4,8% de 21
Sem resposta 14 66,7% de 21
Respostas positivas (concordância e agendamento) 6 28,6% de 21
Desistências do agendamento (abandono/sem resposta) 2 9,5% de 21
Entrevistas realizadas (amostragem por conveniência) 4 19,0% de 21
Convites para entrevista (amostragem teórica) 17 25,8% de 66
Sem resposta 15 88,2% de 17
Respostas positivas (concordância e agendamento) 2 11,8% de 17
Entrevistas realizadas (amostragem teórica) 2 11,8% de 17
Total de entrevistas 6 9,1% de 66

Tabela 39. Metadados das entrevistas realizadas


Data Horário Meio de comunicação Duração (min) Respondente
12/08/2020 10h00 Google Meeting (apenas áudio) 44 R014
12/08/2020 15h00 Google Meeting (apenas áudio) 60 R019
13/08/2020 19h30 WhatsApp (apenas áudio) 31 R040
14/08/2020 10h30 Google Meeting (apenas áudio) 43 R025
17/07/2021 17h00 WhatsApp (apenas áudio) 38 R057
17/07/2021 18h00 WhatsApp (apenas áudio) 32 R100

Do corpus textual de 20233 palavras das respostas dos 6 entrevistados, trechos


contendo 1072 palavras estavam dentro do contexto de motivo, que foram analisadas

52
e codificadas. Desse trabalho emergiram 20 categorias listadas na Tabela 40 e
apresentadas em forma de nuvem de palavras na Figura 12. As evidências das 2
principais categorias estão exibidas em forma de árvore de palavras nas figuras Figura
13, Figura 14,Figura 15, Figura 16 e Figura 17.

Tabela 40. Categorias emergentes das entrevistas


% do total N° de % dos
Rank Termos lematizados Frequência
de palavras docs. docs.
1 orientação 77 7,18 5 100,00
2 bolsa 26 2,43 6 100,00
3 prazo 17 1,59 4 66,67
4 dinheiro 10 0,93 3 50,00
5 cobrança 9 0,84 2 33,33
6 assédio 8 0,75 2 33,33
7 desgastar 7 0,65 2 33,33
8 demissão 4 0,37 1 16,67
8 pressão 4 0,37 3 50,00
8 prioridade 4 0,37 3 50,00
8 relacionamento 4 0,37 2 33,33
12 abdicar 3 0,28 1 16,67
12 ansiedade 3 0,28 2 33,33
12 constrangimento 3 0,28 2 33,33
12 desesperar 3 0,28 1 16,67
12 frustração 3 0,28 1 16,67
12 ignorar 3 0,28 1 16,67
12 impactar 3 0,28 2 33,33
12 sobrecarregar 3 0,28 2 33,33
Nota: Ocorrências utilizadas em contexto de motivo em suas formas lematizadas.

53
Figura 12. Nuvem de palavras das categorias emergentes das entrevistas.

Figura 13. Árvore de palavras, evidências da categoria "orientação" – termo “orientador”.

54
Figura 14. Árvore de palavras, evidências da categoria "orientação" – termo “orientadora”.

Figura 15. Árvore de palavras, evidências da categoria "orientação" – termo “orientação”.

Figura 16. Árvore de palavras, evidências da categoria "orientação" – termo “orientadores”.

Figura 17. Árvore de palavras, evidências da categoria "bolsa”.

55
4.4 Classificação dos casos

Seguem as características da amostra de participantes da pesquisa.

Fonte: Cadastro de matrícula.


Figura 18. Gráfico do percentual de evadidos por ano de início do curso.

Fonte: Calculado pela data de saída até 2020.


Figura 19. Gráfico do percentual de evadidos pelo tempo até a pesquisa (2020).

56
Fonte: Calculado pela data de nascimento e data de matrícula.
Figura 20. Diagrama de distribuição da idade no início do curso.

Fonte: Calculado pela data de matrícula e data de saída no cadastro.


Figura 21. Diagrama de distribuição do tempo de matrícula.
57
Fonte: Cadastro de matrícula.
Figura 22. Gráfico de participantes por gênero.

Fonte: Cadastro de matrícula.


Figura 23. Gráfico participantes por cor.

Fonte: Cadastro de matrícula.


Nota: Situação no início do curso.
Figura 24. Gráfico de participantes por estado civil.

58
Fonte: Cadastro de matrícula.
Figura 25. Gráfico de participantes por Unidade da Federação de nascença.

Fonte: Questionário da pesquisa.


Figura 26. Gráfico de participantes por Unidade da Federação de residência atual.

Fonte: Questionário da pesquisa.


Figura 27. Gráfico de participantes por região de residência atual em relação ao campus.

