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série REABILITAÇÃO
Este texto resulta, genericamente, o repositório da Monografia do Eng.º Ricardo Freitas Lima
os contributos técnicos que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem. da Silva
Barros.
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a
existência de erros e imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos
Sumário
Existem variados elementos metálicos e com diversas funcionalidades, que podem ser
utilizadas tendo em consideração a relação custo-benefício. Por vezes a aplicação de
elementos metálicos tem custos elevados, não só pelo seu custo em si, mas também pela
dificuldade de execução em obra, o que pode fazer incrementar os custos. No entanto, a
utilização de elementos metálicos permite intervenções pouco intrusivas, o que conduz a que
o seu uso seja aconselhado quando existe a necessidade de manter o valor patrimonial dos
edifícios.
Cada elemento metálico tem uma função distinta no reforço estrutural. Porém, apesar de ser
analisado cada elemento separadamente, em projecto é preferível analisar o funcionamento
em conjunto, visto que se pretende que o edifício tenha um comportamento global adequado.
A análise da estabilidade das partes não garante o bom funcionamento do conjunto.
Resumindo, esta monografia apresenta soluções interventivas para fazer face aos modos
básicos do colapso em estruturas de alvenaria de pedra natural, sujeitas à acção sísmica, com
base no recurso a elementos metálicos.
I
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Índice Geral
Sumário .....................................................................................................................................I
Simbologia...........................................................................................................................XVI
Introdução................................................................................................................................ 1
II
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
4.4.4. Restruturação......................................................................................................... 25
6.1. Tirantes......................................................................................................................... 37
III
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Conclusão ............................................................................................................................... 72
Bibliografia ............................................................................................................................ 75
IV
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
V
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Índice de figuras
Figura 4 – Edifício de gaiola pombalina e parede típica gaioleira, neste caso poderá ser
adoptado um valor de η superior, da ordem de 2,0-2,5, dependendo da proporção de paredes de
gaiola no conjunto das paredes do edifício (Fonte: Reabilitação de edifícios antigos, Patologias e
técnicas de intervenção)............................................................................................................. 13
Figura 6 - A "casa anti-sísmica" de Pirro Logorio, para a segurança dos edifícios contra
terramotos, 1570 (Fonte: M. M. Trabalhos de Engenharia Civil)............................................ 18
Figura 8 – Barra de ancoragem dos tirantes, componente leve e pouco intrusiva (Fonte: M. M.
Trabalhos de engenharia civil) ................................................................................................. 22
Figura 13 - Mecanismo de primeiro modo: rotura monolítica da fachada por ter sido
ultrapassada a capacidade da ligação com as paredes das empenas laterais (Fonte: M.M.
Trabalhos de Engenharia Civil)................................................................................................ 29
VI
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 22 – Tirantes em varões com esticadores, Hospital da Horta, ilha do Faial, Açores
(Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil) ......................................................................... 37
Figura 24 – À esquerda Tirante com ligação intermédia a uma viga reticulada, à direita tirante
sem ligação intermédia ancorado na parte exterior da parede da fachada (Fonte: M. M.
Trabalhos de engenharia civil) ................................................................................................. 39
Figura 32 - A viga reticulada controla o derrube da fachada, transferindo através dos tirantes
do piso, as forças sísmicas aplicadas na fachada às paredes de contraventamento (Fonte:
M.M. Trabalhos de Engenharia Civil) ..................................................................................... 44
VII
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 39 – Viga metálica com molde a imitar o edifício (Fonte: Manuale per la riabilitazione
e la riconstruzione postsismica degli edifici) ........................................................................... 49
Figura 40 – Elementos metálicos usados nas ligações das coberturas (Fonte: Reabilitação de
edifícios antigos, patologias e tecnologias de intervenção) ..................................................... 50
Figura 43 – Modelo estrutural da viga-treliçada, pois não funciona como treliça perfeita dada
a existência de interrupções nas escoras ou tirantes oblíquos, pressupondo um eventual
funcionamento de flexão nos elementos (de 0,60m) entre de treliça clássica (2,00m) (Fonte:
M. M. Trabalhos de engenharia civil) ...................................................................................... 64
Figura 44 – Aplicação dos tirantes em obra (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil) ... 67
VIII
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
ANEXOS
Figura 7 – Rotura por dano no plano (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione
postsismica degli edifici).......................................................................................................... 90
Figura 11 – Colapso de uma parede de duas folhas (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la
reconstruzione postsismica degli edifici) ................................................................................. 92
IX
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 18 – Colapso por rotura localizada induzido pelos impulsos da cobertura (Fonte:
Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici)........................... 95
Figura 20 – Colapso de primeiro modo para uma parede não ligada ao solo (Fonte: Manuale
per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici).......................................... 96
Figura 21 – Colapso de primeiro modo para uma parede ligada à parede paralela (Fonte:
Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici)........................... 97
Figura 28 – Danos de segundo modo, lesões nas paredes transversais (Fonte: Sicurezza e
conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia).................................................................... 103
Figura 31 – Colapso de paredes de duas folhas (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri
storici: Il caso Ortigia)............................................................................................................ 104
Figura 32 – Mecanismo de colapso de parte do piso superior entre as duas aberturas (Fonte:
Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia) ................................................ 105
X
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 50 – Aplicação da cinta de cordolo num edifício (Fonte: Sicurezza e conservazione dei
centri storici: Il caso Ortigia) ................................................................................................. 121
Figura 51 – Aplicação do cordolo num edifício (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri
storici: Il caso Ortigia)............................................................................................................ 121
XI
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 54 – Duas soluções para a ligação do cordolo à cobertura (Fonte: Manuale per la
reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici).................................................. 124
Figura 58 – Barra de ancoragem (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia) ................................................................................................................................... 127
Figura 59 – Barra de ancoragem (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia) ................................................................................................................................... 127
Figura 60 – Barra de ancoragem (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia) ................................................................................................................................... 128
Figura 61 – Barra de ancoragem para dois tirantes em lados opostos da parede (Fonte:
Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia) ................................................ 128
Figura 62 – Barra de ancoragem angular (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici:
Il caso Ortigia)........................................................................................................................ 129
Figura 64 – Barra de ancoragem angular (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici:
Il caso Ortigia)........................................................................................................................ 130
Figura 65 – Barra de ancoragem achatada (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici:
Il caso Ortigia)........................................................................................................................ 131
Figura 66 – Barra de ancoragem achatada (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici:
Il caso Ortigia)........................................................................................................................ 131
Figura 67 – Barra de ancoragem achatada (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici:
Il caso Ortigia)........................................................................................................................ 131
Figura 68 – Tubo para a colocação do parafuso (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri
storici: Il caso Ortigia)............................................................................................................ 132
XII
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 74 - Viga reticulada em obra (Fonte: M.M. Trabalhos de engenharia civil) .............. 137
Figura 74 (cont.) - Viga reticulada em obra (Fonte: M.M. Trabalhos de engenharia civil)... 138
Figura 76 - Aplicação de chapas em obra (Fonte: M.M. Trabalhos de engenharia civil)...... 142
Figura 76 (cont.) - Aplicação de chapas em obra (Fonte: M.M. Trabalhos de engenharia civil)
................................................................................................................................................ 143
Figura 77 – Esquema de aplicação e ancoragem de uma viga metálica (Fonte: Manuale per la
reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici).................................................. 145
Figura 78 – Esquema de aplicação e ancoragem de uma viga metálica (Fonte: Manuale per la
reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici).................................................. 146
Figura 79 - Aplicação em obra de vigas metálicas (M.M. Trabalhos de engenharia civil) ... 147
Figura 80 – Asna simples de madeira com linha, pernas, escoras e pendural ligados entre si
através de malhetes, orelhas derrabadas ou outras samblagens, frequentemente
complementadas com recurso a ferragens pregadas ou aparafusadas. A madre recebe
ferragens fixadas com a ajuda de calços e fileira, sobre as quais corre o conjunto de varas
(Fonte: Reabilitação de edifícios antigos, patologias e tecnologias de intervenção) ............. 149
Figura 81 – Asna composta ou mista em que alguns pendurais são substituídos por tirantes de
ferro roscados na base e no topo (Fonte: Reabilitação de edifícios antigos, patologias e
tecnologias de intervenção).................................................................................................... 151
Figura 83 - Pormenores da viga reticulada (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil) ... 154
Figura 84 - Pormenores da viga reticulada (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil) ... 155
XIII
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
XIV
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Índice de quadros
Quadro 1 – Valores dos diâmetros a utilizar para as cargas de rotura (fonte: própria)............ 61
XV
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Simbologia
a – Aceleração
A – Área
f – Coeficiente de atrito
fyd – Valor característico da tensão de cedência à tracção
g – Aceleração da gravidade
H – Altura
Iy – Momento de inércia
L – Comprimento
Msd – Valor de calculo do momento flector actuante
Nsd – Valor de calculo do esforço normal actuante
P – Peso
Q – Peso do coroamento
qsd – Valor de calculo da carga actuante
R – Reacção
S – Espessura
T – Tracção
Tmáx – Tracção máxima
Trd – Valor de calculo do momento de torção resistente
Tsd – Valor de calculo do momento de torção actuante
W – Peso da parede
y – Centro de gravidade
β⋅W – Força sísmica
β0 – Coeficiente sísmico de referencia
σ sd – Valor de calculo do esforço de tenção actuante
θ – Ângulo
φ – Diâmetro
α – Coeficiente de sismicidade
η – Coeficiente de comportamento
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
ICOMOS – Comité Cientifico Internacional para a Análise e Restauro de Estruturas do
Património Arquitectónico
XVI
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Introdução
O seu intuito, para além de representar o culminar do curso de Engenharia Civil, visa uma
futura continuidade num estudo mais aprofundado do índice de vulnerabilidade sísmica dos
edifícios e das técnicas de reforço sísmico com recurso a elementos metálicos.
