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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA E RELACÕES INTERNACIONAIS

Trabalho de Campo de Direito Internacional Público

TEMA։ Responsabilidade Internacional dos Estados

NOME: Isabel Ernesto Maheme

Código: 21210334
3o ano

LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA E RELACÕES INTERNACIONAIS


Responsabilidade Internacional dos Estados

Trabalho de campo na cadeira de Direito


Internacional Público entregue na
UnISCED, ordenado pela tutora da
cadeira, subordinado a uma avaliação.

Tutora: Neusa Rodriguês

Maputo, Março de 2023

Índice Págs.

1. Introdução..................................................................................................................1

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2. Responsabilidade Internacional dos Estados.............................................................2

3. Conclusão...................................................................................................................4

Referências Bibliográficas.................................................................................................5

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1. Introdução

A responsabilidade internacional do Estado é o instituto jurídico em virtude do qual o


Estado a que é imputado um acto ilícito segundo o direito internacional deve uma
reparação ao Estado contra o qual este acto foi cometido. Dito de outra maneira, a
responsabilidade internacional ocorre como uma consequência da violação de uma
obrigação internacional que representa um ato internacionalmente ilícito, podendo ser
uma ação ou uma omissão, constituído por três elementos essenciais: a conduta, a
imputação da conduta ao Estado e a ilicitude dessa conduta.

O presente trabalho surge com o tema “Responsabilidade Internacional dos Estados” e


insere-se no âmbito de avaliação na disciplina de Direito Internacional Público,
leccionado no curso de licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais, da
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas pertencente à Universidade Aberta ISCED.

O objectivo geral deste trabalho é compreender as responsabilidades internacionais dos


estados. De forma específica, este trabalho vai identificar os actos ilícitos que levam um
Estado a ser responsabilizado, enumerar as principais responsabilidades internacionais
dos Estados.

No que diz respeito à metodologia, o presente trabalho usou a técnica de pesquisa


bibliográfica privilegiada a consulta de vários livros, artigos científicos, jornais,
monografias sobre direito internacional, em especial sobre a responsabilidade
internacional dos estados.

Finalmente, quanto à organização, o presente trabalho apresenta três partes


fundamentais, nomeadamente: (i) Introdução, onde se apresenta uma breve
contextualização, definição dos objectivos que vão de acordo com o problema da
pesquisa, a metodologia usada e a estrutura do trabalho; (ii) Desenvolvimento, onde
procura-se compreender quais são as responsabilidades internacionais dos estados
depois de praticar um acto ilícito contra outro estado e (iii) Conclusões, onde apresenta-
se a súmula das principais constatações do trabalho.

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2. Responsabilidade Internacional dos Estados

Adentrando no conceito de responsabilidade, conforme menciona RAMOS (2004:69)


citado por PALADINO (2009) a responsabilidade internacional do Estado é, de regra,
apresentada como sendo uma obrigação internacional de reparação em face de violação
prévia de norma internacional. Nesse sentido, a responsabilidade internacional é uma
verdadeira obrigação de reparar os danos oriundos de violação de norma do Direito
Internacional.

A base fundamental da responsabilidade internacional está amparada na noção de que o


Estado é responsável pela prática de um acto ilícito segundo o direito internacional deve
ao Estado a que tal acto tenha causado dano uma reparação adequada.

Segundo as palavras de Rezek (1998, p. 268), em linhas simples, a ideia de


responsabilidade internacional é a de que o Estado responsável pela prática de um acto
ilícito segundo o direito internacional deve ao Estado a que tal acto tenha causado dano
uma reparação adequada. A responsabilidade de um sujeito de direito internacional
público, seja um Estado ou uma organização, resulta necessariamente de uma conduta
ilícita, tomando-se aquele direito (e não o direito interno) como ponto de referência.
Para a caracterização do ilícito internacional, é preciso que exista a afronta a uma norma
de direito das gentes: um princípio geral, uma regra costumeira, um dispositivo de
tratado em vigor, dentre outras. A reparação devida é sempre de natureza
compensatória, mesmo porque, no aspecto jurídico e organizado, o contencioso
internacional não é de ordem punitiva, mas sim de compensação, normalmente.