59
Fonte: Cadastro de matrícula.
Figura 28. Gráfico de situação empregatícia no momento da matrícula.

Tabela 41. Participantes da pesquisa por Programa de Pós-Graduação

Programa de Pós-Graduação Casos (n=89) Percentual


Ensino em Ciências da Saúde 9 10,1
Tecnologias e Atenção à Saúde 9 10,1
Medicina Translacional 8 9,0
Psiquiatria e Psicologia Médica 7 7,9
Ciências Biológicas (Biologia Molecular) 4 4,5
Medicina (Nefrologia) 4 4,5
Microbiologia e Imunologia 4 4,5
Saúde Coletiva 4 4,5
Alimentos, Nutrição e Saúde 3 3,4
Educação e Saúde na Infância e Adolescência 3 3,4
Interdisciplinar em Ciências da Saúde 3 3,4
Distúrbios da Comunicação Humana (Fonoaudiologia) 2 2,2
Enfermagem 2 2,2
Medicina (Cardiologia) 2 2,2
Medicina (Endocrinologia e Metabologia) 2 2,2
Medicina (Obstetrícia) 2 2,2
Medicina (Urologia) 2 2,2
Neurologia - Neurociências 2 2,2
Nutrição 2 2,2
Patologia 2 2,2
Psicobiologia 2 2,2
Ciência Cirúrgica Interdisciplinar 1 1,1
Ciências do Movimento Humano e Reabilitação 1 1,1
Ciências Farmacêuticas 1 1,1
Farmacologia 1 1,1
Gastroenterologia 1 1,1
Gestão e Informática em Saúde 1 1,1
Infectologia 1 1,1
Medicina (Ginecologia) 1 1,1
Medicina (Pneumologia) 1 1,1
Medicina (Radiologia Clínica) 1 1,1
Tecnologia, Gestão e Saúde Ocular 1 1,1
Total 89 100

60
Fonte: Cadastro de matrícula.

Figura 29. Área de formação dos participantes.

Fonte: CAPES: https://www.gov.br/capes/pt-br - seção de cursos recomendados.

Figura 30. Gráfico do Conceito CAPES dos PPGs da amostra.

Tabela 42. Quantidade de evadidos por orientador


Orientador(a) Quantidade de evadidos Total (n=89)
1 orientador 3 3
3 orientadores 2 cada 6
80 orientadores 1 cada 80
84 (100%) Total 89 (100%)

61
4.5 Potencial para conclusão

Foi realizada uma análise subjetiva do potencial para conclusão de cada caso
individualmente, considerando as múltiplas variáveis disponíveis: idade ao iniciar o
curso, área de formação e experiência anterior na área de estudo, incentivos pessoais,
acadêmicos ou financeiros, vínculo empregatício, limitação de tempo, naturalidade e
mudança para o campus, distância entre residência e campus, rede de ensino e suas
migrações, oportunidades, interesses, conclusão de cursos anteriores, todas as
informações obtidas do inquérito online, declarações espontâneas e sentimentos
expressos nos campos de texto livre. Com base nessas percepções os casos foram
classificados em: potencial positivo, negativo ou neutro de conclusão.

Figura 31. Gráfico percentual do potencial de conclusão.

62
5 DISCUSSÃO

Foi de suma importância para este estudo a inclusão de metodologia e método


qualitativo para elucidar o problema apresentado. Os resultados das análises
qualitativas permitiram um melhor entendimento dos casos e os merecidos ajustes
nos resultados quantitativos.
A grande maioria dos participantes expressou o desejo em receber os
resultados da pesquisa o que pode indicar um sentimento de “questão não resolvida”,
sentimento também percebido nos campos de texto livre e nas entrevistas.
Para a maioria dos participantes, apesar de terem se passado 5 anos ou mais
da ocorrência, as questões referentes a informações acadêmicas como nível do curso
e programa foram respondidas corretamente exceto em 5 casos em que houve
declaração de nível de curso equivocado.
Vinte e um (23,6%) participantes declararam que sua situação de saída do
curso não se tratava de cancelamento nem de abandono. Alguns desses (n=15,
16,9%) afirmaram enfaticamente que sua saída por cancelamento ou desligamento foi
contra sua vontade. Já nesse item do inquérito aparece a figura do orientador como
um dos atores envolvidos no processo de saída do aluno.
Uma possível premissa para colaborar com o desfecho da evasão pode ser a
da distância da residência em relação ao(s) campus(i) onde ocorre o curso ou
disciplinas, trazendo um obstáculo a mais para a conclusão, pelo custo, tempo
despendido e estresse envolvido. Baseado nos dados do estudo sobre migração
domiciliar fica claro que a maioria dos participantes tiveram comportamento migratório
entre o local de nascimento, o campus do curso e o local de moradia atual. Além disso
uma parcela considerável (28,1%) migrou de Estado.
Outra premissa possível seria a da falta de conhecimento e/ou competências