Durante todo o trabalho tenta-se sempre realçar a importância do valor patrimonial dos
edifícios e, com isso, demonstrar as metodologias menos intrusivas que permitem manter o
valor arquitectónico dos edifícios.
No panorama nacional estas metodologias já são aplicadas há alguns anos, tendo sido trazidas
para Portugal na altura das invasões francesas, aproximadamente. No entanto, hoje em dia
ainda não existem muitos documentos nacionais que abordam as metodologias de reforço
sísmico com elementos metálicos.
Comparativamente com Portugal, em Itália estes elementos são bastante usados no reforço
sísmico. Neste país, devido à história de ocorrência de sismos e ao interesse governamental e
particular, existem bastantes estudos que comprovam as capacidades destes elementos, sendo
grande parte deste trabalho baseado nos mesmos, bem como nas obras de reabilitação pós-
sismo de 1998 na ilha do Faial nos Açores.
Não obstante do que já foi referido, e sem prejuízo do mesmo, consegue-se obter um bom
conhecimento geral do panorama nacional, relativamente à aplicação de elementos metálicos
no reforço sísmico de edifícios de alvenaria.
1
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Na verdade, o interesse pela reabilitação do património construído está, cada vez mais, na
ordem do dia tanto em Portugal como internacionalmente. Sendo assim, a questão da
segurança sísmica é um ponto fulcral da reabilitação. É suficiente recordar o sismo de 1755,
que destruiu a cidade de Lisboa, o sismo de Benavente de 1909, que afectou a zona do Vale
do Tejo, o sismo dos Açores de 1980, que destruiu parcialmente a cidade de Angra do
Heroísmo, e mais recentemente o sismo de 1998 dos Açores, que destruiu grande parte das
ilhas do Faial e Pico.
A acção dos sismos tem um efeito devastador sobre as construções, como tem sido
demonstrado ao longo da história, sendo sempre necessário grandes obras de reabilitação para
recuperar o património construído.
Existem vários problemas relacionados com a avaliação da segurança sísmica das construções
existentes, pois, esta é, em geral, uma tarefa bastante delicada, devido à dificuldade em
modelar correctamente a estrutura. Por outro lado, os regulamentos estruturais e/ou
documentos de referência existentes, como é o caso dos Eurocódigos, estão preparados para
projectos de estruturas novas, tornando-se necessário recorrer a adaptações destes textos para
possibilitar uma correcta avaliação.
No entanto, para além da avaliação da segurança face aos sismos e da sua análise estrutural, é
importante efectuar um levantamento do historial do edifício, pois para além de se garantir a
segurança é necessário executar intervenções minimamente intrusivas, de modo a reduzir
prejuízos ao valor intrínseco da edificação.
A sociedade atribui às construções antigas um valor cultural, sendo este valor proporcional à
antiguidade, quanto mais antiga a construção maior é o seu valor cultural, em regra. Daí que o
tipo de intervenção a realizar numa construção antiga deverá, por conseguinte, depender do
valor patrimonial/cultural que lhe estiver associado.
É necessário existir uma base em princípios orientadores, para que sejam bem sucedidas as
intervenções de reabilitação estrutural, tanto do ponto de vista técnico como cultural.
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Natural será usufruir de todas as novas tecnologias e técnicas de reforço estrutural, por forma
a encontrar as melhores soluções para os diversos problemas que uma intervenção deste tipo
coloca, tais como:
• A resistência;
• O transporte;
• A colocação em obra;
3
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 1 - Reforço provisório de uma estrutura após a ocorrência de um sismo (Fonte: http://www.dgpatr.pt,
junho 2005).
Acredita-se que no final do texto que se apresenta poder-se-á obter uma boa percepção das
capacidades do reforço com elementos metálicos e das melhorias que se obtêm no
funcionamento dos edifícios, quando sujeitos a um fenómeno sísmico. Julga-se, ainda, ser
possível vir a compreender o fundamental do projecto e dimensionamento dos elementos, a
viabilidade da sua aplicação e como se efectua uma boa montagem em obra.
4
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A análise estrutural de construções antigas é realizada da mesma forma que a efectuada para
construções novas, ou seja, estudando o seu comportamento através de certas hipóteses
admitidas como próximas do real. Para tal, são determinados e combinados os efeitos das
acções nos diferentes pontos da estrutura, os quais são comparados com a sua resistência
nesses mesmos pontos, tendo sempre em conta a possibilidade da existência de diferenças
substanciais.
Em termos de modelação do comportamento das estruturas antigas esta também é mais difícil,
sendo condicionada por diferentes factores, tais como:
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Sendo que a inspecção preliminar é feita de uma forma qualitativa, recorrendo à observação
visual ou á utilização de equipamento simples na determinação das patologias existentes. Por
outro lado, a inspecção detalhada é uma inspecção quantitativa, na qual são realizados ensaios
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
e medições, de forma a ser obtida uma avaliação das características dos materiais constituintes
da estrutura e das propriedades dinâmicas da própria estrutura. Deverá, ainda, esta última
inspecção servir para a tipificação das anomalias estruturais mais significativas.
Figura 3 – Ensaios efectuados em laboratório à existência de térmitas numa viga de madeira (Fonte: M. M.
Trabalhos de engenharia civil)
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
2.1. Generalidades
Refira-se, no entanto, que, em face das simplificações que é em geral necessário introduzir na
representação do funcionamento das estruturas antigas, bem como do eventual
desconhecimento quanto às características reais dos materiais, os resultados obtidos serão, em
princípio, sempre menos fiáveis que no caso das estruturas novas (Santos cit. in Barros et al.,
2004).
2. Os materiais de construção;
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
No caso especifico de estruturas de alvenaria é necessário ter noção que estas são geralmente
feitas de materiais que têm uma resistência à tracção muito baixa e podem facilmente exibir
fendilhação interna ou separação entre elementos. Contudo, estes sinais não são
necessariamente uma indicação de perigo, porque as estruturas de alvenaria funcionam
principalmente à compressão (ICOMOS, 2004).
Em geral, as estruturas de alvenaria dependem do efeito dos pisos ou das coberturas para
distribuir as cargas laterais e, assim, assegurar a estabilidade global da estrutura. É também
necessário compreender a sequência da construção, porque as diferentes características dos
diferentes períodos da alvenaria podem afectar o comportamento global da estrutura
(ICOMOS, 2004).
Deve-se ter em atenção as paredes espessas e, principalmente, as paredes duplas. Isto tem
origem no facto do seu núcleo ser, por vezes, de fraca qualidade, surgindo problemas diversos,
tais como:
• Fendas verticais;
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Embora em certas situações possam ser usados apenas modelos simplificados, baseados, por
exemplo, em simples condições de equilíbrio estático, hoje em dia a análise estrutural de
construções antigas, nomeadamente quando sujeitas à acção de sismos, é feita com base em
modelos sofisticados. Daí se entenda a dificuldade de um cálculo manual, pelo que quase
sempre de recorre a programas de cálculo automático, através de malhas de elementos finitos
apropriados à representação do comportamento dos diversos elementos estruturais (Santos cit.
in Barros et al., 2004).
A elaboração dos esquemas estruturais deverá ser com base no levantamento da construção,
bem como da sua envolvente, tal como se referiu atrás. Se estiverem disponíveis, poderão
também ser usados elementos de informação já existentes sobre a construção (memórias,
desenhos, fotos, etc.), embora deva ser feita a confirmação, pelo menos parcial, destes
dados. É também importante, como forma de complemento, o contacto com a população vizinha
ao edifício, permitindo um melhor conhecimento da história e acontecimentos relacionados com
este.
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Quanto aos coeficientes de segurança parciais dos materiais, estes deverão estar relacionados
com a incerteza associada à determinação dos valores característicos das resistências.
Embora dependam da qualidade da informação usada, uma vez que os valores reais são já
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
conhecidos, poderão, em geral, ser adoptados valores inferiores aos preconizados no projecto
de estruturas novas, sendo recomendáveis valores da ordem de 1,1 para os aços, de 1,2-1,3
para os betões e para as madeiras, e de 1,3-1,5 para as alvenarias (Santos cit. in Barros et al.,
2004).
As cargas permanentes (pesos próprios, etc.) deverão, em princípio, ser obtidas a partir do
levantamento da geometria e da constituição da construção. Elementos de informação já
existentes (desenhos, etc.) poderão também ser úteis, mas deverão ser usados com reservas
(Santos cit. in Barros et al., 2004).
As acções são definidas como qualquer agente (forças, deformações, etc.) que produza tensões e
deformações na estrutura e qualquer fenómeno (químico, biológico, etc.) que afecte os materiais,
normalmente reduzindo a sua resistência. As acções originais, que ocorrem desde o início da
construção até á sua conclusão (por exemplo, o peso próprio), podem ser modificadas durante a
sua vida e é frequente que estas mudanças produzam danos e degradações (ICOMOS, 2004).
No caso deste trabalho, abordam-se de uma forma mais específica as acções mecânicas
dinâmicas, já que a acção dinâmica mais significativa é normalmente causada por sismos.
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
estrutura e a sua capacidade para dissipar energia. O efeito de um sismo está também
relacionado com a história de sismos anteriores, que podem ter debilitado progressivamente a
estrutura (ICOMOS, 2004).
Sendo assim, a acção dos sismos será, em princípio, quantificada do mesmo modo que no projecto
de estruturas novas, podendo, em certos casos, ser admitido como período tempo de referência
bastante inferior ao adoptado no projecto de estruturas novas, permitindo reduzir o valor da acção,
deste modo. Em certas situações poderá, também, ser possível realizar um zonamento localizado
da acção sísmica, o que, eventualmente, permitirá reduzir o valor dessa acção (Santos cit. in
Barros et al., 2004).
Figura 4 – Edifício de gaiola pombalina e parede típica gaioleira, neste caso poderá ser adoptado um valor de η
superior, da ordem de 2,0-2,5, dependendo da proporção de paredes de gaiola no conjunto das paredes do edifício
(Fonte: Reabilitação de edifícios antigos, Patologias e técnicas de intervenção)
Em relação aos coeficientes de segurança parciais das acções, assim como nos coeficientes de
comportamento, deve-se adoptar os valores da regulamentação para projecto de estruturas novas
ou de preferência valores conservativos, trabalhando-se pelo lado da segurança.