A responsabilidade internacional do Estado é o instituto jurídico em virtude do qual o


Estado a que é imputado um acto ilícito segundo o direito internacional deve uma
reparação ao Estado contra o qual este acto foi cometido. Ou seja, esta responsabilidade
decorre de uma transgressão a norma jurídica internacional, bem como a incidência de
uma conduta de natureza dolosa ou culposa do autor, ensejando, assim, a discussão
sobre a responsabilidade subjectiva e a objectiva.

Pela subjectiva, além do descumprimento de uma norma ou obrigação jurídica


internacional por parte de um Estado, deve este também ter agido com dolo ou culpa
para que seja considerado responsável no plano internacional.

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No que tange à responsabilidade objectiva do Estado, esta é constituída pelo
descumprimento de uma obrigação jurídica internacional independentemente da
existência de culpa ou dolo, garantindo, portanto, maior segurança jurídica no campo
das relações internacionais.

De acordo com NOVO (s/d) a responsabilidade internacional apresenta características


próprias em relação à responsabilidade no direito interno:

a) Ela é sempre uma responsabilidade com a finalidade de reparar o prejuízo; o DI


praticamente não conhece a responsabilidade penal (castigo etc.);
b) A responsabilidade é de Estado a Estado, mesmo quando é um simples particular
a vítima ou o autor do ilícito; é necessário, no plano internacional, que haja o endosso
da reclamação do Estado nacional da vítima, ou ainda, o Estado cujo particular cometeu
o ilícito é que virá a ser responsabilizado.

Segundo NOVO (s/d) sem embargo, a respeito das divergências doutrinarias acerca da
matéria, têm-se apresentado as seguintes condições para que se verifique a
responsabilidade do Estado no plano internacional.

a) Violação de uma regra jurídica de caráter internacional;


b) Que a transgressão da regra ocasione um dano;
c) Que a ofensa seja imputável ao Estado.

Seguindo ainda o raciocínio de NOVO (s/d) para se configurar um dever de reparação


de dano no Direito Internacional, é necessária a ocorrência dos seguintes elementos:

a) Um comportamento em violação de um dever internacional, sempre imputável a


um ou mais Estados, denominado ilícito internacional, consistente numa ação ou
omissão;
b) A existência de um dano físico ou moral, causado a outros Estados, sua
integridade territorial ou a bens a estes pertencentes ou, ainda, a pessoas ou propriedade
dos nacionais destes;
c) Um nexo de causalidade normativa entre dano e ilícito, o qual institui um dever
de reparar o seu autor e cria ao ofendido um direito subjetivo de exigir uma reparação.

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3. Conclusão

O objectivo geral deste trabalho era compreender as responsabilidades internacionais


dos estados. De forma específica, este trabalho devia identificar os actos ilícitos que
levam um Estado a ser responsabilizado e, enumerar as principais responsabilidades
internacionais dos Estados.

Assim, após a realização do mesmo foi possível chegar a seguintes conclusões:

 A responsabilidade internacional do Estado é uma obrigação internacional de


reparação em face de violação prévia de norma internacional.
 A base fundamental da responsabilidade internacional está amparada na noção
de que o Estado é responsável pela prática de um acto ilícito segundo o direito
internacional deve ao Estado a que tal acto tenha causado dano uma reparação
adequada.
 A responsabilidade internacional apresenta características próprias em relação à
responsabilidade no direito interno.

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Referências Bibliográficas

NOVO, B. N. (s/d). Responsabilidade Internacional do Estado. Disponível em


https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/responsabilidade-internacional-
estado.htm

PALADINO, C. F. (2009). A Responsabilização Internacional dos Estados frente aos


Direitos Humanos. Vol.6. Revista Direitos Fundamentais & Democracia. Curitiba:
UNIBRAS

REZEK, J. F. Direito Internacional Público. 7ed. São Paulo: Saraiva.

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