para conseguir cursar e completar o curso. Essa hipótese não sustenta sozinha a
causa pelo fato de que a maioria (60,7%) dos evadidos já haviam iniciado e
completado um curso de pós-graduação, no caso dos evadidos do mestrado
acadêmico e profissional, esses já haviam completado uma pós-graduação lato sensu
e no caso dos ex-alunos do doutoramento, já haviam completado o mestrado.
Os dados sobre as redes de ensino onde os alunos concluíram os níveis
fundamental, médio e superior permitiram o estudo de migração de rede de ensino
63
que apresenta uma realidade social, a das desigualdades de oportunidades e de
formação. Alunos das redes privadas tendem a prosseguir seus estudos na rede
pública e vice-versa conforme pode ser visto na Tabela 17. No entanto, o sucesso do
aluno vindo do nível superior para a pós-graduação stricto sensu parece não ser
influenciado pela origem da rede particular ou da rede pública já que cada metade dos
evadidos veio de cada uma dessas 2 redes.
Na pergunta de múltipla escolha número 9 do inquérito, os respondentes
tiveram a oportunidade de expressar sobre a escolha pelo curso. A maioria não
selecionou a opção “Na época tive dúvidas”, porém apenas 24,7% dos respondentes
selecionaram a opção “Não tive dúvidas”. Todos os respondentes selecionaram pelo
menos uma das opções de motivo para escolher o curso. Destacam-se a afinidade
pela área, a presente atuação no mercado de trabalho na área e a formação na área.
Em suma, há fortes evidências de grande afinidade e prazer no trabalho desenvolvido
na pós-graduação da Unifesp, essas evidências estão presentes no inquérito, tanto
nos itens de resposta fechada, quanto nos itens de resposta livre, e no corpus textual
das entrevistas. Uma área de formação ou atuação consoante com a área do curso
escolhido certamente conta como motivo a mais para continuar. Em contrapartida,
uma área de formação destoante poderia dificultar o prosseguimento e sucesso,
porém essa hipótese fica descartada já que a maioria dos evadidos tinha formação
em área correlata ao curso, sendo 86,5% de formação nas áreas: medicina,
psicologia, enfermagem, biomedicina, ciências biológicas, farmácia, nutrição e
fisioterapia. A melhoria salarial ou incentivos financeiros parecem ter pouco apelo
inicialmente na decisão pelo curso, entretanto no decorrer dos estudos esse fator se
torna no mínimo desejável e por muitas vezes necessário. Nos campos abertos e nas
entrevistas emerge o tema da dificuldade do aluno em se manter apenas com o valor
da bolsa de estudos, em alguns casos necessitando dedicar uma parcela do tempo
em complementação da renda. Mesmo se considerarmos os valores das bolsas como
suficientes, a demanda supera a oferta, e no caso da maioria que não consegue bolsa,
alguns necessitam trabalhar para sustento, levando à limitação do empenho nos
estudos.
Em momentos de dúvida e tomada de decisão, incentivo e apoio podem ser
cruciais, confirmando a decisão, seja ela positiva ou negativa, ou trazendo
oportunidade de continuação, ou mudança. Dos 89 respondentes, 69,7% declararam
64
ter incentivo ou apoio na decisão de saída do curso e apenas 7,9% dos respondentes
atribuíram como agravante a falta de incentivo/apoio.
Dentro do mesmo contexto, a influência de outras pessoas na decisão de saída
do curso, 49,4% decidiram sem influências de terceiros e em primeira posição nas
declarações de outras influências emergiu a figura do orientador como influência ou
causa em 8 documentos (8,9%).
A principal e mais extensa pergunta da pesquisa foi inserida no ponto central
do inquérito no item 11 onde o respondente pôde selecionar todas as alternativas que
tiveram algum impacto no desfecho de seu curso, além de poder relatar livremente
outros motivos. A partir da codificação desse item surgem as principais categorias-
motivo: problemas com a orientação/orientador(a) e/ou coorientadores, problemas na
execução do projeto, trabalho e limitações de tempo causadas pelo emprego,
inflexibilidade e exigência de dedicação exclusiva, e dilema trabalho ou estudo. É
importante ressaltar que essas categorias emergem em conjunto e estão diretas ou
indiretamente ligadas à figura do orientador, Figura 32.