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
O mesmo acontece com no caso das cargas permanentes, nas quais também é favorável
considerar valores ponderados superiores face ao preconizado para estruturas novas. Sem
embargo do que atrás ficou dito, e particularmente se os valores em consideração tiverem sido
obtidos a partir do levantamento exaustivo da construção, poderão ser admissíveis coeficientes
da ordem de 1,2 (Santos cit. in Barros et al., 2004).
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A avaliação da segurança estrutural de uma construção antiga será, em princípio, feita tal como
se faz para as estruturas novas, comparando os valores de cálculo das resistências dos materiais
com os valores de cálculo dos efeitos das acções em cada ponto da estrutura (Santos cit. in
Barros et al., 2004).
Conforme foi referido atrás, os resultados da modelação das estruturas das construções antigas
não são, contudo e em geral, tão fiáveis como no caso das construções novas, pelo que deverá ser
avaliada a consistência desses resultados com o estado em que a construção realmente se
encontra, particularmente no que se refere à eventual existência de danos (Santos cit. in Barros et
al., 2004).
Na fase dos levantamentos, como já foi salientado, é importante recolher toda a informação
existente sobre a história do edifício, alterações ao longo do seu percurso de vida, anomalias,
o funcionamento deste perante sismos passados, o conhecimento dos edifícios vizinhos, etc..
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Por vezes, as empresas do ramo auxiliam o trabalho comparando o edifício em análise com
outros a si semelhantes e para os quais já foi efectuado o estudo.
Assim, com o conjunto destas análises (históricas, qualitativas e quantitativas) pode ser elaborada
uma boa avaliação da vulnerabilidade sísmica do edifício, permitindo determinar o melhor método
de intervenção.
Figura 5 - Fluxograma das acções a desenvolver na avaliação estrutural de construções antigas (Fonte: Sísmica
2004, 6º congresso nacional de sismologia e engenharia sísmica)
Se desta avaliação não for possível tirar conclusões claras quanto à eventual falta de segurança da
estrutura, ou de alguns dos seus elementos, será sempre preferível não intervir de modo a manter
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
o mais possível o valor cultural da construção. Além disso, o custo da intervenção será reduzido
se a sua reabilitação ou reforço estrutural não for efectuada (Santos cit. in Barros et al., 2004).
No fim de toda a análise, e após determinados os métodos de intervenção, deve ser elaborado
um relatório que verse todos os aspectos que foram considerados durante a análise. Com este
sistematizar de parâmetros de avaliação, poderemos ter as opções de intervenção devidamente
justificadas.
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 6 - A "casa anti-sísmica" de Pirro Logorio, para a segurança dos edifícios contra terramotos, 1570 (Fonte:
M. M. Trabalhos de Engenharia Civil)
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A mesma consciência está na origem da famosa imagem da Milízia (1781), a qual fala de
"casa" anti-sísmica como sendo uma "caixa" de madeira susceptível só de alterações
monolíticas, mas não de desarranjos interiores que possam comprometer a integridade desta.
Com espírito substancialmente análogo aos tratados clássicos, as normas sísmicas modernas
reassumem a exigência de condicionar os limites do vão máximo livre da parede de fachada,
admissível em edifícios em alvenaria.
No caso de construções que continuam a ser utilizadas durante a execução dos trabalhos, tal
situação deverá também ser tida devidamente em conta. Deverá também ser incluída uma
estimativa do custo de cada trabalho, estabelecida de forma realista.
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A escolha das soluções deverá, assim, ser devidamente justificada e ser objecto de análises
custo-beneficio. Como será óbvio, deverá ter-se em vista a sua máxima eficácia ao mais
baixo custo possível, respeitando o mais possível os outros princípios referidos atrás,
particularmente o respeito pelo valor cultural da construção (Santos cit. in Barros et al.,
2004).
Por vezes os métodos mais intrusivos, como é o caso da aplicação do “cordolo”1, componente
metálica que vai ser alvo de uma análise aprofundada mais á frente, não beneficiam a relação
custo-beneficio. No caso da reabilitação das habitações afectadas pelo sismo dos Açores de
1998, a aplicação do “cordolo” foi abandonada, pois a sua execução tinha um grau muito
elevado de dificuldade e de custos, não favorecendo a relação custo-beneficio.
As possibilidades oferecidas por este material são de tal modo vastas que permitem a
execução de uma ampla gama de operações, que vão desde o simples reforço de um elemento
1
Viga de confinamento que circunscreve as paredes de alvenaria, como se um cordão periférico se trata-se.
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A utilização de elementos de aço no reforço estrutural tem várias vantagens, como sejam:
Possibilidade de modelação;
Reversibilidade.
As reduzidas dimensões;
Simplicidade no transporte;
Pré-fabricação.
Neste último aspecto, pré-fabricação, a sua utilização vem diminuir o tempo de montagem
dos elementos, já que estás são executadas em oficina, bem como permitir um ritmo maior de
produção paralelo ao processar da obra, assim como um melhor controlo da qualidade. Os
elementos estruturais chegam à obra em partes, as quais são facilmente montadas através de
ligações aparafusadas. Nas figuras seguintes é possível ver a colocação em obra das
componentes de uma treliça pré-fabricada.
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A leveza dos elementos metálicos vem facilitar a colocação e montagem em obra, sendo na
sua maioria possível de montar e transportar as componentes manualmente, como se pode
verificar na figura 7.
Figura 7 – Componentes de uma treliça a ser descarregada em obra manualmente (Fonte: M.M. Trabalhos de
engenharia civil)
Figura 8 – Barra de ancoragem dos tirantes, componente leve e pouco intrusiva (Fonte: M. M. Trabalhos de
engenharia civil)
A facilidade e rapidez de colocação em obra torna o aço um instrumento ideal para o reforço
das estruturas, principalmente quando se actua no reforço de edifícios que sofreram um sismo
e que se encontram vulneráveis Uma rápida actuação pode, por vezes, impedir o colapso total
do edifício.
22
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Como já se viu anteriormente, existem vários factores que podem influenciar o tipo de
intervenção a ser aplicada. Dessa maneira, subsistem vários níveis de intervenção possíveis,
sendo que estes variam com os factores já anteriormente referidos, tais como: o valor
histórico, as patologias existentes, o índice de vulnerabilidade sísmica, os fundos disponíveis,
etc.
Salvaguarda;
Reparação;
Reforço;
Restruturação.
4.4.1. Salvaguarda
23
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
4.4.2. Reparação
Em oposição à salvaguarda, a reparação tem um carácter definitivo, sendo por vezes de fácil
previsão quando os danos estruturais são devidos ao envelhecimento da estrutura ou a efeitos
ao logo do tempo. Neste caso, o diagnóstico é geralmente fácil, não exigindo medidas de
intervenção urgentes (http://www.dgpatr.pt, Junho 2005).
4.4.3. Reforço
O nível seguinte de intervenção pode ser classificado como reforço. Aqui não é necessária a
existência de danos estruturais, mas sim a necessidade de dotar a estrutura de resistência
suficiente para fazer face à sua nova utilização. Como exemplo, refira-se a existência de
cargas mais elevadas, ou ainda a necessidade de dotar a estrutura de resistência sísmica, como
é o caso dos edifícios construídos em épocas passadas e para os quais não existia
regulamentação sobre este tipo de acção (http://www.dgpatr.pt, Junho 2005).
Figura 9 - Pormenor de aparelho de apoio para evitar a transmissão de impulsos às paredes (Fonte:
http://www.dgpatr.pt, Junho 2005)
24
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 10 - Reforço com inclusão de contraventamento visando melhorar a resistência sísmica (Fonte:
http://www.dgpatr.pt, Junho 2005)
4.4.4. Restruturação
25
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Os métodos de reabilitação são cada vez mais aplicados em Portugal, encontrando-se, hoje em
dia, cada vez mais ultrapassados os problemas económicos relacionados com estas
metodologias, comparativamente com a execução de obras novas, ainda que sempre
dependendo do graus de intervenção pretendido.
Não existem ainda em Portugal publicações com valores sobre os custos dos trabalhos de
reabilitação. O LNEC iniciou a elaboração de largas centenas de fichas de composição de
custos deste tipo de trabalhos e que deverá conseguir publicar em breve. Entretanto, para a
estimativa e orçamentação das obras, os técnicos têm de recorrer à elaboração directa, caso a
caso, dos custos, ou de fichas próprias similares àquelas, ou ainda de recorrer a outros tipos de
informação tais como: fichas analíticas de composição de custos de referência ou fichas de
custos médios (ICOMOS, 2004).
Os reforços com estruturas metálicos são uma das metodologias mais aplicadas em Portugal,
começaram a serem utilizados num período entre 1800 e 1950 e hoje em dia já tem uma
utilização vasta no território nacional.
Paredes;
1. Varandas e lajes em consola;
26
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
2. Pavimentos;
3. Coberturas;
4. Escadas;
5. Estruturas inseridas no interior;
6. Outros tipos de intervenção.
É interessante observar que as coberturas têm o maior custo percentual e a máxima frequência
de operações de intervenção. Tal facto será devido à elevada utilização de elementos
metálicos nas ligações entre as várias partes constituintes das coberturas.
Figura 11 - Distribuição da frequência por tipo de intervenção (Fonte: http://www.dgpatr.pt, Junho 2005)
Figura 12 - Distribuição percentual dos custos por tipo de intervenção (Fonte: http://www.dgpatr.pt, Junho 2005)
27
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Nas restantes parcelas, a utilização de elementos metálicos tem vindo a aumentar pois,
quando se fala de reforço estrutural sísmico, tem que se pensar que a melhor forma de
funcionamento do edifício é obter-se um funcionamento em conjunto de todas as partes deste.