Figura 32. Relação entre a figura do orientador e as principais categorias-motivo.

Na visão dos ex-alunos estão relacionados com a orientação em relação aos


problemas com a execução do projeto, a ausência do orientador, orientação
insatisfatória, coação, rigidez, cobranças excessivas, humilhações, desigualdade na
atribuição de trabalho e abuso de trabalho fora do tema do projeto.
65
A temática “trabalho e limitações de tempo causadas pelo emprego” surge
como fator determinante, onde o aluno que tinha um emprego sofre alterações em
sua rotina causadas pelo empregador que limitam seu tempo de estudo, ou o aluno
que não tinha vínculo empregatício necessita trabalhar, em alguns casos o
empregador permite o aluno se ausentar ou ter flexibilidade de horários, mas a mesma
flexibilidade não é encontrada no lado da instituição de ensino onde o orientador não
concorda com a limitação de tempo dedicado ao projeto exigindo mais tempo ou a
dedicação exclusiva. Essa “inflexibilidade e exigência de dedicação exclusiva” leva ao
“dilema trabalho ou estudo” onde o aluno tem que escolher e que normalmente termina
em desistência do aluno em cursar. Apenas 16,9% dos ex-alunos participantes da
pesquisa não precisaram exercer atividade remunerada durante o curso, outros 13,5%
começaram a trabalhar durante o curso e 19,1% declararam falta de flexibilidade do
empregador.
Quanto ao arrependimento em sair do curso, as respostas estão distribuídas
homogeneamente entre as situações de arrependimento e não arrependimento, a
mesma distribuição entre extremos ocorre na questão das consequências, no sentido
de que a saída teria algum impacto na vida do aluno negativamente, variando entre a
completa indiferença e no outro extremo os sentimentos de injustiça e/ou prejuízos,
na saúde, financeiros e carreira.
A saída do curso de forma desagradável teve influência nos passos seguintes
de alguns indivíduos como fica evidente nas respostas sobre a pretensão em ainda
cursar uma pós-graduação, qual curso, em qual área e qual local, bem como se o ex-
aluno já deu continuidade aos estudos após a saída. Dos 89 respondentes, 57,3% não
iniciaram outro curso após a saída, 22,5% preferiram cursar uma pós lato sensu e já
a completaram em outra instituição, 25,8% não pretendem mais fazer pós-graduação
seja stricto ou lato sensu, 40,4% pretendem fazer outro curso, mas em outra
instituição. Os percentuais não podem ser somados já que há sobreposição nas
respostas pois quem já terminou algum curso pode ainda desejar realizar outro
especialmente nos casos de lato sensu e mestrados.
Os 2 últimos itens da pesquisa online foram de resposta aberta o que permitiu
aprofundar mais e confirmar algumas percepções. O item 21 permitiu ao participante
reclamar sobre a falta de algum tema na pesquisa. Os 34 (38,2%) respondentes que
preencheram esse campo, utilizaram o espaço para detalhar mais suas queixas ou
66
para elogiar algo de seus cursos ou da instituição. Como motivador da saída do aluno
surge novamente a figura do orientador em 16 documentos, porém desta vez
correlacionado com maior intensidade em diversos termos relacionados com assédio
moral, dificuldades no relacionamento aluno-orientador e perda da saúde mental. No
item 22 novamente o participante pôde escrever livremente, dessa vez 45 (50,5%)
respondentes preencheram o campo que solicitava contar qualquer coisa sobre a
experiência do ex-aluno durante o curso. Novamente os termos relacionados com a
orientação aparecem em primeira posição, dessa vez em 14 documentos, e
relacionados novamente com termos do contexto de assédio moral, relacionamento
aluno-orientador e saúde mental.
Apesar da maioria (74,2%) dos participantes terem assinalado a disponibilidade
para participar de entrevista e fornecerem uma forma de contato, apenas uma
pequena (9,0%) parcela respondeu ao convite. Nas entrevistas realizadas emerge um
sentimento, e possível motivo para a desistência em participar da entrevista, na forma
de trauma e um desconforto em revisitar esse passado. Estão presentes os
sentimentos de fracasso, arrependimento e injustiça. Os temas emergentes das
entrevistas confirmam mais uma vez os problemas da relação aluno-orientador, as
questões de assédio moral, prazos excedidos que após solicitação do aluno não foram
prorrogados, os problemas de inflexibilidade na carga horária, o dilema “trabalho ou
estudo” e saúde mental. São raros os elogios, mas presentes, algumas vezes em
relação à orientação, outras a professores de disciplinas ou à instituição que é adorada
por muitos, apesar das queixas.
O estudo de caso é uma metodologia que exige a delimitação do objeto e sua
consideração individual, o pesquisador deve se posicionar dentro da situação, se
tornar empático, compreender racionalmente e emocionalmente esse objeto. Cada
caso de evasão disponível no estudo foi analisado cuidadosamente e individualmente
em momentos diferentes da pesquisa, de forma introspectiva quanto a suas
motivações, sentimentos e potenciais. De acordo com essa percepção subjetiva, os
casos foram classificados em categorias de potenciais para conclusão do curso,
como: positivo (68,5%), negativo (20,2%) e neutro (11,2%), levando ao sentimento de
que muitos alunos poderiam ter sido “resgatados”.
Os resultados nitidamente apontam na direção do relacionamento aluno-
orientador como o principal perfil-motivacional do fenômeno, e dentro dessa
67
problemática os mais diversos tipos de ocorrências foram relatados e atribuídos à
orientação, entretanto, ficam estabelecidos os tipos de ocorrência mais frequentes e
significantes na população estudada que são: inflexibilidade na carga horária dedicada
ao curso, negativa de prorrogação do prazo, o cancelamento por parte do orientador
e problemas na execução do projeto.
A ocorrência de inflexibilidade na carga horária dedicada ao curso é atribuída
ao orientador e está diretamente associada às menções sobre trabalho e bolsa de
estudos. O aluno começa a trabalhar e tem seu tempo limitado pelo empregador e ao
mesmo tempo a negação por parte da orientação de redução da carga horária, apesar
do aluno propor trabalhar no projeto fora do horário de trabalho, devolver a bolsa de
estudos ou ter liberação do empregador para dedicar um período do dia ao estudo.
Alguns orientadores aceitam a situação, outros exigem a dedicação exclusiva. Apesar
do orientador ter o poder de decisão, isso não pode ser atribuído como culpa do
orientador já que ao ingressar no curso o aluno deve estar ciente do edital de ingresso,
do regimento do programa e das exigências do próprio orientador.
As negativas dos pedidos de prorrogação do prazo também são atribuídas aos
orientadores e em alguns casos ao programa ou instituição.
Os cancelamentos partindo do orientador dão-se de forma praticamente
compulsória, o orientador possui essa prerrogativa. Há casos de cancelamento por
acordo mútuo ou por convencimento do aluno de que não há outra alternativa senão
ele pedir o cancelamento, e alguns casos de conflitos de desejos onde o aluno deseja
continuar ou trancar a matrícula e a orientação é contrária.
Os problemas na execução do projeto constituem um tema à parte, também
atribuídos fortemente à orientação com algumas exceções. Emergem, em um extremo
a insuficiência do orientador em orientar e a ausência de encontros com o docente,
no outro extremo, onde a orientação está presente, aparecem os excessos de pressão
e cobranças no desenvolvimento do projeto, a sobrecarga de trabalho e os assédios.
As outras ocorrências atribuídas à orientação foram pontuais e inexpressivas.

68
6 CONCLUSÃO

A grande maioria dos alunos não desistem espontaneamente, são forçados a


cancelar, por uma série de fatores e pressões que somados desencadeiam a
ocorrência. São raros os casos de motivos isolados, espontâneos, inteiramente da
decisão do aluno, como exemplos, a perda do interesse na área, decisão pela
mudança de carreira ou uma oportunidade tentadora de emprego.
Algumas das razões para cursar uma pós-graduação stricto sensu podem
fortalecer o vínculo do aluno com o curso em forma de compromisso, como o
planejamento de carreira, gosto ou aptidão inata ou adquirida pela pesquisa, desejo
de conquista ou satisfação pessoal, status social ou acadêmico, requisito ou vantagem
em promoção na carreira, necessidade para concursos ou processos seletivos, o
aumento de salário, dentre outras, porém, em alguns casos, essas razões não são
suficientes para superar os desafios e problemas inerentes, e indesejados, do stricto
sensu.
Emerge como ponto focal dos casos estudados a problemática da relação
aluno-orientador. Convergem para esse ponto as questões, das menos importantes
até as mais graves: falta de comunicação, agendas divergentes, desinteresses de
ambas as partes, insuficiência no ensino, desentendimentos profissionais e pessoais,
inflexibilidade na carga horária exigida, abusos de trabalho e assédio moral.
A necessidade do sustento financeiro seja pessoal ou familiar concomitante
com a inflexibilidade do empregador ou da instituição de ensino, merece especial
atenção de todos os envolvidos nos processos da pós-graduação stricto sensu. A
CAPES que é responsável pelas regras e avaliações do ensino stricto sensu, e é o
primeiro e principal órgão a fomentar a batalha pelo desempenho, também os
Conselhos e pesquisadores envolvidos no processo, sendo os orientadores e
orientadoras apenas a “ponta do iceberg”. Assim como o discente se sente
pressionado pelo sistema da pós-graduação stricto sensu, a orientação também sofre
do mesmo problema em relação a seu desempenho. O que se espera? Apenas alunos
jovens e de famílias abastadas que podem se dedicar exclusivamente aos estudos e
satisfazer o desejo por desempenho excepcional? Esse rigor intenso e cruel por
desempenho excepcional durante toda a história da pós-graduação no Brasil produziu
quantos prêmios Nobel brasileiros? Zero! Enquanto isso, poderíamos ter muitos mais
69
mestres e doutores atuantes na sociedade, provavelmente formados com
desempenho abaixo do excepcional ou até da média, mas é preciso lembrar que a
diversidade é fator crucial para a evolução e para a inovação. Onde, sob um
determinado ponto de vista existe uma desvantagem, pode estar oculta uma
vantagem inexistente em outros indivíduos considerados “superiores”.
Em suma, observam-se alunos sendo desligados dos programas de pós-
graduação e matrículas sendo canceladas, sendo que desses, são numerosos os
casos de sugestão por parte da orientação para que o aluno cancele a matrícula.
Esse desfecho de saídas dos cursos é resultado de uma cadeia de eventos
percebidos neste estudo como consequências da falta de capacitação ou condições
do aluno em cursar, desenvolver o projeto e produzir resultados no prazo exigido, e a
falta de capacidade também do próprio orientador em lidar com alunos nessas
situações.
Em vista disso, as propostas para mitigar a evasão devem procurar solucionar
esses problemas completamente ou, pelo menos, parcialmente, são eles: a falta de
capacitação e/ou condições do aluno em cursar, e o despreparo dos orientadores para
lidar com essas situações de forma a resgatar o aluno em vez de acabar sendo
obrigado a expulsá-lo.
Um exemplo real de ação é a da organização Vitae no Reino Unido
(https://www.vitae.ac.uk/), dedicada ao desenvolvimento de pesquisadores através de
eventos e recursos de ensino disponíveis tanto para os alunos quanto para
funcionários e orientadores, baseados em diretrizes na forma de um framework (RDF
- Researcher Development Framework) criado a partir de dados empíricos coletados
por meio de entrevistas com pesquisadores para identificar as características dos
pesquisadores de excelência.

70
7 ESTUDOS FUTUROS

Os problemas vividos pelos ex-alunos evadidos percorrem os mais diversos


temas da vida em sociedade. A natureza desses problemas remove completamente a
exclusividade de atribuição apenas a ex-alunos evadidos. Dessa forma, surge
imediatamente a curiosidade sobre esses mesmos problemas em relação aos
egressos, concluintes dos cursos. Teriam passado por situações semelhantes? Até
que ponto e por que não evadiram?
Nitidamente o relacionamento discente-docente é de suma importância no
decorrer da vida do aluno. Temos apenas um vislumbre do lado dos docentes, é
necessário ouvir esse lado também.

71
8 DIFICULDADES E LIMITAÇÕES

As fases de coleta de dados por inquérito e entrevistas foram realizadas entre


julho de 2020 e julho de 2021, durante o período de distanciamento social da
pandemia de Covid-19. Fazia parte do projeto realizar entrevistas e grupos focais
presenciais que foram descartadas pelo risco de transmissão do Covid-19.
Diante da limitação do escopo escolhido para o estudo de caso, cursos da área
da saúde na Unifesp, as peculiaridades dessa amostra podem limitar a generalização
das conclusões para situações semelhantes de cursos da área da saúde e formato de
ensino de pós-graduação stricto sensu em universidade pública.
A limitação na variedade dos dados sociodemográficos disponíveis
consequentemente limita as análises e possíveis correlações, no entanto, ficou claro
que esses fatores têm pouca importância como motivadores da evasão.

72
9 REFERÊNCIAS

1. Santos Baggi CAD, Lopes DA. Evasão e avaliação institucional no ensino


superior: uma discussão bibliográfica. Aval Rev Aval Educ Super Camp. julho de
2011;16(2):355–74.

2. Steiner JE. Qualidade e diversidade institucional na pós-graduação brasileira.


Estud Av. agosto de 2005;19(54):341–65.

3. Santos CM dos. Tradições e contradições da pós-graduação no Brasil. Educ


Amp Soc. agosto de 2003;24(83):627–41.

4. Davok DF, Bernard RP. Avaliação dos índices de evasão nos cursos de
graduação da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Aval Rev
Aval Educ Super Camp. julho de 2016;21(2):503–22.