De notar que esse mecanismo só é possível de se obter quando o reforço é feito a todos os
níveis do edifício.
É muito importante ter noção que a forma de colapso dos edifícios pode variar devido a
diferentes circunstâncias e que, deste modo, o reforço a ser utilizado também varia. Assim
sendo, seguidamente vão ser definidos os dois modos de colapso basilares existentes para
edifícios de alvenaria de pedra.
Estes mecanismos dizem respeito à parede de fachada principal, mas também se podem
estender facilmente à parede da fachada posterior (não obstante esta fachada ser de diferentes
dimensões). Considera-se, no entanto e do lado da segurança, a sua análise através do estudo
detalhado da estabilidade da fachada principal.
28
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 13 - Mecanismo de primeiro modo: rotura monolítica da fachada por ter sido ultrapassada a capacidade da
ligação com as paredes das empenas laterais (Fonte: M.M. Trabalhos de Engenharia Civil)
Figura 14 - Mecanismo de primeiro modo: mecanismo de Rondelet considerando a ligação efectiva das paredes
das empenas laterais (Fonte: M.M. Trabalhos de Engenharia Civil)
29
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Para uma parede de fachada, o primeiro mecanismo forma-se com um valor de aceleração,
segundo o R.S.A igual a:
a = β ⋅ g = (S H ) ⋅ g
Sendo:
• a – aceleração;
• g – aceleração da gravidade;
• S – espessura da fachada;
• H – altura do edifício.
a = β ⋅ g = 1.5 ⋅ ( S H ) ⋅ g
O braço do peso é o mesmo do mecanismo da viragem global (S/2) enquanto o braço da força
sísmica é igual a (H/3)·senθ (Figura 16).
30
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 16 - Mecanismo de primeiro modo (de Rondelet) (Fonte: M. M. Trabalhos de Engenharia Civil)
Todavia, é preciso ter presente que mesmo no cálculo do primeiro mecanismo se despreza
completamente o efeito estabilizante, devido à ligação com as paredes de meação ou de
contraventamento. Isto significa que a resistência associada a tal mecanismo é, na realidade,
de qualquer modo superior ao valor obtido pelo cálculo acima indicado, ou seja: a não
consideração destes factores favoráveis é uma atitude eventualmente defensiva mas segura.
Ainda e por outro lado, nas paredes reais estão sempre presentes na fachada aberturas que
modificam o mecanismo de Rondelet. O efeito de tais aberturas envolve uma redução do
trabalho estabilizante que decorre do citado desaparelhamento das pedras da fachada e, por
conseguinte, numa diminuição adicional da diferença entre os multiplicadores de colapso
relativos ao primeiro e ao segundo mecanismo.
31
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A queda provocada pelo derrube da fachada vulnerável constitui o mecanismo que é activado,
em primeiro lugar, na ocasião de um evento sísmico.
O troço de parede entre dois tirantes é, de facto, solicitado à flexão pela acção sísmica. Ora,
por causa da modestíssima resistência à tracção da alvenaria de pedra, a única possibilidade
da parede se opor a este estado de solicitação é o funcionamento em arco ao longo deste troço
horizontal e na espessura da parede.
Uma distância excessiva entre dois tirantes consecutivos poderá originar o tal funcionamento
em arco, porém é este mesmo o responsável pela rotura à flexão da parede (Mecanismo de
Rondelet).
32
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Soluções diferentes são naturalmente possíveis e elas dependem mais uma vez do vão da
parede a sustentar.
Para vãos modestos pode, efectivamente, ser suficiente recorrer a tirantes inclinados,
enquanto que para vãos mais imponentes a solução tem que ser mais articulada, passando pela
inserção de uma viga reticular na qual se ligam os tirantes intermediários.
A acção sísmica que pelos tirantes conectados é transmitida da fachada à viga reticulada, deve
ser suportada pelas paredes de contraventamento nas quais a mesma viga se apoia.
33
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Para tal, como já foi dito, a resistência de tais paredes de contraventamento é sensivelmente
superior às das paredes das fachadas, podendo esta ser superada, dando origem à clássica
rotura diagonal no plano, mecanismo do segundo modo (Figura 18).
Figura 18 – Mecanismo de primeiro modo (fachada não conectada) e de segundo modo (fachada com tirantes
conectados) (Fonte: M. M. Trabalhos de Engenharia Civil)
Os procedimentos baseados no cálculo dos requisitos de tangencial nas paredes paralelas para
a acção sísmica, sugere a definição de um parâmetro de resistência a considerar, na ausência
de determinações baseadas em processos experimentais, assume um carácter fortemente
convencional.
34
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Com o propósito de definir racionalmente os mecanismos de segundo modo, pode ser útil
recorrer a algumas experimentações de laboratório.
Figura 19 - Influência de tirantes de plano nos mecanismos de segundo modo: mecanismos de colapso sem (à
esquerda) e com (à direita) tirantes (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici, Il caso Ortigia)
Figura 20 – Interpretação dos resultados experimentais da figura (Fonte: M.M. Trabalhos de Engenharia Civil)
35
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
36
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Ao longo deste capítulo vão ser apresentados os diferentes elementos metálicos usados no
reforço sísmico em edifícios de alvenaria. Para uma mais completa compreensão das suas
funções e do seu cálculo será apresentada uma aplicação real no capitulo 7, pois julga-se
importante analisar o funcionamento conjunto entre a alvenaria e os elementos metálicos.
6.1. Tirantes
O tirante é uma componente de reforço estrutural de aço, normalmente aço inox, que trabalha
à tracção, podendo ter funções passivas ou activas na estrutura. No entanto, a sua função,
quando se trata de reforço anti-sismico, é geralmente passiva, só funcionando à tracção
aquando a ocorrência de um fenómeno sísmico. Também de referir o seu uso no fecho de
asnas sem linha (peça inferior em tracção, em geral, independentemente do material da asna).
Figura 22 – Tirantes em varões com esticadores, Hospital da Horta, ilha do Faial, Açores (Fonte: M. M.
Trabalhos de engenharia civil)
37
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A aplicação desta componente metálica já acontece há bastantes anos em Portugal, sendo que
antigamente só eram aplicados em edifícios cujos proprietários tinham posses económicas, ou
ainda em edifícios que exigiam uma elevada segurança sísmica devido á sua função, como o
caso dos hospitais (figura 22).
Existem vários tipos de tirantes, podendo ter a forma de varões, cabos, barras ou vergalhões
de ferro ou de aço. No caso sísmico, antigamente eram usados tirantes em varões de ferro,
hoje em dia são normalmente usados cabos de aço semelhantes a cabos de pré-esforço.
Figura 23 – À esquerda tirantes em varão e à direita tirantes em cabos (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia
civil)
Aplicação dos tirantes permite resistir á actuação das forças sísmicas horizontais,
perpendiculares ás paredes de fachada, evitando o derrube das mesmas, através do travamento
efectuado pelos tirantes.
Na aplicação sísmica em edifícios de pequeno vão estes tirantes são aplicados percorrendo
todo o vão, sendo ancorados nas fachadas. Já em edifícios com vãos mais elevados existe a
necessidade de ter uma ancoragem intermédia, realizada através de uma ligação a uma viga
reticulada.
38
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 24 – À esquerda Tirante com ligação intermédia a uma viga reticulada, à direita tirante sem ligação
intermédia ancorado na parte exterior da parede da fachada (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil)
Como se referiu, os tirantes são passivos, pois como não estão a exercer tensão sob as
fachadas, só ficam activos perante um fenómeno sísmico. Sendo assim, quando ocorre um
sismo os tirantes vão permitir que todas as paredes de fachada, através desta ligação,
funcionem em conjunto, servindo de apoio ao deslocamento das mesmas.
É importante frisar a possibilidade de regular a tensão dos tirantes, pois após a ocorrência de
um sismo permite fazer uma nova regulação da tensão e capacitar o edifício para resistir a um
novo sismo.
39
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 26 – Esquema de aplicação de tirantes num edifício em Ortigia, Italia (Fonte: Sicurezza e conservazione
dei centri storici, il caso Ortigia)
A aplicação do “cordolo”, mais conhecido como cinta de coroamento, não é muito usual em
Portugal. Porém, em Itália é uma prática corrente no reforço sísmico dos edifícios de
alvenaria.
O objectivo desta metodologia é repartir as forças horizontais sísmicas, ligar as paredes das
fachadas favorecendo um comportamento de caixa, distribuir as cargas verticais e reduzir os
40
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
O “cordolo”, basicamente, é uma barra metálica que é aplicada no topo dos edifícios,
permitindo ligar as quatro fachadas e ao mesmo tempo fazer a união com a cobertura. A ideia
é, portanto, que todo este conjunto funcione de modo simultâneo e solidário aquando a
ocorrência de um sismo.
Figura 27 – Preparação do topo das paredes para a recepção do “cordolo” (Fonte: M. M. Trabalhos de
engenharia civil)
Este método de reforço é constituído por uma barra padrão de φ 24mm para paredes de 45cm
a 50cm de espessura, variando o diâmetro com a espessura da parede, proporcionlamente.
Esta barra deve ser inserida no interior das paredes em pelo menos 50cm, desde o seu topo,
devendo percorrer todas as paredes e fazendo a ligação entre elas como um “coroamento”.
41
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A ligação entre a barra e a cobertura é efectuada através de varões com ligações em gancho ao
varão longitudinal e na extremidade contrária através ligações aparafusadas, de forma a
fixarem placas metálicas ás pernas da cobertura.
O mesmo reforço deve ser efectuado nas empenas laterais, caso existam, de forma a impedir o
derrube do bico da empena, o qual tem uma fragilidade mais elevada.
As barras de amarração são peças normalmente em aço inox, que servem para executar a
ancoragem dos tirantes na parte exterior das paredes. Estas barras podem ter formas
rectangulares ou redondas (“bolachas”), com cerca de 50cm de comprimento ou diâmetro,
respectivamente.