5. Fernandes EF, Pacheco ASV. PANORAMA DO FENÔMENO DA EVASÃO


DISCENTE NA PÓS-GRADUAÇÃO: UMA ANÁLISE A PARTIR DO GEOCAPES.
:16.

6. GEOCAPES [Internet]. [citado 25 de junho de 2020]. Disponível em:


https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/

7. Unicamp - Sala de Imprensa - Jornal da Unicamp [Internet]. [citado 25 de junho


de 2020]. Disponível em:
https://www.unicamp.br/unicamp_hoje/ju/junho2005/ju293pag02.html

8. Hernández Sampieri Roberto, Fernández Collado C, Baptista Lucio Pilar.


Metodologia de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Penso; 2013.

9. Saldaña J. The coding manual for qualitative researchers [Internet]. 3E [Third


edition]. Los Angeles, California ; SAGE; 2016. Disponível em:
https://study.sagepub.com/saldanacoding3e

10. Glaser BG. Basics of grounded theory analysis: Emergence vs forcing. Sociology
press; 1992.

11. Glaser BG. Constructivist Grounded Theory? Hist Soc Res Hist Sozialforschung
Suppl. 2007;(19):93–105.

12. Glaser BG, Strauss AL. The discovery of grounded theory: strategies for
qualitative research. New York, NY: Aldine; 1967. X, 271 S. (Observations).

13. Barney GG, Anselm LS. Awareness of Dying. New York: Routledge; 2017. 320 p.

14. Turner C, Astin F. Grounded theory: what makes a grounded theory study? Eur J
Cardiovasc Nurs. 1o de março de 2021;20(3):285–9.

15. Eisenhardt KM. Building Theories from Case Study Research. Acad Manage Rev.
outubro de 1989;14(4):532.

73
16. Eisenhardt KM. BETTER STORIES AND BETTER CONSTRUCTS: THE CASE
FOR RIGOR AND COMPARATIVE LOGIC. 1991;9.

17. Harris PA, Taylor R, Thielke R, Payne J, Gonzalez N, Conde JG. Research
electronic data capture (REDCap)—A metadata-driven methodology and
workflow process for providing translational research informatics support. J
Biomed Inform. 1o de abril de 2009;42(2):377–81.

18. Harris PA, Taylor R, Minor BL, Elliott V, Fernandez M, O’Neal L, et al. The
REDCap consortium: Building an international community of software platform
partners. J Biomed Inform. 1o de julho de 2019;95:103208.

19. Nicolaci-da-Costa AM, Leitão CF, Romão-Dias D. Como conhecer usuários


através do Método de Explicitação do Discurso Subjacente (MEDS). 2004;10.

20. Nicolaci-da-Costa AM. O campo da pesquisa qualitativa e o Método de


Explicitação do Discurso Subjacente (MEDS). Psicol Reflex E Crítica.
2007;20(1):65–73.

21. Nicolaci-da-Costa AM, Romão-Dias D, Di Luccio F. Uso de entrevistas on-line no


método de explicitação do discurso subjacente (MEDS). Psicol Reflex E Crítica.
2009;22(1):36–43.

74
Anexo 1 – Autorização de uso dos dados das matrículas dos alunos

75
Anexo 2 – Cadastro do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa

76
77
78
79
80
81
Anexo 3 – Situação do Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

82
Anexo 4 – Inquérito online (Formato visualizado pelo participante)

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Anexo 5 – Inquérito online (Formato do documento final gerado)

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99
100
101
Anexo 6 – Roteiro para entrevistas

Olá, bom dia/boa tarde/boa noite, antes de começarmos, aviso que estou
gravando este trecho de consentimento, tudo bem?

Você já leu e assinou previamente, online, o TCLE que é o Termo de


Consentimento da pesquisa, forneceu seu contato e aceitou participar de uma
entrevista. Como você já sabe, os resultados da pesquisa serão publicados de forma
anônima, ou seja, nada do que disser será atribuído a você, sua participação é
totalmente opcional e você poderá retirar esse consentimento a qualquer momento.
Você concorda em continuar com a entrevista e autoriza sua gravação?

Bom, então vamos começar.

Você se lembra do ano da matrícula?

E do nome do Programa de pós-graduação, qual curso?

Por quanto tempo ficou no curso?

Qual era sua formação na época, antes de fazer o curso de pós?

Fez algum outro curso? Já havia iniciado uma pós antes? Completou?

Como era sua situação profissional e financeira antes do curso? Estava


trabalhando?

Qual era seu estado civil na época antes do curso? E a moradia, morava onde
e com quem?

Como conheceu a Unifesp? Por que você escolheu a Unifesp em vez de outro
lugar para fazer pós?

102
Como foi sua escolha pela área e pelo curso específico?

Você teve apoio para fazer a pós? Apoio financeiro ou incentivo da família e do
trabalho? Bolsa de estudo?

Você já sabia como era uma pós-graduação stricto sensu em uma instituição
pública? Ter que escolher um orientador, escrever um projeto, conhecia o sistema de
créditos, cursar disciplinas em locais diversos, sabia que teria que escrever uma
dissertação/tese depois teria a arguição/defesa?

Como foi sua experiência com o processo seletivo e matrícula no curso, teve
um edital? Como ficou sabendo do curso? Foi fácil atender ao edital e se matricular?

Como foi sua experiência com a secretaria do Programa ou com a secretaria


da Câmara na época da matrícula?

Precisou escolher um tema e escrever um projeto ou você já tinha um projeto?