Serão sujeitas a uma carga linear, obtida após a distribuição do esforço de tracção transmitido
pelos tirantes às paredes.
42
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Se não existe a possibilidade de manter as barras de amarração à vista, por motivos estéticos,
então ter-se-ão duas formas de se executar o trabalho, sem ser demasiado intrusivo.
Quando é possível, no final do trabalho, rebocar toda a fachada, então far-se-á uma abertura
em forma de molde com as dimensões da barra de amarração, no local onde será amarrado o
tirante. Este método, apesar de não deixar á vista a barra de amarração, não permite um acesso
à mesma ao longo do tempo, o que tornará intrusivo qualquer tipo de intervenção sobre a
barra, após a finalização da reabilitação.
43
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Outra possibilidade ocorre quando as fachadas são em pedra à vista, o que, por vezes, permite
disfarçar a barra de amarração entre as pedras da fachada. Este método é mais simples e de
mais fácil execução que o anterior.
Se existe a possibilidade de manter as barras à vista, então as barras devem amarrar os tirantes
na face exterior das paredes, não evitando este método que mais tarde se possa rebocar o
edifício.
Esta componente é constituída por perfis metálicos, de secção rectangular oca, e normalmente
é pré-fabricada. Isto permite poupança de tempo na execução da obra, assim como facilita a
montagem. Esta viga é descarregada em obra em componentes, o que permite, quando da
montagem, regular o seu tamanho, adaptando-se, assim, ao vão do edifício.
Figura 32 - A viga reticulada controla o derrube da fachada, transferindo através dos tirantes do piso, as forças
sísmicas aplicadas na fachada às paredes de contraventamento (Fonte: M.M. Trabalhos de Engenharia Civil)
44
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Nos casos em que é possível colocar a viga reticulada numa posição central em relação ao
comprimento das paredes de contraventamento (paredes laterais do edifício), a transmissão
das cargas para estas acontece da mesma forma para as solicitações originadas pela actuação
das forças nos dois sentidos, ou seja, quer pelos tirantes conectados à fachada principal, quer
pelos tirantes conectados à fachada posterior. Devem ser tidos em conta os mesmos
alinhamentos para ambas as fachadas.
Figura 33 – Viga reticulada colocada em posição central em relação ás paredes laterais do edifício (Fonte: M. M.
Trabalhos de engenharia civil)
Porém, nos casos em que se é forçado a colocar a viga reticulada numa posição não central, é
preferível que esta seja colocada o mais distante possível da parede da fachada a segurar. Isto
permite que seja mobilizada uma maior quantidade de parede de contraventamento, através da
mobilização de uma maior quantidade de peso destas paredes. Tal disposição vai aumentar,
consideravelmente, a capacidade resistente ao derrube surgido pela acção produzida pelos
tirantes intermédios, que são conectados à viga reticulada.
45
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 34 – À esquerda ligação da viga reticulada ás paredes laterais, à direita conecção do tirante à viga
reticulada (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil)
As ligações aparafusadas, como o próprio nome indica, são ligações efectuadas por parafusos
metálicos que permitem conectar os elementos metálicos com a estrutura existente do
edifício.
Estas ligações são de extrema importância, pois permitem garantir a segurança e o bom
funcionamento dos restantes elementos metálicos utilizados no reforço sísmico do edifício.
Para que seja garantido o bom desempenho destas ligações aparafusadas é necessário
efectuar-se o correcto cálculo das mesmas, como, por exemplo, o dimensionamento das
ligações dos tirantes aos perfis metálicos da treliça e a ligação dos perfis metálicos às vigas de
madeira dos pavimentos, entre outras ligações.
46
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
6.6. Chapas
Existem variados tipos de chapas a serem utilizadas no reforço anti-sismico, que variam com
o tipo de função desejada.
A chapa quinada é um dos tipos mais utilizados no reforço sísmico, sendo uma chapa em
forma de cotovelo que serve de apoio às vigas de madeira dos pavimentos, Ao mesmo tempo
permite fazer a ligação entre as paredes inferiores ao pavimento.
Esta chapa é aparafusada ás paredes, enquanto as vigas podem estar simplesmente apoiadas
sobre esta ou através de ligações aparafusadas.
Outro tipo utilizado são as chapas que permitem o reforço das vigas existentes, normalmente
de madeira, através da aplicação de chapas de aço pregadas às vigas, constituindo vigas
mistas aço/madeira (Appleton, 2003).
Para um bom funcionamento deste método deve-se atender à relação entre os módulos de
elasticidade do aço e da madeira, para se homogeneizar a secção composta, escolhendo-se, em
47
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Para além destes dois métodos mais usuais, existem variadas formas de utilizar chapas
metálicas, pois é possível criar chapas apropriadas a cada situação. No anexo VIII são
apresentados vários tipos de chapas metálicas, assim como esquemas técnicos das mesmas.
Figura 37 – Reforço de vigas de madeira com chapas de aço pregadas (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia
civil)
As vigas metálicas servem para substituir as peças em mau estado, ou para reforçar zonas
debilitadas dos edifícios. As suas funções são em tudo semelhantes as vigas aplicadas em
obras novas.
48
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Para que este método não se torne demasiado intrusivo, no final da aplicação da viga metálica
é possível disfarçar com um tecto falso, ou mesmo através de um isolamento da viga com um
molde que permita imitar o resto do tecto.
Figura 39 – Viga metálica com molde a imitar o edifício (Fonte: Manuale per la riabilitazione e la riconstruzione
postsismica degli edifici)
Estas ligações são efectuadas através de chapas metálicas, conhecidas com o nome de
ferragens ou samblagens, com uniões aparafusadas que permitem fazer os nós das asnas.
Estas ferragens podem ter diferentes formas (figura 40), a saber: pé de galinha simples ou
49
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
dobrado, tê, cruzeta, braçadeira ou esquadro; formas estas que se vão adaptar as diferentes
ligações.
Figura 40 – Elementos metálicos usados nas ligações das coberturas (Fonte: Reabilitação de edifícios antigos,
patologias e tecnologias de intervenção)
É também possível, quando necessário, substituir alguns pendurais por tirantes, o que permite
reforçar estruturalmente a cobertura.
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
O presente caso é referente a uma habitação unifamiliar afectada pelo sismo ocorrido em
1998, nos Açores. A habitação, cujo seu proprietário é o Sr. Gualtério Melo Quadros, situa-se
na Rua Conselheiro Medeiros, n.º42, na cidade da Horta, Ilha do Faial, Açores.
Figura 41 - Edifício antes e após reforço sísmico (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil)
O Projecto de Reforço Sísmico do Edifício, descrito de seguida, foi elaborado pela empresa
M.M. Trabalhos de Engenharia Civil, em regime de consultadoria com um grupo de
professores italianos.
O edifício em questão é formado por um corpo principal de planta rectangular e por um corpo
confinante a este, no seu alçado posterior, edificado com como ampliação mais recente,
conferindo à construção uma forma em “L”. Embora de menor envergadura, este corpo
transmite algum travamento ao corpo principal do edifício.
Trata-se de um edifício com um piso térreo e três pisos superiores, possuindo no último uma
torrinha voltada para as traseiras.
O edifício é constituído por paredes de alvenaria de pedra de basalto, que conferem apoio aos
pavimentos de madeira e à estrutura de também madeira da cobertura. Assim, como paredes
resistentes do edifício temos todo o perímetro do corpo principal e do corpo contíguo das
traseiras.
51
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
No corpo principal o vigamento de suporte dos pavimentos de madeira, dos diversos pisos,
está dividido em dois vãos. As vigas do primeiro vão apoiam-se nas paredes de pedra da
fachada, e as do segundo no alçado posterior, apoiando-se ambos numa estrutura porticada
interior de madeira. Esta terá já sido alvo de revisão ao nível do rés-do-chão, através da
execução de uma viga de betão armado, que apoia em três pilares de betão armado e nas
paredes das empenas laterais.
Dado que o edifício em análise está confinado lateralmente por outras construções, a acção
sísmica na direcção perpendicular à parede da fachada é a mais gravosa.
Da análise ao derrube das paredes do edifício pela actuação das forças sísmicas horizontais,
que lhe são perpendiculares, e no sentido de evitar que este ocorra, resultou o recurso a
tirantes que efectuam o travamento da fachada.
Devido às condições meteorológicas locais, que são caracterizadas por valores de humidade
permanentemente elevados, dada a situação geográfica que se traduz por uma influência
marítima muito acentuada, cuja acção é muito agressiva, e dado que os tirantes terão de
manter as suas características por um longo período de tempo, foi adoptada a utilização de
cabos de aço inox, devido à sua maior durabilidade.
Os cabos deverão ficar devidamente esticados utilizando-se para tal esticadores, bem como
outros acessórios de ligação, como sapatilhos para protecção dos cabos e cerra cabos que
efectuarão a amarração dos cabos. Todos estes acessórios deverão ser em aço inoxidável.
Ao nível dos pavimentos de madeira, foi estudada uma solução em que é utilizada uma
estrutura metálica para fixação dos cabos. Esta estrutura foi projectada de forma a ser possível
52
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
a sua pré-fabricação por módulos em estaleiro, sendo composta por perfis metálicos de secção
rectangular oca. Os módulos serão ligados entre si por ligações aparafusadas. Esta estrutura
metálica será executada na parte central do edifício, junto à viga-trolha, sendo fixada às vigas
de madeira existentes.
Para apoio desta estrutura metálica será necessário executar apoios nas paredes laterais do
edifício, sendo para tal efectuada a demolição de uma porção de parede de alvenaria de pedra
e executado um apoio em alvenaria de tijolo maciço, incluindo a fixação de um perfil
rectangular oco, permitindo a ligação aparafusada do módulo de extremidade.
Quanto à solução de reforço junto ao coroamento da parede, esta passa pela colocação de um
varão φ20 corrido em todo o contorno do coroamento. Este varão ficará 70 cm abaixo do topo
da parede de forma a possibilitar a amarração da estrutura da cobertura. Para tal serão
utilizados varões de aço φ12 com ligações em gancho ao varão longitudinal, que terão a outra
extremidade roscada de forma a serem fixados com placas metálicas e porcas aos tirantes da
cobertura.
Este reforço deverá ser efectuado igualmente nas empenas laterais, de forma a impedir o
derrube do bico da empena, cuja fragilidade é agravada pela existência de janelas nos alçados
laterais.
O reforço nesta zona obriga a executar uma viga de madeira composta por tábuas de secção
30x2cm, fixadas sob a estrutura inclinada da cobertura e dispostas a 45º relativamente à
parede. É nesta viga que será fixado o reforço do coroamento na empena lateral, através da
aplicação de barras metálicas que permitem a ligação com os varões φ12 e que serão
aparafusadas à viga de madeira.
β = β0·(α/η)
Em que:
53
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Esta expressão define o coeficiente sísmico β, que é um coeficiente que multiplicado pelo
valor das acções gravíticas correspondentes às cargas permanentes e ao valor quase
permanente das cargas variáveis. Assim podemos obter o valor característico da resultante
global das forças estáticas que permitem determinar os efeitos da acção sísmica.
Do que:
Para determinar os esforços que são necessários mobilizar ao nível dos tirantes, para que não
se dê o derrube da parede da fachada, é necessário efectuar o cálculo do equilíbrio à rotação
em torno de cada eixo definido pelos diferentes pisos, que funcionam como charneira do
movimento de derrubamento.
Assim temos:
54
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
55
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Como é possível observar, os tirantes do terceiro piso são os mais solicitados, embora não
haja uma variação muito acentuada para os restantes pisos, com a excepção do esforço obtido
56
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Foi elaborada uma distribuição dos tirantes nas zonas de continuidade vertical da parede,
tendo em conta as aberturas dos vãos de janelas e portas da fachada, tendo-se concluído que
serão necessárias cinco amarrações à parede da fachada e outras cinco para a parede do alçado
posterior, conforme indicado na planta apresentada na figura 42.
Tendo em conta as distâncias entre cada amarração à parede da fachada é possível obter os
seguintes valores para o esforço de tracção por cada tirante a aplicar:
2,20
T21 = × 1114,3 = 1225,73 kgf = 12,02 kN
2
2,20 + 3,30
T22 = × 1114,3 = 3064,33 kgf = 30,04 kN
2
3,30 + 2,70
T23 = × 1114,3 = 3342,9 kgf = 32,77 kN
2
2,70 + 2,20
T24 = × 1114,3 = 2730,04 kgf = 26,77 kN
2
2,20
T25 = × 1114,3 = 1225,73 kgf = 12,02 kN
2
57
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
2,20
T41 = × 1056 = 1161,6 kgf = 11,39 kN
2
2,20 + 3,30
T42 = × 1056 = 2904,0 kgf = 28,47 kN
2
3,30 + 2,70
T43 = × 1056 = 3168,0 kgf = 31,06 kN
2
2,70 + 2,20
T44 = × 1056 = 2587,2 kgf = 25,36 kN
2
2,20
T45 = × 1056 = 1161,6 kgf = 11,39 kN
2
Enquanto que para a parede do alçado posterior foram obtidos os seguintes esforços:
2,80
T25 = × 1114,3 = 1560,02 kgf = 15,29 kN
2
2,80 + 2,70
T26 = × 1114,3 = 3064,33 kgf = 30,04 kN
2
2,70 + 2,00
T27 = × 1114,3 = 2618,61 kgf = 25,67 kN
2
2,00 + 2,90
T28 = × 1114,3 = 2730,04 kgf = 26,77 kN
2
2,90
T29 = × 1129 = 1615,74 kgf = 15,84 kN
2
2,80
T35 = × 1089 = 1524,6 kgf = 14,95 kN
2
2,80 + 2,70
T36 = × 1089 = 2994,75 kgf = 29,36 kN
2
2,70 + 2,00
T37 = × 1089 = 2559,15 kgf = 25,09 kN
2
2,00 + 2,90
T38 = × 1089 = 2668,05 kgf = 26,16 kN
2
2,90
T39 = × 1089 = 1579,05 kgf = 15,48 kN
2
58
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
59
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
2,80
T45 = × 1056 = 1478,40 kgf = 14,49 kN
2
2,80 + 2,70
T46 = × 1056 = 2904,0 kgf = 28,47 kN
2
2,70 + 2,00
T47 = × 1056 = 2481,6 kgf = 24,33 kN
2
2,00 + 2,90
T48 = × 1056 = 2587,2 kgf = 25,36 kN
2
2,90
T49 = × 1056 = 1531,20 kgf = 15,01 kN
2
Assim, verifica-se que através das distâncias adoptadas entre os tirantes e o valor da força
sísmica horizontal linear, obtido ao nível dos pisos, resulta, como tracção máxima no tirante
mais esforçado, o valor de 3342,9 kgf ou 32,77 kN, correspondente ao terceiro piso.
Com base nos valores obtidos é possível efectuar o dimensionamento dos cabos de aço inox,
que irão funcionar como tirantes.
Como regra de dimensionamento deste tipo de cabos é utilizada uma relação de segurança
entre a carga de rotura e a carga de trabalho, cujo valor aconselhável a aplicar varia no
intervalo de 4 a 5. Este valor depende da carga aplicada e da frequência com que ocorre a
solicitação.
No caso em análise, os cabos de aço inox a aplicar poderão ser sujeitos a esforços bruscos,
mas a sua utilização será muito rara, dado que os intervalos de tempo entre os sismos de
maior amplitude são de cerca de 15 a 20 anos.
Para proceder à determinação dos diâmetros a utilizar foram consultados fornecedores deste
tipo de cabos, tendo sido possível obter os seguintes valores para as cargas de rotura:
60
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Quadro 1 – Valores dos diâmetros a utilizar para as cargas de rotura (fonte: própria)
6 x 19 6 x 36
Diâmetros Massa Carga de Massa Carga de
(mm) (kg/100m) Rotura (kN) (kg/100m) Rotura (kN)
φ8 26,3 46,3
φ10 38,9 68,4
φ12 55,1 97,6
φ14 78,7 139,0 79,4 126,0
φ16 107,0 169,0
Como critério para o dimensionamento do diâmetro dos cabos e número de cordões foi
considerado que uma relação de segurança de 2, pelo que como valor da carga de rotura do
cabo se considerou o valor de 6.685,8 kgf ou 65,55 kN, obtendo-se, assim, um cabo
constituído por 6 cordões de 19 fios com um núcleo igualmente composto por fios de aço.
Os fios de aço utilizados na composição do cabo têm uma resistência de 1770 N/mm2. Pelo
que o diâmetro obtido para os cabos a utilizar nas ancoragens ao nível dos pisos é de 12mm.
Para que o coroamento da parede e os tirantes do piso possam realmente sustentar o esforço
acima calculado, é necessário controlar que não se verifica o escorregamento devido à
ancoragem.
61
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
No que respeita às ancoragens dos tirantes ao nível dos pisos, realizadas através da amarração
dos cabos de aço em barras metálicas travadas contra a face exterior da parede de alvenaria de
pedra da fachada, o escorregamento pode ocorrer na cunha de parede sobre a qual a
amarração é efectuada.
Considerou-se que a reacção de atrito ocorre, neste caso, sobre as duas superfícies horizontais
de escorregamento, superior e inferior da cunha de parede, e é devida ao peso do pano de
parede que se encontra por cima.
Para a situação mais desfavorável, que é a que se verifica na ancoragem central a executar na
parede da fachada no terceiro piso, verifica-se que a carga sobre a amarração:
Pelo que:
T2×3,00 = 1114,3× 3,00 = 3342,9 kgf < 2×5443,2× 0.5 = 5443,2 kgf
Na ligação dos cabos de aço à parede de alvenaria de pedra serão usadas barras de aço de
secção rectangular com 50 cm de comprimento, que estarão sujeitas a uma carga linear obtida
após a distribuição do esforço de tracção transmitido pelos tirantes à parede:
Como tracção máxima transmitida pelo tirante mais esforçado temos 32,77 kN, pelo que
resulta uma solicitação sobre a barra de:
62
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Tmáx 32,77
q sd = = = 65,55 kN/m
l 0,50
M sd = q sd
(
× 2
l )
2
= 66,55 ×
0,25 2
= 2,048 kN × m
2 2
Considerando uma secção de 7cmx3cm para a barra, verifica-se uma tensão de:
M sd 2,048
σ sd = ×y= × 0,015 = 195.047,62 kN/m 2 ≅ 195,05 MPa
Iy 0,07 × 0,03 3
12
O valor de tensão obtido é inferior à tensão resistente do aço, que é de 275,0 MPa para o aço
Fe430 a aplicar.
Enquanto que no contacto entre a barra e a parede verifica-se uma tensão localizada de:
T 32,77
σ barra/parede = = = 936,29 kN/m 2 ≅ 0,94 MPa
S barra 0,50 × 0,07
Tal como foi referido, os cabos de aço inox que funcionam como tirantes são ligados a uma
treliça constituída por perfis metálicos de secção rectangular oca.
Foi estudada uma solução que permite a sua pré-fabricação por módulos, procedendo-se à sua
montagem no local da obra, sendo executados apoios para esta estrutura nas paredes laterais
do edifício e executadas amarrações pontuais por peças metálicas (pequenas chapas) que
serão ligadas por parafusos às vigas de madeira sob o pavimento existente. A localização da
estrutura a ser executada é junto à viga-trolha, que atravessa transversalmente o edifício na
sua parte central, conforme peças desenhadas.