Recebeu um tema/projeto do orientador?

Após a matrícula, como foi sua experiência com as disciplinas e obtenção dos
créditos? Você chegou a cumprir créditos? Lembra quantos créditos ou se ficou
faltando muito?

E sobre a execução do projeto de pesquisa, como foi? Quais as dificuldades


em executar o projeto e realizar as tarefas solicitadas pelo(a) orientador(a)?

No dia a dia, você teve que frequentar o setor/departamento/laboratório, teve


contato com colegas, teve um grupo de estudo, contato com pessoal do
departamento, como foi essa rotina?

Sua situação financeira e profissional como estava durante do curso? Mudou


alguma coisa?

103
Sua situação pessoal e familiar como estava durante o curso? Mudou algo?
Relacionamentos e moradia?

Você teve um coorientador(a)?

E sua relação com o(a) orientador(a) e/ou com o(a) coorientador(a) como era?

E com outros professores como era a relação? Os professores das disciplinas


e do departamento, por exemplo.

Como foi sua experiência com as secretarias do Programa ou Câmara durante


o curso? Precisou de algo deles, houve algum problema?

Você começou a escrever a dissertação/tese? Escreveu até que ponto? Como


foi essa experiência?

No momento da decisão de sair, como estava sua situação profissional,


financeira, pessoal e familiar? Mudou alguma coisa? E a relação com a instituição,
orientador e colegas havia mudado alguma coisa?

Pensando nos aspectos da vida, sejam esses aspectos pessoais ou familiares,


também o lado profissional e financeiro, a saúde física e saúde mental ou o lado
emocional, e outros aspectos que você ache importantes, em relação a isso tudo:
O que você diria que ganhou saindo desse curso?
E o que você diria que perdeu saindo desse curso?

Agora, se você puder resumir em uma palavra, ou poucas palavras, se você


não conseguir com uma palavra só, qual o principal motivo para você ter decidido
fazer esse curso de pós-graduação?
Da mesma forma, em uma palavra, ou poucas palavras, qual o principal motivo
para ter desistido, qual o motivo mais importante em sua opinião que te fez desistir?

Agora você pode responder em quantas palavras você quiser,


104
O que faria tudo ser diferente? O que seria necessário pra você não ter
desistido do curso? Como seria um mundo ideal no curso?

Sobre as influências da família ou de amigos, do seu empregador ou dos


colegas do trabalho na decisão final de desistir do curso, tiveram alguma influência?
Eles te incentivaram a desistir ou a continuar?

Agora um assunto delicado, mesmo sendo uma pesquisa anônima, fique à


vontade se você não se sentir confortável para responder:
Aconteceu algum evento de abuso, violência, assédio, constrangimento,
suborno ou ameaça durante o curso?
Se sim, isso foi um fator determinante ou importante para desistir?

Você pretende fazer pós no futuro? Quer fazer stricto sensu


(mestrado/doutorado) ou lato sensu (especialização)?

Estamos terminando... Você acha que ficou faltando perguntar algo? Tem
alguma coisa que gostaria de responder e eu não te perguntei?

Você gostaria de acrescentar alguma opinião, alguma crítica ou contar algo


livremente?

Tem alguma pergunta, alguma dúvida sobre a pesquisa?

Então é isso, agradeço muito por sua participação!


Um abraço!

105
Anexo 7 – Texto do primeiro e segundo disparos por e-mail de
mensagens convite a participar da pesquisa

Assunto:
Estudo sobre evasão na pós-graduação da Unifesp

Prezado ex-aluno Unifesp

Meu nome é Mauricio, sou aluno de pós-graduação na Unifesp e estou


realizando um estudo sobre evasão na pós-graduação do qual lhe convido a participar.

Quando terminei meu bacharelado em ciências biológicas resolvi ingressar no


mestrado. Após 2 anos de esforços desisti da carreira. Hoje trabalho com TI. Muitos
alunos de pós-graduação desistem do curso após terem feito muitos esforços para
ingressar e cursar, trazendo perdas ao aluno, à instituição e à sociedade. Trata-se de
meu projeto de pesquisa pessoal como aluno de mestrado na Unifesp.

Sua participação é totalmente opcional, voluntária, gratuita e anônima, porém


muito importante, tendo como objetivo ajudar a compreender os motivos que levam
os alunos a desistirem do curso de pós-graduação. Gostaria de contar com sua ajuda
para tentar compreender melhor esse fenômeno.

Desde já, agradeço muito pela atenção.

A pesquisa terá os resultados anonimizados, ou seja, suas respostas não serão


identificadas.

Caso possa me ajudar nessa pesquisa, aqui vai o link para o questionário
online: Estudo sobre evasão na pós-graduação

Caso o link não funcione você pode clicar com o botão da direita do mouse para
copiar o link e colar em seu navegador preferido.

106
O link permite responder apenas uma vez então não pode ser enviado para
outras pessoas.

Obrigado novamente!

Mauricio Palazzuoli
Técnico em TI e Aluno de Mestrado na Unifesp

107
Anexo 8 – Texto do terceiro e último disparo por e-mail de mensagem
convite a participar da pesquisa

Assunto:
Prezado ex-aluno Unifesp - última chamada para participar da pesquisa

Prezado ex-aluno Unifesp

Meu nome é Mauricio, sou aluno de pós-graduação na Unifesp e estou


realizando um estudo sobre evasão na pós-graduação do qual lhe convido a
participar por já ter sido matriculado na Unifesp em algum momento.