63
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 43 – Modelo estrutural da viga-treliçada, pois não funciona como treliça perfeita dada a existência de
interrupções nas escoras ou tirantes oblíquos, pressupondo um eventual funcionamento de flexão nos elementos
(de 0,60m) entre de treliça clássica (2,00m) (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil)
Acção Sísmica 1
Acção Permanente
Rx1 = 78,3925 kN
Ry1 = 23,3679 kN
Rz1 = 1,7075 kN
Rx2 = −112,2322 kN
Rz2 = 1,6976 kN
Ry2 = 36,7534 kN
Rz19 = 1,6573 kN
Rx19 = −58,7926 kN
Rz20 = 1,6672 kN
Ry19 = 23,5945 kN
Rx20 = 92,6324 kN
Acção Sísmica 2
Rx1 = −78,0081 kN
Ry1 = −30,2343 kN
Rx2 = 112,4157 kN
Ry2 = −29,8584 kN
Rx19 = 58,6616 kN
Ry19 = −27,9083 kN
Rx20 = −93,0692 kN
64
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Será necessário efectuar o dimensionamento das ligações aparafusadas que efectuam a ligação
dos tirantes aos perfis metálicos da treliça e a ligação dos perfis metálicos às vigas de madeira
do pavimento.
Tendo em conta uma distância máxima entre as vigas de madeira existentes de 0,70m, o peso
próprio da estrutura metálica (64,76 kgf/m) e as forças sísmicas horizontais transmitidas à
estrutura pelos tirantes (no caso mais desfavorável, 1114,3 kgf/m), resultam nos seguintes
esforços por viga de madeira:
Obtendo-se assim:
Entre cada viga de madeira existente e a estrutura metálica serão utilizadas três chapas de
ligação, onde serão aparafusados quatro parafusos por chapa. Assim, cada chapa será
traccionada por um esforço de 260,44 kgf ou 2,55 kN, enquanto que cada parafuso é sujeito a
um esforço de corte de 65,11 kgf ou 0,64 kN.
Utilizando parafusos de 6mm de diâmetro de aço Fe360 da classe de resistência 4.6 temos:
4 ⎟
⎝ ⎠
65
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Logo:
Teremos, então, que as chapas de ligação serão sujeitas a um esforço de cálculo de:
3,825
σ= = 42500 kPa ≅ 42,50 MPa
0,03 × 0,003
Valor que é inferior à tensão resistente à tracção do aço, que é de 275,0 MPa para o aço Fe430
a aplicar nestas peças.
Tendo em conta os valores obtidos para o esforço de tracção a aplicar, por cada cabo de aço, é
possível dimensionar a ligação destes à estrutura composta pelos perfis metálicos ocos.
Para ligação dos tirantes aos perfis metálicos foi considerada a utilização de uma chapa
metálica em aço Fe430, com uma secção transversal de 50x5mm. Esta chapa é dobrada de
forma a obter-se uma argola onde é amarrado o cabo de aço, ao mesmo tempo que permite
efectuar ligações aparafusadas aos perfis metálicos da treliça.
Dado que o valor máximo do esforço de tracção dos tirantes é de 3342,9 kgf ou 32,77 kN, as
chapas serão sujeitas a um esforço de cálculo à tracção de:
49,16
σ= = 196.640 kPa ≅ 196 ,64 MPa
0,05 × 0,005
Valor que é inferior à tensão resistente à tracção do aço, que é de 275,0 MPa para o aço Fe430
a aplicar.
Estas chapas serão fixadas à estrutura metálica de perfis ocos, através de três ligações
aparafusadas, obtendo-se um esforço máximo de corte na ligação de cada parafuso de 1114,3
kgf ou 10,925 kN.
66
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
4 ⎟
⎝ ⎠
Logo:
67
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 44 (cont.) – Aplicação dos tirantes em obra (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil)
68
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
69
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
70
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
- Aplicação de ancoragens
- Aplicação do “cordolo”
71
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Conclusão
O transporte;
A colocação em obra;
A pré-fabricação.
Os elementos metálicos são normalmente em aço inoxidável. Este material, devido às suas
características de flexibilidade e à sua elevada ductilidade é bastante utilizado no reforço
sísmico, pois permite que na eventualidade de colapso estrutural este não ocorra de um modo
brusco mas sim gradual, ou seja: com aviso.
A não existência de regulamentos que enquadrem a avaliação estrutural dos edifícios antigos,
leva a que na apreciação dessas construções seja utilizada regulamentação concebida
edificações novas. Assim sendo, cuidado deve existir na ponderação dos valores a utilizar,
para se obter segurança nos resultados, visto existir um elevado grau de incerteza.
72
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
A precisão da avaliação estrutural vai aumentar com o grau de detalhe da inspecção efectuada,
sendo conveniente efectuar exames qualitativos e quantitativos.
Para que seja possível a elaboração de um projecto de reforço adequado a cada edifício, deve-
se ter em consideração que o comportamento das estruturas é influenciado:
A obtenção de uma perfeita avaliação do edifício leva a que seja possível determinar as
melhores metodologias de intervenção, podendo esta ser de diferentes níveis:
Salvaguarda;
Reparação;
Reforço;
Reestruturação.
Cada componente tem uma função distinta no reforço da malha estrutural. Porém, como já foi
referido atrás, o bom funcionamento dessa malha deve ser visto em conjunto.
São vários os elementos metálicos utilizados no reforço sísmico, tirantes, barras de amarração
ou ancoragem, chapas, “cordolo” ou cinta de coroamento, vigas reticuladas, vigas metálicas,
ligações metálicas para componentes das coberturas e ligações aparafusadas.
73
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Percebeu-se que todos estes elementos têm funções distintas, como foi explicitado ao longo
do trabalho, e de extrema importância no melhoramento da reacção do edifício à acção
sísmica.
74
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Bibliografia
Aguiar, J., Appleton, J. e Cabrita, A., (2002). Guião de apoio à reabilitação de edifícios
habitacionais. Lisboa, L.N.E.C..
Blasi, C., Borri, A., Di Pasquale, S., Malesani, P., Nigro, G., Parducci, A. e Tampone, G
(1999). Manuale per la riabilitazione e la ricostruzione postsismica degli edifici: Regione
dell’Umbria. Roma, Dei tipografía del genio civile.
Carocci, C., Ceradini, V., De Benedictis, R., Felice, G., Pugliano, A. e Zampilli, M (2000).
Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia. Roma, Editori Laterza.
Santos, S. Pompeu (2004). A reabilitação sísmica do património construído. In: Barros, J.,
Lourenço, P. e Oliveira, D.. Sísmica 2004: 6º Congresso Nacional de Sismologia e
Engenharia Sísmica. Guimarães, Universidade do Minho, pp. 956-966.
75
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
(ANEXOS)
76
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
77
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AI-1
É, portanto, essencial que os princípios que devem presidir à conservação e à restauração dos
monumentos sejam elaborados em comum e formulados num plano internacional, ainda que
caiba a cada nação aplicá-los no contexto de sua própria cultura e de suas tradições.
Ao dar uma primeira forma a esses princípios fundamentais, a Carta de Atenas de 1931
contribui para a propagação de um amplo movimento internacional que se traduziu
principalmente em documentos nacionais, na actividade de ICOM e da UNESCO e na
criação, por esta última, do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e
Restauração dos Bens Culturais. A sensibilidade e o espírito crítico se dirigem para problemas
cada vez mais complexos e diversificados. Agora é chegado o momento de reexaminar os
princípios da Carta para aprofundá-las e dotá-las de um alcance maior em um novo
documento.
78
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
DEFINIÇÕES
Artigo 1
Artigo 2
FINALIDADE
Artigo 3
CONSERVAÇÃO
Artigo 4
Artigo 5
A conservação dos monumentos será sempre favorecida, quando se atribuir aos mesmos um
destino de utilidade social.
79
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Essa utilização, porém, não pode alterar a ordem dos elementos decorativos dos edifícios.
Dentro desses limites, cumpre conceituar e autorizar as reformas, que a evolução dos usos e
costumes esteja a exigir.
Artigo 6
Artigo 7
A remoção total ou parcial de um monumento do sítio original para outro local não pode ser
tolerada, salvo se sua conservação assim o exigir, ou se razões de grande interesse nacional ou
internacional a justificarem.
Artigo 8
RESTAURAÇÃO
Artigo 9
A restauração, uma operação que deve manter carácter excepcional, tem por finalidade
conservar e revelar os valores estéticos e históricos do monumento, fundamentando-se no
respeito à substância antiga e na autenticidade dos documentos. Deve deter-se onde começa a
hipótese, e no plano das reconstituições conjunturais, o trabalho complementar, considerado
80
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Artigo 10
Artigo 11
Artigo 12
81
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Artigo 13
Os acréscimos não serão tolerados, a não ser que digam respeito a todas as partes do edifício,
sua área envoltória, o equilíbrio de sua composição e suas relações com o meio ambiente.
SÍTIOS MONUMENTAIS
Artigo 14
Os sítios monumentais devem ser objecto de cuidados especiais, para salvar sua integridade,
assegurar seu mapeamento, sua localização e valorização.
ESCAVAÇÕES
Artigo 15
A ordenação das ruínas e as cautelas necessárias à sua conservação, à defesa permanente dos
elementos arquitectónicos e dos objectos descobertos serão asseguradas.
Além dessas, outras iniciativas serão tomadas com o objectivo de explicar o monumento
descoberto sem deturpar seu significado. Deve-se excluir, a priori, qualquer trabalho de
reconstrução, sendo admitida somente a anastilose – recomposição de partes encontradas
desmembradas. Os elementos de integração devem ser claramente reconhecíveis, e
constituirão o mínimo necessário destinado a garantir a conservação do monumento e a
continuidade de suas formas.
82
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
DOCUMENTAÇÃO E PUBLICAÇÃO
Artigo 16
83
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AII-1
84
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 1 - Esquema de colapso (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli
edifici)
85
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AII-2
Figura 2 - Mecanismos típicos de colapso (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica
degli edifici)
86
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 3 – Local de fractura no edifício (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica
degli edifici)
Figura 4 – Exemplificação do colapso (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli
edifici)
Em relação ao caso da figura 3 o colapso pode dar-se de duas formas (Figura 4). A linha
laranja representa a zona de fractura pela parede lateral de acordo com o mecanismo (Blasi et
al., 2001).