Quando terminei meu bacharelado em ciências biológicas resolvi ingressar no


mestrado. Após 2 anos de esforços desisti da carreira. Hoje trabalho com TI. Muitos
alunos de pós-graduação desistem do curso após terem feito grandes esforços para
ingressar e cursar, trazendo perdas ao aluno, à instituição e à sociedade. Trata-se
de projeto de pesquisa pessoal como aluno de mestrado na Unifesp.

Sua participação é totalmente opcional e anônima, porém muito importante,


tendo como objetivo ajudar a compreender os motivos que levam os alunos a
desistirem do curso de pós-graduação. Gostaria de contar com sua ajuda para tentar
compreender melhor esse fenômeno.

Desde já, agradeço muito pela atenção.

A pesquisa terá os resultados anonimizados, ou seja, suas respostas não


serão identificadas e você poderá receber os resultados do estudo após sua
conclusão.

Aqui vai o link para o questionário online: Estudo sobre evasão na pós-
graduação

108
De preferência utilize o Google Chrome em um computador para facilitar a
visualização.

O link permite responder apenas uma vez então não pode ser enviado para
outras pessoas.

Obrigado novamente!

Mauricio Palazzuoli

109
Anexo 9 – Textos para contato sobre a entrevista

1. Texto para contato via e-mail (para os que informaram um endereço de


e-mail como forma de contato) – Fase inicial – primeiras entrevistas

Assunto: Entrevista da pesquisa sobre evasão na pós-graduação

Olá,

Meu nome é Mauricio, há alguns dias você respondeu uma pesquisa sobre
evasão da pós-graduação, quero te agradecer muito pela participação e
gostaria de contar com sua colaboração em uma entrevista que deve
demorar algo entre 10 e 30 minutos.

Podemos fazer via telefone, WhatsApp, Google Meeting, Zoom, Skype ou


como for mais fácil e conveniente para você. No caso de realizarmos
via web posso abrir uma sala e te mandar o link. Não precisa ativar a
câmera, pode ser apenas por voz.

Você pode escolher a forma da entrevista e me responder aqui no


e-mail, me ligar no número abaixo ou mandar uma mensagem no WhatsApp.

Meu número de telefone e WhatsApp é (11)96665-6522 fique à vontade


para entrar em contato e me dizer como seria a melhor forma de
realizar a entrevista e também o melhor dia e horário.

Obrigado novamente!

Mauricio Palazzuoli

110
2. Texto para contato via e-mail (para os que informaram um endereço de
e-mail como forma de contato) – Fase final – demais entrevistas

Assunto: Agradecimento pela participação na pesquisa sobre evasão Unifesp

Olá <nome>,
Há aproximadamente um ano você respondeu minha pesquisa sobre evasão
da pós-graduação da Unifesp. Suas respostas ajudaram muito e agradeço
imensamente por ter participado nessa fase da pesquisa. Agora estou na fase final da
pesquisa e gostaria de contar mais uma vez com sua valiosa contribuição em uma
entrevista que pode demorar entre 10 e 30 minutos.
Podemos fazer a entrevista via telefone, WhatsApp, Google Meeting, Zoom,
Skype ou como for mais fácil e conveniente para você. No caso de realizarmos via
web, posso abrir uma sala e enviar o link. Não será necessário ativar a câmera, será
apenas por voz.
Você pode escolher a forma da entrevista e me responder aqui no e-mail, me
ligar no número abaixo ou mandar uma mensagem no WhatsApp. Se preferir, envie
seu número de WhatsApp aqui no e-mail que eu retorno o contato.
Meu número de telefone e WhatsApp é (11) 96665-6522 fique à vontade para
entrar em contato e me dizer como seria a melhor forma de realizar a entrevista e o
melhor dia e horário.
Novamente, meu muito obrigado!
Abraços
Mauricio Palazzuoli
mspalazzuoli@gmail.com

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3. Texto para contato via telefone ou WhatsApp (para os que informaram um
número de telefone como forma de contato) – Fase inicial

Olá, meu nome é Mauricio estou entrando em contato para agradecer por sua
participação na pesquisa sobre evasão na pós-graduação na Unifesp e dizer que
gostaria de realizar uma entrevista.
Podemos fazer via telefone, WhatsApp, Google Meeting, Zoom, Skype ou como
for mais fácil e conveniente para você. No caso de realizarmos via web posso abrir
uma sala e te mandar o link. Não precisa ativar a câmera, pode ser apenas por voz.
Como seria a melhor forma de realizar a entrevista e também o melhor dia e horário
pra você?

4. Texto para contato via telefone ou WhatsApp (para os que informaram um


número de telefone como forma de contato) – Fase final

Olá, <nome>, há aproximadamente um ano você respondeu minha pesquisa


sobre evasão da pós-graduação da Unifesp. Suas respostas ajudaram muito e
agradeço imensamente por ter participado nessa fase da pesquisa. Agora estou na
fase final da pesquisa e gostaria de contar mais uma vez com sua valiosa contribuição
em uma entrevista que pode demorar entre 10 e 30 minutos.
Podemos fazer a entrevista via telefone, WhatsApp, Google Meeting, Zoom,
Skype ou como for mais fácil e conveniente para você. No caso de realizarmos via
web posso abrir uma sala e enviar o link. Não será necessário ativar a câmera, será
apenas por voz.

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Bibliografia consultada

Normas para teses e dissertações. 2a ed. rev. e corrigida. São Paulo: Universidade
Federal de São Paulo, Biblioteca Antônio Rubino de Azevedo, Coordenação de
Cursos; 2015

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