Outra explicação do colapso vem de uma análise contemporânea dos mecanismos de colapso
de primeiro e segundo modo. Pode-se, de facto, observar que a acção sísmica paralela à
parede leva ao colapso parcial desta. Formam-se assim macroelementos maioritariamente
87
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
88
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AII-3
Figura 5 - Colapso relativo à acção sísmica (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica
degli edifici)
89
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AII-4
Figura 6 – Rotura à flexão (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici)
Figura 7 – Rotura por dano no plano (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli
edifici)
90
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Para o caso do esquema seguinte, considerando-se paredes eficazmente ligadas sem nenhum
tipo de sistema de reforço à flexão, o impulso transmitido pelo solo às paredes da fachada
(arco horizontal) intercepta as paredes ortogonais (Blasi et al., 2001).
Figura 8 – Esquema de colapso (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli
edifici)
Figura 9 – Colapso devido à acção sísmica na direcção perpendicular à parede (Fonte: Manuale per la
reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici)
91
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Em alvenarias como o exemplo da figura 10, a zona central perde facilmente a conexão entre
as duas folhas de parede de fachada, acontecendo o destacamento (Blasi et al., 2001).
Figura 10 – Parede de alvenaria de duas folhas (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione
postsismica degli edifici)
Figura 11 – Colapso de uma parede de duas folhas (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione
postsismica degli edifici)
92
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AII-5
Figura 12 – Lesões na parede de fachada (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica
degli edifici)
Figura 13 – Lesões no plano horizontal (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica
degli edifici)
93
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 14 – Lesões no plano transversal (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica
degli edifici)
Figura 15 – Rotura por corte (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici)
Figura 16 – Rotura por flexão (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici)
94
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 18 – Colapso por rotura localizada induzido pelos impulsos da cobertura (Fonte: Manuale per la
reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici)
Figura 19 – Colapso provocado por variações significativas de rigidez em altura (Fonte: Manuale per la
reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici)
95
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AII-6
Figura 20 – Colapso de primeiro modo para uma parede não ligada ao solo (Fonte: Manuale per la reabilitazione
e la reconstruzione postsismica degli edifici)
96
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 21 – Colapso de primeiro modo para uma parede ligada à parede paralela (Fonte: Manuale per la
reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli edifici)
97
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AII-7
Figura 22 – Colapso do painel vertical (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica
degli edifici)
No esquema de cálculo é observado que o colapso manifesta-se quando a parede não tem
elementos estruturais capazes resistirem à força horizontal (Blasi et al., 2001).
98
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 23 – Esmagamento da parte inferior da parede (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione
postsismica degli edifici)
99
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 24 – Caso de uma parede dupla (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica
degli edifici)
No caso de uma parede dupla as tensões de tracção sobre a parede externa favorecem a
expulsão de material (Blasi et al., 2001).
Figura 25 – Esquema de redução do arco (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica
degli edifici)
100
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
101
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AII-8
Figura 26 – Dano de primeiro modo, destacamento do piso superior da fachada principal (Fonte: Sicurezza e
conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 27 – Lesões verticais nas paredes transversais, consequentes do movimento do destacamento da parede
externa (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
102
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 28 – Danos de segundo modo, lesões nas paredes transversais (Fonte: Sicurezza e conservazione dei
centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 29 – Destacamento das vigas da cobertura consequente da oscilação da parede externa que serve de apoio
ás vigas (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
103
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 30 – Colapso das paredes frontais e de contraventamento originando perca de apoio das vigas (Fonte:
Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 31 – Colapso de paredes de duas folhas (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia)
104
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AII-9
Figura 32 – Mecanismo de colapso de parte do piso superior entre as duas aberturas (Fonte: Sicurezza e
conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
105
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 33 – Mecanismo de colapso de parte do piso superior (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri
storici: Il caso Ortigia)
106
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 34 – Mecanismo de colapso parcial devido ao impulso da viga de cumeeira da cobertura na parede
(Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
107
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 35 – Mecanismo de colapso de toda a parede frontal (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici:
Il caso Ortigia)
108
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 36 – Mecanismo de colapso da parede privada de tirantes (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri
storici: Il caso Ortigia)
109
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
110
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AIII-1
Figura 37 – Aplicação do tirante (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli
edifici)
111
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AIII-2
Figura 38 – Aplicação do tirante (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli
edifici)
112
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 39 – Esquema do tirante (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli
edifici)
113
Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
AIV-1
Figura 40 – Ancoragem do cordolo à trave da cobertura (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il
caso Ortigia)
Figura 41 – Ancoragem do cordolo à trave da cobertura (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il
caso Ortigia)
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 42 – Ancoragem do cordolo à trave da cobertura (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il
caso Ortigia)
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Figura 43 – Ancoragem do cordolo (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 44 – Ancoragem do cordolo (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
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AIV-2
Figura 45 – Ancoragem angular do cordolo (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
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Figura 46 – Ancoragem angular realizada em obra (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia)
Figura 47 – Ancoragem angular realizada em obra (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia)
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Figura 48 – Ancoragem angular realizada em obra (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia)
Figura 49 – Realização do enchimento da parede (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia)
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AIV-3
Figura 50 – Aplicação da cinta de cordolo num edifício (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il
caso Ortigia)
Figura 51 – Aplicação do cordolo num edifício (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia)
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AIV-4
Na figura 52 observa-se o assentamento das duas primeiras fileiras de tijolos com a armadura,
constituída por 4φ16 e estribos φ6 com um espaçamento de 18 cm (Blasi et al., 2001).
Figura 52 – Aplicação do cordolo (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione postsismica degli
edifici)
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Figura 53 – Aplicação dos estribos secundários (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la reconstruzione
postsismica degli edifici)
A figura 54 traz as duas soluções das ligações à cobertura. De notar que na primeira solução é
executada uma ligação do cordolo à cobertura e ao topo das paredes da fachada enquanto na
segunda solução é feita apenas uma ligação à cobertura (Blasi et al., 2001).
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Figura 54 – Duas soluções para a ligação do cordolo à cobertura (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la
reconstruzione postsismica degli edifici)
Na figura 55 é apresentada uma solução equivalente ao usado na primeira da figura 54, como
se pode observar pela armadura, esta vai fazer a ligação entre o cordolo, a cobertura e o topo
da parede (Blasi et al., 2001).
Figura 55 – Aplicação da armadura para a ligação à cobertura (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la
reconstruzione postsismica degli edifici)
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O cordolo em alvenaria torna-se uma solução mais compatíveis com as paredes de alvenaria
em comparação com o cordolo em betão armado. As únicas dificuldades existentes neste
processo são a execução das armaduras, e a definição da quantidade de armadura necessária.
No entanto, estes aspectos permitem aumentar a segurança da solução (Blasi et al., 2001).
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AV-1
Figura 58 – Barra de ancoragem (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 59 – Barra de ancoragem (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
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Figura 60 – Barra de ancoragem (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 61 – Barra de ancoragem para dois tirantes em lados opostos da parede (Fonte: Sicurezza e conservazione
dei centri storici: Il caso Ortigia)
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Figura 62 – Barra de ancoragem angular (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 63 – Armadura da barra de ancoragem angular (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia)
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Figura 64 – Barra de ancoragem angular (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
AV-2
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Figura 65 – Barra de ancoragem achatada (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 66 – Barra de ancoragem achatada (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 67 – Barra de ancoragem achatada (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
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Figura 68 – Tubo para a colocação do parafuso (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso
Ortigia)
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Figura 69 – Solução A e B (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 70 – Aplicação da ancoragem do tirante em madeira (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici:
Il caso Ortigia)
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Figura 71 – Ancoragem à viga de madeira (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il caso Ortigia)
Figura 72 – Aplicação da chapa de ancoragem metálica (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il
caso Ortigia)
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 73 – Aplicação da chapa de ancoragem metálica (Fonte: Sicurezza e conservazione dei centri storici: Il
caso Ortigia)
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 74 (cont.) - Viga reticulada em obra (Fonte: M.M. Trabalhos de engenharia civil)
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 75 - Aplicação em obra de ligações aparafusadas em madeira (Fonte: M.M. Trabalhos de engenharia
civil)
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Reforço Sísmico de Estruturas de Alvenaria com Elementos Metálicos
Figura 76 (cont.) - Aplicação de chapas em obra (Fonte: M.M. Trabalhos de engenharia civil)
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AIX-1
Viga metálica
Figura 77 – Esquema de aplicação e ancoragem de uma viga metálica (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la
reconstruzione postsismica degli edifici)
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Figura 78 – Esquema de aplicação e ancoragem de uma viga metálica (Fonte: Manuale per la reabilitazione e la
reconstruzione postsismica degli edifici)
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AIX-2
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AX-1
Figura 80 – Asna simples de madeira com linha, pernas, escoras e pendural ligados entre si através de malhetes,
orelhas derrabadas ou outras samblagens, frequentemente complementadas com recurso a ferragens pregadas ou
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aparafusadas. A madre recebe ferragens fixadas com a ajuda de calços e fileira, sobre as quais corre o conjunto
de varas (Fonte: Reabilitação de edifícios antigos, patologias e tecnologias de intervenção)
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Figura 81 – Asna composta ou mista em que alguns pendurais são substituídos por tirantes de ferro roscados na
base e no topo (Fonte: Reabilitação de edifícios antigos, patologias e tecnologias de intervenção)
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AX-2
Figura 82 – Ligação linha-pendural-escoras com pé-de-galinha dobrado fixado por aparafusamento (Fonte:
Reabilitação de edifícios antigos, patologias e tecnologias de intervenção)
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Figura 85 - Pormenores da ligação aparafusada na viga reticulada (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil)
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Figura 86 - Ligações dos tirantes à viga reticulada (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil)
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Figura 87 - Ligações dos tirantes à viga reticulada (Fonte: M. M. Trabalhos de engenharia civil)
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